Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tecnologias habilitadoras da transformação digital José Macedo a hora é agora! TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs 3 Todos os direitos desta edição reservados à: Fundação Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 fdr.org.br | fundacao@fdr.org.br Copyright © 2021 Fundação Demócrito Rocha Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Fundação Demócrito Rocha Bibliotecário Me. Francisco Edvander Pires Santos (CRB-3/1212) T696 Transformação digital para pequenas e médias empresas / Concepção e coordenação geral: Nazareno Albuquerque; coordenação executiva: Valéria Xavier; coordenação de conteúdo: José Antonio Fernandes de Macedo e Janaina Oleinik Rosa; ilustrações: Rafael Limaverde. – Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 2021. 12 fascículos (192 pg): il. color. ISBN 978-85-7529-992-0 (coleção) ISBN 978-85-7529-989-0 (Fascículo 3) 1. Empreendedorismo. 2. Transformação digital. 3. Criatividade e inovação. 4. Metodologias ágeis. 5. Marketing digital. 6. Modelo de negócio. 7. Proteção de dados. I. Título. CDD 658.421 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Presidência: Luciana Dummar Direção Administrativo-Financeira: André Avelino de Azevedo Gerência Geral: Marcos Tardin Gerência Editorial e de Projetos: Raymundo Netto Gerência Canal FDR: Chico Marinho Gerência Marketing & Design: Andrea Araujo Análise de Projetos: Aurelino Freitas e Fabrícia Góis Edição de Mídias: Isabel Vale UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE) Gerência Pedagógica: Viviane Pereira Coordenação de Cursos: Marisa Ferreira Design Educacional: Joel Lima Front End: Isabela Marques TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs Concepção e Coordenação Geral: Nazareno Albuquerque Coordenação Executiva: Valéria Xavier Coordenação de Conteúdo: José Antônio Fernandes de Macedo e Janaína Oleinik Rosa Coordenação Editorial: Raymundo Netto Projeto Gráfico: Andrea Araujo Ilustração: Rafael Limaverde Revisão: Daniela Nogueira Design: Welton Travassos Estagiária de Design: Kamilla Damasceno Análise de Marketing Digital: Fábio Jr. Braga Análise de projetos: Taci Moura Apresentação 1. Por que preciso usar tecnologias digitais no meu negócio? 2. Dispositivo móvel 3. Computação em nuvem 4. Inteligência artifi cial 5. Internet das Coisas 6. Como começar? Referências 38 37 36 42 44 46 47 47 Sumário Nos últimos 10 anos, o avanço tecnológico se acele-rou incrivelmente, impactando toda a nossa socie-dade moderna. Para aqueles nascidos no século passado, imaginem como era possível viver sem celular, redes sociais e internet, entre outras tecnologias. Eu sinto difi culdade de lembrar como algumas atividades eram tão complexas de serem realizadas. Por exemplo: como era complexo realizar uma viagem internacional, comprar passagem aérea, reservar hotel e viajar sem um celular. Claramente, nenhum de nós consegue imaginar viver hoje sem essas maravilhosas tecnologias, as quais trouxeram uma nova forma de viver e experimentar o mundo. Como resultado dessa transformação, vivemos em um mundo hiperconectado, com velocidade de comuni- cação instantânea, em que o acesso a qualquer infor- mação está à distância de um toque dos nossos dedos. Observando essa mudança e seu impacto na economia mundial e nos negócios, conseguimos compreender me- lhor a grandeza das transformações e seus desafi os. Neste novo mundo digital, o consumidor se torna mais consciente do preço, da qualidade e das avaliações dos produtos e serviços de forma instantânea. Os clien- tes esperam serviços cada vez mais personalizados e aderentes às suas necessidades. Do outro lado, as em- presas precisam se conectar aos seus clientes neste novo mundo virtual, criando canais digitais e usando tecnologias que permitam adaptar seus negócios a essa nova realidade. Apresentação 36 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE 1 Por que preciso usar tecnologias digitais no meu negócio? Em resumo, quanto você investe em tecnologia torna sua empresa mais com- petitiva, levando ao aumento das receitas a médio e longo prazo. Com rotinas mais efi cientes, o seu negócio pode se adap- tar com mais facilidade às demandas do mercado, tornando seus serviços mais efi - cientes e efi cazes. Assim, você conseguirá atingir novos nichos de mercado de forma consistente, contribuindo para a manuten- ção de um ciclo de lucratividade contínuo. Então, quais deveriam ser as tecnologias que eu poderia aplicar na minha empre- sa para melhorar meu negócio? As tec- nologias selecionadas que abordaremos neste fascículo serão: dispositivo móvel, computação em nuvem, inteligência arti- fi cial e internet das coisas. O uso de novas tecnologias digitais para melhorar ou desenvolver novos processos de negócio está no centro da transformação digital das empresas. Por meio do uso dessas tec- nologias, é possível compreender melhor as demandas dos clientes, melhorar a experiência do usuário nos canais digitais, reduzir custos operacionais, expandir a atuação da empresa em novos nichos de mercado e ampliar a divulgação da marca da empresa. Por exemplo, quando apli- camos tecnologia para realizar o marke- ting digital, podemos produzir leads de mais qualidade e ajudamos o negócio a se aproximar dos clientes e a gastar menos dinheiro com marketing tradicional. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs | 37 Um dispositivo móvel (ou compu-tador de mão) é um computador pequeno que pode ser segurado e operado na mão. Normalmente, fornece uma tela sensível ao toque com botões digitais e teclado ou botões físicos junto com um teclado físico. Esses dispositivos podem se conectar à internet e interconec- tar-se com outros dispositivos, via Wi-Fi, Bluetooth, redes celulares ou comunicação de campo próximo (NFC). Os dispositivos móveis podem executar sistemas operacio- nais móveis que permitem que aplicativos de terceiros especializados para esses recursos sejam instalados e executados. Os exemplos mais comuns de sistemas ope- racionais móveis são: Android, da Google, e iOS, da Apple. Hoje em dia, os usuários passam mais tempo navegando na web em celulares ou tablets do que em computadores de mesa. Com a disponibilidade de comunicação sem fi o mais barata e abrangente, a ten- dência é de que se torne o principal canal de venda e de comunicação das empresas com seus clientes. Além disso, a evolução tecnológica dos smartphones tem permi- tido o desenvolvimento de aplicativos mó- veis cada vez mais sofi sticados. Dessa forma, qualquer empresa que deseje se conectar com seu cliente pre- cisa ter como estratégia lançar canais digitais apropriados para serem acessa- dos por esses dispositivos móveis. Por exemplo, se a empresa já tem um sítio na internet, precisará adaptá-lo para que ele possa ser visualizado facilmente em te- las pequenas de smartphones. 2 Dispositivo móvel Para que possamos adotar a tecnolo- gia de dispositivo móvel de forma efetiva em um negócio, é preciso tomar alguns cuidados. A seguir, confi ra algumas es- tratégias que devem ser aplicadas para que a sua empresa aproveite ao máximo essa tecnologia. 2.1. Certifique-se de que seu site seja compatível com dispositivos móveis Para que seu negócio se torne mais di- gital, você precisa garantir que seu site esteja adaptado para ser visualizado em dispositivos com pequenas telas. Se seu site não parece bom em um smartphone, vale a pena dar uma olhada em quais as- pectos estão ou não funcionando. Adianta ter um site que não possa ser acessado via dispositivos móveis? 2.2. Use design responsivo Neste ponto, você precisará utilizar tec- nologias que tornem seu site responsivo, ou seja, que ele ajuste automaticamente seu leiaute e conteúdo, para diferentes tamanhos de tela. Isso é muito impor- tante para o marketing na web, já que os usuários normalmente não têm tempo ou paciência para mexerem aumentar e di- minuir o zoom de suas páginas. Dispositivo 38 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Você não precisa gastar muito dinhei- ro para criar um site responsivo. Se o site da sua empresa usar um construtor de sites acessível, como WordPress ou Squarespace, facilmente você encontrará modelos gratuitos à sua disposição que foram codifi cados para serem totalmente responsivos e 100 por cento compatíveis com dispositivos móveis. 2.3. Use a mídia social A mídia social é uma das armas mais im- portantes em seu arsenal de marketing – especialmente se você estiver experi- mentando diferentes estratégias de ma- rketing móvel. Se você estiver enviando mensagens SMS ou HTML para clientes em potencial, coloque-os em sua página do Facebook ou Instagram. Incentive-os a “curtir” ou compartilhar imagens móveis e se envolver em conversas sobre seus produtos, serviços ou a indústria em ge- ral. Ao envolver os usuários nas redes so- ciais, você está desbloqueando um novo nível de potencial de marca. 2.4. Otimize seus e-mails Acredite ou não, os boletins informativos da empresa são tão efi cazes hoje quanto eram há 20 anos em termos de potencial de marketing. A única diferença é que, hoje em dia, os e-mails se tornaram mó- veis. Cerca de 65 por cento de todos OS e-mails agora são abertos em smartpho- nes, em vez de desktops ou notebooks. Tendo isso em mente, você deve garantir que seus e-mails sejam compatíveis com dispositivos móveis. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs | 39 Isso signifi ca que você deve diminuir o tom nas imagens ou gráfi cos grandes. Seja conciso e não tenha medo de incluir muitos hiperlinks. Direcione os usuários para seus canais de mídia social. 2.5. Use URLs abreviados Os usuários de dispositivos móveis ge- ralmente desejam que as marcas sejam curtas, amáveis e diretas quando se trata de mensagens de marketing. É aí que os URLs abreviados são úteis. Se você deseja direcionar os clientes a uma página de destino ou item espe- cífi co em seu site, sempre é útil fornecer a eles um URL curto que seja agradável para os olhos e fácil de lembrar. Existem muitos encurtadores de URL gratuitos por aí: TinyURL (https://tinyurl.com/app) é um deles. Pode parecer um detalhe tri- vial, mas são sempre as pequenas coisas que podem fazer as maiores diferenças. 2.6. Use códigos QR Os códigos QR estão em quase todos os lugares hoje em dia. Você os vê em anún- cios em revistas, em garrafas de vinho e em todas as prateleiras das lojas – e eles são absolutamente brilhantes. Ao captu- rar rapidamente um código usando um telefone celular, você pode ser instanta- neamente transportado para uma página de destino personalizada, projetada para lhe contar tudo sobre o produto ou servi- ço que você está prestes a comprar. Existem muitas ferramentas gratuitas para criar códigos QR, e elas são muito sim- ples de usar. Como exemplo de uma dessas ferramentas, você pode usar o QR Code Ge- nerator (https://br.qr-code-generator.com/). 2.7. Use o Google AdWords Se você já pensou em investir um pouco mais na presença digital de sua empre- sa, provavelmente já encontrou o Google AdWords. É uma ferramenta brilhante que ajuda você a capitalizar as pesqui- sas de possíveis clientes – mas nem todo mundo tira proveito de seus recursos de otimização para celular. Agora você pode segmentar pesquisas para celular e gerenciar anúncios para celular separadamente. Fazendo isso, você pode aprender a rastrear e medir todo o tráfego móvel que seu site obtém, o que também o ajudará a decifrar se seus outros métodos de marketing móvel estão realmente pagando dividendos. 2.8. Compre anúncios para celular Diferentemente dos anúncios impressos, os anúncios para celular são mecanis- mos que podem fornecer retornos sem precedentes à sua empresa. Como você pode direcionar seu público com base em dados demográfi cos ou em sua área geográfi ca, os anúncios para celular são capazes de alcançar indivíduos que são muito mais propensos a serem engajados por suas mensagens de marketing. *Páginas de Destino: são páginas de produtos específi cos em seu próprio site. 40 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE 2.9. Crie conteúdo otimizado para celular É muito bom atrair usuários para seu site responsivo usando mensagens SMS bem elaboradas ou anúncios para celular, mas, se o conteúdo do seu site desanima as pessoas, todo o seu trabalho árduo terá sido em vão. Normalmente, os usuários de celular verifi carão suas páginas da web em telas pequenas. Eles provavelmente estarão cercados por distrações também. Tendo isso em mente, todo o seu conteúdo da web deve ser curto e rápido. Não perca tempo com descrições coloridas nem tons de voz passivos. Você tem uma chance para chamar a atenção das pes- soas. Faça valer a pena. Saiba Mais Nir Eyal, autor do livro Hooked (Engajado), Eyal, 2021, apresenta uma fórmula para criar produtos digitais que engajem os clien- tes, estimulando sutilmente seus comportamentos, sem manipulá- -los. Essa estratégia permite re- duzir os custos com marketing e eliminar as mensagens que po- dem agredir o cliente. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs | 41 3 Computação em nuvem Muitas pessoas dizem: “Meus dados estão na nuvem”. Felizmente não precisamos achar que essas pes- soas fi caram loucas. Na verdade, isso é para dizer que os dados estão armazenados em um computador cuja localização não sabemos exatamente. As nuvens compu- tacionais, na verdade, são locais que têm centenas ou até milhares de computa- dores. Esses centros podem estar loca- lizados em diversos lugares pelo mundo, podendo estar no centro de uma cidade ou até mesmo no fundo do mar. Definição A computação em nuvem é a oferta de re- cursos computacionais sob demanda por meio da internet, em que você paga so- mente pelo seu uso. Em vez de comprar e ter de manter datacenters e servidores físicos, você pode acessar os serviços de processamento, armazenamento e bancos de dados, entre outros, conforme a sua ne- cessidade, usando um provedor de nuvem. Por meio da computação em nuvem, foi possível transformar a computação em commodity, ou seja, foi possível fazer uso dos computadores da mesma forma que utilizamos a água e a energia elétrica que abastece nossas casas. Basta plugar um aparelho na tomada que a energia está pronta para ser usada. Você se co- necta a um serviço de nuvem e tem à sua disposição quantos computadores você quiser ao seu dispor e de forma imediata. Dessa forma, se precisar de mais espaço para armazenar seus dados, não precisa ir a uma loja comprar um novo disco rígi- do. Basta solicitar ao provedor de nuvem e pagar por isso. A computação em nuvem trouxe um benefício enorme para as empresas, pois elas não precisam adquirir mais compu- tadores caros que, muitas vezes, fi cavam ociosos. As empresas podem recorrer aos serviços de nuvem e pagam apenas pelo seu uso, ou seja, podem usar um computador e depois desligá-lo, pagan- do apenas pelo momento que o utilizou. Além disso, imagine a facilidade para a empresa em aumentar seu parque com- putacional e reduzi-lo de acordo com a sua necessidade. Para fi car mais claro, vamos dar um exemplo concreto. Imagine que você es- teja planejando as vendas do seu evento de Black Friday. Assim, muitos clientes acessarão simultaneamente sua página na internet, e você espera que seu sítio não fi que sobrecarregado, o que pode causar perda das vendas. Nesta situação, você poderia recorrer aos serviços de computação em nuvem para aumentar a capacidade do seu sítio a fi m de atender esta demanda pontual. Depois do evento, pode cancelar os serviços solicitados, pa- gando apenas pelo seu uso. Os provedores de serviços de compu- tação em nuvem mais conhecidos são: Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure e Google Cloud Platform. Cada qual apresenta políticas depreços e soluções de serviço em nuvem específi cas. Os ser- viços mais comuns oferecidos por esses provedores são: armazenamento de da- dos, máquinas virtuais e backups. Conhecendo as vantagens do uso dos serviços de nuvem, você pode economi- zar dinheiro, evitando adquirir computa- dores de forma desnecessária para sua empresa. Com a nuvem, você pode oti- mizar os seus investimentos em TI, re- duzindo os custos operacionais de sua empresa e tornando-a mais efi ciente no atendimento das demandas sazonais. Mesmo com essas grandes vantagens da nuvem, sempre existe um risco. Assim como no uso da energia elétrica, se você não evitar o desperdício, poderá pagar caro por isso. Por exemplo, imagine que você se esqueça de desligar suas máqui- nas na nuvem depois do Black Friday. Fi- cará pagando desnecessariamente o uso de recursos que não vai utilizar. Conse- quentemente, para fazer uso dos servi- ços de nuvem, é importante calcular exa- tamente sua necessidade e garantir que não haja desperdício. Além dos riscos mencionados, pode- mos citar outros associados ao uso de serviços em nuvem computacional: 42 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Perda de dados: Em um ambiente de computação em nuvem, a perda de dados ocorre quando nossos dados confi denci- ais estão nas mãos de outra pessoa; um ou mais elementos de dados não podem ser utilizados pelo proprietário dos dados; o disco rígido não está funcionando corre- tamente; e o software não é atualizado. Ataque de hackers: A computação em nu- vem depende totalmente da internet; por isso, é obrigatório proteger as interfaces que são utilizadas por usuários exter- nos. Na computação em nuvem, poucos serviços estão disponíveis em domínio público. Esses serviços podem ser aces- sados por terceiros; portanto, pode haver uma chance de que esses serviços sejam facilmente prejudicados e hackeados. Violação de dados: A violação ocorre quando os dados confi denciais são vi- sualizados, acessados ou roubados por terceiros sem qualquer autorização. Isso pode acontecer em um ambiente de nu- vem no qual os dados estão sob custódia do provedor de nuvem. Aprisionamento com o fornecedor: Estar preso a um fornecedor é um dos maiores ris- cos de segurança na computação em nuvem. As empresas podem enfrentar problemas ao transferir seus serviços de um fornecedor para outro. Como cada um fornece platafor- mas diferentes, isso pode causar difi culdade em mover uma nuvem para outra. Pressão sobre a equipe de TI: Migrar, in- tegrar e operar os serviços em nuvem é algo complexo para a equipe de TI, que deve exigir capacidade e habilidades ex- tras para gerenciar, integrar e manter os dados na nuvem. Roubo de conta: O sequestro de contas é um sério risco de segurança na com- putação em nuvem. É o processo no qual a conta de nuvem do usuário individual ou da organização (conta bancária, conta de e- mail e conta de mídia social) é roubada por hackers. Os hackers usam a conta roubada para realizar atividades não autorizadas. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs | 43 4 Inteligência artificialInteligência artificial Segundo a consultoria Gartner aponta, em 2025 quem utilizar a IA em suas plataformas multicanais de engajamento poderá aumentar em até 25% a efi ciência operacional. A inteligência artifi cial será certamen- te a principal tecnologia responsável por transformar negócios, tornando-os mais otimizados e mais rentáveis. Podemos ci- tar uma grande quantidade de exemplos de empresas que aplicaram a inteligên- cia artifi cial e as transformaram comple- tamente. Por exemplo, a Netfl ix deu início às suas operações como uma locadora de fi lmes comum. Com o avanço das redes de comunicação de alta velocidade, ela decidiu criar um serviço de streaming de vídeos, mas não apenas isso. Ela criou um sistema de recomendação, o qual é uma técnica de inteligência artifi cial, para su- gerir fi lmes a seus assinantes de acordo com suas preferências. Ao mesmo tempo em que levava o seu serviço para dentro da casa das pessoas, ela facilitava a busca de fi lmes pelos seus clientes, além, é claro, de ser muito mais barato. Imbatível, não? Definição Andreas Kaplan e Michael Haenlein (Ka- plan and Haenlein, 2019) defi nem a inte- ligência artifi cial como “uma capacidade do sistema para interpretar corretamen- te dados externos, aprender a partir des- ses dados e utilizar essas aprendizagens para atingir objetivos e tarefas específi - cas através de adaptação fl exível”. Se você ainda não sabe do que tratam as tecnologias de inteligência artifi cial, deixe-me começar com um exemplo sim- ples. Imagine você ensinando uma crian- ça de 1 ano a reconhecer animais. Como você normalmente faz isso? No meu caso, comprei alguns livros de animais e fui mostrando para meu fi lho. A cada página, apontava para o animal e lia seu nome. Fiz isso inúmeras vezes com meu fi lho, até ele ser capaz de dizer qual animal era. Um programa de computador basea- do nas tecnologias de inteligência artifi cial tenta simular o aprendizado humano. Como isso é feito? Primeiro, apresentamos a esse programa um conjunto de dados de treina- mento, como, no exemplo anterior, um livro com fotos e nomes de animais. Em segui- da, o programa lê esses dados e realiza a aprendizagem automática, gerando um mo- delo de aprendizagem, o qual permite que ele reconheça os animais e seus nomes. Esse modelo de aprendizagem é um mo- delo matemático que mapeia as fotos nos nomes dos animais. Isso é fantástico, não é? De fato, existem diversos tipos de mé- todos de inteligência artifi cial. No exem- plo anterior, descrevemos o método de aprendizagem supervisionada, ou seja, aquela em que temos à disposição um conjunto de dados rotulados. Neste caso, o rótulo é o nome do animal, e o dado é a imagem. Dessa forma, o método de aprendizagem supervisionada consis- te em aprender uma função que mapeia uma entrada para uma saída com base em pares de entrada-saída de exemplo. 44 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Outro método conhecido é a aprendi- zagem não supervisionada, em que não temos apenas os dados sem os rótulos. Sem o uso dos rótulos de dados, essas técnicas permitem criar grupos de acor- do com a similaridade entre os dados. Por exemplo, usando as imagens de animais, poderíamos agrupá-los de acordo com as suas características (quantidade de pa- tas, como se locomovem, hábitat etc.). As técnicas de aprendizagem não su- pervisionadas são mais limitadas do que as técnicas da aprendizagem supervisionada, pois elas não têm a ajuda dos rótulos para saber as respostas certas. Então, surge a dúvida: por que devemos usar a aprendi- zagem não supervisionada se é mais sim- ples? A questão é que nem sempre é fácil ter acesso aos dados rotulados, e normal- mente rotular dados custa muito caro. En- tão, na ausência de dados rotulados, pode- mos aplicar uma técnica mais simples. Imagine que você tem seu cadastro de cliente e precisa classifi cá-los de acordo com os atributos: total de compras, sazo- nalidade de compras, endereço, tipo de produtos comprados, taxa de inadimplên- cia etc. Você poderia tentar fazer isso ma- nualmente, comparando todos clientes contra todos e tentando encontrar o me- lhor agrupamento possível, o que seria muito complexo e demorado. A solução para isso é usar uma técnica de apren- dizagem não supervisionada denominada clusterização, a qual encontraria os agru- pamentos mais adequados de acordo com as similaridades entre os clientes. Bem, agora que você sabe o que é inte- ligência artifi cial, você saberia dizer como aplicá-la para melhorar o seu negócio? Se- gue uma lista de quatro melhorias com o uso de inteligência artifi cial no seu negócio: 4.1. Automatizar canais de atendimento A inteligência artifi cial pode ser aplicada na automatização do atendimento com seus clientes por meio do uso dos robôs conversacionaisou chatbots. Com essa tecnologia, é possível realizar o atendi- mento automatizado, em que o robô pode ser programado para compreender o que o cliente escreve e pode respondê-lo, sem a necessidade de intervenção humana. Incorporar chatbots aos canais de venda e atendimento ajudará a melhorar a qualidade do atendimento, a partir de sua padronização, e a reduzir os custos com pessoal de atendimento. Além disso, os horários de atendimento poderão ser ampliados, pois podem funcionar 24 ho- ras por dia em sete dias da semana. 4.2.Otimizar marketing e vendas A partir da análise de dados de vendas, é possível usar a tecnologia de inteligência artifi cial para prever o comportamento dos clientes. Por exemplo, é possível trei- nar modelos de inteligência artifi cial para prever quando um cliente irá cancelar um serviço e compreender qual é o principal fator para essa decisão. Com isso, é pos- sível compreender melhor seu cliente e planejar ações para aumentar a fi delida- de desse cliente com a empresa. Por outro lado, a inteligência artifi cial pode ser usada para prescrever ações a se- rem realizadas, tais como: realizar compras, oferecer promoções, cancelar clientes etc. 4.3. Melhorar gestão de processos Podemos fazer uso de inteligência artifi - cial para realizar automatização e gestão de processos internos de empresas. Para isso, os algoritmos de inteligência artifi - cial podem ajudar na otimização dos pro- cessos da empresa, apontando possíveis gargalos e problemas nos processos. 4.4. Reduzir riscos Inteligência artifi cial pode ser usada para prever ações fraudulentas nas vendas ou nas operações internas da empresa. Os algoritmos podem aprender o que são operações normais e detectar as anoma- lias do sistema, alertando para indícios de fraudes que devem ser verifi cadas. Saiba Mais Para se aprofundar nos impactos da inteligência artifi cial, uma dica é o livro do Kai-Fu Lee (Lee, 2019), “Inteligência Artifi cial”. Kai-Fu Lee já foi presidente da Google China e é considerado um dos maiores especialistas em inovação tecno- lógica no mundo. Não é um livro técnico. Então, você poderá se aprofundar sobre o tema da inteli- gência artifi cial e sua infl uência na sociedade e nos negócios. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs | 45 5 Internet das Coisas A internet das coisas (IoT) é um con-ceito que descreve as tecnologias que permitem conectar à internet dispositivos que podem variar de objetos domésticos até equipamentos industriais sofi sticados. Neste conceito, os objetos podem se comunicar com pessoas, pro- cessos e outras coisas, permitindo criar a internet das coisas. Com mais de 7 bilhões de dispositivos IoT conectados hoje, os especialistas es- peram que esse número cresça para 10 bilhões em 2020 e 22 bilhões em 2025. Neste cenário, o seu negócio pode uti- lizar as tecnologias da internet das coi- sas para, por exemplo, criar prateleiras inteligentes equipadas com sensores de peso que podem coletar informações e enviar os dados para um sistema monito- rar automaticamente o estoque e acionar alertas se os itens estiverem acabando. Sensores conectados aos celulares dos clientes podem enviar ofertas e promo- ções direcionadas aos clientes para for- necer uma experiência envolvente. Por outro lado, as indústrias podem ob- ter uma vantagem competitiva usando o monitoramento da linha de produção para permitir a manutenção proativa do equipa- mento quando os sensores detectam uma falha iminente. Com a ajuda de alertas de sensor, as indústrias podem verifi car ra- pidamente a saúde dos equipamentos ou removê-los da produção até que sejam re- parados. Isso permite que as empresas re- duzam os custos operacionais, melhorem o tempo de atividade e aperfeiçoem o geren- ciamento do desempenho dos ativos. 46 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE O uso de tecnologias de internet das coisas pode gerar ameaças ao negócio. Então, é importante saber dos riscos en- volvidos no uso dessa tecnologia. A se- guir, veja alguns deles. 5.1. Vulnerabilidade para redes de TO e TI: Os dispositivos IoT estão regularmente conectados e acessíveis de dentro e fora da rede corporativa. Essa nova conectivi- dade deixa as redes de tecnologia opera- cional (TO) e tecnologia da informação (TI) vulneráveis às ameaças de IoT e requer abordagens novas e mais holísticas para a segurança. 5.2. Ataques usando botnets: Uma bot- net é um número de dispositivos conec- tados à internet; cada um executa um ou mais bots. As redes de bots podem ser usadas para executar ataques DDoS, roubar dados, enviar spam e permitir que o invasor acesse o dispositivo e sua conexão. Grupos de crimes cibernéticos podem comprometer dispositivos IoT co- nectados à internet e usá-los em massa para realizar ataques. 5.3. Ataques usando ransomware: Ran- somware é uma forma de malware pro- jetado para bloquear arquivos ou dis- positivos até que o resgate seja pago. O ransomware foca em dispositivos IoT críticos (como aqueles usados em am- bientes industriais ou aqueles dos quais dependem operações comerciais signi- fi cativas) e exige que os resgates sejam pagos em um intervalo de tempo muito curto (antes que um dispositivo pudesse ser redefi nido corretamente). 5.4. Ataques baseados em IA: Os siste- mas de IA podem realizar as tarefas re- petitivas necessárias para aumentar as ameaças de IoT rapidamente, além de se- rem capazes de imitar o tráfego normal do usuário e evitar a detecção. 5.5. Detecção e visibilidade do dispositi- vo IoT: Uma difi culdade em proteger redes com dispositivos IoT é que muitos desses dispositivos não são prontamente detecta- dos pela segurança de rede. E se o sistema de segurança não for capaz de detectar um dispositivo, não será capaz de identifi - car facilmente ameaças a esse dispositivo. O plano deve ser composto pelos se- guintes elementos: • Uma lista de prioridades com base na estratégia de negócios. • Cronograma de iniciativas a serem realizadas para implementação da estratégia, com estimativa de datas, durações e custos. • O custo estimado e a justifi cativa de todas as iniciativas. • Uma equipe designada e um líder para cada iniciativa. • Uma lista de melhorias potenciais, su- jeitas a mudanças nas necessidades. Não esqueça que este plano deve estar alinhado com as estratégias de negócio, lembrando que a tecnologia é apenas um meio para se alcançar o fi m, que é resolver as dores dos seus clientes. Conforme reco- menda Sunil Gupta (Gupta, 2018), em seu livro Implementando Estratégia Digital, mo- dele sua empresa em torno dos clientes, não dos produtos nem da concorrência. Referências Eyal, Nir. Hooked (engajado). São Paulo: Alfacon, 2021. Lee, Kai-FU. Inteligência Artifi cial. Tradu- ção: Marcelo Barbão. Rio de Janeiro: Globo- Livros, 2019. Gupta, Sunil. Implantando Estratégia Digital. Harvard: Harvard Business Review Press, 2018. Kaplan, Andreas; Haenlein, Michael; Siri, Siri, in my hand: Who’s the fairest in the land? On the interpretations, illustrations, and impli- cations of artifi cial intelligence, Business Horizons. Volume 62, Issue 1, 2019, Pages 15- 25, ISSN 0007-6813, https://doi.org/10.1016/j. bushor.2018.08.004. 6 Como começar? Se você ainda não utiliza as tecno-logias apresentadas neste módulo, você precisa urgentemente aplicá- -las. No entanto, para que isso aconteça, é necessário um planejamento prévio, com a criação de um plano. Dessa maneira, é importante que você crie um roteiro que deve combinar as metas de curto e longo prazo da sua empresa alinhado com o uso das tecnologias mencionadas. Esse plano deve descrever quais tecnologias você usará, quando e por quê. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs | 47 Ilustrador Rafael Limaverde Nascido em Belém e naturalizado cearense, começou sua carreira como cartunista e ilustrador editorial. Paralelo a carreira como ilustrador, passou a trabalharcomo xilogravurista onde, no ano 2000, fez sua primeira exposição de gravura intitulada “Xi- lofagia”. Graduou-se em Artes Visuais (IFCE) e fez parte do Grupo Acidum. Atualmente trabalha com design, xilogravura, intervenção urbana e ilustração, principalmente, de livros infantis, entre os quais também é autor. Acesse movimentoempreender.com para acelerar ainda mais o crescimento do seu negócio. Autor José Macedo É professor associado do Departamento de Computação da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador de produtividade do CNPq há mais de 12 anos. Exerce a função de cientista chefe de Dados e Transformação Digital do Governo do Ceará, coordenando os projetos “Governo Digital”e “Big Data Ceará”, vinculados ao Laboratório de Inovação da Casa Civil. Coordena o projeto “Sinesp Big Data e Inteligência Artifi cial aplicados à Segurança Pública”, do Ministério da Justiça. Concluiu mestrado e doutorado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Realizou doutorado sanduíche na École Nationale Supérieure des Télécommunications Bretagne, na França, e foi pesquisador sênior na École Polytechnique Fédéral de Lausanne (EPFL - Suíça). O foco de sua pesquisa é a inteligência artifi cial aplicada ao processamento de grandes volumes de dados (Big Data), tendo publicado mais de 150 artigos em conferências e revistas qualifi cadas. CORREALIZAÇÃO APOIO REALIZAÇÃO PATROCÍNIO Serviço Social da Indústria PELO FUTURO DO TRABALHO Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial PELO FUTURO DO TRABALHO Assembleia Legislativa do Estado do Ceará Instituto Euvaldo Lodi PELO FUTURO DA INDÚSTRIA
Compartilhar