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1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO SAULO NUNES FERREIRA JUNIOR INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO NO BRASIL: um estudo sobre o Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE) 2 3 SAULO NUNES FERREIRA JUNIOR INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO NO BRASIL: um estudo sobre o Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE). Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Sérgio de Sousa Montalvão Niterói, RJ 2021 4 SAULO NUNES FERREIRA JUNIOR INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO NO BRASIL: UM ESTUDO SOBRE O GRUPO DE INSTITUTOS FUNDAÇÕES E EMPRESAS (GIFE) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Graduação em Administração como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovado em 10 de fevereiro de 2022 . BANCA EXAMINADORA ________________________________________________________________ Prof. Dr. Sérgio de Sousa Montalvão (STA/UFF- Orientador) ______________________________________________________________ Profa. Dra. Andrea Oliveira Ribeiro (STA/UFF) ______________________________________________________________ Prof. Dr. Fernando Vieira de Oliveira (STA/UFF) 5 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar e mais importante, a minha esposa, Larissa. Devo dizer que este trabalho não seria possível sem o seu incentivo e o seu apoio. Ela tem sido, mais do que minha companheira, minha melhor amiga desde a nossa união, não havendo espaço suficiente para expor o quanto ela é fundamental em minha vida. Aos meus pais, Saulo e Selma, que entenderam as minhas ausências e não mediram esforços para essa graduação se tornasse uma realidade. Ao meu orientador Prof. Dr. Sérgio Montalvão, pelo incentivo e presteza no auxílio as atividades, principalmente sobre o andamento e normatização deste trabalho, onde com toda a certeza seus conhecimentos foram fundamentais. A todos os professores do Departamento de Administração da Universidade Federal Fluminense, que inapelavelmente foram corresponsáveis pelo meu crescimento pessoal e intelectual. Aos meus colegas do grupo de pesquisa CERS, que sempre me incentivaram a buscar conhecimento. E com eles aprendi que o conhecimento só é válido, quando se é compartilhado. Aos meus colegas de classe pela espontaneidade e alegria na troca de ideias e ajuda mútua. Juntos conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstáculos. Por fim, sou grato a todos de que alguma forma, direta ou indiretamente, participaram da realização desse trabalho. 6 RESUMO Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é o resultado de uma pesquisa teórico- empírica sobre o Investimento Social Privado (ISP) no Brasil, tendo por objeto de estudo o Grupo de Fundações, Institutos e Empresas (GIFE). O objetivo do estudo foi compreender esse fenômeno como parte de um movimento mais amplo em torno da Responsabilidade Social Empresarial (RSE), considerando as relações entre o empresariado e a sociedade civil. O tema é relevante na medida em que o processo de integração empresa-sociedade em curso no Brasil desde o início do período democrático da Constituição Federal de 1988 (CF/1988) e sua revisão nos anos 1990 permanece atual. Os objetivos específicos foram: a) estudar o repertório conceitual pertinente à responsabilidade social, considerando a transição da filantropia empresarial para o ISP; b) analisar a emergência do ISP em um quadro de transição política delineado pelas contradições encontradas na sobreposição entre políticas neoliberais e expectativas da ampliação de direitos trazida pela CF 1988; c) apresentar os resultados do ISP no Brasil por meio do Censo GIFE e d) relacionar o Censo GIFE com a redefinição do conceito de ISP. O problema que mobilizou a pesquisa, foi: Como a RSE, na forma de ISP, contribuiu para mobilizar um segmento expressivo da comunidade de negócios em atividade no Brasil? A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica em sites como o Google Acadêmico e outras bases de dados a partir das palavras-chave. No primeiro capítulo, o Investimento Social Privado é apresentado como uma medida inovadora, sobretudo, a partir da nova Constituição Brasileira em 1988. No segundo capítulo o GIFE é apresentado, seus associados, sua história e objetivos. No terceiro capítulo, o Censo GIFE é apresentado, considerando seus investidores, recursos financeiros e modos de atuação. No quarto e último capítulo, temos a interpretação de resultados, em que foram apresentados e analisados os aspectos mais relevantes dos capítulos anteriores. Palavras-chave: GIFE, investimento social privado, responsabilidade social, empresariado, sociedade civil. 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURAS Imagem 1: Tripé da sustentabilidade..........................................................20 Imagem 2: Demonstração de Resultados Contábeis 2020 GIFE................49 Imagem 3: Política Associativa 2021 do GIFE............................................50 GRÁFICOS Gráfico 1 – Organizações respondentes do Censo GIFE e organizações associadas GIFE (total e por tipo de investidor) ..................53 Gráfico 2 – Organizações Censo do GIFE 2020 e organizações associadas GIFE (1995 - 2021) ...........................................54 Gráfico 3 – Organizações por tipo de investidor.........................................55 Gráfico 4 – Média de idade das organizações em anos (por tipo de investidor) .................................................................56 Gráfico 5 – Organizações por ano de constituição (total e por tipo de investidor) ....................................................................56 Gráfico 6 – Organizações por títulos ou certificados...................................57 Gráfico 7 – Organizações por percepção da crise causada pelo COVID-19 em alterações no ambiente de atuação............................58 Gráfico 8 – Organizações por envolvimento em diferentes agendas de sustentabilidade das OSC......................................59 Gráfico 9 – Investimento realizado (2018-2020) ........................................61 Gráfico 10 – Evolução do investimento (2010-2020) ................................ 62 Gráfico 11 – Orçamento previsto e valor investido. .................................. 63 8 Gráfico 12 – Investimento realizado (por relação com iniciativas de enfrentamento da COVID-19. ...................................... 64 Gráfico 13 - Investimento realizado (2019 e 2020) e investimento previsto 2021. ....................................................................... 65 Gráfico 14 – Participação de incentivos fiscais no investimento total........................................................................................ 66 Gráfico 15 – Organizações por tipo de atuação (2014, 2016, 2018 e 2020). ........................................................................67 Gráfico 16 – Organizações por tipo de atuação e investidor (2020 e variação em relação a 2018) ....................................68 Gráfico 17 – Organizações com atuação na área de educação (2016, 2018-2020). ...................................................................69 Gráfico 18 – Organizações por área temática de atuação. ........................70 Gráfico 19 – Abordagem tridimensional do foco de atuação de iniciativas em operação em 2020. .....................................71 Gráfico 20 – Organizações por área temáticadas iniciativas.....................72 Gráfico 21 – Organizações que aturam no enfrentamento da COVID-19, por subáreas das iniciativas. ..............................................73 Gráfico 22 – Organizações por perfil indicado como foco das iniciativas.....................................................................................74 Gráfico 23 – Organizações por tipo de parcerias formais estabelecidas nas iniciativas mais significativas. .......................................75 Gráfico 24 – Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos por existência de conselho deliberativo (total e por tipo de investimento) .......76 Gráfico 25 – Institutos e Fundações Filantrópicas por vínculo de conselhos (na composição do conselho deliberativo total e por tipo de investidor). ................................................................................77 9 Gráfico 26 – Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos por composição de gênero do conselho deliberativo (total e por tipo de investidor). ....................................................................78 Gráfico 27 – Instituto, Fundações e Fundos Filantrópicos por presença exclusiva de homens no conselho deliberativo (total e por tipo de investidor: 2016, 2018 e 2020). ...................................79 Gráfico 28 – Proporção de conselheiros/as por gênero nos conselhos deliberativos de Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos. .................................................................................80 Gráfico 29 – Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos por composição racial do conselho deliberativo (2018-2020). ................. 80 Gráfico 30 – Organizações por composição racial do conselho deliberativo (2016, 2018 e 2020). ..............................................81 Gráfico 31 – Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos por existência de políticas para promover, ampliar e/ou assegurar a diversidade. ............................................................................82 Gráfico 32: Organizações por adoção de práticas e políticas de controle financeiro e de uso dos dados. ..................................83 Gráfico 33 – Organizações por realização de avaliação institucional e de iniciativas (total e por tipo de investidor). ........................85 Gráfico 34 – Organizações por tipo de prática e política de avaliação de iniciativas. ..............................................................................86 Gráfico 35 – Organizações por barreiras na realização de avaliações de iniciativas. .......................................................................87 Gráfico 36 – Organizações por principais critérios para decidir avaliar iniciativas. ............................................................................88 10 QUADROS Quadro 1: Rumos da pesquisa. ..................................................................13 Quadro 2: As vinte e uma empresas brasileiras no ranking Global 2000/Forbes -2021..............................................................16 Quadro 3: Missão de RSE das 21 empresas brasileiras listadas no ranking Global/2021- Forbes.....................................................17 Quadro 4 – Objetivos PNBE .......................................................................25 Quadro 5 - associados GIFE e suas missões.............................................28 Quadro 6 - Tipos de associados do GIFE...................................................41 Quadro 7- Áreas de atuação dos associados GIFE....................................44 Quadro 8 – Atividades GIFE.......................................................................46 Quadro 9 - receitas GIFE............................................................................48 11 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................12 2. INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO COMO INOVAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL PÓS-1988. .............................................................15 2.1. O que é Responsabilidade Social Empresarial (RSE)? .....................15 2.2. O que é Investimento Social Privado (ISP)?........................................21 2.3. Uma nova sociedade civil: mercado, cidadania e direitos.................22 2.4. Neoliberalismo e Consenso de Washington: o contexto econômico da RSE.............................................................24 3. EMPRESARIADO E ISP: A EXPERIÊNCIA DO GIFE.................................27 3.1. Síntese histórica da instituição............................................................27 3.2. Gestão dos recursos financeiros.........................................................48 3.3. Associados.............................................................................................50 4. O CENSO GIFE............................................................................................53 4.1. Tipos de investidores sociais e ambiente de atuação.......................53 4.2. Investimento financeiro.........................................................................60 4.3. Modos de Operação...............................................................................66 4.4. Focos de atuação...................................................................................68 4.5. Relação com outros atores e articulações entre pares......................74 4.6. Gestão Institucional...............................................................................75 4.7. Monitoramento, avaliação e comunicação..........................................84 5. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.....................................................89 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................92 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................94 7.1. Fontes primárias...................................................................................98 12 1. INTRODUÇÃO Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Administração é o resultado de uma pesquisa teórico-empírica sobre o Investimento Social Privado (ISP) no Brasil, tendo por objeto de estudo o Grupo de Fundações e Institutos Empresariais (GIFE). Pretendeu-se compreender esse fenômeno como parte de um movimento mais amplo em torno da Responsabilidade Social Empresarial (RSE). A pesquisa foi feita considerando as relações entre o empresariado e a sociedade civil. A escolha do tema se justifica pela relevância do processo de integração empresa-sociedade em curso no Brasil desde o início do período democrático da Constituição Federal de 1988 (CF/1988) e sua revisão nos anos 1990. Os objetivos da pesquisa foram: a) Estudar o repertório conceitual pertinente à responsabilidade social, considerando a transição da filantropia empresarial para o ISP. b) Analisar a emergência do ISP em um quadro de transição política delineado pelas contradições encontradas na sobreposição entre políticas neoliberais e expectativas da ampliação de direitos trazida pela CF 1988. c) Apresentar os resultados do ISP no Brasil por intermédio do Censo GIFE. d) Relacionar o Censo GIFE com a redefinição do conceito de ISP. O problema de pesquisa deste TCC foi: como a RSE, na forma de ISP, contribuiu para mobilizar e transformar a atuação de um segmento expressivo da comunidade de negócios em atividade no Brasil? O trabalho partiu da hipótese de que essa comunidade, a partir da década de 1990, readequou o seu discurso de modo a incluir a temática da cidadania e dos direitos humanos, expondo a necessidade de atuação no oferecimento de direitos fundamentais relacionados à educação, saúde, cultura e meio ambiente. Um outro ponto relevante (e que toca diretamente na administração das empresas) tem a vercom a introdução de formas de governança corporativa, admitindo pensar a diversidade como capital relevante na gestão das organizações. Na montagem do quadro conceitual, buscou-se a definição corrente de RSE em um conjunto relevante de sites corporativos e na bibliografia pertinente ao tema. Na parte empírica da monografia, a metodologia utilizada foi a do estudo de caso, 13 entendido como “um estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado (GIL, 2008, pp. 57-58). As ações dos associados GIFE a favor do ISP foram o objeto do estudo, em especial aquelas registradas pelo Censo GIFE, a principal fonte de pesquisa deste TCC. Para um melhor entendimento dos rumos da pesquisa, procuramos resumi-la no quadro abaixo: Quadro 1: Rumos da pesquisa. Tipo de pesquisa Meios Fins Historiográfica Bibliográfica Descritiva Quali-quanti Documental Explicativa O tipo de investigação aqui desenvolvida foi de cunho historiográfico, isto é, uma pesquisa que “visa ao resgate dos acontecimentos e das atividades humanas ao longo do tempo, possibilitando desvendar e compreender as mudanças, as contradições e as tendências da realidade social” (VERGARA, 2005, p.130). Da costa et al (2010) ressaltam a importância e a relevância da perspectiva histórica em administração na medida em que cumpre os seguintes objetivos: a) busca de maior relevância e contribuição teórica das pesquisas por meio da ampliação do uso do método histórico; b) o resgate dos aspectos históricos em interculturais em oposição à reprodução ideológica dominante que tende a excluir o passado ou o contexto das teorias e práticas organizacionais; e c) aproximação dos pesquisadores ao contexto da realidade brasileira potencializando uma posição de engajamento e compromisso consciente com sua realidade social (DA COSTA et al, 2010, p. 289). O TCC fez uso do levantamento contido no censo GIFE, cujo modo de apresentação dos resultados é quantitativo. A finalidade da pesquisa foi descrever como o Censo GIFE funciona, explicar e analisar as empresas que participam dele, suas respectivas áreas de atuação além de compreender o processo de crescimento do ISP no Brasil. Neste sentido, a compreensão, apresentação e resultados obtidos teve uma estreita relação com o contexto não só da Administração, mas da política, da economia, da educação e de outras áreas que se articulam e que atravessam o tema em questão. 14 No primeiro capítulo, tentamos responder à pergunta: o que é investimento social privado? Essa reposta partiu de uma discussão mais abrangente acerca do conceito de RSE. Em seguida, foi dado o contexto em que essa prática emerge: um tempo de redemocratização da sociedade brasileira, a partir do término da década de 1980. Esse período representou um momento de inovação em diversos setores da sociedade, com a retomada de valores associativos e comunitários. Por outro lado, a partir da década seguinte, o país enfrentou o desafio de efetivar os valores democráticos expostos no texto constitucional, desenvolvendo a cultura dos direitos humanos como expressão da cidadania. Parte dessa prática foi fomentada pelas Organizações Não Governamentais (ONGs). No segundo capítulo, apresentamos uma síntese histórica do GIFE, considerando os seus objetivos e conquistas. O GIFE reúne institutos, fundações e empresas dedicadas ao ISP. São organizações que trabalham em rede, se caracterizando como uma forma de associação civil, sem fins econômicos e lucrativos imediatos. Segundo o último senso GIFE (2020) são 160 associados com o objetivo de difundir e promover o ISP através do fortalecimento político e institucional, além de apoiar institutos e fundações de origem empresarial e demais instituições e fundações privadas que administram, com recursos próprios, projetos e programas diversos. No terceiro capítulo, destacamos a principal ferramenta da atuação do GIFE: o Censo GIFE. Realizado desde 2001, o Censo GIFE é uma pesquisa bienal, auto declaratória e voluntária, com o objetivo de fornecer um panorama sobre recursos, estrutura, formas de atuação e estratégias dos associados, que destinam recursos privados para projetos de finalidade pública. No quarto e último capítulo, analisamos os principais resultados encontrados nos dois capítulos anteriores, fazendo análises mais aprofundadas dos principais tópicos, como por exemplo o comportamento do GIFE em relação a pandemia, além da exposição da metodologia e do critério utilizado para realização da pesquisa. 15 2 - INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO COMO INOVAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL PÓS-1988. Neste capítulo inicial, a partir de um conjunto representativo de informações recolhidas em sites empresariais e na bibliografia acadêmica, serão expostos os dois conceitos centrais desta pesquisa. São eles: a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e o Investimento Social Privado (ISP). Certamente não há um consenso definitivo a respeito de ambos, mas, após décadas de aceitação desses conceitos no mundo corporativo, é possível obter um delineamento minimamente satisfatório. É o que se tentará fazer a seguir, com o objetivo de investigar uma determinada conjuntura histórica em que esses conceitos fizeram parte da montagem de uma sociedade democrática, como a brasileira a partir de 1988, tendo o empresariado entre os atores sociais mais relevantes desse quadro. 2.1– O QUE É RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL (RSE)? O conceito de RSE está atualmente presente em uma parte relevante do discurso empresarial, especialmente entre as grandes corporações multinacionais. Para obtermos uma visão panorâmica da sua presença na comunidade de negócios em atividade no Brasil, a princípio, necessitamos de uma referência a respeito da economia brasileira, a qual podemos encontrar na composição do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI): Em território brasileiro são desenvolvidos negócios nos setores primário, secundário e terciário, sendo o último o mais forte do país. O setor terciário, é, atualmente, responsável por mais da metade do PIB e pela geração de 75% dos empregos, sendo o maior ramo da economia do país. Este setor é composto pela venda de produtos e pela prestação de serviços. Fazem parte dele o comércio, telecomunicações, serviços públicos, computação, comunicações e tecnologia, entre outros. Mesmo com todo o cenário da economia e a dependência econômica de outros países, há, no Brasil, um forte desenvolvimento nos diversos tipos de indústrias, desde a base até a alta tecnologia. Esse crescimento industrial é motivado pelo capital externo e pelas multinacionais instaladas em território brasileiro. Com o avanço e consolidação do sistema capitalista, bem como a difusão do processo de globalização, o setor terciário, além de detentor da maior parcela econômica no Brasil, é também o que mais cresce no mundo. 1 1 Qual é a maior atividade econômica do Brasil? In. A indústria de A à Z. Entenda a economia do Brasil, seu contexto, sua atualidade e perspectiva. Disponível em https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a- z/economia/ [Acesso em 20.08.2021]. https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/economia/ https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/economia/ 16 O Setor Terciário, também conhecido como setor de serviços, é aquele que engloba as atividades de serviços e comércio de produtos. Conforme a citação acima, é o setor dominante da economia brasileira. Sendo assim, vamos considerá-lo em termos desta pesquisa, tomando como referência as definições de RSE das maiores empresas atuantes neste setor. Para tanto, partiremos do ranking denominado Global 2000, da revista Forbes, que em 2021 incluiu vinte e uma empresas brasileiras.2 Abaixo segue a listagem das empresas e seus respectivossetores a que representam: Quadro 2: As vinte e uma empresas brasileiras no ranking Global 2000/Forbes -2021 Ranking Empresa Setor Pertencente 1 Itaú Unibanco Bancário 2 Vale Mineração 3 Bradesco Bancário 4 Petrobras Petróleo e gás 5 Banco do Brasil Bancário 6 JBS Alimentício 7 BTG Pactual Bancário 8 Itaúsa Finanças 9 Eletrobras Energia 10 B3 Finanças 11 Marfrig Global Foods Alimentício 12 CSN Siderúrgico 13 WEG Automação Industrial 14 Suzano Papel e Celulose Papel e celulose 15 Gerdau (Cosigua) Metalurgia 16 Magazine Luiza Varejo 17 CPFL Energia Energia 18 Companhia Brasileira de Distribuição Varejo 19 Braskem Químico 20 Ultrapar Participações Óleo e gás 21 Rede D’Or São Luiz Hospitalar Fonte:https://forbes.com.br/forbes-money/2021/05/global-2000-as-maiores-empresas-de-capital- aberto-do-mundo-em-2021 Percebemos que dessa listagem, nove empresas pertencem ao setor terciário, dentre elas quatro instituições bancárias (Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e 2 Global 2000 Forbes: as maiores empresas de capital aberto do mundo em 2021. Disponível em https://forbes.com.br/forbes-money/2021/05/global-2000-as-maiores-empresas-de-capital-aberto-do-mundo- em-2021 [Acesso em 11.01.2022]. 17 BTG Pactual), duas instituições financeiras (ITAUSA e B3), duas empresas varejistas (Magazine Luiza e Companhia Brasileira de Distribuição) e uma empresa de serviços hospitalares (Rede D`Or São Luiz). Abaixo segue a listagem com as definições de RSE/sustentabilidade encontradas em seus respectivos sites: Quadro 3: Missão de RSE das 21 empresas brasileiras listadas no ranking Global/2021- Forbes. Ranking Empresa Responsabilidade Social Empresarial / Sustentabilidade 1 Itaú Unibanco Holding Manter permanente e ativa a agenda de comprometimento com os principais desafios do desenvolvimento sustentável das comunidades em que o Itaú Unibanco se faz presente. Apoiar mecanismos de mercado, políticas públicas e iniciativas que promovam melhorias contínuas para a sociedade e mitiguem desafios sociais e ambientais. Compartilhar conhecimentos sobre educação e orientação financeira, contribuindo para o desenvolvimento do tema na sociedade. Fonte: Itaú Unibanco Holding. Disponível em: https://www.itau.com.br/sustentabilidade/ [Acesso em 11.01.2022]. 2 Banco Bradesco Em um cenário de constantes e desafiadoras mudanças, as organizações precisam seguir resilientes e capazes de gerar valor aos clientes, funcionários, investidores e à sociedade. A gestão de aspectos ambientais, sociais e de governança (ASG ou ESG, na sigla em inglês), além dos fatores econômicos, se tornou essencial para a consistência e o sucesso de longo prazo das empresas. Fonte: Banco Bradesco. Disponível em: https://banco.bradesco/html/classic/sobre/sustentabilidade/internas /governanca-estrategia-sustentabilidade.shtm [Acesso em 11.01.2022]. 3 Banco do Brasil O Banco do Brasil é uma instituição compromissada com o desenvolvimento sustentável de seus negócios, o que significa considerar os aspectos e conceitos da sustentabilidade no processo de tomada de decisão e desenhar produtos, serviços e soluções que levem em consideração os possíveis impactos à sociedade e ao meio ambiente. Fonte: Banco do Brasil. Disponível em: https://www45.bb.com.br/docs/ri/ra2013/port/ra/10.htm [Acesso em 11.01.2022]. 4 Banco BTG Pactual Apoiamos diversos projetos focados em Educação, Meio Ambiente e Empreendedorismo que visam o impacto socioambiental dentro de uma sociedade mais justa e igualitária. Os projetos contemplados demonstram nosso compromisso com as regiões e comunidades onde operamos, principalmente no Brasil. https://www.itau.com.br/sustentabilidade/ https://banco.bradesco/html/classic/sobre/sustentabilidade/internas%20/governanca-estrategia-sustentabilidade.shtm https://banco.bradesco/html/classic/sobre/sustentabilidade/internas%20/governanca-estrategia-sustentabilidade.shtm https://www45.bb.com.br/docs/ri/ra2013/port/ra/10.htm 18 Fonte: Banco BTG Pactual. Disponível em: https://www.btgpactual.com/cidadania/responsabilidade-social [Acesso em 11.01.2022]. 5 Itaúsa Acreditamos que o desenvolvimento e a execução de ações perenes fortalecem o compromisso com o desenvolvimento sustentável do Brasil, diminuem o impacto no meio ambiente e garantem a gestão ampliada de riscos e oportunidades para os nossos acionistas, colaboradores e sociedade. Fonte: Itaúsa. Disponível em: https://www.itausa.com.br/Sustentabilidade [Acesso em 11.01.2022]. 6 B3 A Companhia busca estar alinhada às melhores práticas de sustentabilidade e de governança corporativa, contando com estrutura de gestão socioambiental em diferentes instâncias da organização e prezando pela transparência na disponibilidade de informações. Fonte; B3. Disponível em: https://ri.b3.com.br/pt- br/b3/sustentabilidade/ [Acesso em 11.01.2022]. 7 Magazine Luiza Valorizar pessoas, promover esforços em torno de causas comuns e investir no cultivo da alma dos seus clientes e colaboradores são atributos reforçados diariamente no Magazine Luiza, que acredita que deve muito do que construiu até hoje à sociedade. Fonte: Magazine Luiza. Disponível em: https://www.magazineluiza.com.br/quem-somos/compromisso-com- a-sociedade/ [Acesso em 11.01.2022]. 8 Companhia Brasileira de Distribuição O Instituto GPA realiza diversas ações durante o ano que buscam sensibilizar e despertar a solidariedade de clientes, colaboradores(as) e fornecedores(as), através de campanhas como: a Páscoa Solidária, a Campanha do Agasalho e o Dia de Solidariedade. Fonte: Companhia Brasileira de Distribuição. Disponível em: https://institutogpa.org.br/projeto/agenda-solidaria/ [Acesso em 11.01.2022]. 9 Rede D’Or São Luiz Referência em saúde, a Rede D’Or São Luiz sempre atua para minimizar os impactos e construir uma relação positiva e transparente com os colaboradores e a sociedade, de modo a aprender e contribuir para um Brasil melhor. Fonte: Rede D’Or São Luiz. Disponível em: https://www.rededorsaoluiz.com.br/o-grupo/sustentabilidade [Acesso em 11.01.2022]. https://www.btgpactual.com/cidadania/responsabilidade-social https://www.itausa.com.br/Sustentabilidade https://ri.b3.com.br/pt-br/b3/sustentabilidade/ https://ri.b3.com.br/pt-br/b3/sustentabilidade/ https://www.magazineluiza.com.br/quem-somos/compromisso-com-a-sociedade/ https://www.magazineluiza.com.br/quem-somos/compromisso-com-a-sociedade/ 19 Quando analisamos as definições acima, percebemos que existe muita similaridade em seus discursos, visto que das 9 empresas citadas, 7 constam como sua missão o Desenvolvimento Sustentável, ou seus sinônimos, como diminuição impacto socioambiental ou gestão de aspectos ambientais. As únicas duas empresas que tem missões diferentes são as empresas varejistas (Magazine Luiza e Companhia Brasileira de Distribuição), onde busca a valorização das pessoas, tanto seus clientes, colaboradores ou fornecedores. Diante da expressiva presença do termo, se faz necessário sua definição. De acordo com o Relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum), elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987), o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades.3 É impressionante vermos esse resultado, porque nos anos 60 e 70, não havia consenso sobre a RSE, sendo esta criticada pelo economista Milton Friedman ao defender uma visão tradicionalista da atividade empresarial. Disse ele em um artigo publicado no The New York Times: A responsabilidade social da empresa consiste em aumentar seus próprios lucros(...). A maior parte daquilo que se deblatera a propósito de responsabilidade da empresa não passa de tolices. Para começar, apenas indivíduos podem ter responsabilidades; uma organizaçãonão pode tê-las. Eis portanto a questão que devemos nos colocar: será que os administradores - desde que permaneçam dentro da lei - possuem outras responsabilidades no exercício de suas funções além daquela que é aumentar o capital dos acionistas? Minha resposta é não, eles não têm (FRIEDMAN, 1970). Ao compararmos os conceitos apresentados acima com a visão de Friedman, percebemos que houve uma transformação no pensamento a respeito da RSE. Essa transformação acontece na década de 1980, exatamente quando a economia dos Estados Unidos começa a se afastar do predomínio de um capitalismo industrial para se tornar uma economia focada no setor de serviços (altamente sofisticados em termos de assimilação tecnológica), deixando aos países do extremo oriente o papel de “oficina do mundo”. 3 Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Relatório Brundtland. Nações Unidas no Brasil. 1987. Disponível em: https://nacoesunidas.org/acao/meio-ambiente [Acesso em 11.01.2022]. https://nacoesunidas.org/acao/meio-ambiente/ 20 No caso brasileiro, a RSE ganha destaque após o redimensionamento da presença do Estado na economia. É então que, após um ciclo econômico de crescimento fomentado pelo investimento público e a entrada de capital estrangeiro parar montar um parque industrial diversificado, que a RSE entra em cena atraída por uma visão de mundo “neoliberal”. Porém, retomando a pesquisa resumida no Quadro 3, podemos dizer que os tópicos mais relevantes hoje em relação à RSE, envolvem a discussão sobre desenvolvimento sustentável, governança corporativa e valorização das pessoas. Isso coincide com o tripé da sustentabilidade, conforme a imagem abaixo, em que o desenvolvimento sustentável mostra o engajamento com o planeta, a valorização das pessoas mostra o engajamento com a sociedade e a governança corporativa mostra a atenção com o próprio negócio e o objetivo de continuar gerando lucro e mantendo a sustentabilidade financeira. Imagem 1: Tripé da sustentabilidade. 21 2.2– O QUE É INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO (ISP)? O que é Investimento Social Privado (ISP)? Recorrendo à página do Grupo de Institutos e Fundações Empresariais (GIFE), encontramos a seguinte definição: “Investimento social privado é o repasse voluntário de recursos privados de forma planejada, monitorada e sistemática para projetos sociais, ambientais, culturais e científicos de interesse público” 4 Entendemos, portanto, que se trata de uma maneira dos agentes privados atuarem em causas de interesse público, nas quais entendem estarem habilitados a intervir devido à sua capacidade de gestão. Continuando a leitura da página do GIFE, encontramos os “elementos fundamentais” que “diferenciam essa prática das ações assistencialistas”: 1 – Preocupação com planejamento, monitoramento e avaliação de projetos. 2 - Estratégia voltada para resultados sustentáveis de impacto e transformação social. 3 – Envolvimento da comunidade no desenvolvimento da ação. 5 Por essas razões, é possível afirmar que o ISP representa um afastamento em relação ao modo tradicional do empresariado tratar as questões sociais. Este modo é conhecido como “filantropia empresarial”. Estudos apoiados pelo próprio GIFE discutem esse ponto, mostrando que a ação filantrópica é uma ação tradicional, figurando na História do Brasil desde o período colonial, pelas mãos da Igreja Católica (UNTERBERGER, 2020). A filantropia empresarial propriamente dita, porém, é algo muito mais recente, coincidindo com a modernização do país a partir de finais do século XIX. Contudo, a filantropia empresarial não se desgarra completamente da mentalidade tradicional. Pode ser entendida como uma forma de secularização das práticas tradicionalmente religiosas. _____________________________ 4 Investimento social privado. Disponível em https://gife.org.br/investimento-social-privado/ [Acesso em 05.01.2021]. 5 Idem. https://gife.org.br/investimento-social-privado/ 22 Apenas muito recentemente, justamente no período abordado nessa monografia, completa-se a ruptura com a mentalidade tradicional, desenvolvendo-se no seu lugar uma visão estratégica, racional e pragmática da relação entre empresas e questões sociais. No entanto, o emergir dessa nova visão não ocorreu em um ambiente consensual. Com muito custo, chegou-se à noção de que “responsabilidade social não implica necessariamente gasto extra, mas racionalização de investimento” (BOMENY, 2003). O ISP pode ser entendido então como um “estágio” da responsabilidade social, localizado entre a filantropia empresarial e o alinhamento da RSE ao negócio. Não se quer dizer com isso que ele esteja atualmente superado, pois não se trata de uma relação evolucionista, mas acumulativa quanto ao aprendizado corporativo. Antes de mais nada, porém, é importante entender que o ISP faz parte da construção de uma nova sociedade civil no Brasil contemporâneo. Construção esta, em que o empresariado possui um papel relevante e ainda pouco estudado. 2.3 – UMA NOVA SOCIEDADE CIVIL: MERCADO, CIDADANIA E DIREITOS O Brasil atravessou, durante a transição democrática, inúmeros desafios envolvendo os diversos grupos culturais, religiosos, étnicos e regionais da sua sociedade civil. A força que ganhou esse conceito no período imediatamente após a ditadura civil-militar mostra a vontade dos brasileiros em conquistarem a democracia. Um dos pilares desta nova sociedade democrática se sustenta na ampliação do consumo e nos direitos do consumidor. Esse aspecto nos é especialmente importante dado que os consumidores são os cidadãos que se relacionam mais diretamente com as empresas mediante a aquisição dos seus produtos e serviços. Aliás, o aprofundamento do mercado (seja ele de consumo, de trabalho ou financeiro) foi a característica primordial dessa sociedade, sendo ele o mediador da aquisição de uma parte relevante dos direitos civis (considerando a propriedade privada entre eles). Os novos direitos adquiridos a partir da CF/1988, todavia, ainda enfrentam inúmeros obstáculos para serem colocados em prática. Isso porque: “o sistema de cidadania, entendida como um conjunto de direitos compartilhados em pé de igualdade pelos membros de uma comunidade nacional, é no Brasil ainda uma realidade particularmente frágil e parcial” (SORJ, 2000, p. 30). No entanto, nesse mesmo tempo, cresceu a percepção de que: 23 Sem dúvida a cidadania no Brasil continuará a ser mais uma utopia que um conceito descritivo se não se cumprirem certas condições de igualdade social, especialmente em termos de acesso a bens coletivos, como educação, emprego e previdência. São condições para a participação ativa no mundo moderno, de inserção produtiva na vida social e do sentimento de pertencer a uma comunidade com um destino compartido (SORJ, 2000, p.31). Mais de vinte anos depois, o texto de Sorj permanece atual, embora muitos direitos adquiridos por lei tenham obtido um maior impacto social. Retomando o processo de redemocratização, deve-se lembrar que este começou na década de 1970, pela atuação de grupos bem definidos, representantes de uma classe média que se expressava pela chamada “imprensa nanica”, através de jornais como: Opinião, Movimento, O Pasquim. Fora os intelectuais, que organizaram centros de pesquisa, como o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Além desses, outros grupos também se manifestaram contra a ditadura, em um movimento que adquiriu mais densidade social ao envolver a Ordem de Advogados do Brasil (OAB), a Igreja católica (através das suas pastorais), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o novo sindicalismo, sobretudo aquele localizado na região do ABC paulista (SORJ, 2007). Esses eram grupos distintos, mas que tiveram um objetivo comum na redemocratização do país. Porém, apesar da importância desses atoressociais, ainda resta estudar um grupo específico: o empresariado na transição e afirmação da República democrática. Qual relação o empresariado mantém com essa sociedade? A resposta a esta pergunta nos leva a enfrentar uma dubiedade. Certamente, depois de duas décadas de autoritarismo, o empresariado encontrou na democracia um valor. Mas este é um valor utilitário, no sentido em que possui limites muito nítidos. O tratamento da questão social é um deles. Apesar das capacidades estatais terem sido ampliadas, o empresariado manteve uma visão crítica quanto à administração pública. Em certa medida, o ISP é uma resposta empresarial às expectativas causadas por esta ampliação das responsabilidades públicas. 24 2.4 – NEOLIBERALISMO E CONSENSO DE WASHINGTON: O CONTEXTO ECONÔMICO DA RSE A década de 1990 no Brasil foi um período de aprofundamento da sociedade de classes. Os anos imediatamente posteriores à CF de 1988, elaborada com a participação de diversos setores da sociedade civil, foram de revisão desta, em que se procurou acentuar a presença do mercado. Assim, mesmo que tivéssemos avanços no sentido dos direitos humanos e do cidadão, na forma da lei, como se verifica pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pelo Código do Consumidor, a efetivação desses e outros direitos, concorreram com as demandas específicas do empresariado (acumulação de capital), embora uma fração significativa dessa classe também tenha apresentado uma postura cidadã, renovando seu discurso e suas práticas a partir da recepção da RSE. O Consenso de Washington (1986) foi um dos acontecimentos internacionais mais importantes do período. A economia brasileira foi se adaptando aos seus princípios e, com isso, tivemos mudanças consistentes rumo ao neoliberalismo. Foram aprovadas medidas reformistas a partir do pressuposto da maior eficácia do mercado. O país procurou atrair o investimento estrangeiro apostando na liberalização tarifária e na taxa de câmbio flutuante (SANTOS, 2006). Segundo Carinhato (2008), a inclusão dos países da América Latina no Consenso de Washington (1986) se deu pela renegociação das dívidas externas, que obrigaram a pôr em prática o receituário neoliberal, com o objetivo de quitar essas dívidas com seus países credores, tudo sob a orquestração das instituições financeiras multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial. O primeiro presidente da República Federativa do Brasil, eleito diretamente pelo povo após a redemocratização, Fernando Collor de Mello, assumiu em 1990. Batista (1944) afirma que seria com Collor que se produziu de fato a adesão do Brasil aos postulados neoliberais recém-consolidados. Collor se comprometeu desde a campanha e em seu discurso de posse com uma plataforma neoliberal e de alinhamento aos Estados Unidos. O Brasil foi apresentado às políticas neoliberais a partir do governo Collor, mas foi Fernando Henrique Cardoso quem aplicou o seu escopo. Como caracteriza Carinhato (2008), FHC é o personagem que irá viabilizar no Brasil a coalizão capaz 25 de dar sustentação ao programa de estabilização do FMI. Um estudo recente de Victor Leonardo de Araújo e Denise Lobato Gentili (2021) corrobora com essa tese, ao caracterizar o governo FHC 1 (1995-1998) como um período de “neoliberalismo escancarado”. Nesse contexto, ainda em 1988, houve a criação do primeiro grande movimento em prol da RSE. Trata-se do Pensamento Nacional das Bases Empresariais. Sobre o PNBE, Garcia (2004, p.38) afirma que este representou: “a construção de um novo modelo de empresariado, bastante identificado com o que, mais tarde, integraria a campanha pela responsabilidade social.” Essa afirmação se justifica pelo próprio repertório de questões que esse grupo, na sua origem, destacou como sendo fundamentais. Essas foram as questões: Quadro 4 – Objetivos PNBE Aprofundamento da democracia em todas as instâncias do país; Economia de mercado, combatendo os abusos de poder econômico; Melhor distribuição de renda; Exercício da cidadania; Opção pela negociação como sendo o melhor processo para a resolução de conflitos; aceitação da diversidade como elemento enriquecedor dos processos e defesa do patrimônio material e humano do país. Fonte: https://www.pnbe.org.br/origem. E, neste movimento de transformações e adaptações, além da PNBE, outra grande organização criada em 1988 e consolidada oficialmente em 1995, foi o GIFE – Grupo de Institutos Fundações e Empresas. Trata-se do período em que o empresariado brasileiro começou a buscar novos modos de associação na sociedade civil. O resultado foi a promoção da RSE, através do PNBE, do Instituto Ethos e do GIFE, instituições que desenvolveram recursos e ferramentas capazes tanto de atuar junto e na sociedade promovendo ações significativas, quanto agregando valor à imagem das empresas participantes junto aos consumidores em geral. Garcia (2004, p. 39) afirma que: A partir da constituição do GIFE, houve maior incremento das iniciativas empresariais no âmbito social, assim como uma certa influência no formato e na gestão dos programas sociais. Sem dúvida, para o que antes se caracterizava como um movimento, o Gife representou um nível maior de institucionalização e qualificação. Ser associado a esse grupo passou a 26 representar uma condição mais bem definida no campo da responsabilidade corporativa. De certo modo, todas as transformações políticas implicadas no processo de redemocratização abriram espaço tanto para a teoria quanto para a prática de novos valores por parte do setor empresarial, isto é, era preciso se alinhar com a nova sociedade civil através de práticas que garantissem a credibilidade, o respeito e uma imagem positiva diante do consumidor. No caso do Brasil, a emergência do conceito de sustentabilidade dependeu da criação de um cenário que alinhasse a sua postura com os novos ideais democráticos, contribuindo de algum modo para o desenvolvimento e crescimento do país não apenas mais no âmbito econômico, mas, em certa medida, educacional, cultural e ambiental. O modo mais eficaz foi desenvolver projetos e programas em que a RSE estivesse em evidência. Foi necessário então destacar os aspectos ético- humanitários dos projetos sociais. Segundo Rico (2004) essa espécie de protagonismo empresarial está diretamente relacionada ao processo de redemocratização no qual a responsabilidade social seria um valor central. Em meio a discursos e práticas de sustentabilidade, de filantropia de responsabilidade socioambiental, o Brasil segue desenvolvendo uma política neoliberal (SORJ, 2007) em que as leis do mercado regulam até mesmo esse tipo de prática; avalia-se até que ponto tais medidas sociais, ambientais, comunitárias terão impacto positivo e relevante tanto da imagem dela quanto no aumento de seus lucros e clientes. No próximo capítulo veremos como este processo se desenvolve e é avaliado, medido através do GIFE, quem são as empresas que participam entre outras características fundamentais para a compreensão do cenário empresarial brasileiro no século XXI. 27 3 – EMPRESARIADO E ISP: A EXPERIÊNCIA DO GIFE Este capítulo reúne informações para se chegar a uma síntese histórica do GIFE. A pesquisa esteve norteada por perguntas como: Quais e quantas empresas dele participam? Em quais setores atuam? Qual a origem da instituição? Quais são os seus objetivos? Qual é a sua visão a respeito do ISP enquanto prática de RSE? Também serão apresentadas as suas principais atividades, a partir dos dados atualizados no último censo (2020). Trata-se, portanto, de uma pesquisa descritiva e de base documental (apoiada também por uma pesquisa bibliográfica). A abordagem histórica leva em conta o conceito de síntese, destacando os “momentos decisivos” da instituição. Com base nessa metodologia chega-se a um estudo de casorelevante, acerca da apropriação do conceito de ISP por agentes econômicos poderosos no Brasil de hoje. 3.1 – SÍNTESE HISTÓRICA DA INSTITUIÇÃO O GIFE instituiu uma nova forma de ação empresarial a partir dos anos 1990. Elaborou diretrizes para a atuação no campo social das fundações e instituições, empresariais. Essa nova forma de ação esteve relacionada a um método mais coeso, amplo e organizado de enfrentamento da questão social. Buscou-se superar a cultura filantrópica dos empresários, marcada por ações especificas, segmentadas e assistencialistas para adquirir uma forma mais homogênea no campo de atuação social, fixando, assim, uma outra orientação político-ideológica. Estruturado na conjuntura do neoliberalismo e com o objetivo de alçar os empresários à condição de classe hegemônica da sociedade civil, isto é, multiplicar suas ações de cunho ideológico para diversos aspectos da sociedade, tendo como justificativa para isso a incapacidade do Estado em suprir a todas as questões sociais, os empresários viram em um novo discurso, o da ética, da responsabilidade social e da contribuição direta à sociedade através de institutos e Fundações, uma possibilidade e oportunidade de atuação. Segundo Tenório (2006, p.05): Esse movimento intensificou-se no Brasil a partir da década de 1990, com o surgimento de diversas organizações não governamentais e com o desenvolvimento do terceiro setor, instituições como a Fundação Abrinq, o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), o Instituto Ethos de Responsabilidade Social e a Rede de 28 Informação do Terceiro Setor (Rits) foram criadas com o objetivo de destacar a importância das ações sociais para os negócios e para a sociedade. Assim, temos termos e expressões como filantropia, cidadania, empresarial, ética nos negócios, voluntariado empresarial e responsabilidade social foram incorporados ao vocabulário corporativo. O GIFE é formado por institutos, fundações e empresas voltadas ao investimento social privado com interesse público. A sua atuação se dá em forma de rede e se caracteriza como associação civil, sem fins econômicos e lucrativos. Na sua fundação, contava com 25 associados. Sendo que, atualmente segundo seu site, o quadro social do GIFE é composto por 160 empresas, somente aparecem na lista 157, pois a organização Alana é atua em três frentes: Instituto Alana, AlanaLab e e Alana Foundation. Quadro 5 - associados GIFE e suas missões ORGANIZAÇÃO MISSÃO Alana Descortinar questões sensíveis à criança e iluminar valores humanistas, conectados com a dimensão socioambiental, reconhecendo a potência de cada pessoa e das ações coletivas, co-criando e disseminando conteúdos capazes de construir imagens que inspirem um futuro melhor para todos. Associação UMANE Apoiar iniciativas transformadoras de prevenção e promoção à saúde que impactem a qualidade de vida dos brasileiros. B3 Social Trabalhamos para desenvolver e viabilizar uma educação pública qualidade, potencializando o crescimento do Brasil. Banco J.P.Morgan Aproveitar os ativos filantrópicos da empresa para elevar os negócios, a marca e a comunidade. Bank of America Merrill Lynch Ajudar a tornar a vida financeira melhor por meio do poder de cada conexão. Beneficência Portuguesa de São Paulo A BP é um polo de saúde que proporciona interações revigorantes para médicos, parceiros e clientes. Childhood Brasil Promover e defender os direitos das crianças e adolescentes, desenvolvendo e apoiando programas que visem preservar sua integridade física, psicológica e moral, com foco na questão da violência sexual. https://gife.org.br/associados/instituto-alana/ https://gife.org.br/associados/associacao-umane/ https://gife.org.br/associados/b3social/ https://gife.org.br/associados/banco-j-p-morgan/ https://gife.org.br/associados/bank-of-america-merrill-lynch/ https://gife.org.br/associados/bank-of-america-merrill-lynch/ https://gife.org.br/associados/beneficiencia-portuguesa-de-sao-paulo/ https://gife.org.br/associados/beneficiencia-portuguesa-de-sao-paulo/ https://gife.org.br/associados/beneficiencia-portuguesa-de-sao-paulo/ https://gife.org.br/associados/childhood-brasil/ 29 FTD Educação Transformamos nossa sociedade por meio de soluções educacionais conectadas com o futuro, que garantam preparo e prazer no ensino e aprendizagem de crianças e jovens, propiciando um diferencial na vida das pessoas com nossa presença significativa. Fundação ABH Transformar o mundo, na qualificação das pessoas, no investimento em talentos e na utilização de conhecimento e tecnologia para minimizar a pobreza, gerar renda e otimizar recursos em benefício de todos. Fundação Alphaville Estimular o protagonismo social, por meio da construção coletiva, da inclusão socioeconômica e da educação para a sustentabilidade, contribuindo com o desenvolvimento de territórios resilientes. Fundação Amazonas Sustentável Promover o envolvimento sustentável, a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida das comunidades moradoras e usuárias das unidades de conservação no Estado do Amazonas. Fundação André e Lucia Maggi Contribuir para o desenvolvimento local e humano. Fundação ArcelorMittal Brasil Seu principal foco é a formação de crianças e adolescentes para que se tornem cidadãos mais conscientes, produtivos e participantes. Fundação Arymax Apoiar iniciativas que impulsionem a inclusão produtiva de pessoas em vulnerabilidade econômica, visando a geração de trabalho e renda e o aumento da produtividade no País. Apoiar organizações da comunidade judaica, auxiliando no desenvolvimento institucional e o fortalecimento comunitário. Fundação Avina Contribuir para mudanças concretas e relevantes para um desenvolvimento mais sustentável na América Latina. Fundação Banco do Brasil Valorizar vidas para transformar realidades. Fundação Bradesco Promover a inclusão social por meio da educação e atuar como multiplicador das melhores práticas pedagógico-educacionais em meio à população brasileira socioeconomicamente desfavorecida. Fundação Bunge Contribuir para o desenvolvimento sustentável por meio de ações que valorizem o avanço da ciência, a educação e a conservação dos recursos naturais. Fundação Cargill Promover a alimentação segura, sustentável e acessível. https://gife.org.br/associados/ftd-educacao/ https://gife.org.br/associados/fundacao-affonso-brandao-hennel-fabh/ https://gife.org.br/associados/fundacao-alphaville/ https://gife.org.br/associados/fundacao-amazonas-sustentavel/ https://gife.org.br/associados/fundacao-amazonas-sustentavel/ https://gife.org.br/associados/fundacao-amazonas-sustentavel/ https://gife.org.br/associados/fundacao-andre-e-lucia-maggi/ https://gife.org.br/associados/fundacao-andre-e-lucia-maggi/ https://gife.org.br/associados/fundacao-arcelormittal-brasil/ https://gife.org.br/associados/fundacao-arcelormittal-brasil/ https://gife.org.br/associados/fundacao-arymax/ https://gife.org.br/associados/fundacao-avina/ https://gife.org.br/associados/fundacao-banco-do-brasil/ https://gife.org.br/associados/fundacao-banco-do-brasil/ https://gife.org.br/associados/fundacao-bradesco/ https://gife.org.br/associados/fundacao-bunge/ https://gife.org.br/associados/fundacao-cargill/ 30 Fundação Casas Bahia contribuir com a ampliação das oportunidades de acesso à educação, fomento à negócios sociais inclusivos, a difusão da cultura periférica das comunidades de alta vulnerabilidade social do entorno das lojas e a mobilização social que permeia as atividades por meio do engajamento da sociedade civil e dos colaboradores voluntários da Via Varejo. Fundação CSN Ser o elo social da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em âmbito nacional e, especialmente, nas comunidades onde está inserida, atuando nas áreas da educação, cultura, e esporte, como agente de transformação social. Fundação Demócrito RochaPromover estudos, pesquisas e ações e colaborar com empreendimentos públicos e/ou privados que visem preservar a memória nacional e fomentar, difundir e desenvolver a cultura, inclusive com o apoio e oferta de cursos de qualificação e formação artístico, cultural e profissional, na perspectiva de uma educação integral e cidadã, alinhadas às políticas públicas de âmbitos e esferas governamentais diversos; Fundação Dom Cabral – FDC Contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade por meio da educação, da capacitação e do desenvolvimento de executivos, empresários e gestores públicos. Fundação Educar Dpaschoal Promover a educação para a cidadania como estratégia de transformação social. Fundação FEAC A promoção humana, a assistência e o bem-estar social, com prioridade à criança e ao adolescente, em Campinas (SP). Fundação Ford Ajudar a mudar as estruturas e políticas que aprofundam as desigualdades enfrentadas pelos grupos marginalizados. Fundação Grupo Boticário Promover e realizar ações de conservação da natureza. Fundação Grupo Volkswagen Promover transformações positivas que impulsionem melhorias na educação e que mobilizem cidadãos para atuarem como protagonistas do desenvolvimento de comunidades. Fundação Iochpe Educação para o desenvolvimento integral de crianças e jovens. Fundação John Deere Concentrar as ações estratégicas de relacionamento das empresas John Deere no Brasil com as comunidades onde a empresa possui operações e interesses institucionais. https://gife.org.br/associados/fundacao-casas-bahia/ https://gife.org.br/associados/fundacao-casas-bahia/ https://gife.org.br/associados/fundacao-csn/ https://gife.org.br/associados/fundacao-democrito-rocha/ https://gife.org.br/associados/fundacao-democrito-rocha/ https://gife.org.br/associados/fundacao-dom-cabral/ https://gife.org.br/associados/fundacao-dom-cabral/ https://gife.org.br/associados/fundacao-educar-dpaschoal/ https://gife.org.br/associados/fundacao-educar-dpaschoal/ https://gife.org.br/associados/fundacao-feac/ https://gife.org.br/associados/fundacao-ford/ https://gife.org.br/associados/fundacao-grupo-boticario/ https://gife.org.br/associados/fundacao-grupo-boticario/ https://gife.org.br/associados/fundacao-volkswagen/ https://gife.org.br/associados/fundacao-volkswagen/ https://gife.org.br/associados/fundacao-iochpe/ https://gife.org.br/associados/fundacao-john-deere/ https://gife.org.br/associados/fundacao-john-deere/ 31 Fundação José Luiz Egydio Setubal Promover a saúde infantil por meio da assistência, desenvolvimento da pesquisa e disseminação do conhecimento para influenciar a sociedade a cuidar das crianças do Brasil. Fundação Lamb Watchers Desenvolvimento, implantação, execução e o monitoramento de projetos, programas e serviços de proteção social, socioeducativos e de desenvolvimento de potencialidades, melhoria da saúde e inclusão socioeducacional de crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade. Fundação Lemann Colaborar com pessoas e instituições em iniciativas de grande impacto que garantam a aprendizagem de todos os alunos e formar líderes que resolvam os problemas sociais do país, levando o Brasil a um salto de desenvolvimento com equidade. Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal Gerar e disseminar conhecimento para o desenvolvimento integral da criança. Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho Desenvolver ações inspiradoras, mobilizadoras e inovadoras que contribuam na formação de jovens protagonistas de um novo mundo. Fundação Nestlé Brasil Promover o impacto social, conectando-o cada vez mais ao propósito da Nestlé de “melhorar a qualidade de vida e contribuir para um futuro mais saudável". Fundação Norberto Odebrecht Educar para vida, pelo trabalho, para valores e superação de limites. Fundação Ormeo Junqueira Botelho Promoção do respeito e na valorização da cultura de nossa região de atuação. Fundação Otacílio Coser Promover a educação das novas gerações para o desenvolvimento sustentável. Fundação Raízen Estar próxima às comunidades onde a mantenedora possui alguma unidade (interior de São Paulo e Goiás) oferecendo educação, qualificação profissional, inclusão social e cidadania. Fundação Rede Amazônica Capacitar pessoas, desenvolver projetos por meio da comunicação e articular parcerias em torno de iniciativas nos pilares da educação, inovação e meio ambiente. De forma que contribuam para o fortalecimento da região Amazônica e do homem que vive nela. Fundação Renova Implementar e gerir os programas de reparação, restauração e reconstrução das regiões impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais. https://gife.org.br/associados/fundacao-jose-luiz-egydio-setubal/ https://gife.org.br/associados/fundacao-jose-luiz-egydio-setubal/ https://gife.org.br/associados/fundacao-lamb-watchers/ https://gife.org.br/associados/fundacao-lamb-watchers/ https://gife.org.br/associados/fundacao-lemann/ https://gife.org.br/associados/fundacao-maria-cecilia-souto-vidigal/ https://gife.org.br/associados/fundacao-maria-cecilia-souto-vidigal/ https://gife.org.br/associados/fundacao-mauricio-sirotsky-sobrinho/ https://gife.org.br/associados/fundacao-mauricio-sirotsky-sobrinho/ https://gife.org.br/associados/fundacao-nestle-brasil/ https://gife.org.br/associados/fundacao-nestle-brasil/ https://gife.org.br/associados/fundacao-norberto-odebrecht/ https://gife.org.br/associados/fundacao-norberto-odebrecht/ https://gife.org.br/associados/fundacao-ormeo-junqueira-botelho/ https://gife.org.br/associados/fundacao-ormeo-junqueira-botelho/ https://gife.org.br/associados/fundacao-otacilio-coser/ https://gife.org.br/associados/fundacao-otacilio-coser/ https://gife.org.br/associados/fundacao-raizen/ https://gife.org.br/associados/fundacao-rede-amazonica/ https://gife.org.br/associados/fundacao-rede-amazonica/ https://gife.org.br/associados/fundacao-renova/ 32 Fundação Roberto Marinho Mobilizar pessoas e comunidades, por meio da comunicação, de redes e parcerias, em torno de iniciativas educacionais que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira Fundação Semear Proporcionar a participação da sociedade em ações de responsabilidade social. Fundação SM Contribuir para a melhoria da qualidade da educação no Brasil, Fundação Stickel Promover a inclusão social de pessoas e comunidades por meio das artes visuais. Fundação Telefônica Vivo Pessoas e Instituições juntas podem transformar o futuro, tornando – o mais generoso, inclusivo e justo. Fundação Tide Setubal Pessoas e Instituições juntas podem transformar o futuro, tornando –o mais generoso, inclusivo e justo. Fundação Toyota do Brasil Promover a sustentabilidade por meio de ações de cunho ambiental e educacional que beneficiem a sociedade brasileira e sua riqueza cultural, reafirmando os valores e o compromisso da "Toyota do Brasil" com o desenvolvimento social do Brasil. Fundação Vale Contribuir para o desenvolvimento integrado - econômico, ambiental e social - dos territórios onde a Vale atua, articulando e potencializando os investimentos sociais, fortalecendo o capital humano nas comunidades, e respeitando as identidades culturais locais. Fundo Elas Promover e fortalecer o protagonismo das mulheres mobilizando e investindo recursos em suas iniciativas Fundo Vale Impulsionar soluções de impacto socioambiental positivo que fortaleçam uma economia sustentável, justa e inclusiva. Gerdau Gerar valor para nossos clientes, acionistas, equipes e a sociedade, atuando na indústria do aço de forma sustentável. Hydro Nosso propósito é criar uma sociedade mais viável, ao desenvolver recursos naturais em produtos e soluções de forma inovadora e eficiente. Insper Ser um centro de referência em educação e geração de conhecimento nas áreas de administração,economia, direito e engenharia, explorando suas complementaridades para agregar valor às organizações e à sociedade. https://gife.org.br/associados/fundacao-roberto-marinho/ https://gife.org.br/associados/fundacao-roberto-marinho/ https://gife.org.br/associados/fundacao-semear/ https://gife.org.br/associados/fundacao-sm/ https://gife.org.br/associados/fundacao-stickel/ https://gife.org.br/associados/fundacao-telefonica/ https://gife.org.br/associados/fundacao-telefonica/ https://gife.org.br/associados/fundacao-tide-setubal/ https://gife.org.br/associados/fundacao-tide-setubal/ https://gife.org.br/associados/fundacao-toyota-do-brasil/ https://gife.org.br/associados/fundacao-toyota-do-brasil/ https://gife.org.br/associados/fundacao-vale/ https://gife.org.br/associados/fundo-elas/ https://gife.org.br/associados/fundo-vale/ https://gife.org.br/associados/gerdau/ https://gife.org.br/associados/hydro/ https://gife.org.br/associados/insper/ 33 Instituto 3M Atuar na descoberta de tecnologias sociais e no desenvolvimento de programas próprios e em parcerias com foco na formação de nossas futuras gerações para empreendedorismo, nas áreas de ciências e tecnologia, prioritariamente nas comunidades onde a 3M atua. Instituto ABCD Contribuir para que brasileiros com transtornos de aprendizagem tenham acesso a serviços apropriados para que atinjam seu potencial de aprendizagem e desenvolvimento, a fim de que participem como membros ativos da sociedade. Instituto ACP contribuir para o fortalecimento institucional das organizações da sociedade civil brasileira para que sejam vetores de desenvolvimento do país Instituto Aegea Apoiar e promover iniciativas e projetos que visem à melhora do ambiente e da qualidade de vida, sobretudo nas comunidades que estão inseridas nas regiões em que o Grupo AEGEA atua. Instituto Alair Martins – IAMAR Desenvolver o potencial de adolescentes e jovens para construir visões do futuro e transformá-las em realidade por meio da Educação para o Empreendedorismo, contribuindo para o seu crescimento nos campos pessoal, social e produtivo e na promoção de uma cultura de preservação ambiental. Instituto Alcoa Promover a educação e o desenvolvimento dos territórios nos quais atuamos. Instituto Algar Educar, articular e mobilizar pessoas e organizações para a prática da sustentabilidade. Instituto Arapyaú Contribuir para articular a transição para uma sociedade mais justa, solidária e sustentável Instituto Arcor Brasil Contribuir para que crianças e adolescentes tenham igualdade de oportunidades por meio da educação Instituto Avon Ser referência na articulação da sociedade para o empoderamento da mulher. Instituto Ayrton Senna Levar educação de qualidade para as redes públicas de ensino no Brasil. Instituto Bancorbrás Ser o agente social das Empresas Bancorbrás , promovendo o progagonismo de pessoas e instituições, por meio da oferta de qualidade de vida à comunidade, com práticas que fomentem a educação, o desenvolvimento sustentável e a cidadania. Instituto BAT Contribuir para a redução das desigualdades por meio de oportunidades que gerem impacto positivo e transformação social no campo e na cidade Instituto Bauducco Promover práticas pedagógicas que estimulam os jovens a desenvolverem habilidades socioemocionais e aprenderem o ofício da panificação. https://gife.org.br/associados/instituto-3m/ https://gife.org.br/associados/instituto-abcd/ https://gife.org.br/associados/instituto-acp/ https://gife.org.br/associados/instituto-aegea/ https://gife.org.br/associados/iamar/ https://gife.org.br/associados/iamar/ https://gife.org.br/associados/instituto-alcoa/ https://gife.org.br/associados/instituto-algar/ https://gife.org.br/associados/instituto-arapyau/ https://gife.org.br/associados/instituto-arcor-brasil/ https://gife.org.br/associados/instituto-avon/ https://gife.org.br/associados/instituto-ayrton-senna/ https://gife.org.br/associados/instituto-ayrton-senna/ https://gife.org.br/associados/instituto-bancorbras/ https://gife.org.br/associados/instituto-bat-brasil/ https://gife.org.br/associados/instituto-bauducco/ 34 Instituto Beatriz e Lauro Fiuza Contribuir para a construção de novas perspectivas de futuro para crianças e adolescentes, através da música, do karatê, da cidadania, da cultura e da educação. Instituto Betty & Jacob Lafer Apoiamos iniciativas que contribuam para um país mais justo e menos desigual. Instituto BRB Incentivar a educação, a cultura, o esporte, a preservação do meio ambiente e a melhoria social, promovendo o crescimento sustentável e a saúde integrada. Instituto BRF Levar vida melhor e inclusão socioeconômica por meio do alimento, principalmente nas comunidades onde a BRF está. Instituto C&A Existimos para fortalecer comunidades por meio da moda. Articulamos uma rede sólida de voluntários e apoiamos empreendedores sociais de grupos vulneráveis. Instituto Cactus Nossa missão é promover a saúde mental. Em particular a de adolescentes e mulheres, através do uso e do conhecimento de ferramentas socioemocionais, a fim de empoderá-los para enfrentarem as adversidades da vida. Ressignificar positivamente suas jornadas e elevar de maneira significativa seu bem-estar e qualidade de vida. Instituto Camargo Corrêa Articular e fortalecer organizações que contribuam para a formação integral de crianças, adolescentes e jovens, visando ao desenvolvimento comunitário sustentável. Instituto CCR Viabilizar soluções de investimentos e serviços em infraestrutura. Instituto Center Norte Criar um ambiente de aprendizado e inovação para que pessoas e instituições empreendam soluções capazes de melhorar a vida na Zona Norte de São Paulo. Instituto Claro Aliar as tecnologias da informação e da comunicação à educação e ao desenvolvimento social. Instituto Clima e Sociedade Promover iniciativas e políticas estratégicas que assegurem o desenvolvimento próspero e de baixa intensidade em carbono do Brasil, através do fomento de organizações e projetos da sociedade civil e de governos, engajando o setor filantrópico nas questões climáticas e servindo como uma ponte entre parceiros e outros atores. Instituto Coca-Cola Brasil Promover a transformação social em larga escala por meio da articulação de parceiros e da capilaridade do Sistema Coca-Cola Brasil. Instituto Conceição Moura Contribuir para transformar Belo Jardim em uma cidade atraente e melhor para si viver. Instituto Cooperforte Transformar realidades socioeconômicas de pessoas e organizações sociais. https://gife.org.br/associados/instituto-beatriz-e-lauro-fiuza/ https://gife.org.br/associados/instituto-beatriz-e-lauro-fiuza/ https://gife.org.br/associados/instituto-betty-jacob-lafer/ https://gife.org.br/associados/instituto-betty-jacob-lafer/ https://gife.org.br/associados/instituto-brb/ https://gife.org.br/associados/instituto-brf/ https://gife.org.br/associados/instituto-ca/ https://gife.org.br/associados/instituto-cactus/ https://gife.org.br/associados/instituto-camargo-correa/ https://gife.org.br/associados/instituto-camargo-correa/ https://gife.org.br/associados/instituto-ccr/ https://gife.org.br/associados/instituto-center-norte-2/ https://gife.org.br/associados/instituto-center-norte-2/ https://gife.org.br/associados/instituto-claro/ https://gife.org.br/associados/instituto-clima-e-sociedade/ https://gife.org.br/associados/instituto-clima-e-sociedade/ https://gife.org.br/associados/instituto-coca-cola-brasil/ https://gife.org.br/associados/instituto-coca-cola-brasil/ https://gife.org.br/associados/instituto-conceicao-moura/ https://gife.org.br/associados/instituto-conceicao-moura/ https://gife.org.br/associados/instituto-cooperforte/ 35 Instituto CPFL Queremos criar experiências que aproximem pessoas e conhecimento, gerando reflexão e trazendo esperança. Instituto Criança é Vida Colaborar para a construção de um paíscom mais saúde. Instituto Cultural Vale Valorizar o patrimônio, fomentar as expressões artísticas e democratizar o acesso à cultura, gerando impacto positivo na vida das pessoas e construindo legado para as futuras gerações. Instituto Cyrela Gerenciar os investimentos sociais da companhia e busca produzir benefícios para a sociedade e para a empresa simultaneamente. Instituto de Cidadania Empresarial Articular líderes transformadores no desenvolvimento de iniciativas que potencializem impacto social positivo na população de baixa renda. Instituto Desiderata Promover soluções que garantam prevenção, diagnóstico e cuidado tempestivos para a saúde de crianças e adolescentes. Instituto Diageo Promover uma relação responsável da sociedade com as bebidas alcoolicas Instituto Ecofuturo O Instituto Ecofuturo contribui para transformar a sociedade por meio da conservação ambiental e promoção de leitura, integrando livros, pessoas e natureza Instituto EDP Promover a sustentabilidade empresarial com o alinhamento de suas três dimensões – econômica, social e ambiental. Instituto Embraer O Instituto Embraer investe o capital social privado da Embraer em programas voltados para educação. As iniciativas têm como base 3 frentes de atuação: educação, engajamento com a sociedade e preservação da memória. Instituto Estre Fortalecer a educação ambiental e o diálogo acerca dos desafios socioambientais relacionados aos resíduos sólidos no Brasil. Instituto Eurofarma Promover a inclusão sócio-econômica e o desenvolvimento sustentável por meio da educação transformadora. Instituto Galo da Manhã Apoiar organizações que atuam no fortalecimento da sociedade civil e na redução de injustiças, em especial contra populações vulneráveis. Instituto General Motors Multiplicar oportunidades e contribuir para a construção de um futuro mais criativo, tecnológico e responsável. Instituto GPA Promover a empregabilidade e empreendedorismo por meio de ações sociais, educacionais e culturais, voltadas às comunidades de atuação do GPA. Instituto Grupo BIG Promover o autodesenvolvimento para as pessoas viverem melhor https://gife.org.br/associados/instituto-cpfl/ https://gife.org.br/associados/instituto-crianca-e-vida/ https://gife.org.br/associados/instituto-crianca-e-vida/ https://gife.org.br/associados/instituto-cultural-vale/ https://gife.org.br/associados/instituto-cultural-vale/ https://gife.org.br/associados/instituto-cyrela/ https://gife.org.br/associados/ice/ https://gife.org.br/associados/ice/ https://gife.org.br/associados/ice/ https://gife.org.br/associados/instituto-desiderata/ https://gife.org.br/associados/instituto-diageo/ https://gife.org.br/associados/instituto-ecofuturo/ https://gife.org.br/associados/instituto-edp/ https://gife.org.br/associados/instituto-embraer/ https://gife.org.br/associados/instituto-estre/ https://gife.org.br/associados/instituto-eurofarma/ https://gife.org.br/associados/instituto-galo-da-manha/ https://gife.org.br/associados/instituto-galo-da-manha/ https://gife.org.br/associados/instituto-general-motors/ https://gife.org.br/associados/instituto-general-motors/ https://gife.org.br/associados/instituto-grupo-pao-de-acucar/ https://gife.org.br/associados/instituto-grupo-big/ 36 Instituto Grupo Boticário Contribuir para a disseminação da beleza por meio da cultura. Instituto Hidrovias do Brasil Prover serviços de qualidade utilizando modal hidroviário e priorizando sempre o desenvolvimento sustentável e a ética Instituto Humanize Estimular o desenvolvimento sustentável e a educação de qualidade, por meio do apoio à atuação estratégica de entidades que desenvolvem ações, projetos e programas voltados para a equidade social e a melhoria da qualidade de vida no planeta, com foco no Brasil. Instituto Ibirapitanga Apoiar organizações da sociedade civil e ações que contribuam para a garantia de liberdades e o aprofundamento da democracia no Brasil. Instituto Iguá de Sustentabilidade Contribuir para a universalização do saneamento no Brasil, por meio da promoção da inovação no setor e da educação para o desenvolvimento sustentável. Instituto InterCement Ser um catalizador do potencial das localidades onde a InterCement está presente, criando relações de confiança mutua que fortalecem pessoas e comunidades comprometidas com a superação dos seus desafios. Instituto Invepar Mobilizar e apoiar a Invepar nas iniciativas de responsabilidade social em que as empresas do grupo atuam, articulando as ações e potencializando os resultados dos investimentos sociais. Instituto Itaú Cultural Inspirar e ser inspirado pela sensibilidade e pela criatividade das pessoas para gerar experiências transformadoras no mundo da arte e da cultura brasileiras. Instituto Jatobás Influir para a ampliação da consciência e oferecer conhecimento para a construção de um caminho coletivo solidário e sustentável Instituto JCPM de Compromisso Social Qualificar a juventude das comunidades em que atua, para inserção no mercado de trabalho, promovendo o desenvolvimento social com foco na empregabilidade, cidadania e empreendedorismo social. Instituto João e Maria Backheuser Proporcionar uma educação de qualidade para crianças oriundas de famílias de baixa renda, através da ações que auxiliem na formação de todos os envolvidos no processo educacional. Instituto Julio Simões Promover ações e conhecimento que fortaleçam a segurança no transporte rodoviário e que qualifiquem o capital humano no setor logístico. https://gife.org.br/associados/instituto-grupo-boticario/ https://gife.org.br/associados/instituto-grupo-boticario/ https://gife.org.br/associados/instituto-do-hidrovias-do-brasil/ https://gife.org.br/associados/instituto-do-hidrovias-do-brasil/ https://gife.org.br/associados/instituto-humanize/ https://gife.org.br/associados/instituto-ibirapitanga/ https://gife.org.br/associados/instituto-igua-de-sustentabilidade/ https://gife.org.br/associados/instituto-igua-de-sustentabilidade/ https://gife.org.br/associados/instituto-intercement/ https://gife.org.br/associados/instituto-invepar/ https://gife.org.br/associados/instituto-itau-cultural/ https://gife.org.br/associados/instituto-jatobas/ https://gife.org.br/associados/instituto-jcpm-de-compromisso-social/ https://gife.org.br/associados/instituto-jcpm-de-compromisso-social/ https://gife.org.br/associados/instituto-joao-e-maria-backheuser/ https://gife.org.br/associados/instituto-joao-e-maria-backheuser/ https://gife.org.br/associados/instituto-julio-simoes/ https://gife.org.br/associados/instituto-julio-simoes/ 37 Instituto Justiça Dialogar com todo o ecossistema associado à prestação jurisdicional, incluindo Poder Judiciário, Poder Executivo, Poder Legislativo e Ministério Público e as entidades representativas da comunidade jurídica. Por meio desse diálogo, queremos contribuir para entregar à sociedade os benefícios essenciais da segurança jurídica e da celeridade no provimento jurisdicional. Instituto LafargeHolcim Contribuir para a construção de uma sociedade sustentável e agregar valor para o negócio da LafargeHolcim e de seus parceiros. Instituto Lina Galvani Ampliar capacidades para comunidades liderarem a transformação social local. Instituto Lojas Renner Promover o empoderamento econômico e social de mulheres na cadeia têxtil. Instituto Mosaic Promover o desenvolvimento mútuo e sustentável nas comunidades, com base na realidade regional, atividade operacional, índices sociais, vocações, necessidades e desejo dos habitantes. Instituto Natura Contribuir para o fortalecimento das pessoas e organizações que participam da educação, promover processos e ambientes de aprendizagem mais eficazes e transformadores. Instituto Neoenergia Contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas mais vulneráveis e apostar pelo desenvolvimento sustentável. Instituto
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