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UNIVERSIDADE DA AMAZÔIA CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DESCRIÇÃO CINESIOLÓGICA DOS MOVIMENTOS DOS MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES AMANDA AGUIAR BARROS DA SILVA ANDREZA DE KASSIA QUEIROZ PINHEIRO BELÉM – PARÁ ABRIL/2024 UNIVERSIDADE DA AMAZÔIA CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DESCRIÇÃO CINESIOLÓGICA DOS MOVIMENTOS DOS MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES AMANDA AGUIAR BARROS DA SILVA ANDREZA DE KASSIA QUEIROZ PINHEIRO BELÉM – PARÁ ABRIL/2024 Introdução A cinesiologia, como ciência que investiga o movimento humano, é essencial para entender a complexidade dos movimentos dos membros superiores e inferiores. Este trabalho tem como objetivo detalhar a anatomia e funcionalidade desses membros, destacando as articulações, músculos e vasos sanguíneos que facilitam nossa ampla gama de movimentos diários. Por meio de uma abordagem topográfica, examinaremos os componentes estruturais e funcionais, desde a região escapular até as mãos, e da coxa até os pés, oferecendo uma visão integrada que associa a anatomia à mecânica do movimento, fazendo uma análise das articulações envolvidas nos movimentos selecionados, considerando sua anatomia e cinesiologia, assim como a amplitude de movimento. Detalharemos as fases do movimento, conforme descrito na literatura de cinesiologia, e as ações musculares correspondentes a cada fase, além de Identificar e classificar as alavancas de movimento, explicando as estruturas relacionadas, como o eixo articular, a força muscular, a força de resistência e a estrutura óssea. Os movimentos analisados incluem atividades cotidianas como digitar, escovar os dentes, cortar alimentos, pentear o cabelo, subir escadas, agachar, pedalar e sentar em W. Esses movimentos cotidianos, embora muitas vezes realizados de forma automática, envolvem uma série de processos biomecânicos complexos que demonstram a interação entre os músculos e as alavancas ósseas. A cinesiologia não apenas desvenda os mecanismos dessas ações, mas também fornece as bases para intervenções terapêuticas quando há disfunções ou lesões. A identificação de uma alavanca de movimento, por exemplo, é fundamental para entender como as forças são aplicadas e distribuídas ao longo do sistema musculoesquelético. Ao classificar e explicar essas alavancas, podemos otimizar as técnicas de reabilitação e melhorar a eficiência dos movimentos, reduzindo o risco de lesões futuras e contribuindo para uma melhor qualidade de vida. Este estudo tem o objetivo de compreender e descrever a cinesiologia dos movimentos dos membros superiores e inferiores e suas implicações. Para a elaboração deste trabalho, realizamos uma revisão bibliográfica focada na descrição cinesiológica dos movimentos dos citados, destacando sua importância na manutenção da saúde e no desempenho de atividades diárias. Os termos-chave pesquisados foram adaptados para incluir: movimentos dos membros, cinesiologia, biomecânica, movimentos do membro superior e inferior. A seleção criteriosa dos estudos mais relevantes foi realizada, complementada por consultas a bases de dados acadêmicas, resultando na identificação dos princípios fundamentais que influenciam a eficácia da descrição cinesiológica e suas implicações na saúde e reabilitação. 2 Descrição cinesiológica dos movimentos ao digitar no computador A digitação é uma habilidade essencial na era digital, permitindo-nos comunicar e interagir com tecnologias diversas. Por trás de cada tecla pressionada, há um intrincado balé de articulações e músculos trabalhando em conjunto. 2.1 Articulações e Amplitude de Movimento As articulações dos dedos, incluindo as articulações interfalângicas e metacarpofalângicas, são fundamentais para a flexão e extensão dos dedos, permitindo movimentos precisos em um único eixo ou mais amplos com graus de abdução e adução. O pulso conta com a articulação radiocárpica, que é biaxial e permite a flexão, extensão, e desvios radial e ulnar. O cotovelo é composto pela articulação umeroulnar, que permite a flexão e extensão do antebraço, e pela articulação umerorradial, que auxilia na estabilidade e permite a supinação e pronação. O ombro possui a articulação glenoumeral, uma das mais móveis do corpo, permitindo uma gama de movimentos como abdução, adução, flexão, extensão e rotação (MATTOS, 2020). 2.2 Fases do Movimento Na fase de posicionamento, os dedos se alinham sobre as teclas, preparando-se para a ação. Segue-se a ativação, onde os músculos flexores iniciam a flexão das articulações para pressionar a tecla. Após a ativação, os músculos extensores entram em ação, facilitando o retorno dos dedos à posição inicial. Este ciclo de movimento é um exemplo clássico de coordenação neuromuscular, onde a anatomia e cinesiologia das articulações e músculos trabalham em conjunto para realizar uma tarefa precisa e repetitiva (GONÇALVES, 2021). 2.3 Ações Musculares No processo de digitação, a fase de posicionamento envolve a preparação dos dedos para o contato com as teclas, ativando os músculos extensores e abdutores. Durante a fase de ativação, os músculos flexores, especificamente o flexor superficial dos dedos, são acionados para realizar a flexão necessária para pressionar as teclas. Por fim, na fase de retorno, os músculos extensores, como o extensor dos dedos, são essenciais para retornar os dedos à posição de repouso (BONTRAGER; JOHN, 2015). 2.4 Alavanca de Movimento No movimento de digitação, as articulações metacarpofalângicas atuam como o eixo articular de uma alavanca de terceira classe, onde a força aplicada pelos flexores dos dedos move os ossos metacarpais e falanges. Esta ação supera a força de resistência imposta pelas teclas, permitindo a depressão das mesmas (LOPES, 2015). 3 Descrição cinesiológica dos movimentos ao escovar os dentes Escovar os dentes é uma prática rotineira que transcende a mera higiene bucal, a cada movimento da escova, uma orquestra de articulações, músculos e tendões entra em ação, executando uma ação meticulosa de rotações e varreduras. 3.1 Articulações e Amplitude de Movimento As articulações dos dedos, incluindo as interfalângicas e metacarpofalângicas fazem flexão e extensão dos dedos, que seguram e manobram a escova em movimentos precisos. O pulso entra em ação com a articulação radiocárpica, que é biaxial e permite movimentos de flexão, extensão, além dos desvios radial e ulnar. O cotovelo, com sua articulação umeroulnar, proporciona a flexão e extensão do antebraço, enquanto a articulação umerorradial contribui para a supinação e pronação, garantindo estabilidade. O ombro e sua articulação glenoumeral permitem uma ampla gama de movimentos, como abdução, adução, flexão, extensão e rotação (SILVA, 2015). 3.2 Fases do Movimento Na fase de preparação, os músculos extensores do antebraço e os músculos intrínsecos da mão trabalham juntos para posicionar a escova de dente corretamente. Segue-se a fase de ativação, onde os músculos flexores do antebraço e novamente os músculos intrínsecos da mão entram em ação para movimentar a escova sobre os dentes, garantindo a limpeza. Por fim, na fase de finalização, os músculos rotadores do antebraço são utilizados para realizar os movimentos circulares finais, que ajudam a remover a placa bacteriana de forma eficiente (CARNEIRO, 2005). 3.3 Ações Musculares A fase de posicionamento envolve a preparação da mão e dos dedos para o contato com a escova, ativando os músculos extensores do antebraço e os músculos intrínsecos da mão. Durante a fase de ativação, os músculos flexores do antebraço e os músculos intrínsecos da mão são acionados para realizar a flexão e extensão necessárias para movimentara escova sobre os dentes, na fase de retorno, os músculos rotadores do antebraço são utilizados para os movimentos circulares finais, essenciais para uma limpeza eficaz (BONTRAGER; JOHN, 2015). 3.4 Alavanca de Movimento No movimento de escovação dental, as articulações metacarpofalângicas e interfalângicas funcionam como o fulcro de uma alavanca de terceira classe, com a articulação do pulso servindo como o eixo articular. A força aplicada pelos músculos flexores e extensores do antebraço atuam sobre os ossos do antebraço (rádio e ulna) e os ossos da mão - move os ossos metacarpais e falanges para manipular a escova (MATTOS, 2020). 4 Descrição cinesiológica dos movimentos ao cortar alimentos com garfo e faca Cortar alimentos com garfo e faca é uma atividade que envolve coordenação e destreza, utilizando várias articulações e grupos musculares. 4.1 Articulações e Amplitude de Movimento As articulações dos dedos, desde as interfalângicas até as metacarpofalângicas, desempenham um papel fundamental na precisão do corte, controlando o garfo e manipulando-o com destreza. O pulso entra em ação com sua articulação radiocárpica, dotada de uma capacidade biaxial que permite movimentos de flexão, extensão e desvios radiais e ulnares, garantindo a estabilidade necessária para o manuseio preciso. O cotovelo, através da articulação umeroulnar, contribui para a flexão e extensão do antebraço, enquanto a articulação umerorradial facilita a rotação, essencial para ajustar a posição do garfo durante o corte. O ombro e sua articulação glenoumeral, proporcionam uma amplitude de movimentos, incluindo abdução, adução, flexão, extensão e rotação, garantindo a fluidez e eficácia do gesto de cortar alimentos (SILVA, 2015). 4.2 Fases do Movimento Na fase de preparação, os músculos responsáveis pela movimentação do antebraço se unem aos músculos intrínsecos da mão para posicionar o garfo de maneira precisa sobre o alimento. Durante a etapa de corte, uma combinação dos músculos flexores do antebraço e novamente os intrínsecos da mão entram em ação, coordenando-se habilmente para realizar o movimento de corte com precisão, na fase de finalização, os músculos rotadores do antebraço assumem o controle, executando movimentos circulares finais que auxiliam na separação dos pedaços e na disposição adequada do alimento no garfo (SOUZA, 2022). 4.3 Ações Musculares Na etapa de preparação, os músculos extensores do antebraço e os intrínsecos da mão são ativados para posicionar corretamente o garfo em relação ao alimento. Durante a fase de corte, os músculos flexores do antebraço e os intrínsecos da mão entram em ação, trabalhando em conjunto para realizar os movimentos de flexão e extensão necessários para cortar o alimento de forma adequada. Na fase de conclusão, os músculos rotadores do antebraço assumem o controle, executando movimentos circulares finais que auxiliam na separação dos pedaços e na disposição adequada do alimento no garfo (MATTOS, 2020). 4.4 Alavanca de Movimento As articulações metacarpofalângicas e interfalângicas atuam como o fulcro de uma alavanca de terceira classe, com a articulação do pulso desempenhando o papel crucial de eixo articular. A aplicação de força pelos músculos flexores e extensores do antebraço, que agem sobre os ossos do antebraço (rádio e ulna) e os ossos da mão, movimenta os ossos metacarpais e falanges para manipular o garfo e a faca durante o corte. Essa ação é contrabalançada pela resistência oferecida pelo alimento contra o garfo, ilustrando a eficiência mecânica do sistema de alavancas do corpo humano (BONTRAGER; JOHN, 2015). 5 Descrição cinesiológica dos movimentos ao pentear o cabelo Pentear o cabelo é uma atividade que envolve múltiplas articulações e grupos musculares, realizadas em várias etapas. 5.1 Articulações e Amplitude dos Movimentos As articulações dos dedos, desde as interfalângicas até as metacarpofalângicas, são usadas para segurar com precisão o pente, permitindo o controle delicado do pente e a manipulação ágil entre os fios. O pulso entra em ação, com sua articulação radiocárpica, que possui uma capacidade biaxial, permitindo movimentos de flexão, extensão e desvios radiais e ulnares, garantindo a estabilidade necessária para o pentear de forma firme. O cotovelo, por meio da articulação umeroulnar, contribui para a posição e movimento do braço durante o ato de pentear, enquanto a articulação umerorradial facilita a rotação, permitindo ajustes finos na direção do pente. O ombro e sua articulação glenoumeral, fornecem uma variedade de movimentos, incluindo abdução, adução, flexão, extensão e rotação, garantindo a fluidez e eficácia do gesto de pentear os cabelos (SILVA, 2015). 5.2 Fases do Movimento Na etapa de preparação, os músculos encarregados da movimentação do braço e do antebraço colaboram com os músculos intrínsecos da mão para segurar o pente de maneira precisa. Durante a etapa de penteado, uma combinação dos músculos flexores do antebraço e novamente os intrínsecos da mão entram em ação, coordenando-se habilmente para realizar os movimentos delicados necessários para desembaraçar e modelar os fios, na etapa de finali, os músculos rotadores do antebraço assumem o controle, executando movimentos suaves que auxiliam na distribuição uniforme dos cabelos e na obtenção do penteado desejado (MATTOS, 2020). 5.3 Ações Musculares Na fase inicial de preparação, os músculos extensores do antebraço e os intrínsecos da mão são acionados para posicionar o pente de maneira adequada em relação aos fios de cabelo. Durante a fase de pentear, os músculos flexores do antebraço e os intrínsecos da mão trabalham em conjunto, realizando movimentos de flexão e extensão necessários para desembaraçar e modelar os cabelos de forma precisa, na etapa de final os músculos rotadores do antebraço assumem o controle, executando movimentos circulares delicados que auxiliam na distribuição uniforme dos fios e na finalização do penteado desejado (SOUZA, 2022). 5.4 Alavanca de Movimento As articulações metacarpofalângicas e interfalângicas funcionam como o ponto de apoio de uma alavanca de terceira classe, enquanto a articulação do pulso assume o papel fundamental de eixo articular. A aplicação de força pelos músculos flexores e extensores do antebraço, agindo nos ossos do antebraço (rádio e ulna) e na estrutura da mão, movimenta os ossos metacarpais e as falanges para manipular o pente durante o penteado (BONTRAGER; JOHN, 2015). 6 Descrição cinesiológica dos movimentos ao subir escadas Subir escadas é uma atividade que envolve múltiplas articulações e grupos musculares, realizada em várias etapas. 6.1 Articulações e Amplitude dos Movimentos As articulações dos pés agem fazendo a dorsiflexão e plantarflexão no tornozelo ajustando a postura do pé para manter o equilíbrio e a propulsão. Os joelhos auxiliam na subida, com sua capacidade de flexão e extensão para elevar o corpo e avançar para o próximo degrau. A flexão do quadril auxilia na elevação das pernas e no posicionamento do pé no degrau seguinte, enquanto a extensão empurra o corpo para cima, contribuindo para a dinâmica do movimento (SILVA, 2015). 6.2 Fases do Movimento Na fase de preparação é onde o pé é posicionado na base da escada, preparando o corpo para a ascensão. Nesta fase, os músculos das pernas são ativados para posicionar o corpo de maneira adequada em relação aos degraus. Segue-se a ativação, com a flexão do quadril e joelho da perna que se eleva, movimentos esses que são seguidos pela extensão para empurrar o corpo para cima. Durante a transferência, ocorre a transferência do peso do corpo para a perna que está no degrau superior, enquanto os músculos quadríceps e isquiotibiais trabalham em conjunto para realizar a flexão e extensão necessárias. Por fim, na finalização,a extensão completa do quadril e joelho estabiliza o corpo no degrau superior antes de mover a outra perna. Os músculos estabilizadores do core assumem o controle, mantendo o tronco ereto e alinhado, garantindo um movimento fluido e seguro durante toda a subida (MIRANDA, 2022). 6.3 Ações Musculares Na Etapa de Preparação, os músculos tibiais anteriores são acionados para a dorsiflexão do tornozelo, posicionando os pés adequadamente em relação aos degraus. Durante a Ativação, os glúteos e isquiotibiais trabalham para a flexão do quadril, enquanto os quadríceps realizam a extensão do joelho, movimentos esses necessários para impulsionar o corpo para cima. Na Transferência, os glúteos e quadríceps mantêm a estabilidade durante a transferência de peso do corpo para a perna que está no degrau superior. Já na etapa de conclusão, os mesmos músculos realizam a extensão completa e estabilização do corpo no degrau superior. Os músculos estabilizadores do core assumem o controle, mantendo o tronco ereto e alinhado durante toda a subida (XAVIER, 2015). 6.4 Alavanca de Movimento As articulações dos tornozelos, joelhos e quadris funcionam como pontos de apoio de uma série de alavancas do tipo de segunda classe, onde o eixo articular está localizado na articulação do tornozelo. Os músculos das pernas, principalmente o sóleo e gastrocnêmio na panturrilha, atuam em conjunto para impulsionar o corpo para cima, utilizando a força muscular para superar a força de resistência oferecida pelo peso do corpo (SILVA, 2015). 7 Descrição cinesiológica dos movimentos ao agachar O agachamento é um movimento fundamental que envolve várias articulações e grupos musculares. 7.1 Articulações e Amplitude de Movimento: Agachar é uma atividade que envolve uma coordenação detalhada de movimentos, com ênfase especial nas articulações das pernas. No quadril, a flexão permite que o tronco se incline para frente, e a extensão é utilizada para retornar à posição ereta, desempenhando um papel crucial no controle do movimento. Nos joelhos, a flexão é essencial para baixar o corpo de maneira controlada, enquanto a extensão é necessária para o retorno à postura inicial. Nos tornozelos, a dorsiflexão e plantarflexão contribuem para a estabilidade e adaptação do pé durante o agachamento. Esses movimentos são coordenados com precisão, refletindo a capacidade inata do corpo humano de realizar tarefas cotidianas de forma eficiente (SILVA, 2015). 7.2 Fases do Movimento O processo se inicia com a preparação, onde os músculos das pernas são ativados para posicionar o corpo de maneira adequada, preparando-se para a Descida (Eccêntrica), que envolve a flexão do quadril, joelho e dorsiflexão do tornozelo, permitindo que o corpo seja abaixado em direção ao solo. Durante a transição (Amortecimento), momento em que se atinge a menor altura, o peso do corpo é transferido para os músculos das pernas, que trabalham em conjunto para suportar a carga e manter o equilíbrio. Na fase de Subida (Concêntrica), os músculos das pernas realizam a extensão do quadril, joelho e plantarflexão do tornozelo para retornar o corpo à posição ereta. Durante todo o processo, os músculos estabilizadores do core assumem o controle, garantindo um movimento suave e controlado (BRITO, 2008). 7.3 Ações Musculares: Na etapa de preparação, os músculos das pernas são ativados para permitir a flexão dos joelhos e dos quadris, posicionando o corpo de maneira adequada para iniciar o movimento de agachamento. Durante a Descida, os glúteos e isquiotibiais trabalham na flexão do quadril, os quadríceps na flexão do joelho, e o tibial anterior na dorsiflexão do tornozelo, permitindo que o corpo seja abaixado em direção ao solo. Durante a Transição, ocorre a ativação isométrica dos músculos para manter a posição. Já na Subida, os glúteos e isquiotibiais realizam a extensão do quadril, os quadríceps a extensão do joelho, e o gastrocnêmio e sóleo a plantarflexão do tornozelo, para elevar o corpo de volta à posição inicial. Os músculos estabilizadores do core assumem o controle, mantendo o tronco ereto e alinhado durante todo o processo de agachamento (LOPES, 2015). 7.4 Alavanca de Movimento As articulações dos tornozelos, joelhos e quadris funcionam como pontos de apoio de uma série de alavancas do tipo de segunda classe, com o eixo articular localizado principalmente na articulação do joelho. Os músculos das pernas, como os quadríceps, os músculos isquiotibiais e os glúteos, desempenham um papel fundamental ao agir em conjunto para realizar a flexão dos joelhos e dos quadris durante o movimento de agachamento. Essa ação é equilibrada pela força de resistência do peso do corpo e da gravidade, contra a qual os músculos precisam trabalhar para realizar o movimento (MIRANDA, 2022). 8 Descrição cinesiológica dos movimentos ao pedalar Pedalar é um movimento complexo que envolve várias articulações e grupos musculares. 8.1 Articulações e Amplitude de Movimento Pedalar é uma atividade que envolve uma coordenação detalhada de movimentos, com foco especial nas articulações das pernas. No quadril, a flexão e extensão são movimentos contínuos que possibilitam o ciclo completo da pedalada. Nos joelhos, a flexão é essencial para impulsionar os pedais para baixo, e a extensão é utilizada para levantar os pés de volta à posição inicial, contribuindo para a força aplicada durante o pedalar. Nos tornozelos, a dorsiflexão e a plantarflexão são fundamentais para otimizar a força sobre os pedais, auxiliando na estabilidade e no controle do movimento dos pés (SILVA, 2015). 8.2 Fases do Movimento No ato de pedalar, o processo se inicia com a preparação, onde os músculos das pernas são ativados para posicionar os pedais de maneira adequada, preparando-se para a fase de Potência (Descida do Pedal), que envolve a extensão dos quadris e joelhos, juntamente com a plantarflexão do tornozelo, permitindo que o pedal seja empurrado para baixo. Durante a Transição (Fase de Recuperação), momento em que o pedal está no ponto mais baixo, o peso do corpo é transferido para o outro pé enquanto os músculos das pernas trabalham para manter o equilíbrio e suportar a carga. Na fase de recuperação (Subida do Pedal), os músculos das pernas realizam a flexão dos quadris e joelhos e a dorsiflexão do tornozelo para levantar o pedal de volta à posição inicial, durante todo o processo, os músculos estabilizadores do core assumem o controle, garantindo um movimento suave e controlado (DIEFENTHAELER, 2008). 8.3 Ações Musculares Na etapa de preparação, os músculos das pernas são ativados para permitir a flexão dos joelhos e dos quadris, posicionando os pedais de maneira adequada para iniciar o movimento de pedalar. Durante a fase de potência (Descida do Pedal), os glúteos e quadríceps são os principais músculos envolvidos na flexão do quadril e na flexão do joelho, respectivamente, com o gastrocnêmio e sóleo auxiliando na plantarflexão, permitindo que o corpo mova os pedais para baixo. Durante a Transição (Fase de Recuperação), ocorre uma ativação isométrica dos músculos para manter a posição, enquanto na fase de recuperação (Subida do Pedal), os isquiotibiais e o tibial anterior ajudam na flexão do joelho e dorsiflexão do tornozelo, respectivamente. Os músculos da panturrilha promovem a flexão plantar do tornozelo, impulsionando os pedais para cima e avançando com o movimento de pedalar. Os músculos estabilizadores do core assumem o controle, mantendo a postura adequada e o equilíbrio durante todo o processo de pedalar (DIEFENTHAELER, 2008). 8.4 Alavanca de Movimento As articulações dos tornozelos, joelhos e quadris funcionam como pontos de apoio de uma série de alavancas do tipo de terceira classe, com o eixo articular localizado principalmente na articulação do joelho. Os músculos das pernas, comoos quadríceps, atuam durante a fase de potência, enquanto os músculos isquiotibiais e os glúteos desempenham um papel fundamental ao agir em conjunto para realizar a flexão e extensão dos joelhos e dos quadris durante o movimento de pedalar. Essa ação é equilibrada pela força de resistência oferecida pelo pedal e pela inércia, contra a qual os músculos precisam trabalhar para realizar o movimento (LOPES, 2015). 9 Descrição cinesiológica dos movimentos ao sentar em “W” Sentar em “W” é uma posição onde a pessoa se senta sobre os glúteos com os joelhos dobrados e as pernas afastadas e dobradas para trás em ambos os lados, formando um “W” com as pernas. 9.1 Articulações e Amplitude de Movimento Sentar em ‘W’ é uma atividade que envolve uma coordenação detalhada de movimentos, especialmente nas articulações das pernas. No quadril, ocorre uma rotação interna e flexão, permitindo que as coxas se posicionem com os joelhos direcionados ao solo, formando a postura de ‘W’. Nos joelhos, a flexão máxima é necessária para suportar o peso do corpo e manter a estabilidade. Nos tornozelos, a rotação interna combinada com uma ligeira plantarflexão permite uma base ampla de apoio no chão. Esses movimentos são coordenados com precisão para manter o equilíbrio e a estabilidade enquanto se está sentado nessa posição. Embora essa postura possa colocar uma carga adicional nas articulações do quadril e joelho, podendo ser desconfortável para algumas pessoas, especialmente se mantida por longos períodos, é importante lembrar de variar as posições ao sentar para evitar sobrecarregar as articulações e músculos (SILVA, 2015). 9.2 Fases do Movimento A iniciação pode ocorrer a partir de uma posição em pé ou sentada, onde a pessoa se prepara para a transição. Durante a transição, a pessoa move-se para o chão, dobrando os joelhos e rotacionando os quadris internamente, o que permite que as pernas se cruzem e os pés se posicionem sob as coxas opostas, formando a característica forma de ‘W’. Neste momento, os músculos das pernas são ativados para manter a posição e distribuir o peso de forma equilibrada. No posicionamento final, os glúteos tocam o chão e os joelhos estão em uma posição flexionada, enquanto os tornozelos e quadris auxiliam na distribuição do peso e na estabilidade dos membros inferiores. durante a permanência na posição de ‘W’, os músculos das pernas e das costas trabalham em conjunto para sustentar o tronco e manter a estabilidade da postura (MIRANDA, 2022). 9.3 Ações Musculares Na iniciação, os músculos do quadril e da coxa, como os glúteos e isquiotibiais, começam o movimento. Durante a Transição, os músculos rotadores internos do quadril, como o tensor da fáscia lata, e os músculos do joelho, como o sartório, facilitam a rotação interna e a flexão, permitindo que as pernas se posicionem adequadamente para adotar a posição de ‘W’. Nesta fase, os músculos das coxas e das panturrilhas trabalham em conjunto para sustentar a postura. Durante a permanência na posição de ‘W’, os músculos das costas e do core, incluindo os glúteos e os músculos abdominais, são essenciais para manter a estabilidade e o equilíbrio do tronco, ajudando a sustentar o peso corporal e a manter a postura ereta. No Posicionamento Final, os músculos estabilizadores do quadril e do joelho mantêm a posição (SILVA, 2015). 9.4 Alavanca de Movimento As articulações dos quadris, joelhos e tornozelos atuam como pontos de apoio fundamentais, permitindo que o corpo se posicione adequadamente na posição de ‘W’. Os músculos das pernas, como os quadríceps, isquiotibiais e glúteos, são ativados para realizar a flexão dos joelhos e quadris, garantindo a estabilidade e sustentação do corpo nessa postura. Durante o processo de se sentar em ‘W’, é essemcial manter uma boa postura e distribuir uniformemente o peso do corpo para evitar desconforto ou lesões. Nesta posição, o corpo humano utiliza uma alavanca de primeira classe, com o eixo articular localizado no quadril. Os músculos rotadores internos do quadril fornecem a força muscular necessária para manter a posição, enquanto o peso das pernas atua como força de resistência. A estrutura óssea, composta pelo fêmur e pela pelve, suporta e facilita esse movimento (XAVIER, 2015). 10 Conclusão A cinesiologia revela-se como uma ciência fundamental para a compreensão da mecânica corporal e sua aplicação na saúde e reabilitação. Através deste estudo, foi possível detalhar a anatomia funcional e as interações biomecânicas que ocorrem durante atividades cotidianas, evidenciando a importância de cada articulação, músculo e alavanca óssea na execução de movimentos eficientes e seguros. A análise cinesiológica dos movimentos selecionados, que incluem ações tão diversas quanto digitar e pedalar, permite não apenas uma apreciação da complexidade dos processos biomecânicos envolvidos, mas também destaca a relevância de uma abordagem integrada que associa a anatomia à funcionalidade. A identificação e classificação das alavancas de movimento são essenciais para o entendimento de como as forças são aplicadas e distribuídas, proporcionando orientações valiosas para a otimização de técnicas de reabilitação e prevenção de lesões. Em síntese, a cinesiologia dos membros superiores e inferiores é uma área de conhecimento que oferece contribuições significativas para a compreensão do movimento humano, com implicações diretas na prática clínica e terapêutica. A integração da teoria cinesiológica com a prática clínica é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de reabilitação que respeitem a complexidade do sistema musculoesquelético e promovam movimentos que sejam não apenas possíveis, mas também eficientes e harmoniosos. 11 Referência Bibliografica BONTRAGER K. L.; JOHN P. Manual Prático de Técnicas e Posicionamento Radiográfico. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Disponível em: Posicionamento radiológico – MMSS – Dedos – Anatomia papel e caneta (anatomia-papel-e-caneta.com) . Acesso em: 05 de abr. 2024. BRITO, A. M. V. A Influência da Variabilidade do Objetivo Final de Realização da Ação Motora na Coordenação Neuromuscular de Movimentos Balísticos Realizados com o Membro Superior. 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