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DIFERENÇAS GRAMATICAIS ENTRE A LINGUA PORTUGUESA E LIBRAS OBJETIVOS • Refletir sobre as diferenças gramaticais entre a língua portuguesa e a libras • Compreender as dificuldades enfrentadas pelos ouvintes ao aprender a libras e considerar a enorme importância que a língua de sinais tem para as comunidades surdas DESCRIÇÃO Faça uma analogia entre a estrutura da língua portuguesa e da libras apresentando em quadros as principais diferenças entre essas línguas. Agora sabendo que a maioria dos ouvintes apresenta dificuldade para aprender a língua de sinais, responda ao questionamento a seguir com base nos conhecimentos adquiridos: qual aspecto você julga ser mais difícil? Os sinais manuais ou não manuais como por exemplo, a interrogação ou a negação? Justifique sua resposta. Em relação a aquisição de uma língua e o desenvolvimento da linguagem, complemente seu texto, abordando a importância da língua de sinais para o desenvolvimento linguístico, cognitivo e afetivo da criança surda e de como é importante que os ouvintes também aprendam essa língua. INTRODUÇÃO A discussão sobre surdez, educação e língua de sinais vem sendo ampliada nos últimos anos por profissionais envolvidos com a educação de surdos, como também pela própria comunidade surda. Segundo Moura (2000), a educação e inserção social dos surdos constituem um sério problema, e muitos caminhos têm sido seguidos na busca de uma solução. A língua de sinais, língua natural dos surdos, natural dos surdos, pois essa a criança surda adquire de forma espontânea sem que seja preciso um treinamento específico, ainda é considerada por muitos profissionais apenas como gestos simbólicos. De uma maneira geral, em nossa sociedade não existe lugar para as diferenças, sendo os surdos usuários da língua de sinais desconsiderados no processo educacional. (DIZEU, CAPAROLI, 2005) A linguagem por sua vez é tida como tudo que envolve significação, que tem valor semiótico, não se restringindo apenas a uma forma de comunicação, e é nela que o pensamento do indivíduo é constituído (Goldfeld, 1997). A autora refere, ainda, que a linguagem está sempre presente no sujeito, até quando este não está se comunicando com outras pessoas; assim ela constitui o sujeito, a forma como este recorta e percebe o mundo e a si próprio. A criança ouvinte desde seu nascimento é exposta à língua oral, dessa forma é fornecida para ela a oportunidade de adquirir uma língua natural, a qual irá permitir realizar trocas comunicativas, vivenciar situações do seu meio e, assim, possuir uma língua efetiva e constituir sua linguagem. Para a criança surda deveria ser dada a mesma oportunidade, de adquirir uma língua própria para constituir sua linguagem. A nossa sociedade não está preparada para receber o indivíduo surdo, não lhe oferecendo condições para que se desenvolva e consolide sua linguagem. Sendo assim, podemos depreciar relatos que afirmam ser a surdez causadora de limitações cognitivas e afetivas, pois a verdadeira limitação está nas condições oferecidas a esse sujeito surdo.(DIZEU, CAPAROLI, 2005) PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE A LINGUA PORTUGUESA LIBRAS LIBRAS LINGUA PORTGUESA A LIBRAS é uma língua viso-motora ou espaço-visual, baseada em sinais e gestos. A língua portuguesa é uma língua oral- auditiva, baseada na fala e na audição. A LIBRAS tem uma estrutura gramatical baseada em tópico-comentário, ordem temporal e classificadores. A língua portuguesa tem uma estrutura gramatical baseada em palavras, frases e sentenças. A LIBRAS utiliza configurações de mão, movimentos, expressões faciais e corporais. A língua portuguesa utiliza palavras, letras e regras gramaticais. A escrita da LIBRAS é feita por meio de símbolos gráficos chamados SignWriting. A escrita da língua portuguesa é feita por meio de letras e acentos. DISCUSSÃO As línguas de sinais igualmente sofrem modificações de um país para outro e mesmo dentro de um único país, de uma região para a outra. No entanto, independentemente da localidade, as línguas de sinais são plenas de todos os aspectos linguísticos, sendo caracterizadas pelo seu aspecto viso-gestual, no qual alguns elementos são de grande importância: o contato visual; a delimitação do espaço no qual os sinais serão efetuados, de modo a serem executados de forma compreensível pelo interlocutor; as condições de iluminação do local onde se pretende efetuar a comunicação; o posicionamento de ambos interlocutores, para favorecer a compreensão de todos os sinais executados por ambas as partes; e o valor das expressões faciais durante a comunicação, que podem transmitir aspectos importantes como intensidade, ironia, desprezo, entre outros. Por essa razão, através da língua de sinais é possível transmitir todo tipo de conteúdo, concreto ou abstrato, nos mais variados gêneros discursivos (BRITO, 1995; FERNANDES, 2003; QUADROS; KARNOPP, 2004; GESSER, 2009). Os surdos enfrentam muitas dificuldades para aprender a ler e escrever em português, pois é uma língua oral-auditiva que não corresponde à sua modalidade natural de comunicação. Muitas vezes, os surdos não têm acesso a intérpretes de libras nas escolas, o que dificulta seu processo de alfabetização e inclusão. a língua de sinais é fundamental para a formação da identidade e da subjetividade dos surdos, pois é através dela que eles se expressam, se relacionam e se reconhecem como sujeitos. A língua de sinais também é essencial para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social dos surdos, pois é a base de seu pensamento e de sua aprendizagem. De forma particular acredito que a interrogação seja mais difícil de ser realizada já que é necessário mais sinais para questionar. IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA DE SINAIS PARA O DESENVOLVIMENTO LINGUÍSTICO, COGNITIVO E AFETIVO DA CRIANÇA SURDA A comunicação é uma necessidade humana, e as linguagens oral e escrita são as formas mais comuns de comunicação. Por isso, pode-se dizer que a linguagem é natural do ser humano e, através da linguagem, o ser humano estrutura seu pensamento, traduz o que sente, registra o que conhece, se comunica com os outros, produz significação e sentido. (USAN, OLIVEIRA, OSCAR, LEON, 2008) Crianças que ainda não adquiriram esta linguagem apresentam grande dificuldade na aprendizagem, este fato está ligado à noção de que a Libras é, ou deveria ser, a língua materna dos surdos. Não porque é a língua natural deles, mas sim porque, tendo os surdos bloqueio para a aquisição espontânea de qualquer língua natural oral. (USAN, OLIVEIRA, OSCAR, LEON, 2008) A Língua de Sinais é extremamente importante para o desenvolvimento linguístico, cognitivo e afetivo da criança surda. A aquisição dos sinais logo nos primeiros anos de vida é fundamental para a interação social e para a aquisição dos conceitos. A língua de sinais é o meio pelo qual a criança surda interagirá com outras crianças, surdas ou ouvintes, professores, amigos, familiares, etc. A língua de sinais é importante para o desenvolvimento da pessoa surda, especialmente nos casos de surdez pré-linguística, de modo a facilitar o processo de inclusão social da mesma. CONCLUSÃO O ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na escola, além de ser uma educação inclusiva, é responsável pela formação de alunos surdos no país, criando novas possibilidades para essas crianças. Muito se fala sobre a importância da aprendizagem de uma segunda língua na infância, mas raramente vemos a Língua de Sinais sendo utilizada como uma opção para crianças ouvintes. O ensino de Libras para crianças ouvintes e surdas é importante para a inclusão social e acessibilidade, pois a comunidade surda enfrenta muitas dificuldades no que diz respeito a comunicação e educação. Aprender Libras desde cedo pode melhorar as habilidades de atenção das crianças, a discriminaçãovisual e a memória espacial. Além disso, o ensino de Libras para crianças ouvintes e surdas pode promover a Libras, a cultura surda e, sobretudo, a possibilidade de poder se comunicar com seus pares diferentes valorizando a diversidade desde a Educação Infantil. O lúdico pode ser um facilitador do ensino de Libras, pois as atividades constituídas por jogos e brincadeiras podem incentivar a criatividade e a imaginação, despertando o interesse dos pequenos pelo conhecimento e ajudando em seu desenvolvimento. REFERÊNCIAS DIZEU, CAPAROLI, 2005. A língua de sinais constituindo o surdo como sujeito. Disponivel em; https://www.scielo.br/j/es/a/LScdWL65Vmp8xsdkJ9rNyNk/#. Acesso em 15 de nov de 2023 GOLDFELD, M. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sócio- interacionista. São Paulo: Plexus, 1997. MOURA, M.C. O surdo: caminhos para uma nova identidade. Rio de Janeiro: Revinter, 2000. USAN, OLIVEIRA, OSCAR, LEON, 2008. A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS – (LIBRAS) COMO LÍNGUA MATERNA NO CONTEXTO DA ESCOLA DO ENSINO FUNDAMENTAL. Disponivel em; http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2008/anais/arquivosINIC/INIC1396_01_A.pdf. Acesso em 16 de nov de 2023
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