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PALMAS - TOCANTINS 27 de junho de 2013 1 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. JOSÉ HENRIQUE RODRIGUES TORRES SEMINÁRIO MACRORREGIONAL NORTE “PARA ELAS: POR ELAS, POR ELES, POR NÓS” ÁREA TÉCNICA DA SAÚDE DA MULHER DO TOCANTINS SESAU NÚCLEO PROMOÇÃO DA SAÚDE E PAZ FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG 2 ASPECTOS ÉTICOS E JURÍDICOS DA ATENÇÃO À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA JOSÉ HENRIQUE RODRIGUES TORRES 3 JHTorres TODA MULHER É SEDUTORA E MENTIROSA FEDRA 4 1.- “VA LÁ, DIGA-SE TUDO” (Machado de Assis, “Dom Casmurro”: capítulo em que Bentinho, convencido de que Capitu havia capitulado, pensa em praticar o suicídio e coloca veneno na xícara de café que estava prestes a beber, mas, em seguida, diante da chegada de Ezequiel, pensa em matá-lo). 2.-Fedra casou-se com Teseu, mas apaixonou-se por Hipólito, filho do marido. Hipólito não cede à sedução de Fedra, que se mata, deixando uma carta para Teseu, na qual acusa Hipólito de tê-la estuprado ... a que ponto chega a maldade feminina !!!! A HISTÓRIA DE MARIA JHTorres 5 Uma história de uma mulher estuprada. Anos 1940. MARIA está no ponto de ônibus. É madrugada. Ela é atacada, arrastada para um matagal e é estuprada. Abandonada no local, humilhada, sofrendo muito, ela vai a uma DELEGACIA DE POLÍCIA. Policiais ... SILVIA MARLENE ÉRICA ZULMIRA PATRÍCIA CRISTINA SOLANGE DORA FÁTIMA SELMA ROSÂNGELA INÊS CATARINA REGINA VILMA MAURA APARECIDA VALDETE SOLANGE CARLA ELIANE GISELE JULIA PAULA LUZIA FERNANDA CLARA SUZANA JOANA VALDEREIDE ANA SILVIA AMALIA RITA ALINE BENEDITA SELMA ARIANE ANITA LARA LUIZA VALERIA LUANA LARISSA ANTONIA OLIVIA SONIA TEREZA VALÉRIA CLÁUDIA ZÉLIA NICOLE MARTA DURVALINA ADRIANA JOSILENE JANAINA HELENA INES MARCELA IARA MÔNICA NADIA PIEDADE LÚCIA JHTorres 6 Essa história se repete nos anos seguintes, até hoje, com Silvia, Marlene, ...... Milhares de mulheres morrem ou sofrem terríveis seqüelas em razão de aborto inseguro. O filme O CRIME DO PADRE AMARO, baseado no livro de Eça de Queiroz, mostra uma dessas histórias de aborto inseguro que mata ! POR QUEM OS SINOS DOBRAM ? ELES DOBRAM POR TI John Donne JHTorres 7 UMA HISTÓRIA DE VIOLÊNCIA, DOMINAÇÃO E EXCLUSÃO - Concepção moral ultrapassada - Submissão carnal - Subordinação entre os sexos IDEOLOGIA PATRIARCAL DE DOMINAÇÃO MASCULINA JHTorres 8 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. A OMISSÃO DO ESTADO JHTorres 9 DIREITO À SAÚDE CONSTITUIÇÃO FEDERAL TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL CAPÍTULO II – DA SEGURIDADE SOCIAL SEÇÃO II – DA SAÚDE Artigo 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas socais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. JHTorres 10 GARANTIAS FUNDAMENTAIS SISTEMA DE DIREITOS HUMANOS CF, artigo 5º, §§ 2º, 3º e 4º CF, artigo 60, § 4º, IV CLÁUSULAS PÉTREAS JHTorres 11 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. DIREITOS HUMANOS TRATADOS RATIFICADOS PELO BRASIL Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher – “Convenção de Belém do Pará” (1994), em 27 de novembro de 1995 Convenção Interamericana para prevenir e punir torturas (1985) em 20 de julho de 1989 Convenção Americana de Direitos Humanos – “Pacto de San José da Costa Rica” (1969), em 25 de setembro de 1992 Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes (1984), em 28 de setembro de 1989 Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher (1979), em 1º de outubro de 1984 Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966), em 24 de janeiro de 1992 JHTorres 12 DIREITOS HUMANOS NATUREZA CONSTITUCIONAL (artigo 5º, parágrafos 1º ao 4º) direito à igualdade direito à não discriminação direito à autodeterminação direito à segurança pessoal direito de não ser objeto de ingerências arbitrárias em sua vida pessoal e familiar direito de respeito à sua liberdade de pensamento e consciência direito de respeito à vida direito de que se respeite a sua integridade física, psíquica e moral direito ao respeito à sua dignidade direito ao acesso a procedimentos jurídicos justos e eficazes quando submetida a violência direito de não ser submetida a nenhum tratamento desumano ou cruel, no aspecto físico ou mental, direito ao tratamento de sua saúde física e mental. JHTorres 13 DIREITOS HUMANOS DECLARAÇÃO DE PEQUIM: - os direitos da mulheres são direitos humanos - o direito à ASSISTÊNCIA À SAÚDE SEXUAL e REPRODUTIVA das mulheres DECLARAÇÃO E PROGRAMA DE VIENA: - direitos das mulheres à IGUALDADE, TOLERÂNCIA e DIGNIDADE PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS: - Estados assumem a obrigação de criar condições que assegurem a todos ASSISTÊNCIA MÉDICA plena JHTorres 14 DIREITOS HUMANOS CEDAW - Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher: - direitos à assistência à saúde sexual e reprodutiva das mulheres - Estados comprometem-se a proteger as mulheres dos efeitos negativos à saúde causados pelo abortamento CONVENÇÃO DE BELÉM DO PARÁ - Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher: - direito das mulheres a uma vida livre da morte materna evitável. JHTorres 15 CÓDIGO PENAL – 1940 ARTIGO 128 ABORTAMENTO NÃO CRIMINOSO Compromissos internacionais afirmam que é um dever do Estado prestar assistência às mulheres para a prática do abortamento não criminoso JHTorres 16 17 JHTorres DANAÍDES 18 Mérope é filha de Enopião. Este oferecia a filha em casamento. .............. Protificou-se a casar-se com ela. Mérope é estuprada, mas o mito grego preocupa-se apenas em contar a história do estuprador e do pai de Mérope, que desaparece. A preocupação é apenas com os costumes e com a dominação e controle do pai. “SE A MÃO FICA DISTANTE DO CORAÇÃO, É PORQUE EXISTE UMA GRANDE DISTÂNCIA ENTRE A INTENÇÃO E O GESTO” RUI GUERRA (FADO TROPICAL, com Chico Buarque de Holanda) JHTorres 19 A NOVA ESCOLA PENAL O papel da mulher na etiologia do crime. “A capacidade craneana da mulher é inferior ao homem na razão de 142 a 220, o que quer dizer na maioria geral dos casos a mulher é muito inferior em intelligencia ao homem.” “A estreiteza da sua intelligencia não lhes permitte pois conceber, preparar, amadurecer, realizar estes crimes que exigem reflexões acuradas, profundas, frias, encandeiamento de acção, série de planos.” “Lombroso demonstrou que a camada cerebral é menos activa na mulher do que no homem, principalmente nos centro psychicos, que a irritação provocada pela degenerescencia se fixa menos constante e solidamente.Em vez portanto da criminalidade chegar-se-ha simplesmente a hysteria ou a epilepsia.” JHTorres 20 HEGEL “ A diferença entre um homem e uma mulher é a mesma que existe entre um animal e uma planta. O animal corresponde mais ao caráter do homem, a planta mais ao da mulher, pois o seu desenvolvimento é mais tranqüilo, já que tem por princípio a unidade mais vaga do sentimento. Se as mulheres estão à frente do governo, o Estado está em perigo, pois agem elas segundo a inclinação e a opinião casuais. Os homens chegam à sua posição às custas de muito pensar e de muitos esforços técnicos.” JHTorres 21 Pequena enciclopédia de moral e civismo – Ministério da Educação e Cultura - 1.967 ECONOMIA DOMÉSTICA: (...) “Para o homem, os ensinamentos devem orientar-se no sentido de despertar-lhe o senso de responsabilidade como cabeça do casal (...). Quanto à mulher, o ensino da Economia Doméstica deve estimulá-la a desenvolver suas aptidões naturais para dona de casa, de modo que possa, através das chamadas prendas domésticas, realizar ou dirigir as tarefas das quais depende o ambiente de ordem, asseio e alegria necessárias à plenitude da felicidade da família” JHTorres 22 Aurélio Buarque de Holanda conceito de mulher s.f. do latim mulier “ser frágil, dependente, mentiroso, fútil, superficial, ou interesseiro 23 “Toda moça é mansa e delicada” Riobaldo – Guimarães Rosa JHTorres 24 Direitos do homem JHRTorres 25 Quando uma pessoa Se for homem Se for mulher se comporta de forma: dizemos que ele é: dizemos que ela é: Ativa Insistente Desenvolta Desinibida Temperamental Diligente Extrovertida Não submissa Se quer superar-se Se muda de opinião Se lê muito Obediente Se revela um segredo Inquieto Tenaz Vivaz (ativo) Espontâneo Exaltado Inteligente Comunicativo Firme, forte Ambicioso Reconhece os erros Tem futuro Respeitoso Age por uma causa nobre Nervosa Teimosa Grosseira Desavergonhada Histérica Curiosa Assanhada Dominadora Caprichosa Insegura Perde tempo Submissa, fraca Fofoqueira JHTorres 26 “ Ante a lei há um porteiro.” Franz Kafka, “O Processo” JHTorres 27 MULHER DISCRIMINAÇÃO ESTEREÓTIPO DESIGUALDADE DIREITOS HUMANOS JHTorres 28 SISTEMA PENAL ANDROCÊNTRICO Rapto de mulher honesta Rapto consensual Crimes contra os costumes Estupro e atentado violento ao pudor Valorização da virgindade Presunção de violência ABORTO JHTorres 29 MAGNITUDE SOCIAL DO ABORTAMENTO x INEFICÁCIA DA CRIMINALIZAÇÃO BRASIL 1.000.000/ano (250.000/ano – SUS) 30/1.000 mulheres em idade reprodutiva já praticaram o abortamento AMÉRICA LATINA e CARIBE 4.000.000/ano MUNDO 46.000.000/ano Paula Rego JHTorres 30 Dados mundiais sobre o abortamento inseguro 210 milhões de gestações / ano 75 milhões de gestações não desejadas 46 milhões de abortos induzidos / ano (22%) 20 milhões de abortos inseguros / ano 67 mil mulheres morrem por aborto inseguro / ano milhões de mulheres com graves complicações reprodutivas Fontes World Health Organization. Safe Abortion: technical and policy guidance for health systems, 2003 World Health Organization. Unsafe Abortion, 1998 JHTorres 31 Fonte Abortamento inseguro no mundo a cada minuto: 380 mulheres engravidam 190 mulheres com gestações não planejadas ou não desejadas 110 mulheres referem complicações da gravidez 40 mulheres realizam um abortamento Inseguro. The White Ribbon Alliance For Safe Motherhood, 1998 JHTorres 32 Abortamento inseguro no mundo 95% dos abortos inseguros ocorrem em países em desenvolvimento 2 de cada 5 procedimentos de aborto são realizados em condições inseguras 13% das mortes maternas no mundo se devem ao aborto inseguro Fontes World Health Organization. Safe Abortion: technical and policy guidance for health systems, 2003 World Health Organization. Unsafe Abortion, 1998 1 morte a cada 7 minutos JHTorres 33 Abortamento inseguro na América Latina 182 milhões de gestações / ano 36% não planejadas 4 milhões de abortamentos 21 – 24 % das mortes maternas Fontes World Health Organization. Safe Abortion: technical and policy guidance for health systems, 2003 World Health Organization. Unsafe Abortion, 1998 JHTorres 34 Abortamento inseguro no Brasil 3,65 abortos por 100 mulheres de 15 a 49 anos Perfil das mulheres: jovens (menores de 20 anos e primigestas) 20% dos mortes maternas no Maranhão (1987 - 1991) Salvador – 1ª causa de morte materna desde 1990 3ª causa de morte materna em São Paulo - 9,9 % 5ª causa mais freqüente de internação 2º procedimento obstétrico mais realizado 250 mil internações pelo Sistema Único de Saúde para tratamento das complicações do abortamento Fonte Ministério da Saúde Brasil & Alan Guttmacher Institute JHTorres 35 1 morte materna em 100.000 (0,001%) Aborto seguro e aborto inseguro Fonte World Health Organization. Unsafe Abortion, 1998 1 morte materna em 100 (1%) Países em desenvolvimento (aborto inseguro) mortalidade materna 1.000 vezes maior EUA (aborto seguro) JHTorres 36 MORTE MATERNA NO ABORTO INSEGURO MUNDO 60.000 a 70.000 mulheres por ano BRASIL segunda ou terceira causa de morte materna JHTorres UM MULHER MORRE POR DIA NO BRASIL POR ABORTO INSEGURO 37 “ELA ESTÁ MORRENDO DE TANTO SANGRAR” EL CRIMEN DE PADRE AMARO um filme de CARLOS CARRERA “O crime do Padre Amaro” de Eça de Queiros JHTorres 38 JHTorres 39 MORTALIDADE MATERNA 40 41 ABORTO INSEGURO 42 “AS MORTES DE MULHERES SÃO APENAS A PONTA DO ICEBERG” Faúndes e Barcelatto “O drama do aborto – em busca de um consenso” SEQÜELAS FÍSICAS E PSÍQUICAS Infecções, doença inflamatória pélvica, lesões traumáticas e químicas, reações tóxicas, hemorragias, anemia, choque, peritonite, contaminação ao HIV, septicemia, choque séptico, situações que provocam a morte, retirada das trompas e do útero, esterilidade, gravidez tubária, dores pélvicas crônicas, anorgasmia, limitação da vida diária e sexual, depressão e complicações psicológicas. CONSEQÜÊNCIAS SOCIAIS E ECONÔMICAS filhos na orfandade e desestrutura unidades familiares JHTorres 43 CAIRO/94 Os Estados não devem promover o aborto como método anticonceptivo, mas reconhecem que o aborto é um problema de saúde pública BEIJING/95 Os Estados se comprometem a rever a sua legislação repressiva relacionada ao aborto. CONSENSO DE GENVAL BÉLGICA -1994 CONSENSO DE CHIANG MAI TAILÂNDIA - 2004 JHTorres 44 CONSENSO DE GENVAL - BÉLGICA/1994 RELATÓRIO 1.- a voz de nenhuma fé isoladamente deve ter tanto peso como para esterilizar o debate ou paralisar ações na agenda internacional; 2.- cada mulher individualmente tem liberdade de seguir sua consciência em assuntos que têm um impacto sobre a sua sobrevida, saúde, bem estar e destino. Para que essa liberdade tenha significado, as mulheres precisam de acesso à educação, aos recursos para a sua saúde reprodutiva e oportunidade para seu desenvolvimento pessoal e progresso socioeconômico 3.- Qualquer que seja a posição referente ao aborto, as comunidades religiosas não podem desprezar o fato de que este ocorre e que, em lugares onde o abortoé ilegal ou severamente restrito, ele frequentemente representa um risco para a vida e saúde das mulheres. CONCLUSÃO: “A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO, PORTANTO, É UMA RESPOSTA MÍNIMA A ESTA REALIDADE, E UM MEIO RAZOÁVEL DE PROTEGER A VIDA E A SAÚDE DAS MULHERES EM RISCO” JHTorres 45 DECLARAÇÃO DE CHIANG MAI TAILÂNDIA - 2004 “Em nenhum lugar o papel das religiões é mais evidente que na área da saúde sexual e reprodutiva das mulheres. Considerando a preocupação moral e a variedade de posições em torno do aborto, o ponto de vista de uma religião em particular não pode se impor sobre a consciência de outros. A descriminalização do aborto é uma resposta mínima a essa realidade” JHTorres 46 BRASIL ESTADO DEMOCRÁTICO E SOCIAL DE DIREITO QUE RESPOSTA ? QUE SOLUÇÃO ? COMO ENFRENTA ? JHTorres 47 O ABORTAMENTO É CRIME. JHTorres 48 aborto não criminalizado aborto não criminalizado World Health Organization, 1997 Stephenson et al, AM J Public Healh, 1992 Mortes por 100 mil nascidos vivos total de mortes maternas mortalidade por aborto aborto criminalizado mortalidade outras causas Efeito da proibição do abortamento sobre a mortalidade materna e mortalidade por aborto na Romênia (1960-1995) Fontes 49 Evolución de la tasa de abortos después de la legalización en Francia Fuente: The Alan Guttmatcher Institute. Sharing responsibility: Women, Society and Abortion Worldwide. New York: The Alan Guttmacher Institute, 1999 . 50 50 50 Evolución de la tasa de abortos después de la legalización en Francia e Italia Fuente: The Alan Guttmatcher Institute. Sharing responsibility: Women, Society and Abortion Worldwide. New York: The Alan Guttmacher Institute, 1999 . 51 51 51 Os Estados devem adotar: “a eliminação de preceitos que discriminam a mulher, como as severas punições impostas ao aborto, permitido legalmente apenas em restritas situações” “medidas para prevenir a coerção nos domínios da fertilidade e da reprodução, assegurando que mulheres não sejam forçadas a procedimentos médicos sem segurança, como o aborto ilegal, realizado sem a garantia de serviços sanitários apropriados, capacitados e seguros” Recomendação Geral n. 19, do Comitê CEDAW Comitê CEDAW JHTorres 52 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. Comitê PIDESC RECONHECENDO que a criminalização do aborto tem um impacto perverso na saúde das mulheres: (3) evidenciou a necessidade da mantença de um sistema jurídico que garanta a realização do abortamento sem restrições, com a garantia de acesso a serviços de alta qualidade para todas as mulheres, independentemente de idade, origem, estado civil ou nível de educação. (2) proclamou, expressamente, que a descriminalização do abortamento deve ser promovida para “proteger as mulheres dos efeitos do aborto clandestino e inseguro e para garantir que as mulheres não se vejam constrangidas a recorrer a tais procedimentos nocivos” e (1) afirmou a necessidade de adoção de programas de planejamento familiar como uma forma de diminuir a ocorrência do aborto JHTorres 53 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. SISTEMA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS consagra o princípio de que os Estados devem assumir o aborto como uma questão de saúde pública, promovendo a exclusão de todas e quaisquer medidas punitivas imposta às mulheres que realizam a interrupção voluntária da gravidez CEDAW, 20ª Session (1999) General Recommendation n. 24 JHTorres 54 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. DIREITOS DAS MULHERES Conferência do Cairo (1994) - à informação e acesso aos serviços para exercer seus direitos e responsabilidades reprodutivas. - de decidir sobre o exercício da maternidade - à livre decisão, sem coerção, discriminação ou violência, como um direito fundamental - à garantia de sua saúde sexual e reprodutiva - ao controle sobre a sua sexualidade JHTorres 55 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. Conferência de Beijing (1995) Reconhece os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres Afirma que os Estados-Partes tem o dever de proteger tais direitos Enfatiza a necessidade da garantia da autodeterminação, da igualdade e da segurança sexual e reprodutiva das mulheres para a plena vivência de sua saúde sexual e reprodutiva JHTorres 56 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. “A gente quer ter voz ativa No nosso destino mandar” Chico Buarque de Holanda JHTorres 57 Comitês da ONU PIDESC (sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais) CEDAW (sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher) 2003 o Estado brasileiro deve adotar medidas que garantam o pleno exercício dos direitos sexuais e reprodutivos, enfatizando, mais uma vez, a incompatibilidade entre a crimimalização do abortamento e a necessidade de garantir a saúde das mulheres, pois o abortamento, conforme já reconhecido pelo sistema Internacional de Direitos Humanos, é um grave problema de saúde pública, não um problema que pode ser enfrentado no âmbito repressivo dos sistemas penais. JHTorres 58 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. Plano de Ação de Beijing reconhece os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres Capitulo “Mulher e Saúde” evidencia a incompatibilidade da criminalização do abortamento com a necessidade da garantia material à plena assistência no âmbito da saúde JHTorres 59 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. SISTEMA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS Afasta o enfrentamento do aborto do âmbito do sistema penal, que, em face de seu caráter repressivo, exclui, estigmatiza e impede que as mulheres tenham o necessário acolhimento do Estado no que diz respeito ao exercício material de seu direito à plena assistência sanitária Conferência Internacional de População e Desenvolvimento JHTorres 60 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. “Os direitos sexuais e reprodutivos devemser compreendidos sob a perspectiva dos direitos humanos” e “é sob esse prisma que se insere a problemática do aborto” Daniel Sarmento e Flávia Piovesan, org., Nos limites da vida, Ed. Lumen Juris, RJ, p. 207 Flávia Piovesan JHTorres 61 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. A jurisprudência afirma que o aborto não viola o direito à vida, ainda que protegido pela Convenção Americana, “em geral”, desde a concepção, nos termos de seu artigo 4º, endossando, assim, a necessidade de se estabelecer um juízo de ponderação entre os direitos fundamentais da mulher e os direitos de uma vida em potencial. Ver Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Caso 2141, http://www.cidh.org/annualrep/80.81sp/EstadosUnidos2141.htm Comissão Interamericana de Direitos Humanos JHTorres 62 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. SISTEMA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS Afasta o enfrentamento do aborto do âmbito do sistema penal, que, em face de seu caráter repressivo, exclui, estigmatiza e impede que as mulheres tenham o necessário acolhimento do Estado no que diz respeito ao exercício material de seu direito à plena assistência sanitária Conferência Internacional de População e Desenvolvimento JHTorres 63 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. “O feto não goza de direito absoluto à vida, pois o seu direito deve ser ponderado com o direito da mulher, rejeitando, assim, expressamente, o argumento de que as leis nacionais que autorizam o aborto são violadoras do artigo 2º da Convenção Européia, o qual protege o direito à vida, indicando a necessidade de ponderação entre os interesses da mulher e os interesses do Estado de proteger o feto” “Os Estados têm discricionariedade legítima para permitir o abortamento, pois, a necessária ponderação de bens, a envolver a colisão entre os direitos da mulher e os direitos de uma vida em potencial (direitos do feto), deve guiar-se pelo princípio da proporcionalidade, em sua tripla dimensão – adequação, necessidade e proporcionalidade estrita. caso Vo x França, 2004. caso Boso x Italia, 2002. caso R.H. x Noruega, 1992. Fonte: http://www.echr.coe.int/Eng/Judgments.htm www.reproductiverights.org/pdf/pub_bp_RREuropeanCourt.pdf Corte Européia de Direitos Humanos JHTorres 64 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. JHTorres ABORTO NINGUÉM É A FAVOR 65 66 DA INCOMPATIBILIDADE DA CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO COM OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS LIMITADORES DA CRIMINALIZAÇÃO JHTorres 67 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. “sob a égide da principiologia da intervenção mínima, ontologicamente impregnada na concepção do Estado Democrático de Direito, é obrigatória e imprescindível a observância dos princípios democráticos limitadores do processo de criminalização, entre os quais podem ser lembrados os seguintes: princípio da idoneidade; princípio da proporcionalidade; princípio da subsidiariedade; e princípio da racionalidade” RAÚL CERVINI, Los procesos de descriminalización, Montevideo, Editorial Universidad, 2ª ed., 1993 ALESSANDRO BARATA. Derecho penal y criminología, n. 31, Bogotá, Universidad Externado de Colombia, 1987. PRINCIPIOS LIMITADORES DA CRIMINALIZAÇÃO JHTorres 68 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. 69 PRINCÍPIO DA IDONEIDADE A criminalização de qualquer conduta deve ser um meio útil para controlar um determinado problema social JHTorres 70 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. Estimativas do número de abortos induzidos Brasil - 2005 MAGNITUDE DO ABORTO NO BRASIL: Aspectos Epidemiológicos e Sócio-Culturais - Leila Adesse - Diretora do programa de Ipas no Brasil – Mário F. G. Monteiro - Instituto de Medicina Social da UERJ JHTorres 71 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. Estimativas do número de abortos induzidos. Este indicador é utilizado para suprir a deficiência de informações disponíveis para medir a incidência de abortamentos, principalmente em países onde o abortamento não é livre. O método proposto pelo Instituto Alan Guttmacher é aceito e utilizado internacionalmente, tendo se tornado uma referência obrigatória em todos os estudos sobre magnitude do aborto.MÉTODO DE CÁLCULO Foram utilizados como fatores de correção um sub-registro de 12,5% e descontada uma proporção de 25% de abortos espontâneos. Assim a estimativa foi obtida aplicando-se a seguinte equação: número de internações por abortamento x 5 x 1,125 x 0,75. FONTE DOS DADOS PRIMÁRIOS (número de internações).Ministério da Saúde/SAS. SIH-SUS (www.datasus.gov.br). 1 - Ponto médio das estimativas do número de abortos induzidos = número de internações por abortamento x 5 x 1,125 x 0,75 (Metodologia do Instituto Allan Guttmacher) 2 - Limite superior das estimativas do número de abortos induzidos = número de internações por abortamento x 6 x 1,125 x 0,75 (Levando-se em conta a possibilidade de que o uso de misoprostol tenha reduzido a necessidade de internações em conseqüência de abortamento) 3 - Limite inferior das estimativas do número de abortos induzidos = número de internações por abortamento x 3,5 x 1,125 x 0,75 (admitindo a hipótese proposta por Corrêa e Freitas) JHTorres 72 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. INTERNAÇÕES POR ABORTO - SUS Brasil - 1992 a 2005 Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS-SIH/SUS JHTorres 73 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. PRINCÍPIO DA RACIONALIDADE No processo democrático de criminalização devem ser considerados os benefícios e os custos sociais causados pela adoção da medida proibicionista criminalizadora. JHTorres 74 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. A criminalização somente se justifica quando não houver outros meios ou alternativas para o enfrentamento do problema social a ser arrostado PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE JHTorres Estado-Penal Mínimo e da ultima ratio 75 IDEOLOGIAPATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. “A tutela penal há de ser ultima ratio das medidas culturais, econômicas, sociais e sanitárias, e não um sucedâneo para a falta delas” Tribunal Constitucional Português Diário da República, 2ª série, 25.06.1985, p. 255 JHTorres 76 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. educação formal e informal Políticas públicas de promoção da saúde das mulheres mantença de sistemas de acolhimento e orientação mantença de estruturas sanitárias preparadas para garantir os direitos à saúde física e psicológica capacitação de profissionais para promover o acolhimento das mulheres efetivação de programas eficientes de planejamento familiar JHTorres 77 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. “a vida intra-uterina reclama proteção do Estado, mas a Constituição Portuguesa (exatamente como a brasileira) não obriga que essa proteção tenha natureza penal, não sendo possível concluir que a ausência de proteção penal equivale pura e simplesmente a desamparo e desproteção” Corte Constitucional Portuguesa acórdão n. 85/85, de 29 de maio de 1985 Diário da República, 2ª série, 25.06.1985, p. 254 JHTorres 78 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. a descriminalização do aborto não implica deixar a vida intra-uterina ao desamparo, pois há formas mais eficazes e úteis de proteção da vida fora do sistema penal, especialmente no âmbito das políticas públicas sanitárias. JHTorres 79 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. Taxa de abortamento por 1.000 mulheres em idade fértil segundo acesso ao abortamento legal, educação sexual ampla e anticoncepção Henshaw et al, 1999 Holanda Bélgica Alemanha Colombia Brasil Chile Russia Romênia Vietnam JHTorres Clique para editar o texto mestre Segundo nível Terceiro nível Quarto nível Quinto nível 80 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. SISTEMA PROMOCIONAL SISTEMA REPRESSIVO Norberto Bobbio X (conservador) (transformador) JHTorres 81 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. “Descriminalizar significa abandonar, humildemente, a concepção de que é apenas através de qualificação jurídica, com recurso à tipificação penal, que se propulsiona o progresso da sociedade” Descriminalização, Revista do Instituto dos advogados Brasileiros, 1991, p. 187 Miguel Reale Junior JHTorres 82 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. “Onde for absolutamente irrelevante ou criminógena a tutela penal, apesar da dignidade punitiva de certa conduta, o Estado deve abster-se de incriminar” Maria Fernanda Palma Constituição e Direito Penal: as questões inevitáveis. in Jorge Miranda (org.). Perspectivas constitucionais nos 20 anos da constituição de 1976, v. II. Coimbra, Coimbra Editora,1997, p. 235 JHTorres 83 IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade. 2.6-COM A PROIBIÇÃO DE SE CRIMINALIZAR COMPORTAMENTOS FREQUENTES OU ACEITOS POR PARTE SIGNIFICATIVA DA POPULAÇÃO 2.5- COM A PROIBIÇÃO DE SE CRIMINALIZAR UMA CONDUTA DE FORMA SIMBÓLICA OU PROMOCIONAL 2.4- COM A PROIBIÇÃO DE SE CRIMINALIZAR UMA CONDUTA QUANDO SE TRATA DE TORNAR DOMINANTE UMA DETERMINADA CONCEPÇÃO MORAL. 2.3- COM O PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. 2.2- COM O PRINCÍPIO DA RACIONALIDADE 2.1- COM O PRINCÍPIO DA IDONEIDADE 2.- COM OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS LIMITADORES DA CRIMINALIZAÇÃO A INCOMPATIBILIDADE DA CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO 1.- COM O SISTEMA DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS DAS MULHERES. JHTorres 84 DESCRIMINALIZAÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA ILEGALIDADE CONSENTIDA JHTorres 85 O ABORTAMENTO É CRIME. JHTorres 86 O QUE É CRIME ? FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL JHTorres 87 FATO TÍPICO CÓDIGO PENAL Artigo 124 – Praticar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque Artigo 125 – Provocar aborto sem o consentimento da gestante Artigo 126 – Provocar aborto com o consentimento da gestante JHTorres 88 FATO TÍPICO ? Regulação menstrual DIU Eliminação do embrião excedente REDUÇÃO EMBRIONÁRIA PÍLULA DO DIA SEGUINTE Aborto indireto PÍLULA PRESERVATIVOS JHTorres 89 INÍCIO DA VIDA ??? NIDAÇÃO TEORIA GENÉTICO-DESENVOLVIMENTISTA FECUNDAÇÃO TEORIA CONCEPCIONISTA RESPOSTAS DA RELIGIÃO RESPOSTAS DA CIÊNCIA JHTorres 90 ABORTAMENTO CONCEITO MÉDICO “Lutar com as palavras, a luta mais vã Entanto lutamos, mal rompe a manhã Carlos Drumond de Andrade CONCEITO JURÍDICO-PENAL (TIPICIDADE) JHTorres 91 FATO TÍPICO ? Regulação menstrual DIU Eliminação do embrião excedente REDUÇÃO EMBRIONÁRIA PÍLULA DO DIA SEGUINTE Aborto indireto PÍLULA PRESERVATIVOS JHTorres 92 VOU ME EMBORA PRA PASÁRGADA “Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção ” 93 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. ANTIJURIDICIDADE CÓDIGO PENAL, artigo 23 Estado de necessidade Legítima defesa Estrito cumprimento do dever legal Exercício regular do direito JHTorres 94 ANTIJURIDICIDADE NO ABORTAMENTO CÓDIGO PENAL, artigo 128 ABORTO NECESSÁRIO ABORTO SENTIMENTAL ABORTO LEGAL NÃO CRIMINOSO JHTorres 95 ABORTAMENTO LÍCITO CELSO DELMANTO, Código Penal Comentado, p. 128 NELSON HUNGRIA, Comentários ao Código Penal, v. II, p. 306 a 312 JULIO FABRINI MIRABETE, Manual de Direito Penal, Parte Geral, p. 98 E. MAGALHÃES DE NORONHA, Direito Penal, Parte Especial, p. 58 DAMÁSIO EVANGELISTA DE JESUS, Direito Penal, Parte Especial, p. 136/137 CESAR ROBERTO BITENCOURT, Tratado de Direito Penal, Parte Especial, p. 142 JOSÉ HENRIQUE PIERANGELI, Manual de Direito Penal Brasileiro, p. 120 ROGÉRIO GRECO, Código de Direito Penal Comentado, p. 247 GUILHERME DE SOUZA NUCCI, Código Penal Comentado, v. II, p. 127 RICARDO ANTONIO ANDREUCCI, Manual de Direito Penal, p. 177 ABORTAMENTONÃO CRIMINOSO JHTorres 96 ABORTAMENTO NECESSÁRIO AUTORIZAÇÃO JUDICIAL ?! ÚNICA FORMA DE SALVAR A VIDA DA GESTANTE MÉDICO ?! CONSENTIMENTO ?! SALVAR A VIDA DA GESTANTE ?! DECISÃO MÉDICA COMPARTILHADA JHTorres 97 ABORTAMENTO NECESSÁRIO ÚNICA FORMA DE SALVAR A VIDA DA GESTANTE CASO BEATRIZ 22 anos, 19ª semana de gravidez lupus Eritemaosos Discoidea agravado com nefritis lúpica JHTorres SAN SALVADOR, EL SALVADOR (Chile - República Dominicana - Honduras – Nicaragua) aborto necessário não é descriminalizado 98 ABORTAMENTO NECESSÁRIO LIMINAR CONCEDIDA março/2013 ÚNICA FORMA DE SALVAR A VIDA DA GESTANTE COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA CIDH CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS CEJIL - Centro por la Justicia y el Derecho Internacional Feminista para el Desarollo Local de El Salvador Agrupación Ciudadana por la Despenalización del Aborto Terapéutico, Ético y Eugenésico de El Salvador JHTorres 99 VIOLÊNCIA SEXUAL E GRAVIDEZ 100 CICLO DA VIOLÊNCIA JHRTorres 30% das mulheres 1ª relação sexual forçada 52% das mulheres vítimas de assédio sexual 69% das mulheres vítimas de agressões físicas/sexuais FONTE: OMS 101 Fonte Beebe DK. J Miss State Assoc, 1998 12 milhões de crimes sexuais em todo o mundo Fonte NVCCVRT. Rape in America, 1992 683 mil estupros com violência física nos EUA Fonte Muram D et al. Obstet Gynecol Clin North Am, 1992 200 mil casos de abuso sexual contra crianças americanas Fonte Drezett J. Compreendendo a violência sexual. Pacto São Paulo, 2001 42 mil estupros com penetração vaginal estimados para o Estado de São Paulo Centro de Referência da Saúde da Mulher Hospital Pérola Byington Drezett, 2012 Violência sexual dados epidemiológicos anuais 1 hora 1368 crimes sexuais em todo o mundo 78 estupros nos EUA 4 estupros em São Paulo 23 casos de abuso sexual contra crianças nos EUA Fonte Gavin L et al. MMWR, 2009 100 mil registros entre mulheres jovens e 30 mil entre 10-14 anos nos EUA (2004 – 2006) 102 ABORTAMENTO SENTIMENTAL ético ou humanitário QUANDO A GESTAÇÃO RESULTA DE ESTUPRO CONSENTIMENTO ? ESTUPRO ? MÉDICO ? JHTorres 103 CÓDIGO PENAL/1940-2005 CRIMES CONTRA OS COSTUMES CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL ART. 213 - ESTUPRO Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça: TÍTULO VI PENA – reclusão, de seis a dez anos. JHTorres 104 CÓDIGO PENAL/1940-2005 CRIMES CONTRA OS COSTUMES CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL ART. 214 - ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal: TÍTULO VI PENA – reclusão, de seis a dez anos. JHTorres 105 ABORTAMENTO LÍCITO: ESTUPRO = AVP CELSO DELMANTO, Código Penal Comentado, p. 128 JULIO FABRINI MIRABETE, Manual de Direito Penal, Parte Geral, p. 100 E. MAGALHÃES DE NORONHA, Direito Penal, Parte Especial, p. 62 DAMÁSIO EVANGELISTA DE JESUS, Direito Penal, Parte Especial, p. 138/139 JOSÉ HENRIQUE PIERANGELI, Manual de Direito Penal Brasileiro, p. 121 GUILHERME DE SOUZA NUCCI, Código Penal Comentado, v. II, p. 127 ANALOGIA LUIZA NAGIB ELUF, Crimes contra os costumes e Assédio Sexual, p. 236 LUIZ REGIS PRADO, Código Penal Anotado, p. 469 PAULO JOSÉ DA COSTA, Curso de Direito Penal, p. 322 RICARDO ANTONIO ANDREUCCI, Manual de Direito Penal, p. 177 JHTorres 106 LEI Nº 12.015, de 7. 8. 2009 Artigo 6º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação CÓDIGO PENAL/1940-2005 TÍTULO VI PARTE ESPECIAL JHTorres 107 CÓDIGO PENAL/1940-2005-2009 CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL ART. 213 - ESTUPRO Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça: TÍTULO VI PENA – reclusão, de seis a dez anos. LEI Nº 12.015/2009 Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 108 CÓDIGO PENAL/1940-2005 CRIMES CONTRA OS COSTUMES PARTE ESPECIAL CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL CAPÍTULO II DA SEDUÇÃO E DA CORRUPÇÃO DE MENORES CAPÍTULO IV DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO V DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOAS CAPÍTULO VI DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR ART. 213 - ESTUPRO ART. 214 - ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR ART. 215 - POSSE SEXUAL MEDIANTE FRAUDE ART. 216-A – ASSÉDIO SEXUAL ART. 216 - ATENTADO AO PUDOR MTE FRAUDE ART. 218 - CORUPÇÃO DE MENORES ART. 223 - FORMAS QUALIFICADAS ART. 224 - PRESUNÇÃO DE VIOLÊNCIA ART. 225 - AÇÃO PENAL ART. 226 - AUMENTO DE PENA ART. 227 – MEDIAÇÃO P/ SERVIR A LASCÍVIA ART. 228 – FAVORECIMTO DA PROSTITUIÇÃO ART. 229 – CASA DE PROSTITUIÇÃO ART. 230 – RUFIANISMO ART. 231 – TRÁFICO INTERNAC. DE PESSOAS ART. 231-A – TRÁFICO INTERNO DE PESSOAS ART. 233 – ATO OBSCENO ART. 234 – ESCRITO OU OBJETO OBSCENO TÍTULO VI CAPÍTULO VII DISPOSIÇÕES GERAIS LEI Nº 12.015, de 7. 8. 2009 CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL ART. 214 - REVOGADO ART. 216 - REVOGADO ART. 215 - VIOLAÇÃO SEXUAL MEDTE FRAUDE ART. 223 - REVOGADO ART. 224 - REVOGADO ART. 231 – TRÁFICO INTERNAC. DE PESSOAS P/ FIM DE EXPLORAÇÃO SEXUAL ART. 231-A – TRÁFICO INTERNO DE PESSOAS P/ FIM DE EXPLORAÇÃO SEXUAL CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEIS ART. 218 - INDUZIMENTO DE MENOR À LASCÍVIA ART. 217-A – ESTUPRO DE VULNERÁVEL ART. 218-A – Satisfação da lascívia med presença de c/a ART. 218-B – Exploração da prostituição de vulnerável ART. 213 - ESTUPRO ART. 225 - AÇÃO PENAL CAPÍTULO V DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOAS ART. 228 – FAVORECIMTO DA PROSTITUIÇÃO ART. 229 – ESTABCI/TO EXPL. SEXUAL ART. 234-A =aumento penas ART. 234-B = segredo justiça 109 CÓDIGO PENAL/1940-2005-2009 CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL CAPÍTULO VII DISPOSIÇÕES GERAIS ART. 234 –A- Nos crimes definidos neste Título a pena é aumentada: TÍTULO VI I- VETADO II- VETADO III- de metade, se do crime resultar GRAVIDEZ IV- de um sexto até metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. JHTorres 110 ABORTAMENTO SENTIMENTAL ético ou humanitário AUTORIZAÇÃO JUDICIAL ? QUANDO A GESTAÇÃO RESULTA DE ESTUPRO B.O. ? CONSENTIMENTO ? ESTUPRO ? MÉDICO ? LAUDO IML ? FEDRA ? CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL JHTorres 111 CULPABILIDADE censura ou reprovação MALFORMAÇÃO FETAL COM INVIABILIDADE DE VIDA EXTRA-UTERINA JHTorres 112 5 MALFORAÇÃO FETAL NO SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS Comitê de Direitos Humanos da ONU, em 17 de novembro de 2005, CONDENOU o Estado do Peru a indenizar uma mulher por não ter tido acesso a um aborto seguro, na hipótese de má formação fetal incompatível com a vida. Caso K. H. versus Peru Comunicação n. 1153/2003 JHTorres 113 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatórioeram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. MALFORAÇÃO FETAL NO SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS Corte Constitucional Colombiana ‘Em caso de má formação fetal incompatível com a vida, não interromper a gestação implica tortura” JHTorres 114 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. “As leis não bastam, os lírios não nascem das leis” Carlos Drumond de Andrade O lago dos lírios - Monet JHTorres 115 ADPF n. 54 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL ANENCEFALIA STF 116 5 eletroencefalograma normal JHTorres eletroencefalograma de pessoa com morte cerebral JHTorres eletroencefalograma de feto anencefálico JHTorres CÓDIGO PENAL – 1940 ARTIGO 128 ABORTAMENTO NÃO CRIMINOSO Compromissos internacionais afirmam que é um dever do Estado prestar assistência às mulheres para a prática do abortamento não criminoso JHTorres 120 ABORTAMENTO NÃO CRIMINOSO “Às mulheres que optam pelo abortamento não criminoso devem ser garantidas todas as condições para a sua prática de forma segura e deve ser proporcionado a essas mulheres um tratamento humano e a devida orientação” Programa de Ação do Cairo, parágrafo 8.25 (Conferência Internacional de População e Desenvolvimento, Cairo, 1994) Plataforma Mundial de Ação de Pequim, parágrafo 106 k (4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, Pequim, 1995) Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e desenvolvimento, parágrafo 63, do Capítulo IV.C (Assembléia geral Extraordinária da ONU, Cairo + 5, Nova York, 1999) Documento de Resultados de Pequim + 5, parágrafo 107 i (Assembléia Geral Extraordinária da ONU, Pequim + 5 – Mulher 2000: Igualdade de Gênero, Desenvolvimento e Paz para o século 21, Nova York, 2000) JHTorres 121 ABORTAMENTO NÃO CRIMINOSO Nos casos de opção pelo abortamento não criminoso, “os sistemas de saúde devem capacitar e equipar as pessoas que prestam serviços de saúde e tomar outras medidas para assegurar que o aborto se realize em condições adequadas e seja acessível. Medidas adicionais devem ser tomadas para salvaguardar a saúde da mulher” Documento de Resultados de Pequim + 5, parágrafo 63, III, do Capítulo IV (Assembléia Geral Extraordinária da ONU, Pequim + 5 – Mulher 2000: Igualdade de Gênero, Desenvolvimento e Paz para o século 21, Nova York, 2000) JHTorres 122 SERVIÇOS PÚBLICOS DE ABORTO LEGAL DEVER DO ESTADO DIREITO DAS MULHERES 1994 – 03 hospitais públicos realizavam o aborto legal 2007 – 80 Serviços de aborto legal instalados JHTorres 123 SERVIÇOS PÚBLICOS DE ASSISTÊNCIA À MULHER PARA A REDUÇÃO DE RISCOS DO ABORTO INSEGURO DEVER DO ESTADO DIREITO DAS MULHERES NÃO HÁ PARTICIPAÇÃO CRIMINOSA JHTorres 124 COMITÊ DE DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS “Os países deverão adotar medidas com a finalidade de proteger as mulheres dos efeitos dos abortos clandestinos e inseguros, assegurando que as mulheres não recorram a tais procedimentos prejudiciais”. ONU – COMITÊ DESC JHTorres 125 Comitê de Direitos Humanos da ONU “os direitos reprodutivos estão firmemente baseados nos princípios dos direitos humanos” e “negar acesso ao aborto legal é uma violação dos direitos mais básicos da mulher” 2005 JHTorres 126 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. DIREITOS HUMANOS “O problema fundamental em relação aos Direitos Humanos, hoje, não é o de justificá-los, mas, sim, de protegê-los, ou seja, o problema é político e não filosófico” Norberto Bobbio JHTorres 127 O lago de Tântalo JHTorres 128 “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousamos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos” Fernando Pessoa JHTorres 129 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. “Transformar o mundo é tão difícil quanto possível” Paulo Freire Sebastião Salgado JHTorres 130 fim 131 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. 132 “A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega. JHTorres CRIME, SEM EXCEÇÕES: DESCRIMINALIZADO, de 90 dias a 24 sem: ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA MALTA Reino Unido, Holanda, Suécia, Romênia, Dinamarca, Letônia República Checa, Eslováquia, Grécia, Hungria, Bélgica, Bulgária, França, Alemanha, Lituânia, Estônia, Portugal e Espanha. UE 133 JHTorres d) COM ALGUM TEMPO DE GESTAÇÃO: Holanda, Espanha e Finlândia ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA UE NÃO CRIMINOSO RISCO DE VIDA PARA A GESTANTE c) SEM EXIGÊNCIA DE TEMPO DE GESTAÇÃO: Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Letônia, Polônia, Eslovênia, Áustria, Republica Checa, Eslováquia, Romênia, Chipre, Grécia, Hungria, Portugal, França, Alemanha, Lituânia, Estônia e Luxemburgo e Irlanda (inclui risco de suicídio) 134 JHTorres e) SEM EXIGÊNCIA DE TEMPO GESTACIONAL: Dinamarca, Eslovênia, Áustria, República Checa, Eslováquia, Romênia, Chipre, Hungria, Bélgica, Itália, França e Alemanha ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA UE NÃO CRIMINOSO RISCO PARA SAÚDE DA GESTANTE f) COM 90 dias a 28 semanas DE GESTAÇÃO: Lituânia, Letônia, Holanda, Reino Unido, Estônia, Irlanda, Luxemburgo, Portugal, Polônia e Espanha 135 JHTorres g) SEM EXIGÊNCIA DE TEMPO GESTACIONAL: Romênia, Chipre, Grécia, Alemanha e Hungria ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA UE NÃO CRIMINOSO GRAVIDEZ RESULTANTE DE CRIME SEXUAL h) COM ALGUM TEMPO DE GESTAÇÃO: Dinamarca, Finlândia, França, Bélgica, Polônia, Luxemburgo, Portugal, Lituânia, Estônia, Holanda, Letônia e Itália 136 JHTorres SEM EXIGÊNCIA DE TEMPO GESTACIONAL: Reino Unido, Áustria, República Checa, Eslováquia, Romênia, Chipre, Hungria, França, Alemanha e Bulgária ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA UE NÃO CRIMINOSO MALFORMAÇÃO FETAL j) COM ALGUM TEMPO DE GESTAÇÃO: Holanda, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Letônia, Polônia, Eslovênia, Grécia, Espanha, Bélgica, Itália, Portugal, Lituânia, Estônia e Luxemburgo 137 JHTorres l) COM ALGUM TEMPO DE GESTAÇÃO: Holanda, Finlândia, Itália, França e Luxemburgo ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA UE NÃO CRIMINOSO RAZÕES SÓCIO–ECONÔMICAS 138 JHTorres ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA UE “A vida intra-uterina reclama proteção do Estado, mas a ConstituiçãoPortuguesa não obriga que essa proteção tenha natureza penal, não sendo possível concluir que a ausência de proteção penal equivale pura e simplesmente a desamparo e desproteção” Corte Constitucional Portuguesa Diário da República, 2ª série, 25.06.1985, p. 254. 139 JHTorres ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA UE “Os Estados-Membros e os países candidatos à adesão a pugnarem pela implementação de uma política de saúde e social que permita uma diminuição do recurso ao aborto e deseja que esta prática seja legalizada, segura e acessível a todas as mulheres” Parlamento Europeu Boletim/EU n. 7/8-2002, http:europa.eu/bulletin/pt/200207/p102001.htm#anch0010 140 JHTorres ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA Austrália – descriminalizado (autorização médica) Canadá e na China - legal em todos os aspectos Coréia do Norte - aborto necessário Egito - quando a mulher padece de certas doenças, como câncer ou diabetes Chan, Minnie. “China. Obrigadas a abortar”. In Courrier Internacional, p. 15. Lisboa: 9 a 15 de fevereiro de 2007. Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Caso 2141 http://www.cidh.org/annualrep/80.81sp/EstadosUnidos2141.htm 141 JHTorres ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA Índia - a interrupção da gestação é autorizada quando há risco de vida e para a saúde física e mental da mulher, quando a gravidez não é desejada, por estupro ou outros crimes sexuais e, ainda, em razão da situação econômica da gestante, mas não é permitido por simples solicitação Israel - risco psicológico ou físico para a mulher, nos casos de malformação fetal e o humanitário Chan, Minnie. “China. Obrigadas a abortar”. In Courrier Internacional, p. 15. Lisboa: 9 a 15 de fevereiro de 2007. Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Caso 2141 http://www.cidh.org/annualrep/80.81sp/EstadosUnidos2141.htm 142 JHTorres ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA Japão - até 20 semanas de gestação em casos de malformação fetal, enfermidade mental ou retardamento mental da mulher ou de seu cônjuge, risco de vida para a mulher, estupro e incesto México - aborto necessário e o sentimental Chan, Minnie. “China. Obrigadas a abortar”. In Courrier Internacional, p. 15. Lisboa: 9 a 15 de fevereiro de 2007. Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Caso 2141 http://www.cidh.org/annualrep/80.81sp/EstadosUnidos2141.htm 143 JHTorres ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA Rússia - legal e gratuito até 12 semanas de gravidez, a pedido da mulher (Lei sobre a proteção da saúde dos cidadãos: até 12 semanas, a pedido da mulher; até 22 semanas, por razões sociais – invalidez do marido, caso a mãe ou o pai esteja preso, em desemprego, nos casos de divórcio durante a gestação, falta de habitação, mulher refugiada, mães solteiras com mais de 3 filhos ou com meios de subsistência inferior ao mínimo legal; malformação fetal e estupro – “violação”) Chan, Minnie. “China. Obrigadas a abortar”. In Courrier Internacional, p. 15. Lisboa: 9 a 15 de fevereiro de 2007. Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Caso 2141 http://www.cidh.org/annualrep/80.81sp/EstadosUnidos2141.htm 144 JHTorres ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA AL A descriminalização do aborto não viola o direito à vida, ainda que protegido pela Convenção Americana, “em geral”, desde a concepção, nos termos de seu artigo 4o. Há a necessidade de se estabelecer um juízo de ponderação entre os direitos fundamentais da mulher e os direitos de uma vida em potencial. Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Caso 2141 http://www.cidh.org/annualrep/80.81sp/EstadosUnidos2141.htm 145 JHTorres ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA AL a) Cuba, em 1965, legalizou o aborto até 12 semanas de gestação e mantém uma taxa de abortos inferior a 21 para cada mil mulheres em idade reprodutiva, dez pontos abaixo da média regional; b) Chile, El Salvador, Nicarágua e República Dominicana criminalizam o aborto e não admitem nenhuma exceção Nota: Chile e El Salvador: os médicos realizam abortos para tratamento de gravidez ectópica e ou de câncer do trato genital em mulheres grávidas, sem nenhuma repercussão legal”, com base em dispositivos normativos gerais descriminalizadores; mas, no Chile, a lei processual penal determina que os médicos denunciem aos carabineiros o fato de uma mulher apresentar sintomas de ter praticado um aborto, o que os coloca sempre em conflito com direito das pacientes ao sigilo Rojas, Carolina. “Chile. Denunciar ou calar?”. In Courrier Internacional, p. 14. Lisboa: 9 a 15 de fevereiro de 2007. 146 JHTorres ABORTO LEGISLAÇÃO COMPARADA AL c) Honduras, por força de seu Código de Ética Médica, permite o aborto para salvar a vida da gestante; d) Argentina, Venezuela, Costa Rica, Peru e Paraguai admitem o aborto para salvar a vida da mulher, mas na Argentina também é facultativo o aborto quando a mulher é “idiota ou demente” e, na Venezuela, é permitido, também, para proteger “a honra” da mulher ou do homem; e e) Uruguai, Colômbia, Equador, Bolívia, México, Panamá e Guatemala permitem o aborto nos casos de violação ou incesto, mas o Uruguai também o admite no caso de “angústia econômica” e a Colômbia, o México e o Panamá, também quando há malformação fetal. Rojas, Carolina. “Chile. Denunciar ou calar?”. In Courrier Internacional, p. 14. Lisboa: 9 a 15 de fevereiro de 2007. 147 image1.jpeg image2.jpeg image3.jpeg image4.jpeg image5.jpeg image6.png image7.jpeg image8.jpeg image9.jpeg image10.jpeg image11.jpeg image12.jpeg image13.jpeg image14.png image15.jpeg image16.png image17.jpeg image18.jpeg image19.jpeg image20.png image21.png image22.png image23.png image24.jpeg image25.jpeg image26.jpeg image27.emf 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 6065707580859095 oleObject2.bin image28.png Gr_fico_do_Microsoft_Office_Excel1.xls Gráf1 1975 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 França 15.3 15.3 15.8 15.4 13.9 13.4 13.5 13.6 13.2 13.2 12.9 12.4 12.4 Sheet1 1975 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 França 15.3 15.3 15.8 15.4 13.9 13.4 13.5 13.6 13.2 13.2 12.9 12.4 12.4 image29.png Gr_fico_do_Microsoft_Office_Excel2.xls Gráf1 1975 1975 1980 1980 1982 1982 1984 1984 1986 1986 1988 1988 1990 1990 1991 1991 1992 1992 1993 1993 1994 1994 1995 1995 1996 1996 França Italia 15.3 18.7 15.3 18.7 15.8 19.6 15.4 18.4 13.9 16 13.4 14.2 13.5 13 13.6 12.5 13.2 12.3 13.2 12.1 12.9 11.5 12.4 11.2 12.4 11.4 Sheet1 1975 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 França 15.3 15.3 15.8 15.4 13.9 13.4 13.5 13.6 13.2 13.2 12.9 12.4 12.4 Italia 18.7 18.7 19.6 18.4 16 14.2 13 12.5 12.3 12.1 11.5 11.2 11.4 image30.png image31.jpeg image32.jpeg image33.emf Limite inferior; 843.394 Ponto médio; 1.054.243 Limite superior; 1.265.091 0 500.000 1.000.000 1.500.000 Brasil image34.emf 0 50 100 150 200 250 300 350 400 ANO No. de internações por Aborto (em milhares) Brasil 345311319280253246230244248250247243253250 19921993199419951996199719981999200020012002200320042005 image35.emf 6,5 6,8 7,6 36,3 40,8 40 68,4 78 83,3 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 HolandaBélgicaAlemanhaColombiaBrasilChileRussiaRomeniaVietnan oleObject3.bin image36.jpeg image37.jpeg image38.jpeg image39.jpeg image40.png image41.png image42.png image43.jpeg image44.png image45.png image46.png image47.png image48.png image49.png image50.jpeg
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