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Aula 10 - contabilidade geral

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SUMÁRIO 
 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS. BALANÇO E DRE. .................................................................. 3 
1. DEMONSTRAÇÕES OBRIGATÓRIAS ........................................................................................ 3 
2. REGRAS GERAIS PARA ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ....... 4 
3. NOTAS EXPLICATIVAS .................................................................................................................. 4 
4. BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................................ 5 
5. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ........................................................ 7 
 
 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS. BALANÇO E DRE. 
 
As demonstrações contábeis atualmente também são denominadas “relatórios 
contábeis-financeiros de propósito geral”, conforme o CPC 00. 
O objetivo das demonstrações contábeis é oferecer informações que sejam úteis, 
relevantes, confiáveis e tempestivas aos diversos usuários da informação contábil. 
No Brasil, a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas ou Lei das S.A.) 
regulamenta o assunto, estabelecendo regras para as sociedades anônimas e para as 
demais empresas de grande porte, assim consideradas as que tenham tido, no exercício 
social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de 
reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais). 
1. DEMONSTRAÇÕES OBRIGATÓRIAS 
A Lei 6.404/76 estipula que, ao fim de cada exercício social, a diretoria fará 
elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e 
as mutações ocorridas no exercício: 
a) Balanço Patrimonial; 
b) Demonstração do Resultado do Exercício – DRE; 
c) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA; 
d) Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC; e 
e) se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado. 
Veremos aqui as duas estudadas em Contabilidade Básica: o Balanço e a DRE. 
 
 
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2. REGRAS GERAIS PARA ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS 
A Lei 6.404/76 estipula que as demonstrações de cada exercício sejam publicadas 
com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. 
Isso para permitir uma comparação com a evolução dos valores, de um ano para 
outro. 
O art. 176, §2º, determina que, “nas demonstrações, as contas semelhantes 
poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada 
a sua natureza e não ultrapassem um décimo do valor do respectivo grupo de contas; 
mas é vedada a utilização de designações genéricas, como “diversas contas” ou “contas-
correntes” 
3. NOTAS EXPLICATIVAS 
A Lei 6.404/76 estipula que as demonstrações deverão ser complementadas por 
notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários 
para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. 
De acordo com o §5º do art. 176, as notas explicativas devem: 
I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações 
financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e 
eventos significativos; 
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil 
que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; 
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações 
financeiras e consideradas necessárias para um apresentação adequada; e 
IV – indicar: 
 
 
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a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente 
estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de 
provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na 
realização de elementos do ativo; 
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes; 
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações; 
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a 
terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; 
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo 
prazo; 
f) o número, espécies e classes das ações do capital social; 
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; 
h) os ajustes de exercícios anteriores; e 
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou 
possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da 
companhia. 
4. BALANÇO PATRIMONIAL 
O Balanço Patrimonial tem por objetivo evidenciar o patrimônio da entidade em 
um certo momento. 
O balanço só traz contas patrimoniais. 
No Ativo, dentro de cada grupo, os bens e direitos devem estar organizados por 
ordem decrescente de liquidez, ou seja, dos bens e direitos mais líquidos para os menos 
líquidos. Por conta disso, por exemplo, é que a conta “Disponibilidades”, que agrega as 
 
 
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contas “Caixa” e “Bancos” sempre é a primeira conta a aparecer no balanço de uma 
empresa. 
Já no Passivo, as obrigações devem estar classificadas por ordem crescente de 
exigibilidade. Isso quer dizer que as obrigações que vencem primeiro são colocadas 
acima daquelas que tem um prazo de vencimento mais longo. 
Tanto o Ativo como o Passivo aparecem no balanço divididos em Circulante e 
Não Circulante e o Ativo Não Circulante se subdivide em Ativo Realizável a Longo Prazo, 
Ativo Imobilizado, Ativo Intangível e Investimentos. 
Segue abaixo um exemplo simplificado de balanço patrimonial: 
ATIVO ANO X2 ANO X1 PASSIVO ANO X2 ANO X1 
 
Circulante 
 
190.000 149.000 Circulante 96.000 70.000 
Caixa 10.000 9.000 Salários a Pagar 40.000 35.000 
Bancos 32.000 25.000 INSS a Recolher 9.000 8.000 
Clientes 50.000 30.000 FGTS a Recolher 3.200 2.800 
Mercadorias 62.000 45.000 IRRF a Recolher 2.800 2.500 
Empréstimos a Receber 36.000 40.000 Fornecedores 50.000 21.700 
 
 
Não Circulante 165.000 191.000 Não Circulante 100.000 120.000 
 
Realizável a Longo Prazo 
 
Financiamentos 
 
100.000 
 
120.000 
Empréstimos a Receber – LP 72.000 118.000 
 
Investimentos 
Participações empresa ABC 
S/A 
48.000 - 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 150.000 150.000 
Imobilizado 
Veículos 90.000 125.000 Capital Social 150.000 150.000 
(-) Depreciação Acumulada (45.000) (52.000) 
 
TOTAL DO ATIVO 355.000 340.000 TOTAL DO PASSIVO 355.000 340.000 
 
 
 
 
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5. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
A DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, tem por objetivo demonstrar 
o lucro ou prejuízo que a entidade obteve no período, trazendo somente contas de 
resultado. Sendo assim, a DRE complementa o Balanço Patrimonial, o qual, como visto, 
traz somente contas patrimoniais. 
A DRE busca trazer detalhadamente a composição do lucro ou prejuízo do 
exercício (denominado resultado líquido do exercício), além dos resultados 
intermediários, como a receita líquida, o resultado operacional bruto (lucro bruto), o 
Lucro (ou Prejuízo) antes do Imposto de Renda e o Lucro (ou Prejuízo) antes das 
Participações. 
Deve-se observar, no entanto, que, por terminar justamente no valor do resultado 
do período, a DRE não traz a destinação do lucro eventualmente auferido, o que é feito 
em outra demonstração: a DLPA – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados. 
A DRE possui a seguinte estrutura básica: 
 
 
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(*) CMV = Custo das Mercadorias Vendidas, CPV = Custo dos Produtos Vendidos; CSP = Custo dos 
Serviços Prestados. O CMV pode ser calculado pelo inventário permanente (CMV = Estoque Inicial + 
Compras Líquidas – Estoque Final) ou pelo inventário periódico (custo específico, PEPS, UEPS ou custo 
médio móvel). 
RECEITA BRUTA 
(-) DEVOLUÇÕES DE VENDAS 
(-) DESCONTOS INCONDICIONAISCONCEDIDOS 
(-) ABATIMENTOS CONCEDIDOS 
(-) TRIBUTOS INDIRETOS (ICMS, ISS, PIS, COFINS) 
(=) RECEITA LÍQUIDA 
(-) CMV, CPV OU CSP(*) 
(=) LUCRO BRUTO 
(-) DESPESAS COM VENDAS 
(-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS 
(-) DESPESAS GERAIS 
(-) DESPESAS FINANCEIRAS 
(+) RECEITAS FINANCEIRAS 
(+) RECEITAS DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
(-) DESPESAS DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
(+) OUTRAS RECEITAS 
(-) OUTRAS DESPESAS 
(=) RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 
(-) IRPJ A PAGAR 
(-) CSLL A PAGAR 
(=) RESULTADO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES 
(-) PARTICIPAÇÃO DOS DEBENTURISTAS 
(-) PARTICIPAÇÃO DOS EMPREGADOS 
(-) PARTICIPAÇÃO DOS ADMINISTRADORES 
(-) PARTICIPAÇÃO DAS PARTES BENEFICIÁRIAS 
(-) PARTICIPAÇÃO DE FUNDOS DE ASSISTÊNCIA 
 E PREVIDÊNCIA PARA EMPREGADOS 
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 
 
 
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No caso de indústrias, a Demonstração do Resultado do Exercício costuma muitas 
vezes trazer também o valor do faturamento, que é obtido pela soma da Receita Bruta 
com o IPI (é a soma dos valores de todas as notas fiscais emitidas pela empresa). Nesse 
caso, o início da DRE fica assim: 
FATURAMENTO 
(-) IPI SOBRE VENDAS 
(=) RECEITA BRUTA 
(-) DEVOLUÇÕES DE VENDAS 
(-) DESCONTOS INCONDICIONAIS CONCEDIDOS 
(-) ABATIMENTOS CONCEDIDOS 
(-) TRIBUTOS INDIRETOS (ICMS, ISS, PIS E COFINS) 
(=) RECEITA LÍQUIDA 
(...) 
EXEMPLO: 
Considere que uma indústria tenha apresentado os seguintes saldos em suas 
contas de resultado ao final do período (valores em reais): 
- Vendas Brutas: 10.000.000 
- IPI sobre Vendas: 1.200.000 
- ICMS sobre Vendas: 1.500.000 
- Vendas Canceladas: 500.000 
- Compras de Mercadorias: 4.000.000 
 
 
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- Despesas com Vendas: 1.000.000 
- Despesas Administrativas: 400.0000 
- Despesas Financeiras: 200.000 
- Receitas Financeiras: 100.000 
- Ganhos de Capital na Venda de Bens do Imobilizado (outras receitas): 250.000 
- Imposto de Renda: 50.000 
- CSLL: 20.000 
- Participação dos Empregados nos Lucros: 250.000 
- Participação dos Administradores nos Lucros: 120.000 
Com base nessas informações, e considerando que os estoques inicial e final no 
período foram respectivamente de R$ 5.000.000 e de R$ 4.500.000, monte a DRE. 
Primeiramente, vamos calcular o valor do Custo das Mercadorias Vendidas, 
utilizando-se da fórmula abaixo (já vista em operações com mercadorias): 
CMV = Estoque Inicial + Compras Líquidas – Estoque Final 
CMV = 5.000.000 + 4.000.000 – 4.500.000 
CMV = 4.500.000 
Como a questão informa o IPI sobre vendas, teremos também que calcular o 
faturamento, que será igual ao valor das vendas brutas mais o IPI sobre vendas: 
Faturamento = 10.000.000 + 1.200.000 = 11.200.000 
Agora, basta jogar as informações na DRE, que ficará assim (os valores zerados 
não precisam ser apresentados): 
 
 
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FATURAMENTO............................................................ 11.200.000 
(-) IPI SOBRE VENDAS...................................................... 1.200.000 
RECEITA BRUTA............................................................ 10.000.000 
(-) DEVOLUÇÕES DE VENDAS........................................... 500.000 
(-) TRIBUTOS INDIRETOS (ICMS, ISS, PIS, COFINS)........... 1.500.000 
(=) RECEITA LÍQUIDA.................................................... 8.000.000 
(-) CMV, CPV OU CSP....................................................... 4.500.000 
(=) LUCRO BRUTO OU RESULTADO C/ MERCADORIAS.. 3.500.000 
(-) DESPESAS COM VENDAS............................................ 1.000.000 
(-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS.................................... 400.000 
(-) DESPESAS FINANCEIRAS............................................ 200.000 
(+) RECEITAS FINANCEIRAS............................................. 100.000 
(+) OUTRAS RECEITAS..................................................... 250.000 
(=) RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA.......... 2.250.000 
(-) IRPJ A PAGAR............................................................. 50.000 
(-) CSLL A PAGAR............................................................ 20.000 
(=) RESULTADO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES................ 2.180.000 
 (-) PARTICIPAÇÃO DOS EMPREGADOS.......................... 250.000 
(-) PARTICIPAÇÃO DOS ADMINISTRADORES................... 120.000 
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO..................... 1.810.000

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