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Fig. 22.6 - Esquema da circulação portal e de alterações que ocorrem na infecção pelo S. rnansoni: KP - veia porta; KE. - veia esplénica; KM.1. - veia mesentérica inferior; KS. - veia sigmóide (em cujas extremidades no sigmóide e no reto ocorre o maior número de oviposições do helminto; devido aos granulomas presentes no fígado, o mesmo se apresenta lobulado e fibrótico, causando hipertensão portal (representada pela linha pontilhada ao longo dos vasos e do baço - esplenomegaliaj e ascite. do tipo IgA induzidos contra a Glutationa-S-Transferase do parasito seriam importantes, pois diminuiriam a fecun- didade das fêmeas, além de reduzir a carga parasitária. No Brasil, existem indivíduos em áreas endêmicas com com- portamento de risco representado por contatos freqiien- tes com águas com cercárias, que sistematicamente apre- sentam exames de fezes negativos. Estes indivíduos, além do balanço favorável ao IgE na relação IgElIgG4, apre- sentam ainda altos níveis de interferon gama, sendo es- ta manifestação de resposta celular do tipo Thl. Assim, esses indivíduos teriam resposta protetora imunológica singular (Thl e Th2) e não se infectariam ou teriam car- gas parasitárias baixíssimas, muito difícil de serem detec- tadas pelo exame de fezes. Nesses indivíduos, também se demonstrou a presença de forte resposta contra a paramiosina, antígeno do S. mansoni, candidato a vaci- na humana. IMLINOPATOLOGIA A esquistossomose mansoni é basicamente uma doen- ça que decorre da resposta inflamatória granulomatosa que ocorre em tomo dos ovos vivos do parasito. Os antígenos são secretados principalmente pela membrana interna da casca do ovo maduro, chamada "envelope de Von Lichtenberg", que apresenta toda a maquinaria de síntese protéica, núcleo próprio, inúmeras mitocôndrias e uma extensa rede de reti- culo endoplasmático rugoso indicando alto nível de sínte- se protéica. Esses antígenos atravessam os poros dos ovos disseminando-se nas circunvizinhanças destes. Estes anti- genos, chamados antígenos solúveis dos ovos (SEA, Soluble Egg Antigens) induzem tanto a resposta imunoló- gica humoral quanto a celular e são os elementos fun- damentais na formação da reação granulomatosa e, portan- to, da doença. O processo da formação do granuloma deve ser considerado nas fases aguda e crônica da doença. Na 200 Capitulo 22 fase aguda, a reação granulomatosa é exacerbada e atin- ge volume considerável, apresentando volume até 100 vezes o do ovo. Na fase crônica, este granuloma atinge dimensões bem menores, e, sem dúvida, constitui vanta- gem para o hospedeiro já que, em animais e pessoas imu- nodeprimidos, os antígenos do ovo - alguns destes po- tentes enzimas proteolíticas - vão lesar área bem maior do que a constituída pelo granuloma, além de se obser- var o acúmulo de ovos nas paredes do intestino nos imu- nodeficientes. Hoje em dia, admite-se que principalmen- te a produção de ILlO medeia a passagem da fase aguda para a fase crônica no fenômeno da imunomodulação. Os indivíduos de áreas endêmicas, com as formas graves da doença (hepatoesplênica), não teriam esta capacidade de imunomodulação. Na esquistossomose humana e experimental, mostrou-se que a resposta imunológica estava comprometida e na dependência do número de parasitos. As respostas humo- rais e celulares são diminuídas e supõe-se que este fenôme- no estaria relacionado, pelo menos em parte, com a maior suscetibilidade de pacientes a viroses (hepatites) e bacterioses (salmonelose septicêmica prolongada e absces- sos piogênicos hepáticos por Staphylococcus aureus). O abscesso piogênico do fígado por S. aureus, associado com esquistossomose, mostra que os focos de instalação das colônias bacterianas seriam os granulomas em tomo dos ovos. Por outro lado, em camundongos com esquistos- somose, infectados por Plasmodium, T cruzi e Leishmania, mostram uma morbidade aumentada destas protozooses. IMUNOCOMPLEXOS Produtos de excreção/secreção dos adultos de S. mansoni se constituem antígenos que, quando se deposi- tam nos tecidos juntamente com imunoglobulinas e o sis- tema do complemento, resultam em reações inflamatórias que lesam os tecidos em volta. Por exemplo, os polis- sacarídeos oriundos do revestimento do tubo digestivo do S. mansoni, expelidos no processo de regurgitação - os chamados antígenos anódicos e catódicos circulantes - são particularmente importantes por se depositarem na mem- brana basal glomerular e, em alguns pacientes, resulta até mesmo em disfunção renal grave. PATOGE N U Está ligada a vários fatores, como cepa do parasito, car- ga parasitária adquirida, idade, estado nutricional e respos- ta imunitária da pessoa. De todos estes fatores parece que os dois mais importantes são a carga parasitária e a respos- ta do sistema imunológico de cada paciente. Em trabalhos recentes foi verificado que há uma correspondência dire- ta entre a carga parasitária (estimada pela contagem de ovos por grama de fezes) e a sintomatologia. Assim, em po- pulação com a média do número de ovos nas fezes muito elevada, é mais frequente a forma hepatoesplênica e as for- mas pulmonares. Sabe-se também que as alterações cutâ- neas (dermatites) e hepáticas são grandemente influenciadas pela resposta imunológica do paciente, frente aos antígenos dos esquistossômulos e dos ovos. Procurando-se acompanhar a evolução das alterações no paciente, estudaremos a ação das cercárias, dos esquistos- sômulos, dos vermes adultos e dos ovos. A chamada dermatite cercariana ou dermatite do nada- dor pode ocorrer quando as cercárias do Schistosoma ou mesmo de Trematoda de outros animais penetram na pele do homem. Essa dermatite é caracterizada por "sensação de comichão, erupção urticariforme e é seguida, dentro de 24 horas, por eritema, edema, pequenas pápulas e dor". É, em geral, mais intensa na reinfecções (hipersensibilidade) nas quais há interferência de mastócitos (liberação de histarnina), complemento, eosinófilos e IgE. A dermatite cercanana é, portanto, um processo imunoinflamatório, muito importan- te na imunidade concomitante, pois, como será mostrado adiante, há grande destruição de cercárias e esquistos- sômulos na pele e nos pulmões (Fig. 22.7). Cerca de três dias após a penetração das cercárias na pele, os esquistossômulos são levados aos pulmões. A partir da Fig. 22.7 - Dermatite cercariana provocada por cercárias de S. mansoni; notar os pontos de penetração e a reação inflamatória local (foto cedida por Mosby Co. Medica1 Parasitology, 1981). Capitulo 22 Associaçio de Escolas Reunidas Leonel Carimbo segunda semana após a infecção, podem ser encontrados nos vasos do fígado e, posteriormente, no sistema porta intra-he- pático. Nessa fase, pode haver linfadenia generalizada, febre, aumento volumétrico do baço e sintomas pulmonares. Em condições experimentais, no animal infectado pela pri- meira vez, sem uma resposta imunológica específica, tem-se verificado que, quando esta ocorre, o parasito já apresenta os mecanismos de evasão a ação da resposta, entre eles, sínte- se, aquisição de moléculas semelhantes As do seu hospedeiro (mimetismo e mascaramento antigênico), capacidade de reno- vação do tegumento lesado pela ação do sistema de comple- mento, imunoglobulinas e células efetuadoras. Sabe-se que após a maturação dos vermes adultos, nos ramos intra-hepáticos do sistema porta, os mesmos migram principalmente para a veia mesentérica inferior (ou mesmo, ectopicamente, para outras localizações). Os vermes perma- necem aí por longos anos e não produzem lesões de mon- ta. Já os vermes mortos podem provocar lesões extensas, embora circunscritas. Essas lesões ocorrem principalmente no figado, para onde os parasitos são arrastados pela circu- lação porta. Além dessas lesões, os vermes adultos espoliam o hospedeiro devido ao seu alto metabolismo. Foi demons- trado que o S. mansoni consome 2,5mg de Fe por dia e 115 de seu peso secode glicose. Ovos Como já foi enfatizado, os ovos são os elementos fun- damentais da patogenia da esquistossomose. Quando ape- nas pequeno número de ovos viáveis consegue atingir a luz intestinal, as lesões produzidas são mínimas, com repara- ções teciduais rápidas; quando em grande número, podem provocar hemorragias, edemas da submucosa e fenômenos degenerativos, com formações ulcerativas pequenas e su- perficiais; essas lesões são em geral reparadas, com recons- tituição da integridade dos tecidos. Os ovos que atingem o figado, lá permanecem e causam as alterações mais impor- tantes da doença. Fig. 22.8 - Lesões na esquistossomose mansoni. A) granuloma hepático; paços poria. O antígeno solúvel excretado pelos poros do ovo vivo provocarão a reação inflamatória granulomatosa. Portanto, a deposição dos ovos do parasito nos tecidos do hos- pedeiro é o evento fundamental de um complexo fisiopato- lógico que promoverá a formação do granuloma (ovo mais reação granulomatosa que o envolve). Os granulomas apre- sentam, durante o seu desenvolvimento, as seguintes fases: 1) fase necrótica-exsudativa, com aparecimento de uma zona de necrose em volta do ovo, circundada por exsudação de eosinófilos, neutrófilos e histiócitos com deposição de ma- terial eosinofilico conhecido como fenômeno de Hoeppli; 2) fase produtiva ou de reação histiocitária, com início de re- paração da área necrosada; 3) fase de cura ou fibrose, na qual o granuloma, endurecido, é denominado nódulo. Em seguida, poderá haver calcificação do ovo ou mesmo absor- ção e desaparecimento do granuloma (Bogliolo, 1970). Os granulomas podem apresentar-se em pontos isolados ou difusos no intestino grosso e fígado (Fig. 22.8). Essas lesões granulomatosas são as principais res- ponsáveis pelas variações clínicas e pelas complicações digestivas e circulatórias vistas. Entretanto, mesmo antes da postura de ovos, podem ocorrer alterações orgânicas. As- sim sendo, descreveremos a seguir a evolução típica da esquistossomose depois da penetração das cercárias: Fase Pré-postural Em geral é uma fase com sintomatologia variada, que ocorre cerca de 10-35 dias após a infecção. Neste penodo há pacientes que não se queixam de nada (forma inaparente ou assintomática) e outros reclamam de mal-estar, com ou sem febre, problemas pulmonares (tosse), dores musculares, desconforto abdominal e um quadro de hepatite aguda, cau- sada, provavelmente, pelos produtos da destruição dos esquistossômulos. Fase b u d a Aparece em torno de 50 dias e dura até cerca de 120 dias após a infecção. Nessa fase pode ocorrer uma dis- B) aspecto externo do fígado com as lobulações devidas à retração dos es- Capítulo 22 seminação miliar de ovos, principalmente na parede do intestino, com áreas de necrose, levando a uma entero- colite aguda e no fígado (e mesmo em outros órgãos, e no pulmão pode simular tuberculose), provocando a forma- ção de granulomas simultaneamente, caracte-rizando a forma toxêmica que pode apresentar-se como doença aguda, febril, acompanhada de sudorese, calafrios, ema- grecimento, fenômenos alérgicos, diarréia, disenteria, có- licas, tenesmo, hepatoesplenomegalia discreta, linfadenia, leucocitose com eosinofilia, aumento das globulinas e al- terações discretas das funções hepáticas (transaminases). Pode haver até mesmo a morte do paciente na fase toxêmica ou, então, como ocorre com a maioria dos casos, evoluir para a esquistossomose crônica, cuja evolução é lenta. As lesões hepatoesplênicas são devidas principalmen- te a uma hipersensibilidade do hospedeiro aos antígenos so- lúveis secretados pelos ovos. E S S ~ hipersensibilidade, que é maior no início da infecção, decresce espontaneamente na fase crônica da doença, resultando na redução do tamanho dos granulomas através da modulação da resposta imune que resulta na eventual redução da sintomatologia. E impor- tante ressaltar que o granuloma da fase crônica é benéfico para o paciente, apesar de parecer paradoxal, já que a esquistossomose é tipicamente uma imunopatologia, pois em indivíduos e animais imunossuprimidos não ocorre rea- ção granulomatosa, mas existe uma extensa área de necro- se coliquativa em tomo do ovo, devido a enzimas proteolí- ticas produzidas pelo miracídio. Essa forma pode apresentar grandes variações clínicas, dependendo de serem as alterações predominantemente intestinais, hepatointestinais ou hepatoesplênicas. A seguir, procuraremos mostrar as principais alterações nos Órgãos atingidos (Fig. 22.9). Intestino Em muitos casos, o paciente apresenta diarréia mucos- sanguinolenta, dor abdominal e tenesmo. Nos casos crôni- cos graves, pode haver fibrose da alça retossigmóide, levan- do à diminuição do peristaltismo e constipação constante. Entretanto, a maioria dos casos crônicos é benigna, com predominância de alguns granulomas nodulares, e o pacien- te queixando-se, algumas vezes, de dores abdominais, como fase de diarréia mucossanguinolenta e, outras, de cons- tipação, intercaladas de longos períodos normais. A diarréia mucossanguinolenta é devida à passagem simultânea de Fig. 22.9 - Esquistossomose mansoni, forma hepatoesplénica; notar o aumento do baço e fígado e a ascite; A) no caso mais avançado observar a circu- lação colateral e o depauperamento (foto gentilmente cedida pelo Dr. H. Zaiman, Mercy Hospital, Valley City, N.D., 1982); B) observar o hipodesenvolvimento somático e sexual em "adolescentes crianças" com 15 anos de idade e menos de 130cm de altura (segundo Coura e cols. Mem Inst O Cruz 77(1):69-88, 1982). Capitulo 22 203 vários ovos para a luz intestinal, ocasionando pequenas (mas numerosas) hemorragias e edema. Apesar de não ser muito freqüente, alguns especialistas têm encontrado tumorações localizadas, anômalas, denomi- nadas "formas pseudoneuplásicas". Os raros casos vistos parece que se deveram a presença de grande número de ovos num determinado ponto, provocando inflamação, com neoformação celular e fibrosamento. Esses casos podem ser confundidos com carcinoma e, após a cirurgia, elucida-se a real causa da tumoração ou do pólipo. Fígado As alterações hepáticas típicas surgem a partir do início da oviposição e formação de granulomas. Em consequência, teremos um quadro evolutivo, dependendo do número de ovos que chega a esse órgão, bem como do grau de reação granulomatosa que induzem. No início, o figado apresenta- se aumentado de volume e bastante doloroso a palpação. Os ovos prendem-se nos espaços porta, com a formação de nu- merosos granulomas. Com o efeito acumulativo das lesões granulomatosas em torno dos ovos, as alterações hepáticas se tornarão mais sérias. O fígado, que inicialmente está au- mentado de volume, numa fase mais adiantada pode estar menor e fibrosado (Fig. 22.8B). Nesta fase, aparece o qua- dro de "fibrose de Symmers", ou seja, uma peripileflebite granulomatosa, com neoformação conjuntivo-vascular ao redor dos vasos portais, onde se vê uma retração da cápsula hepática (cápsula de Glisson) por fibrosamento dos espaços porta e manutenção da integridade do parênquima hepático. Dessa forma, não se nota a cirrose hepática, mas sim a fibro- se do órgão, cuja retração de sua cápsula em numerosos pontos provoca a formação de saliências ou lobulações (Fig. 22.8A e B). Assim sendo, os granulomas hepáticos irão causar uma endoflebite aguda e fibrose periportal, a qual provo- cara obstrução dos ramos intra-hepáticos da veia porta. Es- ta obstrução trará, como consequência, a manifestação mais típica e mais grave: a hipertensão portal. Essa hiper- tensão poderá intensificar-se com a evolução da doença, causando no paciente uma série de alterações que seriam as seguintes: Inicialmente, ocorre uma hiperplasia do tecido reticular e dos elementos do sistema monocítico fagocitário (SMF) que é provocada por um fenômeno irnunoalérgico (Fig. 22.9). Observa-se, predominantemente na polpa vermelha e centrogermina1 dos folículos linfóides, uma proliferação basofílica que coincide com um aumento de imunoglobulinas e poste- riormente, devido principalmente a congestão passiva do ramo esplênico (veia esplênica do sistema porta) com distensão dos sinusóides. Desenvolvimento da circulação colateral anormal intra- hepática (shunts) e de anastomoses no nível do plexo hemorroidário, umbigo, região inguinal e esôfago, numa ten- tativa de compensar a circulação portal obstruída e diminuir a hipertensão portal. Essa circulação colateral do esôfago leva a formação das "varizes esofagianas", que podem rom- per-se, provocando uma hemorragia, muitas vezes fatal. Este achado clínico é visto nas formas hepatoesplênicas mais graves e decorre das alterações hemodinâmicas, prin- cipalmente a hipertensão (Fig. 22.9). Outras Localizações Através das circulações colaterais anômalas (shunts intra- hepáticos), ou mesmo das anastomoses utilizadas (principal- mente da mesentérica inferior ligando-se com a pudenda in- terna e essa dirigindo-se para a cava inferior), alguns ovos passariam a circulação venosa, ficando retidos nos pulmões. Nos capilares desse órgão, os ovos dão origem a granulomas pulmonares, que podem levar a duas conseqüências: primei- ra, dificultando a pequena circulação e causando o aumento do esforço cardíaco, que poderá chegar até a insuficiência cardíaca, tipo cor pulmonale; segunda, viabilizando ligações arteriovenosas (shunts), que permitem a passagem de ovos do parasito para a circulação geral e encistamento dos mesmos em v 9 o s órgãos, com formação de granulomas, inclusive no SNC. E importante chamar a atenção para os ovos do parasi- to que, nos pulmões, tendem a se encalhar nas arteríolas, já que, a partir do coração direito, são distribuídos nesses órgãos pelas artérias pulmonares. Na literatura, há citações de encontro de ovos até no sêmen humano; esses casos parece que são devidos a lo- calizações de casais de S. mansoni nas veias seminais. Lo- calizações ectópicas de granulomas também já foram as- sinaladas na pele, pâncreas, testículos, ovários, baço (mui- to raro) e apêndice cecal. Particularmente graves são as for- mas medulares agudas, que podem levar a paraplegia. Ape- sar de raras, podem ser causadas por ovos isolados ou con- junto de ovos depositados em nível torácico inferior ou lombossacro. Nesses locais já foram encontrados até mes- mo vermes adultos, com dezenas de ovos, formando granu- lomas necrótico-exsudativos, com células epiteliódes e infil- trado linfocitário e eosinofilico. A reação granulomatosa neste local é intensa, lesando o tecido nervoso. A terapêu- tica (cortisona seguida de praziquantel) deve ser imediata para se evitar ampliação das lesões. Parece que a via mais provável para ovos ou vermes atingirem a medula ou o SNC, (neuroesquistossomose) seria anastomoses do plexo veno- so vertebral de Batson. Lesões a Distância São devidas a antígenos e complexos antígeno-anticor- po, que tendem a depositar-se em certos órgãos (rins, pul- mões). Os imunocomplexos são capazes de ativar o comple- mento, desencadeando reações inflamatórias. No rim, cos- tumam depositar-se nos glomérulos, levando a lesões que se traduzem por proteinúria e mesmo hematúria. Dessa forma, vemos que a sintomatologia pode variar muito, dependendo da localização e intensidade das lesões, causando diferentes formas clínicas que se iniciam na fase aguda apresentando-se inaparente ou não e na fase crôni- ca, chegando até a forma compensada, com ou sem hiper- tensão, podendo evoluir para a forma descompensada com 204 Capítulo 22
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