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3 - EMPREENDER F3_FINAL

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Tecnologias
habilitadoras da 
transformação 
digital
José Macedo
a hora é agora!
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA 
PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs
3
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Fundação Demócrito Rocha
Bibliotecário Me. Francisco Edvander Pires Santos (CRB-3/1212)
T696 
 Transformação digital para pequenas e médias empresas / Concepção e coordenação geral: 
Nazareno Albuquerque; coordenação executiva: Valéria Xavier; coordenação de conteúdo: José 
Antonio Fernandes de Macedo e Janaina Oleinik Rosa; ilustrações: Rafael Limaverde. – Fortaleza: 
Fundação Demócrito Rocha, 2021.
 12 fascículos (192 pg): il. color.
 ISBN 978-85-7529-992-0 (coleção)
 ISBN 978-85-7529-989-0 (Fascículo 3)
 1. Empreendedorismo. 2. Transformação digital. 3. Criatividade e inovação. 4. Metodologias 
ágeis. 5. Marketing digital. 6. Modelo de negócio. 7. Proteção de dados. I. Título.
CDD 658.421
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Presidência: Luciana Dummar 
Direção Administrativo-Financeira: André Avelino de Azevedo 
Gerência Geral: Marcos Tardin
Gerência Editorial e de Projetos: Raymundo Netto 
Gerência Canal FDR: Chico Marinho
Gerência Marketing & Design: Andrea Araujo
Análise de Projetos: Aurelino Freitas e Fabrícia Góis
Edição de Mídias: Isabel Vale
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE)
Gerência Pedagógica: Viviane Pereira
Coordenação de Cursos: Marisa Ferreira
Design Educacional: Joel Lima
Front End: Isabela Marques
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs
Concepção e Coordenação Geral: Nazareno Albuquerque
Coordenação Executiva: Valéria Xavier
Coordenação de Conteúdo: José Antônio Fernandes de Macedo e Janaína Oleinik Rosa
Coordenação Editorial: Raymundo Netto
Projeto Gráfico: Andrea Araujo
Ilustração: Rafael Limaverde
Revisão: Daniela Nogueira
Design: Welton Travassos
Estagiária de Design: Kamilla Damasceno
Análise de Marketing Digital: Fábio Jr. Braga
Análise de projetos: Taci Moura
Apresentação
1. Por que preciso usar tecnologias
digitais no meu negócio?
2. Dispositivo móvel
3. Computação em nuvem
4. Inteligência artifi cial 
5. Internet das Coisas
6. Como começar?
Referências
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37
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47
47
Sumário
Nos últimos 10 anos, o avanço tecnológico se acele-rou incrivelmente, impactando toda a nossa socie-dade moderna. Para aqueles nascidos no século 
passado, imaginem como era possível viver sem celular, 
redes sociais e internet, entre outras tecnologias. Eu sinto 
difi culdade de lembrar como algumas atividades eram tão 
complexas de serem realizadas. Por exemplo: como era 
complexo realizar uma viagem internacional, comprar 
passagem aérea, reservar hotel e viajar sem um celular. 
Claramente, nenhum de nós consegue imaginar viver hoje 
sem essas maravilhosas tecnologias, as quais trouxeram 
uma nova forma de viver e experimentar o mundo.
Como resultado dessa transformação, vivemos em 
um mundo hiperconectado, com velocidade de comuni-
cação instantânea, em que o acesso a qualquer infor-
mação está à distância de um toque dos nossos dedos. 
Observando essa mudança e seu impacto na economia 
mundial e nos negócios, conseguimos compreender me-
lhor a grandeza das transformações e seus desafi os. 
Neste novo mundo digital, o consumidor se torna 
mais consciente do preço, da qualidade e das avaliações 
dos produtos e serviços de forma instantânea. Os clien-
tes esperam serviços cada vez mais personalizados e 
aderentes às suas necessidades. Do outro lado, as em-
presas precisam se conectar aos seus clientes neste 
novo mundo virtual, criando canais digitais e usando 
tecnologias que permitam adaptar seus negócios a essa 
nova realidade.
Apresentação
36 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
1
Por que preciso usar 
tecnologias digitais 
no meu negócio?
Em resumo, quanto você investe em 
tecnologia torna sua empresa mais com-
petitiva, levando ao aumento das receitas 
a médio e longo prazo. Com rotinas mais 
efi cientes, o seu negócio pode se adap-
tar com mais facilidade às demandas do 
mercado, tornando seus serviços mais efi -
cientes e efi cazes. Assim, você conseguirá 
atingir novos nichos de mercado de forma 
consistente, contribuindo para a manuten-
ção de um ciclo de lucratividade contínuo.
Então, quais deveriam ser as tecnologias 
que eu poderia aplicar na minha empre-
sa para melhorar meu negócio? As tec-
nologias selecionadas que abordaremos 
neste fascículo serão: dispositivo móvel, 
computação em nuvem, inteligência arti-
fi cial e internet das coisas. 
O uso de novas tecnologias digitais para melhorar ou desenvolver novos processos de negócio está 
no centro da transformação digital das 
empresas. Por meio do uso dessas tec-
nologias, é possível compreender melhor 
as demandas dos clientes, melhorar a 
experiência do usuário nos canais digitais, 
reduzir custos operacionais, expandir a 
atuação da empresa em novos nichos de 
mercado e ampliar a divulgação da marca 
da empresa. Por exemplo, quando apli-
camos tecnologia para realizar o marke-
ting digital, podemos produzir leads de 
mais qualidade e ajudamos o negócio a se 
aproximar dos clientes e a gastar menos 
dinheiro com marketing tradicional.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs | 37
Um dispositivo móvel (ou compu-tador de mão) é um computador pequeno que pode ser segurado 
e operado na mão. Normalmente, fornece 
uma tela sensível ao toque com botões 
digitais e teclado ou botões físicos junto 
com um teclado físico. Esses dispositivos 
podem se conectar à internet e interconec-
tar-se com outros dispositivos, via Wi-Fi, 
Bluetooth, redes celulares ou comunicação 
de campo próximo (NFC). Os dispositivos 
móveis podem executar sistemas operacio-
nais móveis que permitem que aplicativos 
de terceiros especializados para esses 
recursos sejam instalados e executados. Os 
exemplos mais comuns de sistemas ope-
racionais móveis são: Android, da Google, 
e iOS, da Apple.
Hoje em dia, os usuários passam mais 
tempo navegando na web em celulares ou 
tablets do que em computadores de mesa. 
Com a disponibilidade de comunicação 
sem fi o mais barata e abrangente, a ten-
dência é de que se torne o principal canal 
de venda e de comunicação das empresas 
com seus clientes. Além disso, a evolução 
tecnológica dos smartphones tem permi-
tido o desenvolvimento de aplicativos mó-
veis cada vez mais sofi sticados.
Dessa forma, qualquer empresa que 
deseje se conectar com seu cliente pre-
cisa ter como estratégia lançar canais 
digitais apropriados para serem acessa-
dos por esses dispositivos móveis. Por 
exemplo, se a empresa já tem um sítio na 
internet, precisará adaptá-lo para que ele 
possa ser visualizado facilmente em te-
las pequenas de smartphones. 
2
Dispositivo 
móvel
Para que possamos adotar a tecnolo-
gia de dispositivo móvel de forma efetiva 
em um negócio, é preciso tomar alguns 
cuidados. A seguir, confi ra algumas es-
tratégias que devem ser aplicadas para 
que a sua empresa aproveite ao máximo 
essa tecnologia.
2.1. Certifique-se de 
que seu site seja 
compatível com 
dispositivos móveis
Para que seu negócio se torne mais di-
gital, você precisa garantir que seu site 
esteja adaptado para ser visualizado em 
dispositivos com pequenas telas. Se seu 
site não parece bom em um smartphone, 
vale a pena dar uma olhada em quais as-
pectos estão ou não funcionando. Adianta 
ter um site que não possa ser acessado 
via dispositivos móveis?
2.2. Use design 
responsivo
Neste ponto, você precisará utilizar tec-
nologias que tornem seu site responsivo, 
ou seja, que ele ajuste automaticamente 
seu leiaute e conteúdo, para diferentes 
tamanhos de tela. Isso é muito impor-
tante para o marketing na web, já que os 
usuários normalmente não têm tempo ou 
paciência para mexerem aumentar e di-
minuir o zoom de suas páginas.
Dispositivo 
38 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Você não precisa gastar muito dinhei-
ro para criar um site responsivo. Se o 
site da sua empresa usar um construtor 
de sites acessível, como WordPress ou 
Squarespace, facilmente você encontrará 
modelos gratuitos à sua disposição que 
foram codifi cados para serem totalmente 
responsivos e 100 por cento compatíveis 
com dispositivos móveis.
2.3. Use a mídia social
A mídia social é uma das armas mais im-
portantes em seu arsenal de marketing 
– especialmente se você estiver experi-
mentando diferentes estratégias de ma-
rketing móvel. Se você estiver enviando 
mensagens SMS ou HTML para clientes 
em potencial, coloque-os em sua página 
do Facebook ou Instagram. Incentive-os a 
“curtir” ou compartilhar imagens móveis 
e se envolver em conversas sobre seus 
produtos, serviços ou a indústria em ge-
ral. Ao envolver os usuários nas redes so-
ciais, você está desbloqueando um novo 
nível de potencial de marca.
2.4. Otimize seus 
e-mails
Acredite ou não, os boletins informativos 
da empresa são tão efi cazes hoje quanto 
eram há 20 anos em termos de potencial 
de marketing. A única diferença é que, 
hoje em dia, os e-mails se tornaram mó-
veis. Cerca de 65 por cento de todos OS
e-mails agora são abertos em smartpho-
nes, em vez de desktops ou notebooks. 
Tendo isso em mente, você deve garantir 
que seus e-mails sejam compatíveis com 
dispositivos móveis.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs | 39
Isso signifi ca que você deve diminuir 
o tom nas imagens ou gráfi cos grandes. 
Seja conciso e não tenha medo de incluir 
muitos hiperlinks. Direcione os usuários 
para seus canais de mídia social.
2.5. Use URLs 
abreviados
Os usuários de dispositivos móveis ge-
ralmente desejam que as marcas sejam 
curtas, amáveis e diretas quando se trata 
de mensagens de marketing. É aí que os 
URLs abreviados são úteis.
Se você deseja direcionar os clientes 
a uma página de destino ou item espe-
cífi co em seu site, sempre é útil fornecer 
a eles um URL curto que seja agradável 
para os olhos e fácil de lembrar. Existem 
muitos encurtadores de URL gratuitos 
por aí: TinyURL (https://tinyurl.com/app) 
é um deles. Pode parecer um detalhe tri-
vial, mas são sempre as pequenas coisas 
que podem fazer as maiores diferenças.
2.6. Use códigos QR
Os códigos QR estão em quase todos os 
lugares hoje em dia. Você os vê em anún-
cios em revistas, em garrafas de vinho e 
em todas as prateleiras das lojas – e eles 
são absolutamente brilhantes. Ao captu-
rar rapidamente um código usando um 
telefone celular, você pode ser instanta-
neamente transportado para uma página 
de destino personalizada, projetada para 
lhe contar tudo sobre o produto ou servi-
ço que você está prestes a comprar.
Existem muitas ferramentas gratuitas 
para criar códigos QR, e elas são muito sim-
ples de usar. Como exemplo de uma dessas 
ferramentas, você pode usar o QR Code Ge-
nerator (https://br.qr-code-generator.com/).
2.7. Use o Google 
AdWords
Se você já pensou em investir um pouco 
mais na presença digital de sua empre-
sa, provavelmente já encontrou o Google 
AdWords. É uma ferramenta brilhante 
que ajuda você a capitalizar as pesqui-
sas de possíveis clientes – mas nem todo 
mundo tira proveito de seus recursos de 
otimização para celular.
Agora você pode segmentar pesquisas 
para celular e gerenciar anúncios para 
celular separadamente. Fazendo isso, 
você pode aprender a rastrear e medir 
todo o tráfego móvel que seu site obtém, 
o que também o ajudará a decifrar se 
seus outros métodos de marketing móvel 
estão realmente pagando dividendos.
2.8. Compre 
anúncios para 
celular
Diferentemente dos anúncios impressos, 
os anúncios para celular são mecanis-
mos que podem fornecer retornos sem 
precedentes à sua empresa. Como você 
pode direcionar seu público com base 
em dados demográfi cos ou em sua área 
geográfi ca, os anúncios para celular são 
capazes de alcançar indivíduos que são 
muito mais propensos a serem engajados 
por suas mensagens de marketing.
*Páginas de Destino: são páginas de produtos 
específi cos em seu próprio site.
40 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
2.9. Crie conteúdo 
otimizado para 
celular
É muito bom atrair usuários para seu 
site responsivo usando mensagens SMS 
bem elaboradas ou anúncios para celular, 
mas, se o conteúdo do seu site desanima 
as pessoas, todo o seu trabalho árduo 
terá sido em vão.
Normalmente, os usuários de celular 
verifi carão suas páginas da web em telas 
pequenas. Eles provavelmente estarão 
cercados por distrações também. Tendo 
isso em mente, todo o seu conteúdo da 
web deve ser curto e rápido. Não perca 
tempo com descrições coloridas nem 
tons de voz passivos. Você tem uma 
chance para chamar a atenção das pes-
soas. Faça valer a pena.
Saiba Mais
Nir Eyal, autor do livro Hooked
(Engajado), Eyal, 2021, apresenta 
uma fórmula para criar produtos 
digitais que engajem os clien-
tes, estimulando sutilmente seus 
comportamentos, sem manipulá-
-los. Essa estratégia permite re-
duzir os custos com marketing e 
eliminar as mensagens que po-
dem agredir o cliente.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs | 41
3
Computação em nuvem
Muitas pessoas dizem: “Meus dados estão na nuvem”. Felizmente não precisamos achar que essas pes-
soas fi caram loucas. Na verdade, isso é para 
dizer que os dados estão armazenados 
em um computador cuja localização não 
sabemos exatamente. As nuvens compu-
tacionais, na verdade, são locais que têm 
centenas ou até milhares de computa-
dores. Esses centros podem estar loca-
lizados em diversos lugares pelo mundo, 
podendo estar no centro de uma cidade ou 
até mesmo no fundo do mar.
Definição
A computação em nuvem é a oferta de re-
cursos computacionais sob demanda por 
meio da internet, em que você paga so-
mente pelo seu uso. Em vez de comprar 
e ter de manter datacenters e servidores 
físicos, você pode acessar os serviços de 
processamento, armazenamento e bancos 
de dados, entre outros, conforme a sua ne-
cessidade, usando um provedor de nuvem.
Por meio da computação em nuvem, 
foi possível transformar a computação 
em commodity, ou seja, foi possível fazer 
uso dos computadores da mesma forma 
que utilizamos a água e a energia elétrica 
que abastece nossas casas. Basta plugar 
um aparelho na tomada que a energia 
está pronta para ser usada. Você se co-
necta a um serviço de nuvem e tem à sua 
disposição quantos computadores você 
quiser ao seu dispor e de forma imediata. 
Dessa forma, se precisar de mais espaço 
para armazenar seus dados, não precisa 
ir a uma loja comprar um novo disco rígi-
do. Basta solicitar ao provedor de nuvem 
e pagar por isso.
A computação em nuvem trouxe um 
benefício enorme para as empresas, pois 
elas não precisam adquirir mais compu-
tadores caros que, muitas vezes, fi cavam 
ociosos. As empresas podem recorrer 
aos serviços de nuvem e pagam apenas 
pelo seu uso, ou seja, podem usar um 
computador e depois desligá-lo, pagan-
do apenas pelo momento que o utilizou. 
Além disso, imagine a facilidade para a 
empresa em aumentar seu parque com-
putacional e reduzi-lo de acordo com a 
sua necessidade.
Para fi car mais claro, vamos dar um 
exemplo concreto. Imagine que você es-
teja planejando as vendas do seu evento 
de Black Friday. Assim, muitos clientes 
acessarão simultaneamente sua página 
na internet, e você espera que seu sítio 
não fi que sobrecarregado, o que pode 
causar perda das vendas. Nesta situação, 
você poderia recorrer aos serviços de 
computação em nuvem para aumentar a 
capacidade do seu sítio a fi m de atender 
esta demanda pontual. Depois do evento, 
pode cancelar os serviços solicitados, pa-
gando apenas pelo seu uso.
Os provedores de serviços de compu-
tação em nuvem mais conhecidos são: 
Amazon Web Services (AWS), Microsoft 
Azure e Google Cloud Platform. Cada qual 
apresenta políticas depreços e soluções 
de serviço em nuvem específi cas. Os ser-
viços mais comuns oferecidos por esses 
provedores são: armazenamento de da-
dos, máquinas virtuais e backups.
Conhecendo as vantagens do uso dos 
serviços de nuvem, você pode economi-
zar dinheiro, evitando adquirir computa-
dores de forma desnecessária para sua 
empresa. Com a nuvem, você pode oti-
mizar os seus investimentos em TI, re-
duzindo os custos operacionais de sua 
empresa e tornando-a mais efi ciente no 
atendimento das demandas sazonais.
Mesmo com essas grandes vantagens 
da nuvem, sempre existe um risco. Assim 
como no uso da energia elétrica, se você 
não evitar o desperdício, poderá pagar 
caro por isso. Por exemplo, imagine que 
você se esqueça de desligar suas máqui-
nas na nuvem depois do Black Friday. Fi-
cará pagando desnecessariamente o uso 
de recursos que não vai utilizar. Conse-
quentemente, para fazer uso dos servi-
ços de nuvem, é importante calcular exa-
tamente sua necessidade e garantir que 
não haja desperdício.
Além dos riscos mencionados, pode-
mos citar outros associados ao uso de 
serviços em nuvem computacional:
42 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Perda de dados: Em um ambiente de 
computação em nuvem, a perda de dados 
ocorre quando nossos dados confi denci-
ais estão nas mãos de outra pessoa; um 
ou mais elementos de dados não podem 
ser utilizados pelo proprietário dos dados; 
o disco rígido não está funcionando corre-
tamente; e o software não é atualizado.
Ataque de hackers: A computação em nu-
vem depende totalmente da internet; por 
isso, é obrigatório proteger as interfaces 
que são utilizadas por usuários exter-
nos. Na computação em nuvem, poucos 
serviços estão disponíveis em domínio 
público. Esses serviços podem ser aces-
sados por terceiros; portanto, pode haver 
uma chance de que esses serviços sejam 
facilmente prejudicados e hackeados.
Violação de dados: A violação ocorre 
quando os dados confi denciais são vi-
sualizados, acessados ou roubados por 
terceiros sem qualquer autorização. Isso 
pode acontecer em um ambiente de nu-
vem no qual os dados estão sob custódia 
do provedor de nuvem.
Aprisionamento com o fornecedor: Estar 
preso a um fornecedor é um dos maiores ris-
cos de segurança na computação em nuvem. 
As empresas podem enfrentar problemas 
ao transferir seus serviços de um fornecedor 
para outro. Como cada um fornece platafor-
mas diferentes, isso pode causar difi culdade 
em mover uma nuvem para outra.
Pressão sobre a equipe de TI: Migrar, in-
tegrar e operar os serviços em nuvem é 
algo complexo para a equipe de TI, que 
deve exigir capacidade e habilidades ex-
tras para gerenciar, integrar e manter os 
dados na nuvem.
Roubo de conta: O sequestro de contas 
é um sério risco de segurança na com-
putação em nuvem. É o processo no qual 
a conta de nuvem do usuário individual ou 
da organização (conta bancária, conta de e-
mail e conta de mídia social) é roubada por 
hackers. Os hackers usam a conta roubada 
para realizar atividades não autorizadas.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs | 43
4
Inteligência artificialInteligência artificial
Segundo a consultoria Gartner aponta, em 2025 quem utilizar a IA em suas plataformas multicanais 
de engajamento poderá aumentar em até 
25% a efi ciência operacional. 
A inteligência artifi cial será certamen-
te a principal tecnologia responsável por 
transformar negócios, tornando-os mais 
otimizados e mais rentáveis. Podemos ci-
tar uma grande quantidade de exemplos 
de empresas que aplicaram a inteligên-
cia artifi cial e as transformaram comple-
tamente. Por exemplo, a Netfl ix deu início 
às suas operações como uma locadora de 
fi lmes comum. Com o avanço das redes 
de comunicação de alta velocidade, ela 
decidiu criar um serviço de streaming de 
vídeos, mas não apenas isso. Ela criou um 
sistema de recomendação, o qual é uma 
técnica de inteligência artifi cial, para su-
gerir fi lmes a seus assinantes de acordo 
com suas preferências. Ao mesmo tempo 
em que levava o seu serviço para dentro da 
casa das pessoas, ela facilitava a busca de 
fi lmes pelos seus clientes, além, é claro, de 
ser muito mais barato. Imbatível, não?
Definição
Andreas Kaplan e Michael Haenlein (Ka-
plan and Haenlein, 2019) defi nem a inte-
ligência artifi cial como “uma capacidade 
do sistema para interpretar corretamen-
te dados externos, aprender a partir des-
ses dados e utilizar essas aprendizagens 
para atingir objetivos e tarefas específi -
cas através de adaptação fl exível”.
Se você ainda não sabe do que tratam 
as tecnologias de inteligência artifi cial, 
deixe-me começar com um exemplo sim-
ples. Imagine você ensinando uma crian-
ça de 1 ano a reconhecer animais. Como 
você normalmente faz isso? No meu caso, 
comprei alguns livros de animais e fui 
mostrando para meu fi lho. A cada página, 
apontava para o animal e lia seu nome. 
Fiz isso inúmeras vezes com meu fi lho, 
até ele ser capaz de dizer qual animal era.
Um programa de computador basea-
do nas tecnologias de inteligência artifi cial 
tenta simular o aprendizado humano. Como 
isso é feito? Primeiro, apresentamos a esse 
programa um conjunto de dados de treina-
mento, como, no exemplo anterior, um livro 
com fotos e nomes de animais. Em segui-
da, o programa lê esses dados e realiza a 
aprendizagem automática, gerando um mo-
delo de aprendizagem, o qual permite que 
ele reconheça os animais e seus nomes. 
Esse modelo de aprendizagem é um mo-
delo matemático que mapeia as fotos nos 
nomes dos animais. Isso é fantástico, não é?
De fato, existem diversos tipos de mé-
todos de inteligência artifi cial. No exem-
plo anterior, descrevemos o método de 
aprendizagem supervisionada, ou seja, 
aquela em que temos à disposição um 
conjunto de dados rotulados. Neste caso, 
o rótulo é o nome do animal, e o dado 
é a imagem. Dessa forma, o método de 
aprendizagem supervisionada consis-
te em aprender uma função que mapeia 
uma entrada para uma saída com base 
em pares de entrada-saída de exemplo. 
44 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Outro método conhecido é a aprendi-
zagem não supervisionada, em que não 
temos apenas os dados sem os rótulos. 
Sem o uso dos rótulos de dados, essas 
técnicas permitem criar grupos de acor-
do com a similaridade entre os dados. Por 
exemplo, usando as imagens de animais, 
poderíamos agrupá-los de acordo com as 
suas características (quantidade de pa-
tas, como se locomovem, hábitat etc.). 
As técnicas de aprendizagem não su-
pervisionadas são mais limitadas do que as 
técnicas da aprendizagem supervisionada, 
pois elas não têm a ajuda dos rótulos para 
saber as respostas certas. Então, surge a 
dúvida: por que devemos usar a aprendi-
zagem não supervisionada se é mais sim-
ples? A questão é que nem sempre é fácil 
ter acesso aos dados rotulados, e normal-
mente rotular dados custa muito caro. En-
tão, na ausência de dados rotulados, pode-
mos aplicar uma técnica mais simples.
Imagine que você tem seu cadastro de 
cliente e precisa classifi cá-los de acordo 
com os atributos: total de compras, sazo-
nalidade de compras, endereço, tipo de 
produtos comprados, taxa de inadimplên-
cia etc. Você poderia tentar fazer isso ma-
nualmente, comparando todos clientes 
contra todos e tentando encontrar o me-
lhor agrupamento possível, o que seria 
muito complexo e demorado. A solução 
para isso é usar uma técnica de apren-
dizagem não supervisionada denominada 
clusterização, a qual encontraria os agru-
pamentos mais adequados de acordo 
com as similaridades entre os clientes.
Bem, agora que você sabe o que é inte-
ligência artifi cial, você saberia dizer como 
aplicá-la para melhorar o seu negócio? Se-
gue uma lista de quatro melhorias com o 
uso de inteligência artifi cial no seu negócio:
4.1. Automatizar 
canais de 
atendimento
A inteligência artifi cial pode ser aplicada 
na automatização do atendimento com 
seus clientes por meio do uso dos robôs 
conversacionaisou chatbots. Com essa 
tecnologia, é possível realizar o atendi-
mento automatizado, em que o robô pode 
ser programado para compreender o que 
o cliente escreve e pode respondê-lo, sem 
a necessidade de intervenção humana. 
Incorporar chatbots aos canais de 
venda e atendimento ajudará a melhorar 
a qualidade do atendimento, a partir de 
sua padronização, e a reduzir os custos 
com pessoal de atendimento. Além disso, 
os horários de atendimento poderão ser 
ampliados, pois podem funcionar 24 ho-
ras por dia em sete dias da semana. 
4.2.Otimizar 
marketing e vendas
A partir da análise de dados de vendas, é 
possível usar a tecnologia de inteligência 
artifi cial para prever o comportamento 
dos clientes. Por exemplo, é possível trei-
nar modelos de inteligência artifi cial para 
prever quando um cliente irá cancelar um 
serviço e compreender qual é o principal 
fator para essa decisão. Com isso, é pos-
sível compreender melhor seu cliente e 
planejar ações para aumentar a fi delida-
de desse cliente com a empresa.
Por outro lado, a inteligência artifi cial 
pode ser usada para prescrever ações a se-
rem realizadas, tais como: realizar compras, 
oferecer promoções, cancelar clientes etc.
4.3. Melhorar gestão 
de processos
Podemos fazer uso de inteligência artifi -
cial para realizar automatização e gestão 
de processos internos de empresas. Para 
isso, os algoritmos de inteligência artifi -
cial podem ajudar na otimização dos pro-
cessos da empresa, apontando possíveis 
gargalos e problemas nos processos.
4.4. Reduzir riscos
Inteligência artifi cial pode ser usada para 
prever ações fraudulentas nas vendas ou 
nas operações internas da empresa. Os 
algoritmos podem aprender o que são 
operações normais e detectar as anoma-
lias do sistema, alertando para indícios 
de fraudes que devem ser verifi cadas. 
Saiba Mais
Para se aprofundar nos impactos 
da inteligência artifi cial, uma dica 
é o livro do Kai-Fu Lee (Lee, 2019), 
“Inteligência Artifi cial”. Kai-Fu Lee 
já foi presidente da Google China 
e é considerado um dos maiores 
especialistas em inovação tecno-
lógica no mundo. Não é um livro 
técnico. Então, você poderá se 
aprofundar sobre o tema da inteli-
gência artifi cial e sua infl uência na 
sociedade e nos negócios.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs | 45
5
Internet 
das Coisas
A internet das coisas (IoT) é um con-ceito que descreve as tecnologias que permitem conectar à internet 
dispositivos que podem variar de objetos 
domésticos até equipamentos industriais 
sofi sticados. Neste conceito, os objetos 
podem se comunicar com pessoas, pro-
cessos e outras coisas, permitindo criar a 
internet das coisas.
Com mais de 7 bilhões de dispositivos 
IoT conectados hoje, os especialistas es-
peram que esse número cresça para 10 
bilhões em 2020 e 22 bilhões em 2025.
Neste cenário, o seu negócio pode uti-
lizar as tecnologias da internet das coi-
sas para, por exemplo, criar prateleiras 
inteligentes equipadas com sensores de 
peso que podem coletar informações e 
enviar os dados para um sistema monito-
rar automaticamente o estoque e acionar 
alertas se os itens estiverem acabando. 
Sensores conectados aos celulares dos 
clientes podem enviar ofertas e promo-
ções direcionadas aos clientes para for-
necer uma experiência envolvente.
Por outro lado, as indústrias podem ob-
ter uma vantagem competitiva usando o 
monitoramento da linha de produção para 
permitir a manutenção proativa do equipa-
mento quando os sensores detectam uma 
falha iminente. Com a ajuda de alertas de 
sensor, as indústrias podem verifi car ra-
pidamente a saúde dos equipamentos ou 
removê-los da produção até que sejam re-
parados. Isso permite que as empresas re-
duzam os custos operacionais, melhorem o 
tempo de atividade e aperfeiçoem o geren-
ciamento do desempenho dos ativos.
46 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
O uso de tecnologias de internet das 
coisas pode gerar ameaças ao negócio. 
Então, é importante saber dos riscos en-
volvidos no uso dessa tecnologia. A se-
guir, veja alguns deles.
5.1. Vulnerabilidade para redes de TO e 
TI: Os dispositivos IoT estão regularmente 
conectados e acessíveis de dentro e fora 
da rede corporativa. Essa nova conectivi-
dade deixa as redes de tecnologia opera-
cional (TO) e tecnologia da informação (TI) 
vulneráveis às ameaças de IoT e requer 
abordagens novas e mais holísticas para 
a segurança.
5.2. Ataques usando botnets: Uma bot-
net é um número de dispositivos conec-
tados à internet; cada um executa um 
ou mais bots. As redes de bots podem 
ser usadas para executar ataques DDoS, 
roubar dados, enviar spam e permitir 
que o invasor acesse o dispositivo e sua 
conexão. Grupos de crimes cibernéticos 
podem comprometer dispositivos IoT co-
nectados à internet e usá-los em massa 
para realizar ataques.
5.3. Ataques usando ransomware: Ran-
somware é uma forma de malware pro-
jetado para bloquear arquivos ou dis-
positivos até que o resgate seja pago. O 
ransomware foca em dispositivos IoT 
críticos (como aqueles usados em am-
bientes industriais ou aqueles dos quais 
dependem operações comerciais signi-
fi cativas) e exige que os resgates sejam 
pagos em um intervalo de tempo muito 
curto (antes que um dispositivo pudesse 
ser redefi nido corretamente).
5.4. Ataques baseados em IA: Os siste-
mas de IA podem realizar as tarefas re-
petitivas necessárias para aumentar as 
ameaças de IoT rapidamente, além de se-
rem capazes de imitar o tráfego normal 
do usuário e evitar a detecção.
5.5. Detecção e visibilidade do dispositi-
vo IoT: Uma difi culdade em proteger redes 
com dispositivos IoT é que muitos desses 
dispositivos não são prontamente detecta-
dos pela segurança de rede. E se o sistema 
de segurança não for capaz de detectar 
um dispositivo, não será capaz de identifi -
car facilmente ameaças a esse dispositivo.
O plano deve ser composto pelos se-
guintes elementos: 
• Uma lista de prioridades com base 
na estratégia de negócios.
• Cronograma de iniciativas a serem 
realizadas para implementação da 
estratégia, com estimativa de datas, 
durações e custos.
• O custo estimado e a justifi cativa de 
todas as iniciativas.
• Uma equipe designada e um líder 
para cada iniciativa.
• Uma lista de melhorias potenciais, su-
jeitas a mudanças nas necessidades.
Não esqueça que este plano deve estar 
alinhado com as estratégias de negócio, 
lembrando que a tecnologia é apenas um 
meio para se alcançar o fi m, que é resolver 
as dores dos seus clientes. Conforme reco-
menda Sunil Gupta (Gupta, 2018), em seu 
livro Implementando Estratégia Digital, mo-
dele sua empresa em torno dos clientes, 
não dos produtos nem da concorrência.
Referências
Eyal, Nir. Hooked (engajado). São Paulo: 
Alfacon, 2021.
Lee, Kai-FU. Inteligência Artifi cial. Tradu-
ção: Marcelo Barbão. Rio de Janeiro: Globo-
Livros, 2019.
Gupta, Sunil. Implantando Estratégia 
Digital. Harvard: Harvard Business Review 
Press, 2018.
Kaplan, Andreas; Haenlein, Michael; Siri, Siri, 
in my hand: Who’s the fairest in the land? On 
the interpretations, illustrations, and impli-
cations of artifi cial intelligence, Business 
Horizons. Volume 62, Issue 1, 2019, Pages 15-
25, ISSN 0007-6813, https://doi.org/10.1016/j.
bushor.2018.08.004.
6
Como 
começar?
Se você ainda não utiliza as tecno-logias apresentadas neste módulo, você precisa urgentemente aplicá-
-las. No entanto, para que isso aconteça, é 
necessário um planejamento prévio, com 
a criação de um plano. Dessa maneira, é 
importante que você crie um roteiro que 
deve combinar as metas de curto e longo 
prazo da sua empresa alinhado com o uso 
das tecnologias mencionadas. Esse plano 
deve descrever quais tecnologias você 
usará, quando e por quê.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS/MEIs | 47
Ilustrador
Rafael Limaverde 
Nascido em Belém e naturalizado cearense, começou sua carreira como cartunista 
e ilustrador editorial. Paralelo a carreira como ilustrador, passou a trabalharcomo 
xilogravurista onde, no ano 2000, fez sua primeira exposição de gravura intitulada “Xi-
lofagia”. Graduou-se em Artes Visuais (IFCE) e fez parte do Grupo Acidum. Atualmente 
trabalha com design, xilogravura, intervenção urbana e ilustração, principalmente, de 
livros infantis, entre os quais também é autor.
Acesse movimentoempreender.com para acelerar 
ainda mais o crescimento do seu negócio.
Autor
José Macedo
É professor associado do Departamento de Computação da Universidade Federal 
do Ceará (UFC) e pesquisador de produtividade do CNPq há mais de 12 anos. Exerce 
a função de cientista chefe de Dados e Transformação Digital do Governo do Ceará, 
coordenando os projetos “Governo Digital”e “Big Data Ceará”, vinculados ao Laboratório 
de Inovação da Casa Civil. Coordena o projeto “Sinesp Big Data e Inteligência Artifi cial 
aplicados à Segurança Pública”, do Ministério da Justiça. Concluiu mestrado e doutorado 
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Realizou doutorado 
sanduíche na École Nationale Supérieure des Télécommunications Bretagne, na França, 
e foi pesquisador sênior na École Polytechnique Fédéral de Lausanne (EPFL - Suíça). O 
foco de sua pesquisa é a inteligência artifi cial aplicada ao processamento de grandes 
volumes de dados (Big Data), tendo publicado mais de 150 artigos em conferências e 
revistas qualifi cadas.
CORREALIZAÇÃO
APOIO
REALIZAÇÃO
PATROCÍNIO
Serviço Social da Indústria
PELO FUTURO DO TRABALHO
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
PELO FUTURO DO TRABALHO
Assembleia Legislativa
do Estado do Ceará
Instituto Euvaldo Lodi 
PELO FUTURO DA INDÚSTRIA

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