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Conceito de insumo para fins de apropriação de créditos do PIS/ Pasep e da Cofins na sistemática não cumulativa Ricardo Paulo Schumacher Filho Bacharel em Ciências Contábeis pela Universi- dade Feevale e pesquisador E-mail: ricardo.schumacher@hotmail.com Orientador: Prof. Me. Daniel Earl Nelson Professor adjunto da Universidade Feevale e mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é advogado atu- ante na esfera tributária consultiva e litigiosa. E-mail: daniel@lauffer.com.br Os debates sobre o conceito de insumo para fins de desconto de créditos do PIS/Pasep e da Cofins remontam à promulgação das Leis n.º 10.637/2002 e n.º 10.833/2003, instituidoras do regime não cumulativo para as referidas contribuições. Diante disso, o presente estudo se propõe a responder: Qual a definição doutrinária de insumo para desconto de créditos do PIS/Pasep e da Cofins, e quais as bases legais utilizadas pela RFB em suas decisões em relação às adotadas por determinados Tribunais? Busca- se, nesse contexto, analisar de forma comparativa o conceito no que tange às contribuições em questão, à luz da legislação infraconstitucional. Para isso, o estudo classificou-se como exploratório qualitativo, apropriando-se do procedimento de pesquisa bibliográfica para a coleta dos dados. Os resultados indicam um posicionamento restritivo por parte da RFB, valendo-se das INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004, sendo essas empregadas em larga escala, também pelo TRF4. Por outro lado, verificou-se que o Carf, bem como o STJ em julgamentos mais atuais, exploram uma ampliação do conceito de insumo, versando à materialidade intrínseca de cada tributo e prezando pela essencialidade do item à atividade empresarial, alinhando- se a teses de importantes autores. Contudo, o tema ainda padece de consenso, aguardando definições após julgamento do REsp n.º 1.221.170/PR - STJ. 27REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE RBC n.º 231. Ano XLVII. Maio/junho de 2018 2048- Recebido em 21/2/2018. Distribuído em 22/2/2018. Pedido de revisão em 23/2/2018 26/2/2018 e 27/2/2018. Resubmetido pelo autor em 25/2/2018, 27/2/2018 e 28/2/2018. Aprovado em 28/2/2018, na quinta rodada, por três membros do Conselho Editorial. Pu- blicado na edição maio-junho de 2018. Organização responsável pelo periódico: Conselho Federal de Contabilidade. mailto:ricardo.schumacher@hotmail.com mailto:daniel@lauffer.com.br 28 Conceito de insumo para fins de apropriação de créditos do PIS/Pasep e da Cofins na sistemática não cumulativa RBC n.º 231. Ano XLVII. Maio/junho de 2018 1. Introdução As discussões sobre o conceito de insumo para fins de apropria- ção de créditos do Programa de In- tegração Social (PIS)/Programa de Formação do Patrimônio do Servi- dor Público (Pasep) e Contribuição para o Financiamento da Seguri- dade Social (Cofins) vêm de longa data. As controvérsias foram moti- vadas, principalmente, por conta da edição das Instruções Normativas (INs) n.º 247/2002 (alterada pela IN n.º 358/2003) e n.º 404/2004, pela Receita Federal do Brasil (RFB), que buscou demonstrar seu enten- dimento a respeito das disposições contidas nas Leis n.º 10.637/2002 e n.º 10.833/2003. No entanto, diver- sos contribuintes sentiram-se pre- judicados pelo conceito de insumo traçado pelas referidas IN’s, levan- do-os a litigar nas esferas adminis- trativas e judiciais. Frente a tais impasses, surgiu a questão-problema do estudo, que busca responder: Qual a definição doutrinária de insumo para des- conto de créditos do PIS/Pasep e da Cofins, e quais as bases legais utilizadas pela RFB em suas deci- sões em relação às adotadas por determinados Tribunais? Busca-se, em síntese, analisar de forma comparativa o conceito legal de insumo para fins de creditamen- to no âmbito da não cumulativida- de do PIS/Pasep e da Cofins, à luz da legislação infraconstitucional. Para isso, de forma específica, procura-se explorar a posição da Doutrina, bem como decisões de determinados Tri- bunais administrativos e judiciais. Almeja-se, também, confrontar tais entendimentos entre si e em relação ao posicionamento da RFB acerca da matéria, interpretando-os de manei- ra crítica e construtiva. De forma a atingir os objetivos traçados, o presente trabalho orga- nizou-se em cinco capí- tulos. O primeiro deles, denominado “introdução”, buscou traçar um pa- norama geral do artigo, permitindo ao leitor uma visão ampla do tema. O capítulo subsequente (referencial teórico) subdividiu-se em cinco sub- capítulos, demonstrando as posições de diversos órgãos e de membros da Doutrina. Na sequência, apresentou- se a metodologia empregada no arti- go, de maneira a introduzir o quarto capítulo, o qual se dedicou em des- crever a análise e discussão dos resul- tados obtidos, efetuando uma com- paração crítica entre as posições. Por fim, expõem-se as considerações fi- nais, desenvolvendo um resgate dos principais pontos do trabalho. Aspira-se, dessa maneira, a co- laborar, por meio das argumenta- ções de cada vertente/decisão, com os debates que tratam da maté- ria. Outrossim, pretende-se contri- buir para com as pessoas jurídicas no melhor gerenciamento de seus créditos tributários, uma vez que o não aproveitamento desses poderá acarretar em um aumento de sua carga tributária, gerando reflexos nas possíveis cadeias subsequentes. 2. Referencial Teórico 2.1 PIS/Pasep e Cofins não cumulativos e o crédito de insumo Até o ano de 2002, o PIS/Pasep e a Cofins incidentes sobre o fa- turamento das pessoas jurídicas apresentavam-se apenas de forma cumulativa, isto é, com base em de- terminado fato gerador, aplicava-se uma alíquota específica, a fim de se encontrar o valor a ser recolhi- do aos cofres públicos. A mudança ocorreu com a promulgação da Lei n.º 10.637/2002, que instituiu a sis- temática não cumulativa para o PIS/ Pasep; já para a Cofins, a instituição da referida sistemática ocorreu por meio da Lei n.º 10.833/2003 (BRA- SIL, 2002; BRASIL, 2003). Esse método de recolhimento não cumulativo, já adotado ante- riormente para o IPI e ICMS, ainda que com especificidades próprias de cada tributo, previu que as empre- sas pudessem descontar créditos so- bre determinados bens e serviços e apurar débitos com base em seu fa- turamento/receita, buscando-se re- colher apenas a diferença dessa sub- tração (BRASIL, 2002; BRASIL, 2003). As hipóteses de creditamento foram dispostas no Art. 3º das Leis n.º 10.637/2002 e n.º 10.833/2003. Entre as diversas possibilidades de desconto de créditos previstas, a que gerou maior discussão trata dos bens e serviços utilizados como in- sumos na prestação de serviços ou na produção de bens destinados à venda (BRASIL, 2002; BRASIL, 2003), uma vez que as redações das referi- das Leis foram omissas nesse senti- do. Posto isso, na sequência serão abordadas as posições da RFB, da Doutrina, do Conselho Administrati- vo de Recursos Fiscais (Carf) e de de- terminados Tribunais Judiciais (TRF4 e STJ) acerca da matéria. 2.2 Posição da Receita Federal do Brasil Com o intuito de demonstrar seu entendimento sobre o tema, a RFB publicou a IN n.º 247/2002 (altera- da pela IN n.º 358/2003) para o PIS/ Pasep, e a IN n.º 404/2004 para a Cofins. De acordo com o inciso I, § 5º, Art. 66 da IN n.º 247/2002, bem como o inciso I, § 4º, Art. 8 da IN n.º 404/2004, podem ser considerados como insumos as matérias-primas, os produtos intermediários, o ma- terial de embalagem e quaisquer outros bens, que se utilizados na produção de bens destina- dos à venda, sofram altera- ções “em função da ação di- 29REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE RBC n.º 231. Ano XLVII. Maio/junho de 2018 retamente exercida sobre o produto em fabricação,” [...] (BRASIL, 2002; BRASIL, 2003, grifo nosso). O posicionamento do órgão ge- rou diversos impasses no cenário empresarial, principalmente pelo fato de que a linha traçada para o conceito de insumo do PIS/Pasep e da Cofins é restritiva, assemelhan-do-se a determinadas disposições contidas na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) (SCHUMACHER FILHO, 2017). Con- forme o inciso I, Art. 226 do Decre- to n.º 7.212/2010 (Regulamento do IPI), a pessoa jurídica poderá des- contar créditos relativos à “maté- ria-prima, produto intermediário e material de embalagem, adqui- ridos para emprego na industria- lização de produtos tributados” (BRASIL, 2010, grifo nosso). Veri- fica-se claramente a similaridade entre as redações dos textos legais supracitados, todavia, cabe desta- car que as contribuições ora abor- dadas possuem como um de seus fatos geradores o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica (Art. 1º das Leis n.º 10.637/2002 e n.º 10.833/2003), enquanto o IPI vin- cula-se a um processo de industria- lização, conforme disposto nos Art. 2º a 4º do Decreto n.º 7.212/2010. Com o objetivo de sanar suas dú- vidas e verificar o posicionamento da RFB, diversos contribuintes formu- lam, recorrentemente, consultas so- bre temas específicos ao órgão, que às satisfaz por meio de Soluções de Consulta (SC) (BRASIL, 2015). Em um caso concreto, por intermédio da SC n.º 99/2015, da Coordenação-Geral de Tributação (Cosit), o contribuinte alçou indagações a respeito da pos- sibilidade de considerar como insu- mos os equipamentos de proteção individual (EPIs), tendo em vista que a atividade desempenhada por seus colaboradores mantém contato dire- to com agentes químicos e que, por força do Art. 166 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), torna-se obrigatório o fornecimento de tais equipamentos pela empresa (BRA- SIL, 2015). Em resposta ao ques- tionamento, a RFB posicionou-se contra o desconto de créditos pelo contribuinte, sob alegação de que os EPIs “não se enquadram na cate- goria de insumos aplicados ou con- sumidos diretamente nos serviços prestados” (BRASIL, RFB, Solução de Consulta n.º 99, Cosit, 2015, grifo nosso), adotando como dispositi- vos legais as INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004 (BRASIL, 2015). Em outro tema vinculado ao de- bate sobre o conceito de insumos, um contribuinte questionou à RFB se haveria direito ao desconto de créditos em relação aos combustí- veis, lubrificantes e peças de manu- tenção empregados em sua frota própria para o transporte na ope- ração de venda. O órgão, por meio da SC n.º 4005/2017 da Divisão de Tributação das Superintendências Regionais da Receita Federal do Brasil (DISIT) da 4º região, descre- veu que os referidos dispêndios não se enquadram no conceito de insu- mo previsto nas INs 247/2002 e n.º 404/2004, pois inexiste a aplicação direta de tais materiais sobre o pro- duto em fabricação, tampouco po- dem ser considerados como despe- sa de frete (BRASIL, 2017). 2.3 Posição da Doutrina Diversos membros da Doutrina, logo após a adoção da sistemática não cumulativa para o PIS/Pasep e a Cofins, iniciaram os debates acerca do conceito de insumo. Buscaram compreender e indagar, também, se as disposições contidas nas INs supramencionadas se encontravam em consonância às leis instituidoras das referidas contribuições sociais. Nesse contexto, o respeitado jurista Marco Aurélio Greco (2009, p. 34) nos ensina que: No caso, estamos perante contribui- ções cujo pressuposto de fato é a re- ceita ou o faturamento, portanto, sua não-cumulatividade deve ser vista “Até o ano de 2002, o PIS/Pasep e a Cofins incidentes sobre o faturamento das pessoas jurídicas apresentavam-se apenas de forma cumulativa, isto é, com base em determinado fato gerador, aplicava-se uma alíquota específica, a fim de se encontrar o valor a ser recolhido aos cofres públicos.” 30 Conceito de insumo para fins de apropriação de créditos do PIS/Pasep e da Cofins na sistemática não cumulativa RBC n.º 231. Ano XLVII. Maio/junho de 2018 como técnica voltada a viabilizar a determinação do montante a reco- lher em função deles (receita/ faturamento). Enquanto o processo for- mativo de um produ- to aponta no sentido de eventos a ele relativos, o processo formativo da re- ceita ou do faturamento apon- ta na direção de todos os elemen- tos (físicos ou funcionais) relevantes para sua obtenção. Vale dizer, por mais de uma razão, o universo de elementos captáveis pela não-cumu- latividade de PIS/Cofins é mais am- plo que o do IPI. Torna-se claro o entendimen- to de Greco (2009) quando utiliza- mos, a título de exemplo, as receitas de aluguéis, que por não possuírem qualquer processo de industrializa- ção em sua obtenção, não integram a base de cálculo do IPI, todavia, es- tão inseridos no conceito de receita bruta, sujeitando-se, assim, a inte- grar a base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins. Dado o momento em que se definiu a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica como a base de cálculo para as referidas contribuições, percebe-se a amplitu- de pretendida pelo legislador. Desse modo, permitir o desconto de cré- ditos apenas sobre os insumos em- pregados diretamente na prestação de serviço ou no processo produti- vo é desconsiderar sua abrangência (MOREIRA; CAMPOS, 2016). Note-se que a RFB utilizou, para fins de creditamento do PIS/Cofins, os mesmos conceitos aplicados para o cálculo dos créditos de IPI. [...] Aliás, a ação direta sobre o produto em fabricação foi exigência posta, por primeira vez, pelo Parecer Normativo CST n.º 181/1974 para caracterização dos produtos intermediários em ma- téria de IPI. Uma das consequências da adoção dos mencionados critérios é, por exemplo, a constante negativa por parte da Receita Federal do Bra- sil do reconhecimento de créditos de PIS/Cofins sobre a aquisição de equipamentos de proteção indi- vidual (os EPIs), fundamentais nas indústrias e inclusive exi- gidos legalmente no País, [...] porém, não “consumidos” em contato com o produto indus- trializado (por óbvio) (MOREIRA, 2012, p. 2, grifo nosso). O IPI está ligado à produção/fa- bricação, ou seja, possui unicamen- te caráter físico material, enquanto o PIS/Pasep e a Cofins englobam aspec- tos abstratos, como, por exemplo, a prestação de serviço (MARTINS, 2005). Observa-se que tais tributos possuem materialidades distintas, logo, deve haver diferenciação quan- to aos conceitos utilizados em cada sistemática não cumulativa. Dessa forma, para fins de tomada de cré- ditos, os insumos devem estar liga- dos à essencialidade deste à realiza- ção da receita ou faturamento, ainda que empregados de forma indireta (LUNARDELLI; MATOS, 2014). No entanto, deve-se atentar que tais créditos não podem ser efetu- ados sobre toda e qualquer des- pesa, nos termos do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), mas, sim, aquelas essenciais à ativida- de empresarial desenvolvida (CAL- CINI, 2010). Calcini (2010) defen- de a análise individual para cada empresa, haja vista que de- terminados insumos podem ser essenciais a certa ativida- de empresarial e não se enquadrarem para outra. 2.4 Posição do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) O Carf é o órgão responsável pelo julgamento em segunda ins- tância dos processos de exigência de tributos administrados pela Se- cretaria da Receita Federal (SRF) es- tando vinculado ao Ministério da Fazenda (BRASIL, 1972). No que tange à sua jurisprudência sobre o conceito de insumos para as contri- buições ora analisadas, ainda não há posição consolidada. No entan- to, desde meados de 2011, diver- sos processos vêm sendo decididos em conformidade à tese construída pelo próprio Conselho e apresenta- da no Acórdão n.º 9303-003.069 da Câmara Superior: [...] “Insumo” para fins de creditamento do PIS e da Cofins não cumulativos, partindo de uma interpretação his- tórica, sistemática e teleológica das próprias normas instituidoras de tais tributos (Leis n.º 10.637/2002 e n.º10.833/2003), deve ser entendido como todo custo, despesa ou encar- go comprovadamente incorrido na prestação de serviço ou na produ- ção ou fabricação de bem ou pro- duto que seja destinado à venda,e que tenha relação e vínculo com as receitas tributadas (critério relacio- nal), dependendo, para sua identi- ficação, das especificidades de cada processo produtivo. (BRASIL, CARF, Acórdão n.º 9303- 003.069, rel. Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, Câmara Supe- rior/3ª Turma Ordinária, 2014, gri- fo nosso). Em outro julgamento da Câma- ra Superior (Acordão n.º 9303- 005.192), datado de 17 de maio de 2017, foi de- batido se os dispêndios efetuados para aquisição de uniformes e EPIs esta- riam abarcados pelo con- ceito de insumo (BRASIL, 2017). Em seu voto, o relator, conselheiro Andrada Márcio Canu- to Natal, expôs que a atividade de- senvolvida pela empresa (limpeza e manutenção) necessita de tais bens para sua correta realização, sem os quais não é possível a con- 31REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE RBC n.º 231. Ano XLVII. Maio/junho de 2018 secução do faturamento (BRASIL, 2017). Ressalvou, ainda, que, em- bora seu entendimento encontre- se em consonância ao defendido pela RFB, diante do caso concreto, os uniformes e EPIs sofrem desgaste gradativo em função de sua utiliza- ção na prestação de serviço, estan- do, portanto, em perfeita harmo- nia ao conceito de insumo das Leis n.º 10.637/2002 e n.º 10.833/2003 (BRASIL, 2017). Cabe destacar que, no referi- do Acórdão, a conselheira Vanes- sa Marini Cecconello expôs decla- ração de voto, descrevendo que seguiu o voto do relator em virtu- de de também considerar os refe- ridos dispêndios como insumos, no entanto, apropriando-se do critério da essencialidade e não das disposi- ções contidas nas INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004 (BRASIL, 2017). Por maioria dos votos, restou decidido que tais gastos se enquadram como insumos na prestação de serviço do contribuinte, permitindo o abati- mento de créditos sobre as aquisi- ções (BRASIL, 2017). Já no Acórdão n.º 3402- 003.992, de 29 de março de 2017, o Carf analisou a possibilidade de desconto de créditos sobre os com- bustíveis, partes e peças de reposi- ção utilizados na frota própria para o transporte na operação de venda (BRASIL, 2017). No caso em ques- tão, trata-se de empresa que exer- ce atividade comercial atacadista e buscou reverter as glosas fiscais so- bre os dispêndios efetuados em sua frota própria para a realização das entregas de suas mercadorias (BRA- SIL, 2017). Conforme descrito pela Relatora Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne, constou no Termo de Verificação Fiscal da fiscalização que sobre os valores despendidos na aquisição de fretes de outras em- presas fora permitido o desconto de créditos, pois existe previsão ex- pressa na legislação, no entanto, os gastos com a frota própria, empre- gados na mesma atividade, não se enquadrariam no conceito de in- sumo (BRASIL, 2017, grifo nosso). Para a relatora, a distribuição das mercadorias efetuadas com a frota da empresa é um serviço de transporte prestado aos compra- dores (BRASIL, 2017). A manuten- ção de uma frota própria mostra-se totalmente justificável, tendo em vista a comercialização de deter- minados produtos perecíveis que necessitam de constante refrige- ração, logo, os gastos com esses veículos são essenciais à atividade exercida (BRASIL, 2017). Por maio- ria dos votos, acolheu-se a defe- sa do contribuinte, permitindo o aproveitamento de créditos sobre os combustíveis e manutenção da frota própria (BRASIL, 2017). O posicionamento do Carf acer- ca da matéria, ainda que não paci- ficado, vem sofrendo alterações ao longo dos anos (SANTI et al., 2016). Conforme descrito por Santi et al. (2016), entre o período de 2007 e 2010, verificou-se um predomínio de decisões, equiparando o concei- to de insumo para o PIS/Pasep e a Cofins ao do IPI, com uma interpre- tação literal das INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004. Em 2011, começa- ram a surgir julgamentos versan- do a uma linha própria do conceito de insumo para as referidas contri- buições, levando em consideração, principalmente, a materialidade de cada tributo, destacando-se a es- sencialidade do insumo à obtenção da receita (SANTI et al., 2016). 2.5 Posição na esfera judicial Entre os entendimentos ora ana- lisados (RFB, Carf, Doutrina e Judici- ário), o que encontra maior indefini- ção é o da esfera judicial, pois ainda não há posição consolidada entre os Tribunais. Mesmo assim, é possível estudar decisões que representam a possível orientação de sentenças em determinadas cortes, resguarda- das as especificidades de cada julga- mento. No Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), ao pesquisar em “Entre os entendimentos ora analisados (RFB, Carf, Doutrina e Judiciário), o que encontra maior indefinição é o da esfera judicial, pois ainda não há posição consolidada entre os Tribunais. Mesmo assim, é possível estudar decisões que representam a possível orientação de sentenças em determinadas cortes, resguardadas as especificidades de cada julgamento.” 32 Conceito de insumo para fins de apropriação de créditos do PIS/Pasep e da Cofins na sistemática não cumulativa RBC n.º 231. Ano XLVII. Maio/junho de 2018 sua recente jurisprudência se os EPIs estariam abarcados pelo conceito de insumo, observa-se uma tendên- cia negativa ao contribuinte, não os considerando como tal. Por meio da Apelação Cível n.º 5000104-75.2017.4.04.7108/RS, a relatora, desembargadora Federal Luciane Amaral Corrêa Münch ex- pôs que, embora as técnicas não cumulativas do IPI e do PIS/Pasep e da Cofins sejam distintas, “em rela- ção aos insumos há semelhança de tratamento, na medida em que so- mente pode ser assim considerado o que se relaciona diretamente à ati- vidade da empresa, com restrições, portanto” (BRASIL, 2017). Na referi- da decisão, por unanimidade, a 2ª Turma decidiu negar provimento à ação do contribuinte, não permitin- do o desconto de créditos sobre os EPIs, sob alegação que tais dispên- dios, ainda que integrantes da ativi- dade comercial, não se vinculam ao processo produtivo (BRASIL, 2017). No entanto, por intermédio da Apelação Cível n.º 5004359- 53.2015.4.04.7203/SC, a 2ª Turma do TRF4 decidiu, também por una- nimidade, reconhecer o direito cre- ditório sobre as aquisições de EPIs (BRASIL, 2017). O relator, desem- bargador Federal Rômulo Pizzolatti, descreveu que a demandante exer- ce, entre outras atividades, a pres- tação de serviços de manutenção e conservação, especificamente em redes elétricas e telefônicas. Dessa forma, os EPIs demonstram-se di- retamente relacionados à execução do serviço e, portanto, encontram- se abarcados pelo conceito de insu- mo das Leis n.º 10.637/2002 e n.º 10.833/2003 (BRASIL, 2017). De for- ma geral, observa-se que o TRF4 jus- tifica suas decisões em sentido fa- vorável às disposições contidas nas INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004, ou seja, que somente podem ser consi- derados insumos os bens e serviços aplicados/consumidos de forma di- reta na prestação de serviço ou na produção de bens destinados à ven- da (SCHUMACHER, 2017). As discussões acerca da maté- ria são, recorrentemente, alçadas às esferas superiores, sendo os jul- gamentos, na maioria dos casos, analisados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), por se tratar de maté- ria infraconstitucional. No ano de 2014, após diversos debates e pe- didos de vista dos Ministros do re- ferido Tribunal, foi concluído o jul- gamento do Recurso Especial (REsp) n.º 1.235.979/RS, por meio do qual foi discutido se os gastos com com- bustíveis, lubrificantes e peças de re- posição utilizados na frota própria estariam abarcados pelo conceito de insumo do PIS/Pasep e da Cofins (BRASIL, 2014). A empresa Recorren- te exerce como atividade principal o comércio atacadista, com destaque ao gênero alimentício, e formatou sua rede logística de maneira a re- alizar as entregas por meio de seus próprios veículos (BRASIL, 2014). O ministro Mauro Campbell Marques, em seu voto-vogal, expôs alguns pontos relevantes para a so- lução da lide. Na visão do ministro, as atividades derevenda de merca- dorias e sua posterior entrega de- vem ser analisadas separadamente, pois, conforme consta no contrato social, a empresa dedicar-se-á, tam- bém, ao transporte rodoviário de cargas e, dessa forma, existem dois fatos distintos: (a) o comércio ata- cadista e (b) o transporte das mer- cadorias (BRASIL, 2014). Marques destacou que em consequência de a entrega ser efetuada por sua frota própria, os custos inerentes a essa atividade são incorporados ao pre- ço final das mercadorias, onerando, portanto, a base de cálculo do PIS/ Pasep e da Cofins (BRASIL, 2014). Complementarmente, o ministro elucidou que a Lei claramente per- mite o abatimento de créditos so- bre os gastos com fretes na opera- ção de venda, quando o ônus for suportado pelo vendedor e por esse motivo, caso mantida a glosa fiscal, possivelmente haveria uma reestru- turação empresarial para segregar as atividades, criando-se uma nova pessoa jurídica com o objetivo de realizar o transporte das merca- dorias. Posto isso, decidiu-se, por maioria dos votos, em dar provi- mento ao REsp, permitindo o des- conto de créditos sobre os referidos dispêndios (BRASIL, 2014). Outra relevante decisão do STJ sobre a matéria ocorreu por meio do REsp n.º 1.246.317/MG. Após debates sobre a possibilidade de abater créditos de materiais desin- fetantes utilizados para limpeza do setor fabril em uma indústria ali- mentícia, os ministros dispuseram na Ementa o que seriam considera- dos insumos. Por maioria dos votos, fora decidido que: São “insumos”, para efeitos do Art. 3º, II, da Lei n.º 10.637/2002, e Art. 3º, II, da Lei n.º 10.833/2003, todos aqueles bens e serviços pertinen- tes ao, ou que viabilizam o proces- so produtivo e a prestação de servi- ços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibili- dade mesma da prestação do servi- ço ou da produção, isto é, cuja sub- tração obsta a atividade da empresa, ou implica em substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes. (BRASIL, STJ, Recurso Especial n.º 1.246.317-MG, rel. mi- nistro Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, 2015, grifo nosso). 33REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE RBC n.º 231. Ano XLVII. Maio/junho de 2018 Recentemente concluiu-se o jul- gamento do REsp n.º 1.221.170/PR pelo STJ que trata do tema, o qual fora submetido ao rito de recurso re- petitivo (BRASIL, 2014). Após longos debates, restou decido, por maioria dos votos dos membros da 1ª seção do Tribunal, que o conceito de insu- mo deva ser analisado sob a ótica da essencialidade ou relevância, tese levantada pela ministra Regina Hele- na Costa (BRASIL, 2014). No entan- to, devem-se aguardar as próximas decisões, principalmente das instân- cias inferiores sobre a matéria, veri- ficando os impactos e aplicações do referido julgamento concluído pelo Tribunal Superior. 3. Metodologia Diante dos objetivos específi- cos traçados, a presente pesquisa, no que tange à natureza, classifi- cou-se como aplicada, pois pode, a qualquer momento, fornecer sub- sídios para aplicação na realidade das pessoas jurídicas, tendo em vis- ta que busca tornar claro o posi- cionamento da RFB, Carf, Doutri- na e Judiciário acerca da matéria. Quanto aos objetivos, foi classifi- cada como exploratória, pois, no decorrer do trabalho, valeu-se da pesquisa bibliográfica para o le- vantamento de dados, buscando a exemplificação desses a fim de fa- cilitar a sua compreensão. Já quanto aos procedimentos técnicos, foi utilizada a técnica de pesquisa bibliográfica. Conforme Prodanov e Freitas (2013), uma pesquisa bibliográfica é aquela ba- seada em materiais já publicados, como livros, jornais, revistas, pes- quisas, monografias, dissertações, entre outros, os quais já passaram por uma análise anteriormente. A classificação como bibliográfica ocorreu pelo fato de que, no de- correr do estudo, os dados foram coletados a partir de conteúdos já publicados, por meio do exame de livros (Doutrina), decisões (Carf, TF4 e STJ) e SCs (RFB). Na tipologia relativa à aborda- gem do problema, foi utilizada a pes- quisa qualitativa. Segundo Prodanov e Freitas (2013), um trabalho quali- tativo não se utiliza de dados esta- tísticos como foco principal no pro- cesso de análise, mas, sim, de dados coletados no ambiente onde estes ocorrem, sem qualquer intenção do pesquisador em alterá-los. Como o presente trabalho não se utilizou de dados estatísticos, isto é, não se dedi- cou em verificar os impactos financei- ros/econômicos de uma adoção mais ampla ou restrita do conceito de in- sumo, mas buscou analisá-lo em sua essência de forma crítica, classificou- se como qualitativo. A pesquisa em questão foi classi- ficada, quanto aos instrumentos de coleta de dados, como documen- tal indireta bibliográfica. O enqua- dramento ocorreu, pois utilizou-se de dados já publicados sobre tema para a sua formulação. Apesar de as informações encontrarem-se dis- persas em várias fontes, essas já pas- saram por um tratamento analítico prévio de forma individual, caben- do ao pesquisador reuni-las e anali- sá-las sistematicamente, a fim de al- çar dados relevantes para a análise. Após levantadas as posições da Doutrina, da RFB, do Carf e dos Tri- bunais, buscou-se analisá-las de for- ma crítica, apontando as semelhan- ças e discordâncias entre elas. Para Raupp e Beuren (2004), essa análise classifica-se como documental, uma vez que se utiliza de diversas fontes para verificar se estão, ou não, rela- cionadas entre si. Por fim os dados foram organizados em quadros, de forma a facilitar a compreensão. 4. Análise e Discussão dos Resultados O conceito de insumo para fins de apropriação de créditos do PIS/ Pasep e da Cofins gera diversos de- bates nos cenários empresarial, dou- trinário, administrativo e judicial. Determinadas correntes de pensa- mento defendem uma linha mais restritiva, enquanto outras buscam ampliar as possibilidades de descon- to de créditos. Em face do exposto, tomando como base os dados cole- tados no Capítulo 2, bem como uti- lizando-se dos procedimentos me- todológicos descritos no capítulo anterior, na sequência será apresen- tada a análise e discussão dos resul- tados obtidos. Os EPIs possuem por objetivo resguardar a integridade física de quem os utiliza, geralmente sen- do empregados em atividades de cunho insalubre ou de periculosi- dade. Conforme demonstrado an- teriormente, por força do Art. 166 da CLT, torna-se obrigatório o for- necimento gratuito de tais mate- riais pela empresa sempre que hou- ver riscos de acidentes e/ou danos à saúde de seus colaborados. É sabi- do que diversas funções se enqua- dram nesses quesitos, sendo, assim, dever da empresa a sua aquisição e disponibilização. Embora numerosos contribuin- tes utilizem-se, também, de tais ar- gumentos ao formular SCs à RFB so- Quadro 1 - Conceito de Insumo PIS/Pasep e Cofins - EPI Posição da RFB Posição do Carf Posição do Judiciário EPIs não se enquadram no conceito de insumo; Sem aplicação/consumo direta; Base nas INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004. EPIs podem ser considerados como insumos; Vinculação entre o insumo e as receitas tributadas; Essencialidade. TRF4 - EPIs somente podem ser considerados como insumos se aplicados/consumidos diretamente; TRF 4 - Aplicação das disposições contidas nas INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004. Fonte: elaborado pelo autor 34 Conceito de insumo para fins de apropriação de créditos do PIS/Pasep e da Cofins na sistemática não cumulativa RBC n.º 231. Ano XLVII. Maio/junho de 2018 bre a possibilidade de considerá-los como insumos, as respostas têm sido negativas. Verificou-se que, para fundamentar seu posiciona- mento, a RFB baseia-se essencial- mente nas disposições contidas nas INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004, as quais permitem o desconto de cré- ditos apenas sobre os bens e serviço empregados diretamente no pro- cesso produtivo ou na prestação de serviço. Frente ao exposto,para o órgão, os EPIs não estão abarcados no conceito de insumo previsto nas leis instituidoras do PIS/Pasep e da Cofins não cumulativos. Já no Carf, constatou-se que as decisões decorrem, inclusive, da análise da atividade empresarial de- sempenhada pelo contribuinte. Nos dados analisados, foi possível iden- tificar que determinados conselhei- ros, embora defendam a aplicação das INs supramencionadas, buscam avaliar a existência de ação direta dos insumos na prestação de ser- viço ou na produção de bens des- tinados à venda, como ocorreu no Acordão n.º 9303-005.192 (favorá- vel ao desconto de créditos sobre o EPIs). No entanto, conforme des- tacado no Quadro 1, observou-se uma tendência à adoção do critério da essencialidade, que procura vin- cular a utilização do insumo às re- ceitas tributadas, sendo mais amplo que o entendimento da RFB. No que tange à esfera judicial, es- pecificamente ao TRF4, pôde-se de- tectar, em determinados julgamen- tos, uma linha intermediária entre o posicionamento do Carf e da RFB. O referido Tribunal, na Apelação Cível n.º 5004359-53.2015.4.04.7203/SC, aplicou o entendimento previsto nas INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004, to- davia, efetuando uma análise da ati- vidade desenvolvida pelo contribuin- te, por meio da qual se atestou que os EPIs exerciam ação direta à pres- tação de serviço, sofrendo desgaste gradativo em função de sua utiliza- ção, permitindo-se, assim, o abati- mento de créditos sobre tais aqui- sições. Contudo, constatou-se que o entendimento do Tribunal tende a um viés mais restritivo, em conso- nância ao posicionamento da RFB. A partir do estudo da Doutri- na, verificou-se uma linha de pen- samento similar entre eles. Para os autores pesquisados no presente trabalho, o que fez a RFB ao editar as INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004 foi tornar aproximado o conceito de insumo para o PIS/Pasep e a Co- fins ao do IPI, o que tem por conse- quência, por exemplo, a constante negativa da RFB no reconhecimen- to de créditos dos EPIs, conforme citado por Moreira (2012). Todavia, segundo disse-nos Martins (2005), os referidos tributos possuem mate- rialidades completamente distintas, enquanto o IPI possui caráter físico ligado à produção. As contribuições em questão englobam também perspectivas abstratas, não sendo possível tal equiparação. Diversos contribuintes ao forma- tarem suas redes logísticas optam por efetuar as entregas de seus pro- dutos/mercadorias por meio de veí- culo próprios. Dessa opção derivam diversos custos, entre eles os com- bustíveis, lubrificantes e peças de re- posição empregados na manuten- ção da frota. O cerne das discussões deriva da possibilidade de descontar créditos de PIS/Pasep e Cofins sobre as aquisições de tais bens, conside- rando-os como insumos. Na visão da RFB, os referidos gas- tos não se enquadram no conceito legal de insumo, pois inexiste a apli- cação direta na prestação de serviço ou na produção de bens destinados à venda. Verificou-se que para o Órgão a entrega dos produtos e/ou merca- dorias é considerada uma etapa liga- da à produção/comercialização. Des- sa forma, não ocorre o emprego dos mencionados itens na fabricação dos produtos, tampouco existe uma pres- tação de serviço. Pôde-se constatar também que não é permitido o re- conhecimento desses como despesas de frete, conforme previsto no inciso IX, Art. 3º das Leis n.º 10.637/2002 e n.º 10.833/2003, pois esse fato ocor- re somente com a contratação de uma terceira pessoa jurídica. No entanto, detectou-se uma di- vergência no Carf frente a tal posi- cionamento da RFB, principalmen- te quanto ao vínculo da entrega à comercialização/fabricação. Com os dados obtidos, percebeu-se que o Conselho buscou segregar as ope- rações, classificando o transporte como uma atividade distinta à ven- da. Dessa forma, a entrega foi cate- gorizada como prestação de serviço, sendo os combustíveis, lubrificantes e peças de reposição considerados como insumos inerentes a sua exe- cução, entendimento esse igualmen- te identificado no âmbito judicial, especificamente do STJ. Para a referida Corte Superior, dado o momento em que a empre- Quadro 2 – Conceito de Insumo PIS/Pasep e Cofins – Combustíveis, lubrificantes e peças de reposição utilizados em frota própria para transporte na operação de venda Posição da RFB Posição do Carf Posição do Judiciário Combustíveis, lubrificantes e peças de reposição utilizados na frota própria não podem ser considerados como insumos; Sem aplicação/consumo direta; Não se apresenta como despesa de frete. Base nas INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004. O transporte na operação de venda é um serviço prestado em separado. Sobre tais dispêndios é permitido o desconto de créditos; Essencialidade frente a atividade exercida. STJ – Analise segregada das operações: (a) comercialização e (b) transporte. STJ – Entrega por conta própria onera o preço final. STJ – Tais dispêndio são insumos na prestação do serviço de entrega das mercadorias comercializadas. Fonte: elaborado pelo autor 35REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE RBC n.º 231. Ano XLVII. Maio/junho de 2018 sa opta por efetuar suas entregas por conta própria, sujeita-se tam- bém aos custos inerentes à essa ope- ração. Verificou-se que, para o STJ, tais dispêndios passam a integrar o preço final das mercadorias/produ- tos, portanto, aumentando a base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins. Por conseguinte, deve haver o seu reconhecimento como insumos na prestação do serviço de transporte. Outrossim, notou-se que, para o Tri- bunal, não existe lógica em permi- tir o abatimento de créditos sobre as aquisições de fretes de terceiros e glosar os gastos decorrentes da ma- nutenção da frota própria que de- sempenha a mesma atividade, pois, caso mantida a autuação, a possível consequência seria a reestruturação societária, criando-se uma nova pes- soa jurídica com o único propósito de transportar as mercadorias da empresa comercial. Por intermédio dos dados cole- tados de determinados membros da Doutrina, reforça-se a corren- te de pensamento defendida (pre- dominantemente) pelo Carf e por certos ministros do STJ nas deci- sões supracitadas. De acordo com o que nos ensinou Greco (2009), o pressuposto do PIS/Pasep e da Co- fins é a receita ou o faturamento. Portanto, as análises devem pas- sar não somente pelos elementos físicos, mas também pelos funcio- nais, necessários à obtenção da re- ceita/faturamento. Posto isso, os insumos, para fins de desconto de créditos, devem ser aqueles que desempenham função essencial, ainda que indiretamente, à reali- zação da receita ou faturamento, conforme descrito por Lunardelli e Mattos (2014). Constatou-se que o posiciona- mento da RFB é taxativo e basea- do integralmente nas disposições contidas nas INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004. Embora em diversos rela- tórios remetidos às SCs as alegações dos contribuintes citem preceden- tes do Carf e demonstrem a neces- sidade de tais dispêndios para o de- senvolvimento de suas atividades, não se observou margem interpre- tativa do órgão. Dessa forma, para a RFB, o aproveitamento de créditos sobre insumos somente é possível se os mesmos exercerem ação dire- ta ou forem agregados ao produto final, ou ainda, se aplicados direta- mente na prestação de serviço. No entanto, esse entendimen- to não fora identificado, em recen- tes julgamentos, no âmbito do Carf. Após a evolução jurisprudencial ini- ciada no final de 2010, descrita por Santi et al. (2016), o Tribunal dedi- cou-se a analisar o conceito de in- sumo sob ótica própria, utilizando a essencialidade do bem em rela- ção à atividade econômica desen- volvida como fator relevante para solução das lides. Percebeu-se que a adoção dos mesmos critérios apli- cáveis ao IPI encontra-se em cons- tante afastamento pela maioria dos conselheiros, pois entendeu-se que a materialidade dos tributos é distinta, devendo também ocorrer diferencia- ção quanto aos conceitos aplicáveisaos insumos, reforçando as explana- ções de Moreira e Campos (2016). Já em relação ao TRF4, identi- ficou-se a adoção de critérios si- milares aos da RFB. Foi possível detectar que os julgamentos se- lecionados foram desenvolvidos sob abrigo das INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004, sendo reconhecido o aproveitamento de créditos so- mente aos insumos que sejam em- pregados ou sofram desgaste em função da ação direta ao produto em fabricação, ou ainda, na presta- ção de serviço, que sejam consumi- dos ou sofram desgaste decorren- te do emprego direto na atividade. No âmbito do STJ, especialmen- te por meio de certas decisões ocor- ridas a partir de 2014, verificou-se uma tendência à ampliação do con- ceito de insumo. Essa corrente de pensamento desenvolveu a tese, observada no REsp n.º 1.246.317/ MG e recentemente no REsp n.º 1.221.170/PR, de que insumos de- vam ser considerados como os bens e serviços que viabilizem o processo produtivo ou a prestação de serviço, ainda que empregados indiretamen- te, ou ainda, que sua subtração acar- rete em substancial perda na quali- dade das atividades desenvolvidas. Posto isso, observou-se, em es- pecial no Carf, Doutrina e, recen- temente, no STJ, uma tendência à ampliação do conceito de insumo previsto nas INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004. Essa maior abrangência pretendida tem como fator principal Quadro 3 – Conceito de Insumo PIS/Pasep e Cofins – Síntese das decisões analisadas Posição da RFB Posição do Carf Posição Judiciário O aproveitamento de créditos sobre insumos está vinculado ao emprego direto desses ao produto em fabricação ou à prestação de serviço; Base nas INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004. Predomina o entendimento que o conceito de insumo para o PIS/ Pasep e a Cofins deve ser diverso ao adotado para o IPI; Base na essencialidade do insumo. O emprego do insumo pode dar- se indiretamente. Ampliação das INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004. TRF4 – Predomina o entendimento que somente geram direito ao desconto de créditos os insumos empregados diretamente ao processo produtivo ou à prestação de serviço. TRF4 – Legalidade das INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004 STJ – Direcionamento favorável à ampliação do conceito de insumo, ainda que forma discreta. STJ – Essencialidade e relevância do insumo frente à atividade empresarial desenvolvida, levando em consideração a materialidade do tributo. Fonte: elaborado pelo autor 36 Conceito de insumo para fins de apropriação de créditos do PIS/Pasep e da Cofins na sistemática não cumulativa RBC n.º 231. Ano XLVII. Maio/junho de 2018 a essencialidade e relevância do bem ou serviço em relação à obtenção da receita/faturamento, prezando pela materialidade de cada tributo. Con- forme descrito por Calcini (2010), deve-se atentar para a dimensão do conceito de insumo nesse esco- po, sob pena de que sua amplitude acabe por abarcar todos os custos e despesas, e, nesse caso, estaríamos substituindo a similaridade com o IPI para a do IRPJ, fato que acabaria, novamente, ferindo a materialidade dos tributos, que não se confundem. 5. Considerações Finais As discussões a respeito do con- ceito de insumo para fins de apro- priação de créditos do PIS/Pasep e da Cofins são complexas e repletas de argumentos de ambos os lados. Os debates surgiram por não existir previsão expressa, nas leis instituido- ras das referidas contribuições, de quais bens e serviços seriam conside- rados como insumos. Determinados impasses acerca da matéria, após se- rem objeto de diversas Soluções de Consulta, foram alçados ao âmbito do Carf e do Poder Judiciário, porém, esses, nos que lhes concerne, não ob- tiveram soluções unânimes para as li- des. Complementarmente, diversos membros da Doutrina debruçaram-se a estudar o tema, alçando importan- tes teses, algumas das quais tiveram seus reflexos percebidos nos julga- mentos de determinados Tribunais. Nessa conjuntura, o presente trabalho, com o intuito de respon- der ao problema de pesquisa e atin- gir o objetivo geral proposto orga- nizou-se por meio de dois objetivos específicos, os quais se dedicaram em: (a) explorar a posição da Dou- trina, bem como decisões de deter- minados Tribunais administrativos e judiciais e (b) confrontar tais enten- dimentos entre si e em relação ao posicionamento da RFB acerca da matéria, interpretando-os de ma- neira crítica e construtiva. Para alcançar o primeiro objetivo específico proposto, fez-se necessá- rio, inicialmente, delimitar o escopo de pesquisa, haja vista a quantida- de de discussões sobre o tema. Para tal, foram selecionados dois assun- tos considerados relevantes que serviram de base para a coleta de dados: (a) EPIs e (b) combustíveis, lu- brificantes e peças de reposição em- pregados na frota própria. Comple- mentarmente, elegeu-se decisões de determinados Tribunais pertinentes as discussões e na construção das li- nhas de pensamento. Dessa maneira, o Capítulo 2 de- dicou-se a explanar o entendimento da RFB, do Carf, do Judiciário e da Doutrina. Por intermédio da técnica de revisão bibliográfica, foram cole- tados dados que se enquadravam nas definições supramencionadas, atentando-se também à contempo- raneidade das decisões, isto é, pre- zando por julgamentos recentes e que de melhor forma representas- sem o atual posicionamento dos Tri- bunais analisados. No que tange ao levantamento de dados de membros da Doutrina, igualmente fora empre- gada a técnica de revisão bibliográfi- ca, resguardando teses de importan- tes autores da área tributária. Posto isso, foi possível atingir o primeiro objetivo traçado. O Capítulo 4, por sua vez, em- penhou-se em apresentar a análise comparativa dos dados coletados. Pelo fato de a maioria das decisões e teses selecionadas serem descri- tivas, organizaram as informações em quadros, mantendo lado a lado os entendimentos da RFB, do Carf e do Judiciário, comparando-os com os argumentos trazidos pela Doutrina. Ao final, para que o segundo objeti- vo fosse alcançado satisfatoriamen- te, estruturou-se um quadro resumo, buscando enfatizar as semelhanças e diferenças de cada ponto de vista. Contudo, foi possível verificar uma adoção restrita do conceito de insumo por parte da RFB, valendo- se das prerrogativas existentes nas “As discussões a respeito do conceito de insumo para fins de apropriação de créditos do PIS/Pasep e da Cofins são complexas e repletas de argumentos de ambos os lados. Os debates surgiram por não existir previsão expressa, nas leis instituidoras das referidas contribuições, de quais bens e serviços seriam considerados como insumos.” 37REVISTA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE RBC n.º 231. Ano XLVII. Maio/junho de 2018 INs n.º 247/2002 e n.º 404/2004. Para o órgão, somente enquadram- se como insumos os bens e serviços que exerçam ação sobre o produto em fabricação ou sofram desgaste em decorrência da utilização dire- ta na prestação de serviço. Outros- sim, constatou-se o emprego simi- lar dos critérios pelo TRF4, entre as Apelações Cíveis selecionadas, jul- gando as ações sob a guarda das INs em questão. Por outro lado, pôde-se obser- var, no âmbito do Carf, que as deci- sões se nortearam a partir da análise da essencialidade do insumo frente à atividade empresarial desenvolvi- da pelo contribuinte. A maioria dos conselheiros, na amostra estuda- da, debruçaram-se em desenvolver o pensamento deixando de lado as disposições das IN’s que versam so- bre o tema, solucionando as lides, também, sob a ótica da materialida- de própria de cada tributo, fato esse defendido igualmente pela Doutri- na analisada. No entanto, deve-se atentar à abrangência dos créditos efetuados, isso é, não “alargando” demasiadamente os abatimentos, sob pena de utilizar-se critérios do IRPJ e, consequentemente, desres- peitar a materialidade dos tributos em questão, uma vez que a incidên- cia do PIS/Pasep e Cofins ocorre por meio da receita/faturamento e não com base no resultado da empresa (comoocorre com o IRPJ). No que tange ao STJ, em espe- cial ao julgamento recentemente concluído do REsp n.º 1.221.170/PR, pôde-se observar uma adequação à corrente de pensamento já desen- volvida no Carf e por membros da Doutrina, prezando pela essenciali- dade ou relevância do bem à ativi- dade econômica desenvolvida pelo contribuinte. Não se criou uma tese homogênea que especificou/discri- minou sobre quais bens e serviços poder-se-á descontar créditos, pois tal fator é influenciado diretamen- te pela forma como a empresa re- aliza seu negócio, mas, sim, um cri- tério flutuante, que pode, em tese, ser empregado individualmente por cada contribuinte em virtude da maneira como executa suas ativi- dades, respeitadas as materialida- des intrínsecas de cada tributo. Neste contexto, pode-se vislum- brar e sugerir que novas pesquisas analisem o conceito de insumo sob enfoque quantitativo, isto é, verifi- cando o impacto financeiro de uma adoção mais ampla, conforme aque- la defendida pelo Carf e Doutrina, em relação à utilização do conceito em sentido restrito, sustentado pela RFB. 6. Referências BRASIL. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Acordão nº 3402-003.992. Recorrente: Terra Atacado Distribuidor LTDA. Recorrida: Fazenda Nacional. Relatora: Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne. Brasília, DF, 29 de março de 2017. Disponível em: <https://carf.fazenda.gov.br/sincon/public/pages/ConsultarJurisprudencia/consultarJurisprudenciaCarf.jsf>. Acesso em: 30 set. 2017. BRASIL. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Acordão nº 9303 003.069. Recorrente: Fazenda Nacional. Interessado: Jari Celulose, Papel e Embalagens S/A. Relator: Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda. Brasília, DF, 13 de agosto de 2014. Disponível em: <https://carf.fazenda.gov.br/sincon/public/pages/ConsultarJurisprudencia/consultarJurisprudenciaCarf.jsf>. Acesso em: 23 set. 2017. BRASIL. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Acordão nº 9303 005.192. Recorrente: Fazenda Nacional. Interessado: Construtora e Dragagem Paraopeba LTDA. Relator: Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal. Brasília, DF, 17 de maio de 2017. Disponível em: <https://carf.fazenda.gov.br/sincon/public/pages/ConsultarJurisprudencia/consultarJurisprudenciaCarf. jsf>. Acesso em: 29 set. 2017. BRASIL. Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010. Regulamenta a cobrança, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/ decreto/d7212.htm>. Acesso em: 16 set. 2017. BRASIL. Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Dispõe sobre o processo administrativo fiscal, e dá outras providências. 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