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Psicologia Jurídica

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PSICOLOGIA JURÍDICA
A psicologia jurídica refere-se à aplicação dos princípios e métodos psicológicos ao sistema legal, à prática jurídica e, tem como finalidade, a aplicação dos conhecimentos e métodos psicológicos no âmbito do sistema jurídico. Sua atuação visa compreender e intervir em questões relacionadas ao comportamento humano que tenham relevância para o campo legal. Existem muitas ramificações dos campos tradicionais da psicologia jurídica brasileira, favorecendo a demanda, cada vez maior, por esses profissionais, pois, os índices de violência e de encarceramento de pessoas no país tem subido. No entanto, pode-se dizer que a maior concentração de psicólogos jurídicos ainda é nos setores mais tradicionais, como na psicologia criminal, infância e juventude, na psicologia jurídica e as questões da família. O que permite a pesquisa de setores menos desenvolvidos, como a psicologia do testemunho, a psicologia policial, sexologia forense, multiparentalidade, transtornos cognitivos e distúrbios mentais.
Algumas das finalidades específicas da psicologia jurídica incluem:
Avaliação Psicológica em contexto jurídico: 
Realizar avaliações psicológicas em diferentes situações legais, como avaliação de capacidade mental, avaliação de risco, e avaliação de credibilidade de testemunhas.
Assistência a Vítimas e Testemunhas: 
Oferecer suporte psicológico a vítimas e testemunhas de crimes, ajudando-os a lidar com o impacto emocional do processo legal.
 Mediação e Resolução de Conflitos: 
Aplicar técnicas psicológicas para facilitar a resolução de disputas e conflitos legais, muitas vezes atuando como mediador.
Perfil Criminal: 
Desenvolver perfis psicológicos de criminosos para auxiliar na investigação criminal e na elaboração de estratégias legais.
Contribuição para Tomadas de Decisão Jurídicas: 
 Fornecer informações psicológicas relevantes para ajudar juízes, advogados e outros profissionais na tomada de decisões legais.
A psicologia jurídica começou a ganhar destaque no início do século 20, à medida que os conhecimentos da psicologia começaram a ser aplicados ao sistema legal, evoluindo para abranger uma variedade de subcampos, incluindo psicologia forense, psicologia criminal, e outros domínios que exploram a interseção entre a psicologia e o sistema jurídico. O crescimento e desenvolvimento dessa disciplina continuam até os dias atuais. É importante notar que o desenvolvimento da psicologia jurídica foi um processo gradual e evolutivo, que sofreu resistência, porém, sem casos específicos que marquem o início exato dessa disciplina. Destacando que, inicialmente, o foco estava na psicologia experimental e na aplicação de métodos psicológicos para entender a memória, a percepção e outros processos mentais relacionados a testemunhas e evidências em casos legais. Com o tempo, a psicologia jurídica expandiu seu escopo para abranger uma variedade de tópicos e áreas de aplicação, incluindo a avaliação psicológica em contextos legais, mediação, perfil criminal, entre outros. 
Alguns marcos importantes e contribuições iniciais incluem:
1. Hugo Münsterberg (1863-1916): Foi um psicólogo alemão-americano e um dos primeiros a aplicar a psicologia ao sistema legal. Em seu livro "On the Witness Stand" (1908), Münsterberg discutiu a aplicação da psicologia à avaliação de testemunhas e à tomada de decisões judiciais.
2. William Stern (1871-1938): Outro psicólogo alemão, Stern contribuiu para a psicologia jurídica com seu trabalho sobre a confiabilidade das testemunhas e as influências psicológicas sobre a memória e a percepção.
3. Albert von Schrenck-Notzing (1862-1929): Médico e psicólogo alemão, Schrenck-Notzing foi pioneiro na aplicação da psicologia ao estudo de testemunhas e na investigação de fenômenos relacionados à memória e sugestibilidade.
O mérito tanto dos psicólogos como dos assistentes sociais nas Varas de Infância e Juventude, Varas Criminais e na execução das penas é essencial como assistência para dar uma decisão justa e coerente com as necessidades das partes envolvidas, mais equitativa e alinhada com o princípio constitucional da fundamentação das decisões, contribuindo para a efetivação da justiça e busca de possibilidades para o bem-estar e recuperação dos indivíduos. 
A percepção e a linguagem são elos imprescindíveis entre os seres humanos e, no contexto do mundo digital, as formas de se comunicar, num mundo em constante evolução e transformação, exigem novos institutos jurídicos decorrentes desse universo. 
Em linhas gerais, a percepção se dá por meio da função cerebral que atribui significado aos estímulos sensoriais a partir do repertório de vivências cotidianas do indivíduo. A partir da percepção do mundo que o cerca, estabelece-se e infere-se significado às impressões. Isso envolve habilidades como reconhecer, observar, discriminar, por exemplo, assim, permitem estabelecer sentido aos estímulos apresentados pelo mundo. A percepção tem início com o processo de atenção que é um processo seletivo, portanto, nem tudo é percebido da mesma maneira ou grau de importância, como pode haver alguma falha de percepção, seja por fatores relacionados à saúde, ao consumo de alguma substância ou relevância social. 
O fato de a violência contra a mulher ser crescente e, ainda que haja uma evidente evolução no papel da mulher na sociedade, ocupando espaços, antes, inimagináveis, é um fator que sofreu mudanças de percepção. A Lei do Divórcio (6515/77), a Lei Maria da Penha (11.340/2006) e a inserção do feminicídio no artigo 121, do Código Penal são exemplos claros de como a percepção social é deveras importante à associação da violência e discriminação ao feminino na sociedade.
A linguagem tida como habilidade inata ao ser humano tem diversas definições. No contexto de habilidade humana, ficam estabelecidos três pilares: mentalismo, onde haveria estruturas mentais e abstratas subjacentes ao conhecimento linguístico; combinatoriedade, na qual um número infinito de palavras são combinadas e permutadas, gerando estruturas maiores; aquisição, segunda a qual, as regras funcionais de uma língua são abstrações formais e não conscientes. 
A língua como um sistema só faz sentido para o estudo do linguista, pois pressupõe algo fechado, estático e completo. Toda comunicação se dá dentro de um ambiente que a sustenta, pois está relacionada ao contexto. Por exemplo: um homem foi ameaçado por uma arma de fogo, numa situação de perigo eminente, este homem, também portanto uma arma de fogo, disparou-a em legítima defesa, no entanto, descobriu-se que a ameaça fora feita por um simulacro. Neste caso, percepção e linguagem estão atreladas para a compreensão do contexto do caso.
PSICOLOGIA FORENSE:
A psicologia forense é uma subárea da psicologia jurídica que se concentra na aplicação dos princípios e métodos psicológicos ao sistema legal e ao contexto forense. Ao contrário da psicologia jurídica, que abrange uma gama mais ampla de tópicos relacionados à psicologia e ao sistema legal, a psicologia forense tem um enfoque mais específico em questões judiciais e criminalísticas. A psicologia forense se aplica em diversas áreas, incluindo avaliação forense (como avaliação da capacidade mental, avaliação de risco, avaliação de testemunhas), perfil criminal, psicologia do testemunho, e consultoria em casos judiciais. Os profissionais de psicologia forense frequentemente trabalham em estreita colaboração com o sistema legal para fornecer insights psicológicos em casos criminais, civis e familiares. Como consta no Manual de Psicologia Forense (Pinheiro, Carla), a psicologia para o direito é aquela que, ao lado da medicina legal, antropologia, economia, dentre outras que se acrescentam no contexto da complexidade da sociedade contemporânea para auxiliar ao direito.
Campos de Atuação:
2. Avaliação Forense: Realizar avaliações psicológicas em casos criminais, incluindo avaliações de competência para julgamento e avaliações de responsabilidade criminal.
3. Perfil Criminal: Elaborar perfis psicológicos de criminosos para auxiliarna investigação criminal.
4. Testemunho Especializado: Fornecer testemunho perante tribunais como especialista em questões psicológicas relacionadas a casos legais.
A história da psicologia forense está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento da psicologia jurídica, mas ela se destacou como uma disciplina distinta com ênfase na prática forense. Alguns marcos e contribuições importantes para o desenvolvimento da psicologia forense incluem:
1. James McKeen Cattell (1860-1944): Um dos primeiros psicólogos a aplicar métodos psicométricos para a seleção de jurados, contribuindo assim para a área forense.
2. William Marston (1893-1947): Psicólogo que desenvolveu o teste de polígrafo (detector de mentiras) na década de 1920, inicialmente para uso na área forense.
3. David Wechsler (1896-1981): Desenvolveu testes de inteligência que começaram a ser usados em contextos forenses para avaliação de capacidades mentais.
4. Conselho Americano de Examinadores em Psicologia Forense (American Board of Forensic Psychology - ABFP): Fundado em 1985, este conselho certifica psicólogos que atendem aos requisitos de competência em psicologia forense.
Sexologia Forense:
A sexologia aplicada à psicologia jurídica refere-se à aplicação dos conhecimentos e métodos da sexologia (o estudo científico da sexualidade humana) no contexto do sistema legal. Essa subárea específica combina elementos da sexologia com as demandas e questões jurídicas, abordando temas relacionados à sexualidade em casos legais. Seu objeto de estudo refere-se a todos os fenômenos e ocorrências médico-legais libidinosas e interligadas ligados à sexualidade e suas implicações no âmbito jurídico que envolvam sexo e suas implicações. 
A sexologia forense ou aplicada à psicologia jurídica tem uma variedade de áreas de atuação, incluindo:
1. Avaliação de Vítimas de Crimes Sexuais:
· Avaliar psicologicamente vítimas de crimes sexuais para fornecer informações sobre o impacto emocional, a credibilidade do testemunho e a necessidade de apoio psicológico.
2. Avaliação de Agressores Sexuais:
· Avaliar psicologicamente agressores sexuais para fornecer informações ao sistema legal sobre o perfil do agressor, riscos potenciais e possíveis estratégias de intervenção.
3. Testemunho em Casos Sexuais:
· Fornecer testemunho pericial em casos judiciais que envolvam questões sexuais, contribuindo com conhecimentos sobre a natureza da sexualidade humana, comportamentos sexuais e aspectos psicológicos relevantes.
4. Consultoria em Questões Familiares Relacionadas à Sexualidade:
· Prestar consultoria em casos familiares, como disputas de custódia, quando a sexualidade é um tema relevante para a tomada de decisões judiciais.
5. Assistência em Casos de Assédio Sexual:
· Oferecer suporte psicológico e avaliação em casos de assédio sexual, contribuindo para a compreensão dos impactos emocionais e comportamentais sobre as vítimas.
6. Avaliação em Casos de Crimes Relacionados à Sexualidade:
· Participar na avaliação psicológica de casos criminais nos quais a sexualidade é um elemento central, como em casos de pornografia infantil, exploração sexual, entre outros.
Os profissionais que atuam nessa área precisam ter um entendimento sólido tanto da psicologia quanto da sexologia, além de conhecimento sobre as leis e procedimentos legais relacionados à sexualidade. A sexologia aplicada à psicologia jurídica desempenha um papel importante na promoção da justiça e na compreensão das complexidades envolvidas nos casos legais relacionados à sexualidade humana. 
Profissionais que atuam na área de sexologia forense geralmente possuem formação acadêmica em psicologia, direito ou áreas relacionadas, combinada com especialização em sexologia ou treinamento específico em sexologia forense. Aqui estão algumas características típicas da formação desses profissionais:
 Graduação em Psicologia ou Direito
 Muitos profissionais em sexologia forense têm uma formação acadêmica inicial em psicologia ou direito. A graduação em psicologia proporciona uma compreensão aprofundada do comportamento humano, enquanto a formação em direito fornece conhecimento jurídico fundamental.
 Pós graduação em psicologia ou Sexologia Forense
 A obtenção de um diploma de pós-graduação em sexologia, psicologia forense ou áreas relacionadas é comum para profissionais que desejam se especializar em sexologia forense. Essa especialização pode incluir cursos e treinamentos específicos relacionados à avaliação forense em casos sexuais, aspectos legais da sexualidade, entre outros.
Experiência Clínica ou Forense
A experiência prática é crucial. Profissionais muitas vezes adquirem experiência clínica trabalhando em contextos psicológicos, como clínicas, hospitais ou consultórios particulares. Além disso, experiência forense, como colaboração com tribunais e participação em avaliações forenses, é altamente valorizada.
Pode-se concluir que a psicologia Jurídica, além de imprescindível para que a justiça prevaleça, tem uma gama imensa de áreas de atuação, no entanto, a formação acadêmica é deficiente e os investimentos parcos, seja público ou privado. Nota-se ainda o despreparo para lidar com novas situações que surgem a cada dia, pois o desenvolvimento entre as relações da Psicologia e do Direito avançam em velocidade exponencial. Apesar da demanda crescente, seja no âmbito da psicologia da polícia militar, por exemplo, com crescentes casos de violência policial, mortes de policiais em serviço ou fora dele, abusos e mortes de civis por policiais, a atuação ainda fica concentrada às questões da infância e juventude, na psicologia jurídica e as questões da família. 
A psicologia é uma parceira imprescindível do Estado e do Direito na busca de um organismo mais eficiente para auxiliar a garantia da paz e da justiça social na sociedade brasileira.
BIBLIOGRAFIA
* Magalhães, Caio Corrêa, “A Psicologia Jurídica no Brasil e seus Ramos de Atuação” - Revista Rumos da Pesquisa em Ciências Empresariais, Ciências do Estado e Tecnologia Cadernos de Jurídicos;
* Lago, Vivian de Medeiros; Amato Paloma; Teixeira, Patrícia Alves; Rovinski, Sonia Liane Reichert; Bandeira, Denise Ruschel – “Um breve histórico da psicologia jurídica no Brasil e seus campos de atuação” – Estudos de Psicologia – Campinas;
*Fiorelli, José Osmir; Mangini, Rosana Cathya Ragazzoni – “Psicologia Jurídica” – Editora Atlas;
* Pinheiro, Carla – “Manual de Psicologia Jurídica” – Editora Saraiva;

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