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Prisão Preventiva 1
Prisão Preventiva
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Tags Processual Penal II
Introdução
Pode ser decretada no curso da investigação preliminar ou do processo, 
inclusive após a sentença condenatória recorrível;
Pode ser decretada por juiz ou tribunal competente, em decisão 
fundamentada, a partir de prévio pedido expresso do MP ou representação 
da autoridade policial;
A prisão preventiva não é cabível quando a pena é igual ou inferior a 04 
anos → acaba por ser incompatível com crimes em que cabe Ação Penal 
Privada. 
⚖ CPP  AArt. 313.  Nos termos do art. 312 deste Código, será 
admitida a decretação da prisão preventiva:
I  nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade 
máxima superior a 4 (quatro) anos;
O legislador brasileiro permite a prisão preventiva decretada de ofício, 
desde que no curso da ação penal.
⚖ CPP  Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do 
processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a 
requerimento do Ministério Público, do querelante ou do 
assistente, ou por representação da autoridade policial.
March 24, 2024 331 PM
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art312...
Prisão Preventiva 2
Objetivo da Prisão Cautelar
Conforme CALAMANDREI, além de aplicar o direito material, a finalidade 
imediata da prisão cautelar é assegurar a eficácia do procedimento 
definitivo;
Fica evidenciado, assim, que as medidas cautelares não se 
destinam a “fazer justiça ,ˮ mas sim garantir o normal 
funcionamento da justiça através do respectivo processo 
(penal) de conhecimento. Logo, são instrumentos a serviço 
do instrumento processo; por isso, sua característica básica 
é a instrumentalidade qualificada ou ao quadrado. 
É importante fixar esse conceito de instrumentalidade 
qualificada, pois só é cautelar aquela medida que se destinar 
a esse fim (servir ao processo de conhecimento). E somente 
o que for verdadeiramente cautelar é constitucional.  LOPES 
JR., Aury. p. 777.
Requisito da Prisão Preventiva
Fummus Comissi Delicti
⚖ CPP  Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como 
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por 
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação 
da lei penal, quando houver prova da existência do crime e 
indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de 
liberdade do imputado.
Deve-se ter prova da existência do crime e indícios suficientes de 
autoria;
Prisão Preventiva 3
Há juízo de probabilidade razoável → há predomínio dos requisitos 
positivos, isto é, a conduta é aparentemente típica, ilícita e culpável;
O fummus commissi delicti exige a existência de sinais 
externos, com suporte fático real, extraídos dos atos de 
investigação levados a cabo, em que por meio de um 
raciocínio lógico, sério e desapaixonado, permita deduzir 
com maior ou menor veemência a comissão de um delito, 
cuja realização e consequências apresentam como 
responsável um sujeito concreto.  LOPES JR., Aury. p. 
759.
Deve-se demonstrar:
a) A Aparente Tipicidade da Conduta do Autor → deve-se estar 
vinculado a algum tipo penal, de modo que haja a probabilidade de 
concretização do tipo penal;
b) A Aparente Ilicitude → não há causas de justificação, mas, 
provavelmente, há elementos que integram a culpabilidade penal.
⚖ CPP  Art. 314.  A prisão preventiva em nenhum caso será 
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos 
autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas 
nos incisos I, II e III do caputdo art. 23 do Decreto-Lei 
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940  Código Penal.
c) A Aparente Culpabilidade.
Periculum Libertatis
Perigo que decorre do estado de liberdade do sujeito passivo;
No CPP, este é previsto como risco para a ordem pública, para a ordem 
econômica, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a 
aplicação da lei penal.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23i
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⚖ CPP  Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada 
como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por 
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a 
aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do 
crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo 
estado de liberdade do imputado.
Garantia da Ordem Pública → conceito vago, que, por vezes, se 
confunde com clamor público. 
Quanto à prisão cautelar para garantia da integridade 
física do imputado, diante do risco de “linchamento ,ˮ 
atualmente predomina o acertado entendimento de 
que é incabível. Prender alguém para assegurar sua 
segurança revela um paradoxo insuperável e 
insustentável. Por fim, há aqueles que justificam a 
prisão preventiva em nome da “credibilidade da 
justiçaˮ (pois deixar solto o autor de um delito grave 
geraria um descrédito das instituições) e, ainda, no 
risco de reiteração de condutas criminosas. Esse 
último caso se daria quando ao agente fossem 
imputados diversos crimes, de modo que a prisão 
impediria que voltasse a delinquir. Com maior ou 
menor requinte, as definições para “garantia da ordem 
públicaˮ não fogem muito disso.  LOPES JR., Aury. p. 
763.
Garantia da Ordem Econômica → tutela o risco das condutas do agente 
que afetam a tranquilidade e a harmonia da ordem econômica, seja pelo 
risco de reiteração de práticas que gerem perdas financeiras vultosas, 
seja por colocar em perigo a credibilidade e o funcionamento do 
sistema financeira ou mesmo o mercado de ações e valores;
Conveniência da Instrução Criminal Tutela da Prova) → há risco 
efetivo para a instrução. É uma medida tipicamente cautelar, 
Prisão Preventiva 5
instrumental;
Assegurar a Aplicação da Lei Penal → prende-se o imputado para 
evitar que ele fuja. O risco da fuga não pode ser presumido;
É imprescindível a existência de prova razoável do periculum libertatis.
Toda decisão determinando a prisão do sujeito passivo 
deve estar calcada em um fundado temor, jamais fruto 
de ilações ou criações fantasmagóricas de fuga (ou de 
qualquer dos outros perigos). Deve-se apresentar um 
fato claro, determinado, que justifique o periculum 
libertatis.  LOPES JR., Aury. 
A prisão preventiva também pode ser decretada pelo descumprimento de 
qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares. 
⚖ CPP  Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título 
deverão ser aplicadas observando-se a:
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações 
impostas, o juiz, mediante requerimento do Ministério Público, de 
seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, 
impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão 
preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312 deste 
Código.
OBS. Aury entende que a decretação de prisão preventiva por conta de risco à 
ordem pública é uma desvirtuação do sentido das medidas cautelares. Por 
outro lado, Renato Brasileiro entende que a prisão preventiva decretada nestes 
termos não fere a sua natureza cautelar por resguardar a sociedade. 
(… Acertadamente, essa corrente, que é a majoritária, 
sustenta que a prisão preventiva poderá ser decretada 
com o objetivo de resguardar a sociedade da reiteração 
de crimes em virtude da periculosidade do agente.
Prisão Preventiva 6
O caráter cautelar é preservado, pois a prisão tem o 
objetivo de assegurar o resultado útil do processo, de 
modo a impedir que o réu possa continuar a cometer 
delitos, resguardando o princípio da prevenção geral. Há, 
de fato, evidente perigo social decorrente da demora em 
se aguardar o provimento jurisdicional definitivo, eis que, 
até o trânsito em julgado da sentença condenatória, o 
agente já poderá ter cometido diversas infrações penais.
(… Nocaso de prisão preventiva com base na garantia da 
ordem pública, faz-se um juízo de periculosidade do 
agente (e não de culpabilidade), que, em caso positivo, 
demonstra a necessidade de sua retirada cautelar do 
convívio social.  Renato Brasileiro, p. 1.063.
Hipóteses de Decretação da Prisão 
Preventiva
Prisão Preventiva 7
⚖ CPP  Art. 313.  Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a 
decretação da prisão preventiva:
I  nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade 
máxima superior a 4 (quatro) anos;
II  se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença 
transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do 
art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940  Código 
Penal;
III  se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a 
mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com 
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de 
urgência;
§ 1º  Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida 
sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer 
elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser 
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se 
outra hipótese recomendar a manutenção da medida. 
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a 
finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como 
decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou 
recebimento de denúncia.
A prisão preventiva só pode ser decretada se houver crime doloso, com 
pena máxima superior a 04 anos;
No caso do inciso II, deve-se atentar ao fato de que decretar uma prisão 
preventiva com base, exclusivamente, no fato do réu ou do indiciado ser 
reincidente é uma interpretação equivocada que viola a presunção de 
inocência;
Já o inciso III dialoga com a violência doméstica, sem criar um novo 
periculum libertatis, mas servindo como um reforço para a decisão que 
decreta a prisão preventiva;
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art64i
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Prisão Preventiva 8
⚖ CPP  Art. 314.  A prisão preventiva em nenhum caso será decretada 
se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente 
praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III 
do caputdo art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 
1940  Código Penal.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23i
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