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PALMAS - TOCANTINS
27 de junho de 2013
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“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
JOSÉ HENRIQUE RODRIGUES TORRES
SEMINÁRIO MACRORREGIONAL NORTE 
“PARA ELAS: 
POR ELAS, POR ELES, POR NÓS”
ÁREA TÉCNICA DA SAÚDE 
DA MULHER DO TOCANTINS 
SESAU
NÚCLEO PROMOÇÃO DA SAÚDE E PAZ
FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG
2
ASPECTOS ÉTICOS E JURÍDICOS DA ATENÇÃO 
À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
JOSÉ HENRIQUE RODRIGUES TORRES
3
 JHTorres
TODA MULHER É SEDUTORA E MENTIROSA
 
 FEDRA
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1.- “VA LÁ, DIGA-SE TUDO” (Machado de Assis, “Dom Casmurro”: capítulo em que Bentinho, convencido de que Capitu havia capitulado, pensa em praticar o suicídio e coloca veneno na xícara de café que estava prestes a beber, mas, em seguida, diante da chegada de Ezequiel, pensa em matá-lo).
2.-Fedra casou-se com Teseu, mas apaixonou-se por Hipólito, filho do marido. Hipólito não cede à sedução de Fedra, que se mata, deixando uma carta para Teseu, na qual acusa Hipólito de tê-la estuprado ... a que ponto chega a maldade feminina !!!! 
A HISTÓRIA DE MARIA 
 JHTorres
5
Uma história de uma mulher estuprada. Anos 1940. MARIA está no ponto de ônibus. É madrugada. Ela é atacada, arrastada para um matagal e é estuprada. Abandonada no local, humilhada, sofrendo muito, ela vai a uma DELEGACIA DE POLÍCIA. Policiais ...
SILVIA MARLENE ÉRICA ZULMIRA PATRÍCIA CRISTINA SOLANGE DORA FÁTIMA SELMA ROSÂNGELA INÊS CATARINA REGINA VILMA MAURA APARECIDA VALDETE SOLANGE CARLA ELIANE GISELE JULIA PAULA LUZIA FERNANDA CLARA SUZANA JOANA VALDEREIDE ANA SILVIA AMALIA RITA ALINE BENEDITA SELMA ARIANE ANITA LARA
LUIZA VALERIA LUANA LARISSA ANTONIA
OLIVIA SONIA TEREZA VALÉRIA CLÁUDIA ZÉLIA NICOLE MARTA DURVALINA ADRIANA JOSILENE JANAINA HELENA INES MARCELA IARA MÔNICA NADIA PIEDADE LÚCIA 
 JHTorres
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Essa história se repete nos anos seguintes, até hoje, com Silvia, Marlene, ...... Milhares de mulheres morrem ou sofrem terríveis seqüelas em razão de aborto inseguro. O filme O CRIME DO PADRE AMARO, baseado no livro de Eça de Queiroz, mostra uma dessas histórias de aborto inseguro que mata !
 
POR QUEM OS SINOS DOBRAM ?
ELES DOBRAM POR TI
 
 John Donne
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UMA HISTÓRIA DE VIOLÊNCIA,
 DOMINAÇÃO E EXCLUSÃO
 - Concepção moral ultrapassada 
 - Submissão carnal
 - Subordinação entre os sexos
IDEOLOGIA PATRIARCAL DE DOMINAÇÃO MASCULINA
 
 JHTorres
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IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
A OMISSÃO DO ESTADO
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DIREITO À SAÚDE
 CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
		 TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL
	 CAPÍTULO II – DA SEGURIDADE SOCIAL
		 SEÇÃO II – DA SAÚDE
		Artigo 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas socais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
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 GARANTIAS FUNDAMENTAIS
SISTEMA DE DIREITOS HUMANOS
CF, artigo 5º, §§ 2º, 3º e 4º
CF, artigo 60, § 4º, IV
 CLÁUSULAS PÉTREAS
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“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
DIREITOS HUMANOS
 TRATADOS RATIFICADOS PELO BRASIL
Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher – “Convenção de Belém do Pará” (1994), em 27 de novembro de 1995
Convenção Interamericana para prevenir e punir torturas (1985) em 20 de julho de 1989
Convenção Americana de Direitos Humanos – “Pacto de San José da Costa Rica” (1969), em 25 de setembro de 1992
Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes (1984), em 28 de setembro de 1989 
Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher (1979), em 1º de outubro de 1984
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966), em 24 de janeiro de 1992
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DIREITOS HUMANOS
 NATUREZA CONSTITUCIONAL (artigo 5º, parágrafos 1º ao 4º)
direito à igualdade
direito à não discriminação
direito à autodeterminação
direito à segurança pessoal
direito de não ser objeto de ingerências arbitrárias em sua vida pessoal e familiar
direito de respeito à sua liberdade de pensamento e consciência
direito de respeito à vida
direito de que se respeite a sua integridade física, psíquica e moral
direito ao respeito à sua dignidade
direito ao acesso a procedimentos jurídicos justos e eficazes quando submetida a violência
direito de não ser submetida a nenhum tratamento desumano ou cruel, no aspecto físico ou mental,
direito ao tratamento de sua saúde física e mental.
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DIREITOS HUMANOS
DECLARAÇÃO DE PEQUIM:
 - os direitos da mulheres são direitos humanos
 - o direito à ASSISTÊNCIA À SAÚDE SEXUAL e
 REPRODUTIVA das mulheres
 
DECLARAÇÃO E PROGRAMA DE VIENA:
 - direitos das mulheres à
 IGUALDADE, TOLERÂNCIA e DIGNIDADE
 
PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS
ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS:
 - Estados assumem a obrigação de criar condições que assegurem a todos ASSISTÊNCIA MÉDICA plena
 
 
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DIREITOS HUMANOS
 CEDAW - Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher:
 - direitos à assistência à saúde sexual e reprodutiva das mulheres
 - Estados comprometem-se a proteger as mulheres dos efeitos negativos à saúde causados pelo abortamento
 CONVENÇÃO DE BELÉM DO PARÁ - Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher: 
 - direito das mulheres a uma vida livre da morte materna evitável.
 
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CÓDIGO PENAL – 1940
 ARTIGO 128
ABORTAMENTO NÃO CRIMINOSO
 Compromissos internacionais afirmam que é um dever do Estado prestar assistência às mulheres para a prática do abortamento não criminoso
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 JHTorres
 DANAÍDES
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Mérope é filha de Enopião. Este oferecia a filha em casamento. .............. Protificou-se a casar-se com ela. Mérope é estuprada, mas o mito grego preocupa-se apenas em contar a história do estuprador e do pai de Mérope, que desaparece. A preocupação é apenas com os costumes e com a dominação e controle do pai.
“SE A MÃO FICA DISTANTE DO CORAÇÃO, É PORQUE EXISTE UMA GRANDE DISTÂNCIA ENTRE A INTENÇÃO E O GESTO” 
 RUI GUERRA 
 (FADO TROPICAL, com Chico Buarque de Holanda)
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A NOVA ESCOLA PENAL
O papel da mulher na etiologia do crime.
“A capacidade craneana da mulher é inferior ao homem na razão de 142 a 220, o que quer dizer na maioria geral dos casos a mulher é muito inferior em intelligencia ao homem.”
“A estreiteza da sua intelligencia não lhes permitte pois conceber, preparar, amadurecer, realizar estes crimes que exigem reflexões acuradas, profundas, frias, encandeiamento de acção, série de planos.”
“Lombroso demonstrou que a camada cerebral é menos activa na mulher do que no homem, principalmente nos centro psychicos, que a irritação provocada pela degenerescencia se fixa menos constante e solidamente.Em vez portanto da criminalidade chegar-se-ha simplesmente a hysteria ou a epilepsia.”
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HEGEL
“ A diferença entre um homem e uma mulher é a mesma que existe entre um animal e uma planta. O animal corresponde mais ao caráter do homem, a planta mais ao da mulher, pois o seu desenvolvimento é mais tranqüilo, já que tem por princípio a unidade mais vaga do sentimento. Se as mulheres estão à frente do governo, o Estado está em perigo, pois agem elas segundo a inclinação e a opinião casuais. Os homens chegam à sua posição às custas de muito pensar e de muitos esforços técnicos.”
 JHTorres
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Pequena enciclopédia de moral e civismo – Ministério da Educação e Cultura - 1.967
ECONOMIA DOMÉSTICA:
 (...) “Para o homem, os ensinamentos devem orientar-se no sentido de despertar-lhe o senso de responsabilidade como cabeça do casal (...). Quanto à mulher, o ensino da Economia Doméstica deve estimulá-la a desenvolver suas aptidões naturais para dona de casa, de modo que possa, através das chamadas prendas domésticas, realizar ou dirigir as tarefas das quais depende o ambiente de ordem, asseio e alegria necessárias à plenitude da felicidade da família”
 JHTorres
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Aurélio Buarque de Holanda
conceito de mulher 
s.f. do latim mulier
“ser frágil, dependente, mentiroso, fútil, superficial, ou interesseiro
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“Toda moça é mansa e delicada”
 Riobaldo – Guimarães Rosa
 JHTorres
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Direitos do homem
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Quando uma pessoa Se for homem Se for mulher
se comporta de forma: dizemos que ele é: dizemos que ela é:
 Ativa
Insistente
Desenvolta
Desinibida
Temperamental
Diligente
Extrovertida
Não submissa
Se quer superar-se
Se muda de opinião
Se lê muito
Obediente
Se revela um segredo
Inquieto
 Tenaz
Vivaz (ativo)
 Espontâneo
 Exaltado
Inteligente
Comunicativo
 Firme, forte
Ambicioso
Reconhece os erros
 Tem futuro
Respeitoso
Age por uma causa nobre
 Nervosa
Teimosa
Grosseira
Desavergonhada
Histérica
Curiosa
Assanhada
Dominadora
Caprichosa
 Insegura
Perde tempo
Submissa, fraca
 Fofoqueira
 JHTorres
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“ Ante a lei há um porteiro.”
 Franz Kafka, “O Processo”
 JHTorres
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 MULHER
 DISCRIMINAÇÃO
 ESTEREÓTIPO
 DESIGUALDADE
DIREITOS HUMANOS
 JHTorres
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SISTEMA PENAL ANDROCÊNTRICO
 
Rapto de mulher honesta
Rapto consensual
Crimes contra os costumes
Estupro e atentado violento ao pudor
Valorização da virgindade
Presunção de violência
ABORTO
 JHTorres
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 MAGNITUDE SOCIAL DO ABORTAMENTO
x
 INEFICÁCIA DA CRIMINALIZAÇÃO
 
 BRASIL
 1.000.000/ano (250.000/ano – SUS)
 30/1.000 mulheres em idade reprodutiva 	 já praticaram o abortamento 
 AMÉRICA LATINA e CARIBE
 4.000.000/ano
 
 MUNDO 
 46.000.000/ano
Paula Rego
 JHTorres
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Dados mundiais sobre
 o abortamento inseguro
210 milhões de gestações / ano
75 milhões de gestações não desejadas
46 milhões de abortos induzidos / ano (22%)
20 milhões de abortos inseguros / ano
67 mil mulheres morrem por aborto inseguro / ano
milhões de mulheres com graves complicações reprodutivas 
Fontes
World Health Organization. Safe Abortion: technical and policy guidance for health systems, 2003
World Health Organization. Unsafe Abortion, 1998
 JHTorres
31
Fonte
Abortamento inseguro no mundo
 a cada minuto:
380 mulheres engravidam
190 mulheres com gestações não planejadas ou não desejadas 
110 mulheres referem complicações da gravidez
40 mulheres realizam um abortamento Inseguro. 
The White Ribbon Alliance For Safe Motherhood, 1998
 JHTorres
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Abortamento inseguro no mundo
95% dos abortos inseguros ocorrem em países em desenvolvimento
2 de cada 5 procedimentos de aborto são realizados em condições inseguras
13% das mortes maternas no mundo se devem ao aborto inseguro
Fontes
World Health Organization. Safe Abortion: technical and policy guidance for health systems, 2003
World Health Organization. Unsafe Abortion, 1998
 1 morte a cada 7 minutos 
 JHTorres
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Abortamento inseguro na América Latina
182 milhões de gestações / ano 
36% não planejadas
4 milhões de abortamentos
21 – 24 % das mortes maternas
Fontes
World Health Organization. Safe Abortion: technical and policy guidance for health systems, 2003
World Health Organization. Unsafe Abortion, 1998
 JHTorres
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Abortamento inseguro no Brasil
3,65 abortos por 100 mulheres de 15 a 49 anos
Perfil das mulheres: jovens (menores de 20 anos e primigestas)
20% dos mortes maternas no Maranhão (1987 - 1991)
Salvador – 1ª causa de morte materna desde 1990
3ª causa de morte materna em São Paulo - 9,9 % 
5ª causa mais freqüente de internação
2º procedimento obstétrico mais realizado
250 mil internações pelo Sistema Único de Saúde para tratamento das complicações do abortamento 
Fonte
Ministério da Saúde Brasil & Alan Guttmacher Institute
 JHTorres
35
				 1 morte materna em 100.000 (0,001%)
 Aborto seguro e aborto inseguro
Fonte
World Health Organization. Unsafe Abortion, 1998
1 morte materna em 100 (1%)
 Países em
 desenvolvimento
(aborto inseguro)
mortalidade materna 1.000 vezes maior
 EUA 
 (aborto seguro)
 JHTorres
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MORTE MATERNA 
NO ABORTO INSEGURO
 MUNDO
 60.000 a 70.000 mulheres por ano 
	 	 BRASIL
 segunda ou terceira causa de morte materna 
 JHTorres
UM MULHER MORRE POR DIA NO BRASIL POR ABORTO INSEGURO
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“ELA ESTÁ
 MORRENDO
DE TANTO
SANGRAR”
 EL CRIMEN DE PADRE AMARO
	um filme de CARLOS CARRERA
 “O crime do Padre Amaro” de Eça de Queiros
 JHTorres
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 JHTorres
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MORTALIDADE MATERNA
40
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ABORTO INSEGURO
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“AS MORTES DE MULHERES SÃO APENAS A PONTA DO ICEBERG”
Faúndes e Barcelatto “O drama do aborto – em busca de um consenso”
 SEQÜELAS FÍSICAS E PSÍQUICAS
 Infecções, doença inflamatória pélvica, lesões traumáticas e químicas, reações tóxicas, hemorragias, anemia, choque, peritonite, contaminação ao HIV, septicemia, choque séptico, situações que provocam a morte, retirada das trompas e do útero, esterilidade, gravidez tubária, dores pélvicas crônicas, anorgasmia, limitação da vida diária e sexual, depressão e complicações psicológicas.
 
 CONSEQÜÊNCIAS SOCIAIS E ECONÔMICAS 
 filhos na orfandade e desestrutura unidades familiares 
 JHTorres
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 CAIRO/94
 Os Estados não devem promover o aborto como método anticonceptivo, mas reconhecem que o aborto é um problema de saúde pública
 BEIJING/95
 Os Estados se comprometem a rever a sua legislação repressiva relacionada ao aborto.
 
 
CONSENSO DE GENVAL
BÉLGICA -1994
CONSENSO DE CHIANG MAI 
TAILÂNDIA - 2004
 JHTorres
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 CONSENSO DE GENVAL - BÉLGICA/1994
RELATÓRIO
1.- a voz de nenhuma fé isoladamente deve ter tanto peso como para esterilizar o debate ou paralisar ações na agenda internacional;
2.- cada mulher individualmente tem liberdade de seguir sua consciência em assuntos que têm um impacto sobre a sua sobrevida, saúde, bem estar e destino. Para que essa liberdade tenha significado, as mulheres precisam de acesso à educação, aos recursos para a sua saúde reprodutiva e oportunidade para seu desenvolvimento pessoal e progresso socioeconômico
3.- Qualquer que seja a posição referente ao aborto, as comunidades religiosas não podem desprezar o fato de que este ocorre e que, em lugares onde o abortoé ilegal ou severamente restrito, ele frequentemente representa um risco para a vida e saúde das mulheres.
 CONCLUSÃO:
“A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO, PORTANTO, É UMA RESPOSTA MÍNIMA A ESTA REALIDADE, E UM MEIO RAZOÁVEL DE PROTEGER A VIDA E A SAÚDE DAS MULHERES EM RISCO” 
 JHTorres
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DECLARAÇÃO DE CHIANG MAI
TAILÂNDIA - 2004
 “Em nenhum lugar o papel das religiões é mais evidente que na área da saúde sexual e reprodutiva das mulheres. Considerando a preocupação moral e a variedade de posições em torno do aborto, o ponto de vista de uma religião em particular não pode se impor sobre a consciência de outros. A descriminalização do aborto é uma resposta mínima a essa realidade”
 JHTorres
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BRASIL
ESTADO DEMOCRÁTICO E SOCIAL DE DIREITO
QUE RESPOSTA ?
QUE SOLUÇÃO ?
COMO ENFRENTA ?
 JHTorres
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O ABORTAMENTO É CRIME.
 JHTorres
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aborto não 
criminalizado
aborto não 
criminalizado
World Health Organization, 1997
Stephenson et al, AM J Public Healh, 1992
Mortes por 100 mil nascidos vivos
total de mortes maternas
mortalidade por aborto
aborto 
criminalizado
mortalidade outras causas
 Efeito da proibição do abortamento sobre a mortalidade materna e 
 mortalidade por aborto na Romênia (1960-1995) 
Fontes
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Evolución de la tasa de abortos después de la legalización en Francia
Fuente: The Alan Guttmatcher Institute. Sharing responsibility: Women, Society and Abortion Worldwide. 
New York: The Alan Guttmacher Institute, 1999 .
50
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Evolución de la tasa de abortos después de la legalización en Francia e Italia
Fuente: The Alan Guttmatcher Institute. Sharing responsibility: Women, Society and Abortion Worldwide. 
New York: The Alan Guttmacher Institute, 1999 .
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 Os Estados devem adotar:
 “a eliminação de preceitos que discriminam a mulher, como as severas punições impostas ao aborto, permitido legalmente apenas em restritas situações” 
 “medidas para prevenir a coerção nos domínios da fertilidade e da reprodução, assegurando que mulheres não sejam forçadas a procedimentos médicos sem segurança, como o aborto ilegal, realizado sem a garantia de serviços sanitários apropriados, capacitados e seguros”
 Recomendação Geral n. 19, do Comitê CEDAW
Comitê CEDAW
 JHTorres
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“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
Comitê PIDESC
 RECONHECENDO que a criminalização do aborto tem um impacto perverso na saúde das mulheres:
 (3) evidenciou a necessidade da mantença de um sistema jurídico que garanta a realização do abortamento sem restrições, com a garantia de acesso a serviços de alta qualidade para todas as mulheres, independentemente de idade, origem, estado civil ou nível de educação.
 (2) proclamou, expressamente, que a descriminalização do abortamento deve ser promovida para “proteger as mulheres dos efeitos do aborto clandestino e inseguro e para garantir que as mulheres não se vejam constrangidas a recorrer a tais procedimentos nocivos” e 
 (1) afirmou a necessidade de adoção de programas de planejamento familiar como uma forma de diminuir a ocorrência do aborto 
 JHTorres
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“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
SISTEMA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS
 consagra o princípio de que os Estados devem assumir o aborto como uma questão de saúde pública, promovendo a exclusão de todas e quaisquer medidas punitivas imposta às mulheres que realizam a interrupção voluntária da gravidez 
 CEDAW, 20ª Session (1999)
 General Recommendation n. 24
 JHTorres
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“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
DIREITOS DAS MULHERES
 Conferência do Cairo (1994) 
 - à informação e acesso aos serviços para exercer seus direitos e responsabilidades reprodutivas.
 - de decidir sobre o exercício da maternidade
 
- à livre decisão, sem coerção, discriminação ou violência, como um direito fundamental 
- à garantia de sua saúde sexual e reprodutiva
 
- ao controle sobre a sua sexualidade 
 JHTorres
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“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
Conferência de Beijing (1995)
 Reconhece os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres
 Afirma que os Estados-Partes tem o dever de proteger tais direitos 
 Enfatiza a necessidade da garantia da autodeterminação, da igualdade e da segurança sexual e reprodutiva das mulheres para a plena vivência de sua saúde sexual e reprodutiva 
 JHTorres
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“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
“A gente quer ter voz ativa
 No nosso destino mandar”
 Chico Buarque de Holanda
 JHTorres
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 Comitês da ONU
 PIDESC 
 (sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais)
 CEDAW
 (sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher) 
 2003 
 
 o Estado brasileiro deve adotar medidas que garantam o pleno exercício dos direitos sexuais e reprodutivos, enfatizando, mais uma vez, a incompatibilidade entre a crimimalização do abortamento e a necessidade de garantir a saúde das mulheres, pois o abortamento, conforme já reconhecido pelo sistema Internacional de Direitos Humanos, é um grave problema de saúde pública, não um problema que pode ser enfrentado no âmbito repressivo dos sistemas penais.
 JHTorres
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“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
Plano de Ação de Beijing
 reconhece os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres
Capitulo “Mulher e Saúde”
 evidencia a incompatibilidade da criminalização do abortamento com a necessidade da garantia material à plena assistência no âmbito da saúde		
 JHTorres
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“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
SISTEMA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS
 Afasta o enfrentamento do aborto do âmbito do sistema penal, que, em face de seu caráter repressivo, exclui, estigmatiza e impede que as mulheres tenham o necessário acolhimento do Estado no que diz respeito ao exercício material de seu direito à plena assistência sanitária 
 Conferência Internacional
 de População e Desenvolvimento
 JHTorres
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“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
 “Os direitos sexuais e reprodutivos devemser compreendidos sob a perspectiva dos direitos humanos” e
 “é sob esse prisma que se insere a problemática do aborto”
 Daniel Sarmento e Flávia Piovesan, org., Nos limites da vida, Ed. Lumen Juris, RJ, p. 207
Flávia Piovesan
 JHTorres
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“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
 A jurisprudência afirma que o aborto não viola o direito à vida, ainda que protegido pela Convenção Americana, “em geral”, desde a concepção, nos termos de seu artigo 4º, endossando, assim, a necessidade de se estabelecer um juízo de ponderação entre os direitos fundamentais da mulher e os direitos de uma vida em potencial.
Ver Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Caso 2141, http://www.cidh.org/annualrep/80.81sp/EstadosUnidos2141.htm
Comissão Interamericana 
de Direitos Humanos
 JHTorres
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IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
SISTEMA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS
 Afasta o enfrentamento do aborto do âmbito do sistema penal, que, em face de seu caráter repressivo, exclui, estigmatiza e impede que as mulheres tenham o necessário acolhimento do Estado no que diz respeito ao exercício material de seu direito à plena assistência sanitária 
 Conferência Internacional
 de População e Desenvolvimento
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“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
 “O feto não goza de direito absoluto à vida, pois o seu direito deve ser ponderado com o direito da mulher, rejeitando, assim, expressamente, o argumento de que as leis nacionais que autorizam o aborto são violadoras do artigo 2º da Convenção Européia, o qual protege o direito à vida, indicando a necessidade de ponderação entre os interesses da mulher e os interesses do Estado de proteger o feto”
 “Os Estados têm discricionariedade legítima para permitir o abortamento, pois, a necessária ponderação de bens, a envolver a colisão entre os direitos da mulher e os direitos de uma vida em potencial (direitos do feto), deve guiar-se pelo princípio da proporcionalidade, em sua tripla dimensão – adequação, necessidade e proporcionalidade estrita.
caso Vo x França, 2004.
caso Boso x Italia, 2002.
caso R.H. x Noruega, 1992. 
Fonte: http://www.echr.coe.int/Eng/Judgments.htm
www.reproductiverights.org/pdf/pub_bp_RREuropeanCourt.pdf
Corte Européia de Direitos Humanos
 JHTorres
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IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
 JHTorres
ABORTO
NINGUÉM É A FAVOR
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 DA INCOMPATIBILIDADE DA CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO COM OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS LIMITADORES DA CRIMINALIZAÇÃO
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IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
 “sob a égide da principiologia da intervenção mínima, ontologicamente impregnada na concepção do Estado Democrático de Direito, é obrigatória e imprescindível a observância dos princípios democráticos limitadores do processo de criminalização, entre os quais podem ser lembrados os seguintes:
 
 princípio da idoneidade;
 princípio da proporcionalidade;
 princípio da subsidiariedade; e
 princípio da racionalidade”
RAÚL CERVINI, Los procesos de descriminalización, Montevideo, Editorial Universidad, 2ª ed., 1993
ALESSANDRO BARATA. Derecho penal y criminología, n. 31, Bogotá, Universidad Externado de Colombia, 1987.
PRINCIPIOS LIMITADORES DA CRIMINALIZAÇÃO
 JHTorres
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IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
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 PRINCÍPIO DA IDONEIDADE
A criminalização de
 qualquer conduta deve ser um meio útil
 para controlar um determinado problema social 
 JHTorres
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IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
Estimativas do número de abortos induzidos
Brasil - 2005
 MAGNITUDE DO ABORTO NO BRASIL: Aspectos Epidemiológicos e Sócio-Culturais - Leila Adesse - Diretora do programa de Ipas no Brasil –
 Mário F. G. Monteiro - Instituto de Medicina Social da UERJ 
 JHTorres
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IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
 Estimativas do número de abortos induzidos.
 Este indicador é utilizado para suprir a deficiência de informações disponíveis para medir a incidência de abortamentos, principalmente em países onde o abortamento não é livre. O método proposto pelo Instituto Alan Guttmacher é aceito e utilizado internacionalmente, tendo se tornado uma referência obrigatória em todos os estudos sobre magnitude do aborto.MÉTODO DE CÁLCULO Foram utilizados como fatores de correção um sub-registro de 12,5% e descontada uma proporção de 25% de abortos espontâneos. Assim a estimativa foi obtida aplicando-se a seguinte equação: número de internações por abortamento x 5 x 1,125 x 0,75. FONTE DOS DADOS PRIMÁRIOS (número de internações).Ministério da Saúde/SAS. SIH-SUS (www.datasus.gov.br). 1 - Ponto médio das estimativas do número de abortos induzidos = número de internações por abortamento x 5 x 1,125 x 0,75 (Metodologia do Instituto Allan Guttmacher) 2 - Limite superior das estimativas do número de abortos induzidos = número de internações por abortamento x 6 x 1,125 x 0,75 (Levando-se em conta a possibilidade de que o uso de misoprostol tenha reduzido a necessidade de internações em conseqüência de abortamento) 3 - Limite inferior das estimativas do número de abortos induzidos = número de internações por abortamento x 3,5 x 1,125 x 0,75 (admitindo a hipótese proposta por Corrêa e Freitas) 
 JHTorres
72
IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
INTERNAÇÕES POR ABORTO - SUS
Brasil - 1992 a 2005
Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS-SIH/SUS 
 JHTorres
73
IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
PRINCÍPIO DA RACIONALIDADE
No processo democrático de criminalização devem ser considerados os benefícios e os custos sociais causados pela adoção da medida proibicionista criminalizadora.
 
 JHTorres
74
IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
A criminalização somente se justifica quando não houver outros meios ou alternativas para o enfrentamento do problema social a ser arrostado
 PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE
 JHTorres
Estado-Penal Mínimo e da ultima ratio
75
IDEOLOGIAPATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
 “A tutela penal há de ser ultima ratio das medidas culturais, econômicas, sociais e sanitárias, e não um sucedâneo para a falta delas” 
Tribunal Constitucional Português 
Diário da República, 2ª série, 25.06.1985, p. 255
 JHTorres
76
IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
educação formal e informal
 Políticas públicas de promoção da saúde das mulheres
mantença de sistemas de acolhimento e orientação
mantença de estruturas sanitárias preparadas para garantir os direitos à saúde física e psicológica
capacitação de profissionais para promover o acolhimento das mulheres
efetivação de programas eficientes de planejamento familiar
 JHTorres
77
IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
 “a vida intra-uterina reclama proteção do Estado, mas a Constituição Portuguesa (exatamente como a brasileira) não obriga que essa proteção tenha natureza penal, não sendo possível concluir que a ausência de proteção penal equivale pura e simplesmente a desamparo e desproteção”
Corte Constitucional Portuguesa
acórdão n. 85/85, de 29 de maio de 1985
Diário da República, 2ª série, 25.06.1985, p. 254
 JHTorres
78
IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
 a descriminalização do aborto não implica deixar a vida intra-uterina ao desamparo, pois há formas mais eficazes e úteis de proteção da vida fora do sistema penal, especialmente no âmbito das políticas públicas sanitárias.
 JHTorres
79
IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
Taxa de abortamento por 1.000 mulheres em idade fértil segundo acesso ao abortamento legal, educação sexual ampla e anticoncepção
 Henshaw et al, 1999
 Holanda Bélgica Alemanha Colombia Brasil Chile Russia Romênia Vietnam
 JHTorres
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Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
Quinto nível
80
IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
		SISTEMA PROMOCIONAL
		SISTEMA REPRESSIVO
		Norberto Bobbio
	X
(conservador)
(transformador)
 JHTorres
81
IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
 “Descriminalizar significa abandonar, humildemente, a concepção de que é apenas através de qualificação jurídica, com recurso à tipificação penal, que se propulsiona o progresso da sociedade”
Descriminalização, Revista do Instituto dos advogados Brasileiros, 1991, p. 187
Miguel Reale Junior
 JHTorres
82
IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
 “Onde for absolutamente irrelevante ou criminógena a tutela penal, apesar da dignidade punitiva de certa conduta, o Estado deve abster-se de incriminar”
 Maria Fernanda Palma
 Constituição e Direito Penal: as questões inevitáveis. in Jorge Miranda (org.).
 Perspectivas constitucionais nos 20 anos da constituição de 1976, v. II. Coimbra, Coimbra Editora,1997, p. 235
 JHTorres
83
IDEOLOGIA PATRIARCAL que reproduz, no âmbito da sexualidade e das relações de gênero, as relações gerais de dominação e exclusão de uma sociedade fundamentada em formações sociais embasadas na desigualdade.
2.6-COM A PROIBIÇÃO DE SE CRIMINALIZAR COMPORTAMENTOS FREQUENTES OU ACEITOS POR PARTE SIGNIFICATIVA DA POPULAÇÃO
2.5- COM A PROIBIÇÃO DE SE CRIMINALIZAR UMA CONDUTA DE FORMA SIMBÓLICA OU PROMOCIONAL
2.4- COM A PROIBIÇÃO DE SE CRIMINALIZAR UMA CONDUTA QUANDO SE TRATA DE TORNAR DOMINANTE UMA DETERMINADA CONCEPÇÃO MORAL.
2.3- COM O PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE.
2.2- COM O PRINCÍPIO DA RACIONALIDADE
2.1- COM O PRINCÍPIO DA IDONEIDADE
2.- COM OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS LIMITADORES DA CRIMINALIZAÇÃO
 A INCOMPATIBILIDADE DA CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO
1.- COM O SISTEMA DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS DAS MULHERES.
 JHTorres
84
 DESCRIMINALIZAÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA
 ILEGALIDADE CONSENTIDA
 JHTorres
85
O ABORTAMENTO É CRIME.
 JHTorres
86
O QUE É CRIME ?
FATO TÍPICO
ANTIJURÍDICO
CULPÁVEL
 JHTorres
87
FATO TÍPICO
 CÓDIGO PENAL
 Artigo 124 – Praticar aborto em si mesma ou
 consentir que outrem lho provoque
 Artigo 125 – Provocar aborto sem o consentimento
 da gestante 
 Artigo 126 – Provocar aborto com o consentimento
 da gestante
 JHTorres
88
FATO TÍPICO ?
Regulação menstrual
DIU
Eliminação do embrião excedente
REDUÇÃO EMBRIONÁRIA
PÍLULA DO DIA SEGUINTE
Aborto indireto
PÍLULA
PRESERVATIVOS
 JHTorres
89
INÍCIO DA VIDA ???
NIDAÇÃO
TEORIA GENÉTICO-DESENVOLVIMENTISTA
FECUNDAÇÃO
TEORIA CONCEPCIONISTA
RESPOSTAS DA RELIGIÃO
RESPOSTAS DA CIÊNCIA
 JHTorres
90
ABORTAMENTO
 CONCEITO MÉDICO
“Lutar com as palavras, a luta mais vã
Entanto lutamos, mal rompe a manhã
 Carlos Drumond de Andrade
CONCEITO JURÍDICO-PENAL
 (TIPICIDADE)
 JHTorres
91
FATO TÍPICO ?
Regulação menstrual
DIU
Eliminação do embrião excedente
REDUÇÃO EMBRIONÁRIA
PÍLULA DO DIA SEGUINTE
Aborto indireto
PÍLULA
PRESERVATIVOS
 JHTorres
92
VOU ME EMBORA PRA PASÁRGADA 
“Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção ” 
93
“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
ANTIJURIDICIDADE
 CÓDIGO PENAL, artigo 23
Estado de necessidade
Legítima defesa
Estrito cumprimento do dever legal
Exercício regular do direito
 JHTorres
94
ANTIJURIDICIDADE NO ABORTAMENTO
CÓDIGO PENAL, artigo 128 
ABORTO NECESSÁRIO
ABORTO SENTIMENTAL
ABORTO LEGAL
NÃO CRIMINOSO
 JHTorres
95
ABORTAMENTO LÍCITO
CELSO DELMANTO, Código Penal Comentado, p. 128
NELSON HUNGRIA, Comentários ao Código Penal, v. II, p. 306 a 312
JULIO FABRINI MIRABETE, Manual de Direito Penal, Parte Geral, p. 98
E. MAGALHÃES DE NORONHA, Direito Penal, Parte Especial, p. 58
DAMÁSIO EVANGELISTA DE JESUS, Direito Penal, Parte Especial, p. 136/137
CESAR ROBERTO BITENCOURT, Tratado de Direito Penal, Parte Especial, p. 142
JOSÉ HENRIQUE PIERANGELI, Manual de Direito Penal Brasileiro, p. 120
ROGÉRIO GRECO, Código de Direito Penal Comentado, p. 247
GUILHERME DE SOUZA NUCCI, Código Penal Comentado, v. II, p. 127
RICARDO ANTONIO ANDREUCCI, Manual de Direito Penal, p. 177
ABORTAMENTONÃO CRIMINOSO
 JHTorres
96
ABORTAMENTO NECESSÁRIO
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL ?!
ÚNICA FORMA DE SALVAR A VIDA DA GESTANTE
MÉDICO ?!
CONSENTIMENTO ?!
SALVAR A VIDA DA GESTANTE ?!
DECISÃO MÉDICA COMPARTILHADA
 JHTorres
97
ABORTAMENTO NECESSÁRIO
ÚNICA FORMA DE SALVAR A VIDA DA GESTANTE
CASO BEATRIZ
22 anos, 19ª semana de gravidez
 lupus Eritemaosos Discoidea
agravado com nefritis lúpica
 JHTorres
SAN SALVADOR, EL SALVADOR
(Chile - República Dominicana - Honduras – Nicaragua)
aborto necessário não é descriminalizado
98
ABORTAMENTO NECESSÁRIO
LIMINAR CONCEDIDA
março/2013
ÚNICA FORMA DE SALVAR A VIDA DA GESTANTE
COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA CIDH 
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
CEJIL - Centro por la Justicia y el Derecho Internacional
Feminista para el Desarollo Local de El Salvador
Agrupación Ciudadana por la Despenalización del Aborto Terapéutico, Ético y
Eugenésico de El Salvador
 JHTorres
99
VIOLÊNCIA SEXUAL E GRAVIDEZ 
100
 CICLO DA
 VIOLÊNCIA 
JHRTorres
 30% das mulheres 
 1ª relação sexual forçada
 52% das mulheres
 vítimas de assédio sexual 
 69% das mulheres 
 vítimas de agressões 
 físicas/sexuais
 
 FONTE: OMS
101
Fonte Beebe DK. J Miss State Assoc, 1998
12 milhões de crimes sexuais em todo o mundo
Fonte NVCCVRT. Rape in America, 1992
683 mil estupros com violência física nos EUA
Fonte Muram D et al. Obstet Gynecol Clin North Am, 1992
200 mil casos de abuso sexual contra crianças americanas
Fonte Drezett J. Compreendendo a violência sexual. Pacto São Paulo, 2001
42 mil estupros com penetração vaginal estimados para o Estado de São Paulo
Centro de Referência da Saúde da Mulher
Hospital Pérola Byington
Drezett, 2012
Violência sexual
dados epidemiológicos anuais
1 hora
 1368 crimes sexuais em todo o mundo
 78 estupros nos EUA
 4 estupros em São Paulo
 23 casos de abuso sexual contra crianças nos EUA
Fonte Gavin L et al. MMWR, 2009
100 mil registros entre mulheres jovens e 30 mil entre 10-14 anos nos EUA (2004 – 2006)
102
ABORTAMENTO SENTIMENTAL
ético ou humanitário
QUANDO A GESTAÇÃO RESULTA DE ESTUPRO
CONSENTIMENTO ? 
 ESTUPRO ? 
 MÉDICO ? 
 JHTorres
103
 CÓDIGO PENAL/1940-2005
CRIMES CONTRA OS COSTUMES
 CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
ART. 213 - ESTUPRO
Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça:
 TÍTULO VI
PENA – reclusão, de seis a dez anos. 
 JHTorres
104
 CÓDIGO PENAL/1940-2005
CRIMES CONTRA OS COSTUMES
 CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
ART. 214 - ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal:
 TÍTULO VI
PENA – reclusão, de seis a dez anos. 
 JHTorres
105
ABORTAMENTO LÍCITO:
ESTUPRO = AVP 
CELSO DELMANTO, Código Penal Comentado, p. 128
JULIO FABRINI MIRABETE, Manual de Direito Penal, Parte Geral, p. 100
E. MAGALHÃES DE NORONHA, Direito Penal, Parte Especial, p. 62
DAMÁSIO EVANGELISTA DE JESUS, Direito Penal, Parte Especial, p. 138/139
JOSÉ HENRIQUE PIERANGELI, Manual de Direito Penal Brasileiro, p. 121
GUILHERME DE SOUZA NUCCI, Código Penal Comentado, v. II, p. 127
ANALOGIA 
LUIZA NAGIB ELUF, Crimes contra os costumes e Assédio Sexual, p. 236
LUIZ REGIS PRADO, Código Penal Anotado, p. 469
PAULO JOSÉ DA COSTA, Curso de Direito Penal, p. 322
RICARDO ANTONIO ANDREUCCI, Manual de Direito Penal, p. 177
 JHTorres
106
LEI Nº 12.015, 
de 7. 8. 2009 
Artigo 6º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação 
 CÓDIGO PENAL/1940-2005
 TÍTULO VI
 PARTE ESPECIAL
 JHTorres
107
 CÓDIGO PENAL/1940-2005-2009
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
 CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
ART. 213 - ESTUPRO
Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça:
 TÍTULO VI
PENA – reclusão, de seis a dez anos. 
LEI Nº 12.015/2009
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
108
 CÓDIGO PENAL/1940-2005
CRIMES CONTRA OS COSTUMES
 PARTE ESPECIAL 
 CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
 CAPÍTULO II
DA SEDUÇÃO E DA CORRUPÇÃO DE MENORES
 CAPÍTULO IV
 DISPOSIÇÕES GERAIS 
 CAPÍTULO V
 DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOAS 
 CAPÍTULO VI
 DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR 
ART. 213 - ESTUPRO
ART. 214 - ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR
ART. 215 - POSSE SEXUAL MEDIANTE FRAUDE
ART. 216-A – ASSÉDIO SEXUAL
ART. 216 - ATENTADO AO PUDOR MTE FRAUDE
ART. 218 - CORUPÇÃO DE MENORES
ART. 223 - FORMAS QUALIFICADAS
ART. 224 - PRESUNÇÃO DE VIOLÊNCIA
ART. 225 - AÇÃO PENAL
ART. 226 - AUMENTO DE PENA
ART. 227 – MEDIAÇÃO P/ SERVIR A LASCÍVIA
ART. 228 – FAVORECIMTO DA PROSTITUIÇÃO
ART. 229 – CASA DE PROSTITUIÇÃO
ART. 230 – RUFIANISMO
ART. 231 – TRÁFICO INTERNAC. DE PESSOAS
ART. 231-A – TRÁFICO INTERNO DE PESSOAS
ART. 233 – ATO OBSCENO
ART. 234 – ESCRITO OU OBJETO OBSCENO
 TÍTULO VI
 CAPÍTULO VII
 DISPOSIÇÕES GERAIS 
LEI Nº 12.015, de 7. 8. 2009 
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
ART. 214 - REVOGADO
ART. 216 - REVOGADO
ART. 215 - VIOLAÇÃO SEXUAL MEDTE FRAUDE
ART. 223 - REVOGADO
ART. 224 - REVOGADO
ART. 231 – TRÁFICO INTERNAC. DE PESSOAS P/
 FIM DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
ART. 231-A – TRÁFICO INTERNO DE PESSOAS P/
 FIM DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
 CAPÍTULO II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEIS
ART. 218 - INDUZIMENTO DE MENOR À LASCÍVIA
ART. 217-A – ESTUPRO DE VULNERÁVEL
ART. 218-A – Satisfação da lascívia med presença de c/a
ART. 218-B – Exploração da prostituição de vulnerável
ART. 213 - ESTUPRO
ART. 225 - AÇÃO PENAL
 CAPÍTULO V
 DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOAS 
ART. 228 – FAVORECIMTO DA PROSTITUIÇÃO
ART. 229 – ESTABCI/TO EXPL. SEXUAL
ART. 234-A =aumento penas 
ART. 234-B = segredo justiça
109
 CÓDIGO PENAL/1940-2005-2009
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
 CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS 
ART. 234 –A- Nos crimes definidos neste Título a pena é aumentada:
 TÍTULO VI
I- VETADO
II- VETADO
III- de metade, se do crime resultar GRAVIDEZ 
IV- de um sexto até metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador.
 JHTorres
110
ABORTAMENTO SENTIMENTAL
ético ou humanitário
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL ? 
QUANDO A GESTAÇÃO RESULTA DE ESTUPRO
B.O. ?
CONSENTIMENTO ? 
 ESTUPRO ? 
 MÉDICO ? 
LAUDO IML ?
FEDRA ?
CRIMES CONTRA 
A DIGNIDADE SEXUAL
 JHTorres
111
CULPABILIDADE
censura ou reprovação
 MALFORMAÇÃO FETAL
 COM INVIABILIDADE DE VIDA
 EXTRA-UTERINA
 JHTorres
112
5
MALFORAÇÃO FETAL
NO SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
 Comitê de Direitos Humanos da ONU, em 17 de novembro de 2005, CONDENOU o Estado do Peru a indenizar uma mulher por não ter tido acesso a um aborto seguro, na hipótese de má formação fetal incompatível com a vida.
 Caso K. H. versus Peru 
 Comunicação n. 1153/2003
 JHTorres
113
“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatórioeram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
MALFORAÇÃO FETAL
NO SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
 Corte Constitucional Colombiana
 ‘Em caso de má formação fetal incompatível com a vida, não interromper a gestação implica tortura”
 
 JHTorres
114
“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
“As leis não bastam,
 os lírios não nascem das leis”
 Carlos Drumond de Andrade
 
O lago dos lírios - Monet
 JHTorres
115
ADPF n. 54
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO 
DE PRECEITO FUNDAMENTAL
 ANENCEFALIA
STF
116
5
eletroencefalograma normal
 JHTorres
eletroencefalograma de pessoa com morte cerebral
 JHTorres
eletroencefalograma de feto anencefálico
 JHTorres
CÓDIGO PENAL – 1940
 
 ARTIGO 128
 ABORTAMENTO NÃO CRIMINOSO
 Compromissos internacionais afirmam que é um dever do Estado prestar assistência às mulheres para a prática do abortamento não criminoso
 JHTorres
120
 ABORTAMENTO NÃO CRIMINOSO
	“Às mulheres que optam pelo abortamento não criminoso devem ser garantidas todas as condições para a sua prática de forma segura e deve ser proporcionado a essas mulheres um tratamento humano e a devida orientação”
	Programa de Ação do Cairo, parágrafo 8.25
	(Conferência Internacional de População e Desenvolvimento, Cairo, 1994)
	
	Plataforma Mundial de Ação de Pequim, parágrafo 106 k
	(4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, Pequim, 1995)
	
	 Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e desenvolvimento, parágrafo 63, do Capítulo IV.C
	(Assembléia geral Extraordinária da ONU, Cairo + 5, Nova York, 1999)
	
	Documento de Resultados de Pequim + 5, parágrafo 107 i
	(Assembléia Geral Extraordinária da ONU, Pequim + 5 – Mulher 2000: Igualdade de Gênero, Desenvolvimento e Paz para o século 21, Nova York, 2000)
 JHTorres
121
 ABORTAMENTO NÃO CRIMINOSO
	
	Nos casos de opção pelo abortamento não criminoso, “os sistemas de saúde devem capacitar e equipar as pessoas que prestam serviços de saúde e tomar outras medidas para assegurar que o aborto se realize em condições adequadas e seja acessível. Medidas adicionais devem ser tomadas para salvaguardar a saúde da mulher” 
	
	Documento de Resultados de Pequim + 5, parágrafo 63, III, do Capítulo IV
	(Assembléia Geral Extraordinária da ONU, Pequim + 5 – Mulher 2000: Igualdade de Gênero, Desenvolvimento e Paz para o século 21, Nova York, 2000)
 JHTorres
122
SERVIÇOS PÚBLICOS DE ABORTO LEGAL
DEVER DO ESTADO
DIREITO DAS MULHERES
1994 – 03 hospitais públicos realizavam o aborto legal
2007 – 80 Serviços de aborto legal instalados
 JHTorres
123
SERVIÇOS PÚBLICOS DE ASSISTÊNCIA À MULHER PARA A REDUÇÃO DE RISCOS DO ABORTO INSEGURO 
DEVER DO ESTADO
DIREITO DAS MULHERES
NÃO HÁ PARTICIPAÇÃO CRIMINOSA
 JHTorres
124
COMITÊ DE DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS 
 “Os países deverão adotar medidas com a finalidade de proteger as mulheres dos efeitos dos abortos clandestinos e inseguros, assegurando que as mulheres não recorram a tais procedimentos prejudiciais”. 
ONU – COMITÊ DESC
 JHTorres
125
Comitê de Direitos Humanos da ONU
 “os direitos reprodutivos estão firmemente baseados nos princípios dos direitos humanos” e
 “negar acesso ao aborto legal é uma violação dos direitos mais básicos da mulher”
 2005
 JHTorres
126
“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
DIREITOS HUMANOS
“O problema fundamental em relação aos Direitos Humanos, hoje, não é o de justificá-los, mas, sim, de protegê-los, ou seja, o problema é político e não filosófico” 
 Norberto Bobbio
 JHTorres
127
O lago de Tântalo
 JHTorres
128
 “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousamos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”
 
 Fernando Pessoa
 JHTorres
129
“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
“Transformar o mundo é tão difícil quanto possível”
 Paulo Freire
Sebastião Salgado
 JHTorres
130
fim
131
“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
132
“A montanha mágica” de Tomas Man – Hans Kastorp – Sanatório de Davos – Os dois médicos do sanatório eram chamados, pelos paciente, de Minus e Radamante, fazendo assim uma referência aos dois grandes médicos da antiguidade grega.
 JHTorres
CRIME, SEM EXCEÇÕES:
DESCRIMINALIZADO, de 90 dias a 24 sem:
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
MALTA
 Reino Unido, Holanda, Suécia, Romênia, Dinamarca, Letônia República Checa, Eslováquia, Grécia, Hungria, Bélgica, Bulgária, França, Alemanha, Lituânia, Estônia, Portugal e Espanha.
UE
133
 JHTorres
d) COM ALGUM TEMPO DE GESTAÇÃO:
 Holanda, Espanha e Finlândia
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
UE
NÃO CRIMINOSO
RISCO DE VIDA PARA A GESTANTE
 c) SEM EXIGÊNCIA DE TEMPO DE GESTAÇÃO:
 Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Letônia, Polônia, Eslovênia, Áustria, Republica Checa, Eslováquia, Romênia, Chipre, Grécia, Hungria, Portugal, França, Alemanha, Lituânia, Estônia e Luxemburgo e Irlanda (inclui risco de suicídio)
134
 JHTorres
e) SEM EXIGÊNCIA DE TEMPO GESTACIONAL: Dinamarca, Eslovênia, Áustria, República Checa, Eslováquia, Romênia, Chipre, Hungria, Bélgica, Itália, França e Alemanha
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
UE
NÃO CRIMINOSO
 RISCO PARA SAÚDE DA GESTANTE
f) COM 90 dias a 28 semanas DE GESTAÇÃO: 
Lituânia, Letônia, Holanda, Reino Unido, Estônia, Irlanda, Luxemburgo, Portugal, Polônia e Espanha
135
 JHTorres
g) SEM EXIGÊNCIA DE TEMPO GESTACIONAL: Romênia, Chipre, Grécia, Alemanha e Hungria
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
UE
NÃO CRIMINOSO
GRAVIDEZ RESULTANTE DE CRIME SEXUAL
h) COM ALGUM TEMPO DE GESTAÇÃO:
 Dinamarca, Finlândia, França, Bélgica, Polônia, Luxemburgo, Portugal, Lituânia, Estônia, Holanda, Letônia e Itália
136
 JHTorres
SEM EXIGÊNCIA DE TEMPO GESTACIONAL:
Reino Unido, Áustria, República Checa, Eslováquia, Romênia, Chipre, Hungria, França, 
Alemanha e Bulgária
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
UE
NÃO CRIMINOSO
MALFORMAÇÃO FETAL
j) COM ALGUM TEMPO DE GESTAÇÃO:
 Holanda, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Letônia, Polônia, Eslovênia, Grécia, Espanha, Bélgica, Itália, Portugal, Lituânia, Estônia e Luxemburgo
137
 JHTorres
l) COM ALGUM TEMPO DE GESTAÇÃO:
 Holanda, Finlândia, Itália, França e Luxemburgo
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
UE
NÃO CRIMINOSO
RAZÕES SÓCIO–ECONÔMICAS
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 JHTorres
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
UE
 “A vida intra-uterina reclama proteção do Estado, mas a ConstituiçãoPortuguesa não obriga que essa proteção tenha natureza penal, não sendo possível concluir que a ausência de proteção penal equivale pura e simplesmente a desamparo e desproteção” 
Corte Constitucional Portuguesa 
Diário da República, 2ª série, 25.06.1985, p. 254.
139
 JHTorres
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
UE
“Os Estados-Membros e os países candidatos à adesão a pugnarem pela implementação de uma política de saúde e social que permita uma diminuição do recurso ao aborto e deseja que esta prática seja legalizada, segura e acessível a todas as mulheres”
Parlamento Europeu
Boletim/EU n. 7/8-2002,
http:europa.eu/bulletin/pt/200207/p102001.htm#anch0010
140
 JHTorres
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
Austrália – descriminalizado (autorização médica)
Canadá e na China - legal em todos os aspectos
Coréia do Norte - aborto necessário
Egito - quando a mulher padece de certas doenças, 
 como câncer ou diabetes
Chan, Minnie. “China. Obrigadas a abortar”. In Courrier Internacional, p. 15. Lisboa: 9 a 15 de fevereiro de 2007.
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Caso 2141 http://www.cidh.org/annualrep/80.81sp/EstadosUnidos2141.htm
141
 JHTorres
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
Índia - a interrupção da gestação é autorizada quando há risco de vida e para a saúde física e mental da mulher, quando a gravidez não é desejada, por estupro ou outros crimes sexuais e, ainda, em razão da situação econômica da gestante, mas não é permitido por simples solicitação
Israel - risco psicológico ou físico para a mulher, nos casos de malformação fetal e o humanitário
Chan, Minnie. “China. Obrigadas a abortar”. In Courrier Internacional, p. 15. Lisboa: 9 a 15 de fevereiro de 2007.
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Caso 2141 http://www.cidh.org/annualrep/80.81sp/EstadosUnidos2141.htm
142
 JHTorres
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
Japão - até 20 semanas de gestação em casos de malformação fetal, enfermidade mental ou retardamento mental da mulher ou de seu cônjuge, risco de vida para a mulher, estupro e incesto
México - aborto necessário e o sentimental
Chan, Minnie. “China. Obrigadas a abortar”. In Courrier Internacional, p. 15. Lisboa: 9 a 15 de fevereiro de 2007.
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Caso 2141 http://www.cidh.org/annualrep/80.81sp/EstadosUnidos2141.htm
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 JHTorres
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
Rússia - legal e gratuito até 12 semanas de gravidez, a pedido da mulher (Lei sobre a proteção da saúde dos cidadãos: até 12 semanas, a pedido da mulher; até 22 semanas, por razões sociais – invalidez do marido, caso a mãe ou o pai esteja preso, em desemprego, nos casos de divórcio durante a gestação, falta de habitação, mulher refugiada, mães solteiras com mais de 3 filhos ou com meios de subsistência inferior ao mínimo legal; malformação fetal e estupro – “violação”)
Chan, Minnie. “China. Obrigadas a abortar”. In Courrier Internacional, p. 15. Lisboa: 9 a 15 de fevereiro de 2007.
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Caso 2141 http://www.cidh.org/annualrep/80.81sp/EstadosUnidos2141.htm
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 JHTorres
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
AL
A descriminalização do aborto não viola o direito à vida, ainda que protegido pela Convenção Americana, “em geral”, desde a concepção, nos termos de seu artigo 4o. Há a necessidade de se estabelecer um juízo de ponderação entre os direitos fundamentais da mulher e os direitos de uma vida em potencial. 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Caso 2141 http://www.cidh.org/annualrep/80.81sp/EstadosUnidos2141.htm
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 JHTorres
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
AL
a) Cuba, em 1965, legalizou o aborto até 12 semanas de gestação e mantém uma taxa de abortos inferior a 21 para cada mil mulheres em idade reprodutiva, dez pontos abaixo da média regional; 
b) Chile, El Salvador, Nicarágua e República Dominicana criminalizam o aborto e não admitem nenhuma exceção 
Nota: Chile e El Salvador: os médicos realizam abortos para tratamento de gravidez ectópica e ou de câncer do trato genital em mulheres grávidas, sem nenhuma repercussão legal”, com base em dispositivos normativos gerais descriminalizadores; mas, no Chile, a lei processual penal determina que os médicos denunciem aos carabineiros o fato de uma mulher apresentar sintomas de ter praticado um aborto, o que os coloca sempre em conflito com direito das pacientes ao sigilo
 Rojas, Carolina. “Chile. Denunciar ou calar?”. In Courrier Internacional, p. 14. Lisboa: 9 a 15 de fevereiro de 2007.
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 JHTorres
ABORTO
LEGISLAÇÃO COMPARADA
AL
c) Honduras, por força de seu Código de Ética Médica, permite o aborto para salvar a vida da gestante;
d) Argentina, Venezuela, Costa Rica, Peru e Paraguai admitem o aborto para salvar a vida da mulher, mas na Argentina também é facultativo o aborto quando a mulher é “idiota ou demente” e, na Venezuela, é permitido, também, para proteger “a honra” da mulher ou do homem; e
e) Uruguai, Colômbia, Equador, Bolívia, México, Panamá e Guatemala permitem o aborto nos casos de violação ou incesto, mas o Uruguai também o admite no caso de “angústia econômica” e a Colômbia, o México e o Panamá, também quando há malformação fetal.
Rojas, Carolina. “Chile. Denunciar ou calar?”. In Courrier Internacional, p. 14. Lisboa: 9 a 15 de fevereiro de 2007.
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Gráf1
		1975
		1980
		1982
		1984
		1986
		1988
		1990
		1991
		1992
		1993
		1994
		1995
		1996
França
15.3
15.3
15.8
15.4
13.9
13.4
13.5
13.6
13.2
13.2
12.9
12.4
12.4
Sheet1
				1975		1980		1982		1984		1986		1988		1990		1991		1992		1993		1994		1995		1996
		França		15.3		15.3		15.8		15.4		13.9		13.4		13.5		13.6		13.2		13.2		12.9		12.4		12.4
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Gr_fico_do_Microsoft_Office_Excel2.xls
Gráf1
		1975		1975
		1980		1980
		1982		1982
		1984		1984
		1986		1986
		1988		1988
		1990		1990
		1991		1991
		1992		1992
		1993		1993
		1994		1994
		1995		1995
		1996		1996
França
Italia
15.3
18.7
15.3
18.7
15.8
19.6
15.4
18.4
13.9
16
13.4
14.2
13.5
13
13.6
12.5
13.2
12.3
13.2
12.1
12.9
11.5
12.4
11.2
12.4
11.4
Sheet1
				1975		1980		1982		1984		1986		1988		1990		1991		1992		1993		1994		1995		1996
		França		15.3		15.3		15.8		15.4		13.9		13.4		13.5		13.6		13.2		13.2		12.9		12.4		12.4
		Italia		18.7		18.7		19.6		18.4		16		14.2		13		12.5		12.3		12.1		11.5		11.2		11.4
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Limite inferior; 
843.394
Ponto médio; 
1.054.243
Limite superior; 
1.265.091
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1.000.000
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Brasil
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0
50
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350
400
ANO
No. de internações por Aborto 
(em milhares)
Brasil
345311319280253246230244248250247243253250
19921993199419951996199719981999200020012002200320042005
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6,5
6,8
7,6
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40
68,4
78
83,3
0
10
20
30
40
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70
80
90
HolandaBélgicaAlemanhaColombiaBrasilChileRussiaRomeniaVietnan
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