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Título: Resenha Crítica do artigo de Marcuscho e Dionízio no livro: FALA E ESCRITA: PRINCIPIOS GERAIS PARA O TRATAMENTO DAS RELAÇÕES ENTRE FALA E ESCRITA. MARCUSCHI, Luiz A.; DIONÍZIO, Angela P. Autor: Allyson Augusto de Jesus Ferreira RESENHA CRÍTICA MARCUSCHI, Luiz A.; DIONÍZIO, Angela P. Fala e escrita: Princípios gerais para o tratamento das relações entre a fala e a escrita. Belo Horizonte: Autêntica, 2007 Allyson Augusto de Jesus Ferreira Este artigo discute a relação entre fala e escrita, enfatizando a importância de compreender esses dois modos como atividades discursivas complementares. Os ensaios deste livro exploram a ideia de que não há razão para desvalorizar a fala em detrimento da escrita ou para criar uma dicotomia entre falar e escrever. Em vez disso, enfatizam a importância de reconhecer a complementaridade e a influência mútua da fala e da escrita. Os autores mantêm a visão de que a fala e a escrita desempenham um papel importante na comunicação e na criação de conhecimento. Este artigo destaca a necessidade de compreender a oralidade como ponto de partida para reconhecer o impacto da fala na escrita, especialmente o impacto da fala nos processos de alfabetização. Em síntese, o objetivo deste trabalho é promover uma visão integrada e equilibrada da relação entre a fala e a escrita e enfatizar a importância dos modos comunicativos e das suas complementaridades na construção do discurso e do conhecimento. Luiz Antônio Marcuschi e Angela Paiva Dionísio abordam a relação entre a fala e a escrita, enfatizando a complementaridade e a influência mútua desses dois modos de comunicação. Eles argumentam que não há razão para desvalorizar a fala e ao mesmo tempo minar a escrita, nem há qualquer razão para criar uma dicotomia entre falar e escrever. Ambos os autores enfatizam a importância de reconhecer o impacto da fala na escrita, especialmente no processo de leitura e escrita, e a necessidade de compreender a oralidade como ponto de partida para a compreensão do funcionamento da escrita. Markuski e Dionisio defendem uma visão integrada e equilibrada da relação entre a fala e a escrita, reconhecendo que ambos os modos de comunicação desempenham papéis importantes na comunicação e na produção de conhecimento. Enfatizam a complementaridade da fala e da escrita, ressaltando que ambas as formas de linguagem são importantes e influenciam-se mutuamente no processo de interação e produção textual. Em suma, Markuski e Dionísio partilham a ideia de que falar e escrever não competem, mas através de constante interação e complementaridade, dando contribuições significativas para a expressão, a comunicação, o discurso e a produção de conhecimento. Outros campos da semiótica, como os gestos e o olhar, desempenham um papel importante na comunicação verbal porque completam e enriquecem a mensagem transmitida. Por exemplo, na fala, a linguagem corporal, as expressões faciais e o contato visual podem melhorar ou alterar o significado das palavras. Da mesma forma, recursos visuais escritos, como gráficos, imagens e tabelas, podem nos ajudar a compreender e comunicar informações. Estas várias formas de comunicação não-verbal são importantes para expressar emoções, intenções e ênfase e contribuem para uma comunicação mais eficaz e completa. Portanto, os gestos e o olhar são fontes que influenciam e enriquecem a comunicação verbal, tornando-a mais dinâmica e expressiva. Embora ainda falemos mais do que escrevemos na sociedade, escrever tornou-se uma parte comum de muitos aspectos de nossas vidas. A presença da escrita tornou-se importante em muitas atividades cotidianas como preenchimento de formulários, redação de mensagens eletrônicas, anotações, elaboração de atas de reuniões etc. Embora a fala ainda domine em termos do número de interações verbais, a escrita tornou-se indispensável para facilitar a disseminação de informações, o registro histórico, a comunicação à distância e a organização de tarefas em contextos formais e informais. Assim, embora falemos mais do que escrevemos, a escrita tornou-se uma ferramenta importante na nossa sociedade, ampliando a nossa capacidade de transmitir e registar informações. Os ensaios deste livro discutem a relação entre falar e escrever de uma forma que destaca a importância e a complementaridade desses aspectos da linguagem. Enfatiza-se a ideia de que não há razão para descartar a fala como ruim para a escrita ou para criar uma dicotomia entre falar e escrever. A visão apresentada no ensaio enfatiza que tanto a fala quanto a escrita desempenham papéis importantes e que são atividades discursivas complementares e não competem entre si. A abordagem proposta visa dissolver dicotomias tradicionais e destacar a importância da compreensão da oralidade como ponto de partida para a compreensão do funcionamento da escrita. Este ensaio explora, portanto, a relação entre oralidade e literacia, fala e escrita, de forma a promover uma visão integrada e equilibrada destes aspectos da linguagem, reconhecendo ao mesmo tempo a importância de ambas as formas de comunicação na nossa sociedade. Falamos mais na sociedade do que escrevemos por vários motivos. A comunicação verbal é uma forma natural e espontânea de interação usada em situações cotidianas, como conversas informais, discussões, apresentações e interações interpessoais. A fala permite uma comunicação conversacional instantânea e mais dinâmica, permitindo transmitir ideias, emoções e intenções de forma rápida e direta. Além disso, a linguagem falada tem sido a principal forma de comunicação que as pessoas aprendem e usam desde o início da vida. A escrita, por outro lado, requer estudo profissional e formal e é mais comumente usada em contextos acadêmicos, profissionais e formais. Apesar da prevalência da escrita em vários aspectos da vida quotidiana, a fala continua a ser a principal forma de interação verbal, especialmente em situações informais e interações sociais. Portanto, falar é preferível à escrita porque é mais acessível, dinâmico e relevante nas interações cotidianas. A linguagem é considerada um importante bem social por diversas razões. Primeiro, a linguagem é essencial para a comunicação e interação entre as pessoas e permite a transferência de informações, ideias, emoções e conhecimentos. Através da linguagem, as pessoas podem expressar as suas necessidades, formar relações sociais, partilhar experiências e criar significados partilhados. Além disso, a linguagem desempenha um papel importante na formação da identidade de indivíduos e grupos, refletindo a cultura, a história e os valores da sociedade. Através da linguagem, as pessoas ligam-se às suas comunidades, preservam tradições, expressam criatividade e criam laços de pertença e unidade. A língua é também um instrumento de poder e de inclusão social, uma vez que as competências linguísticas adequadas e a capacidade de comunicar eficazmente podem influenciar o acesso a oportunidades educativas, profissionais e políticas. Portanto, a linguagem é um valor social valioso que permeia todas as áreas da vida humana e contribui para a estrutura e organização da sociedade. As escolas desempenham um papel importante no ensino da escrita porque competências eficazes de escrita são essenciais para a participação activa na sociedade actual. A escrita é uma importante ferramenta de comunicação, expressão de ideias, transferência de conhecimento e argumentação. O domínio da escrita é, portanto, fundamental para o sucesso acadêmico, profissional e pessoal. A escola oferece oportunidades para os alunos desenvolverem habilidades de escrita, adquirirem conhecimento da estrutura e das normas da linguagem escrita, praticarem a escrita de textos em uma variedade de gêneros e contextos e receberem feedback construtivo para melhorar suas habilidades de escrita. . Ensinar a escrita nas escolas tambémmelhora as habilidades críticas, criativas, independentes e analíticas dos alunos. As escolas desempenham, portanto, um papel importante no ensino da escrita e na preparação dos alunos para comunicarem eficazmente, participarem ativamente na sociedade e terem sucesso em muitas áreas da vida. A questão da superioridade da fala e da escrita é frequentemente discutida em contextos linguísticos e socioculturais. De acordo com Street (1995), falar é geralmente preferido ou priorizado em relação à escrita em termos de uso diário e interação social. No entanto, em muitas sociedades modernas, a escrita é frequentemente considerada superior à fala em termos de prestígio social. Estas ideias de superioridade são determinadas não por critérios internos ou linguísticos, mas por posições ideológicas e valores sociais que podem variar entre sociedades, grupos sociais e processos históricos. Escrever é frequentemente associado a autoridade, formalidade e prestígio, enquanto falar é considerado mais informal, natural e situacional. Assim, embora a fala possa preceder naturalmente a escrita na origem e no uso diário, a escrita é frequentemente valorizada e considerada socialmente superior em muitos contextos. Esta dinâmica complexa entre falar e escrever reflete as diferentes funções e percepções associadas a cada modo de comunicação na sociedade. Este artigo enfatiza a importância de compreender a relação entre fala e escrita como complementares e interligadas, evitando dicotomias estritas e reconhecendo a influência mútua destes dois modos de comunicação. A questão da superioridade da fala e da escrita parece ser uma questão complexa influenciada por valores sociais e ideológicos e não por padrões linguísticos intrínsecos. Enfatiza que, embora a fala seja geralmente preferida à escrita no uso diário e na interação social, a escrita é frequentemente associada ao prestígio social e à formalidade. No entanto, compreender a relação entre fala e escrita exige considerar a relevância e a importância de uma abordagem integrada ao estudo e ao ensino destas duas formas linguísticas. A conclusão sublinha, portanto, a necessidade de uma visão equilibrada e integradora da relação entre a fala e a escrita, reconhecendo a sua complexidade e dinamismo, bem como a importância de ter em conta as influências mútuas e as diversas funções associadas a cada modo de comunicação na sociedade. Eu enfatizo isso.
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