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ETICA-E-RESPONSABILIDADE-SOCIAL (1)

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Sumário
1	INTRODUÇÃO	2
2	ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL	3
3	A HISTÓRIA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL	5
4	CONCEITO: RESPONSABILIDADE SOCIAL	10
5	CRISE SOCIOAMBIENTAL	12
6	RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESAS	16
7	A RESPONSABILIDADE SOCIAL COMO ESTRATÉGIA EMPRESARIAL	21
8	ÉTICA, MORAL E VALORES	25
9	ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL.	27
10	GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL	29
10.1	NORMA SA 8000	32
11	NORMA NBR 16001	34
11.1	Principais pontos da NBR 16001:2004	36
12	ISO 26000 - DIRETRIZES EM RESPONSABILIDADE SOCIAL	38
12.1	Aplicação ISO 26000	39
13	CURIOSIDADES	41
14	BIBLIOGRAFIA	43
INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O grupo educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. 
Bons estudos!
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Fonte: amplatitude.com.br
A responsabilidade social e a ética estão diretamente ligadas. A ética é à base da responsabilidade social e se expressa por meio dos princípios e valores adotados pela organização na condução dos seus negócios.
Uma rápida retrospectiva histórica permite constatar que, embora tenha existido desde os primórdios do capitalismo (como atesta, por exemplo, o clássico de Engels, Situação da classe trabalhadora na Inglaterra, de 1845), foi sobretudo a partir do final dos anos 60 que o questionamento ético e social das empresas ganhou força – justamente numa época em que o sistema capitalista encontrava-se sob críticas acirradas. A temática suscitou uma grande variedade de discussões teóricas, tendo acabado por institucionalizar-se durante os anos 80 sob a forma de três escolas de pensamento: a Business Ethics, a Business & Society, e a Social Issues Management. É importante ressaltar que os Estados Unidos ocuparam uma posição hegemônica (e, durante muitos anos, quase solitária) nesse campo, pois lá nasceu e desenvolveu-se a maior parte dos estudos sobre o assunto, os quais somente mais tarde vieram a difundir-se por outras regiões do mundo, inclusive o Brasil. (KREITLON, 2004, p. 1 apud COSTA, Leandro Giovede ).
Embora a preocupação com a doutrina ética e responsabilidade social exista desde a origem do capitalismo, tal preocupação ainda está em discursão nos tempos atuais, pois a ética no mundo dos negócios tem grande influência na tomada de decisões.
O capitalismo impulsivo tem ocasionado um grande número de excluídos e o terrorismo, mobilizado por políticas má conduzidas e fanatismos religiosos, vem acentuar esse processo, levando a sociedade a adotar uma nova postura perante as organizações, sejam elas de natureza governamental, empresarial ou ligadas ao terceiro setor. O novo consumidor se posiciona de forma mais consciente e exigente.
No mundo dos negócios, a ética influencia o processo corporativo de tomada de decisões para determinar quais são os valores que afetam os vários grupos de parceiros e para estabelecer como os dirigentes podem usar tais valores no dia-a-dia da administração da organização. Assim, a ética nas organizações constitui um elemento catalisador de ações socialmente responsáveis da organização por meio de seus parceiros e dirigentes. (CHIAVENATO, 2005, p. 44 apud COSTA, Leandro Giovede).
A partir dessa nova realidade, as organizações têm encontrado nas ações sociais estratégias que não apenas contribuem na solução das eventuais dificuldades, como também geram bons frutos juntos aos stakeholders. 
Pode se afirmar que a demanda dos consumidores é decisiva para o crescimento do movimento das empresas para a gestão socialmente responsável, orientando as ações de responsabilidade social das empresas.
Com o mundo globalizado e as informações circulando na internet e redes sociais, é cada vez mais difícil aos profissionais de marketing trabalharem diferenciais competitivos para seus produtos, serviços e marcas. 
Cada inovação tecnológica ou um novo produto lançado são rapidamente imitados por fabricantes de marcas rivais e cada vez mais solicitadas pelos varejistas. (PRINGLE E TOMPSON, 2000, p.13 apud COSTA, Leandro Giovede).
Seja em função da consciência das empresas, dos escândalos corporativos, da ameaça dos concorrentes ou da importância da fidelidade de marca, o fato é que investimentos responsáveis estão em alta.
Em resumo, podemos dizer que cada vez mais as empresas arriscam mudar suas práticas de marketing para conferir-lhes novos contornos e sentidos mais éticos. Isso em função da valorização dos conceitos de ética e responsabilidade social, mudança do comportamento do consumidor que passa a ser mais exigentes diante das corporações para que elas façam mais pela sociedade, além de pagar impostos e gerar empregos.
A HISTÓRIA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL
Fonte: hcor.com.br
A Responsabilidade Social já foi reconhecida com vários nomes, como: Responsabilidade Social Corporativa, Responsabilidade Social Empresarial, Responsabilidade Socioambiental, Responsabilidade Social e Cidadania, Empresarial, Responsabilidade nos negócios, Responsabilidade social e Sustentabilidade.
Pode-se chegar à conclusão de que Responsabilidade Social é um conceito dinâmico, assim como é a própria sociedade, em permanente evolução e em estado contínuo de transformação. Este conceito está diretamente relacionado às expectativas e às necessidades da sociedade, e ao modo como respondemos às consequências de nossas atitudes e aos impactos que causamos aos indivíduos ou grupos, bem como ao ecossistema.
No contexto internacional, o debate sobre temas como direitos humanos, direitos do trabalho, meio ambiente e desenvolvimento sustentável, entre os países-membros das Nações Unidas, acarretou a reformulação da ideia de Responsabilidade Social com relação às organizações de todos os setores sociais.
A Ética Ambiental busca a conscientização ambiental, a preservação ambiental e consequentemente à melhoria da qualidade de vida individual e coletiva. A relação da ética com a sustentabilidade, envolve uma preocupação com as futuras gerações, garantido que não iremos afetar drasticamente as condições de vida dos que virão no futuro. Existe a necessidade de se pensar no desenvolvimento sustentável como prioridade. O desenvolvimento é necessário e inevitável; porém devemos mudar imediatamente nosso olhar para os recursos naturais.
Ética ambiental corresponde ao comportamento que nós, seres humanos, devemos ter para com o meio ambiente em que vivemos. A ecologia nos fornece os elementos para que descubramos como deve ser concretizada a ética ambiental. (CARVALHO, 2011)
Resgatando acontecimentos mundiais que possivelmente influenciaram o surgimento da responsabilidade social nas empresas influenciaram o surgimento da responsabilidade social nas empresas, podemos mencionar:
A expressão "responsabilidade social" foi escrita pela primeira vez em um manifesto de 120 industriais ingleses. O documento menciona que a responsabilidade dos que dirigem a indústria é manter um equilíbrio justo entre os vários interesses dos públicos, dos consumidores, dos funcionários, dos acionistas”. Entretanto, as primeiras manifestações em defesa dessa ideia surgiram no início do século XX, com os americanos Charlies Eliot (1906), Hakley (1907) e John Clark (1916), e em 1923 com o inglês Oliver Sheldon
(OLIVEIRA, 2000, p. 2 apud BENEDICTO; RODRIGUES; PENIDO, 2008). 
Oliver Sheldon, em 1923, em seu livro “The Philosophy of Management” visava abranger a totalidade da administração, ou seja, a correlação e posicionamento da empresa frente a sociedade, numa tentativa de fundir a ética social com a prática da administração. Sheldon estabeleceu um conjunto de princípios que visava dar equilíbrio entre a abordagem cientifica da produção e a responsabilidade social da administração. Nesse processo o autor deixava claro que a mecânica da produção era secundária em relação ao elemento humano. Desse modo, Sheldon ampliou a abrangência do conceito de administração, fazendo com que o mesmo não estivesse mais limitado à produtividade interna da empresa, mas sim a um conjunto de princípios e valores considerados relevantes pela sociedade (ORCHIS; YUNG; MORALES, 2000, p. 4 apud BENEDICTO; RODRIGUES; PENIDO, 2008). 
O novo direcionamento administrativo ganhou impulso após a Primeira Guerra Mundial, quando se viu uma cooperação intensa entre a indústria e a comunidade pautada na necessidade de reconstrução de muitas nações. Nesse período houve um crescimento das associações de indivíduos na sociedade, a exemplo dos sindicatos, igrejas e clubes políticos que, além de visarem a melhoria das condições do trabalhador, desejavam a melhoria geral da sociedade. Esse espírito de ajuda mútua que se iniciou na sociedade, aliado ao conhecimento científico aplicado à administração, baseado nas ideias de Sheldon começa a despertar a responsabilidade social nos objetivos empresariais (ORCHIS; YUNG; MORALES, 2000, p. 4-6 apud BENEDICTO; RODRIGUES; PENIDO, 2008). 
Um fato interessante que trouxe a público a discussão sobre a inserção da empresa na sociedade e suas responsabilidades ocorreu em 1953 nos Estados Unidos. Nesse período, a empresa A.P. Smith Manufacturing Company enfrentou problemas com os seus acionistas, que contrariavam a doação de recursos financeiros à Universidade de Princeton. Neste período, a justiça americana estabeleceu a lei da filantropia corporativa, determinando que uma corporação poderia buscar o desenvolvimento social (ASHLEY; COUTINHO; TOMEI, 2000, p. 2-5 apud BENEDICTO; RODRIGUES; PENIDO, 2008).
Fonte: wikipedia.org
A década de 1970 chega com a preocupação de como e quando a empresa deveria responder sobre suas obrigações sociais. A demonstração para a sociedade das ações empresariais torna-se extremamente importante. Durante essa década, a doutrina se difunde pelos países europeus, tanto nos meios empresariais, quanto nos acadêmicos. Na Alemanha percebe-se o rápido desenvolvimento do tema, com cerca de 200 das maiores empresas desse país, integrando os balanços financeiros aos objetivos sociais. Isso já na metade da década. Porém é a França que dá o passo oficial na formalização do assunto nessa mesma década. É o primeiro país a "obrigar as empresas a fazerem balanços periódicos de seu desempenho social no tocante à mão de obra e às condições de trabalho” (OLIVEIRA, 2000, p. 2-3 apud BENEDICTO; RODRIGUES; PENIDO, 2008). 
Na década de 1980, o aumento das pressões sobre as empresas pela busca de alterações nos aspectos econômicos, desponta-se como terreno propício à discussão e difusão das idéias de responsabilidade social. Mormente nos países em via de democratização política, esse tema passa a ser associado com a ética empresarial e com a qualidade de vida no trabalho (DE BENEDICTO, 2002 apud BENEDICTO; RODRIGUES; PENIDO, 2008). 
Com uma maior participação de diversos autores de renome na questão da responsabilidade social, a década de 1990 apresenta a discussão sobre as questões éticas e morais nas empresas, envolvendo a questão ambiental, a educação e às grandes diferenças que caracterizam as injustiças sociais, o que contribui de modo significativo para a definição do papel das organizações. 
Hoje, o tema “responsabilidade social” assume um aspecto ético-empresarial tão forte, ao ponto de estar transformando-se em uma “doutrina empresarial”, sem a qual não há sucesso (DE BENEDICTO, 2002 apud BENEDICTO; RODRIGUES; PENIDO, 2008)
Em resumo, o cenário mundial contemporâneo, promoveu transformações de ordem social, econômica, política e cultural, as quais se adaptam aos novos modelos de relações entre mercados e instituições, sociedade e organizações. 
No Brasil, a responsabilidade social começou a ser discutida na década de 60, a partir da criação da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE). Em 1965, essa associação publicou uma carta, a Carta de Princípios do Dirigente Cristão de Empresas, cujo objetivo maior era mostrar que as empresas possuem função social perante seus trabalhadores e a comunidade na qual se insere.
Porém, o conceito de responsabilidade social somente ganhou, efetivamente, espaço no final da década de 80, consolidando-se nos últimos anos, por meio do cenário econômico, tendo como pilar a competitividade mundial, insuficiência do Estado, o aumento das condições de pobreza, a degradação ambiental, o fortalecimento dos movimentos sociais e as transformações do mundo contemporâneo, que provocou incerteza e instabilidade, fatores ameaçadores à sobrevivência das organizações.
A ação de chamadas organizações não-governamentais (ONG’s) ou entidades do Terceiro Setor foi fator fundamental para instigar a busca por soluções para as questões ambientais e sociais do país. O Instituto Brasileiro de Análises Sociais Econômicas (Ibase) foi o grande destaque nesse setor. Criado pelo sociólogo Hebert de Souza, até hoje defensor da elaboração e divulgação do balanço social das empresas.
Em 1997, o Ibase lançou o modelo de balanço social em parceria com o jornal Gazeta Mercantil (gratuidade na publicação). Criou-se o Selo do Balanço Social, objetivando estimular a participação voluntária das empresas em projetos sociais. 
Nesse mesmo ano, o Conselho Empresarial Brasileiro para Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) surgiu para facilitar o entendimento sobre questões ambientais, econômicas e sociais entre o setor produtivo, sociedade civil e governo, viabilizando o desenvolvimento sustentável.
Em termos legais, o tema Balanço Social passou a ser objeto do Projeto de Lei nº 3.1416, estabelecendo a obrigatoriedade da publicação do balanço social para empresas privadas com mais de 100 funcionários e para todas as empresas públicas, concessionárias e permissionárias de serviços públicos.
Em 1998 surgiu o Instituto Ethos, criado por um grupo de empresários e executivos da iniciativa privada. Ele é um pólo de troca de experiências, organização de conhecimento e desenvolvimento de ferramentas que auxiliam empresas a analisar suas práticas de gestão e aprofundar o compromisso com a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. 
Com essa perspectiva, o investimento social privado ganha corpo no Brasil, cujo olhar se centraliza na alocação voluntária de recursos privados, para buscar retorno alternativo de inclusão social e influenciar nas políticas públicas, organização e universidade. 
Parece lícito afirmar, então, atualmente as organizações precisam estar atentas não só a suas responsabilidades econômicas e legais, mas também a suas responsabilidades éticas, morais e sociais. Responsabilidades éticas correspondem a atividades, políticas e comportamentos esperados por membros da sociedade, apesar de não codificados em leis. Elas envolvem série de padrões, normas ou expectativas de comportamentos para atender ao que os públicos (stakeholders) consideram legítimo, justo, correto, de acordo com suas expectativas. 
As organizações terão de aprender a balancear a necessidade de obter lucros, obedecer às leis, ter comportamento ético e envolver-se em alguma forma de filantropia para com as comunidades.
Podemos afirmar que um dos efeitos da economia global é a adoção, por todo o mundo, de padrões éticos e morais mais rigorosos, seja pela necessidade das próprias organizações de manter sua boa imagem perante o público, seja pelas demandas diretas do público para que as organizações atuem de
acordo com tais padrões. Isso tudo é uma resposta dos negócios às novas pressões sociais e econômicas criadas pela globalização. Essas pressões fazem com que as empresas se auto-analisem continuamente. 
CONCEITO: RESPONSABILIDADE SOCIAL 
Fonte: dialogusconsultoria.com.br
A responsabilidade social empresarial é entendida como o relacionamento ético da empresa com todos os grupos de interesse que influenciam ou são impactados pela atuação da mesma, assim como o respeito ao meio ambiente e investimento em ações sociais. Compreende uma expansão e evolução do conceito de empresa para além do seu ambiente interno. Neste caso, como a empresa está inserida na sociedade, pode-se vislumbrar uma relação de interdependência entre ambas. No âmbito comunitário esta responsabilidade se traduz na prática de ações concretas que tragam benefícios à sociedade, e devolvam, criem ou recriem as condições necessárias para o desenvolvimento crescente da cidadania.
As definições com respeito à responsabilidade social possuem grande vínculo com o conceito de cidadania, e mais particularmente, da cidadania participativa.
“As organizações empresárias, graças à riqueza que acumulou e que têm o potencial de concentrar, trazem em si o grande potencial de mudar e melhorar o ambiente social. Este poder de transformação tem encontrado na literatura um conjunto de terminologias que surgem na tentativa de identificá-lo e caracterizá-lo, a saber: cidadania empresarial, filantropia empresarial, filantropia estratégica, solidariedade corporativa, responsabilidade social empresarial, organização cidadã”. Lima (2000, p. 2 apud BENEDICTO; RODRIGUES; PENIDO, 2008)
Não existe uma definição única desse conceito, mas sim, várias definições que giram em torno da mesma questão: ações para melhoria da qualidade de vida da sociedade.
Constantemente a responsabilidade social é confundida com filantropia. Podemos dizer que a responsabilidade social é um estágio mais avançado da cidadania corporativa, que busca estimular o desenvolvimento do cidadão e fomentar a cidadania individual e coletiva. Tem sua base na consciência social e dever cívico, não na caridade. Já a filantropia está baseada no assistencialismo que objetiva contribuir para a sobrevivência de grupos sociais desfavorecidos, assumidos pelas empresas por ações de doações a grupos e entidades.
A filantropia é uma simples doação, fruto da maior sensibilidade e consciência social do empresário, enquanto a responsabilidade social reflete a ação de uma empresa em prol da cidadania, uma forma de inserção social, uma intervenção direta em busca da solução de problemas sociais.
Com maiores detalhes, podemos afirmar que a filantropia parte de uma ação individual e voluntária e tem muitos méritos. Mas a responsabilidade social vai além das vontades individuais onde constitui um consenso, uma obrigação moral e econômica para com todos que vivem na sociedade e seu foco está nos direitos humanos, sociais, políticos, culturais e econômicos. Ou seja é apenas um tipo de ação, um estágio preparatório para um contexto mais amplo da responsabilidade social, estágio pré-responsabilidade social. O fato da empresa realizar ações sociais não a caracteriza como socialmente responsável: para ser, são necessárias muitas outras ações e envolvimentos.
Agir responsavelmente significa estar comprometido com uma missão, uma causa ou ideias baseadas em valores considerados relevantes pela cultura social. Por isso, é plenamente desejável que a prática socialmente responsável de empresa esteja inserida em sua filosofia como parte integrante dos objetivos empresariais.
Após o surgimento dessas convicções é necessário um trabalho interno na empresa objetivando produzir uma cultura grupal socialmente responsável. Caso haja na empresa uma subcultura pautada em paradigmas contrários à prática da responsabilidade social a organização, certamente, terá dificuldades para levar à cabo esse empreendimento.
CRISE SOCIOAMBIENTAL
Fonte: 60graus.com
A chamada crise ambiental, atualmente alcança proporções planetárias. Cada lugar do planeta experimenta de uma forma ou de outra os efeitos negativos da exploração da natureza. O agravamento dos problemas ambientais nos leva a reconhecer que a natureza se faz imprescindível para o desenvolvimento humano e que os recursos naturais são finitos. Entretanto, a adequação dos sistemas socioeconômicos a esta realidade parece ser muito lenta. Segundo Lovelock (2004 apud ORSI, 2015), a Terra como um organismo vivo busca de maneira incessante o seu equilíbrio, porém o ser humano tem quebrado constantemente esse equilíbrio natural. Dessa forma, o planeta tentando restabelecer o seu sistema provoca eventos imprevisíveis, colocando em risco a própria civilização.
É a emergência do sujeito consumidor, que terá seu reconhecimento de cidadão respeitado quanto maior for sua capacidade de consumo. Neste sentido a corrida que se acelera a cada dia produziu não uma sociedade capaz de saciar suas necessidades, mas sim de consumo desenfreado e desnecessário de bens, em níveis comprometedores para a capacidade de resiliência dos sistemas planetários. (CENCI; BURMANN, 2013, pp. 133 e 134 apud SANTOS, 2017)
As próprias características da crise ambiental fazem sua compreensão ser confusa e habitualmente associada a uma simples variável de conotação ecológica.
A crise ambiental é vista, principalmente quando analisamos as notícias veiculadas pelos meios de comunicação em massa, como a falta de água potável, a contaminação pelo lixo, desflorestamento, assoreamento de rios e vários outros exemplos que poderíamos citar. Certamente, essas características fazem parte dos sérios problemas ambientais que a sociedade enfrenta, no entanto é necessário buscar outros elementos para pensar na crise ambiental e compreendê-la de uma maneira mais ampla.
Aspectos que envolvem a crise ambiental
Fonte: Orsi 2006
Em relação ao social destacamos a existência de uma degradação gerada tanto pela riqueza quanto pela pobreza. Se por um lado, o alto consumo e um padrão de vida esbanjador das camadas mais abastadas geram uma forte pressão sobre os sistemas naturais, por outro lado a pobreza também é responsável por uma série de impactos ambientais.
Em relação ao ecológico é bastante claro que o substrato natural que dá suporte à sociedade é finito, dessa forma sua utilização com desrespeito aos limites de recomposição da natureza, fatalmente irá gerar um modelo insustentável de utilização dos recursos naturais ao longo tempo.
Em âmbito político também destacamos uma crise de legitimidade do Estado. A tradicional colocação do Estado de redistribuir renda através dos serviços de saúde, educação e previdência está abalada, pois suas estruturas não conseguem mais contemplar tais serviços, ou seja, o Estado afasta-se desses serviços, o que é um fator muito sério principalmente para as camadas mais pobres da sociedade. Ao mesmo tempo em que o Estado se minimiza como executor de determinados serviços, ele passa a exercer o papel de regulador e fiscalizador, porém tais funções não são desempenhadas com eficiência, deixando um vácuo em relação à inúmeras contingências em seu território. Se o Estado carece de legitimidade e não consegue desempenhar funções sociais chave, parece claro que a sociedade como um todo enfrenta problemas não só ambientais, mas em todos os aspectos que envolvem seu desenvolvimento.
Em relação à tecnologia as visões também são desiguais, já que ela em si não representa um problema, mas sim sua utilização, é problemática quando não se pondera os vários aspectos envolvidos na aplicação de uma técnica, ou ainda quando esta utilização tem como fundamento atender a interesses específicos e desconsidera todos os efeitos negativos advindos de sua aplicação. É certo que a humanidade ganhou muito com o avanço da tecnologia: melhoras na saúde, moradia, saneamento, transportes, comunicação entre outros fatores.
O plano econômico talvez seja um dos pontos fundamentais para a discussão sobre a crise ambiental. Primeiro podemos
destacar a própria ação dos atores hegemônicos que comandam os sistemas econômicos em redes globais. Nesta sua ação, selecionam e excluem territórios e impõem uma dinâmica de produção do espaço que poucas vezes é compatível com as aspirações da população local ou que respeitam as características naturais da área. Neste plano econômico, a competitividade entre os territórios é estimulada e, objetivando atrair investimentos para suas áreas, estados e municípios, até mesmo nações criam condições ideais para a reprodução do capital. No entanto, muitas vezes desconsideram os custos a longo prazo para suas populações e seu desenvolvimento. Se por um lado podemos destacar esse quadro de uso desigual e exploração do território, por outro podemos analisar ainda no plano econômico a falta de consenso em determinadas abordagens a respeito de uma economia ambiental. Essa falta de consenso não se caracteriza como um aspecto da crise em si, mas dificulta a proposição de novas abordagens no plano econômico que possam proporcionar novas formas de conduzir as relações econômicas.
Os aspectos ideológicos/culturais que permeiam a crise ambiental. Apesar da singularidade apresentada por cada indivíduo nas formas de perceber a natureza e relacionar-se com ela e com a sociedade a sua volta, um traço é marcante na sociedade contemporânea: o consumismo e o individualismo. Dentro da lógica capitalista essas características ganham peso e são aprofundadas transformando as pessoas em consumidores e mercadorias ao mesmo tempo. 
A dinâmica entre essas esferas produz e reproduz o espaço e se esta estrutura socioeconômica se encontra abalada de múltiplas formas, fatalmente todo o sistema sustentado por ela deve sofrer um processo de mudança para aliviar os problemas mais urgentes que se levantam. As raízes profundas desses problemas impõem desafios a toda sociedade e o planejamento urbano precisa buscar respostas a estes desafios para tornar o ambiente urbano um espaço que promova a qualidade de vida e a equidade de maneira permanente.
A busca pela satisfação e pela felicidade através do consumo resulta em uma devastação irreparável dos ecossistemas do nosso planeta. O grande acúmulo de lixo e a questão energética são alguns dos maiores problemas que nossa sociedade futuramente irá enfrentar. Há, ainda, uma crise de acesso à alimentação e a desigualdade na distribuição de renda, o que causa exclusão social e fere diretamente os Direitos Humanos. Sendo assim a relação do ser humano com a natureza precisa ser repensada. Essa é a única forma pela qual o meio ambiente pode se recuperar não completamente dos impactos e da devastação causadas pela sociedade consumista e antiecológica. 
Quando caracterizamos a crise ambiental como uma crise multifacetada, voltamos o nosso olhar para as cidades de outra forma, conscientes da necessidade de se pensar a produção e a reprodução do espaço a partir de diversos prismas. Os problemas ambientais urbanos não são somente por conta da natureza física dos sistemas naturais, da mesma forma que a origem desses problemas não estão unicamente no local onde ocorrem. Mesmo sendo a escala local onde os problemas manifestam-se e requerem urgência nas medidas paliativas, outras escalas maiores, até mesmo de ordem global, podem atuar de forma determinante na geração de um dado fenômeno.
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESAS
No aspecto empresarial, pode-se dizer que responsabilidade social são as ações desenvolvidas para contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo, numa base voluntária.
Geralmente, as organizações criam programas sociais, o que acaba gerando benefícios mútuos entre a empresa e a comunidade, melhorando a qualidade de vida dos funcionários, e da própria população.
O desenvolvimento da comunidade na qual está inserida, a preservação do meio ambiente, uma comunicação transparente interna e externa, o investimento no ambiente de trabalho, no bem-estar dos funcionários, o retorno aos acionistas, a satisfação dos clientes, os investimentos em educação, saúde e esportes, são exemplos de ações que caracterizam a responsabilidade social das empresas. (BENEDICTO; RODRIGUES; PENIDO, 2008)
A responsabilidade social implica a noção de que uma empresa não tem apenas o objetivo de fazer lucro e além de trazer benefício financeiro às pessoas que trabalham na empresa, também deve contribuir socialmente para o seu meio envolvente. Desta forma, a responsabilidade social muitas vezes envolve medidas que trazem cultura e boas condições para a sociedade.
Os Estudos e debates sobre o tema responsabilidade social iniciaram nos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970, e tiveram como marco a Guerra do Vietnã. A produção e utilização de armamentos sofisticados provocaram danos à vida humana e ao meio ambiente, gerando insatisfação na população. Outras questões também se juntaram a estas, geradas pela discriminação de raças ou de sexo no ambiente de trabalho, fortalecendo o apelo por uma nova postura de práticas organizacionais.
No Brasil, foi criada, ainda na década de 1960, a Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), mas somente a partir de meados da década de 1970 a preocupação com a responsabilidade social começou a se expandir.
Nos anos 1980 consolidaram-se as Organizações Não-Governamentais (ONGs), fortaleceram-se os sindicatos, e a sociedade passou a participar efetivamente na luta por melhores condições de vida e salários mais justos. Houve transformação nas organizações e, também, a necessidade de conscientização do empresariado, mas, segundo Torres (2001, p. 19 apud TISOTT; OTT; KROETZ, 2006), “O principal fator que influenciou nessas transformações, foi o crescimento da participação popular”.
As limitações da ação do estado geram um consenso de que uma política de desenvolvimento social exige a participação de novos atores. Diante do fenômeno da exclusão social, observa-se nos últimos anos que as empresas privadas vêm mobilizando um volume cada vez maior de recursos destinados a iniciativas sociais. Os empresários passam a ter cosciência de que governos não podem atender sozinhos às demandas de ações sociais.
Tal multiplicação de iniciativas privadas com sentido público é um fenômeno recente. Foi a partir dos anos 80, que as organizações têm-se preocupado com problemas que envolvem a sociedade e o meio ambiente.
A década de 90 abre caminho para uma percepção de novos rumos de ação social. A partilha de responsabilidades necessárias ao enfrentar a exclusão social, pois o bem estar comum depende de uma ação em conjunto de todos os setores da economia. Nesse cenário, é importante ressaltar a importância das empresas como um agente de promoção do desenvolvimento econômico e do avanço tecnológico, grandes possuidoras de capacidade de criação e geração de recursos.
Discordando com o velho paradigma de que empresas somente se preocupam com a geração de lucros, para que a empresa sobreviva no mercado, é necessário a prática de preços baixos, oferta de produtos de qualidade e a realização da parte que lhe cabe na responsabilidade social, pois os consumidores estão cada vez mais seletivos, preferindo empresas que se integrem à comunidade. É inegável que fazer o bem e conscientizar-se de sua responsabilidade social vem se tornando um componente vital para o sucesso dos negócios e, mais do que isso, vem se tornando uma vantagem competitiva. 
Dessa forma, o compromisso pelo comportamento ético, contribuição ao desenvolvimento econômico e à melhoria da qualidade de vida dos empregados, suas famílias e comunidade são fatos percebidos nas empresas socialmente responsáveis. 
Podemos dizer que a responsabilidade social possui sete vetores, que são:
Vetor 1) Apoio ao desenvolvimento da comunidade na qual atua;
Vetor 2) Preservação do meio ambiente;
Vetor 3) Investimentos do bem-estar dos funcionários e dependentes e em um ambiente de trabalho agradável;
Vetor 4) Comunicações transparentes;
Vetor 5) Retorno aos acionistas;
Vetor 6) Sinergia com parceiros;
Vetor 7) Satisfação de clientes
e consumidores.
Significa mudança de atitude, numa perspectiva de gestão empresarial com foco na qualidade das relações e na geração de valores para todos. 
Dessa forma, a responsabilidade social depende da compreensão de que a ação social deve trazer benefícios para a sociedade, proporcionar a realização profissional dos empregados , promover benefícios para os parceiros e meio ambiente e trazer retornos para os investidores.
“Começa a haver a percepção de que uma sociedade empobrecida, com renda mal distribuída, violenta, como a nossa, não é uma sociedade propícia para os negócios. Henri Ford, quando aumentou o salário de seus funcionários, queria ter uma sociedade que pudesse ser mais justa. Os empresários começam a perceber (mas ainda em pouco grau) que uma sociedade deteriorada ameaça os próprios negócios e que não adianta demitir os funcionários, pois não terão quem compre, não terão uma sociedade justa.”
(GRAEJ, O. Responsablidade social nas empresas. Programa Roda Viva/TV Cultura. São Paulo, setembro, 2001.)
A responsabilidade social nas empresas pode trazer uma série de benefícios para a empresa, tais como:
· Fortalecimento de sua imagem;
· Capacidade de atrair e reter talentos;
· Maior comprometimento e lealdade dos empregados, que passam a se identificar melhor com a empresa;
· Maior aceitação pelos clientes, que a cada dia se tornam mais exigentes;
· Maior facilidade de acesso a financiamento, pois é real a tendência de os fundos de investimentos passarem a financiar apenas empresas socialmente responsáveis;
· Contribuição para sua legitimidade perante o estado e a sociedade. 
Maximiano (2004 apud GONZALEZ, 2009), comenta que não há discussão sobre o fato de que as organizações, assim como os indivíduos, têm responsabilidades sociais, à medida que seu comportamento afeta outras pessoas e, querendo elas ou não, há pessoas e grupos dispostos a cobrar essas responsabilidades por meio do ativismo político, da imprensa, da legislação e da atuação nos parlamentos. Porém, há duas correntes a esse respeito, cada uma delas com argumentos muito fortes, conforme pode ser visto a seguir:
a) Doutrina da Responsabilidade Social Essa corrente é a que reconhece a responsabilidade social das organizações de forma geral e das empresas em particular. Baseia-se na premissa de que as organizações são instituições sociais, que existem com autorização da sociedade, utilizam os recursos da sociedade e afetam a qualidade de vida da mesma. Segundo Maximiano (2004), um dos principais representantes dessa corrente é Andrew Carnegie, que publicou um livro no qual estabeleceu os dois princípios da responsabilidade social corporativa: caridade e zelo. Esses princípios baseavam-se numa visão paternalista do papel do empresário em relação aos empregados e aos clientes. A seguir:
Princípio da Caridade: esse princípio, diz que os indivíduos mais afortunados da sociedade devem cuidar dos menos afortunados, compreendendo desempregados, doentes, pobres e pessoas com deficiência física. Esses afortunados podem ser auxiliados diretamente ou por meio de instituições como igrejas, associações, não de sua empresa, e o indivíduo decide qual o valor da caridade que pretende praticar; e 
Princípio do Zelo: esse princípio estabelece que as empresas e os indivíduos ricos deveriam enxergar-se como depositários de sua propriedade. Segundo Carnegie, os ricos têm seu dinheiro com a confiança do restante da sociedade e podem usá-lo para qualquer finalidade que a sociedade julgar legítima. O papel da empresa é também aumentar a riqueza da sociedade, por meio de investimentos prudentes e uso cauteloso dos recursos sob sua responsabilidade. 
A ideia da responsabilidade social, apesar de ser conhecida, ganhou muita força quando a deterioração dos ecossistemas, provocada pela poluição, estimulou o debate sobre os benefícios e malefícios da sociedade industrial. Devido às pressões que nasceram decorrentes de grupos de ativistas, muitos países estabeleceram legislações severas sobre essas questões. 
A existência dessa legislação é um dos principais fatores que as empresas devem levar em conta ao tomar decisões que envolvem considerações de ordem ética. 
b) Doutrina do Interesse do Acionista de acordo com Maximiano (2004 apud GONZALEZ, 2009) a corrente alternativa da responsabilidade social propõe que as empresas têm obrigações, com seus acionistas. O representante mais conhecido dessa doutrina é Milton Friedman. Ele afirma que a principal responsabilidade das empresas é maximizar o lucro dos acionistas. De acordo com esse ponto de vista, a ética das decisões de negócios, consistem em procurar as alternativas que produzam mais dinheiro, porque essa diretriz promove a utilização mais eficiente e eficaz dos recursos individuais, organizacionais, sociais e ambientais. Observa-se que tais doutrinas não contemplam as instituições públicas que prestam serviço público, mas apenas as instituições privadas, o que explica a ênfase no lucro e a preocupação com o entorno como meio para atingir aquele objetivo.
A RESPONSABILIDADE SOCIAL COMO ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
Fone: www.blog.fipecafi.org
Durante o século XX, o conceito de cidadania se expandiu na sociedade política e foi incorporado pela sociedade civil (pessoas físicas e jurídicas). 
As empresas socialmente responsáveis lidam com o investimento social não só como caridade, mas como investimento, incorporando-o ao seu planejamento estratégico. 
Hoje, somente fazer doações a entidades filantrópicas não é mais o objetivo principal dos empresários. Eles estão atentos às novas exigências do mercado: investir no social. Diferentemente de uma ajuda assistencialista, as empresas preocupam-se com o resultado de seus investimentos e exigem o monitoramento e a avaliação das ações. 
Empresas que podem ser consideradas cidadãs investem no social não só no que tange ao cumprimento das leis, mas também no sentido de antever necessidades humanas, para que haja desenvolvimento pleno da sociedade.
Uma prática que, a partir desse cenário, passa a ser desenvolvida, é a realização do empregado como ser humano, com o aproveitamento máximo de suas potencialidades. Assim, a empresa ganha, pois funcionários mais satisfeitos, produzem mais; funcionários ganham, pois investindo no social, a empresa está investindo na vida particular dele e na comunidade; a sociedade ganha, afinal é nela que todas estas transformações acontecem.
No meio empresarial brasileiro, pode-se perceber duas visões distintas sobre a atuação social: a visão pós-lucro da responsabilidade social empresarial e a visão pré-lucro. 
A primeira visão surge da mentalidade clássica da administração de empresas, a da simples maximização dos lucros, na qual a análise ambiental não é utilizada como ferramenta estratégica. Neste contexto, as ações normalmente partem após um acontecimento nas comunidades vizinhas, com repercussões negativas para a empresa, como desastres ambientais, situações diversas de calamidade, elevados índices de criminalidade, analfabetismo, péssimas condições de saneamento, dentre outros diversos tipos de carências sociais.
A segunda visão tem como objetivo maior o desenvolvimento sustentável da sociedade, fazendo parte do planejamento estratégico da organização, apontando para o equilíbrio entre performance corporativa ética e compromisso social.
Atualmente, fatores como educação, saúde, meio ambiente, segurança, cultura, esporte e lazer são responsáveis pela continuidade de um crescente ciclo de consumo e pelo desenvolvimento de toda a cadeia produtiva em torno da sociedade.
Não é preciso muito esforço para perceber que as empresas socialmente responsáveis, que pensam não somente no lucro, mas acima de tudo, no ser humano, são mais valorizadas e reconhecidas, com a preferência dos seus clientes. Em uma pesquisa da You & Company com cerca de 2.000 estudantes de MBA revelou que mais de 50% deles preferiria trabalhar em empresas éticas, mesmo que isso significasse salários menores. Dessa forma, comprova-se que as empresas com essa filosofia
são capazes de atrair e reter talentos.
Nesse contexto apresentado até agora, também temos o marketing societal, que envolve toda a cadeia que se relaciona com a organização: Colaboradores, fornecedores, distribuidores e a comunidade, e não mais apenas com a sociedade, incluindo nesse processo ética nos negócios e respeito ao meio ambiente. Portanto, relação passa a ir além de atender aos desejos do consumidor, com responsabilidade a médio e longo prazo. Essa ampliação de estratégias é o que denomina-se Responsabilidade Social Corporativa. 
Fonte: sejadivergente.com 
Podemos citar como exemplo: 
CORREIOS: PAPAI NOEL
O Papai Noel dos Correios tem como objetivo presentear as crianças que estão em situação de vulnerabilidade social.
TV GLOBO: CRIANÇA ESPERANÇA
O projeto tem como objetivo a conscientização do público em relação aos direitos de crianças e adolescentes da nossa sociedade.
MCDONALDS: MCDIA FELIZ
Outro projeto incrível e que faz sucesso em mais de 20 países é o McDia Feliz idealizado pelo Instituto Ronald McDonald que faz parte da rede fast food McDonalds com o objetivo de ajudar causas sociais, através de trabalhos sociais.
A diferença entre o marketing social e o comercial está no objetivo para o qual são desenvolvidas tais campanhas.
O marketing social tem o intuito de conscientizar o público frente a determinada causa ou problema. Esse tipo de campanha está relacionado ao incentivo de influenciar o comportamento ou mudar a ideia da sociedade em relação às causas do ambiente social que necessitam cada vez mais de visibilidade.
Isso já vem ocorrendo através das ações de grandes marcas voltadas para esses problemas, reforçando seus valores, branding e buscado uma sociedade mais justa.
O segundo trata exclusivamente de vender produtos e serviços e arrecadar lucros e bons resultados para o ambiente corporativo. O marketing comercial já possui o foco de vender, encantar clientes e contribuir cada vez mais para o consumo de produtos disponíveis no mercado.
Responsabilidade social corporativa é um processo contínuo, visando alcançar desenvolvimento socialmente responsável, econômico e ambientalmente sustentável. É uma filosofia implantada pela empresa, em primeiro lugar, aos funcionários e parceiros, a fim de que a ideia seja absorvida e comprada para assim atuarem como verdadeiros agentes de mudança, contribuindo para a criação da empresa-cidadã. Com essa percepção, a empresa não só começa a despertar interesse no seu nicho de mercado, mas sim em outros, com a simples exposição e fortificação da marca. 
A responsabilidade social é apenas uma das dimensões da responsabilidade social corporativa. O exercício da responsabilidade social baseia-se na prática de ações sociais voltadas para o público interno e externo. Já a responsabilidade social corporativa é mais abrangente, pois compreende além das ações sociais, práticas e modelos de gestão ética e socialmente responsáveis. É a somatória da responsabilidade ética, responsabilidade social e responsabilidade ambiental.
“Responsabilidade Social Corporativa é o comprometimento dos empresários em adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, simultaneamente, a qualidade de vida de seus empregados e de seus familiares, da comunidade local e da sociedade como um todo.” (Conselho Empresarial Mundial, 1998).
A busca da responsabilidade social corporativa tem, em resumo, as seguintes características:
É plural: empresas devem satisfações aos acionistas, funcionários, mídia, governo, setor não-governamental e ambiental e comunidades. Diálogo participativo nos processos representa mudança de comportamento da empresa e maior legitimidade social.
É distributiva: a responsabilidade social nos negócios é um conceito que se aplica a toda a cadeia produtiva. É um conceito de interesse comum, ou seja, deve ser difundido ao longo de todo o processo produtivo.
É sustentável: responsabilidade social e desenvolvimento sustentável são conceitos que andam de mãos dadas. Uma atitude responsável garante a não escassez de recursos. O desenvolvimento sustentável se refere ao ambiente, promove a imagem da empresa e leva ao crescimento orientado. Uma postura sustentável é preventiva e possibilita a prevenção de riscos futuros.
É transparente: a globalização demanda transparência. Empresas são gradualmente obrigadas a publicar relatórios anuais, onde sua performance é aferida nas mais diferentes modalidades.
ÉTICA, MORAL E VALORES
O filósofo Aristóteles acreditava que a ética é caracterizada pela finalidade e pelo objetivo a ser atingido, que seria viver bem, ter uma boa vida, juntamente e para os outros.
Neste sentido, pode-se considerar a ética como um tipo de postura e que se refere a um modo de ser, à natureza da ação humana. Trata-se de uma maneira de lidar com as situações da vida e do modo como estabelecemos relações com outra pessoa.
Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser e moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, significando costumes. Valores, etimologicamente valor, provém do latim valere, ou seja, que tem valor, custo. As palavras desvalorização, inválido, valente ou válido têm a mesma origem e, transferindo esses conceitos a valores humanos, conseguimos entender que valores são ensinamentos do que é certo e errado e, a partir disso, reproduzimos os valores impostos pela sociedade. 
Diante dessas definições, nos confundimos com o verdadeiro significado que cada uma delas têm e esta confusão pode ser resolvida com o seguinte esclarecimento: moral é um conjunto de normas adquiridas pela educação, tradição e cotidiano que regulam o comportamento do homem em sociedade; moral tem caráter obrigatório; já a palavra ética representa um conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade, garantindo, assim, o bem-estar social.
Os valores são o que orientam a nossa conduta. Com base neles decidimos como agir diante das diferentes situações que a vida nos impõe. Relacionam-se, principalmente, com os efeitos que tem sobre o que fazemos para as pessoas, para a sociedade ou em nosso ambiente.
A palavra “moral” é originária do termo latino “Morales”, que significa “relativo aos costumes”, isto é, aquilo que se consolidou como sendo verdadeiro do ponto de vista da ação.
A moral sempre existiu, pois, todo ser humano possui a consciência moral que o leva a distinguir o bem do mal. A moral surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. Já a ética teria surgido com Sócrates, pois foi exigido um maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas, principalmente, por convicção e inteligência.
A moral não é somente um ato individual, pois as pessoas são, por natureza, seres sociais, ou seja, a moral também é um empreendimento social. E esses atos morais, quando realizados por livre participação da pessoa, são aceitos, voluntariamente.
Conceito de ética está vinculado à percepção dos conflitos, autonomia, coerência. Um indivíduo tornar-se-á ético quando puder compreender e interpretar o código de ética, além de atuar de acordo com os princípios por ele propostos. Ética é uma espécie de legislação do comportamento moral das pessoas. Mas a função fundamental é a mesma de toda teoria, explorar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade.
Ética e moral são os maiores valores do homem. Ambos significam "respeitar e venerar a vida". O homem, com seu livre arbítrio, forma seu meio ambiente ou o destrói, ou ele apoia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética, Moral e valores se formam numa mesma realidade.
Ética e moral são discutidos com igual significado. No entanto, em um nível intelectual, enquanto que a moral tende a ser particular, pela concretude de seus objetos, a ética tende a ser universal, pela abstração de seus princípios.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL.
Fonte: definicao.net
O comportamento ético no trabalho, acompanhando de padrões e valores, tanto na sociedade, quanto na própria organização são essenciais para o alcance da excelência profissional. Não basta apenas estar em constante aperfeiçoamento para conquistar credibilidade profissional, é preciso assumir essa postura ética. Através dela ganhamos confiança e respeito de superiores e demais colaboradores.
Ética profissional é o conjunto de valores, normas e condutas que conduzem e conscientizam as atitudes e o comportamento de um profissional na organização. Desta forma, a ética profissional é de interesse e importância da empresa e também do profissional que busca o desenvolvimento de sua carreira.
A conduta ética contribui também para o andamento dos processos internos, aumento de produtividade, realização de metas e a melhora dos relacionamentos interpessoais e do clima organizacional.
É importante que a empresa tenha um código de conduta ética, para orientar o comportamento de seus colaboradores de acordo com as normas e postura da organização. O código de ética empresarial facilita a adaptação do colaborar e serve como um manual para boa convivência no ambiente de trabalho.
Considere alguns fatores importantes que auxiliam no processo de desenvolvimento de carreiras: Honestidade, sigilo, competência, prudência, humildade e Imparcialidade.
Algumas profissões contam com Conselhos de Representação que têm a responsabilidade de criar Códigos de Ética específicos para cada área de atuação. Você já deve ter ouvido falar no Conselho Federal de Medicina (CFM), ou no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).
Esses Códigos de Ética criados pelos Conselhos existem para padronizar procedimentos operacionais e condutas de comportamento, garantindo a segurança dos profissionais e dos usuários de cada serviço. Eles estabelecem princípios ético-morais de determinada profissão, e preveem penas disciplinares aos trabalhadores que não obedecerem aos procedimentos e normas de sua área, protegendo a sociedade de injustiças e desrespeito em qualquer esfera. Por isso, cabe ainda aos Conselhos a função de fiscalizar o cumprimento dos Códigos de Ética.
Fique atento às normas estabelecidas em sua profissão. Independentemente de ter ou não um Código específico, todas as profissões exigem o cumprimento de valores morais e princípios éticos considerados universais como a honestidade, a competência e a responsabilidade.
GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL
Fonte: aempreendedora.com.br
Nos últimos anos, a responsabilidade social ganhou conhecimento no mundo inteiro e passou a configurar um modelo de gestão para aproximar o relacionamento da empresa com seus colaboradores e suas partes interessadas como: Público interno, fornecedores, clientes, comunidade etc. Esta premissa promove o apoio à sociedade, gerando diferenciais competitivos no mercado. Neste sentido, as empresas passaram a ter o seu foco estratégico em atingir e demonstrar desempenhos ambientais, econômicos e sociais de forma consistente com práticas reconhecidas no mercado.
A responsabilidade social conclama todos os setores da sociedade a assumirem a responsabilidade pelos impactos que suas decisões geram na sociedade e meio ambiente. Nesse sentido, os setores produtivos e empresariais ganham um papel particularmente importante, pelo impacto que geram na sociedade e seu poder econômico e sua capacidade de formular estratégias e concretizar ações.
Essa nova postura, de compartilhamento de responsabilidades, não implica, entretanto, em menor responsabilidade dos governos, ao contrário, fortalece o papel inerente ao governo de grande formulador de políticas públicas de grande alcance, visando o bem comum e a equidade social, aumentando sua responsabilidade em bem gerenciar a sua máquina, os recursos públicos e naturais na sua prestação de contas à sociedade. Além disso, pode e deve ser o grande fomentador, articulador e facilitador desse novo modelo que se configura de fazer negócios.
O Brasil tem sido protagonista desse movimento, tendo elaborado uma Norma Nacional de Responsabilidade Social: a ABNT NBR 16001:2004 Responsabilidade Social – Sistema de gestão - Requisitos, para a qual o Inmetro desenvolveu o Programa Brasileiro de Certificação em Responsabiidade Social. O Brasil também liderou, em parceria com a Suécia, o Grupo de Trabalho da ISO (Internatinal Organization for Standardization) incumbido de elaborar a ISO 26000:2010 - Diretrizes em responsabilidade social, publicada em 1º de novembro de 2010.
Em decorrência destas ações foi criado o Fórum Governamental de Responsabilidade Social, do qual o Inmetro é um dos coordenadores.
Fonte: inmetro.gov.br
O Inmetro, por meio da Diretoria de Avaliação da Conformidade, é responsável pela gestão do Programa e pela definição dos requisitos de certificação, que estabelece a forma da avaliação. A ABNT, fórum nacional de normalização, é responsável por coordenar a elaboração das normas técnicas que definem os requisitos que a organização deve atender.
 
Por meio da Coordenação Geral de Acreditação, o Inmetro também é responsável pela acreditação das certificadoras que conduzem e concedem a certificação no Programa. Na gestão do Programa e na normalização, há a participação de partes interessadas, de diversos segmentos da sociedade, nas ações da Comissão Técnica do Inmetro e da Comissão de Estudos Especiais na ABNT, vinculadas ao PBCRS.
 A principal referência normativa do Programa é a norma ABNT NBR 16001, Responsabilidade Social - Sistema de gestão - Requisitos. Essa norma brasileira, revisada em 2012, teve como base a ISO 26000 - Diretrizes sobre Responsabilidade Social. A norma estabelece o que a organização deve fazer, quais requisitos devem cumprir.
 Na avaliação do Sistema de Gestão da Responsabilidade Social da organização, todas as etapas do processo de certificação são conduzidas por um Organismo de Certificação de Sistema da Gestão da Responsabilidade Social (OCR) acreditado pelo Inmetro, que avalia a competência dessas certificadoras em realizar as atividades de avaliação previstas neste Programa.
 O Inmetro, portanto, define procedimentos de certificação e realiza a acreditação de organismos de certificação, que por sua vez realizam auditorias nas organizações e emitem o certificado para aquelas que estejam cumprindo os requisitos estabelecidos na norma. Esse certificado leva também a marca do Inmetro.
A certificação no Sistema de Gestão da Responsabilidade Social (SGRS), com base na ABNT NBR 16001, envolve as três principais dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental. De acordo com esta norma, Responsabilidade Social é entendida como:
 “A responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que: Contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem-estar da sociedade; leve em consideração as expectativas das partes interessadas; esteja em conformidade com a legislação aplicável; seja consistente com as normas internacionais de comportamento e esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações."
 
A norma estabelece sete princípios que as organizações devem seguir, visando a um comportamento socialmente responsável. São eles: accountability ou responsabilização; transparência; comportamento ético; respeito pelos interesses das partes interessadas; respeito pelo estado de direito; respeito pelas normas internacionais de comportamento; respeito aos direitos humanos. As organizações devem também tratar de sete temas considerados centrais da Responsabilidade Social: governança organizacional, direitos humanos, práticas de trabalho, meio ambiente, práticas leais de operação, questões relativas ao consumidor e envolvimento e desenvolvimento da comunidade.
1.1 NORMA SA 8000
A intenção da SA 8000 (Social Accoutability) é oferecer um padrão que se baseia em normas internacionais de direitos humanos e em leis trabalhistas nacionais que irão proteger e
habilitar todo o pessoal dentro do escopo de controle e influência de uma empresa, que produzam ou forneçam serviços, incluindo o pessoal empregado, bem como o pessoal de fornecedores/subcontratados, subfornecedores e trabalhadores em domicílio.
Lançada em outubro de 1997 pela CEPAA - Council on Economics Priorities Accreditation Agency, atualmente chamada SAI – Social Accountability International, organização não-governamental norte-americana, a Social Accountability 8000 (SA8000) é o primeiro padrão global de certificação de um aspecto da responsabilidade social de empresas. Atualmente a SAI possui o papel de promover e estimular a implementação da norma no mundo todo, além de credenciar organizações qualificadas para certificação.
A norma SA8000 é um padrão global de responsabilidade social em função das boas condições de trabalho, desenvolvida e supervisionada pela organização Social Accountability International (SAI). Esta norma é fundamentada nos princípios internacionais dos direitos humanos e nas convenções da Organização Internacional do Trabalho (International Labour Organization – ILO em inglês), os quais incentivam a gerência a implementar mudanças sistemáticas e sustentáveis nas operações comerciais.
A norma SA8000 tem como objetivo melhorar as condições de trabalho nas organizações ao redor do mundo ao melhorar as condições dos colaboradores nas empresas.
A norma abrange os seguintes aspectos:
- Trabalho infantil e trabalho escravo
- Sistemas de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional
- Liberdade de associação e direito à negociação coletiva
- Discriminação
- Práticas disciplinares
- Horas de trabalho
- Remuneração
- Sistemas de Gestão
Além de definir normas de trabalho em todo o mundo, a SA 8000 também contempla acordos internacionais existentes, incluindo as convenções da Organização Internacional do Trabalho, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança.
Adotar a certificação SA 8000 significa que a organização deve levar em consideração o impacto social das suas operações, além das condições sob as quais seus funcionários, parceiros e fornecedores trabalham. Pode ser aplicada a qualquer empresa, de qualquer tamanho, em todo o mundo. 
Benefícios da norma de certificação SA 8000
· Comprova o compromisso com a responsabilidade social e o tratamento ético dispensado aos seus colaboradores, em conformidade com os padrões globais.
· Melhora a gestão e o desempenho da cadeia de valor.
· Permite garantir a conformidade com os padrões globais e reduz o risco de negligência, exposição pública e possíveis ações judiciais.
· Apoia a visão corporativa, construindo e reforçando a lealdade dos seus colaboradores, clientes e partes interessadas.
· Permite demonstração de uma responsabilidade social apropriada nas licitações de contratos internacionais ou na expansão local para acomodar novos negócios.
As organizações interessadas em comprovar o atendimento aos requisitos da norma são submetidas a auditorias por técnicos especializados de renomadas entidades independentes. O certificado só é concedido àquelas organizações que cumprem totalmente os requisitos da norma. Para aumentar a credibilidade do programa a norma exige que os funcionários da empresa elejam um representante que vai acompanhar a sua implantação, o que não acontece hoje com as normas ISO 9000 e 14000.
Entretanto, devem ser realizadas auditorias internas antes da solicitação de auditoria externa. É recomendável que seja realizada uma pré-auditoria.
Na auditoria de certificação são então realizadas as visitas de auditoria com a busca de evidências objetivas do processo implementado, sendo as informações auferidas em entrevistas com funcionários e stakeholders (partes interessadas).
NORMA NBR 16001
A norma NBR 16001 foi redigida de forma a aplicar-se a todos os tipos e portes de organizações e para adequar-se a diferentes condições geográficas, culturais e sociais brasileiras. A Responsabilidade Social configurou-se em um modelo de gestão que aproxima o relacionamento da organização com suas partes interessadas (público interno, fornecedores, clientes, comunidade de entorno, entre outros). Esta premissa acarreta o apoio da sociedade, gerando diferenciais competitivos. Neste sentido, organizações estão cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar desempenhos ambientais, econômicos e sociais de forma consistente com práticas reconhecidas no mercado. Com este objetivo, foi criada a norma nacional de gestão da Responsabilidade Social, a ABNT NBR 16001. Uma análise do seu conteúdo, portanto, torna-se necessária, uma vez que a mesma pode se constituir num referencial para adequação dos modelos de gestão de várias organizações brasileiras.
A ABNT NBR 16001 - Responsabilidade social - Sistema da gestão - Requisitos teve sua primeira edição publicada em novembro de 2004 e a sua segunda versão em julho de 2012.
A versão de 2012 foi baseada na diretriz internacional ISO 26000 publicada em novembro de 2010.
A revisão da ABNT NBR 16001 ocorreu no âmbito da Comissão Especial de Estudos de Responsabilidade Social da ABNT, tendo ficado em consulta nacional.
Outros países também têm desenvolvido normas nacionais com o propósito de certificação à luz da ISO 26000.
A NBR 16001 é uma norma de sistema de gestão, passível de auditória, estruturada em requisitos verificáveis, permitindo que a organização busque a certificação por uma terceira parte, o que não ocorre com a ISO 26000 que é uma norma de diretrizes.
O Inmetro desenvolveu o Programa Brasileiro de Certificação em Responsabilidade Social de acordo com a NBR 16001, desde a sua primeira versão, e agora definiu um plano de transição (por meio da Portaria INMETRO / MDIC número 407 de 02/08/2012) para as organizações estabelecendo que:
I. As organizações certificadas com base na norma ABNT NBR 16001:2004 podem, a qualquer tempo, a contar da data de publicação desta Portaria, migrar para a versão atual da norma, mediante auditoria
II. As solicitações de certificação inicial poderão continuar a ser concedidas com base na norma ABNT NBR 16001:2004 em até 12 (doze) meses contados da publicação desta Portaria;
III. As solicitações de recertificação poderão continuar a ser concedidas com base na norma ABNT NBR 16001:2004 em até 24 (vinte e quatro) meses contados da publicação desta Portaria;
 IV. Todas as certificações vigentes concedidas com base na norma ABNT NBR 16001:2004 deverão ser migradas para a versão atual da norma ou serem canceladas no prazo de 36 (trinta e seis) meses, contar da data de publicação desta Portaria."
Ou seja:
· Até 02 de agosto de 2013 as organizações poderão solicitar certificação inicial com base na norma antiga (ABNT NBR 16001:2004);
· As empresas já certificadas na primeira versão poderão solicitar recertificação até 02 de agosto de 2014;
· A partir de 02 de agosto de 2015 todas as organizações deverão ter migrado para a versão de 2012.
Principais pontos da NBR 16001:2004
ABNT NBR 16001 estabelece requisitos mínimos relativos a um sistema de gestão da Responsabilidade Social, permitindo à organização formular e implementar uma política e objetivos que levem em conta as exigências legais, seus compromissos éticos e sua preocupação com a promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável, além da transparência das suas atividades. Segundo Ursine & Sekiguchi (2005), os pontos mais relevantes desta norma são:
 - É aplicável a todos os tipos e portes de organização. Embora o público usual de normas de sistemas de gestão sejam as grandes corporações, essa norma foi redigida de forma a aplicar-se também às pequenas e médias empresas, de qualquer setor, bem como às demais organizações públicas ou do terceiro setor que tiverem interesse em aplicá-la;
- Entendimento amplo do tema “Responsabilidade Social”. Essa norma incorporou o conceito mais amplo de Responsabilidade Social, ao aproximá-lo do desenvolvimento sustentável e incluir em seu cerne o engajamento e a visão das partes interessadas;
 - Necessidade de
comprometimento dos funcionários e dirigentes de todos os níveis e funções. Em diversos pontos da norma ressalta-se a necessidade de comprometimento dos dirigentes e funcionários de todos os níveis e funções, em especial os da alta direção, uma vez que se trata de um tema transversal;
- Necessidade de uma política da responsabilidade social e o desenvolvimento de programas com objetivos e metas. A norma prescreve que a alta administração deve definir a política de Responsabilidade Social, “consultando as partes interessadas” e assegurando, dentre outros tópicos, que a mesma “inclua o comprometimento com a promoção da ética e do desenvolvimento sustentável”. Na etapa de planejamento, a organização deverá estabelecer, implementar e manter objetivos e metas da Responsabilidade Social, com o envolvimento de funções e níveis relevantes dentro da organização e demais partes interessadas.
 As organizações devem desenvolver programas (com objetivos e metas) que deverão contemplar onze temas da Responsabilidade Social. São eles:
· Boas práticas de governança;
· Combate à pirataria, sonegação, fraude e corrupção;
· Práticas leais de concorrência;
· Direitos da criança e do adolescente, incluindo o combate ao trabalho infantil;
· Direitos do trabalhador, incluindo o de livre associação, de negociação, a remuneração justa e benefícios básicos, bem como o combate ao trabalho forçado;
· Promoção da diversidade e combate à discriminação (por exemplo: cultural, de gênero, de raça/etnia, idade, pessoa com deficiência);
· Compromisso com o desenvolvimento profissional;
· Promoção da saúde e segurança;
· Promoção de padrões sustentáveis de desenvolvimento, produção, distribuição e consumo, contemplando fornecedores, prestadores de serviço, entre outros;
· Proteção ao meio ambiente e aos direitos das gerações futuras;
· Ações sociais de interesse público.
Adota modelo PDCA. Tendo em vista o êxito do modelo PDCA (PLAN, DO CHECK, ACT – Planejar, Fazer, Avaliar e Agir), utilizado anteriormente pelas normas ISO 9001 e ISO 14001, foi decidido que a base do sistema dessa norma seria a mesma, facilitando a integração com os sistemas de gestão já existentes, evitando-se assim a criação de sistemas e departamentos isolados;
 Esclarecimento que o atendimento aos requisitos da norma não significa que a organização é socialmente responsável, mas que possui um sistema de gestão da Responsabilidade Social. A norma chega a estabelecer que as comunicações externas e internas da organização deverão respeitar este preceito. A introdução da norma traz em seu texto essa preocupação.
Auditabilidade - a norma é estruturada em requisitos, permitindo, portanto, que a organização busque a certificação de seu sistema de gestão da Responsabilidade Social junto a uma organização externa.
Em fevereiro de 2006, o Inmetro publicou os critérios de avaliação da conformidade para as organizações que desejarem implementar um sistema de gestão conforme a NBR 1600, iniciativa inédita no mundo, uma vez que o Inmetro foi o primeiro órgão governamental a assumir a coordenação de um programa de avaliação da conformidade baseado em uma norma de gestão da Responsabilidade Social. Atualmente, existem cerca de 20 empresas certificada. (Fonte Inmetro).
ISO 26000 - DIRETRIZES EM RESPONSABILIDADE SOCIAL
Fonte: adsqualidade.com.br
No dia 1º de novembro de 2010, foi publicada a Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi em Genebra, Suíça. No Brasil, no dia 8 de dezembro de 2010, a versão em português da norma, a ABNT NBR ISO 26000, foi lançada em evento na Fiesp, em São Paulo.
Segundo a ISO 26000, a responsabilidade social se expressa pelo desejo e pelo propósito das organizações em incorporarem considerações socioambientais em seus processos decisórios e a responsabilizar-se pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente. Isso implica um comportamento ético e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, que esteja em conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais de comportamento. Também implica que a responsabilidade social esteja integrada em toda a organização, seja praticada em suas relações e leve em conta os interesses das partes interessadas.
 A norma fornece orientações para todos os tipos de organização, independente de seu porte ou localização, sobre:
· Conceitos, termos e definições referentes à responsabilidade social;
· Histórico, tendências e características da responsabilidade social;
· Princípios e práticas relativas à responsabilidade social;
· Os temas centrais e as questões referentes à responsabilidade social;
· Integração, implementação e promoção de comportamento socialmente responsável em toda a organização e por meio de suas políticas e práticas dentro de sua esfera de influência;
· Identificação e engajamento de partes interessadas;
· Comunicação de compromissos, desempenho e outras informações referentes a responsabilidade social.
1.2 Aplicação ISO 26000
A ISO 26000 é uma norma não vinculativa, ou seja, de implementação não obrigatória, indicada a todo tipo de organização, com foco nas empresas, que desejem implementar programas de sustentabilidade. Foi elaborada e apresentada pela International Organization for Standardization – ISO, ou Organização Internacional para Padronização em tradução para o português.
A norma internacional de responsabilidade social ISO 26000 foi desenvolvida com o objetivo de fundamentar o tema mundialmente, seu processo de confecção foi considerado o maior e mais complexo já realizado pela International Organization for Standardization (ISO). Ao longo da sua elaboração, contou com a participação de 99 países, envolvendo mais de 450 especialistas e 210 observadores. Iniciativa coordenada pelo Brasil e pela Suécia, teve a representação de diversas partes interessadas: indústrias, governos, trabalhadores, consumidores, ONGs, serviços de suporte, academia e consultorias.
Essa norma tem o caráter de orientação, de guia, de consolidação de conceitos, princípios e temas relevantes relacionados à responsabilidade social, além de sugerir procedimentos para um sistema de gestão. Ela não objetiva certificação e não propõe formalmente o sistema de gestão. Por ser uma norma única e diferente da história de concepção das demais normas da ISO, é imprescindível que seja divulgada, compreendida, experimentada e aplicada estrategicamente pelas empresas, para encaminharem suas políticas de sustentabilidade.
A estrutura da norma está dividida em sete capítulos. Parte da contextualização do conceito, da identificação dos princípios e dos principais assuntos e questões da responsabilidade social. Nos primeiros capítulos, a norma fornece conceitos e princípios fundamentais às atividades da organização, que devem ser internalizados pela cultura e consequentes operações, estendendo-se a sua cadeia de valor: ética, transparência, accountability, conformidade legal, diálogo e respeito aos interesses das partes interessadas. Depois, cita temas centrais, descreve-os e fala de ações e expectativas sobre cada um. São eles: governança organizacional, direitos humanos, meio ambiente, práticas leais de operação, questões relativas ao consumidor e envolvimento com a comunidade e seu desenvolvimento.
O capítulo 7 trata da aplicação dos conceitos citados nos demais capítulos. Para incorporação da responsabilidade social à gestão da organização, ela deve passar pelos seguintes tópicos: analisar como algumas características essenciais, principalmente os temas centrais, relacionam-se com responsabilidade social, determinar a relevância e significado dos assuntos essenciais para a organização; avaliar as possibilidades dentro de sua esfera de influência e estabelecer prioridades para tratar de assuntos e questões essenciais.
Todo sistema de gestão depende da identificação de aspectos que devem ser acompanhados e da determinação de indicadores. Em se tratando da ISO 26000, para determinar a esfera de responsabilidade
social, é fundamental que se identifiquem as questões relevantes a suas atividades e decisões, as ações e expectativas relacionadas e considerem os impactos das atividades e decisões da organização, tendo em mente os interesses e expectativas das partes interessadas.
Um dos desafios para sua utilização é o processo de avaliação do nível de adequação à mesma, uma vez que não há certificação. Esse foi um dos grandes debates que envolveu o seu desenvolvimento, mas, em síntese, podemos considerar que a norma é um grande acordo global, um retrato do mundo com suas expectativas impressas em suas páginas, relativas ao que seria a responsabilidade social praticada pelas organizações.
Sua importância na realidade empresarial é uma questão de decisão interna das organizações e pressão externa. Acreditamos que serão desenvolvidas maneiras de se auditar externamente, por entidades independentes, o atendimento às premissas especificadas na norma.
CURIOSIDADES
Até 2040, França deve banir carros movidos a petróleo e diesel
O governo francês veio a público confirmar um planejamento ambicioso de metas sustentáveis para o país nos próximos anos. De acordo com o pronunciamento do ministro do Meio Ambiente, Nicolas Hulot, a França vai banir até 2040 a comercialização de carros movidos a petróleo e diesel.
A iniciativa faz parte da estratégia do país para diminuir o consumo de combustíveis fósseis, com o objetivo de fortalecer os compromissos firmados no Acordo de Paris com as outras partes signatárias. Vale destacar que, em conjunto, o ministro está inaugurando um plano de cinco anos do governo para incentivar a energia limpa.
De acordo com Hulot, a expectativa de sucesso do projeto está na grande capacidade dos fabricantes de automóveis do país, que têm projetos que podem fazer com que esse objetivo possa ser cumprido.
Inclusive, o grupo PSA, responsável pela fabricação dos modelos da Peugeot e Citroën, confirmou que os planos anunciados pelo governo vão ao encontro do seu objetivo, que é oferecer versões híbridas ou elétricas de 80% de sua frota até 2023. A prefeitura de Paris, por exemplo, já apresentou um projeto de proibição contra veículos a diesel até 2020.
Outra meta audaciosa dos franceses é a de proibição de automóveis movidos a gasolina. Esta, porém, é mais complicada, já que modelos que contam com tecnologias mais limpas ainda não estão disponíveis por preços mais acessíveis no mercado.
A ótima notícia, no entanto, está sendo analisada com uma certa cautela pela cúpula internacional. O Greenpeace pediu que o governo francês enviasse um prazo mais claro para suas ações, já que está preocupado com a possibilidade de os governos subsequentes abandonarem o esforço de geração com o passar dos anos.
Hulot também propôs uma proibição de novas operações de petróleo e gás em território francês, além de ter confirmado que o país deixará de produzir energia proveniente do carvão, que hoje representa 5% do total até 2022.
Dentre outras ações do planejamento, a sexta maior economia do mundo quer também reduzir a proporção de seu poder da energia nuclear para 50% até 2025 (diminuindo os atuais 75%). A tributação de poluentes é também uma das estratégias para incentivar o consumo de energia e tecnologias verdes.
Fonte: pensamentoverde.com.br (Acesso em 15 de fevereiro de 2020).
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