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Resumo Aprendemos, nesta aula, que o conceito de profissão envolve a prática ha- bitual de uma tarefa e pressupõe a conduta ética do profissional que a de- senvolve. Virtudes como zelo, honestidade, e competência são inerentes ao exercício de qualquer profissão independente do país e da cultura onde for colocada em prática. Atividades de aprendizagem • Discuta com seus colegas o seguinte tema: em que medida a ampliação do conhecimento de um profissional para além das habilidades técnicas contribui para sua conduta ética? Anotações e-Tec BrasilAula 7 – Ética profissional 41 e-Tec Brasil43 Aula 8 – Código de ética Nesta aula, vamos falar sobre o código de ética empresarial e profissional e para finalizar, abordaremos o código de ética do técnico em segurança do trabalho. Inicialmente, vamos compreender o que tem motivado as organizações a re- digirem, publicarem e disseminarem um código de ética para os públicos com os quais se relaciona. Na sequência, discutiremos uma metodologia de pro- dução do código de ética envolvendo os funcionários de uma organização. 8.1 Código de ética empresarial e profissional O que é um código de ética? ARRUDA (2006, p. 526) ensina que se trata de um documento cujo objetivo é “nortear condutas, mas procedimentos específicos devem constar de normas, manuais ou políticas definidas concre- tamente para cada setor ou atividade”. O código de ética, segundo Patrus-Pena e Castro (2010, p. 48) representa a “oportunidade de a empresa manifestar os valores básicos que pautam sua conduta no mundo dos negócios e na relação com a sociedade”. Desde que o Instituto Ethos iniciou suas atividades no Brasil, em 1998, as organizações têm discutido o tema da responsabilidade social cujo conceito volta-se para a gestão do negócio de maneira ética e transparente com os públicos com os quais se relaciona, pautando-se no desenvolvimento susten- tável, caminho para sua sustentabilidade. Com a evolução das discussões sobre este tema, observa-se que as organiza- ções cada vez mais têm adotado o código de ética como uma ferramenta de orientação de conduta das pessoas que nelas trabalham. Lembre-se que já falamos que não existem empresas éticas, mas pessoas éticas que trabalham nas empresas. As decisões destas pessoas no cotidiano da gestão do negócio constrói a reputação tanto da organização como dos próprios profissionais tomadores de decisão. No sentido de orientar a atuação dos profissionais no sentido da conduta éti- ca, zelando pela reputação da categoria, é redigido e divulgado o código de ética da profissão. De quantos casos você já tomou conhecimento por meio da mídia sobre médicos, por exemplo, que tiveram cassado seu registro no con- selho da profissão devido à sua conduta antiética? Leia a reportagem sobre a médica do Hospital Evangélico de Curitiba. Disponível em: http://g1.globo. com/jornal-hoje/noticia/2013/02/hospital-evangelico-de-curitiba-afas- ta-47-funcionarios-da-uti.html e faça também outras pesquisas. 8.2 Como se elabora um código de ética empresarial Se um código de ética orienta a conduta dos profissionais de uma orga- nização, então, para que seja efetivo é preciso que eles participem de sua elaboração. Algumas sugestões são feitas por ARANTES (2011, p. 143) para que este processo seja inclusivo e educativo. Sugiro que sejam seguidas as seguintes etapas na produção de um código de ética empresarial: 1. Organizar reuniões de trabalho no formato de oficinas. 2. Selecionar representantes de todas as áreas da organização para partici- par das reuniões. 3. Iniciar com a explicação sobre os objetivos do trabalho que será realizado. 4. Propor uma discussão inicial sobre o entendimento de cada participante sobre os conceitos: ética, moral, cidadania, valores, entre outros. 5. Levantar as situações vividas pelos participantes que exemplifiquem con- dutas éticas e antiéticas. 6. Discutir a necessidade de normas para o convívio harmonioso e produtivo. 7. Conhecer códigos de ética de outras organizações. 8. Iniciar a elaboração do código de ética da organização utilizando como base os conhecimentos adquiridos. 9. Apresentar para a alta direção e validar o conteúdo. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 44 10. Organizar reuniões com todos os funcionários divididos por área para apre- sentação da íntegra do código elaborado e aprovado pela alta direção. 11. Entregar o código de ética a cada um dos funcionários com protocolo. 12. Enviar o código de ética para os demais públicos com os quais a organi- zação se relaciona: fornecedores, principais clientes, governo, parceiros estratégicos. 13. Disponibilizar o texto do código de ética no website da organização. 14. Disponibilizar um canal de denúncias para condutas antiéticas. 15. Organizar um comitê de ética que avalie as denúncias, dê retorno àque- les que se identificaram e acompanhe a aplicação do código de ética na organização. 16. Tornar público os nomes dos participantes do comitê de ética. Resumo Aprendemos. nesta aula, que a conduta de um profissional causa impacto sobre sua própria reputação assim como sobre a reputação da organização onde ele trabalha e sobre a categoria à qual ele pertence. Vimos que para ser efetivo, é preciso que o código de ética de uma organização tenha cunho educativo e seja elaborado com a participação de representantes de todas as áreas. Conhecemos também os movimentos que a Federação dos Técnicos em Segurança no Trabalho estão fazendo para que o profissional da área tenha aprovado o código de ética de sua profissão. Atividades de aprendizagem • Pesquise o código de ética da organização em que você trabalha. Você já o conhecia? Procure saber como ele foi construído e divulgado e se todos os funcionários têm conhecimento de seu conteúdo, além de seguir aquilo que nele está indicado. O que você mudaria no texto do código de sua organização? Caso ela ainda não tenha, reflita sobre a possibilidade de pro- por uma discussão sobre a ética e os outros temas tratados em nossas aulas. Conheça o conteúdo do Código de Ética e Disciplina da OAB no link www.oab.org.br/ Content/pdf/LegislacaoOab/ codigodeetica.pdf Acesso em: 14 maio 2013. e-Tec BrasilAula 8 – Código de ética 45 e-Tec Brasil47 Aula 9 – Gestão da reputação do profissional Nesta aula, vamos discutir os impactos causados pela conduta sobre a reputação de um profissional. Abordaremos o quanto a exposição dos profissionais nas redes sociais pode causar impactos positivos e negativos sobre a reputação de um profissional. 9.1 A ética, a reputação e a imagem do profissional O patrimônio de um profissional é constituído também da percepção que se tem dele, de suas decisões na vida pessoal e de sua conduta na organização com os colegas e na sua relação com o trabalho. Em sua obra, Sá (2010) re- força o valor do código de ética da profissão no sentido de preservar o nome profissional que causa impactos em toda categoria. Ao tratar as condutas antiéticas do ser humano, Sá (2010, p. 153) reforça a importância de se preservar a imagem pessoal e profissional que faz por merecer a confiança da sociedade e das organizações. “O que se faz du- rante toda uma vida, em poucos dias pode desmoronar, diante dos efeitos malévolos da ação dos caluniadores, traidores, difamadores, chantagistas e intrigantes” diz Sá (2010, p. 153). Energia e inteligência são necessárias para que possamos nos contrapor aos resultados das ações que buscam destruir uma imagem positiva, seja ela pessoal ou profissional. 9.2 Direito de uso de imagem Pessoas que constroem ao longo de suas vidas uma imagem tão positiva que acabam se tornando uma celebridade precisam cuidar para que dela não se faça uso indevido ou sem autorização. Campanhas de comunicação frequentemente utilizam a imagem de atletas, atores, entre outros para en- dossar produtos ou serviços de organizações de diferentes segmentos. A imagem deum profissional é um assunto tão sério que a normatização de seu uso é feita pela legislação. A lei 9.610 de 19/02/1998 cuja íntegra está disponível no link http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm, acesso em: 05 fev. 2012, dispõe sobre direitos autorais. Vale aqui ressaltar que também fazem parte desta discussão o direito ao desenvolvimento de um produto, serviço, autoria de textos ou produções culturais, entre outros. O INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial é o órgão que regula os registros de patentes neste campo. Quando patentes são registradas e seus produtos tornados públicos qualquer utilização sem autorização prévia ou fazendo a devida referência é punida pela lei. Da mesma maneira, textos acadêmicos devem fazer referência aos seus au- tores originais, como fontes de referência. Veja o exemplo deste livro. Inúme- ros autores são citados, suas referências estão no texto e ao final desta obra. Assim, quando fazemos trabalhos acadêmicos, devemos seguir as normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas que oferecem as diretri- zes para as instituições de ensino, como a nossa, e seus alunos. Observe que o Manual de Normas para a Redação de Trabalhos Acadêmicos do IFPR está à sua disposição, em nosso portal. Fica altamente prejudicada a imagem daquele que se apropria de trechos de obras já publicadas, sem fazer a devida referência, conforme orienta a ABNT. Para refletir A matéria intitulada “Reputação on- -line: como cuidar da sua imagem na internet” que você lê a seguir aborda um tema muito atual voltado para o acesso ilimitado que todos têm sobre todas as pessoas, apenas digitando seus nomes num site de pesquisa, na internet. Você já teve sua privacidade invadida pela internet? Até que ponto considera benéfica a participação em redes sociais como Orkut, Facebook e outros sites de relacionamento, e de que maneira esta exposição pode preju- dicar um profissional? Que atitudes você adota para se prevenir de situações indesejáveis que possam afetar sua imagem como profissional? Leia no link http://www. jornaldocampus.usp.br/index. php/2011/03/professor- demitido-responsabiliza-aluna- por-plagio, acesso em: 06 fev. 2012, a matéria sobre uma caso de apropriação indevida de trechos de obras publicadas onde os nomes das pessoas envolvidas foram também publicados. Figura 9.1: Imagem em foco. Fonte: IFPR 2013. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 48 Reputação on-line: como cuidar de sua imagem na internet Atenção, você está sendo “googlado”. Qualquer pessoa com conexão à internet pode ter acesso à informações básicas sobre outra em uma sim- ples busca em sites, por exemplo, o Google. Inclusive o atual chefe e um futuro empregador. Monitorar a imagem e ter certos cuidados antes de se expor nas redes so- ciais e sites não é uma tarefa impossível. “Ninguém enviaria um currículo impresso com uma foto de biquíni anexada para tentar uma nova opor- tunidade de emprego. A necessidade de etiqueta pessoal e profissional ocorre em qualquer contexto e é apenas mais evidente na internet”, diz Ana Paula Zacharias, sócia-diretora da Hunter Consulting Group. Vamos fazer um teste? 1. Pesquise o seu nome: Observe o que as outras pessoas podem descobrir sobre você e veja se há textos e fotos comprometedores ou indesejáveis a seu respeito. Muita gente com blog pessoal e sites de fotos como Flickr ou Fotolog pode se esquecer de postagens antigas e até com opiniões que já não condizem com a sua, mas que podem comprometer na busca por um emprego. Caso o seu nome seja comum ou não apareça nos primeiros resultados, o escreva entre aspas e veja o que é listado com o nome completo e as variações possíveis dele. O uso de palavras-chave, como o atual emprega- dor ou cidade, acompanhadas do nome também ajudam a potencializar a pesquisa. Altere as configurações de privacidade das redes sociais que aparecem nos resultados ou delete o conteúdo indesejado. Se o resultado não puder ser removido, pode ser necessário buscar ajuda especializada. 2. Não adianta se esconder. Quem prefere não ter conta em redes sociais ou se esconder atrás de ape- lidos corre outro risco: perder oportunidades. “A escolha de não se expor deixa o profissional sem visibilidade diante da busca de um recrutador. Não estar na rede hoje pode ser grave e significar desatualização, princi- palmente para algumas carreiras”, explica Ana Paula. Postagens= Pôr-se, colocar-se. Fonte: http:// michaelis.uol.com.br/ moderno/portugues/index. php?lingua=portugues- portugues&palavra=postar e-Tec BrasilAula 9 – Gestão da reputação do profissional 49 Redes sociais como LinkedIn e o Facebook, se usadas corretamente, po- dem turbinar a carreira e ser vitrine do seu trabalho. Usá-las a seu favor conta pontos e pode ser determinante na busca por um emprego ou no crescimento profissional. 3. O que um recrutador pode procurar? Em um processo de seleção, por que o recrutador busca os profissionais na internet antes de decidir se a entrevista de emprego será oferecida? Usar o Google ou procurar informações nas redes sociais fornecem, de antemão, dados sobre o perfil da pessoa, que poderá ser o desejado pela empresa ou não. Opiniões polêmicas, fotos comprometedoras ou falta de credibilidade po- dem afetar o julgamento do profissional, mas um recrutador espera sem- pre encontrar pontos favoráveis sobre o candidato. “O selecionador quer ter acesso a informações pessoais do candidato, mas deve entender que um profissional pode se expor na rede diferente- mente da forma como conduz a vida profissional”, diz Ana Paula. 4. Qual imagem virtual agrada empregadores? Informações sobre envolvimento em atividades e pessoas relacionadas à função exercida pelo profissional contam a favor. “É importante que o profissional seja verdadeiro e ativo nas redes sociais, mostrando uma ima- gem que condiz com o histórico profissional”, diz Ana Paula. 5. Como melhorar a reputação on-line? Publique boas informações a seu respeito na internet. Quem possui contas de blogs, Twitter, Facebook e LinkedIn, entre os principais, pode usar a ati- vidade online a seu favor. Poste opiniões e textos que condizem com a sua profissão e use uma linguagem adequada. Dê uma checada às vezes nas buscas a seu respeito, inclusive nos fóruns de discussão da web, para não escorregar diante da liberdade de expressão. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil 50 Aula 8 – Código de ética 8.1 �Código de ética empresarial e profissional 8.2 �Como se elabora um código de ética empresarial Aula 9 – �Gestão da reputação do profissional 9.1 �A ética, a reputação e a imagem do profissional 9.2 Direito de uso de imagem
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