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Angina
Angina pectoris é uma condição cardíaca comum, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizada por dor no peito devido à diminuição temporária do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco, a angina pode ser um sintoma de doença coronariana, uma das principais causas de morbidade e mortalidade cardiovascular no mundo. 
O esforço físico e as emoções aumentam o trabalho cardíaco e, consequentemente, aumentam a demanda de oxigênio do coração. Quando as artérias apresentam estreitamento ou obstrução de modo que o fluxo sanguíneo ao músculo não pode ser aumentado para suprir a maior demanda de oxigênio, pode ocorrer uma isquemia, acarretando a dor.
 
Causas
Em geral, quando a angina ocorre devido à aterosclerose, manifesta-se inicialmente durante um esforço físico ou um estresse emocional, quem fazem com que o coração trabalhe mais e aumente a sua necessidade de oxigênio. Se a artéria apresentar uma estenose significativa (geralmente superior a 70%), pode ocorrer angina, mesmo durante o repouso, quando as necessidades do coração estão reduzidas ao mínimo. 
Uma anemia grave aumenta as chances de angina. Na anemia, o numero de glóbulos vermelhos – que contêm hemoglobina, a molécula que transporta oxigênio – ou a concentração de hemoglobina nestas células encontram-se abaixo dos valores normais. Como consequência, dá-se uma redução do transporte de oxigênio ao músculo cardíaco. 
Causas incomuns
A angina microvascular (previamente denominada síndrome X) é uma forma de angina que não é produzida por um espasmo, nem por uma obstrução evidente das artérias coronarianas grandes. O estreitamento temporário das artérias coronarianas muito menores pode ser responsável, pelo menos em algumas pessoas. As razões dessa estenose ainda são desconhecidas, mas podem estar relacionadas como desequilíbrio químico no coração ou com anomalias no funcionamento das artérias pequenas (arteríolas). 
Outras causas raras de angina são as seguintes:
· Hipertensão arterial grave 
· Constrição da válvula aórtica (estenose da válvula aórtica)
· Vazamento da válvula aórtica (regurgitação da válvula aórtica)
· Espessamento das paredes dos ventrículos (cadiomiopatia hipertrófica), em especial o espessamento da parede que separa os ventrículos (cardiomiopatia obstrutiva hipertrófica).
Classificação da angina
Angina estável é a dor ou desconforto no tórax que geralmente ocorre com a atividade ou esforço. Os episódios de dor ou desconforto são provocados por quantidades semelhantes por esses eventos. 
Angina instável refere-se à angina na qual o padrão de sintomas se altera. Como as características de angina em uma determinada pessoa geralmente permanecem constantes, qualquer alteração – como dor mais grave, ataques mais frequentes, ou ataques que ocorrem com meninos esforço ou durante o repouso – é grave. Tal alteração geralmente reflete um estreitamento súbito de uma artéria coronariana por um ateroma que tenha rompido ou órgão um coágulo de sangue que tenha se formado. O risco de um ataque cardíaco é elevado. A angina instável é considerada uma síndrome coronariana aguda.
A angina variante resulta de um espasmo de uma das grandes artérias coronarianas na superfície do coração. Ela é chamada de variante porque se caracteriza por dor geralmente durante o repouso, que não costuma ocorrer durante o esforço, além de alterações específicas detectadas através de um eletrocardiograma (ECG) durante um episódio de angina. 
Angina de decúbito ocorre quando a pessoa está deitada (não necessariamente apenas à noite), sem qualquer causa aparente. A angina de decúbito ocorre porque a gravidade redistribui líquidos no corpo. Está redistribuição faz o coração trabalhar mais.
Angina noturna ocorre à noite, durante o sono. Se um sonho desencadear alterações expressivas na respiração, frequência cardíaca e PA. A angina noturna também pode ser um sinal de insuficiência recorrente do VE, um equivalente da dispneia noturna. A posição deitada aumenta o retorno venoso, esticando o miocárdio e aumentando a tensão da parede, o que aumenta a demanda de oxigênio.
Sintomas 
A angina pode ser vaga e pouco agradável ou tornar-se rapidamente uma sensação de pressão precordial intensa e grave. Raramente é descrita como “dor. Com mais frequência, sente-se um desconforto abaixo do esterno, embora a localização pode variar. O desconforto pode irradiar-se para o ombro esquerdo e para baixo, na parte interna do membro superior esquerdo, mesmo até os dedos, diretamente até o dorso, para garganta, mandíbulas, dentes e, ocasionalmente, para baixo, na parte interna do membro superior direito. Também pode ser sentida na parte superior do abdome. O desconforto da angina nunca ocorre acima das orelhas e abaixo do umbigo. É mais provável que mulheres apresentem sintomas atípicos nas costas, ombros, braços ou mandíbula. 
A angina de peito é classicamente persiste por alguns minutos penas, regredindo com repouso. Os sintomas são exacerbados quando o esforço é realizado após uma refeição ou ocorre em tempo frio; caminhar contra o vento ou ao primeiro contato de ar frio após sair de um ambiente aquecido pode precipitar uma crise. A gravidade dos sintomas costuma ser classificada de acordo com o grau de esforço que causa a angina. 
Diagnóstico
Os médicos diagnosticam angina em grande parte com base na descrição dos sintomas. É possível que um exame físico e um eletrocardiograma (ECG) detectem pouco ou nada anormal entre e, as vezes, durante as crises de angina, mesmo em pessoas com doença arterial coronariana extensa. Durante a crise, a frequência cardíaca pode aumentar ligeiramente, a pressão arterial pode subir, com o estetoscópio, o médico pode ouvir uma alteração nos batimentos cardíacos. O ECG pode detectar mudanças na atividade elétrica do coração. 
Quando os sintomas são típicos, o diagnóstico pelos médicos geralmente é simples. O tipo de dor, sua localização, e sua associação com o reforço, refeições, clima e outros fatores podem ajudar os médicos a fazerem o diagnóstico. A presença de fatores de risco para uma doença coronariana também ajuda a estabelecer o diagnóstico. 
O teste de esforço também chamado (teste de tolerância a exercício) baseia-se no princípio de que, se as artérias coronarianas estiverem apenas parcialmente bloqueadas, o coração pode ter um fornecimento de sangue adequado quando a pessoa estiver em repouso, mas não quando o coração estiver trabalhando arduamente. Para o teste de esforço, o coração da pessoa é submetido a um grande esforço como (por exemplo, andar em uma esteira ou bicicleta ergométrica). Durante o teste, a pessoa é monitorada por ECG para identificação de anormalidades que sugiram isquemia. 
O ecocardiograma usa ondas de ultrassom para produzir imagens do coração. Esse procedimento mostra o tamanho do coração, o movimento do músculo cardíaco, o fluxo de sangue através das válvulas do coração e a função valvular. O ecocardiograma é feito durante o repouso e o exercício. 
Na angiografia coronária, são feitas radiografias das artérias depois de um agente de contraste ser injetado. A angiografia, o procedimento mais preciso para o diagnóstico de doença arterial, pode ser é feito quando o diagnóstico é incerto. 
A monitoração contínua de ECG com o monitor Holter pode detectar anomalias, indicando isquemia sintomática ou silenciosa ou angina variante (que normalmente ocorre durante o repouso).
Também são realizados exames de imagem como tomografia computadorizada e ressonância magnética cardíaca. 
Tratamento 
O tratamento começa com a tentativa de diminuir ou reverter a progressão da doença arterial coronariana através do gerenciamento de fatores de risco como, hipertensão arterial, níveis elevados de colesterol e tabagismo. Uma dieta variada, com baixo teor de gordura e pobre em carboidratos de açúcar simples, assim como a prática de exercícios físicos são as principais recomendações de tratamento. A perda de peso, se necessária, também é recomendada. 
Quando os sintomas são estáveis, leves e moderados, o tratamento mais eficazpode ser a modificação nos fatores de risco e a utilização de certos medicamentos. Se a modificação e a terapia não reduzirem os sintomas acentuadamente, um procedimento para restaurar o fluxo de sangue ate as áreas afetadas do coração (um procedimento de revascularização) pode ser necessário. Quando os sintomas pioram rapidamente, geralmente é necessária hospitalização imediata e avaliação da pessoa para detectar uma síndrome coronariana aguda. 
Os médicos recorrem a diversos tipos de medicamentos para pessoas com angina. Alguns medicamentos usados nessa condição são: 
· Nitratos: tipo de medicamento que dilata (aumenta) os vasos sanguíneos e, assim, aumenta o fluxo de sangue através do vaso.
· Betabloqueadores: eles têm a ação de interferir nos efeitos dos hormônios epinefrina (adrenalina) e norepinefrina (noradrenalina) no coração e em outros órgãos. Reduzem a pressão arterial e a frequência cardíaca de repouso. Os betabloqueadores também reduzem o risco de morte súbita e ataques cardíacos, melhoram o prognostico em longo prazo para pessoas com doenças arterial coronariana. 
· Estatinas: são medicamentos que reduzem os níveis sanguíneos de colesterol LDL, o tipo que pode causar doença coronariana. Esses medicamentos reduzem a probabilidade de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e morte. 
· Antiplaquetários: como aspirina, ticlopidina, clopidogrel, prasugrel ou tiucagrelor, modificam as plaquetas de modo a que elas não se aglutinem e adiram às paredes dos vasos sanguíneos. As plaquetas, que circulam no sangue, promovem a formação de coágulos (trombose) quando um vaso sanguíneo é lesionado. 
· Procedimentos de revascularização: as pessoas que continuam a ter angina mesmo usando medicamentos preventivo, as vezes se beneficiam de procedimentos que abrem ou substituem as artérias coronárias. Esses procedimentos são chamados de revascularização e incluem a angioplastia e ponte de safena. 
· Angioplastia - nesse procedimento, o médico guia um balão inflável na ponta de um tubo em direção à artéria abstraídas. Quando o balão é inflado, os depósitos de gordura são empurrados, desobstruindo as artérias. 
· Ponte de safena – é indicada quando a angina continua mesmo com o uso do medicamento ou se uma ou mais artérias estão muito obstruídas. Nesta cirurgia, é retirada uma veia da perna e enxertada ou ligada à artéria bloqueada. 
Dados sobre a doença 
No Brasil, dados do departamento de informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) mostram que a causa cardiovascular corresponde a quase 30% das causas de morte. Dados epidemiológicos de outros países sugerem que, após 65 anos, 10 a 15% das pessoas tenham angina em algum momento. 
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, a prevalência de angina leve (grau 1) foi de 8,1% e da angina moderada/grave (grau 2) 4,5%, ambas mais prevalentes em mulheres. 
Referências 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/distúrbios-do-coração-e-dos-vasos-sanguíneos/doença-arterial-coronariana/considerações-gerais-sobre-a-doença-arterial-coronariana-dac
https://www.einstein.br/especialidades/cardiologia/doencas-sintomas/angina
https://www.pfizer.com.br/sua-saude/coracao/angina

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