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Aula 7_CH_Atualidades_Os protestos em Hong Kong

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Os protestos em Hong Kong
Alessandra de Fatima Alves 7 
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OS PROTESTOS EM HONG KONG
Hong Kong é uma das duas regiões administrativas especiais (RAE) da República Popular da China (RPC), 
sendo a outra Macau, situada na costa sul da China e delimitada pelo delta do rio das Pérolas e pelo mar da China 
meridional. Com uma área de 1.104 km2 e uma população de sete milhões de pessoas, Hong Kong é uma das áreas 
mais densamente povoadas do mundo. A população da cidade é composta por 95% de pessoas de etnia chinesa 
e 5% de outros grupos étnicos. A maioria chinesa ”han” da cidade é originária, principalmente, das cidades de 
Guangzhou e Taishan, na vizinha província de Guangdong.
Como um dos principais centros financeiros internacionais, Hong Kong tem uma grande economia de servi-
ço capitalista caracterizada pelo baixo nível de impostos e pelo livre comércio, sendo que a sua moeda, o dólar de 
Hong Kong, é a oitava mais negociada no mundo. Seu pequeno território e a consequente falta de espaço causaram 
uma forte demanda por construções mais densas e altas, o que desenvolveu a cidade como um centro para a ar-
quitetura moderna e a tornou uma das mais verticais do Planeta. Hong Kong também tem um dos maiores PIB per 
capita do mundo. O espaço denso também resultou numa rede de transportes altamente desenvolvida, com uma 
taxa de transporte de passageiros superior a 90%, a maior do mundo.
Hong Kong vista da montanha Victoria Peak
Os protestos, que tiveram início em março de 2019, são uma série de manifestações em Hong Kong e em 
outras cidades da China que começaram exigindo a retirada do projeto de lei de extradição proposto pelo governo 
de Hong Kong. Teme-se que o projeto de lei faça com que a cidade se abra ao alcance da lei chinesa e que as 
pessoas de Hong Kong fiquem sujeitas a um sistema legal diferente, ou seja, se promulgada, a lei permitiria às 
autoridades locais deter e extraditar pessoas que são procuradas em territórios com os quais Hong Kong não possui 
acordos de extradição, incluindo a China continental e Taiwan.
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Alguns temem que o projeto coloque os cida-
dãos de Hong Kong e visitantes sob jurisdição na China 
continental, prejudicando a autonomia da região e os 
direitos dos cidadãos.
Histórico
Hong Kong é uma região administrativa espe-
cial da República Popular da China e foi colônia da 
Grã-Bretanha por 150 anos. Foi adquirida da China 
pela Inglaterra em três estágios: a ilha de Hong Kong, 
por meio do Tratado de Nanking, em 1842; a penín-
sula Kowloon, pela Convenção de Beijing, em 1860 
– ambas as regiões em caráter definitivo; e os novos 
territórios – abrangendo a área continental próxima a 
Kowloon e cerca de 235 ilhotas –, pela Segunda Con-
venção de Beijing, em 1898, por um período restrito a 
99 anos. No início da colonização britânica, Hong Kong 
era apenas uma pequena vila de pescadores – ilha 
inóspita e pouco povoada –, mas dotada do melhor 
ancoradouro de águas profundas da costa chinesa.
Os comerciantes ingleses já dominavam a área 
desde o final do século XVIII, mas tendo de operar por 
meio do porto de Cantão, sob as injunções dos costumes 
locais e da legislação imperial. Afora seu papel como en-
treposto comercial, Hong Kong foi, durante um século, 
elo importante no colar de bases navais que assegura-
vam a ascendência mundial da esquadra britânica.
A verdade, porém, é que, durante quase um 
século e meio, não existiu, em Hong Kong, qualquer 
forma de democracia representativa. Como colônia 
britânica, seu governador era escolhido administrativa-
mente em Londres, e tudo marchava no território sob 
o controle imperial do secretário de Estado britânico 
para a guerra e as colônias. Foi só em 1985, na esteira 
do acordo sino-britânico para a reversão de Hong Kong 
à China, assinado em 1984, que uma parcela minoritá-
ria do Conselho Legislativo passou a ser escolhida em 
eleições indiretas. Tornou-se oportuno criar instituições 
locais capazes de assumir o papel reservado a Hong 
Kong, na fórmula proposta por Deng Xiaoping, de ”um 
país, dois sistemas”.
A China assumiu a soberania da região, em 1º 
de julho de 1997, ocasião em que entrou em vigor a 
Lei Básica de Hong Kong e o princípio de “um país, 
dois sistemas” (China–Hong Kong–Macau). A Lei Bá-
sica é sua pedra angular, uma vez que outorga a Hong 
Kong alto grau de autonomia em seu desenvolvimento 
econômico, legal e social. O principal objetivo da Lei 
Básica é a manutenção, por 50 anos, do modo de vida 
característico de Hong Kong, incluindo seus sistemas 
econômicos e legais. Assim, Hong Kong, como uma re-
gião administrativa especial da República Popular, de-
verá manter ”um alto grau de autonomia”, com poder 
total sobre seus assuntos internos. A Lei Básica prevê 
que o sistema e políticas socialistas não serão prati-
cadas em Hong Kong e que as leis nacionais chinesas 
não deverão, com pequenas exceções, serem aplicadas 
em Hong Kong.
Tem autonomia para assinar acordos comerciais 
com terceiros países e organizações internacionais. No 
entanto, os domínios da defesa e das relações interna-
cionais subordinam-se ao governo central de Pequim. 
Hong Kong é uma das cidades com o índice de co-
mércio mais livre do mundo. Sua tradição, que mescla 
cultura ocidental (influência britânica) com a oriental, 
posiciona-a com um relevante diferencial em relação 
às demais regiões da China e da Ásia.
Nos anos 1970, desenvolveu-se em polo indus-
trial e, nos anos 1990, tornou-se centro comercial lo-
gístico, financeiro e de turismo. É um importante polo 
comercial na Ásia, conhecido como plataforma de en-
trada para o mercado da China continental, com ênfa-
se nas províncias situadas nas regiões sudeste – cida-
des de Shenzhen, Dongguan e Guangzhou (Cantão).
É um porto franco de livre comércio, sua infra-
estrutura logística opera 24 horas por dia e seus pro-
cedimentos simplificados de importação e exportação 
contribuem para que Hong Kong seja o terceiro porto 
mais movimentado do mundo. O aeroporto internacio-
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nal de Hong Kong opera com 90 linhas aéreas e se 
conecta com 150 destinos, tendo acolhido mais de 53 
milhões de passageiros, em 2011. É também o mais 
movimentado para operações de carga aérea em todo 
o continente asiático.
É o segundo maior centro financeiro do conti-
nente asiático, depois de Tóquio. A consolidação como 
centro financeiro internacional lhe permite ser centro 
financeiro de referência – em que se inclui a comercia-
lização da moeda chinesa (renminbi) –, o que permite 
às empresas com sede em Hong Kong investir na China 
utilizando aquela moeda. Tais operações implicam ex-
pressiva redução de custos e maior agilidade naquelas 
transações.
Hong Kong faz parte do tratado internacional 
denominado Apec (Asia-Pacific Economic Coope-
ration), um bloco econômico que tem por objetivo 
transformar o Pacífico numa área de livre-comércio 
e que engloba economias asiáticas, americanas e 
da Oceania. Junto com Coreia do Sul, Cingapura e 
Taiwan, a rápida industrialização de Hong Kong fez 
com que a região ganhasse seu lugar como um dos 
quatro Tigres Asiáticos.
Contextualizando os protestos: 
a lei de extradição
O projeto de lei de extradição foi inicialmente 
proposto pelo governo de Hong Kong, em fevereiro 
de 2019, como resposta a um homicídio que ocorreu 
em 2018 envolvendo um casal de Hong Kong que foi 
tirar férias em Taiwan. O homem matou a sua namo-
rada grávida em Taiwan, voltou para Hong Kong e, 
um mês depois, confessou o crime. No entanto, Hong 
Kong não podia mandá-lo de volta para Taiwan para 
ser acusado de assassinato, pois não tinha um trata-
do de extradição com Taiwan e negociar um seria pro-
blemático, já que o governo da China não reconhece 
a soberania de Taiwan.
Para resolver essa questão, o governo de Hong 
Kong propôs uma emenda ao Decreto dos Infratores 
Fugitivos e à Assistência Jurídica Mútua em Matéria 
Penal queestabeleceria um mecanismo para transfe-
rências de fugitivos, caso a caso, por ordem do chefe 
do Executivo, a qualquer jurisdição com a qual a cidade 
não tenha um tratado formal de extradição. Isso incluiu 
a extradição para a China continental.
A inclusão da China continental na emenda 
é motivo de preocupação para diferentes setores da 
sociedade de Hong Kong. Defensores pró-democracia 
temem que a jurisdição da cidade se funda com as leis 
chinesas do continente, administradas pelo Partido 
Comunista, corroendo, assim, o princípio de ”um país, 
dois sistemas”, estabelecido desde a transferência de 
1997. Os opositores do projeto atual pediram ao go-
verno de Hong Kong que estabelecesse um acordo de 
extradição apenas com Taiwan, e que pusessem o acor-
do de lado, imediatamente após a rendição do suspei-
to, que já se encontra preso.
Além disso, os opositores afirmam que os che-
fes do Executivo de Hong Kong se sentiriam pressiona-
dos a apoiar um pedido de extradição feito pela China, 
pelo fato de serem escolhidos por uma comissão em 
que Pequim tem a maioria dos votos. China e Hong 
Kong são dois lugares muito diferentes, com um re-
lacionamento político bastante complexo, e o acordo 
de extradição ameaça dar à China mais poder sobre 
Hong Kong.
Líderes empresariais, advogados, grupos de 
imprensa e de direitos humanos temem que Pequim 
use a lei para pedir a extradição de fugitivos por ra-
zões políticas ou empresariais. O Judiciário da China é 
considerado subordinado ao governo, e organizações 
como a Anistia Internacional apontam casos de deten-
ção arbitrária e tortura. É justamente por esse motivo 
que Hong Kong manteve um sistema judicial próprio e, 
até agora, não havia assinado um acordo de extradi-
ção com Pequim.
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Protestos: os guarda-chuvas 
amarelos voltaram
Como visto anteriormente, o sistema de Hong 
Kong permite-lhe liberdades não vistas na China 
continental, incluindo a independência judicial, mas 
há quem diga que elas estão em declínio há algum 
tempo. Os grupos de direitos humanos acusaram o 
governo chinês de interferir em Hong Kong, citando 
como exemplos decisões legais que desqualificaram 
legisladores pró-democracia. Eles também se preo-
cupam com o desaparecimento de cinco livreiros de 
Hong Kong e um magnata que, depois, ficou detido 
na China continental. Artistas e escritores dizem que 
estão sob crescente pressão para se autocensurarem 
e um jornalista do Financial Times foi impedido de en-
trar em Hong Kong, depois que organizou um evento 
com participação de um ativista pela independência 
da região.
Em abril de 2019, a maior manifestação orga-
nizada em Hong Kong nos últimos anos contou com 
mais de 20 mil participantes. Os protestos evoluíram, 
desde então, para um movimento pró-democracia.
Em 31 de julho, a unidade militar rompeu seu 
silêncio durante os protestos, ao divulgar um vídeo com 
imagens de soldados gritando, em cantonês – ”todas 
as consequências são por sua conta e risco”. Isso foi 
amplamente visto como um aviso sobre como a China 
poderia responder, se solicitada. Ben Bland, pesquisa-
dor do Instituto Lowy, de Sydney, na Austrália, disse 
que a China parece estar jogando com uma ameaça de 
intervenção ”para tentar assustar os manifestantes”.
Em 29 de agosto de 2019, a polícia de Hong 
Kong deteve mais de 20 ativistas pró-democracia, 
incluindo dois parlamentares, e alertou que aqueles 
que participarem das manifestações ”ilegais” teriam 
o mesmo destino. As detenções aconteceram na an-
tecipação do aniversário de cinco anos da tentativa 
chinesa de impor limites à realização de eleições dire-
tas para o chefe do Executivo de Hong Kong, medida 
que catapultou a chamada ”Revolução dos Guarda-
-chuvas”, em 2014. A data seria comemorada com um 
protesto, mas não houve autorização oficial, o que o 
torna ilegal – o governo local, contudo, nega que este 
seja o motivo das detenções.
Os guarda-chuvas se firmam novamente 
como símbolo da democracia em Hong Kong.
Direitos como liberdade de reunião e de expres-
são são protegidos. A cidade é atualmente um dos pou-
cos lugares do território chinês onde as pessoas podem 
recordar, publicamente, a repressão a manifestantes na 
Praça Tiananmen, em Pequim, no ano de 1989.
Boa parte dos ativistas presos nos últimos dias 
é formada por lideranças importantes no movimento 
de 2014, como Joshua Wong, de 22 anos. Preso em 
pelo menos três ocasiões nos últimos quatro anos e 
solto em junho, ele foi indiciado por incitação a atos 
ilegais e formação de quadrilha. Agnes Chow, que 
fundou o partido pró-democracia Demosito junto com 
Wong, também foi detida sob as mesmas acusações. 
Também foram presos o vereador distrital Rick Yui e o 
ativista pró-independência Andy Chan, suspeito de ter 
agredido um policial e incitar tumulto, que foi impedi-
do de embarcar em um voo para Tóquio. Além deles, 
os detidos incluem dois parlamentares, Au Nok-hin e 
Jeremy Tam, do Partido Paixão Cívica.
Agnes Chow e Joshua Wong, após serem soltos sob fiança
“If we burn, you burn with us.” (Se queimar-
mos, vocês queimarão conosco.”) foi o lema que al-
guém deixou escrito no canteiro central, em frente ao 
complexo que abriga o Legislativo, o Executivo local e 
os escritórios do governo central, que poderia ser apli-
cado tanto à fúria dos manifestantes quanto à ira da 
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polícia de Hong Kong. Um dia depois da prisão dos 
ativistas e políticos da oposição e de as autoridades do 
território autônomo chinês proibirem uma manifesta-
ção em massa, a animosidade entre os dois lados este-
ve mais inflamada que nunca. A dureza dos confrontos 
entre manifestantes e agentes deixaram isso claro: 
de um lado, coquetéis molotov, arremessos de tijolos 
e fogueiras nas ruas; de outro, canhões d’água, gás 
lacrimogêneo, um tiro para cima e inúmeras prisões.
A fúria aumentou mais um grau, depois que 
foram publicados vídeos nas redes sociais mostrando 
a ação policial em busca de manifestantes, durante a 
noite, em uma estação de metrô – cenas que evoca-
vam, aos olhos dos manifestantes, aquelas protago-
nizadas por supostos membros das tríades mafiosas 
que, em julho, atacaram participantes dos protestos 
em outra estação de metrô, a de Yuen Long, diante da 
aparente passividade dos policiais. As detenções, em 
atos classificados como ilegais, são baseadas em uma 
legislação herdada do período colonial, durante uma 
onda de confrontos que deixaram dezenas de mortos 
na década de 1960.
Nos protestos de agora, receosos de serem ras-
treados, caso a polícia decida prestar queixas contra 
quem participou dos protestos, boa parte não tem usa-
do os cartões de transporte público para voltar para 
casa. O motivo é que o tíquete adquirido com cédulas 
é uma modalidade anônima de viajar no transporte pú-
blico, ao passo que o “bilhete único“ local, chamado 
de Octopus, contém não só um número de registro que 
identifica o usuário, mas também memoriza todos os 
trajetos dos passageiros.
A polícia havia avisado que, depois do veto à 
manifestação – finalmente cancelada – da Frente de 
Direitos Humanos e Civis, não toleraria assembleias 
que pretendessem reproduzi-la. Mas, numa demons-
tração da imaginação que caracterizou os protestos 
mais pacíficos em treze semanas de manifestações – o 
principal desafio em anos ao poder do Executivo autô-
nomo e ao controle do governo central de Pequim –, os 
manifestantes improvisaram diferentes atividades com 
espírito lúdico.
Várias estátuas e estatuetas dos protagonistas 
dos protestos foram distribuídas por toda a cidade, lide-
rados por uma ”Rainha da Liberdade” que prestava ho-
menagem à ativista que ficou ferida no olho, em agosto. 
Em um estádio no centro da ilha, centenas de pessoas 
se reuniram para cantar ”Hallelujah to the Lord”, o hino 
religioso que se tornou emblema dos protestos: as reuni-
ões religiosas estáticas, ao contrário das passeatas,não 
exigem prévio aviso à polícia. Um grupo se reuniu diante 
do escritório da chefe do governo autônomo, a injuriada 
Carrie Lam, católica praticante, para rezar para que seus 
pecados fossem perdoados.
Enquanto a manifestação acontecia, principal-
mente de modo pacífico e sem que polícia agisse – 
além de advertir em comunicados que a passeata era 
ilegal –, várias centenas de jovens se concentravam ao 
redor do complexo do governo, equipados com másca-
ras de gás, capacetes e óculos de proteção.
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Ali, a polícia começou a lançar, periodicamente, 
bombas de gás lacrimogêneo; quando os manifestan-
tes conseguiam devolver alguma delas às fileiras de 
agentes, os participantes explodiam em aplausos e gri-
tos de júbilo – alguns lançavam coquetéis molotov. Os 
canhões d’água apareceram novamente, com líquido 
tingido de azul para indicar aqueles que estiveram na 
primeira fila dos protestos.
Os protestos foram para além das ruas – em 
imagens feitas no terminal do aeroporto internacio-
nal de Hong Kong, manifestantes usaram carrinhos 
de bagagem como barreiras, enquanto alguns via-
jantes angustiados e irritados tentavam embarcar. 
A interrupção já havia levado ao cancelamento de 
centenas de voos – algumas companhias aéreas, in-
cluindo a Cathay Pacific, que é a principal empresa 
aérea de Hong Kong, também cancelaram dezenas de 
viagens, ainda antes que o fechamento do check-in 
fosse anunciado.
Alguns manifestantes pediam desculpas aos 
passageiros pelos inconvenientes; outros usavam 
ataduras sobre um dos olhos, em solidariedade a um 
manifestante ferido, enquanto criticavam a repressão 
cada vez maior pela polícia.
Desde o arquivamento do controvertido projeto 
de lei de extradição, os protestos ganharam demandas 
que desafiam os interesses de Pequim. Se os protestos 
de então exigiam mais democracia, os manifestantes 
de agora reivindicam cinco pontos:
1. o abandono total do projeto de lei que desen-
cadeou as mobilizações, desde 9 de junho, e 
que permitiria a extradição de suspeitos para 
países com os quais Hong Kong não tem acordo 
para isso, incluindo a China;
2. a renúncia da chefe do governo autônomo, Car-
rie Lam;
3. a abertura de uma investigação sobre o com-
portamento da polícia nas manifestações;
4. a libertação dos que foram presos nos protes-
tos; e
5. a reabertura do processo de reformas demo-
cráticas.
A agência de notícias britânica Reuters noticiou 
que Carrie Lam (chefe do Executivo de Hong Kong) en-
viou a Pequim, no mês passado, uma proposta para 
cancelar formalmente a lei de extradição, mas a es-
tratégia foi rejeitada pelas autoridades chinesas. ”O 
cancelamento do projeto de lei e uma investigação 
independente dos excessos policiais são considerados 
por Lam como as demandas mais factíveis de serem 
atendidas”, disse um funcionário sênior do governo de 
Hong Kong à agência.
Carrie Lam
Em público, Lam vem defendendo o diálogo 
com a oposição, mas se recusa a atender os pedidos 
dos manifestantes. Ela afirmou que seu governo está 
considerando se vai tomar ou não novas medidas para 
estabelecer a ordem. O governo chinês, por sua vez, 
enviou mais soldados para o território – procedimento 
que Pequim afirmou ser ”rotineiro”, mas que foi visto 
como um alerta para os manifestantes.

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