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TecnologiasTecnologias Avançadas Avançadas https://elements.envato.com/pt-br/ EletroterapiaEletroterapia Eletroterapia — 2 — Sobre a Faculdade Propósito • Transformar a vida do profissional da Saúde para o melhor. Missão • Nossa missão é impulsionar o desenvolvimento pessoal e profissional desses espe- cialistas, capacitando-os com conhecimentos avançados e técnicas inovadoras. Visão • Proporcionar educação de excelência nos campos da Saúde, Estética e Bem-Es- tar e Negócios, tornando-se referência nos mercados regional, nacional e inter- nacional. Valores • Liderança: porque devemos liderar pessoas, atraindo seguidores e influenciando mentalidades e comportamentos de formas positiva e vencedora. • Inovação: porque devemos ter a capacidade de agregar valor aos produtos da empresa, diferenciando nossos beneficiários no mercado competitivo. • Ética: porque devemos tratar as coisas com seriedade e em acordo com as regu- lamentações e legislações vigentes. • Comprometimento: porque devemos construir e manter a confiança e os bons relacionamentos. • Transparência: porque devemos sempre ser verdadeiros, sinceros e capazes de justificar as nossas ações e decisões. Copyright© Nepuga – 2023 - Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada, reproduzida ou armazenada em qualquer forma ou meio, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc, sem a permissão por escrito da Instituição. Eletroterapia — 3 — Caro aluno, Nessa disciplina você entrará em contato com equipamentos de eletroterapia direcionados aos tratamentos estéticos. Nas clínicas e consultórios estéticos, a necessidade de manuseio de equipamen- tos de eletroterapia se faz necessária e indispensável, por sua eficácia e resultados satisfatórios no tratamento de gordura localizada, fibro edema gelóide, flacidez tis- sular e muscular, estrias e rugas, além de potencializar tratamentos com peelings químicos, laser e injetáveis. Extremamente importância sua compreensão e aprendizado, portanto faça suas anotações de relevância e de dúvidas, para levá-las em nosso encontro presencial, siga as orientações da aula online, faça os exercícios e as tarefas propostas para que possa ter um melhor aproveitamento. Eletroterapia — 4 — Su m ár io 1. Introdução .................................................................................................................................... 5 2. Ultrassom .................................................................................................................................... 6 3. Entendendo o efeito de cavitação ............................................................................ 8 Mecanismo de ação ........................................................................................................ 9 Terapias combinadas .................................................................................................... 11 Eletrolipólise .......................................................................................................................... 12 4. Eletroterapia em estética facial ................................................................................. 13 Microcorrentes .................................................................................................................... 13 Corrente russa ....................................................................................................................15 Corrente galvânica .........................................................................................................16 5. Radiofrequência e criofrequência ...........................................................................20 Dosimetria .............................................................................................................................22 Criofrequência ...................................................................................................................23 6. Criolipólise por Fábio Borges e Flávia Scorza ..................................................24 Referências bibliográficas .........................................................................................26 Eletroterapia — 5 — 1. Introdução A estética é um ramo da filosofia que se ocupa das questões ligadas à arte, como o belo, o feio, o gosto e os estilos. Durante séculos a constante preocupação com a aparência e padrões de beleza imposto pela mídia, faz com que o mercado de esté- tica cresça cada dia mais a sua demanda. A eletroterapia tem sido uma das habilidades chave da estética na prática clíni- ca com o uso de calor, frio e estimulação elétrica. Consiste no uso de aparelhos que utilizam estímulos elétricos de baixa intensidade para melhorar a circulação sanguí- nea, o metabolismo, a nutrição e a oxigenação da pele, favorecendo a produção de colágeno e elastina, promovendo o equilíbrio e manutenção da pele. Esses tratamentos podem ser usados no corpo, rosto e cabelo, após a anamnese e identificar as necessidades do seu paciente/cliente. As pessoas realizam tratamentos estéticos em busca de uma aparência perfei- ta, o mercado oferece recursos com resultados satisfatórios e imediatos. Em função desse cenário é necessário que o profissional se capacite para atuar neste mercado visando corresponder às expectativas do seu paciente/cliente que querem além de uma aparência perfeita uma melhora na autoestima e na qualidade de vida. Nesse e-book você entrará em contato com equipamentos de eletroterapia dire- cionados aos tratamentos estéticos. Iremos abordar sobre teoria e interação fisiológica dos equipamentos, forma de aplicação, indicações, contraindicações e combinação de terapias na estética facial e corporal onde os seguimentos se dividirão entre: Equipamentos faciais • Corrente galvânica, técnica de Iontoforese, desincruste, microcorrentes e corren- te russa facial. Equipamentos corporais • Ultrassom de baixa potência, ultracavitação Plana e Hi-Fu, corrente combinada, criolipólise, eletrolipólise, radiofrequência, criofrequência e corrente russa cor- poral. Eletroterapia — 6 — 2. Ultrassom GUIRRO e GUIRRO (2004), relatam que o ultrassom tem sido utilizado pela área da saú- de com finalidade terapêutica, sendo que esta modalidade de energia, quando aplicada em animais e no homem, tem se revelado eficiente na reso- lução de muitas formas de le- são. O ultrassom caracteriza- -se por uma onda mecânica longitudinal, não audível, com frequência de 20KHz, sendo a energia transmitida pelas vibrações das moléculas do meio pelo qual a onda esta se propaga. A possibilidade de utilizar frequências entre 1 e 3MHz é importante na medida de frequências mais altas (3 MHZ) são absorvidas mais intensamente, tor- nando-as mais especificas no tratamento de 6 tecidos superficiais, enquanto que as frequências mais baixas (1MHz) penetram mais profundamente, devendo ser usadas nos tecidos mais profundo (JPC, 2008). O ultrassom apresenta alguns aspectos biofísicos, que constituem-se de vários fatores, como a propagação, onde as ondas sonoras necessitam de um meio para se propagarem (liquido, sólido e gasoso), pois não se propagam no vácuo. A propa- gação de energia ultrassônica nos tecidos depende principalmente de dois fatores: características de absorção do meio biológico e reflexão da energia ultrassônica nas interfaces teciduais (BORGES, 2006). De acordo com Fabio Borges, a característica de absorção é caracterizada pela capacidade de retenção da energia. Estas ondas são absorvidas pelo tecido e transformadas em calor. O ultrassom aumenta o movimento molecular, provocando maior vibração e co- lisão entre as moléculas e gerando efeito térmico. A característica reflexão ocorre quando uma onda sonora emitida volta ao meio de origem, conservando sua frequ- ência e velocidade (BORGES, 2006). O autor ainda cita que é importante a utilização do gel como substância de acoplamento, pois apresenta impedânciaacústica pró- ximo a da pele. A intensidade de um feixe ultrassônico de 1MHz, pode ser reduzida á metade em aproximadamente 48 mm de gordura, ou 9mm de músculo; ao passo Fonte: Imagem (ultrassom) de kroshka nastya no Freepik Eletroterapia — 7 — que um feixe de 3MHz pode ter a sua intensidade reduzida pela metade aproxima- damente 16 mm de gordura, ou 3 mm de músculo (GUIRRO e GUIRRO, 2004). Portanto, a baixa frequência é mais efetiva para as estruturas localizadas profundamente, en- quanto que as frequências maiores são utilizadas nos tecidos superficiais. As ondas sonoras necessitam de um meio para se propagarem sendo eles, líquidos, sólidos e gasosos, ou seja, o som não se propaga no vácuo (Borges, 2006). Borges descreve que há dois tipos de ondas sonoras que se propaga através do meio, sendo as ondas longitudinais e as transversais. Onda longitudinal influencia no meio molecular ocorre na direção da propaga- ção, assim também uma alta densidade molecular. As ondas transversais ocorrem quando as moléculas, somente no meio solido sob influencia do campo ultrassônico, deslocam-se em uma direção perpendicular em relação á direção das ondas que estão se movendo. As ondas sonoras, utilizadas para terapêutica e diagnóstico, são geradas através de instrumentos chamados transdutores. A propagação da energia ultrassônica nos tecidos depende da absorção do meio biológico e reflexão da energia nas interfaces teciduais. A velocidade é maior onde as moléculas estão mais próximas umas das outras. Deste modo, som se propaga mais rápido nos sólidos do que nos líquidos e gasosos. Nos tecidos orgânicos, a velocidade de propagação do ultrassom pode va- riar de acordo com as características do tecido, ou seja, se propaga mais rápido no tecido ósseo do que no músculo (BORGES, 2006). Dentro das modalidades, a impedância acústica, é caracterizada pela resistên- cia doas tecidos á passagem das ondas geradas pelo ultrassom. A reflexão ocorre quando uma onda sonora emitida volta ao meio de origem conservando a frequ- ência e a velocidade. A refração diferente da reflexão, ocorre quando uma onda emitida passa para outro meio e desvia sua direção, sofrendo mudança na sua velocidade e mantendo sua frequência (BORGES, 2006). O ultrassom aumenta o movimento molecular, provocando maior vibração e colisão entre as moléculas e gerando efeito térmico. O ultrassom é gerado por um transdutor, que corresponde a um dispositivo que transforma uma forma de energia em outra. No caso do ultrassom terapêutico, o trans- dutor transforma a energia elétrico em energia mecânica, por ação do cristal piezelé- trico presente no transdutor. A absorção é caracterizada pela capacidade de retenção da energia acústico do meio exposto às ondas eletro-sônicas (BORGES, 2006). Eletroterapia — 8 — 3. Entendendo o efeito de cavitação A lipocavitação é eficiente para a diminuição da gordura localizada e superficial. Utiliza uma tecnologia de ultrassons sobre a superfície da pele que alteram a pressão e temperatura do líquido intersticial do tecido adiposo e com isso destrói a gordura através do rompimento das membranas dos adipócitos. Segundo Borges, a cavita- ção ocorre em toda aplicação de ultrassom, pois os pulsos individuais liberados pelo gerador de ultrassom fazem que os células e moléculas situados no caminho do fei- xe oscilem de maneira cíclica e diretamente proporcional a intensidade da saída da unidade geradora de ultrassom. A cavitação ocorre quando as bolhas de ar oscilam de um lado para outro, dentro das ondas de pressão do ultrassom, aumentando e di- minuindo seu volume e pode ser visualizada ao colocarmos um pouco de água sobre a face frontal do cabeçote e ligarmos o aparelho. A cavitação pode ser divida em duas categorias (GUIRRO e GUIRRO, 2004): • Cavitação estável: é uma forma pouco violenta, estando associada com a vibra- ção dos corpos gasosos que oscilam geralmente de forma não linear, dentro de um mesmo equilíbrio. • Cavitação instável ou transiente: A cavitação instável ou transiente ocorre quan- do há uma violenta implosão de bolhas, se o pico de intensidade for intensamen- te alto. • Cavitação dupla: é o uso de aparelhos que produz duas ondas de frequências diferentes e combinados em paralelo com a produção de microbolhas, gera um aumento da temperatura interna que provoca uma destruição seletiva da massa tratada. Você pode combinar este tratamento com endermologia que estimula oxigenação dos tecidos e proporcionando um melhor fornecimento de sangue. Este tratamento difere de outro, pois permite efeito de sonoforese, que permeia princípios ativos no tecido. A cavitação dupla é indicado para combater os depó- sitos de gordura em casos de áreas difíceis. • Ultracavitação: Este sistema incorpora baixa freqüência ultrassom para quebrar o tecido adiposo sem danificar a microcirculação. Por as ondas que se propa- gam de vibração ultrassônica gerada uma série de bolhas que criam uma com- pressão estável que permite separar os nódulos gordos, quebrar a membrana de adipócitos e dissolver a gordura que eles contêm. Este tipo de cavitação funciona melhor em casos de flacidez associada aplicando o efeito térmico. Fala-se em ultracavitação como uma alternativa para a lipoaspiração, lembrando que esta- mos falando sobre os depósitos de gordura, ou seja, em pacientes com um IMC saudável e percentual de gordura corporal dentro dos limites. Eletroterapia — 9 — Segundo estudos, é fundamental a ingestão de bastante água antes e durante o tratamento. O líquido ingerido aumenta o potencial de implosão do tecido adiposo durante a aplicação do ultrassom, eliminando toxinas que são liberadas pelo orga- nismo através das vias normais de excreção. GUIRRO e GUIRRO (2004) relataram que dentre os efeitos não térmicos, a cavita- ção tem sido considerada um importante mecanismo para promover efeitos dele- térios nos tecidos biológicos. É um tratamento utilizado por homens e mulheres que pretendem diminuir medidas sem submeter-se a cirurgia. O tratamento e as seções variam de acordo com cada individuo, assim como pode ser duradouro e em outros casos definitivos. O estudo de caso de Correa (2005) objetivou demonstrar os efeitos do ultrassom associado à fonoforese no período de 15 sessões, em indivíduo de raça branca, com FEG na região glútea e posterior da coxa, localização típica desta afecção. Houve melhora significativa do aspecto da pele e redução da perimetria da área da lesão. Diante dos dados apresentados, mostrou-se que a terapia foi eficiente, contudo pelo pequeno número amostral, necessite de mais investigações. Mecanismo de ação O ultrassom cavitacional é um equipamento que se baseia na ação terapêutica e aplicação de ondas de ultrassom com mais de 30 watts de potência, estas são compostas por diferentes pressões positivas e negativas criando uma inumerável quantidade de nanobolhas que o diferencia do ultrassom convencional conforme FATEMI (2009). Este é um aparelho de geração focalizado. Abaixo a diferença de uma lipocavitação focalizada e não focalizada (LIPOLINE): Fonte: https://www.fisioweb.com.br/portal/artigos/categorias/38-art-eletro/ 1390-a-eficacia-da-tecnica-de-ultracavitacao-na-reducao-de-gordura-localizada-abdominal.html Eletroterapia — 10 — Estas nanobolhas acumulam energia e crescem a um tamanho que se tornam instáveis e implodem nas cavidades do líquido intersticial no tecido adiposo. Essa ex- plosão das nanobolhas libera uma quantidade tal de energia que se cria uma pres- são sobre a membrana celular do tecido adiposo, liberando na corrente sangüínea moléculas de gordura, que serão liberados e eliminados do organismo (MATIAS, 2011). No tratamento de adiposidade localizada com ultrassom de intensidade elevada, estes geram uma cavitação estável e instável, realizando aberturas transitórias das membranas celulares, sendo então denominados ultracavitacionais (WATSON, 2009). Estes produzem a abertura dos triglicerídeos ao liquido intersticial.Os danos ocor- ridos aos adipócitos resultam em uma resposta inflamatória, composta fundamen- talmente por macrófagos, neutrólifos, células plasmáticas e linfócitos atraídos para fagocitar e transportar as células danificadas (FATEMI, 2010). Abaixo segue como se formam as nanobolhas (LIPOLINE): Compressão Tempo (µ sec) Ra di o da b ol ha (µ m ) Formação Crescimento Implosão Onda shock Resfriamento Rápidohot spot Expansão 150 100 50 0 100 200 300 400 500 Pr es sã o ac ús tic a Fonte: https://www.fisioweb.com.br/portal/artigos/categorias/38-art-eletro/ 1390-a-eficacia-da-tecnica-de-ultracavitacao-na-reducao-de-gordura-localizada-abdominal.html O processo seletivo da lise do adipócito acontece sem causar nenhum dano aos tecidos adjacentes, tais como vasos sangüíneos e linfáticos, nervos periféricos ou músculos. O processo seletivo da lise do adipócito é liberado através dos mecanis- mos normais do organismo. Os Triglicéres são liberados dentro do fluído intersticial e gradualmente transportados pelo sistema vascular hepático. O fígado não faz distin- ção entre a gordura originária das células adiposas destruídas e a gordura derivada do consumo alimentar. Os resíduos celulares são removidos através dos caminhos fisiológicos normais (FATEMI, 2009). No caso da destruição do tecido adiposo pelas radiações transcutâneas podemos reduzir os riscos e aumentar a sua eficiência controlando os lípidos no sangue antes Eletroterapia — 11 — e depois de cada sessão para determinar quando se pode realizar a sessão seguinte e ainda que quantidades de tecido adiposo podemos destruir em cada sessão. De- vemos também instituir uma dieta que leve a que a gordura libertada para o sangue depois de cada sessão seja o mais possível consumida pelo organismo como fonte energética, e que assim se vá depositar o menos possível no tecido adiposo de todo o corpo. Os seus resultados nunca serão como os da lipoaspiração mas podemos atingir resultados que rondam os 80% da lipoaspiração, praticamente sem dores e sem inca- pacidades temporárias para a atividade laboral do paciente (FERREIRA, 2012). Terapias combinadas Terapia combinada é a associação de recursos eletroterapêuticos ao ultrassom: • Ultrassom e Corrente russa ou Australiana (Aussie); • Ultrassom e Corrente interferencial bipolar; • Ultrassom e Corrente polarizada (polaridade positiva ou negativa); Indicações: • Pré e pós-operatório de cirurgias plásticas e estéticas; • Redução de gordura localizada e fibro edema gelóide (celulite); • Hidrolipoclasia; • Drenagem de edemas e hematomas; • Drenagem linfática com correntes. Contra-indicações: • Infecções bacterianas; • Problemas vasculares (trombose venosa, tecidos isquêmicos); • Tecidos especiais (olhos, testículos, gônadas); • Gestantes; • Adolescentes (inibição da epífise óssea); • Marca-passos e área cardíaca; • Hipertensos ou Diabéticos descompensados; • Proeminências ósseas; • Tumores. Eletroterapia — 12 — A terapia combinada realizada por este equipamento alia um gerador de ultras- som com maior potência total (45 a 54 watts), composto por três cristais em seu cabeçote que emite cada um 3 w/cm2 enquanto simultaneamente emite correntes elétricas (Organização Mundial da Saúde - OMS) o que permite utilizar-se dos efeitos do ultrassom e ao mesmo tempo promover contrações de fibras musculares estria- das e lisas (de acordo com a corrente associada) e promover melhora circulatória, melhora na oxigenação e nutrição dos tecidos e facilitação na drenagem linfática (BORGES, 2006). O FEG atinge na atualidade uma gama de pessoas de diversas faixas etárias em todo o mundo, de maneira tornar-se objeto de estudo frequente quando se fala so- bre fisioterapia dermato-funcional. Diante disso, estudos passaram a combinar te- rapias com o intuito conseguir maior efeito terapêutico através da combinação de propriedades de cada recurso. Sant’ Ana (2010) realizou uma pesquisa onde utilizou esse conceito para buscar embasamento teórico para combinação do ultrassom e da corrente Aussie através de revisão de literatura. Diante das afirmações oferecidas no estudo, concluiu-se que a associação das terapias é eficiente no tratamento do FEG. Contudo, torna evidente de que qualquer medida terapêutica neste intuito só terá êxito com acompanha- mento nutricional e exercício físico. O advento da combinação de terapias também é posto em questão por Silva (2011), ao realizar a junção entre a endermoterapia vibratória e fonoforese. O estudo que contou com número amostral de dez pacientes com FEG grau III na região pos- terior da coxa. Eletrolipólise A eletrolipólise consiste em aplicar agulhas de acupuntura no tecido subcutâneo ligadas à corrente de baixa frequência (de 5 a 50 Hz) com o objetivo de destruir adi- pócitos através do efeito Joule, com o aumento da microcirculação e aumento con- sequente de temperatura. Estes efeitos são desencadeados por atividade simpática e posterior liberação de epinefrina e norepinefrina, que levam a produção da enzima triglicerídeo lipase, hidrolisando as células de gordura. Valls et al. (2012) se utilizou destas afirmações e através de estudo caso com paciente do gênero feminino, 35 anos, sedentária, com FEG grau III na região glútea, objetivou analisar os efeitos da eletrolipólise no tratamento do FEG grau III com a biofotogrametria computadorizada. A pesquisa contou com 10 sessões de 50 minu- tos cada (subdivididos em 10 min.: 5 mA, 15 min.: 6 mA, 25 min.: 7 mA). Os elementos Eletroterapia — 13 — descritivos a serem considerados foram a analise da área e do perímetro das lesões. O resultado obtido foi significativamente estatístico, demonstrando redução no valor das variáveis estudadas. 4. Eletroterapia em estética facial Microcorrentes Microcorrente é uma forma de onda monofásica ou alternada de intensidade muito baixa (μA) abaixo do limiar sensorial que simula os potenciais elétricos gera- dos pelo corpo humano. Também chamada de MENS (Micro Electro Neuro Stimula- tion). (SANTOS, 2004). A microcorrente é uma modalidade de terapia não invasiva que usa corrente de baixa amperagem, em microampéres (μA) com alternância de polaridade positiva e negativa a cada 3 segundos. (SORIANO, 2002) A eletroestimulação por MENS normaliza a bioeletricidade tecidual na área lesio- nada, pois tem a capacidade de produzir sinais elétricos semelhantes aos do corpo, diminuindo a resistência do tecido favorecendo a regeneração do mesmo (AGNE, 2011; STARKEY, 2001), sua atuação fisiológica estimula os fibroblastos a sintetizarem espontaneamente o que a pele necessita para restaurar a sua vitalidade. Atua na redução do edema, aumenta a absorção do líquido intersticial, consequentemente, acarretando uma melhor vascularização do tecido (VOLOSZIN, 2007). De acordo com RODRIGUES (2006) a excitação elétrica por Microcorrentes favorece a perfusão vas- cular periférica por meio de estimulação de nervos autônomos. Portanto, o uso da Microcorrentes para fins terapêuticos se justifica por sua capa- cidade de interação natural com elementos celulares, reestabelecendo a capacida- de energética das células, beneficiando, sobretudo, a condutância e capacitância do tecido (AGNE, 2011). Em 1982, CHENG descobriu que essa corrente de baixa intensidade acelera a síntese proteica de 300 a 500%, além de aumentar o transporte das mem- branas celulares e incrementar aminoácidos de 30 a 40%. • Aplicação A aplicação dessa técnica pode ser realizada de duas formas: manual e automá- tica. Na aplicação manual, o profissional movimenta lentamente dois eletrodos tipo caneta previamente umedecida. Na aplicação automática usa-se eletrodo de sili- cone carbono, auto adesivos e outros, sendo esses os que concentram maior quan- tidade de corrente nos tecidos, tornando-se mais eficaz. Na área dermato-funcional Eletroterapia — 14 — a preferência é sempre por equipamentos com maiores quantidades de canais, por- que desta forma a distribuição de correntes é facilitada,principalmente em aplica- ções faciais. Alguns aparelhos oferecem ainda opções de eletrodos como luvas de silicone condutoras (terapeuta fecha o circuito elétrico com eletrodos no dorso da mão), rolinhos metálicos, máscaras, pregadores auriculares entre outros (BORGES, 2006). Quanto aos parâmetros de modulação, o uso da frequência fica em torno de 100Hz a 200Hz quando o objetivo for tratar áreas mais superficiais e quando o ob- jetivo for tecidos mais profundos recomenda-se o uso de 600Hz e 1000Hz (BORGES, 2006). A intensidade mais utilizada fica entre 80μA e 160μA, independente da área lesio- nada, sendo esses parâmetros os que mais respondem positivamente em processos de cicatrização, quando comparados à intensidades mais elevadas entre 400μA e 500 μA, incluindo os processos cicatriciais de pós-operatórios imediatos como ma- moplastia, abdominoplastia e lipoaspiração, especialmente devido à drenagem lin- fática promovida pelo efeito da corrente, sendo que o tempo de aplicação deve ser superior à 60 minutos (AGNE, 2011). Dependendo do modelo de cada equipamento, a intensidade e a frequência po- dem variar entre 10μA e 900μA e de 0,5Hz a 900Hz (chegando a até 1000Hz). Os parâ- metros do tipo da corrente são contínuos, pulsada ou alternada e quanto a forma da onda, pode ser quadrada, senoidal e bifásica (BORGES, 2006). • Indicações e Contraindicações As indicações para uso de Microcorrentes tem sido para casos de cicatrização em regeneração, rupturas miotendinosas (para reparo de tecido), quadros pós-ope- ratórios em geral (objetivo de diminuir o edema, a dor, a inflamação e acelerar o pro- cesso de cicatrização), úlceras de pressão (visando efeito bactericida e reparador), síndromes dolorosas, tensão muscular, fraturas, processos inflamatórios (tendinites, tenossinivite, entre outros), queimaduras e outros. (BORGES, 2006) As principais contra-indicações são: cardíacos portadores de marca-passo, ou cardiopatias congestivas; uso de prótese metálica; portadores de neoplasia; patolo- gias circulatórias tipo flebite, trombose; renais crônicos; gestantes em qualquer ida- de gestacional; processos inflamatórios e infecciosos; sobre a pele anestésica (sem sensibilidade); epilepsia ou patologias neurológicas que contra indiquem aplicação de corrente elétrica. (SORIANO; 2002) Eletroterapia — 15 — Corrente russa É uma corrente usada para o fortalecimento muscular. Para que possamos en- tender como usá-la é importante lembrar um pouco sobre a fisiologia muscular. A corrente russa possui uma ação terapêutica no qual simula uma contração na- tural do músculo, porém com potência e intensidade variáveis, assim, pré-dispondo ao consequente aumento no recrutamento de fibras musculares, diminuindo a fla- cidez muscular e promovendo hipertrofia. Por fim, a ação excitomotora da corrente russa tem por efeito secundário a redução de gordura devido à quebra de células adiposas, aumento da atividade mitocondrial e oxidativa e maior número de capila- res (MEYER, 2006). Contudo, em estudo realizado por Paes e Hugen (2010), utilizando a aplicação de corrente russa em região glútea de 10 pacientes do gênero feminino entre 18 e 30 anos, sedentárias, sem utilização de dieta alimentar e com IMC dentro dos padrões considerados de normalidade. Foram realizados 8 atendimentos sendo estes, 2 vezes por semana. Concluiu-se que o tratamento com aplicação da corrente russa não obteve resultados significativo, já que houve manutenção dos graus do FEG em 80% dos pacientes. • Fibras do TIPO I Já está bem estabelecido pela ciência que elas são as responsáveis pelo de- sempenho dos atletas (maratonistas, ciclistas de estrada, nadadores de longa distância etc.). Carregam muitas mitocôndrias (usinas de energia) e a enzima (acelerador metabólico) SDH, são volumosas e possuem altos níveis de mioglobi- na, que lhes dão coloração vermelha, razão do outro nome a elas atribuído: fibras vermelhas. São estimuladas na frequência 20 a 30 Hz. • Fibras do TIPO II Só são trabalhadas com exercícios extenuantes e realizadas numa frequência muito rápida. Assim, costumam ser as primeiras a se atrofi ar. Em geral, as fi- bras de contração rápida são ativadas nas atividades explosivas e rápidas, tipo basquete ou hóquei de campo, necessitando, às vezes, de energia rápida que somente as vias metabólicas anaeróbicas podem fornecer. Dependem quase que inteiramente do metabolismo anaeróbico para a produção de energia. São as principais responsáveis por flacidez e perda de tônus. Cansam-se com facili- dade e não toleram contrações prolongadas. São estimuladas na frequência 50 a 150 Hz. Eletroterapia — 16 — Fibras do TIPO I: contração lenta / metabolismo oxidativo / alta resistência à fa- diga. Fibras do TIPO II: contração rápida / metabolismo glicolítico / baixa resistência à fadiga. O tempo médio, para pacientes sedentários é de 20 minutos. Durante a evolução do tratamento ou em pacientes que realizam atividade física, o tempo pode ser es- tendido para 25 ou 30 minutos. Para maior conforto, deve-se programar o tempo de sustentação e Toff (em segundos) iguais ou com o Toff um pouco maior, para dimi- nuir os riscos de fadiga muscular. A largura de pulso da sinapse de uma contração muscular, no estado normal, varia de 100 a 500us. O eletrodo mais utilizado é o de borracha, sendo recomendado um, no ponto motor, local de maior inervação da fibra muscular, e um, no ventre muscular. As contraindicações são: • Cardiopatias congestivas; • Portadores de marca-passo; • Patologias circulatórias como flebites, embolias, varizes, tromboflebites; • Gestantes; • Hiper e hipotensos descompensados; » processos infecciosos e inflamatórios; • Neoplasia; • Problemas renais crônicos; • Patologias pulmonares como enfisema pulmonar; • Epilepsia; • Regiões com dermatites ou dermatoses; • Lesões musculares; • Prótese metálica. Corrente galvânica É uma corrente do tipo polarizada (direta) e com sentido unidirecional, ou seja, os elétrons caminham num só sentido do polo negativo para o positivo. Devido a essa particularidade, ela produz um efeito eletroquímico. O efeito eletroquímico é a movimentação dos íons: Cátodo – eletrodo negativo: para onde as cargas positivas (cátions) se direcionam. Ânodo – eletrodo positivo: para onde as cargas negativas (ânions) se direcionam. Eletroterapia — 17 — Para que estejamos cientes de onde aplicar cada polo (+ ou -) é importante sa- ber que tipo de molécula cada um desses polos atrai, não devendo ser esquecido que o polo negativo atrai íons positivos, e vice versa. Por isso, o polo negativo tem: • Reação alcalina OHNa • Repele íons – • Atrai íons + • É vasodilatador • Produz hiperemia • Fluidifica os tecidos • Hidrata os tecidos • Amolece os tecidos • Estimula a circulação • Provoca o abaulamento tecidual • É cataletrótono – aumenta a irritabilidade o polo positivo tem: • Produz reação ácida HCl • Repele íons + • Atrai íons – • Provoca vasoconstrição • Produz hiperemia (difusa) • Desidrata os tecidos • Endurece os tecidos • É bactericida • É anti-infl amatório • Tem ação analgésica • Provoca depressão tecidual • É aneletrótono – diminui a irritabilidade Devido ao efeito eletroquímico podemos utilizar essa corrente para diversas apli- cações o que veremos mais abaixo, pois antes é importante que se conheça os ele- trodos utilizados na corrente galvânica. Quando utilizado o eletrodo retangular (figura 7) devemos aplicar o eletrodo (+) em uma região e o (-) em outra, variando de acordo com o tratamento desejado. Ou então podemos aplicar apenas o eletrodo (+) ou o (-) para tratar o local desejado e o outro de forma dispersiva, isto é, geralmente o outro eletrodo estará entre as es- cápulas, ou abaixo da coxa. Quando utilizado os eletrodos estéticos (figura 8) podemos aplicar os dois eletro- dos (+ e -) ao mesmo tempo, ou então o paciente segura um eletrodo (bastonete), e o terapeuta usa o outro para aplicação da corrente no local desejado. Eletroterapia— 18 — Técnicas de aplicação a) Ionização É uma técnica que facilita a penetração das substâncias ativas dos cosméticos através da pele. A utilização da corrente elétrica “quebra” as moléculas do princípio ati- vo do produto transformando-as em íons, que possuem massa e tamanhos menores. Pensando nisso, é de extrema importância que o profissional da estética tenha amplo conhecimento sobre o produto a ser utilizado, fundamentado na teoria de que: “cargas iguais se repelem e cargas opostas se atraem”. Sempre se deve ter o cuida- do de utilizar o produto no eletrodo com mesma carga, pois o objetivo é fazer o pro- duto penetrar com mais facilidade. Essa dissociação facilita a passagem do produto pela pele, pela membrana ce- lular e pelos folículos pilo - sebáceos, permitindo melhor absorção e penetração. Geralmente os produtos utilizados são ampolas nutritivas à base de ureia, coláge- no, elastina, extrato placentário, DNA, vitamina C, entre outros. Além de favorecer a penetração de substâncias nutritivas, também estimula os tecidos promovendo um aumento do metabolismo e melhora da atividade celular. Essa técnica é indicada para tratamentos preventivos de envelhecimento ou mesmo para atenuar os sinais do envelhecimento. Podem ser utilizados os dois eletrodos em esfera, movimentados ao mesmo tem- po, ou uma esfera e o outro bastonete; ou um com eletrodo caneta, especial para linhas de expressão, e o outro com bastonete. Ainda pode-se usar o eletrodo rolinho, tanto facial quanto corporal. b) Desincruste É uma técnica que utiliza a corrente galvânica para facilitar a retirada do excesso de secreção sebácea da superfície da pele. Geralmente é utilizado um produto com ativos à base de carbonato de sódio, salicilato de sódio ou lauril sulfato de sódio, que possuem características alcalinas. Esses produtos realizam saponificação ou efeito detergente com os ácidos graxos presentes na secreção sebácea, transformando-se em sabão, que é facilmente removível com água. A função da corrente é facilitar a penetração do produto, por isso a polaridade selecionada no aparelho deve ser a mesma do produto, seguindo o mesmo princípio da ionização. A diferença entre a ionização e desincruste é que este último atinge a camada mais superficial da pele. A aplicação do desincruste deve ser feita principal- mente na zona T, ou seja, testa nariz e queixo. Os eletrodos que devem ser utilizados são o gancho (jacaré) envolvido por algodão embebido na solução e o bastonete. Essa técnica também tem sido bastante utilizada nos tratamentos capilares para redução da oleosidade nos quadros seborreicos. Eletroterapia — 19 — c) Eletrolifting ou Galvanopuntura É uma técnica que utiliza a corrente galvânica, porém em microamperagem (mi- crogalvânica), que não deve ser confundida com microcorrente, pois a microcorrente é pulsada e a microgalvânica contínua juntamente com uma agulha de 5mm, com o objetivo de atenuar vincos e linhas de expressão. Não se caracteriza por um método invasivo, pois a agulha atinge apenas a superfície da pele sem aprofundar-se. Esse método consiste em provocar uma sutil agressão na camada superficial da epiderme, sobre as rugas ou linhas de expressão nas regiões nasolabial, periocular, frontal, entre outras e também muito utilizada para minimizar estrias, com o intuito de estimular a produção de novas células, de colágeno e elastina e ainda incrementar a nutrição do local, agindo sobre os tecidos que se encontram desnutridos e desvitalizados. Um aparelho bastante usado para esse fim terapêutico é comercializado com o nome de Estriat. O resultado varia de acordo com a profundidade da ruga, o tempo da estria, a idade e os cuidados que se tem com a pele. Para a aplicação, são utiliza- dos os eletrodos bastonete e porta-agulha. d) Eletrólise ou Eletrocoagulação Também denominada por depilação “definitiva”, é uma técnica que utiliza a cor- rente galvânica e uma agulha metálica de 7 mm, como um recurso para destruir a raiz do folículo pilo-sebáceo, bloqueando, assim, o crescimento do pelo. Essa des- truição ocorre devido a uma descarga elétrica através da agulha, pois é na raiz que se encontram os nutrientes necessários para o crescimento do pelo. Não é um mé- todo invasivo, pois, a agulha atravessa a epiderme e chega à derme onde atinge a capa germinativa do bulbo e a papila, sem, portanto ultrapassá-la. Para localizar o bulbo é necessário o auxílio de uma lupa. Pode ser utilizada em qualquer região do organismo, onde se deseja a eliminação de pelos indesejáveis, tanto da face como do corpo, porém é utilizada com mais frequência no buço, peito, virilhas e sobrance- lhas. Os eletrodos utilizados são o porta-agulha, o bastonete e um pedal que libera a passagem da corrente, sendo que essa não passa de forma contínua para o cliente e sim quando o pedal é acionado pelo profissional. Para a aplicação dessa técnica é necessário localizar com precisão o bulbo piloso. Embora seja considerada definitiva, a técnica pode não elimina por completo o folículo e o pelo pode vir a crescer novamente, porém com muito menos resistência e espessura, facilitando sua retirada posteriormente. Além disso, sabemos que o termo definitivo é muito comprometedor, visto que não existe um método cem por cento definitivo. Eletroterapia — 20 — • Parâmetros Físicos Os parâmetros são preestabelecidos. Por ser corrente contínua não aparece lar- gura de pulso, trabalha em frequência estabelecida em torno de 8 MHz e intensidade de 0,1 á 0,5 mA/cm2. O tempo de aplicação varia de 10 a 15 min no máximo. • Contraindicações são iguais as da corrente russa. 5. Radiofrequência e criofrequência Radiofrequência são radiações eletromagnéti- cas que oscilam simulta- neamente no campo elé- trico e magnético, onde a radiação é a propagação de energia. As cargas elé- tricas que variam em fre- quência, comprimento de onda e nível energético, produzem diferentes efei- tos físicos e biológicos. O principal efeito é cha- mado de Efeito Térmico. Efeitos Térmicos: todos os efeitos que produzem aumento de temperatura nos tecidos são chamados efeitos térmicos. De um modo geral são causados por um aquecimento direto dos tecidos biológicos como resul- tado da absorção da energia eletromagnética num meio dissipativo, como são os tecidos vivos (importância de aferir sempre com o termômetro a LASER a área traba- lhada). O aquecimento nos tecidos depende do SAR (Taxa de absorção específica), das condições fisiológicas, vascularização e da habilidade do tecido dissipar calor. O efeito térmico muda a forma das fibras de colágeno, altera sua periodicidade, seu diâmetro e reorganiza o colágeno, os fibroblastos aquecidos são estimulados a formar novos colágenos e subsequente remodelamento tecidual que propiciam me- lhora de rugas, linhas, sulcos e flacidez. https://clinicagontijo.com/radiofrequencia-quais-sao-os-riscos-e-beneficios-da- -tecnica/ Eletroterapia — 21 — Esses efeitos variam de acordo com a potência, frequência, tamanho do con- dutor, área e tecido a ser tratado, tempo de exposição à RF e estresse mecânico aplicado ao tecido. Portanto os resultados dependem do equipamento utilizado, idade, pH, concentração de fibras colágenas, hidratação e adiposidade do tecido a ser tratado. Segundo Guirro e Guirro (2004), quando a RF penetra nos tecidos promove uma intensa agitação molecular, principalmente das moléculas de água, o que gera au- mento da temperatura tecidual local, ou seja, há um aquecimento seletivo do tecido. Por isso que, quanto mais rico em água e eletrólitos for o tecido, mais rápido sente-se o calor e maior será a temperatura atingida. Como resultado, as fibras de colágeno contraem, aumentando a síntese do novo colágeno, que é progressivo à aplicação repetitiva de RF. Também, se tem um incremento de aporte sanguíneo e vasculariza- ção na área. Promove-se, então, associado, uma descompressão dos tecidos trata- dos, justificando os efeitos na celulite, fibrose, aderênciasteciduais, flacidez e adipo- sidade localizada. Com o aumento da temperatura e a manutenção desta durante a aplicação da RF ocorre diminuição da extensibilidade do colágeno, melhorando a flacidez o que se denomina lifting pela RF5. A hiperemia gerada estimula a síntese da proteína HSB, que parece provocar a expressão do TGF-beta1, que por sua vez estimula as proteí- nas HSP-47 que produz colágeno. De acordo com Borges, o aumento da temperatura provoca uma inflamação controlada nos tecidos, com aumento imediato de inter- leucina 1-Beta (IL-1b), fator de necrose tumoral alfa (TNF-a) e metaloproteinase de matriz 13 (MMP-13), sendo esta marcadora de desagregação da matriz extracelular, enquanto os níveis de metaloproteinase de matriz um (MMP-1), proteína de choque térmico 47 e 72 (HSP47 e HSP72) e fator beta de crescimento transformador (TGF-b), mantem-se elevados por 2 dias. Além disso, a tropoelastina e a fibrilina (responsá- veis pela elasticidade e presente em grande quantidade na pele), junto com o proco- lageno I e II é estimulada por 28 dias após o tratamento. De acordo com Low e Reed e Del Pino et. Al., o colágeno liquefaz a temperatura acima de 50 graus célsius, que com temperatura entre 40 e 45 graus célsius a extensibilidade do tecido colagenoso aumenta. Os benefícios iniciais da radiofrequência são aqueles do calor, como: eleva- ção da temperatura tecidual, aumento circulatório, aumento da permeabilidade da membrana celular, aumento do metabolismo tecidual, alterações enzimáticas, alterações nas propriedades físicas dos tecidos fibrosos, melhora da rigidez articu- lar, relaxamento muscular moderado e melhora no aspécto tecidual no fibro edema geloide. Eletroterapia — 22 — De acordo com Agnes, todo processo de trauma térmico gerado pela RF leva a uma desintegração da membrana celular do adipócito, liberando triglicerídeos que sofrem lise em ácidos graxos livres e glicerol pela enzima lipase lipoproteica (LPL). Os ácidos graxos livres são insolúveis em gordura, estão ligados a albumina e são lentamente transportados até o fígado. O glicerol que é solúvel em água é transpor- tado para o fígado através dos compartimentos intersticiais e sai para a circulação venosa e linfática. Consequentemente a apoptose dos adipócitos desempenha um papel importante na homeostase do tecido e pode alterar em condições fisiológicas e patológicas diversas, a homeostase tecidual mais frequente é a hipertermia local. Ocorre apoptose das células adiposas pelo efeito térmico. Dosimetria Estudos realizados fazem referência à relação da dosimetria da RF e a descrição dos parâmetros para um protocolo de aplicação. No protocolo realizado por Costa mostra a utilização da RF em humanos por 12 sessões, três vezes por semana, visando à redução da adiposidade abdominal o tempo utilizado foi de 3 minutos por ERA e a quantidade de ERAs de acordo com a superfície abdominal a ser tratada. De acordo com o estudo de Low e Reed, apenas dois minutos por área do eletrodo ativo é o tempo necessário para chegar a valores de aumento de 5 graus a 6 graus Celsius (no estudo tiveram como média inicial 33,7 graus e média final de 40,5 graus Celsius avaliadas com termômetro de superfície). Fernandes avaliou o comportamento do tecido de colágeno ao receber a RF em tecido dérmico de ratos da linhagem Wistar- Rattos Novergicos Albinus. A pesquisa foi feita em dois grupos, sendo o primeiro com aplicação única e o segundo com três aplicações em dias alternados e ambos os grupos foram sacrificados após 24h da última aplicação. Foi definido por um pré-teste um aumento da temperatura de 6 graus a 7 graus Celsius com tempo de exposição por 2 minutos em uma área de 5 cm correspondendo a duas áreas do eletrodo ativo, tempo necessário para chegar nestes valores. Em estudo realizado com 14 mulheres entre 40 e 65 anos, com oito aplicações de RF facial, uma vez por semana, por 30 minutos e realizados por um único terapeuta com movimentos lineares ascendentes lentos, mantendo leve pressão ao subir e re- tirando no trajeto de volta atingindo temperatura de 40 graus Celsius. A análise esta- tística comprovou que 53,57% das voluntárias tiveram um aumento da média entre o ângulo da boca ao trago, havendo uma melhora na flacidez e na pele na região malar e melhora das rugas estáticas e dinâmicas. Eletroterapia — 23 — Criofrequência A criofrequência é baseada nos mesmos princípios da radiofrequência, porém o equipamento permite aplicar a energia térmica com uma ponteira resfriada a (-) menos 10 graus na superfície da pele, enquanto o sistema multipolar aumenta consi- deravelmente a temperatura interna do tecido epidérmico. Este evento gera um choque no interior da pele graças à combinação do frio ex- terno e o calor interno. Esse “choque térmico” gera uma contração instantânea da pele, além de um efeito desintoxicante, eleva a oxigenação dos tecidos e aumenta a dilatação dos vasos sanguíneos que alimentam a pele. Este equipamento pode entregar maior energia do que qualquer outro e deve ser trabalhado em temperatura ABAIXO DE ZERO, permitindo um tratamento controlado por tempo de exposição e não por termômetro, como ocorre na radiofrequência con- vencional. Fonte: http://www.cosmetologas.com/noticias/val/1624-35/ crio-radiofrecuencia-la-%C3%BAltima-novedad-en-est%C3%A9tica.html Eletroterapia — 24 — 6. Criolipólise por Fábio Borges e Flávia Scorza Criada em 2005 pela Zeltiq Aesthetics, Inc. (Pleasanton, CA), a Criolipólise vem se tornando um dos recursos mais eficazes para o tratamento de godura subcutânea localizada em vários países. Seus estudos iniciais tiveram como fundamento os episódios de paniculite re- latados na literatura, como Paniculite Picolé, Paniculite Equestre, Pé de Trincheira e outros, na qual fizeram entender que tecidos ricos em lipídios são mais suscetíveis a lesões pelo frio do que tecidos ricos em água. Com o controle da aplicação do frio sobre a pele, entendeu-se que seria possível lesionar seletivamente os adipócitos subcutâneos, evitando danos à epiderme e derme sobrejacentes, proporcionando uma forma eficaz de tratar o excesso de tecido adiposo localizado subcutâneo. Através de um estudo piloto com um único porco, os pesquisadores procuraram determinar a viabilidade da redução de gordura usando uma aplicação externa de frio. Dez áreas do animal foram expostas a um resfriamento a -7°C. Após três me- ses, verificaram que todos os locais demonstraram uma diminuição visível e men- surável na espessura da camada superficial de gordura. Verificaram ainda, que o frio, foi capaz de induzir a morte dos adipócitos por apoptose sem qualquer preju- ízo para a pele ou estruturas internas adjacentes. Noutro estudo,5 em três porcos, sustentou-se a ideia de que a Criolipólise é capaz de reduzir a camada de gordura subcutânea após uma única aplicação de frio, onde verificaram redução de 30% na espessura da camada de gordura superficial na área tratada. A análise histológica revelou ainda que o principal mecanismo de morte celular de gordura induzida pelo frio foi a apoptose. Segundo Zelickson et al., uma resposta inflamatória (paniculite lobular) induzida pelo resfriamento dos adipócitos precede a redução da camada de gordura. Esta inflamação é, portanto, considerada o elemento desencadeador do fenô- meno da apoptose, sendo esta última, hipotetizada como a chave para a morte dos adipócitos, redução da gordura localizada e, consequentemente a responsável pelo o resultado estético do tratamento. Este conceito foi corroborado por vários autores. Ainda sobre a paniculite lobular, a lesão inflamatória inicial pôde ser observada histologicamente a partir do segundo dia (24 a até 72 horas após a aplicação), per- durando até 30 dias, onde foi observada presença de neutrófilos e células mononu- cleares. Verificou-se também, que na semana seguinte após a criolipólise, o infiltrado inflamatório se torna mais denso e a paniculite lobular atinge seu pico (14 diasapós o tratamento). A partir do 14º até o 30º dia, o infiltrado inflamatório torna-se mais fa- Eletroterapia — 25 — gocitário e consistente. Os macrófagos começam então, a envolver e digerir os adi- pócitos apoptóticos como parte da resposta natural do organismo à lesão. A partir daí, até 60 a 120 dias, há redução da infiltração inflamatória e do tamanho e número dos adipócitos, além disso, há um espessamento aparente dos septos fibrosos; estes então, podem constituir-se no grande volume da camada subcutânea residual. Isto culmina com o ápice da redução da camada de gordura e é o momento onde se deve julgar os resultados terapêuticos obtidos pós-tratamento. Fonte Imagem: https://expertlaser.com.br/author/expert-laser/ Eletroterapia — 26 — Referências bibliográficas AGNES, Jones Eduardo, Eu sei eletroterapia. Santa Maria: Pallotti, 2009. Beatriz Benny Sungaila Pereyra1 Blenda Benny Sungaila Pereyra2 Mayanna Macha- do Freitas3. Principais Recursos Fisioterapêuticos Para O Tratamento Do Fibroedema Geloide: Revisão De Literatura. Vagner W. Batista de Sá. Prescrevendo Recursos Da Eletrotermofototerapia Em Fisio- terapia. BACELAR, Vanessa Correia Fernandes; VIEIRA, Maria Eugênia Senra. Importância da vacuoterapia no fibro edema geloide, Fisioterapia Brasil, v. 7, n. 6, 2006. BORGES, Fabio dos Santos. Dermato - funcional: modalidades terapêuticas nas dis- funções estéticas. São Paulo-SP. 1ª Ed., Phorte, 2006. BORGES, Fabio dos Santos e Scorza, Flavia Acedo. Fundamentos de criolipólise. Rev. 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