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Sistemática Administrativa Portal Único de Comércio Exterior - SISCOMEX Iniciativa de desburocratização do comércio exterior brasileiro, decorrente de compromisso assumido pelo Brasil na OMC, no âmbito do Acordo de Facilitação de Comércio, implantado sob o conceito de janela única do comércio exterior (single window), ou seja, uma interface única entre governo e operadores de comércio. SISCOMEX Importação Licença de importação (LI) e declaração de importação (DI) Sistema que permite ao usuário executar atividades restritas ao perfil em que esteja habilitado que sejam relativas ao tratamento administrativo e ao despacho aduaneiro de importação como, por exemplo, solicitação da LI e registro da DI. Anuente web – Siscomex importação − Secex Sistema pelo qual os órgãos anuentes analisam os licenciamentos de importação que requeiram sua anuência e registram o resultado de tal análise para que ela seja visível ao importador no módulo de licenciamento. Certificados de origem digitais (COD) − Receita Federal O módulo aduaneiro de recepção dos certificados de origem digitais (COD), comumente chamado de SiscoImagem, permite ao importador apresentar COD às unidades locais da RFB responsáveis pela conferência aduaneira dos despachos de importação de suas mercadorias, reduzindo, entre outras vantagens, a necessidade do uso do papel e de protocolização presencial. Sistema para importação de mercúrio metálico – Ibama A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981) determina ao Ibama a responsabilidade de autorizar a importação e de controlar a produção, a comercialização e o uso de mercúrio metálico no Brasil. 1 CARGAS E LOGÍSTICA Siscomex carga, Mantra, Porto sem Papel e Siscomex Trânsito. CADASTROS E HABILITAÇÕES Habilitação no Siscomex, CNCD (comércio de diamantes – CPK), Credenciamento de Pesquisadores (CNPQ), Programa Cadastro (Polícia Federal), Sistema de Cadastro de Empresas (Suframa) e Cadastro de empresa exportadora/renovação (CNEN). Licença para importação ou exportação de flora e fauna – Ibama Regula o comércio de espécies da fauna e flora, prevenindo-as do perigo de extinção quando a ameaça for o comércio internacional. O Ibama incorporou os procedimentos exigidos para avaliação e emissão de licenças de exportação e importação em um software online (serviço CITES) pelo qual os exportadores e importadores deverão solicitar suas licenças. Orquestra – Inmetro Processo de análise de licença de importação para anuência automatizado, utilizando, para isso, a ferramenta de BPMS Orquestra. Pedido de licenciamento de importação – Suframa O pedido de licenciamento de importação (PLI) é o programa desenvolvido pela Suframa para disponibilizar às empresas do polo industrial de Manaus uma ferramenta para a elaboração de documentos de PLI. Por meio desse pedido, você pode, de forma automatizada, confeccionar, validar e enviar documentos à Suframa. SLI – matérias-primas e minerais – CNEN Solicitação de licença de importação para matérias-primas e minerais. SLI – radioisótopos e/ou equipamentos geradores de radiação ionizante – CNEN Para importar radioisótopos e/ou equipamentos geradores de radiação ionizante, é necessário preencher corretamente os dados no Siscomex, bem como o formulário eletrônico denominado solicitação para licença de importação para material radioativo e/ou equipamento gerador de radiação ionizante (SLI). 2 Cadastro de Representantes Após habilitar a empresa, o responsável legal também deverá cadastrar pelo Portal Habilita os representantes para atuarem no exercício das atividades com o despacho aduaneiro. O acesso ao sistema é pessoal, sendo exercido por pessoa física por meio de certificado digital. Somente poderão ser credenciados para exercer atividades relacionadas com o despacho aduaneiro no Siscomex: • Despachante aduaneiro; • Dirigente ou empregado da pessoa jurídica representada; • O próprio interessado nos casos de operações efetuadas por pessoas físicas. Registro de Exportadores e Importadores - REI A inscrição no REI da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) é automática, sendo realizada no ato da primeira operação de importação ou de exportação em qualquer ponto conectado ao Siscomex. Importação definitiva e não definitiva IMPORTAÇÃO DEFINITIVA Aquisição da propriedade/despacho para consumo. Ela ocorre quando o produto estrangeiro importado é nacionalizado independentemente da existência de um ônus cambial (pagamento ao exterior), o que significa integrá-la à massa de riquezas do país com a transferência de propriedade do bem para a empresa brasileira. Nas importações definitivas, o conhecimento de embarque e a fatura comercial são os documentos que concretizam a transferência da posse e a propriedade. IMPORTAÇÃO NÃO DEFINITIVA Aquisição da posse/regimes aduaneiros especiais. Este tipo de importação acontece quando não ocorre a nacionalização, como, por exemplo, nos casos das mercadorias importadas sob o regime aduaneiro especial de admissão temporária, as quais, após a permanência no país, são devolvidas ao exterior (reexportadas). Cabe acrescentar que essas importações poderão – caso o importador assim queira – tornar-se definitivas desde que sejam cumpridas todas as formalidades legais previstas na legislação brasileira. Já nas não definitivas, inicialmente ocorre apenas a transferência da posse. NACIONALIZAÇÃO Pode ser definida como uma sucessão de etapas que resulta na transferência do produto de uma economia estrangeira para a nacional, sendo aplicado nesse processo todo o tratamento administrativo e tributário equivalente ao do produto nacional. Licenciamento de Importação Segundo o Acordo sobre Procedimentos para o Licenciamento das Importações (APLI) da Organização Mundial do Comércio (OMC), será considerado um licenciamento de importação todo procedimento administrativo que envolva, como condição prévia para a autorização de importações para o território aduaneiro, a apresentação de um pedido ou de outra documentação diferente da que for necessária para fins aduaneiros ao órgão anuente competente. Na sistemática brasileira, essa apresentação se concretiza por meio de um registro eletrônico com informações comerciais específicas, cambiais e tributárias da mercadoria e/ou do tipo da importação. IMPORTAÇÕES DISPENSADAS DE LICENCIAMENTO • Sob os regimes de entrepostos aduaneiro e industrial, inclusive sob controle aduaneiro informatizado; • Sob o regime de admissão temporária, inclusive de bens amparados pelo Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e de Lavra das Jazidas de Petróleo e de Gás Natural (REPETRO); 3 • Sob os regimes aduaneiros especiais nas modalidades de loja franca, depósito afiançado, depósito franco e depósito especial; • Com redução da alíquota de imposto de importação decorrente da aplicação de “ex- tarifário”; • Mercadorias industrializadas, destinadas a consumo no recinto de congressos, feiras e exposições internacionais e eventos assemelhados, observado o contido no art. 70 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991; • Peças e acessórios abrangidos por contrato de garantia; • Doações, exceto de bens usados; • Retorno de material remetido ao exterior para fins de testes, exames e/ou pesquisas, com finalidade industrial ou científica; • Arrendamento mercantil financeiro (leasing), arrendamento mercantil operacional, arrendamento simples, aluguel ou afretamento; • Sob o regime de admissão temporária ou reimportação, quando usados, reutilizáveis e não destinados à comercialização, de recipientes, embalagens, envoltórios, carretéis, separadores, racks, clip locks, termógrafos e outros bens retornáveis com finalidade semelhante destes, destinados ao transporte, acondicionamento, preservação, manuseio ou registro de variações de temperatura de mercadoria importada, exportada, a importar ou a exportar; • Nacionalizaçãode máquinas e equipamentos que tenham ingressado no país ao amparo do regime aduaneiro especial de admissão temporária para utilização econômica, aprovado pela RFB, na condição de novas.” IMPORTAÇÕES SUJEITAS A LICENCIAMENTO AUTOMÁTICO De acordo com o artigo 14 da Portaria Secex nº 23/2011, os produtos sujeitos a licenciamento automático podem ser consultados no tratamento administrativo do Siscomex, estando disponíveis no endereço eletrônico do portal para uma simples consulta pelo fato de sua informação poder estar desatualizada, prevalecendo então o constante no tratamento administrativo. As importações amparadas no regime aduaneiro especial de drawback também se sujeitam ao licenciamento de importação. O drawback consiste na isenção de tributos incidentes nos insumos (importados ou nacionais) vinculados a uma mercadoria que será exportada. IMPORTAÇÕES SUJEITAS A LICENCIAMENTO NÃO AUTOMÁTICO • Sujeitas à obtenção de cotas tarifária e não tarifária; • Ao amparo dos benefícios da Zona Franca de Manaus e das áreas de livre comércio; • Sujeitas à anuência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); • Sujeitas ao exame de similaridade; • De material usado; • Originárias de países com restrições constantes de resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU); • Substituição de mercadoria nos termos da portaria do Ministério da Fazenda nº 150, de 26 de julho de 1982; • Operações que contenham indícios de fraude; e • Sujeitas a monitoramento acerca da origem declarada de bens idênticos aos sujeitos a medidas de defesa comercial. Processamento, Tramitação e Prazos No licenciamento não automático, os pedidos têm uma tramitação de, no máximo, 60 dias corridos. Esse prazo poderá ser prorrogado quando for impossível o seu cumprimento por razões que escapem ao controle do órgão anuente do governo brasileiro. Eis a lista de alguns órgãos responsáveis pelo exame prévio da LI: Anvisa, Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior (SUEXT), Ibama, Mapa, CNEN, CNPQ, DPF e Exército. O licenciamento automático e o não automático deverão ser efetuados previamente ao embarque da mercadoria no exterior. Pedidos de prorrogação de prazo deverão ser apresentados antes do vencimento com justificativa diretamente ao(s) órgão(s) anuente(s) por meio de substituição do licenciamento 4 inicial. Como regra geral, será objeto de análise e decisão somente uma única prorrogação, com prazo máximo idêntico ao do original. Quando não forem vinculadas à DI, o Siscomex cancelará automaticamente as licenças deferidas após os 90 dias da data de validade (em LI deferida com restrição à data de embarque) ou da de deferimento (no caso daquela deferida sem restrição à data de embarque). Aspectos Comerciais PRÁTICAS DESLEAIS DE COMÉRCIO Dumping Subsídios MEDIDAS DE DEFESA COMERCIAL Direitos antidumping Direitos compensatórios Atenção O dumping ocorre quando uma empresa exporta para o Brasil um produto com um preço (de exportação) inferior àquele praticado para outro similar nas vendas feitas para o seu mercado interno (valor normal). Essa diferenciação de preços é considerada uma prática desleal de comércio. Se a indústria doméstica de um país sofrer danos em decorrência de importações de produtos similares realizadas a preço de dumping, os direitos antidumping poderão ser aplicados. A prática governamental de subsídio ocorre quando o exportador se beneficia de uma ajuda financeira ou econômica do Estado, seja ela feita diretamente ou por meio de uma empresa privada que lhe permita a colocação de seus produtos no mercado externo a um preço inferior. Esse subsídio deve ser dirigido à indústria ou ao setor do qual provêm esses produtos. As medidas compensatórias têm como objetivo compensar um subsídio concedido direta ou indiretamente no país exportador para a fabricação, a produção, a exportação ou o transporte de qualquer produto cuja exportação ao Brasil cause danos à sua indústria doméstica. 5 Não se deve confundir o dumping e o subsídio com outras práticas que ocorrem no comércio exterior, como, por exemplo: • Subfaturamento: quando o valor declarado na alfândega é menor que aquele pago pelo importador. • Ingresso com posições tarifárias incorretas: quando, com a finalidade de tributar taxas menores ou evitar algum tipo de regulamentação do comércio, a mercadoria é declarada em outra classificação, acarretando menos carga tributária. Origem incorreta: quando, a fim de tributar menos ou evitar algum tipo de regulamentação comercial, a mercadoria é declarada como sendo originária de um país distinto daquele que a produziu. Exame de Similaridade Estão sujeitas as importações amparadas por benefícios fiscais, isenção ou redução do imposto de importação, inclusive as realizadas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal, pelos municípios e pelas respectivas autarquias. Os órgãos da administração indireta que não pleitearem benefícios fiscais estão dispensados desse exame. Consiste em duas etapas. Na primeira, é realizada a apuração para saber se há produção nacional do bem em questão. Na segunda etapa, é feita a análise da capacidade de o bem nacional substituir o estrangeiro, sendo observados os seguintes parâmetros: • Qualidade equivalente e especificações adequadas ao fim a que se destine; • Preço não superior ao custo de importação, em moeda nacional, da mercadoria estrangeira, calculado o custo com base no preço CIF (sigla para as expressões em inglês cost, insurance e freight), acrescido dos tributos que incidem sobre a importação e outros encargos de efeito equivalente; • Prazo de entrega normal ou corrente para o mesmo tipo de mercadoria. Tributos e Encargos Incidentes IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II) Incide sobre mercadoria estrangeira, inclusive sobre bagagem de viajante e sobre bens enviados como presente ou amostra, ou a título gratuito. A incidência é o alvo, a área de abrangência do imposto. São consideradas mercadorias estrangeiras para fins de incidência do imposto de importação toda mercadoria procedente do exterior, inclusive mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retorne ao país, salvo se: • Enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; • Devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para substituição; • Por motivo de modificações na sistemática de importação, por parte do país importador; • Por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou por outros fatores alheios à vontade do exportador. Fato gerador do Imposto de Importação É a entrada de mercadoria estrangeira no território. Para efeito de cálculo do imposto, considera- se ocorrido o fato gerador: 6 • Na data do registro da Declaração de Importação de mercadoria submetida a despacho para consumo; • No dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de: a) Bens contidos em remessa postal internacional não sujeitos ao regime de importação comum; b) Bens compreendidos no conceito de bagagem, acompanhada ou desacompanhada; c) Mercadoria constante de manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira; d) Mercadoria estrangeira que não haja sido objeto de declaração de importação, na hipótese em que tenha sido consumida ou revendida, ou não seja localizada; • Na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria em recinto alfandegado; • Na data do registro da declaração de admissão temporária para utilização econômica. Parágrafo único. O disposto no inciso I aplica-se, inclusive, no caso de despacho para consumo de mercadoria sob regime suspensivo de tributação, e de mercadoria contida em remessa postal internacional ou conduzida por viajante, sujeita ao regime de importação comum. BASE DE CÁLCULO PARA O IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO • Quando a alíquota for ad valorem, é o valor aduaneiro apurado; e • Quando a alíquota for específica, é a quantidade apurada demercadoria expressa na unidade de medida estabelecida. Importante Toda mercadoria submetida a despacho de importação está sujeita ao controle do correspondente valor aduaneiro, para assegurar sua conformidade com as regras estabelecidas no acordo de valoração aduaneira. O valor aduaneiro é composto da seguinte forma: • O custo pago pela mercadoria no país de aquisição; • O custo de transporte da mercadoria importada até o porto ou aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira alfandegado onde serão cumpridas as formalidades de entrada no país; • Os gastos relativos à carga, à descarga e ao manuseio, associados ao transporte de mercadoria importada, até a chegada no país; • O custo do seguro de mercadoria durante as operações de carga, descarga e transporte internacional. Quando a Declaração de Importação (DI) se referir a mercadorias classificadas em mais de um código da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM): • O custo do transporte de cada mercadoria será obtido mediante a divisão do valor total do transporte proporcionalmente aos pesos líquidos das mercadorias; e • O custo do seguro de cada mercadoria será obtido mediante a divisão do valor total do seguro proporcionalmente aos valores das mercadorias, carregadas, no local de embarque. Regime de Tributação Simplificada - RTS Permite o pagamento do Imposto de Importação de bens contidos em remessa internacional, destinada à pessoa física ou jurídica, mediante aplicação da alíquota única de 60% (sessenta por cento). Os bens contidos em remessa internacional deverão ter valor total de até US$3.000.00 (três mil dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda. No caso da importação por remessa internacional, por pessoa física para uso próprio ou individual, de produtos acabados pertencentes às classes de medicamentos no valor de até US$10.000.00, ou o equivalente em outra moeda, a alíquota do Imposto de Importação será de 0%, desde que cumpridos todos os requisitos estabelecidos pelos órgãos de controle administrativo. A base de cálculo do Imposto de Importação é o valor aduaneiro da totalidade dos bens contidos na remessa internacional. O valor aduaneiro, por sua vez, corresponderá ao valor dos bens, 7 acrescido do valor do frete e do seguro até o local de destino no país, exceto quando já estiverem incluídos. O valor dos bens será: • O preço de aquisição, no caso de bens adquiridos no exterior pelo destinatário da remessa. • O valor declarado pelo remetente, no caso de bens recebidos do exterior pelo destinatário da remessa a título não oneroso, incluindo brindes, amostras ou presentes, desde que o valor seja compatível com os preços normalmente praticados na aquisição de bens idênticos ou similares. Regime de Tributação Especial - RTE Os bens tributáveis de bagagem desacompanhada que chegarem ao país como remessa internacional poderão, caso haja opção pelo contribuinte, se submeter ao Regime de Tributação Especial (RTE), desde que os bens estejam de acordo com os requisitos previstos na norma específica de bagagem e que não tenha ocorrido o desembaraço da Declaração de Importação em outro regime. O despacho ocorrerá mediante o registro de DSI no Siscomex Importação. O destinatário deverá indicar aos Correios (ECT) ou à empresa de courier sua intenção de utilizar o RTE, mediante comunicação na forma prevista pelo serviço de atendimento ao cliente da respectiva empresa. Regime de Tributação Unificada - RTU A opção pelo Regime de Tributação Unificada (RTU) foi simplificada a partir da publicação da IN RFB 1.698/2017. Trata-se de um regime especial de tributação regido pela Lei 11.898/2009, regulamentada pelo Decreto 6.956/2009 . Este foi alterado pelo Decreto 9.525/2018, trazendo nova lista de produtos abrangidos pelo RTU. São beneficiários desse regime: • Empresas microimportadoras; • Microempreendedores individuais (MEI); • Empresários individuais; • Empresas enquadradas no Simples Nacional. O importador poderá peticionar sua habilitação ao RTU em qualquer unidade da RFB, exclusivamente por protocolo de processo eletrônico. Posteriormente, será encaminhado para a unidade aduaneira da RFB em que mantiver seu domicílio tributário, salvo determinações da mesma que visem maior agilidade de análise processual. Programa de Integração Social (PIS) na importação e Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) A COFINS-Importação e o PIS-Importação são contribuições sociais de competência federal para financiamento da seguridade social, incidentes sobre a importação de produtos estrangeiros. Essas contribuições dão tratamento tributário isonômico entre os bens produzidos no país, que sofrem a incidência destas, e os bens importados, que são tributados às mesmas alíquotas dos bens nacionais. Tais contribuições sociais atendem também ao princípio da não cumulatividade e, assim, os valores pagos no momento da importação podem ser creditados pelo importador para posterior compensação com as contribuições por ele devidas. Consideram-se também estrangeiros: I - Bens nacionais ou nacionalizados exportados, que retornem ao país, salvo se: • O fato gerador será a entrada de bens estrangeiros no território nacional, sendo estes os que constem como tendo sido importados e cujo extravio venha a ser apurado pela administração aduaneira. • Para efeito de cálculo das contribuições, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro da declaração de importação de bens submetidos a despacho para consumo. Exemplo 8 Dados: NCM 9608.10.00 Canetas Esferográficas PIS-Importação COFINS-Importação Preço FOB = US$800.00 Frete Internacional = US$180.00 Seguro Internacional = US$20.00 Taxa de Câmbio em 26/09/2020 = US$ = R$5,5667 Resposta Valor Aduaneiro = Preço FOB + Frete Internacional + Seguro Internacional Valor Aduaneiro = (R$4.453,37 + R$1.002,00 + R$111,33) = R$5.566,70 PIS-Importação 2,10% = (R$5.566,70 x 2,10%) = R$116,90 COFINS-Importação 9,65% = (R$5.566,70 x 9,65%) = R$537,19 Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) É uma das Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) para atender aos encargos da intervenção da União no apoio ao desenvolvimento da marinha mercante e da indústria de construção e reparação naval brasileiras, e constitui fonte básica do Fundo de Marinha Mercante (FMM). Assim, os pedidos de restituição, concessão de benefícios e demais solicitações referentes ao AFRMM deverão ser encaminhados às unidades da Receita Federal do Brasil, conforme procedimentos descritos nesse manual e nos atos normativos expedidos pela RFB. Recentemente, ocorreram mudanças significativas na AFRMM que impactam diretamente o setor de comércio exterior no Brasil. Anteriormente calculado em 25%, o AFRMM referente ao frete internacional foi substancialmente reduzido para 8%. INCIDÊNCIA O AFRMM incide sobre o frete, que é a remuneração do transporte aquaviário da carga de qualquer natureza descarregada em porto brasileiro. Entende-se por remuneração do transporte aquaviário: o frete para o transporte marítimo da carga; todas as despesas portuárias com a manipulação de carga e as despesas anteriores e posteriores a esse transporte; e outras despesas de qualquer natureza a ele pertinentes. FATO GERADOR O fato gerador do AFRMM é o início da operação de descarregamento da embarcação em porto brasileiro — que pode ser proveniente do exterior — em navegação de longo curso, em navegação de cabotagem ou em navegação fluvial e lacustre. Base de cálculo => Remuneração do transporte aquaviário − Frete Internacional (constante no B/ L). O AFRMM deverá ser pago no prazo de até 30 (trinta) dias, contados da data do início efetivo da operação de descarregamento da embarcação. Alíquota => 25% O pagamento do AFRMM, acrescido das taxas de utilização do Sistema Eletrônico de Controle de Arrecadação do Adicional ao Frete para a Renovaçãoda Marinha Mercante, de R$1,20, será efetuado pelo contribuinte antes da liberação da mercadoria pela Secretaria da Receita Federal. O Decreto estabelece que deverá ser recolhido juntamente com o pagamento do AFRMM o valor de R$20,00 por emissão de Conhecimento de Embarque (CE) Mercante. ALÍQUOTAS O AFRMM será calculado sobre a remuneração do transporte aquaviário, aplicando-se as alíquotas previstas no artigo 6º da Lei 10.893/2004 e alteradas pela Lei 14.301/2022, que são: I - 8% (oito por cento) na navegação de longo curso; II - 8% (oito por cento) na navegação de cabotagem; III - 40% (quarenta por cento) na navegação fluvial e lacustre, por ocasião do transporte de granéis líquidos nas Regiões Norte e Nordeste; IV - 8% (oito por cento) na navegação fluvial e lacustre, por ocasião do transporte de granéis sólidos e outras cargas nas Regiões Norte e Nordeste. Na navegação de longo curso, quando o frete estiver expresso em moeda estrangeira, a conversão para o padrão monetário nacional será feita com base na tabela “taxa de conversão de câmbio” do Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen), utilizada pelo Siscomex, vigente dois dias anteriores à data do efetivo pagamento do AFRMM. 9 javascript:void(0) Exemplo: Dados: NCM 9608.10.00 Canetas Esferográficas AFRMM 8% Preço FOB = US$800.00 Frete Internacional = US$180.00 Seguro Internacional = US$20.00 Taxa de Câmbio em 26/09/2020 = US$ = R$5,5667 Cálculo: Valor Frete Internacional = (US$180.00 x R$5,5667) = R$1.002,01 AFRMM 8% (R$1.002,01 x 8%) = R$80,16 (+) TUM = R$1,20 (+) CE Mercante = R$20,00 Valor total (R$80,16 + R$1,20 + R$20,00) = R$101,36 Taxa de Utilização do Siscomex (TUS) Essa taxa tem como fato gerador a utilização do sistema em questão e é devida independentemente da ocorrência de tributo a recolher, sendo debitada em conta corrente, junto com os demais tributos regularmente incidentes na importação, à razão de: I − R$185,00 (cento e oitenta e cinco reais) por DI; II − R$29,50 (vinte e nove reais e cinquenta centavos) para cada adição de mercadoria à DI, observados os seguintes limites: • Até a 2ª adição − R$29,50; • Da 3ª à 5ª − R$23,60; • Da 6ª à 10ª − R$17,70; • Da 11ª à 20ª − R$11,80; • Da 21ª à 50ª − R$5,90; e • A partir da 51ª − R$2,95. CIDE-Combustíveis (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre as operações realizadas com combustíveis) As Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) são tributos de competência federal que possuem caráter regulatório. Incide sobre a importação e comercialização de derivados de petróleo. Também atende ao princípio da não cumulatividade. Assim, o valor pago no momento da importação é creditado pelo importador para compensação com as contribuições devidas em operações posteriores que ele realizar com as mercadorias. A base de cálculo da CIDE-Combustíveis é a quantidade comercializada do produto expressa nas unidades de medida constantes dos Anexos I e II da Instrução Normativa SRF 422/04. FATO GERADOR A CIDE-Combustíveis tem como fatos geradores as seguintes operações, realizadas com os combustíveis elencados no art. 3º da Lei 10.336, de 2001 (gasolinas, diesel, querosene etc.): a) A comercialização no mercado interno; e b) A importação. CONTRIBUINTE São contribuintes da CIDE-Combustíveis: o produtor, o formulador e o importador (pessoa física ou jurídica). BASE DE CÁLCULO Nas operações relativas à importação, a base de cálculo é a unidade de medida, para cada um dos produtos sobre os quais incide a contribuição. CIDE-Combustíveis = Alíquota CIDE x Quant. Prod. Encargos relativos à Defesa Comercial Não se aplicam medidas de salvaguarda contra produto procedente de países em desenvolvimento quando a parcela que lhe corresponda nas importações do produto considerado não for superior a 3%, desde que a participação do conjunto dos países em 10 desenvolvimento não represente, em conjunto, mais do que 9% das importações do produto considerado. Exemplo Dados: NCM 8414.51.10 Ventiladores de mesa País de Origem: China Direito Aplicado: Alíquota específica de US$ 11,76/unidade. Preço FOB = US$800.00 Frete Internacional = US$180.00 Seguro Internacional = US$20.00 Taxa de Câmbio em 26/09/2020 = U$ = R$5,5667 Quantidade: 100 Resposta Antidumping por unidade = (US$11.76 x R$5,5667) = R$65,46 Antidumping Total = (R$65,46 x 100) = R$6.546,00 ICMS na importação O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é um tributo de competência estadual, cobrado em cima da circulação de mercadorias e bens importados de outros lugares. Isso significa que cada estado brasileiro legisla de modo diferente esse imposto, no tocante, principalmente, às alíquotas e suas exceções.Na prática, ele é um imposto cobrado de forma indireta, ou seja, seu valor é adicionado ao preço do produto ou serviço prestado. O valor só é cobrado quando a mercadoria ou o serviço é prestado para o consumidor, que passa a ser o titular deste item ou do resultado da atividade realizada. CONCEITOS BÁSICOS Existem alguns conceitos básicos com relação a esse cálculo que precisam ser considerados. • Fato gerador: O ICMS na importação tem seu fato gerador no momento do desembaraço aduaneiro da mercadoria. • Incidência: Incide sobre a entrada de bem ou mercadoria importada do exterior por pessoa física ou jurídica. Ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, ele incide sobre qualquer finalidade. • Base de cálculo: Embora esse imposto seja estabelecido por cada estado, os regulamentos apresentam características tributárias semelhantes. Existe diferenciação em relação a algumas isenções e alíquotas, mas basicamente os seguintes termos valem para todo o Brasil: • Na composição da base de cálculo do ICMS, deve-se considerar o valor da mercadoria que consta do documento de importação, acrescido do valor dos impostos de importação. Deve-se incluir também quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras. Uma curiosidade é que o próprio ICMS integra sua base de cálculo; e • Despesas aduaneiras são aquelas efetivamente pagas à repartição alfandegária até o momento do desembaraço da mercadoria, incluindo as diferenças de peso, classificação fiscal de mercadorias e multas por infrações. Exemplo: Dados: NCM 8414.51.10 Ventiladores de mesa País de Origem: China Direito Aplicado: Alíquota específica de US$11.76/unidade. I.Importação 20% IPI 15% PIS 2,10% COFINS 9,65% AFRMM 25% TAXA SISCOMEX DI com 1 adição ICMS 18% Preço FOB = US$800.00 Frete Internacional = US$150.00 Seguro Internacional = US$50.00 Taxa de Câmbio em 26/09/2020 = U$ = R$5,5667 Quantidade: 100 unidades 11 Primeiro somamos todos os tributos e despesas aduaneiras em R$15.368,34 (R$5.566,70 + R$1.113,34 + R$1.002,01 + R$116,90 + R$537,19 + R$271,70 + R$214,50 + R$6.546,00) = R$15.368,34 Em seguida, acrescentamos o ICMS na base de cálculo. Neste caso, como a alíquota é 18%, dividimos o somatório por 0,82, que é a representação da seguinte proporcionalidade O somatório representa 82% do valor da base de cálculo, que representa 100% (R$15.368,34 / 0,82 ) = R$18.741,88 Após obtermos a base de cálculo com o valor acrescido do ICMS, aplicar a alíquota de 18% R$18.741,88 x 18% = R$3.373,54 Modalidades de Despacho Aduaneiro A instrução normativa RECEITA FEDERAL nº 680/2006 estabelece duas formas de despacho aduaneiro aplicáveis às mercadorias procedentes do exterior — o despacho para consumo e o despacho para admissão em regime aduaneiro especial. Vejamos o que diz a normativa: Cálculo Valor Aduaneiro = R$5.566,70 (US$800.00 + US$150.00 + US$50.00) x R$5.5667 I. Importação 20% = R$1.113,34 (R$5.566,70 x 20%) I.P.I. 15 % = R$1.002,01 (R$ 5.5667,70 + R$ 1.113,34) x 15 % PIS 2,10% = R$116,90 (R$5.566,70 x 2,10%) COFINS 9,65% = R$537,19 (R$5.566,70 x 2,10%) AFRMM 25% = R$271,70 ((US$180.00 x R$5,5667) x 25%) + R$1,20 + R$20,00) TAXA SISCOMEX= R$214,50 (R$185,00 + R$29,50) ANTIDUMPING = R$6.546,00 (US$11.76 x R$ 5,5667) = R$65,46 x 100 unidades ICMS 18% = R$3.373,54 12 Art. 2º – O despacho aduaneiro de importação compreende: I – despacho para consumo, inclusive da mercadoria: a) ingressada no País com o benefício de drawback; b) destinada à Zona Franca de Manaus (ZFM), à Amazônia Ocidental, a Área de Livre Comércio (ALC) ou a Zona de Processamento de Exportação (ZPE); c) contida em remessa postal internacional ou expressa ou, ainda, conduzida por viajante, se aplicado o regime de importação comum; d) admitida em regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais, na forma do disposto no inciso II, que venha a ser submetida ao regime comum de importação; e II – despacho para admissão em regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais, de mercadoria que ingresse no País nessa condição. Mercadorias oriundas diretamente do exterior Uma declaração relativa às mercadorias oriundas diretamente do exterior só poderá se referir a uma das seguintes hipóteses, mutuamente excludentes: a) Mercadoria para consumo (inclusive drawback e originária do regime DAC) b) Mercadoria para admissão Em um dos seguintes regimes especiais ou atípicos: • Admissão Temporária; • Entreposto Aduaneiro; • Entreposto Industrial; • Depósito Especial Alfandegado; • Área de Livre Comércio; • Zona Franca de Manaus; • Entreposto Internacional da ZFM; • Depósito Aduaneiro de Distribuição; • Loja Franca. Uma declaração relativa às mercadorias com admissão anterior em regime aduaneiro especial ou atípico só poderá contemplar uma das seguintes hipóteses: A) NACIONALIZAÇÃO: • De Admissão Temporária; • De Entreposto Aduaneiro; • De Depósito Especial Alfandegado (DEA); • De Regime Aduaneiro Especial – Geral. B) INTERNAÇÃO: • De Área de Livre Comércio (ALC); • Da Zona Franca de Manaus – Produto Industrializado (ZFM-PI); • Da Zona Franca de Manaus – Produto Estrangeiro (ZFM-PE). C) SAÍDAS: • Do Entreposto Internacional da ZFM; • De Entreposto Industrial. PRAZOS Momento inicial O despacho aduaneiro se inicia com o registro da Declaração de Importação no Siscomex. Nesse momento, ocorre o pagamento dos tributos federais, quando for o caso. Como regra geral, o despacho aduaneiro somente deverá ter início após a chegada da mercadoria na UNIDADE DA RECEITA FEDERAL de despacho. DESPACHO ANTECIPADO A regra geral do momento inicial do despacho fica excetuada no despacho antecipado. O despacho antecipado permite o registro da Declaração de Importação (DI) relativa à mercadoria que proceda diretamente do exterior, antes da sua descarga na unidade da Receita Federal de despacho, em situações determinadas. • Mercadoria transportada a granel, cuja descarga deva ser realizada diretamente para terminais de oleodutos, silos, depósitos próprios ou veículos; 13 javascript:void(0) javascript:void(0) • Mercadoria inflamável, corrosiva, radioativa ou que apresente características de periculosidade; • Plantas e animais vivos, frutas frescas e outros produtos facilmente perecíveis ou suscetíveis de danos causados por agentes exteriores; • Papel para impressão de livros, jornais e periódicos; • Órgão da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal, inclusive autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas; • Mercadoria transportada por via terrestre, fluvial ou lacustre; • Mercadoria importada por meio aquaviário, quando o importador for certificado como operador econômico autorizado (OEA), na modalidade OEA – Conformidade Nível 2, conforme disciplinado em ato da Coana; • Outras situações ou produtos, a serem avaliados pelo chefe da unidade da RECEITA FEDERAL de despacho, mediante justificativa. DESPACHO DE IMPORTAÇÃO O despacho de importação deverá ser iniciado em: • Até noventa dias da descarga, se a mercadoria estiver em recinto alfandegado de zona primária; • Até quarenta e cinco dias após esgotar-se o prazo de permanência da mercadoria em recinto alfandegado de zona secundária; • Até noventa dias, contados do recebimento do aviso de chegada da remessa postal. Atenção Em relação a bagagens, acompanhadas ou desacompanhadas, o despacho aduaneiro deve ser iniciado em até 45 (quarenta e cinco) dias da chegada no País Caracterização de Abandono O descumprimento dos prazos fixados para o início do despacho de importação acarreta a presunção de abandono, podendo resultar na aplicação da pena de perdimento das mercadorias, nos termos do artigo 642 do Regulamento Aduaneiro. Na mesma situação de abandono e com as mesmas implicações, estarão mercadorias importadas cujo despacho aduaneiro seja interrompido por mais de 60 dias, por ação ou omissão do importador. São consideradas ação ou omissão do importador, entre outras ocorrências: i) A não apresentação de documentos exigidos pela repartição, indispensáveis ao prosseguimento do despacho; ii) A ausência ao ato de verificação da mercadoria objeto do despacho. Casos específicos Para alguns produtos sujeitos à selagem na importação, o importador terá o prazo para registro da declaração de importação contado a partir da data de fornecimento do selo de controle pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. • Os artigos 348 e 352 do Decreto nº 7.212/2010 determinam que o importador de cigarros e cigarrilhas ― classificados nos códigos 2402.20.00 e 2402.10.00 ― terá o prazo de 90 (noventa) dias, a partir da data do fornecimento do selo de controle, para efetuar o registro da declaração de importação. • Já o importador de produtos classificados no código 2208.30 (uísques) terá o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data de fornecimento do selo de controle, para efetuar o registro da declaração de importação (artigos 49 e 51, § 4° da IN RF n° 1.432/2013). Exemplo Supondo que, em uma importação de cigarros, a carga tenha chegado ao porto no dia 01/02/2020. A DI teria de ser registrada até o dia 01/05/2020 – no prazo de 90 (noventa) dias da chegada. Caso os selos de controle tenham sido fornecidos no dia 15/01/2020 — antes da chegada da carga —, então o prazo de 90 (noventa) dias para registro da DI deverá ser contado do fornecimento do selo, e não da chegada. 14 Penalidades Caso o importador não registre a declaração de importação no prazo de 90 (noventa) dias, a contar do fornecimento dos selos de controle, ficará sujeito às penalidades. O importador poderá, antes de ser aplicada a pena de perdimento, iniciar ou retomar o despacho aduaneiro mediante o cumprimento das formalidades exigidas, bem como do pagamento dos tributos incidentes, acrescidos de juros e da multa de mora, e das despesas decorrentes da permanência da mercadoria no recinto alfandegado. A pena de perdimento, aplicada por decurso de prazo, poderá ser convertida, a requerimento do importador, em multa, antes de ocorrida a destinação. Dispensa Está dispensada de despacho de importação a entrada, no País, de mala diplomática, assim considerada a que contenha tão somente documentos diplomáticos e objetos destinados para uso oficial (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, art. 27, promulgada pelo Decreto nº 56.435/1965). Declaração de Importação – DI A declaração de importação deverá conter: Identificação do importador; identificação, classificação, valor aduaneiro e origem da mercadoria. A Receita Federal poderá exigir, na declaração de importação, outras informações, inclusive as destinadas a estatísticas de comércio exterior. REGISTRO DA DI É registrada pelo importador no Siscomex, que lhe atribui numeração automática única, sequencial e nacional, reiniciada a cada ano (arts. 14 a 16 da IN SRF nº 680/2006). Essa numeração consiste na prestação das informações correspondentes à operação de importação, contendo dados de natureza comercial, fiscal e cambial sobre as mercadorias (art. 551 do Regulamento Aduaneiro). O registro da DI somenteé efetivado: • Se verificada a regularidade cadastral do importador; • Após o licenciamento da operação de importação, quando exigível, e a verificação do atendimento às normas cambiais, conforme estabelecido pelos órgãos e agências da administração pública federal competentes; • Após o registro da chegada da carga, exceto na modalidade de registro antecipado da DI; • Se a carga não estiver em situação que impeça a vinculação da DI ao conhecimento de carga correspondente no Mantra ou no Siscomex Carga (IN SRF n. 102/1994, art. 38 da IN SFR n. 800/2007); • Após a confirmação, pelo banco, da aceitação do débito relativo aos tributos, às contribuições e aos direitos devidos, inclusive da Taxa de Utilização do Siscomex; • Se não for constatada qualquer irregularidade impeditiva do registro. Regulamento aduaneiro O regulamento aduaneiro dispõe, em seu artigo 553, que a Declaração de Importação será obrigatoriamente instruída com: • Via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente; • Via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; • Comprovante de pagamento dos tributos, se exigível. O parágrafo único estabelece, ainda, que poderão ser exigidos outros documentos instrutivos da declaração aduaneira em decorrência de acordos internacionais ou por força de lei, de regulamento ou de outro ato normativo. A Instrução Normativa SRF n. 680/2006, em seu artigo 18, dispõe que: Art. 18. A DI será instruída com os seguintes documentos: I – via original do conhecimento de carga ou documento equivalente; II – via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; III – romaneio de carga (packing list), quando aplicável; e 15 IV – outros, exigidos exclusivamente em decorrência de Acordos Internacionais ou de legislação específica Conhecimento de Carga Constitui prova de posse ou de propriedade da mercadoria. Cada conhecimento de carga deverá corresponder a uma única declaração de importação, salvo exceções estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal. DOCUMENTAÇÃO • Via original do Conhecimento de Carga ou documento equivalente (obrigatório); • Via original da Fatura Comercial, assinada pelo exportador (obrigatório); • Comprovante de pagamento dos tributos (obrigatório, se exigível); • Packing list (Romaneio de Carga), quando aplicável; • Prova de Origem, quando aplicável; • Manifesto de Carga, a ser exigido, exclusivamente, em decorrência de acordos internacionais ou de legislação específica. O importador deverá vincular o dossiê eletrônico, com os documentos instrutivos digitalizados, à Declaração de Importação (art. 19 da IN SRF n. 680/2006). Essa vinculação fica dispensada quando a DI for direcionada para o canal verde de conferência (Portaria COANA n. 30, 02 de março de 2015). Os originais dos documentos referidos no caput deverão ser entregues à Receita Federal sempre que solicitados. Além disso, tais originais devem ser mantidos em poder do importador pelo prazo previsto na legislação tributária a que está submetido. Atenção A transferência de titularidade de mercadoria de procedência estrangeira por endosso no conhecimento de carga somente será admitida mediante a comprovação documental da respectiva transação comercial. Essa obrigação será dispensada no caso de endosso bancário ou em outras hipóteses estabelecidas em ato normativo. FUNÇÕES E DENOMINAÇÕES • Define a contratação da operação de transporte internacional; • Comprova o recebimento da mercadoria na origem e a obrigação de entregá-la no lugar de destino; • Constitui prova de posse ou propriedade da mercadoria; • É um documento que ampara a mercadoria e descreve a operação de transporte. O conhecimento de carga recebe denominações específicas em função da via de transporte: • Rodoviário – Conhecimento de Transporte Rodoviário (CRT); • Ferroviário – Conhecimento de Carga Ferroviária (TIF/CTF); • Marítimo – Bill of Landing (BL); • Aéreo – Airway Bill (AWB). CONSIGNAÇÃO A consignação, no conhecimento de carga, prova a propriedade da mercadoria e pode ser: NOMINATIVA: Quando conste, do conhecimento original, o nome por extenso do destinatário da mercadoria. - À ORDEM DO EMBARCADOR: Quando a propriedade se consigna ao remetente. - AO PORTADOR: O proprietário será qualquer pessoa que apresente o conhecimento. EMISSOR E CONSIGNATÁRIO O conhecimento de carga se classifica, conforme o emissor e o consignatário, em: - ÚNICO: Se emitido pelo próprio transportador (agência de navegação, companhia aérea, armador), quando o consignatário não for um agente desconsolidador. - GENÉRICO OU MASTER: Se emitido pelo próprio transportador (agência de navegação, companhia aérea, armador), quando o consignatário for um desconsolidador. - AGREGADO, HOUSE OU FILHOTE: Quando for emitido por um agente consolidador de cargas e o consignatário não for um desconsolidador. 16 - SUBMASTER OU COLOADER: Quando for emitido por um agente consolidador de cargas e o consignatário for outro agente desconsolidador de cargas. A cada conhecimento de carga deve corresponder uma única DI. As exceções estão estabelecidas nos art. 67 e 68 da IN SRF n. 680/2006, art. 555 do Regulamento Aduaneiro. A DI deve ser registrada em nome do consignatário do conhecimento, ressalvados os casos de nacionalização em determinados regimes aduaneiros especiais. Por exemplo, caso da admissão temporária e entreposto aduaneiro. Os conhecimentos do tipo filhote e único são os que podem amparar o despacho aduaneiro de importação. Já os conhecimentos genéricos e submaster não podem amparar DI, mas podem amparar o regime aduaneiro especial de trânsito aduaneiro. O endosso de conhecimento na via aquaviária deve ser efetuado pelo consignatário no Sistema de Controle da Arrecadação do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante. Atenção É válido o conhecimento de carga emitido no País, desde que assinado por procurador legalmente constituído para esse fim pelo transportador. DISPENSA Não será exigida a apresentação do conhecimento de carga: • No despacho para consumo de mercadoria desnacionalizada ou estrangeira que, após ter sido submetida ao despacho aduaneiro de exportação, permaneça no País, em caráter definitivo ou temporário, nos termos da legislação específica; • Nos despachos para consumo de mercadoria de origem estrangeira que venha a ser transferida para outro regime aduaneiro especial ou despachada para consumo, independentemente do despacho a que foi submetida por ocasião do seu ingresso no país; • Na hipótese de a mercadoria ingressar no País: • Por seus próprios meios; • Transportada em mãos; • Em condição ou finalidade para a qual a legislação não obrigue sua emissão; • Em outras hipóteses estabelecidas em ato da COANA. • Nos despachos de mercadoria transportada ao País no modal aquaviário, acobertada por Conhecimento Eletrônico (CE). Considera-se ocorrido o embarque da mercadoria, para efeitos fiscais, na data de emissão do conhecimento de carga, que deve identificar a unidade de carga em que a mercadoria amparada por ele esteja contida. Fatura Comercial A fatura comercial é o documento de natureza contratual que espelha a operação de compra e venda entre o importador brasileiro e o exportador estrangeiro. A Declaração de Importação (DI) deverá ser obrigatoriamente instruída com a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador ou seu representante. A não apresentação da via original acarretará na interrupção do curso do despacho (art. 570, § 1º, inciso I, do Regulamento Aduaneiro). A primeira via da fatura comercial será sempre a original, podendo ser emitida por qualquer processo (art. 559 do Regulamento Aduaneiro), assim como as demais vias. Quando emitida por processo eletrônico, será aceita como primeira via da fatura comercial aquela em que conste, expressamente, tal indicação. A fatura deve conter as seguintes indicações (art. 557 do Regulamento Aduaneiro): a) Nomee endereço completos do exportador; b) Nome e endereço completos do importador; c) Especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio. Caso as especificações das mercadorias estejam em outro idioma, devem ser acompanhadas de tradução em língua portuguesa, a critério da autoridade, contendo as denominações próprias e comerciais, com a indicação dos elementos indispensáveis a sua perfeita identificação. Os idiomas oficiais do Acordo GATT são o inglês, o francês e o espanhol. d) Marca, numeração e, se houver, número de referência dos volumes; 17 e) Quantidade e espécie dos volumes; f) Peso bruto dos volumes – mercadoria com todos os seus recipientes, embalagens e demais envoltórios; g) Peso líquido – mercadoria livre de todo e qualquer envoltório; h) País de origem – aquele onde houver sido produzida a mercadoria ou onde tiver ocorrido a última transformação substancial; i) País de aquisição – aquele onde a mercadoria foi adquirida para ser exportada para o Brasil, independentemente do país de origem da mercadoria ou de seus insumos; j) País de procedência – aquele onde se encontrava a mercadoria no momento de sua aquisição; k) Preço unitário, total de cada espécie de mercadoria e, se houver, o montante e a natureza das reduções e dos descontos concedidos ao importador; l) Frete e demais despesas relativas às mercadorias especificadas na fatura; m) Condições e moeda de pagamento; n) Termo da condição de venda (INCOTERM). Atenção O conhecimento de carga aéreo se equipara à fatura comercial. Para isso, no entanto, é necessário que constem nele as indicações de quantidade, espécie e valor das mercadorias que lhe correspondam (art. 560 do Regulamento Aduaneiro). Romaneio de Carga - Packing List Discrimina todas as mercadorias embarcadas ou todos os componentes de uma carga em quantas partes estiver fracionada. O objetivo é detalhar como a mercadoria está apresentada, a fim de facilitar a identificação e localização de qualquer produto dentro de um lote. Não existe um modelo padrão para o romaneio. No entanto, ele contém os seguintes elementos usualmente: • Quantidade total de volumes (embalagem); • Marcação dos volumes; • Identificação dos volumes por ordem numérica; • Espécie de embalagens (caixa, pallet etc.) contendo peso líquido, peso bruto, dimensões unitárias e volume total da carga. Atenção A não apresentação do romaneio de carga (packing list) na instrução do despacho aduaneiro (em situações em que seja prática corrente sua emissão) acarreta a aplicação da multa de R$500,00 prevista na alínea “e”, inciso VIII do art. 728 do Regulamento Aduaneiro. Certificado de Origem PROVA DE ORIGEM OU REGIME DE ORIGEM Na importação de mercadoria que goze de tratamento tributário favorecido em razão de sua origem, sua comprovação será feita por qualquer meio julgado idôneo, em conformidade com o estabelecido no correspondente acordo internacional (art. 563 do Regulamento Aduaneiro). Os Acordos Internacionais de Comércio possuem: • Regras de origem; • Maneira pela qual a origem será comprovada; • Procedimentos de verificação e controle dessas regras. Esse conjunto de elementos recebe o nome de regime de origem. Normalmente, os regimes de origem constam como anexos dos acordos comerciais. Deve-se observar que a IN SRF n. 1864/2018 dispõe sobre os procedimentos de controle de verificação de origem de mercadorias importadas com tratamento tarifário preferencial. CERTIFICADO E DECLARAÇÃO DE ORIGEM Os regimes de origem dos acordos comerciais dos quais o Brasil é signatário estabelecem que a comprovação da origem de uma mercadoria pode ser realizada, em regra, mediante a apresentação de um certificado de origem, mas também por uma declaração de origem do exportador ou produtor. 18 CASOS ESPECIAIS Em alguns casos excepcionais, pode até mesmo ser dispensada a prova de origem em razão, por exemplo, do baixo valor da mercadoria. Alguns acordos também podem prever a possibilidade de a prova de origem cobrir um determinado período, e não apenas uma operação. Também há hipóteses em que a assinatura da prova de origem pode ser dispensada para alguns operadores cadastrados. Em resumo, na dúvida, deve-se sempre consultar o correspondente texto do acordo comercial para se certificar de como deve ser comprovada a origem. MERCADORIA IMPORTADA ACOMPANHADA DE CCROM E CCPTC Uma mercadoria importada, acompanhada de um Certificado de Origem Mercosul, é identificada pelo sistema informatizado de comércio exterior do Estado Parte ― no Brasil, pelo Siscomex ― mediante a geração de um código alfanumérico. Tal código é denominado Certificado de Cumprimento do Regime de Origem Mercosul (CCROM) e é atribuído às importações, conforme definido na IN SRF n. 646/2006. A mercadoria amparada por um CCROM pode circular livremente no bloco, sem o pagamento de imposto de importação. CERTIFICADO DE ORIGEM NÃO PREFERENCIAL O certificado de origem poderá ser exigido para comprovação de origem não preferencial nos casos em que a mercadoria esteja sujeita à medida de defesa comercial. Nesses casos, o certificado de origem é o documento utilizado para comprovar que a mercadoria não é originária do país para o qual foi estabelecida a medida de defesa comercial. Atenção A falta de comprovação da origem não preferencial sujeita o importador ao recolhimento da multa de 30% sobre o valor aduaneiro das mercadorias (art. 42 da Lei n. 12.546/2011). Despacho Aduaneiro X Desembaraço O despacho aduaneiro é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador referente à mercadoria importada, aos documentos apresentados e à legislação específica. Nesse sentido, o desembaraço aduaneiro é a última etapa do despacho aduaneiro. PROCEDIMENTOS DO DESPACHO ADUANEIRO CHEGADA E DISPONIBILIDADE DA CARGA NA URF DE DESPACHO – ETAPA 1 A informação da presença da carga, qualquer que seja a forma, representa a comprovação, pelo depositário, da disponibilidade da carga recolhida sob sua custódia. A informação da presença de carga, no entanto, ocorre de maneiras distintas, conforme o Modal de Transporte ― aéreo, marítimo ou terrestre. Vejamos: - AÉREO: O Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento (Mantra) se destina ao controle informatizado das cargas procedentes diretamente do exterior e das procedentes de trânsito aduaneiro, desde a sua chegada até a sua saída da zona primária, nos aeroportos internacionais do País. A manifestação da carga é o procedimento pelo qual o transportador, antes da chegada do veículo em aeroporto internacional, informa, no sistema, as cargas procedentes diretamente do exterior. O registro da chegada efetiva é o procedimento pelo qual o transportador ― ou, na sua ausência, a Receita Federal ― registrará, no sistema, a chegada efetiva do veículo aéreo ou rodoviário. Informada a chegada do veículo, o sistema gera automaticamente o número do termo de entrada (TE), que passa a identificar o manifesto informatizado. O armazenamento é o procedimento pelo qual o depositário informa no sistema os dados da carga que esteja sob sua custódia. No registro do armazenamento, o depositário confere a carga recebida para armazenamento e informa, no sistema, quantidade, peso e eventual avaria da carga. Encerrado o armazenamento, o sistema procede ao batimento automático dos dados do armazenamento com os de informação 19 da carga prestados pelo transportador, de forma a identificar os casos de falta, excesso ou avaria. Já a indisponibilização da carga é o procedimento de segurança que permite bloqueá-la no sistema, é efetuada pela Receita Federal ― ao detectar indícios de infração ― ou pelo sistema de forma automática ― caso sejam detectadas divergências ou inconsistências entre as informações prestadas pelo transportador e pelo depositário. No momento do registro da DI, ocorre a vinculação dacarga disponível à declaração, evitando que uma mesma carga seja vinculada a mais de uma declaração. - MARÍTIMO: O módulo de controle de carga aquaviária do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) é denominado Siscomex Carga. Esse módulo controla a entrada e a saída de embarcações, a movimentação de cargas e unidades de carga em portos, bem como a entrega de carga pelo depositário (IN RF n. 800/2007). As informações necessárias aos controles serão prestadas à Receita Federal pelos intervenientes. Já os dados relacionados ao veículo transportador serão prestados, na escala, pela empresa de navegação operadora da embarcação ou agência de navegação. A informação do Conhecimento de Carga prestada à autoridade aduaneira na forma eletrônica ― Conhecimento Eletrônico (CE) ― compreende os dados constantes do conhecimento de carga ― Bill of Lading (BL) ― informado à autoridade aduaneira na forma eletrônica. O depositário de mercadoria procedente do exterior pela via marítima, fluvial ou lacustre deverá informar, no sistema, o armazenamento da carga destinada ao seu recinto. Enquanto a função de controle de armazenamento não estiver disponível no Siscomex Carga, a informação do número identificador da carga (NIC) da carga sob a sua custódia deverá ser prestada pelo depositário, no Siscomex Importação. - TERRESTRE (FRONTEIRAS): Há um módulo no Siscomex, nas importações realizadas por via terrestre, denominado presença de carga. A função desse módulo é registrar/controlar o armazenamento da carga, permitindo o registro da DI somente para as cargas efetivamente armazenadas e ainda não submetidas a despacho, salvo exceções admitidas pela legislação. O depositário gera o NIC com base no conhecimento de carga. Por sua vez, a informação do NIC, no sistema, corresponde à confirmação da presença de carga no recinto alfandegado e é registrada na situação disponível. O Siscomex Importação permite somente o registro da DI para NIC disponível. Registrada a DI, o sistema indisponibiliza o NIC automaticamente, impedindo novas vinculações para a mesma carga. Em ponto de fronteira sem depositário, a RFB gera o NIC e o informa ao sistema. Para verificar se o veículo transportador está habilitado ao transporte rodoviário internacional, deve-se consultar o website da ANTT, na parte de Consulta de Veículos Habilitados. Em ponto de fronteira sem depositário, o MIC/DTA deve ser apresentado em vias originais por ocasião do registro da presença de carga. VERIFICAÇÃO PRÉVIA DA MERCADORIA – ETAPA 2 O importador poderá requerer sua verificação previamente ao registro da DI, no caso de haver dúvidas quanto ao tratamento tributário ou aduaneiro a ser aplicado à mercadoria importada ― inclusive no que se refere à sua perfeita identificação com vistas à classificação fiscal e à descrição detalhada. O requerimento deverá ser instruído com a cópia do conhecimento de carga correspondente e dirigido ao chefe do setor responsável pelo despacho aduaneiro. O chefe do setor deverá indicar um servidor para acompanhar o ato. Atenção Essa verificação prévia não dispensa a verificação física pela autoridade aduaneira, por ocasião do despacho de importação, se for o caso. O importador também poderá requerer a retirada de amostra. No entanto, tal retirada somente será autorizada mediante solicitação formal, por escrito ou por meios informatizados. LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO E OUTROS CONTROLES – ETAPA 3 20 O controle administrativo nas importações é realizado, atualmente, por meio da Licença de Importação (LI) sujeita à anuência de órgãos governamentais. O sistema administrativo das importações brasileiras compreende as seguintes modalidades: • Importações dispensadas de licenciamento; • Importações sujeitas a licenciamento automático; • Importações sujeitas a licenciamento não automático. Como regra geral, as importações estão dispensadas de licenciamento, de forma que os importadores devem apenas efetuar o registro da DI no Siscomex para dar início aos procedimentos do despacho aduaneiro junto à unidade da RFB. Em alguns casos, no entanto, a importação de mercadoria pode estar sujeita ao licenciamento, de acordo com a legislação específica. Nesses casos, o licenciamento pode ocorrer de forma automática ou não automática. Outros controles A solicitação dos benefícios de isenção, suspensão e não incidência do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) deverá ser registrada pelo consignatário no Sistema Mercante, com o devido enquadramento legal, antes do registro da DI correspondente. O interessado deverá, nesse caso, apresentar os documentos que comprovem o direito ao benefício acompanhado dos documentos que instruem a DI correspondente. REGISTRO DA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO – ETAPA 4 Os tributos federais devidos na importação e a taxa de utilização do SISCOMEX serão recolhidos, no momento do registro da declaração no sistema, mediante de DARF eletrônico, por débito automático em conta corrente. Para isso, o código do banco, o número da agência e da conta corrente em que deverá ocorrer o débito deverão ser informados pelo declarante. O débito dos tributos deverá ter sido efetuado para que o registro da DI se concretize. ANÁLISE FISCAL PARA SELEÇÃO DE CANAL – PARAMETRIZAÇÃO – ETAPA 5 A DI será submetida à análise fiscal, após o registro, e selecionada para um dos seguintes canais de conferência aduaneira: - Verde: O sistema registrará o desembaraço automático da mercadoria, dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria. - Amarelo: Será realizado o exame documental. Não sendo constatada irregularidade, o desembaraço aduaneiro será efetuado e dispensada a verificação da mercadoria. - Vermelho: A mercadoria somente será desembaraçada após a realização do exame documental e da verificação da mercadoria. - Cinza: Serão realizados o exame documental, a verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da mercadoria, conforme estabelecido em norma específica. ANEXAÇÃO DIGITAL DE DOCUMENTOS – ETAPA 6 Nessa etapa, deve ser feita a anexação digital de alguns documentos para as DI(s) selecionadas nos canais amarelo, vermelho e cinza de despacho. A anexação ― a ser feita no formato PDF ― refere-se aos seguintes documentos: • Extrato da DI, assinado pelo representante do importador; • Via original do conhecimento de carga ou documento equivalente; • Via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; • Romaneio de carga (packing list), quando aplicável; • Comprovante de pagamento do ICMS e/ou guia de liberação de mercadoria sem o pagamento do ICMS emitida pela Secretaria de Fazenda do estado; • Outros, exigidos exclusivamente em decorrência de Acordos Internacionais ou de legislação específica. DISTRIBUIÇÃO PARA O FISCAL – ETAPA 7 O importador deverá aguardar e acompanhar, após a recepção dos documentos, a distribuição do despacho para o auditor fiscal ― responsável pela conferência documental e física (canal amarelo/vermelho). AGENDAMENTO/MARCAÇÃO – ETAPA 8 21 Uma vez nomeado um auditor fiscal, o importador deverá resgatar o processo com esse fiscal, que já terá acesso à documentação que instrui o despacho anexado digitalmente. Nesse primeiro contato, o fiscal agenda (marca) a conferência documental ― no caso do canal amarelo ― e a verificação física da carga ― no caso de canal vermelho. AGENDAMENTO/POSICIONAMENTO DA MERCADORIA PARA CONFERÊNCIA – ETAPA 9 A verificação da mercadoria, no despacho de importação, será realizada mediante agendamento. O representante deverá verificar os procedimentos para o posicionamento da carga com o depositário, visto que esse procedimento varia de recinto para recinto. CONFERÊNCIA ADUANEIRA – ETAPA 10 No dia e horário agendados, o representante do importador deverá comparecer para a conferência aduaneira.Trata-se de uma etapa pessoal, em que o representante será atendido, em geral, por ordem de chegada. Antes da conferência física, é sugerido que o representante se dirija ao local reservado para conferência a fim de se familiarizar com a carga. DESEMBARAÇO ADUANEIRO – ETAPA 11 Concluída a conferência aduaneira, a mercadoria será desembaraçada. Nessa etapa, o auditor fiscal encerra a conferência aduaneira no Siscomex. Concluído o despacho aduaneiro e autorizada a entrega da mercadoria pela Receita Federal, o importador deverá cumprir as rotinas de pagamento dos serviços devidos pelo depositário ― por exemplo, armazenagem, movimentação, pesagem, posicionamento, etc. Entrega da Mercadoria ao Importador A verificação da regularidade do pagamento ou exoneração do AFRMM ― Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante ― será realizada mediante consulta eletrônica do Siscomex ao sistema Mercante, do Departamento do Fundo da Marinha Mercante. Tal verificação deve ser feita para autorizar a entrega, ao importador, da mercadoria importada por via marítima, fluvial ou lacustre. A autorização de entrega da mercadoria fica condicionada à: • Vinculação do NIC, indicado na DI, ao correspondente Conhecimento de Embarque (CE) no sistema mercante pelo importador; • Liberação da carga naquele sistema. Declaração de pagamento ou de exoneração do ICMS O importador deverá apresentar, por meio de transação própria no Siscomex, a declaração sobre o ICMS devido no desembaraço aduaneiro da mercadoria submetida ao despacho de importação. A declaração de que trata o caput deverá ser efetivada após o registro da DI e constitui condição para a autorização de entrega da mercadoria desembaraçada ao importador. Na hipótese de exoneração do pagamento do ICMS, nos termos da legislação estadual aplicável, o importador deverá indicar essa condição na declaração. Os dados da declaração serão fornecidos pela Receita Federal à Secretaria de Estado da Unidade da Federação indicada na declaração, pelo importador, com base no respectivo convênio para intercâmbio de informações de interesse fiscal. 22
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