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DIREITO CIBERNÉTICO Segurança, fiscalização e legislação aplicável Prof. Me. Diego Demiciano • Unidade de Ensino 1 • Competências: Conhecer os conceitos, as características da Segurança da Informação e da legislação aplicável. Aplicar os conceitos e compreender o blockchain, criptomoedas, big data, bitcoin e internet das coisas, ressaltando suas características. • Palavras-chave: Direito. Tecnologia. Inovação • Título da Teleaula: Direito, tecnologia e inovação. • Teleaula nº: 1 Conceitos Direito e Tecnologia Direito e Tecnologia A palavra tecnologia origina-se de duas palavras gregas: tekinicos, que significa arte, habilidade, prática, e logus, indicando conhecimento ou tratamento sistemático de. Assim, a tecnologia pode ser explicada como conhecimento do hábil e prático para converter algo disponível em algo mais útil (AKABANE, 2019, p. 16). Direito e Tecnologia O Direito e o dever ser Prescrição de condutas para proteger bens e evitar conflitos; Paz social; Tecnologia Busca por soluções aos problemas enfrentados; Inovações para facilitar a vida humana: A roda, a agricultura, a indústria e a internet Direito e tecnologia Os avanços tecnológicos exigem uma resposta do direito; É necessário ajustar a nova tecnologia ao ordenamento já existente para evitar conflitos. Caso Uber e Taxis; Direito e tecnologia O Direito Cibernético como ramo especializado da ciência jurídica, dedicado à compreensão, estrutura de fiscalização, regulação e indicação de boas práticas, com finalidade de prevenção de riscos e respeito absoluto aos direitos e garantias fundamentais, individuais e coletivos, no âmbito das relações sociais virtuais, típicas das sociedades contemporâneas. Conceitos Legislação Legislação Código de Defesa do Consumidor LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Marco Civil da Internet LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014 Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Legislação Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Segurança da Informação ISOs 27002, 18044, 27001 e 27701 Propriedade Intelectual LEI Nº 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996 Entre outras Conceitos Concorrência desleal Concorrência desleal A sociedade digital, ademais, trouxe um impacto significativo ao plano econômico. O maior fluxo no que se refere ao oferecimento de bens e serviços nos meios virtuais acelera o dinamismo dos negócios, carregando consigo desafios inerentes, relacionados à proteção da concorrência, à segurança das operações, à fiscalização por parte das instituições, empresas e Poder Público, acarretando a necessidade de se adotarem boas práticas nesse espaço mercantil digitalizado. Concorrência desleal Constituição Federal, artigo 170: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:[...] IV - livre concorrência; Concorrência desleal Conceito concorrência desleal é todo e qualquer ato praticado por um industrial, comerciante ou prestador de serviço contra um concorrente direto ou indireto, ou mesmo um não concorrente, independentemente de dolo ou culpa (SILVA, 2013, p. 60-61). Concorrência desleal Elementos 1) desnecessidade de dolo; 2) desnecessidade de dano em concreto 3) necessidade de existência de colisão de interesses, (identidade de negócio e território) 4) necessidade de existência de clientela 5) ato ou procedimento suscetível de repreensão. (SILVA, 2013, p. 54) Concorrência desleal Exemplos •Publicização de segredos industriais ou negociais, com o intuito de prejudicar o direito industrial dos agentes econômicos. •Sistemática violação de acordos contratuais (SILVA, 2013). Concorrência desleal Exemplos •Emprego de meios com o intuito de gerar confusão nos consumidores entre estabelecimentos empresariais, bem como entre produtos e serviços. •Emprego de meios com a finalidade de prejudicar a reputação ou negócios. •Aliciamento de trabalhadores e, até mesmo, o uso do suborno (corrupção) (SILVA, 2013). Boas Práticas O intuito da legislação é, com base no estabelecimento de direitos específicos, ligados àqueles direitos fundamentais de origem constitucional (como a dignidade, a liberdade, a privacidade etc.), firmar parâmetros objetivos que condicionem a boas práticas, no sentido de se buscarem as melhores técnicas disponíveis (PECK, 2021). Boas Práticas • As “boas práticas” são tratadas de diferentes perspectivas como, por exemplo do compliance, governança coorporativa, entre outras, sempre com o intuito de defender valores no cenário competitivo do mercado. Conceitos Proteção da Informação e Proteção da Liberdade de Expressão na Internet Segurança da Informação • A informação, por sua vez, é um conjunto de dados que, processados, ganham um significado; é também um ativo empresarial essencial para que o negócio se desenvolva, independentemente do ramo de atuação ou do tipo de objeto que a empresa negocia. Por conta disso, deve ser protegida de forma adequada e segura. (PECK, 2020, p. 43) Segurança da Informação • Dados da empresa • Proteção dos dados que podem comprometer a segurança dos negócios; • Apropriação da propriedade intelectual; • Dados de Pessoais • Vazamentos de dados pessoais; Liberdade de Expressão A liberdade de expressão deve servir como um prolongamento da personalidade da pessoa, com respeito às diversas manifestações, às singularidades, como medida, aliás, de garantia de que o mundo virtual é acessível a todos, sendo algo verdadeiramente democrático, inclusivo, que favoreça as apetitividades individuais e coletivas, sempre à luz da boa-fé e da dignidade humana. Liberdade de Expressão •Constituição Federal artigo 5º: • IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; Liberdade de Expressão • A liberdade de expressão não é absoluta e colide com outros direitos • Falsa sensação de impunidade no meio digital • Fakes News • Crimes como calúnia e difamação; • Discurso de ódio Conceitos Direito ao esquecimento Direito ao Esquecimento O direito ao esquecimento é o direito que qualquer ser humano possui de ter qualquer fato vexaminoso ligado a sua vida que afete diretamente sua reputação ser esquecido depois de um determinado lapso de tempo pela população através da não veiculação das informações sobre o fato pelas mídias (PECK, 2021, p. 288) Direito ao Esquecimento • A internet torna a informação imutável, quase perpétua; • Vídeos íntimos, informações de fatos que causam vergonha e constrangimento aos envolvidos; Direito ao Esquecimento Enunciado 531 da VI Jornada de Direito Civil: "A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento" Direito ao Esquecimento “É incompatível com a Constituição Federal a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunicação social – analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais, especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral, e as expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e civel”. STF Recurso Extraordinário (RE) 1010606 DIREITO CIBERNÉTICO Do Blockchain, Criptomoedas, Big Data ao Bitcoin (Teórico) Prof. Me. Diego Demiciano Blockchain [...]blockchain, é celebrada como um avanço disruptivo assemelhado àquelepropiciado pelo surgimento da Internet. As possibilidades de redução de custos de transação, minimizando ainda as assimetrias de informação, estariam centradas no fato de que a nova tecnologia permitiria transações diretas entre partes, dispensando intermediários que desempenhavam papel de provedores da confiança inexistente entre desconhecidos, além de oferecer a todos os participantes da cadeia de blocos um grau de transparência quanto às negociações realizadas até então inimaginável. (GHIRARDI, 2020, p. 19) Blockchain • Surgimento em 2008 • Inicialmente associado ao Bitcoin (cripotmoeda) • Descentralização da confiança; • Rastreabilidade Blockchain O Blockchain exige a compreensão do chamado hash, que corresponde a uma função matemática que, a partir de uma mensagem ou arquivo, gera um código com letras e números representativo dos dados inseridos pelo usuário. […] o hash transforma uma grande quantidade de dados em uma pequena quantidade de informações, criando a chamada impressão digital (LONGHI et al., 2020, p. 559). Blockchain INFORMAÇÃO CRIPTOGRAFADA = HASH 1 HASH1 +CONTEÚDO = HASH 2 HASH 2 + CONTEÚDO = HASH 3 INFORMAÇÃO Blockchain • A blockchain fica armazenada na rede (cloudcomputing) • Ela é imutável, não se altera. Isso porque qualquer alteração no código hash original não é reconhecida pela rede que deixa de propagar a informação. Blockchain É como uma história que não pode ser modificada, como uma versão de um livro que, para ser alterado precisa que todos os exemplares sejam modificados. O que seria improvável porque são inúmeras cópias com diferentes detentores da informação, ou do livro. BlockchainBlockchain Blockchain • O blockchain é um encadeamento em bloco de dados (como em uma corrente) que recebem códigos de validação, criptografados, os quais asseguram a confiabilidade dos dados trafegados, seja com finalidade financeira (nos ativos digitais, como nas criptomoedas, a bitcoin), seja com finalidade informacional. Criptografia Criptografia consiste no desenvolvimento de técnicas para garantir o sigilo e/ou a autenticidade de informações. A palavra criptografia é formada pelos termos gregos kryptos, que significa secreto, oculto, ininteligível, e grapho, que significa escrita, escrever. Trata-se da ciência/arte de se comunicar secretamente. (TEIXEIRA, 2020, p. 231) Big Data Big Data refere-se às situações nas quais as “tecnologias digitais são utilizadas para lidar com grandes e diversas quantidades de dados e às várias possibilidades de combinação, avaliação e processamento desses dados por autoridades privadas e públicas em diferentes contextos” (HOFFMANN-RIEM, 2020, p. 37). Big Data Os chamados cinco “V”. 1 Volume 2 Variedade 3 Velocidade 4 Veracidade 5 Valor (HOFFMANN-RIEM, 2020, p. 37) Bitcoin Trata-se da bitcoin, alardeado como sendo a primeira “moeda” totalmente desmaterializada, criado por particulares e por eles gerenciada, sem qualquer ingerência do Estado ou de instituições que não o próprio corpo de adeptos dessa nova forma de moeda. (GHIRARDI, 2020, p. 17) Bitcoin A Criptomoeda depende da confiança na tecnologia computacional, já as moedas convencionais dependem da estrutura estatal. A legislação, quanto às moedas convencionais, é que permite sua segurança jurídica e econômica, desde sua emissão e circulação, até a intervenção nas políticas cambiárias, pelas entidades com tal poder. Determina-se, assim, de modo claro e previsível, “o curso forçado do valor monetário” (LONGHI et al., 2020, p. 652). Criptoativos (altcoins) Em nossos estudos, além da bitcoin, clássico criptoativo, ainda existem outros, conhecidos como altcoins, por exemplo: Ether (ETH), XRP (Ripple), Bitcoin Cash (BCH), Tether (USDT), Chainlink (LINK) e Litecoin (LTC). Direito Cibernético Internet das coisas Prof. Mes. Diego Demiciano Internet das coisas (Internet of Things – IoT) • A internet das coisas visa integrar vários tipos de dispositivos, de relógios à celulares, de televisores à iluminação da residência, veículos, enfim, quase tudo. • Integração das coisas na internet. Internet das coisas (Internet of Things – IoT) • Do ponto de vista conceitual, a internet das coisas “pode ser compreendida como um avanço tecnológico pelo qual aparelhos de uso comum passam a ser dispositivos eletrônicos que se comunicam entre si sem a necessidade de manuseio humano” (TEIXEIRA, 2020, p. 82). Internet das coisas (Internet of Things – IoT) • Cada vez mais há intervenção humana mínima para o funcionamento desses dispositivos. E cada dispositivo “inteligente” dessa Internet das Coisas é conectado aos demais dispositivos, comunicando-se uns com os outros, transferindo dados, recuperando dados e respondendo de forma inteligente por meio de ações específicas. (LONGHI et al., 2020, p. 118) Internet das coisas (Internet of Things – IoT) • Internet das Coisas consiste no emprego de tecnologias com a finalidade de conectar objetos de uso rotineiro, sejam eles eletrodomésticos, veículos, brinquedos ou mesmo acessórios acoplados ao corpo – os chamados wearables – que, por meio de sensores e da coleta massiva de dados, podem oferecer as mais variadas funcionalidades aos seres humanos (LIMA, 2021, p. 151). Internet das coisas (Internet of Things – IoT) • Comunicação de dados • WiMAX (6 a 9 km) • 5G • Bluetooth • Lasers (alto custo) Internet das coisas (Internet of Things – IoT) • A segurança, por conseguinte, é parâmetro fundamental para que se possa confiar nos sistemas de IoT, bem como para que se tenha segurança contra invasores e possíveis usos perniciosos ou ilícitos dos dados ou informações obtidos (PECK, 2020). Conceitos Origem e taxonomia da IoT: as três eras da internet Fases evolutivas da internet • 1ª Fase • Rede de computadores (popularização, PC); • 2ª Fase • Consolidação da internet como maior meio de comunicação de todos os tempos; • 3ª Fase • Bitcoin e Blockchain • Metaverso? Fases evolutivas da internet • […] é uma decorrência (aprimoramento) do processo de automação que vem se desenvolvendo nos últimos séculos, e, sobretudo, a partir do final da década de 1960 com o desenvolvimento inicial do que hoje conhecemos como internet. (TEIXEIRA, 2020, p. 82) Direito e Internet das Coisas • Para refletir • A inovação pede rápido recebimento das novas tecnologias; • Direito precisa lidar com os conflitos decorrentes das novas tecnologias, conferindo também segurança à sociedade. Referências BRASIL, Constituição Federal, 1988. PINHEIRO, Patricia Peck. Direito digital– 7. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2021. e-book
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