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apostila cinesio 3

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Unidade III
Unidade III
7 COLUNA VERTEBRAL
Anatomicamente a coluna vertebral pertence ao esqueleto axial, que é composto pelo crânio, vertebras 
de todos os seguimentos, costelas e esterno. Esse esqueleto axial é unido através das articulações entre 
as costelas e esterno e a articulação sacroilíaca, que envolve o sacro e ílio.
A coluna vertebral caracteriza-se por uma série de ossos denominados de vértebra que individualmente 
articulam-se um sobre o outro constituindo o eixo central esquelético do corpo humano. A coluna vertebral 
apresenta funções importantes tanto para a estabilidade, dependendo assim de outros componentes como 
músculos e ligamentos, quanto para a flexibilidade, permitindo que os segmentos vertebrais se movimentem.
A unidade funcional da coluna vertebral é semelhante em toda sua estrutura, exceto pelas duas 
primeiras vértebras cervicais, atlas e axis, que possuem estruturas peculiares, e pelo sacro, que é 
conhecido como vértebras atípicas. A unidade funcional consiste em duas vértebras adjacentes e um 
disco intervertebral, podendo essa ser dividida em coluna anterior e posterior.
A coluna vertebral é parte integral do esqueleto axial e se articula tanto com as costelas para estruturar 
a caixa torácica, abrigando e protegendo os órgãos vitais, quanto com o esqueleto apendicular dos membros 
superiores, permitindo liberdade de movimentos, e com os membros inferiores, atuando no sistema locomotor.
Osso parietal
Osso occipital
Vértebras cervicais (7)
Vértebras torácicas (12)
Vértebras lombares (5)
Sacro
Ísquio
Púbis
Ilíaco
Cóstelas
Escápulas
Clavícula
Cóccix
Figura 223 – Esqueleto axial
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CINESIOLOGIA
Além de ser o eixo do corpo humano, a coluna vertebral protege o seguimento medular e assim também 
as raízes nervosas que partem para todo o corpo humano, permitindo a interação com os demais sistemas.
Cada um dos segmentos que formam a coluna vertebral possui características morfológicas 
específicas, que determinam sua função e potenciais movimentos. Além disso, também existem as 
alterações em função da transição entre os segmentos, em que as vértebras torácicas, por exemplo, 
que estão mais próximas da região lombar, apresentam padrões morfológicos semelhantes às vértebras 
lombares. Isso acontece nas junções lombossacral, toracolombar e cervicotorácica.
 Lembrete
A coluna vertebral é o eixo central do nosso corpo e participa de forma 
ativa nas transmissões de cargas dos membros superiores para os membros 
inferiores, favorecendo tanto a estabilidade do copro para a possibilidade 
de movimentos livres com os membros superiores quanto a estabilizado 
para a marcha.
A coluna vertebral atua ainda de forma integral ao interagir com os 
sistemas neurais, vestibulares e musculares nas adequações posturais.
7.1 Aspectos gerais da coluna vertebral
A coluna vertebral é por si só complexa e possui grande funcionalidade, interagindo ainda com o 
esqueleto apendicular e atuando como ponto de fixação e transmissão de carga, sendo um elo para os 
movimentos cinesiológicos que ocorrem em todos os planos e eixos.
 
Figura 224 – Planos e eixos dos movimentos da coluna vertebral
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Unidade III
Os distúrbios que acometem a coluna vertebral podem atingir articulações, tecidos 
musculoesqueléticos, tendões, ligamentos, sistema nervoso periférico e discos articulares. Esses 
distúrbios são causados por doenças, traumas, uso excessivo e processo de envelhecimento normal, 
causando uma diversidade de problemas em tecidos conjuntivos, tecidos neurais, neuromusculares e 
musculoesqueléticos.
Indiretamente, distúrbios na coluna vertebral podem influenciar os membros, por exemplo no 
caso de herniação de discos intervertebrais. Nesse caso, o disco herniado aumenta a pressão sobre 
tecidos neurais periféricos, o que resultaria em processo inflamatório, fraqueza e redução de reflexos 
nos membros inferiores. Além dos distúrbios, posturais e movimentos inadequados podem aumentar a 
compressão sobre os tecidos nervosos.
Dessa forma, conhecer a anatomia, cinesiologia e biomecânica da coluna vertebral é fundamental 
para compreender os mecanismos de lesão e escolher a terapêutica adequada na reabilitação.
Em sua composição, encontramos habitualmente 33 vértebras, separadas por discos intervertebrais 
justapostos (exceto em regiões específicas como a articulação atlanto-occipital e as vértebras sacrais que 
são fundidas), que formam a coluna vertebral. É ainda possível encontrar variações anatômicas como 
vértebras “extras” em região lombares ou em outros segmentos, as quais podem não alterar clinicamente 
os indivíduos, sendo frequentemente descobertas ao acaso em exames por imagens aleatórias. Toda 
coluna, apoiada sobre o sacro em alinhamento vertical, forma quatro curvaturas fisiológicas, como 
podemos verificar a seguir:
• lordose (curvatura anterior);
— cervical;
— lombar;
• cifose (convexidade posterior);
— torácica;
— sacral
 Observação
As curvaturas fisiológicas da coluna vertebral podem sofrer diferentes 
alterações funcionais que caracterizam alterações patológicas, graves, leves 
ou moderadas.
O aumento da angulação de uma curvatura é chamado de hipercifose 
ou hiperlordose, já a sua diminuição é chamada de retificação, ou em 
alguns casos leves, hipolordose ou hipocifose.
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CINESIOLOGIA
A utilização do ângulo de Cobb pode ser destacado para a verificação 
destas alterações de curvaturas, realizado por meio do exame de imagem 
chamado de raio X.
Uma alteração clássica da coluna vertebral é a escoliose, caracterizado 
por um desvio trimimensional, com estruturação vertebral.
A escoliose possui diferentes origens, como neurológicos e funcionais, 
podendo ainda não ter causas definidas, ou seja, as idiopáticas.
É importante perceber que as curvaturas se desenvolvem por completo após o ser humano 
enfrentar a gravidade, fato que inicia com seis meses de idade na posição sentada, e segue em 
ortostatismo e posturas desafiadoras, como durante a pratica esportiva, até o fim da vida, passando 
por constantes adaptações.
De forma geral, as curvaturas surgem para evitar que as cargas impostas sobre o corpo humano pela 
ação da gravidade venham a se acumular, assim elas podem ser dissipadas e redistribuídas, com o auxílio 
dos discos intervertebrais.
A coluna vertebral pode ser dividida em cinco regiões:
• 7 vértebras cervicais;
• 12 vértebras torácicas;
• 5 vértebras lombares;
• 5 vértebras sacrais;
• 4 vértebras coccígeas.
Devido ao complexo costal que se une às vertebras e às distintas interações entre os grupos 
musculares e articulações adjacentes, a coluna vertebral possui grande movimentação, porém cada 
seguimento (torácico, lombar e cervical) contempla um grupo de movimentos específicos.
A relação corpo vertebral, disco intervertebral e corpo vertebral, compõe uma articulação do tipo 
cartilaginosa, sínfise e anfiartrose. Lembrando que o tipo de tecido é fibrocartilaginoso, o disco é uma 
estrutura em sínfise e a anfiartrose é a classificação funcional de pouca movimentação.
Essa porção é responsável por conter até 70% de toda carga imposta sobre a coluna vertebral, sendo 
principalmente dissipada pelo núcleo pulposo.
Posteriormente encontramos a articulação zigapofisária, atualmente chamada de articulação entre 
os processos articulares ou articulação entre as facetas.
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Unidade III
As articulações facetarias direita e esquerda entre os processos articulares superior e inferior são 
diartroses do tipo deslizante revestidas por cartilagem articular.
Entre as vértebras, existem três tipos de componentes articulados funcionais, que são:
• Processos transversos e espinhoso – envolve facilitadores mecânicos potencializadores da 
mecânica de movimento de músculos e ligamentos.
• Articulações apofisárias – direcionam o movimento intervertebral através da posição das facetas 
articulares, funcionando como trilhos.
• Articulação intersomática – faz a conexão entre o disco intervertebral e as vértebras que estão 
acima eabaixo do disco.
 
Forame intervertebral
Raiz nervosa espinal
Cauda equina
Ligs. supra e 
infraespinais estirados
Articulação apofisária
Processo articular superior Medula espinal
Cápsula da articulação 
apofisária estirada
Faceta articular inferior
Processo transverso 
Processo espinoso
Articulação intersomática 
(disco intervertebral)
Figura 225 – Os três componentes funcionais
Cada seguimento vertebral possui diferente alinhamento, ditando assim a possibilidade de 
movimentos, tanto em forma única quanto em forma composta, em que a sequência de movimento 
vertebral permite um amplo movimento de tronco, como a flexão.
A coluna vertebral possui um desafio único como eixo do corpo humano, esta deve ao mesmo 
tempo ser rígida, para fornecer estabilidade e proteção para a medula, e flexível, permitindo mobilidade, 
flexibilidade e boa transmissão de cargas mecânicas durante funções como a locomoção.
Sendo a coluna vertebral o eixo do corpo humano, uma adequada simetria deve existir, assim 
como proporcionalidade das tensões impostas pela contração muscular, permitindo a liberdade de 
movimento bilateral.
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CINESIOLOGIA
Imagine que cada vértebra sofra tensões superiores, inferiores, laterolaterais e diagonais, caso essas 
tensões não estejam proporcionais; é possível que a articulação permaneça mal posicionada, o que 
pode favorecer a alteração biomecânica e assim o surgimento de distintas condições patológicas, como 
artrose facetaria, ou simplesmente quadros álgicos de origens miofasciais.
Frank Holdsworth em 1963 classificou a coluna vertebral como dividida em seguimento anterior 
(corpo, disco e corpo) e posterior (articulação zigapofisária e arco neural). Tal proposta foi revista por 
Francis Denis após 20 anos, no modelo de três seguimentos (1. Corpo, disco e corpo; 2. Articulação 
zigapofisária 3. Seguimento posterior ligamentar). Ambas as pesquisas possuem fundamentos ligados 
ao processo cirúrgico, em que o comprometimento da estabilidade vertebral após as fraturas é o 
principal componente.
A coluna vertebral possui três diferentes sistemas para sua estabilidade, como definido por 
Manohar Panjabi:
• Sistema passivo.
— Vértebras, discos intervertebrais e ligamentos.
• Sistema ativo.
— Músculos tensões e aponeuroses.
• Sistema neural.
— Sistema nervoso central e periférico.
 
Estabilidade da coluna
Sistema ativo Controle motor
Sistema passivo
Figura 226 
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Unidade III
 Saiba mais
Conheça o trabalho de Holdsworth; Denis e de Panjabi em:
DENIS, F. The three column spine and its significance in the classification 
of acute thoracolumbar spinal injuries. Spine, v. 8, n. 8, dez. 1983, p.817-831. 
Disponível em: https://journals.lww.com/spinejournal/Abstract/1983/11000/
The_Three_Column_Spine_and_Its_Significance_in_the.3.aspx. Acesso em: 
9 mar. 2020.
HOLDSWORTH, F. Fractures, dislocations, and fracture-dislocations of 
the spine. The journal of bone and joint surgery, v. 45B, n. 1, fev. 1963. 
Disponível em: http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.1
006.1514&rep=rep1&type=pdf. Acesso em: 9 mar. 2020.
PANJABI, M. M. The basic kinematics of the human spine. A review of past 
and current knowledge. Spine, v. 3, n. 1, mar. 1978, p. 12-20. Disponível em: 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/347598. Acesso em: 9 mar. 2020.
O funcionamento cinesiológico da coluna vertebral segue quatro princípios:
• Transferência e dispersão de cargas, como as implementadas pela ação da gravidade.
• Fornecimento de fixação aliada a mobilidade estável.
• Proteção da região medular.
• Rigidez para garantir a locomoção e movimentação.
A relação entre duas vértebras e as musculaturas cria a unidade funcional conhecida como 
segmento móvel, contendo as três articulações já citadas anteriormente (articulação intervertebral e 
duas articulações entre os processos articulares, a esquerda e a direita).
Vamos revisar um pouco sobre os tipos de articulação, ossos e estruturas da coluna vertebral, para 
assim poder entender como é tal funcionalidade.
Estrutura das vértebras (aspectos gerais)
As vértebras típicas possuem as seguintes estruturas:
• Corpo:
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CINESIOLOGIA
— Estrutura que acopla o disco intervertebral e suporta grande carga.
— Osso esponjoso com placa cartilaginosa em extremidades superiores e inferiores.
— Tamanho aumentado conforme ação de cargas compressivas.
• Pedículos:
— Interligação entre o corpo e arco neural.
— Estrutura limite para o forâmen intervertebral.
— Relação entre os pedículos superiores a saída dos ramos nervosos.
• Lâmina:
— Parede que angula o processo espinhoso.
— Canal raquidiano limitado em sua face posterior.
— Semelhante à estrutura em forma de borboleta na imagem radiográfica.
• Processos articulares:
— Estruturas que formam a articulação entre os processos articulares e orientam a movimentação 
da coluna vertebral.
• Apófises:
— Apófise vertebral posterior: eminências ósseas a partir da lâmina vertebral.
— Apófise transversa ou costiforme: lateral ao eixo vertebral, formada pela continuidade dos 
pedículos na sua face lateral:
– Quinta vértebra lombar possui uma especificidade, sendo a apófise transversaria formada 
por continuidade posterior do corpo vertebral.
– Apófises articulares: emergem dos pedículos e conectam as vértebras posteriormente, 
sendo o apoio posterior intervertebral.
– Apófise odontoide ou processo odontoide: particularidade do Axis que atua como eixo 
para a rotação vertebral cervical.
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Unidade III
• Facetas articulares: região cartilaginosa; estão entre a articulação apofisária. Na região torácica, 
as facetas também se comunicam com as costelas.
• Cápsula articular: estrutura fibrosa que reveste a articulação entre os processos articulares.
• Forâmen vertebral: regiões onde ocorre a passagem de estruturas nervosas e vasculares.
• Ligamentos: estruturas fibromas que estabilizam a coluna vertebral para determinados movimentos.
Lig. longitudinal posterior
Lig. longitudinal anterior
Cápsula da 
articulação 
apofisária
Lig. 
intertransverso
Lig. supraespinal
Pedículo (cortado)
Lig. amarelo ou flavum
Lig. longitudinal posterior
Disco intervertebral
Lig. longitudinal anterior
Lig. supraespinal
Vista lateral
Vista anterior Vista posterior
Pedículo 
(cortado)
Disco intervertebral
Lig. longitudinal 
posterior
Canal 
vertebral
Lig. amarelo ou flavum
Lig. interespinal
Lig. da articulação apofisária
A)
B)
Figura 227 – Ligamentos da coluna vertebral
Quadro 21 – Principais ligamentos da coluna vertebral
Estrutura Função
Ligamento longitudinal anterior Estabilização desde atlanto-ociptal até a transição lombo-sacral
Ligamento interespinhoso Limita movimentos de flexão
Ligamentos cruciformes Ligamentos superior, transverso e inferior. Comunica-se com as 
fibras do ligamento alar
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CINESIOLOGIA
Estrutura Função
Ligamentos inter-transversos Estabilidade para movimentos de inclinação
Ligamento costo-transverso e ligamento radiado Estabilidade costovertebral
Ligamentos amarelos Conectam as faces laminares
Ligamento longitudinal posterior Ligamento que fornece estabilidade dentro do canal vertebral.
7.2 Curvas da coluna vertebral
É preciso entender que a coluna vertebral em seu desenvolvimento natural adquire curvaturas a fim de evitar 
o acúmulo de cargas axiais compressivas devido à gravidade que constantemente comprime as vértebras.
A coluna vertebral é composta de quatro curvas fisiológicas assim formadas: curva cervical, com 
sete vértebras, a dorsal com 12, a lombar com cinco, a sacral também com cinco vértebras e a coccígeas 
variando de três a quatro estruturas.
Se não houvesse essas curvas, a base da coluna lombar suportaria pressões de até 10 vezes o peso 
corpóreo em sedestação. As forças se concentram numa pequena superfície vertebral na região lombar 
e por esse motivo exercem essa grande pressão de carga.
As quatro curvaturas vertebrais fisiológicas se desenvolvem no plano sagital e atuam de forma 
compensatória, de modo que, emrelação às massas corpóreas, elas tendem a criar um centro de 
marcha estável.
• Curvatura sacral, fixa devido à solda definitiva das vértebras sacrais. Esta curvatura é de concavidade 
anterior.
• Lordose lombar, de concavidade posterior.
• Cifose dorsal, de convexidade posterior.
• Lordose cervical, de concavidade posterior.
É possível que alterações ocorram nas normalidades das curvaturas da coluna vertebral, em que encontramos:
• Retificação, quando as curvas estão diminuídas.
• Hipercifose ou hiperlordose, quando estão aumentadas.
Durante o desenvolvimento do ser humano, a coluna lombar inicia-se com uma concavidade 
anterior. A partir de cinco a seis meses de idade, devido ao bebê assumir a posição sentada, a coluna 
lombar passa a migrar para uma retificação até o 13º mês. Aos 8 anos, a coluna consolida suas estruturas 
em totalidade e, aos 13, tende a assumir a curvatura fisiológica que levará até o final da vida.
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Unidade III
O desenvolvimento das capacidades motoras do bebê permite que os músculos extensores presentes 
na coluna cervical tracionem a cabeça e o pescoço do bebê, conforme ele desperta o interesse em 
observar o ambiente ao seu redor. Posteriormente, os músculos flexores do quadril tracionam 
anteriormente a pelve, causando uma discreta lordose, que será mais proeminente quando a criança 
adotar a bipedestação.
Dessa forma, após essa fase, o indivíduo apresenta quatro curvaturas normais, lordose cervical, cifose 
torácica, lordose lombar e cifose sacrococcígea.
Cifose 
sacrococcígea
Cifose 
sacrococcígea
Lordose lombar
Lordose cervical
 
Figura 228 – Visão lateral das curvaturas fisiológicas
Essas curvaturas fisiológicas fornecem à coluna vertebral resistência e elasticidade, permitindo 
que ela funcione como um arco. Quando esse arco é colocado sob alguma força de compressão, o 
estiramento dos tecidos conjuntivos e musculares presentes na convexidade da curva são capazes de 
compartilhar essa carga.
Ao mesmo tempo que as curvaturas fisiológicas e a capacidade de ceder quando colocada sob 
alguma carga, a coluna vertebral também pode sofrer com o cisalhamento de estruturas presentes 
nas regiões de transição entre as curvas, gerando desgastes prematuros, principalmente nas regiões 
cervicotorácica e toracolombar.
Apesar de a postura corporal ser pessoal e transitória, juntamente com a manutenção das 
curvas fisiológicas, também é importante manter uma boa postura, uma vez que o corpo enfrenta 
constantemente a força da gravidade. Uma boa postura permite que o centro de gravidade do corpo 
ajude a manter um formato ideal de curvaturas fisiológicas.
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CINESIOLOGIA
Processo mastoide
Segunda vértebra sacral
Articulação do quadril
Articulação do joelho
Tornozelo (articulação talocrural)
 
Figura 229 – Linha da gravidade passando por um corpo com uma postura ideal
As curvaturas fisiológicas podem ser alteradas por doenças, tais como espondilite anquilosante e 
distrofias musculares, ou por fraqueza muscular causada pelo processo de envelhecimento. Quando a 
lordose lombar se torna uma hiperlordose, por exemplo, também ocorre hipercifose torácica de maneira 
compensatória. Quando essas alterações são severas, o estresse sobre os músculos, ligamentos, ossos, 
articulações apofisárias, discos intervertebrais e saída de raízes nervosas podem reduzir a capacidade de 
expansão dos pulmões.
Para a manutenção das curvaturas fisiológicas, os ligamentos são um dos recursos utilizados. Um 
vasto conjunto de ligamentos atuam limitando movimentos, o que permite não só a manutenção das 
curvaturas fisiológicas, mas também permite estabilizar a coluna e proteger a medula e as raízes nervosas.
As curvaturas da coluna vertebral permitem movimentos em todos os planos e eixos, porém é 
importante notar que os movimentos que ocorrem internamente nas articulações intervertebrais 
e zigapofisária não são os mesmo que ocorrem no tronco à visão macroscópica.
Ocorre que, devido à angulação da articulação entre os processos articulares (zigapofisária), os 
movimentos singulares entre duas vértebras são dificultosos, e dessa forma acabam por ocorrer de 
forma combinada em grande parte.
A somatória de movimentos da coluna vertebral no espaço permite a circundação.
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Unidade III
Analisando um segmento móvel único, percebe-se que não é possível grande amplitude de 
movimento, dessa forma os exercícios que realizamos são baseados em somatórias de pequenas ações 
articulares, ou seja, diferentes “microgrupos” movem-se para uma unidade atuar em grande amplitude.
Os possíveis movimentos da coluna vertebral criados por somatória de pequenos movimentos entre 
vértebras adjacentes são:
• flexão-extensão;
• inclinação (flexão) lateral à esquerda e à direita;
• rotação axial.
Mensurar a amplitude de movimento da coluna vertebral é desafiador, uma vez que, através do 
goniômetro, a acurácia se torna reduzida devido à dificuldade em analisar a segmentação a partir de 
estruturas ósseas visíveis durante o movimento.
Cada porção vertebral possui diferentes amplitudes, em que a flexão e a extensão são maiores em 
vértebras cervicais e lombares e reduzidas em região torácica, uma vez que o gradil costal acaba por 
estabilizar as vértebras. A articulação C5-C6 pode atingir até 16º, enquanto L5-S1 até 20º.
Já analisando a coluna torácica, devido à estrutura de faceta ser orientada para anterior e posterior, 
a flexão e extensão se limita a quatro graus em T1-T2 e dez graus em T11-T12.
A região toracolombar pode somar até 60º de extensão, sendo que o movimento de hiperextensão 
pode gerar grande carga compressiva entre as facetas de L5-S1, sendo um dos principais causadores de 
dores lombares crônicas.
Tanto as atividades laborais quanto diárias, e principalmente esportivas, exigem grande amplitudes de 
movimentos da coluna vertebral, principalmente a hiperextensão para permitir alavancas, normalmente 
associadas à rotação, o que pode promover grande torque em regiões como as intra-articulares.
Inclinar o tronco para os lados é chamado de flexão lateral e ocorre no plano frontal. Ao comparar 
os segmentos vertebrais, a região torácica possui menor amplitude de flexão lateral de 9º, similar à 
articulação entre C3-C4, que realiza até 12º; a principal justificativa é a relação de fixação costoexternal 
do gradil costal com as torácicas.
A região torácica também não possui grandes amplitudes de flexão lateral, sendo o promontório um 
grande limitador para a articulação L5-S1.
Para uma medida de boa acurácia de movimentação vertebral é preciso um exame de imagem 
radiográfica, em que os acidentes ósseos podem ser bem delimitados, ou demais exames como tomografia 
computadorizada e mesmo ressonância magnética em janela T1, porém esses dois últimos apresentam 
elevado custo, tornando a radiografia o primeiro exame a ser solicitado.
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CINESIOLOGIA
Quando analisamos a rotação, percebemos que a cervical possui maior liberdade, porém, nesse caso, 
a região torácica permite maior movimento que a região lombar.
A região atlanto-axial é capaz de até 13º de rotação, superior aos segmentos torácicos, que permitem 
uma média de 8º, reduzindo progressivamente a partir de T7, sendo quase imperceptível na relação 
toracolombar, devido à transfiguração dos processos articulares, que em vértebras lombares estão no 
plano sagital. Nessa análise rotacional, a articulação L5-S1 permite até 5º.
A dificuldade de realizar exames por imagens radiográficas no plano transversal dificulta a capacidade de 
avaliar as rotações vertebrais. Sabe-se, no entanto, que entre a pelve e o crânio existem mais de 90º de rotação.
Cinesiologia do disco intervertebral
Muito conhecido por suas condições patológicas (hérnia de disco), o disco intervertebral é parte 
de uma articulação fibrocartilaginosa do tipo sínfise, que possui pouco movimento e atua de forma a 
amortecer as cargas axiais compressivas e redistribui-las evitando acúmulos e sobrecargas.
Dentro do corpo humano, o disco constitui a maiorestrutura avascular existente, sendo que sua 
nutrição parte principalmente da interação do disco com a placa terminal das vértebras, onde os 
movimentos da coluna acabam por realizar uma adequada nutrição por todo o disco.
Diferentemente do que muitos acabam por pensar, o disco intervertebral é inervado pelo nervo 
sinuvertebral, podendo ainda ter inervação complementada por outros ramos, sendo apenas sensitivos.
Segundo Oliveira et al:
O nervo sinuvertebral surge diretamente à frente do nervo espinhal distal ao 
gânglio, juntamente com os ramos comunicantes. Em cada nível há vários 
filamentos, que se anastomosam entre si e com os ramos do lado oposto na 
linha média. Ele emite fibras nervosas para a dura-máter, para a adventícia 
de vasos sanguíneos e um número de fibras nervosas para o ligamento 
longitudinal posterior e para a margem do ânulo fibroso (2002, p. 196).
 
Placa terminal vertebral
Núcleo pulposo
Ânulo fibroso
Figura 230 – Aspectos do disco intervertebral
200
Unidade III
O núcleo pulposo contempla quase 50% do disco intervertebral, sendo uma estrutura gelatinosa 
formada por substâncias hidrófilas.
• Muco polissacarídeos retenção de água:
— Manter o disco hidratado e flexível
• Proteoglicanos:
— 70% e 90% de água, mucopolissacarídeos, colágeno e glicosaminoglicanos.
Seu anel fibroso realiza a estabilidade e centralização do núcleo pulposo, composto de bandas 
concêntricas inclinadas de formas opostas, inserindo-se tanto na região óssea em sua periferia quanto 
na região de placa terminal.
São funções do disco intervertebral:
• Favorecer a congruência entre corpos vertebrais.
• Redistribuir as cargas axiais reduzindo o impacto compressivo.
• Favorecer a movimentação intervertebral.
Sua formação é composta por:
• Anel fibroso.
• Núcleo pulposo.
• Placa terminal.
O anel é responsável por abrigar o núcleo, o qual absorve a maior parte das cargas impostas sobre a 
região. O livre mas contido movimento existente do núcleo em relação ao disco garante que essa carga 
seja redistribuída sobre “qualquer” condição de movimentação.
• Inclinação anterior: flexão.
• Inclinação posterior: extensão.
• Inclinação lateral.
• Rotação.
Durante todos os movimentos impostos sobre a coluna vertebral, a integridade estrutural do disco, 
garante a função adequada, porém o simples processo do envelhecimento favorece a desidratação da 
estrutura do anel fibroso, gerando fissuras, possibilitando a invaginação do núcleo pulposo, reduzindo 
a função da estrutura e iniciando um ciclo vicioso de aumento da instabilidade e aumento de carga.
201
CINESIOLOGIA
7.3 Cervical
As vértebras presentes nessa região apresentam uma morfologia específica, que são os forames 
transversos ou transversários, localizados nos processos transversos, que envolvem e protegem as 
artérias vertebrais. Essas artérias são responsáveis por levar sangue através do forame magno, chegando 
até o cérebro e medula espinal.
 
Articulação 
uncovertebral (C3-C4)
Disco intervertebral 
saudável (C3-C4)
Osteófilo ao redo da articulação 
uncoverterbral (C4-C5)
Disco intervertebral 
degenerado (C4-C5)
Inflamação da raiz do 
nervo espinal C5
Tubérculo anterior do 
processo transverso
Ramo ventral
Ramo dorsal
Raiz do nervo espinal C4
Forame intervertebral
Figura 231 – Aspectos diferenciais da coluna vertebral cervical
Comparando com a mobilidade das outras vértebras, as vértebras cervicais possuem uma amplitude 
elevada, além de serem menores, isso devido ao alinhamento de suas estruturas.
 
Forame 
transverso
Pedículo
Tubérculo 
anterior
Tubérculo 
posterior Lâmina
Forame 
transverso
Processo 
transverso
Canal 
vertebral
Atlas (C1)
Áxis (C2)
Figura 232 – Vista superior das vértebras cervicais
202
Unidade III
Além das duas vértebras cervicais atípicas citadas anteriormente, existe uma terceira, a C7. A C7, 
que também é conhecida como vértebra proeminente, é a maior das vértebras cervicais e possui muitas 
características das vértebras torácicas, uma vez que é uma vértebra de transição cervicotorácica.
A cervical, está localizada na porção do pescoço, e possui uma função diferenciada de receber o 
crânio (articulação atlanto axial), estabilizando e permitindo adequada mobilidade para tarefas visuais, 
olfativas e mesmo auditivas.
 
Processo 
transverso
Articulação 
uncovertebral
Forame 
intervertebral
Processo 
transverso
Processo 
uncinado
Tubérculo 
posterior
Tubérculo 
anterior
Figura 233 – Ligamentos da porção cervical
Os principais ligamentos que estabilizam a região são:
• ligamento longitudinal anterior;
• ligamento longitudinal posterior;
• ligamentos intra-transversário;
• ligamento supra-espinhal;
203
CINESIOLOGIA
• ligamento interespinhal;
• ligamentos capsulares de faces articular.
Praticamente mais da metade de toda amplitude de rotação da coluna vertebral é de responsabilidade 
da relação atlanto-axial, assim como aproximadamente 40% de toda flexão está relacionada à região. 
Lembrando que ambas as vértebras são atípicas por terem estruturas diferenciadas das demais.
Atlas é o nome da primeira vértebra cervical, assemelha-se a um anel, com uma porção semi-pontiaguda 
anterior e posterior.
São estruturas da atlas:
• forame transversal;
• face articular superior e inferior;
• fóvea do dente no arco anterior;
• sulco para artéria vertebral;
• arco posterior e arco anterior.
A C2 é chamada de axis. Seu corpo possui uma projeção superior chamado de processo 
odontoide, que se articula com a atlas e fornece o eixo das rotações. É importante citar que a 
articulação atlanto axial não possui disco intervertebral, logo a relação de dispersão de cargas é 
diferenciada das demais vértebras.
Basicamente todas as porções da coluna vertebral possuem interação com outros seguimentos do 
corpo humano, não apenas devido à interação neural, mas também pela condição muscular.
Podemos analisar as seguintes interações:
• Crânio – cervical.
• Articulação temporo mandibular – cervical.
• Segmento vertebral torácico – cervical.
Por esse motivo, ao analisar os movimentos cinesiológicos e biomecânicos da coluna cervical, é 
preciso se atentar às articulações diferenciais como a ATM. Pensando ainda nessas interações, é possível 
compreender o motivo pelo qual muitos diagnósticos de cefaleia tensional podem ser difíceis de ser 
diagnosticado, além da interação entre a mastigação e disfunções temporo mandibulares com a região 
em questão.
204
Unidade III
Analisando por regiões musculares, a cervical divide-se da seguinte maneira:
• Região anterior:
— Platisma.
• Região lateral:
— Esternocleidomastóideo, escaleno anterior, médio e posterior e reto da cabeça.
• Região pré-vertebral:
— Longo da cabeça, longo do pescoço e reto anterior da cabeça.
• Supre-hióideos:
— Digástricos, estilóideo, miloióideo e genoióideo.
• Infra-hióideos:
— Esternohióideo, esternotireóideo, tireóideo e omoióideo.
7.4 Torácica
Na região torácica as vértebras se articulam com as costelas. Exceto a primeira e a última vértebra 
torácica, que se articulam com apenas um par de costelas, todas as outras dez vértebras se articulam 
com os pares de vértebras.
A primeira vértebra torácica articula-se com o primeiro par de costelas através de facetas 
costais inferiores. A 12° vértebra torácica se articula com o último par de costelas através das 
facetas costais superiores. Todas as outras vértebras torácicas se articulam com as costelas tanto 
superior quanto inferiormente.
A T1 e a T12 possuem características de transição. A T1, por ser uma vértebra de transição 
cervicotorácica, possui algumas características de vértebras cervicais. Já a T12, por ser uma vértebra de 
transição toracolombar, possui algumas características de vértebras lombares.
As vértebras de menor mobilidade e maiores estabilizações são as torácicas e interagem com a região 
contribuindo para a proteção dos órgãos vitais, além de indiretamente influenciarem em mobilidade 
de ombro, devido aos músculos que estão entreos processos espinhosos e as escápulas. Os aspectos 
diferenciais dessa região estão relacionados às costelas, que imprimem marcas tanto no corpo vertebral 
quanto nos processos transversos.
205
CINESIOLOGIA
Os principais ligamentos dessa região são:
• Ligamentos que resistem à flexão:
— Ligamento longitudinal posterior, ligamento amarelo, ligamento supraespinhal, ligamento 
infraespinhal e ligamento capsular da articulação zigapofisária.
• Ligamentos que resistem à extensão:
— Ligamento longitudinal anterior. Convém observar que estruturas ósseas como o processo 
espinhoso e a apófise também contribuem.
• Ligamentos que resistem à inclinação:
— Concavidade:
– Limitada pela impactação apofisária.
— Convexidade:
– Ligamento amarelo
– Ligamento longitudinal posterior.
 
Processo articular superior
Hemifaceta costal superior
Processo espinhoso
Lâmina
Faceta 
costal
Pedículo
Faceta costal 
superior
Corpo
Disco 
intervertebral
Hemifaceta 
costal 
inferior
Canal 
vertebral
Processo 
articular 
inferior
A)
B)
Vista posterior
Vista lateral
Processo espinhoso
Articulação apofisária
Forame intervertebral
Faceta costal
Processo transverso
Faceta articular superior
Articulação costotransversal
Processo transverso
Faceta articular superior
Articulação costocorpórea
Figura 234 – Vértebras torácicas
206
Unidade III
 
Faceta articular 
superior
Articulação 
apofisária (T6-T7)
Processo 
espinoso (T6)
Faceta costal 
no processo 
transverso (para 
o tubérculo da 
oitava costela)
Faceta articular 
inferior
Par de 
hemifacetas 
costais (para 
a cabeça da 
oitava costela
Forame 
intervertebral
Figura 235 – Vértebras torácicas, evidenciando as impressões costais e as facetas articulares
 Saiba mais
Leia mais a respeito em:
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2014.
7.5 Coluna lombar
A coluna lombar é constituída pelo conjunto de cinco vértebras que inferiormente articula-se com 
a base do osso sacro e superiormente se articula com o platô inferior da vértebra T12 torácica. Esse 
conjunto de cinco vértebras apresenta características anatômicas típicas e atípicas dos segmentos 
torácico e cervical. Em sua maioria, as vértebras lombares apresentam características semelhantes, a 
lâmina e o pedículo são curtos e grossos, formando assim as paredes posteriores e lateral do canal 
vertebral que apresenta característica quase triangular.
As vértebras lombares distinguem-se das vértebras cervicais pelo grande corpo vertebral, pela 
ausência de forames intervertebral e pelo processo espinhoso bifurcado. A distinção das vértebras 
torácicas ocorre pelo fato de as vértebras lombares não apresentarem fóveas costais e não terem 
processo espinhoso longo e verticalizado.
A topografia das vértebras lombares faz delas um grande suporte mecânico de cargas compressivas, 
a presença de corpos vertebrais maciços e amplos é adequada justamente para suportar todo o peso 
sobreposto da cabeça, tronco e braços, mas também tem papel importante na dissipação de forças 
compressivas advindas da força de impacto do membro inferior contra o solo e sua força de reação.
207
CINESIOLOGIA
Assim como em todo o complexo vertebral, a estrutura da coluna lombar desempenha 
seu papel estabilizador e essa estabilidade é garantida pela atuação dos tecidos moles como 
ligamentos e disco intervertebral, como também a atuação importante dos músculos da região 
lombar. Da mesma forma que essas mesmas estruturas trabalham em conjunto para manter a 
estabilidade lombar, também proporciona flexibilidade durante o movimento dentro dos limites 
fisiológicos de amplitude.
É de suma importância o conhecimento da anatomia, cinesiologia e biomecânica para que 
possamos compreender os fatores lesionais desse segmento e quais as alternativas terapêuticas que 
poderemos utilizar.
 
Pedículo
Processo 
transverso
Processo 
espinoso
Lâmina
Faceta 
articular 
superior
Canal 
vertebral
Figura 236 – Vista superior das vértebras lombares
7.5.1 Osteologia e artrologia lombar
A coluna lombar apresenta uma estrutura robusta por ser submetida à maior carga do sistema 
esquelético, tendo essa mesma região a função de absorver e dissipar essas cargas para outros elementos 
estruturais para que não ocorram lesões.
As vértebras lombares são grandes e apresentam corpos mais largos latero-lateralmente em relação 
ao diâmetro anteroposterior, também apresentam característica mais longa e, na região anterior do platô, 
existe uma espécie de concavidade mínima. As duas lâminas apresentam uma direção póstero-medial, 
porém o seu plano é oblíquo para inferior e lateral.
Os pedículos das vértebras lombares são curtos, tendo seus processos espinhosos e amplos, além 
de pequenos processos transversos que se projetam posteriormente. Eles formam o limite superior 
208
Unidade III
e o limite inferior dos forames intervertebrais. Os processos espinhosos têm como características 
estarem numa posição mais horizontal e serem pequenos, apresentando ainda processos costiforme, 
disposto numa posição latero-oblíqua.
As vértebras lombares articulam-se entre si através dos discos intervertebrais onde a vértebra 
superior apoia-se sobre a vértebra inferior, e, através da ligação das articulações dos processos facetais, 
em que a faceta articular inferior da vértebra superior articula-se com a faceta articular superior da 
vertera inferior. Os movimentos da região lombar estão diretamente ligados ao posicionamento das facetas 
articulares, sendo assim, entendemos que o movimento de cada segmento vertebral depende da orientação 
das facetas articulares.
7.5.1.1 Orientação das facetas articulares e a relação com o movimento lombar
As superfícies das facetas da maioria das articulações facetarias lombares são orientadas quase que 
na posição vertical, o que facilita a mecânica dos movimentos de flexo-extensão da coluna lombar. 
Durante o movimento de flexão, o corpo da vértebra superior inclina-se e desliza levemente para 
anterior, o que proporciona a diminuição do disco na região anterior, acarretando o deslocamento do 
núcleo pulposo para a região posterior e aumenta a espessura do disco intervertebral.
Durante o movimento de extensão, o corpo vertebral inclina-se e desliza no sentido posterior, 
deslocando o núcleo para a região anterior e aumentando o tamanho do disco na região anterior.
O núcleo pulposo é uma estrutura rica em proteoglicanos localizada no centro do anel fibroso, o 
deslocamento do núcleo pulposo na coluna está diretamente ligado ao movimento realizado.
7.5.2 Sistema ligamentar
O sistema ligamentar tem papel fundamental na estabilidade e flexibilidade lombar, esse sistema de 
vários ligamentos pode ser analisado através de um corte sagital.
O ligamento longitudinal anterior é uma longa fita espessa que se estende desde a base do osso 
occipital até o sacro, ele se insere na face anterior dos discos intervertebrais. O ligamento longitudinal 
posterior também é uma longa fita que se estende desde o processo basilar até o canal sacral. 
Diferentemente do LLA, o ligamento longitudinal posterior não tem ligação com o corpo vertebral, no 
qual se mantém separado devido à passagem dos plexos venosos paravertebrais.
O ligamento amarelo tem sua inserção localizada na margem superior da lâmina subjacente e acima 
na face interna da lâmina da vértebra superior. Entre cada apófise espinhosa se estende o ligamento 
interespinhoso que se prolonga para trás pelo ligamento supraespinhoso, cordão fibroso que se insere 
nos vértices das apófises espinhosas. Entre os processos transversos das vertebras observa-se o ligamento 
intertransversário que tem sua porção lombar muito desenvolvida.
209
CINESIOLOGIA
7.5.3 Efeitos cinesiológicos do movimento de flexão e extensão lombar
Quadro 22
Estrutura Efeito da flexão Efeito da extensão
Núcleo pulposo Deslocado posteriormente Deslocado anteriormente
Anel fibroso
Lig. longitudinal posterior
Tenso posteriormente
Tensão aumentada
Tensoanteriormente
Tensão diminuída
Lig. longitudinal anterior Tensão diminuída Tensão aumentada
Lig. amarelo
Lig. interespinal
Lig. supraespinal
Medula espinal
Tensão aumentada
Tensão aumentada
Tensão aumentada
Tensão aumentada
Tensão diminuída
Tensão diminuída
Tensão diminuída
Tensão diminuída
7.6 Região sacral e coccígea
O sacro é formado, geralmente, pela fundição de cinco vértebras e possui um formato triangular, sendo 
sua base voltada superiormente e seu ápice voltado inferiormente. Na infância, esses ossos não são fundidos, 
mas sim unidos por uma membrana cartilaginosa, o que muda na vida adulta, passando para uma condição 
de ossos fundidos. Uma de suas funções é a distribuição de carga da coluna vertebral para a pelve.
Psoas 
maior
Quadrado 
lombar
Superfície 
articular 
(articula com 
o ilíaco)
Piriforme
Promontório 
sacral
Cóccix
Forames 
sacrais 
ventrais
Ilíaco
Processo 
transverso
 
Figura 237 – Vista anterior da região lombossacral
210
Unidade III
O sacro possui quatro pares de forames dorsais, por onde passam ramos dorsais de raízes nervosas.
O cóccix é um pequeno osso formado pela fundição de quatro vértebras, que se articula com o ápice 
do sacro, formando uma articulação chamada de sacrococcígea.
Na infância, a articulação sacrococcígea possui um disco fibrocartilaginoso e a sua união é mantida 
através de vários ligamentos. Na vida adulta, essa articulação se funde.
7.7 Palpação da coluna vertebral
Para iniciarmos os exames clínicos de palpação sobre a coluna vertebral, é importante saber localizar 
algumas vertebras que serviram como pontos-chaves para que assim seja possível palpar os processos 
espinhosos e ser analisado clinicamente o alinhamento das vértebras.
• O alinhamento entre a crista-ilíaca (para palpar as cristas ilíacas, devemos solicitar que o paciente 
fique em pé) nos permite localizar o espaço intervertebral L4-L5.
• O alinhamento entre os ângulos inferiores das escápulas (paciente com os braços relaxados ao 
longo do corpo) localiza o processo espinhoso da sétima vértebra torácica.
O processo espinhoso da primeira vértebra torácica pode ser palpado a partir do seguinte método:
• Com o paciente sentado, pedir flexão de pescoço, palpar os dois processos espinhosos salientes, 
pedir extensão de pescoço sem perder as estruturas palpadas e solicitar que o paciente vire o 
pescoço para os lados. A vértebra que se move é a VII vértebra cervical e a que permanece estável 
é a I vértebra torácica.
Para palpar as vértebras sacrais:
• O ponto-chave está na vértebra S2, localizada entre as espinhas ilíacas póstero superiores.
Para localizar os processos transversos:
• Deixar o paciente sentado.
• Palpar os processos espinhosos.
• Lateralizar a palpação bilateralmente até a medida de dois dedos do paciente em média.
Tórax:
• Localizar o esterno:
— Osso plano no centro superior torácico.
211
CINESIOLOGIA
• Localizar o manúbrio:
— Paciente sentado com os braços em abdução 90°, palpar o terço inferior do esterno.
• Localizar os espaços intercostais e ou costelas:
— Espaço intercostal. Paciente sentado, palpar região inferior da clavícula próxima ao esterno.
— Costela. Paciente sentado, palpação superior e posterior a clavícula.
7.8 Músculos da coluna vertebral
A musculatura da coluna vertebral pode ser dividida segundo diferentes critérios: por localização 
(profundos, superficiais, anterior, posterior e laterais); por função, por exemplo, a estabilização da 
musculatura profunda; por movimentos de flexão e extensão de tronco.
7.8.1 Aspectos gerais sobre músculos
7.8.1.1 Fibras estriadas esqueléticas
A classificação dos músculos por sua vez os dividem de acordo com quatro diferentes funções.
• Agonista:
— Em uma contração a musculatura agonista é aquela que realiza a função principal de acordo 
com a movimentação articular que ocorre.
• Antagonista:
— Em uma contração o músculo antagonista é aquele que se opõe ao movimento articular 
principal agindo como regulador do movimento.
• Sinergista:
— Realizam a função de estabilizar as articulações para que apenas os movimentos planejados 
ocorram, e não todos que cada músculo é capaz de produzir.
• Fixador:
— Músculos que realizam a estabilização proximal.
A coluna vertebral, diferentemente de membros superiores e inferiores, possui uma grande porção 
de músculos que são fixadores e estabilizadores, como veremos a seguir.
212
Unidade III
As fibras estriadas esqueléticas compõem os músculos mais conhecidos, sendo estes os músculos de 
contração voluntária, ou seja, quando possuímos a intenção de realizar o movimento.
São características dessas fibras:
• Aspecto cilíndrico.
• Aspecto alongado.
• Até 100 mm de diâmetro e 12 cm de comprimento, característica de grande diferença em 
comparação com as demais fibras musculares.
• Núcleos periféricos.
• Citoesqueleto estriado.
São componentes dessas fibras musculares estriadas esqueléticas:
• Membrana plasmática.
• Citoplasmas.
• Reticulo endoplasmático liso.
• Reticulo sarcoplasmático.
Existem outras características únicas que devem ser citadas.
• Citoesqueleto desenvolvido:
— Elementos contráteis.
— Miofibrilas com até 3 cm de diâmetro.
— Presença de filamentos finos e grossos.
— Sarcômeros.
— Actina.
— Miosina.
213
CINESIOLOGIA
Suas estrias apresentam organização transversal com:
• Banda A:
— Filamento espesso sobreposto ao fino.
— Faixa escura.
• Banda I:
— Linha Z com filamento fino.
— Faixa clara.
Estas fibras apresentam túbulos T com invaginações que adentram o interior da fibra muscular, em 
região entre a banda I e A, para favorecer:
• Condução rápida de impulso elétrico.
• Propagação do potencial de ação.
Seu citoplasma apresenta ainda diferentes proteínas, como:
• Distrofina.
• Desmina.
• Cristalina.
• Pectina.
É importante perceber que a coluna vertebral possui íntima ligação com aponeuroses e fáscias, em 
que os músculos são em grande parte “laminares” ou em forma de “leques”.
Os músculos possuem importantes funções para a coluna vertebral e para o corpo humano. Os músculos 
controlam a postura através da estabilização do esqueleto axial. Auxiliam na proteção da medula espinal 
e dos órgãos internos e também fornecem o torque necessário para a movimentação do corpo como 
um todo.
Os músculos relacionados à coluna vertebral são músculos do esqueleto axial, que possui duas 
divisões, região do tronco e região craniocervical. Essas regiões possuem subdivisões organizadas em 
grupos, relacionados à sua localização. Para definir a localização a que o músculo pertence, deve-se 
verificar em qual região concentra-se a maior parte de suas inserções.
214
Unidade III
Quadro 23 – Organização anatômica dos músculos relacionados à coluna vertebral
Região do tronco Grupo Músculos
Músculos do tronco
Grupo 1 – músculos do dorso
Camada superficial – trapézio, latíssimo do 
dorso, romboide
Camada intermediária – serrátil posterior 
superior, serrátil posterior inferior
Camada profunda – são três subgrupos:
Eretores (espinais, longuíssimos e iliocostais)
Transversoespinais (músculos semiespinais, 
multífidos e rotadores)
Segmentar curto (músculos interespinais e 
intertransversais)
Grupo 2 – músculos da parte 
anterolateral do tronco (abdominais)
Oblíquo interno do abdome, oblíquo externo do 
abdome e transverso do abdome
Grupo 3 – músculos adicionais Iliopsoas, quadrado lombar
Músculos da região 
craniocervical
Grupo 2 – músculos da parte posterior 
da região craniocervical
Grupo superficial – esplênio cervical e esplênio 
da cabeça
Grupo profundo – reto posterior maior da 
cabeça, reto posterior menor da cabeça, oblíquo 
superior da cabeça e oblíquo inferior da cabeça
Todos os músculos possuem ações sobre o esqueleto, de modo que essas ações dependem do grau 
de fixação ou estabilização das inserções musculares. Quando a origem muscular está estabilizada, sua 
ação envolve a inserção e, quando a inserção está estabilizada, sua ação envolve a origem.
7.8.2Anatomia e ações individuais dos músculos do tronco
Os músculos do tronco são divididos em três grupos: músculos anterolaterais do tronco, músculos 
posteriores do tronco e músculos adicionais.
7.8.2.1 Músculos posteriores do tronco
São divididos em superficial, intermediário e profundo
Quadro 24 – Músculos profundos do dorso
Grupos Músculos individuais Direção geral das fibras
Eretores da coluna (superficial) Iliocostais lombares Cranial e lateral
Iliocostais torácicos Vertical
Ilicostais cervicais Cranial e medial
Longuíssimos torácicos Vertical
Longuíssimos cervicais Cranial e medial
Longuíssimos da cabeça Cranial e lateral
Espinais torácicos Vertical
215
CINESIOLOGIA
Grupos Músculos individuais Direção geral das fibras
Espinais cervicais Vertical
Espinais da cabeça Vertical
Transversoespinais Semiespinais torácicos Cranial e medial
Semiespinais cervicais Cranial e medial
Semiespinais da cabeça Vertical
Multífidos Cranial e medial
Rotador curto Horizontal
Rotador longo Cranial e medial
Segmentares curtos (profundos) Interespinais Vertical
Intertransversais Vertical
 
M. intercostal externo
Ramificação lateral
Ramo cutâneo anterior
M. intercostal interno
M. intercostal íntimo
Ramificação anterior
Ramo cutâneo lateral
Ramificação posterior
M. serrátil anterior
M. latíssimo do dorso
M. subescapular
M. redondo maior
Escápula
M. infraespinalM. trapézio
Ramo anterior 
(nervo intercostal)
Ramos comunicantes 
cinzento e branco
Gânglio simpático
Nervo espinal
Gânglio sensitivo do nervo espinal
Raiz posterior
Raiz anterior
M. intercostal externo
Esterno
Ramificação medial
M. intercostal externo
M. romboide maior
M. eretor da espinha
Membrana intercostal interna
Ramo cutâneo posterior
Ramificação lateral
Ramificação medial
Ramo posterior
M. intercostal externo
Figura 238 – Corte transverso da T9 demonstrando alguns músculos profundos do dorso
216
Unidade III
7.8.2.2.2 Músculos do dorso
Serão descritos a seguir os músculos que atuam na coluna vertebral com seus respectivos pontos de 
origem e inserção, além da inervação e ação.
• Músculo trapézio: músculo superficial com sua origem na linha nucal superior e nas vértebras 
das regiões cervical e torácica, de C7 à T12. Suas inserções são a borda posterior da clavícula, 
acrômio e espinha da escápula. Possui algumas funções: elevação do ombro, adução das escápulas, 
rotação superior das escápulas, depressão do ombro, extensão da cabeça e inclinação homolateral 
e rotação contralateral da cabeça. Sua inervação são os nervos acessório (XI par craniano) e nervo 
do trapézio (C3-C4).
 
M. semiespinal da cabeça
M. esplênio da cabeça
M. espinhoso da vértebra C VII
M. esplênio do pescoço
M. levantador da escápula
M. romboide menor (cortado)
M. supraespinal
M. serrátil 
posterior 
superior
M. romboide 
maior (cortado)
Fáscia infraespinal 
(sobre o m. 
infrasespinal)
Mm. redondos 
maior e menor
M. latíssimo do dorso (cortado)
M. serrátil anterior
M. serrátil posterior inferior
12ª costela
M. eretor da espinha
M. oblíquo esterno do abdome
M. oblíquo interno do abdome
M. glúteo máximo
Crista ilíaca
M. oblíquo interno do 
abdome no trígono 
lombar (de Petit)
M. oblíquo externo do abdome
Aponeurose toracolombar
Processo espinhoso 
da vértebra T XII
M latíssimo do dorso
M. redondo maior
M. redondo menor
Fáscia infraespinal
M. deltoide
Espinha da escápula
M. trapézio
Região (trígono) cervical posterior
M. esternocleidomastóideo
Processo espinhoso da vértebra C II
Linha nucal superior
Figura 239 - Músculo trapézio
217
CINESIOLOGIA
• Músculo latíssimo do dorso: músculo superficial, que realiza adução, extensão e rotação medial 
do ombro, além de depressão do ombro. Sua origem está nos processos espinhosos das últimas 
seis vértebras torácicas e em todas as vértebras lombares, crista do sacro, 1/3 posterior da crista 
ilíaca e face externa das quatro últimas costelas. Sua inserção está no sulco intertubercular e sua 
inervação é o nervo toracodorsal (C6-C8).
 Observação
Entender a localização desses músculos, função e invercação permitem 
que o fisioterapeuta possa avaliar o paciente de forma integral e 
compreender por meio dos relatos e avaliação clínica quais são os músculos 
ou miótomos afetados.
• Músculo romboide: realiza a adução e a rotação inferior das escápulas e elevação do ombro. 
Sua origem está nos processos espinhosos de C7 à T15 e sua inserção está na borda medial da 
escápula. Sua inervação é o nervo dorsal da escápula (C5).
• Músculo levantador da escápula: origem no processo transverso do atlas até a C4 e inserção no 
ângulo superior da escápula. Suas ações são elevação e adução da escápula; inclinação e rotação 
homolateral da coluna cervical e extensão da cabeça. Inervação: nervo dorsal da escápula (C5).
• Músculo serrátil menor póstero-superior: origem nos processos espinhosos da C7 à T3 e 
inserção na borda superior e face externa da 2ª a 5ª costela. Sua ação é a elevação das primeiras 
costelas durante a inspiração. Inervação: ramos dos quatro primeiros nervos.
• Músculo serrátil menor póstero-inferior: origem nos processos espinhosos da T11 à L3 e 
inserção na borda inferior e face externa das quatro últimas costelas. Sua inervação é dos 9º aos 
12º nervos intercostais. Ação de depressão das últimas costelas durante a expiração.
• Músculo esplênio da cabeça: origem nos processos espinhosos de C7 à T4 e inserção 1/3 lateral 
da linha nucal superior e processo mastoide do osso temporal. Suas ações são extensão, inclinação 
e rotação homolateral da cabeça. Inervação: nervos espinhais do segmento correspondente.
• Músculo esplênio do pescoço: origem nos processos espinhosos de T3 a T6 e inserção no 
processo transverso das três primeiras vértebras cervicais. Suas ações são extensão, inclinação e 
rotação homolateral da cabeça. Inervação: nervos espinhais do segmento correspondente.
• Músculo dorsal longo: porção da cabeça com origem nos processos transversos de T1 até T4 e 
processos articulares de C4 até C7. Inserção no processo mastoide; porção do pescoço com origem 
nos processos transversos de T1 a T4 e inserção nos processos transversos de C2 a C6; porção do 
tórax com origem nos processos transversos das vértebras lombares e aponeurose lombocostal e 
inserção nos processos transversos das vértebras torácicas e das dez últimas costelas. Suas ações são 
extensão e inclinação homolateral da coluna vertebral. Inervação: nervos espinhais (ramos dorsais).
218
Unidade III
— Sua origem está no sacro e suas inserções vão até a C2. Ligam o processo transverso de uma 
vértebra com o processo espinhoso da vértebra suprajacente. Suas ações são extensão e rotação 
contralateral da coluna vertebral. Inervação: nervos espinhais do segmento correspondente.
• Músculos multífidos: não possui apenas uma origem, sendo ela encontrada no dorso do 
sacro, EIPS, processos mamilares das lombares, processo transverso das torácicas e processos 
articulares da C4 à C7. Inserção nos processos espinhosos de três a cinco vértebras acima da C7. 
Suas ações são estabilização e extensão da coluna vertebral. Inervação: nervos espinhais do 
segmento correspondente.
M. multífidos
Figura 240 – Músculos multífidos
• Músculo longo do pescoço: músculo profundo com diversas inserções entre os corpos vertebrais 
de todas as vértebras cervicais; sua origem se dá nas três primeiras vértebras torácicas. A ação de 
suas fibras anteriores é a flexão da cabeça. Suas fibras laterais atuam na estabilização vertical da 
cervical em conjunto com os músculos escalenos.
• Músculo longo da cabeça: músculo profundo que tem origem nos processos transversos das 
vértebras cervicais inferiores e mediais, na base do occipital. Sua principal ação é a flexão e 
estabilização da região craniocervical, além da ação secundária, que é a flexão lateral.
• Músculo reto anterior da cabeça: músculo profundo e mais curto que o reto lateral da cabeça 
e se origina nos processos transversais do atlas.Sua inserção é anterior ao côndilo occipital e sua 
ação é flexionar a cabeça.
• Músculo reto lateral da cabeça: músculo profundo e curto, com origem no atlas, em seus 
processos transversais. Sua inserção é na lateral ao côndilo occipital, tendo a ação de flexionar a 
cabeça lateralmente.
219
CINESIOLOGIA
 
Longo do pescoço
Longo da cabeça
Vista anterior
Reto lateral da cabeça
Reto anterior da cabeça
Figura 241 – Músculos longo do pescoço, longo da cabeça, reto anterior e reto lateral da cabeça
7.8.3 A musculatura profunda e a estabilização
Durante todo o dia, seja em atividades laborais ou desportivas, a coluna vertebral deve estar 
“protegida” pela musculatura profunda. O que se sabe que ocorre de forma inadequada em indivíduos 
com dorsalgia, quando os estabilizadores profundos acabam por contrair tardiamente.
A estabilização da coluna vertebral ocorre de forma involuntária, baseada na percepção da intenção 
do movimento, de modo que a musculatura por si só acaba por se contrair.
Durante a imposição de cargas diárias, os músculos estabilizadores se contraem para fornecer 
sustentação da coluna, similar a uma pessoa que contrai seu corpo para receber um impacto.
Para que a estabilização seja feita de forma correta, é preciso uma interação com diferentes 
musculaturas, em que a região abdominal atue como uma caixa, sendo:
• Parede anterior e lateral composta da musculatura abdominal (reto abdominal, oblíquo externo, 
oblíquo interno e transverso do abdome).
• Parede posterior composta de multífidos, eretores da espinha, quadrado lombar e demais músculos.
• Parede superior composta do diafragma.
• Parede inferior composta da musculatura do assoalho pélvico.
Percebendo isso, é necessário compreender que a musculatura da coluna vertebral por si só não 
consegue estabilizar a coluna como um todo, sendo então necessárias a integridade e proporcionalidade 
de forças e tensões entre todas as musculaturas citadas anteriormente.
220
Unidade III
Se, por qualquer motivo, alguma dessas musculaturas sofrer alterações, é possível que a função dos 
estabilizadores profundos, não seja eficaz, embora esteja “normal” conforme o esperado.
Logo, para perceber tais alterações, o fisioterapeuta deve entender por completo a forma de avaliar 
todos esses músculos, em suas funções específicas e combinadas.
Pensando dessa forma, até mesmo o parto pode alterar a musculatura do assoalho pélvico e 
abdominal, podendo influenciar, de forma ainda não totalmente compreendida, na estabilização da 
coluna vertebral.
Uma ineficiência nessa função leva o indivíduo a alterações como sobrecargas nas articulações 
vertebrais, resultando desde dores inespecíficas, ou seja, não diagnosticadas ou não associadas a 
alterações em exames de imagem, até redução da mobilidade ou mesmo lesões como artrose facetaria, 
desidratação discal, entre outras.
Aprender a contrair a musculatura profunda é então fundamental para o tratamento, a reabilitação 
e mesmo a prevenção da coluna vertebral. Sabe-se atualmente que uma musculatura superficial 
integrada e bem desenvolvida não está diretamente relacionada à contração eficaz da musculatura 
profunda como os multífidos e o transverso do abdome.
Além dos músculos citados, outros também atuam de forma global ou específicas, como demonstrado 
no quadro.
Quadro 25 – Músculos superficiais e profundos
Musculatura específica Musculatura global
Multífidos Reto do abdome
Oblíquo interno Fibra lateral do oblíquo externo
Fibra medial do oblíquo externo Psoas maior
Quadrado lombar Eretores da espinha
Diafragma Porção torácica do iliocostal
Musculatura do assoalho pélvico Glúteo
Iliocostal e longuíssimo (porção lombar)
Ao realizar o treinamento adequado de ativação da musculatura estabilizadora, todo e qualquer 
movimento ocorrerá nas regiões distais do corpo (MMSS e MMII) sem que exista qualquer sobrecarga 
em região dorsal, principalmente lombar, que habitualmente recebe maior ação compressiva.
Lembrando sempre que os estabilizadores devem ser pensados de forma tridimensional, e 
não individual.
221
CINESIOLOGIA
8 ATIVIDADES E EXERCÍCIOS CINESIOLÓGICOS
8.1 Prancha lateral
 
Figura 242 – Prancha lateral
A prancha lateral é um exercício para ganho de estabilidade lateral, sendo muito exigida a estabilidade 
do controle pélvico e principalmente no controle da estabilidade do ombro.
Quanto ao posicionamento para a execução do exercício, nesse exercício os dois principais pontos 
de apoio são os tornozelos e um cotovelo do lado de apoio, os membros inferiores devem manter-se 
paralelos acompanhados pelo alinhamento da coluna vertebral e da cabeça.
É importante o terapeuta observar se durante a execução do exercício não está havendo compensações, 
como o acoplamento das escapulas no gradil costal, a queda ou rotação pélvica e o alinhamento da 
cabeça. Para executar o exercício é importante a contração de alguns grupos musculares. A ocorrência 
das compensações mencionadas está relacionada com a carência de força muscular e com o controle 
do movimento.
Nesse exercício iremos demonstrar os músculos importantes para a manutenção da postura durante 
a execução do exercício.
Para a manutenção da estabilidade do ombro é de suma importância a ativação dos músculos do 
manguito rotador. Nesse exercício esses músculos se contraem para manter a estabilidade da articulação 
glenoumeral. É também importante a ativação do músculo serrátil anterior e romboide na manutenção 
do controle escapular.
O alinhamento pélvico e do tronco depende de outros músculos como glúteo médio, tensor da fáscia 
lata quadrado lombar e latíssimo do dorso do lado do apoio.
222
Unidade III
 Observação
Esses treinamentos são frequentemente utilizados para o 
desenvolvimento da estabilização central, fundamental para alterações 
posturais, dores no dorso e fadiga devido a posturas laborais que favorecem 
a sobrecarga.
8.2 Prancha frontal
 
Figura 243 – Prancha frontal
A prancha frontal é um exercício que, apesar de envolver um posicionamento com quatro pontos 
de apoio, requer uma exigência física importante para a manutenção da postura. É uma posição que 
possibilita a variação de exercícios dentro desse mesmo posicionamento.
Nessa posição o indivíduo poderá realizar variações como o movimento de um membro inferior, 
mantendo-o alinhado ao longo do tronco, e também o movimento de um membro superior, mantendo 
o braço e antebraço alinhado com o ombro em posição horizontal. Pode-se alternar o movimento dos 
membros entre lado esquerdo e direito.
O importante nesse exercício é a observação do alinhamento dos membros inferiores quanto ao 
posicionamento dos joelhos, deve-se verificar se não há flexão. Quanto ao quadril, é importante observar 
a estabilidade pélvica, nessa observação é importante perceber se ocorre desabamento pélvico inferior 
ou rotações do quadril. Uma última observação é avaliar o alinhamento escapular e o alinhamento dos 
ombros, é fundamental avaliar o posicionamento escapular no gradil costal, se a escápula está com seus 
ângulos e suas bordas acopladas as costelas.
223
CINESIOLOGIA
Para a manutenção da postura e estabilidade nesse exercício, é fundamental a ativação dos músculos 
do manguito rotador para manutenção da estabilidade da articulação glenoumeral, assim como os 
músculos que mantêm a estabilidade escapular como serrátil anterior e romboide. É importante também 
a ativação dos flexores, rotadores e inclinadores de tronco, flexores, joelho, dorsi flexores.
Todos esses músculos trabalhando em conjunto proporcionam um melhor sinergismo, sendo 
fundamental para a execução do exercício com menor gasto energético, e diminuem as chances de lesão.
 Lembrete
É comum, durante a prática de exercícios como esses, que o paciente 
(principalmente no início do seu treino) gere compensações e acabe por 
desenvolver fortes dores pós-treino, conhecidas como dores musculares tardias.
8.3 Flexão de tronco
 
Figura 244 – Flexão de tronco
Para a execução desse exercício,o indivíduo fica posicionado sobre três pontos de apoio, sendo um 
ponto de apoio a região posterior da pelve apoiada sobre os músculos glúteo máximo, e os outros dois 
pontos de apoio localizam-se na região dos tornozelos, de modo que o calcâneo direito e esquerdo 
fiquem em contato com o solo.
Nesse exercício o terapeuta pedirá para que o indivíduo em posição de decúbito dorsal realize uma 
flexão de joelho de aproximadamente 45°, apoiando somente o retropé no solo. Em seguida pede para 
que o aluno realize uma flexão de tronco de 45°, mantendo a mão direita no ombro esquerdo e a mão 
esquerda no ombro direito.
224
Unidade III
Nesse exercício os músculos anteriores de tronco, ou seja, os flexores, trabalham para manter o 
posicionamento do tronco em flexão, os músculos flexores de quadril têm papel fundamental mantendo 
a estabilidade lombo pélvica, assim como os flexores de joelho e tornozelo mantêm sua atividade 
isométrica forçando o membro inferior a permanecer fixo no solo.
Para a execução desse exercício é fundamental que o indivíduo tenha um bom controle motor 
associado à força muscular, pois esse posicionamento requer uma exigência física importante para que 
durante a execução do exercício não ocorram compensações.
8.4 Flexão de tronco com flexão de ombro
 
Figura 245 – Flexão de tronco com flexão de ombro
Existe uma similaridade desse exercício com o exercício anterior, isso porque o posicionamento do 
tronco em relação aos membros inferiores é igual. Existe uma variação do exercício, em que o aluno terá 
que realizar a flexão de ombro com os braços paralelos segurando uma bola.
Variações de movimento dentro do exercício acontecem num momento em que há adaptação ao 
exercício, ou seja, o exercício começa a ser realizado de forma mais confortável, sem instabilidade, 
tornando-o assim de fácil execução.
O detalhe dessa variação de posição é que outros grupos musculares começam a ser ativados devido 
ao movimento do membro superior. Para a manutenção da postura, os músculos flexores de ombro e os 
estabilizadores escapulares adutores e rotador superior escapular serão ativados.
225
CINESIOLOGIA
É fundamental que, durante a execução do exercício, o terapeuta esteja atento para que não 
ocorram compensações, como queda do tronco, perda da flexão dos ombros e deslocamento superior 
dos membros inferiores, não conseguindo mantê-los apoiados na superfície.
8.5 Flexão de tronco associado à rotação
 
Figura 246 – Flexão de tronco associado à rotação
Semelhante ao exercício anterior, o posicionamento do tronco em relação aos membros inferiores 
é igual, existindo assim uma variação do exercício, em que o aluno agora terá que realizar uma flexão 
de ombro associada à rotação de tronco, os braços continuam na posição paralela acompanhando o 
movimento de rotação do tronco.
O detalhe dessa variação de posição é que agora os músculos rotadores de tronco começam a atuar 
para a manutenção da postura em rotação, tendo ainda assim a atividade dos músculos flexores de 
ombro e os estabilizadores escapulares adutores.
É importante que o terapeuta esteja atento para que não ocorram compensações, como queda do 
tronco, perda da flexão dos ombros, perda da rotação de troco e deslocamento superior dos membros 
inferiores, não sendo possível mantê-los apoiados na superfície.
226
Unidade III
8.6 Agachamento bipodal com elástico
 
Figura 247 – Agachamento bipodal com elástico
Para a execução desse exercício, é fundamental que o indivíduo tenha um bom controle sensório 
motor, as habilidades motoras associadas aos movimentos permitem que o exercício seja realizado de 
forma homogênea, com o mínimo de gasto energético.
Nesse exercício, o terapeuta instrui o indivíduo a posicionar os membros inferiores alinhados com o 
quadril, mantendo uma flexão de joelho entre 80° e 90° e flexão de quadril de aproximadamente 45°. 
Além disso, o indivíduo será instruído a manter uma flexão de ombro de aproximadamente 90°.
O detalhe desse exercício é que, além de manter a posição, o indivíduo terá que resistir a uma força 
de resistência externa com o uso de faixa elásticas estabilizada pelas plantas dos pés. Com os membros 
superiores, o indivíduo fará a flexão de ombro esticando a faixa elástica e resistindo a tensão inferior.
Nesse exercício é importante o terapeuta estar sempre atento às compensações, principalmente pela 
carga imposta ao membro superior e extensores de joelho.
227
CINESIOLOGIA
8.7 Agachamento bipodal com faixa elástica
 
Figura 248 – Agachamento bipodal com faixa elástica
Semelhante ao exercício anterior, as exigências cinesiológicas e biomecânicas são bem parecidas, 
havendo apenas uma variação de movimento de membro superior. Nesse exercício, o indivíduo será 
instruído a realizar a flexão de quadril associada à flexão de tronco.
A diferença desse exercício para o anterior é que o aluno agora realiza uma abdução de ombro, 
exigindo assim a ativação de grupos musculares como abdutores de ombro e também rotadores 
superiores escapular. Nesse momento é importante que o terapeuta note posteriormente o sinergismo 
do movimento escápulo-umeral.
É fundamental observar se as escápulas, a partir do movimento do membro superior, estão acopladas 
ao gradil costal, não apresentando desprendimento das suas bordas.
228
Unidade III
Articulação glenoumeral e escapulo torácica: a partir de 60° de abdução ou flexão para cada grau de 
movimento, a escápula roda superiormente 2° superiormente.
8.8 Agachamento bipodal com rotação
 
Figura 249 – Agachamento bipodal com rotação
Percebemos que esse exercício é muito semelhante ao exercício anterior, aqui ocorre o movimento 
também de flexão de joelho e de quadril, mantendo uma base de apoio com os membros inferiores 
separados a uma distância de aproximadamente 30 cm.
Na imagem percebemos que o indivíduo, além dos movimentos descritos, agora realiza uma rotação 
de tronco associada à flexão de ombro com os membros superiores resistindo a uma força externa da 
faixa elástica.
Nesse movimento há uma exigência importante dos músculos rotadores de tronco para a manutenção 
da postura e execução do exercício. A cada movimento associado, é aumentada a dificuldade de execução 
do exercício, sendo assim, é importante que essa mudança ocorra somente quando o indivíduo realmente 
estiver preparado para a execução, diminuindo assim o risco de lesões.
229
CINESIOLOGIA
 Resumo
A coluna vertebral caracteriza-se por uma série de ossos denominados de 
vértebra, que individualmente articulam-se uma sobre a outra constituindo 
o eixo central esquelético do corpo humano. A coluna vertebral apresenta 
funções importantes tanto para a estabilidade, dependendo assim de outros 
componentes como músculos e ligamentos, quanto para a flexibilidade, 
permitindo que os segmentos vertebrais se movimentem.
Diferentemente de outros segmentos do corpo humano, a coluna 
vertebral consegue ao mesmo tempo ser rígida e flexível, abrigando em 
seu centro a medula espinhal, além de fornecer mobilidade e transmitir as 
cargas axiais para os membros inferiores. A coluna vertebral deve abrigar e 
proteger a medula, permitindo livre passagem no sistema nervoso central 
para o sistema nervoso periférico.
Na coluna vertebral existem habitualmente 33 vértebras, separadas 
por discos intervertebrais justapostos (exceto em regiões específicas 
como a articulação atlanto-occipital e as vértebras sacrais, que são 
fundidas), que formam a coluna vertebral. Esta forma as famosas 
curvaturas fisiológicas, que são as lordoses (curvaturas anteriores) e as 
cifoses (curvaturas posteriores).
Cada seguimento vertebral possui maior ou menor mobilidade de 
acordo com os alinhamentos das facetas articulares nas articulações entre 
os processos articulares.
A musculatura que envolve a coluna vertebral e a região dorsal 
contempla uma rede com camadas diferentes de músculos interconectando 
membros superiores, inferiores, cabeça, ombro e quadril, demonstrando 
como a coluna vertebrale a região dorsal são um elemento central para o 
movimento humano.
O fortalecimento desta musculatura foi por muito tempo realizado 
de modo isolado, atualmente sabemos que a prática de exercícios, sejam 
isométricos, excêntricos, sejam concêntricos, deve ser realizada frente a 
movimentos funcionais e que relembrem o dia a dia do paciente.
230
Unidade III
 Exercícios
Questão 1. (IADES 2017) A coluna vertebral está situada na região axial do esqueleto humano e é 
formada pelo número variável de 32 vértebras e sustentada por numerosos ligamentos e músculos. Em 
relação aos aspectos cinesiológicos desse segmento do corpo humano, assinale a alternativa correta:
A) Os movimentos da coluna estão limitados aos planos sagital e coronal.
B) Os músculos oblíquos, ao se contraírem, comprimem a cavidade abdominopélvica e agem nos 
movimentos de extensão e rotação do tronco.
C) A contração bilateral do quadrado lombar puxa a cavidade torácica em direção à pelve ou estende a 
coluna vertebral; a contração unilateral inclina a coluna lateralmente para o lado que é contraído.
D) A presença de curvaturas na coluna vertebral possui relevância biomecânica, contribuindo para 
que os movimentos sejam mais harmônicos.
E) A região torácica, em razão de estar articulada com as costelas, é a maior porção móvel da coluna.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a coluna é triaxial.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: os músculos oblíquos, ao se contraírem, comprimem a cavidade abdominopélvica e 
agem na flexão do tronco.
C) Alternativa correta.
Justificativa: essencialmente, o quadrado lombar contribui para a estabilização e movimentação da 
coluna e da pelve. Uma contração bilateral leva a uma extensão da coluna vertebral lombar. Quando o 
músculo é ativado somente em um dos lados, o tronco se dobra naquela direção (flexão lateral).
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: a coluna vertebral tem flexibilidade graças às articulações, porém nem todas são móveis. 
As curvaturas não são harmônicas por poderem ser lordose, escoliose ou cifose.
231
CINESIOLOGIA
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: a região cervical é a mais móvel e não a torácica.
Questão 2. (IF/CE 2016) Graças à mobilidade da coluna vertebral, o tronco pode efetuar movimentos 
globais em todos os planos do espaço, flexão, extensão, rotação e inclinação lateral. A amplitude desses 
movimentos não é a mesma em cada nível vertebral. Determinadas regiões são hipermóveis, enquanto 
outras praticamente não possuem movimento. Durante o movimento de flexão anterior da coluna nas 
vértebras lombares, a consequência é:
A) Os ligamentos interespinais e interapofisários não entram no movimento.
B) O disco é comprimido (pinçado) posteriormente e alongado anteriormente.
C) Os ligamentos situados posteriormente ao núcleo (eixo do movimento de flexão) são colocados 
em relaxamento, para liberar o movimento.
D) O primeiro ligamento a ser tensionado é o supraespinal.
E) Os ligamentos situados anteriormente ao núcleo (eixo do movimento de flexão) são colocados 
em tensão.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o ligamento interespinhal também se funde com o ligamento supraespinhal. O ligamento 
intertransversário encontra-se entre os processos transversos e limitam a flexão lateral do tronco.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a pressão mais alta recebe mais compressões fazendo com que o disco seja projetado 
par trás.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: os ligamentos situados posteriormente ao núcleo (eixo do movimento de flexão) ficam 
tensos para reequilibrar a coluna para a linha da gravidade.
232
Unidade III
D) Alternativa correta.
Justificativa: o ligamento supraespinhal une os ápices dos processos espinhosos adjacentes. 
A partir do 7º processo espinhoso até o osso occipital, é reforçado por feixes colágenos e torna-se 
ligamento nucal.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: os ligamentos situados posteriormente ao núcleo (eixo do movimento de flexão) são 
colocados em tensão.
233
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
NEUMANN, D. A. Cinesiologia do aparelho musculoesquelético: fundamentos para reabilitação. 3. ed. 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. p. 55.
Figura 2
NEUMANN, D. A. Cinesiologia do aparelho musculoesquelético: fundamentos para reabilitação. 3. ed. 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. p. 6.
Figura 3
TORTORA, G. J; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. São Paulo: Guanabara 
Koogan, 2016. p. 317.
Figura 4
NORDIN. M.; FRANKEL, V. Biomecânica básica do sistema musculoesquelético: 4. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2014, p. 280.
Figura 5
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. São Paulo: Guanabara 
Koogan, 2016. p. 232.
Figura 6
Adaptado de KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular. 5. ed. São Paulo: Panamericana, 2000. p. 33. v. 1.
Figura 7
NORDIN. M.; FRANKEL, V. Biomecânica básica do sistema musculoesquelético. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2014. p. 282.
Figura 8
NORDIN. M.; FRANKEL, V. Biomecânica básica do sistema musculoesquelético. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2014. p. 288.
234
Figura 9
SACCO, I. C.; TANAKA, I. Cinesiologia e biomecânica dos complexos articulares. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2008. p. 38.
Figura 10
NETTER, F. H. Atas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. prancha 408.
Figura 11
KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular. 5. ed. São Paulo: Panamericana, 2000. p. 15. v. 1.
Figura 12
KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular. 5. ed. São Paulo: Panamericana, 2000. p. 15; 17, v. 1.
Figura 13
KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular. 5. ed. São Paulo: Panamericana, 2000. p. 19, v. 1.
Figura 14
KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular. 5. ed. São Paulo: Panamericana, 2000. p. 21, v. 1.
Figura 15
NETTER, F. H. Atas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. prancha 408.
Figura 16
A) KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular. 5. ed. São Paulo: Panamericana, 2000. p. 41, v. 1.
B) KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular. 5. ed. São Paulo: Panamericana, 2000. p. 41, v. 1.
C) KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular. 5. ed. São Paulo: Panamericana, 2000. p. 41, v. 1.
D) KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular. 5. ed. São Paulo: Panamericana, 2000. p. 41, v. 1.
Figura 17
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p. 170, v. 1.
235
Figura 18
A) KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular. 5. ed. São Paulo: Panamericana, 2000. p. 43, v. 1.
B) KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular. 5. ed. São Paulo: Panamericana, 2000. p. 43, v. 1.
C) KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular. 5. ed. São Paulo: Panamericana, 2000. p. 43, v. 1.
D) KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular. 5. ed. São Paulo: Panamericana, 2000. p. 43, v. 1.
Figura 19
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p. 170, v. 1.
Figura 20
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p. 167, v. 1.
Figura 21
NETTER, F. H. Atas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. prancha 405.
Figura 22
NETTER, F. H. Atas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. prancha 406.
Figura 23
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3. ed. São Paulo: Editora 
Atheneu, 2011. p. 328.
FIGURA 24
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3. ed. São Paulo: Editora 
Atheneu, 2011. p. 329.
Figura 25
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3. ed. São Paulo: Editora 
Atheneu, 2011. p. 330.
236
Figura 26
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3. ed. São Paulo: Editora 
Atheneu, 2011. p. 327.
Figura 27
A) NETTER, F. H. Atas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. prancha 411.
B) NETTER, F. H. Atas de anatomia humana. 6.

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