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A comunidade de abelhas Hymenoptera, Apoidea em áreas florestais do Parque Estadual de Itapuã Viamão, RS diversidade, abundância relativa e atividade sazonal

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Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 97(4):392-399, 30 de dezembro de 2007
TRUYLIO & HARTER-MARQUES
A comunidade de abelhas (Hymenoptera, Apoidea) em áreas florestais
do Parque Estadual de Itapuã (Viamão, RS): diversidade, abundância
relativa e atividade sazonal
Betânia Truylio1 & Birgit Harter-Marques2
1. Laboratório de Pesquisas Biológicas, Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Av.
Ipiranga, 6681, 90619-900 Porto Alegre, RS, Brasil. (btruylio@pucrs.br)
2. Laboratório de Abelhas Silvestres, Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais, Universidade do Extremo Sul Catarinense
(UNESC), Av. Universitária, 1105, 88806-000 Criciúma, SC, Brasil. (bhm@unesc.net)
ABSTRACT. The bee community (Hymenoptera, Apoidea) of forest areas of Parque Estadual Itapuã (Viamão, Southern
Brazil): diversity, relative abundance and seasonal activity. The bee community of Parque Estadual de Itapuã, Viamão, Southern
Brazil, was studied regarding diversity, relative abundance and seasonal activity. The bees were collected on the flowers in two forest areas,
during two consecutive days respectively, twice per month, from 8 a.m. to 6 p.m., during one year. A total of 3,306 bees from 95 species
and five families occurring in Brazil were captured. Among them, Apidae was the most abundant (2,860 individuals) and the most diverse
family (36 species), followed by Halictidae, with 308 individuals and 26 species. Comparisons with faunas of other communities revealed
a lower diversity at our study site. Bees of the families Apidae and Halictidae remained active throughout the year, with a gradual reduction
of activity in March and April, when the lowest index of rainfall and the highest temperature were recorded.
KEYWORDS. Bees, phenology, species richness.
RESUMO. A comunidade de abelhas (Hymenoptera, Apoidea) foi estudada no Parque Estadual do Itapuã, município de Viamão, no que diz
respeito à diversidade, abundância relativa e atividade sazonal. As abelhas foram coletadas sobre as flores em duas áreas florestais, durante
dois dias consecutivos por área, quinzenalmente, das 8 h às 18 h. No total, foram capturadas 3.306 abelhas pertencentes a 95 espécies das
cinco famílias ocorrentes no Brasil. Dentre elas, Apidae foi a família mais abundante (2.860 indivíduos) e mais diversificada (36 espécies),
seguida de Halictidae com 308 indivíduos e 26 espécies. Comparações realizadas com a fauna de abelhas de outras comunidades revelaram
uma baixa diversidade na região estudada. Representantes de Apidae e Halictidae foram encontrados o ano todo nas flores, com uma
redução gradual de atividade em março e abril quando foi registrado o menor índice de precipitação e temperaturas mais altas do ano.
PALAVRAS-CHAVE. Abelhas, fenologia, riqueza.
Cada vez mais as abelhas vêm sendo valorizadas
pelo importante papel que cumprem nas comunidades
ecológicas. As abelhas constituem os principais agentes
polinizadores adaptados à visita às flores de
Angiospermas, provendo e aumentando a produção de
frutos comestíveis para o homem e muitos animais
silvestres (WILLIAMS et al., 1991). Além disso, auxiliam na
produção de sementes para a reprodução das plantas,
mantendo a diversidade do ecossistema (SILVEIRA et al., 2002).
Estima-se que existam mais de quatro mil gêneros e
cerca de 25 a 30 mil espécies de abelhas distribuídas nas
diferentes regiões do mundo (MICHENER, 2000). Cerca de
85% dessas espécies são solitárias (BATRA, 1984) e muitas
delas ainda não foram descritas, principalmente nos
trópicos. No Brasil, SILVEIRA et al. (2002) relacionam 1.573
nomes válidos para as espécies brasileiras, mas acreditam
que a fauna de abelhas do Brasil seja composta por,
aproximadamente, 3.000 espécies.
Os levantamentos melissofaunísticos em áreas
restritas, por meio de amostragens padronizadas, tiveram
início com o trabalho de SAKAGAMI & MATSUMURA (1967), no
Japão e com o trabalho de SAKAGAMI et al. (1967), no sul do
Brasil. Até essa época, poucas eram as contribuições sobre
a ecologia de comunidades de visitantes florais e essas eram
realizadas por meio de procedimentos parcialmente
padronizados (COCKERELL, 1900; SCHROTTKY, 1902; DUCKE,
1906, 1907; FRIESE, 1910; DUCKE, 1925).
A partir da década de 70, vários levantamentos
sobre a fauna de abelhas e a relação com a flora foram
realizados em diferentes ecossistemas, mostrando que o
estudo dessas comunidades representa uma abordagem
adequada na procura de padrões de organização destas.
No Brasil, existem inúmeros levantamentos da apifauna e
flora apícola que mostram a importância das plantas na
dieta e manutenção das populações das abelhas, assim
como a importância das abelhas no processo de
polinização das plantas que visitam (e.g., SAKAGAMI &
LAROCA, 1971; CAMARGO & MAZUCATO, 1984; GOTTSBERGER
et al., 1988; VIANA et al., 1997; AGUIAR, 2003; ANTONINI &
MARTINS, 2003).
O Estado do Rio Grande do Sul, apesar do seu
tamanho territorial relativamente pequeno, apresenta uma
grande diversidade de ecossistemas (RADAMBRASIL, 1981).
Até o momento, estudos sobre a fauna de abelhas e a
flora apícola associada no estado foram realizados na
região da Serra do Sudeste (SCHLINDWEIN, 1995), no litoral
(ALVES-DOS-SANTOS, 1999) e em diversas regiões
fitogeográficas por WITTMANN & HOFFMANN (1990). Todos
estes levantamentos têm sido realizados em ambientes
relativamente conservados e estudos de interação abelha-
planta em regiões metropolitanas inexistem.
O Parque Estadual de Itapuã é uma unidade de
conservação integral que apresenta a maior diversidade
de ecossistemas entre os parques estaduais do Rio
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Grande do Sul, sendo esta área considerada última
amostra dos ecossistemas originais como a da Região
Metropolitana de Porto Alegre. Contudo, a vegetação do
Parque encontra-se em diferentes estados de regeneração
devido à grande pressão antrópica exercida no passado
(RIO GRANDE DO SUL, 1997). Iniciaram-se alguns estudos
no Parque com o objetivo de preservar e regenerar o
ecossistema original, principalmente sobre a composição
florística da região. Porém, nada se sabe sobre a estrutura
de comunidades de visitantes florais, ainda que tal
conhecimento seja essencial tanto para a manutenção de
áreas fragmentadas (BAWA, 1990) quanto para programas
de manejo em unidades de conservação. Com efeito, o
levantamento e a identificação das espécies de abelhas
constituem o primeiro passo para se conhecer os
polinizadores e definir estratégias de exploração racional
e conservação dos recursos biológicos encontrados nas
comunidades de vegetais e de animais (KEVAN & BAKER,
1983; MATHESON et al., 1996; PROCTOR et al., 1996).
Diante disso, o presente trabalho teve como
objetivo contribuir para o conhecimento da diversidade
de abelhas no estado, assim como estimar a abundância
e a atividade sazonal destes insetos em áreas florestais
do Parque Estadual de Itapuã.
MATERIAL E MÉTODOS
As coletas foram realizadas no Parque Estadual
de Itapuã (PEI), localizado ao sul do Distrito de Itapuã,
no município de Viamão, Rio Grande do Sul, Brasil,
entre as coordenadas 30°20’S e 51°05’W. A área total
do Parque abrange aproximadamente 5.500 ha, tendo
como limites ao norte o Hospital de Itapuã e o Beco
Santa Fé, ao sul e a leste a laguna dos Patos e a oeste
o lago Guaíba. As altitudes variam de 5 a 263 m, estando
as formas de relevo associadas às duas principais
províncias geomorfológicas do estado: os granitos do
Escudo Sul-rio-grandense e os sedimentos da Planície
Costeira (RIO GRANDE DO SUL, 1997).
O clima local classifica-se como subtropical úmido,
sem estação seca, com temperaturas médias anuais
oscilando em torno de 17,5°C e precipitação média anual
entre 1.100 a 1.300 mm. As chuvas são bem distribuídas
ao longo do ano e os verões quentes, com temperatura
média do mês mais quente superior a 22°C (RIO GRANDE
DO SUL, 1997).Os dados climáticos registrados durante o
período de estudo foram obtidos na Seção de Observação
e Meteorologia Aplicada (SEOMA) do Oitavo Distrito de
Meteorologia (8º DISME) do Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET), referentes à cidade de Porto
Alegre, distante 57 km da área de estudo.
A vegetação do PEI apresenta uma cobertura muito
diversificada, formada principalmente pelos seguintes
tipos fisionômicos: floresta, campo rupestre, mata de
restinga, vassoural, campo misto, maricazal e juncal (RIO
GRANDE DO SUL, 1997). As formações florestais
apresentam composição de Floresta Estacional
Semidecidual (TEIXEIRA et al., 1986; PALMA & JARENKOW,
2003) e Floresta Ombrófila Densa, denominada
simplesmente por floresta alta (BRACK et al., 1998), ou por
Floresta Ombrófila Densa Submontana de solos
profundos (PORTO & MELLO, 1998).
Para verificar se existe uma influência do grau de
degradação antrópica na composição da apifauna, foram
escolhidas duas áreas florestais para a realização do
estudo. As duas áreas estão classificadas, segundo o
plano de manejo, em duas diferentes zonas de
conservação. A primeira área está incluída na chamada
Zona Primitiva, a qual contém espécies da fauna e da
flora de grande valor científico e onde ocorreu pequena
ou mínima intervenção humana. Está situada na encosta
oeste de um morro, o Morro da Grota, num trecho
contínuo de mata formado por árvores não muito altas.
A segunda área está incluída na Zona Primitiva e
na Zona de Uso Extensivo, constituída em sua maior parte
por áreas naturais, porém podendo apresentar alguma
alteração humana. Localiza-se ao longo de uma trilha
(Trilha da Onça), utilizada pelos visitantes para passeios
ecológicos, e áreas adjacentes. Pela proximidade da praia,
a vegetação desta área é típica de mata ciliar com
afloramentos rochosos (RIO GRANDE DO SUL, 1997).
As unidades de amostragem nas duas áreas
florestais foram demarcadas e instaladas de modo
semipermanente. Para cada área foi estabelecido um
transecto amostral de aproximadamente 500 m de
comprimento por 2 m de largura, totalizando 1.000 m2 ao
longo de trilhas pré-existentes e nas bordas da mata.
As amostragens foram realizadas quinzenalmente
de agosto/2003 a julho/2004, durante dois dias
consecutivos para cada área no período das 8 h às 18 h.
Os transectos foram percorridos a passo lento e todas as
plantas encontradas em flor foram examinadas em busca
de insetos. Nas plantas, independente da quantidade de
flores ou visitantes, o coletor permaneceu exatamente 10
minutos. Após ter percorrido o transecto, voltou-se ao
ponto inicial e realizou-se uma nova seqüência de coleta,
totalizando três seqüências de coleta por dia em cada
área. No segundo dia da coleta, realizou-se o percurso
inverso ao do dia anterior.
Os visitantes foram capturados com rede
entomológica, individualmente ou em grupo, quando
pousavam nas flores ou logo após abandoná-las. Para a
coleta nas copas das árvores, utilizou-se uma rede com
cabo regulável que alcançava até 9 m de altura. Os insetos
coletados foram colocados em câmaras mortíferas com
acetato de etila, devidamente numerados com o nome ou
número da planta visitada, o horário e a data de coleta.
Paralelamente às coletas nas flores, foram utilizadas
armadilhas para amostragem das espécies de Euglossina
(Hymenoptera, Apidae) presentes na área. As armadilhas
utilizadas foram confeccionadas conforme CAMPOS et al.
(1989), com modificações, utilizando-se como compostos
odoríferos escatol e β-ionone.
Em laboratório, os espécimes foram montados,
identificados e depositados na coleção de Insecta do
Museu de Ciências e Tecnologia na Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Nas
identificações, seguiu-se a nomenclatura de SILVEIRA et
al. (2002). As morfoespécies foram comparadas com os
indivíduos da coleção de Insecta na PUCRS e
devidamente numeradas.
Para comparar a diversidade e a eqüitatividade das
espécies de abelhas coletadas nas flores com outros
estudos do Brasil que utilizaram a mesma metodologia de
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coleta, usou-se o índice de Shannon-Wiener (KREBS, 1998),
desconsiderando as espécies de Euglossina. A
distribuição do número de indivíduos por espécie foi
analisada segundo o método de PRESTON (1948), que
consiste na distribuição gráfica da freqüência das espécies
por classes de número de indivíduos (oitavas de
abundância). Este método permite visualizar a riqueza e a
distribuição quantitativa dos indivíduos por espécie
(KREBS, 1998; VIANA, 1999).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Diversidade e abundância relativa. Durante o
período de estudo, um total de 3.306 abelhas de 95
espécies, 38 gêneros e cinco famílias foram coletadas
(Tab. I). A homogeneidade de abelhas do Parque, quando
comparada à de outros estudos no Brasil, é baixa (H’ =
2,09, J’ = 0,46), sendo superior apenas ao estudo realizado
no Estado de Tocantins por SANTOS et al. (2004) (H’ =
1,55, J’ = 0,35) (Tab. II).
O baixo índice de eqüitatividade encontrado é
decorrente do grande número de espécies com poucos
indivíduos e de poucas espécies com muitos indivíduos,
tais como Apis mellifera Linnaeus, 1758, Plebeia emerina
(Friese, 1900) e Trigona spinipes (Fabricius, 1793),
observado pela distribuição das espécies em classes de
abundância (Fig. 1). A curva logN ajustada para os dados
do Parque resultou numa curva truncada, com a
extremidade esquerda incompleta (Fig. 1). A localidade
estudada apresenta grande parte das espécies situada
nas primeiras três classes de abundância (1-7 indivíduos)
e um declínio mais intenso na quantidade de espécies a
partir da quarta classe. Este grande número de espécies
representadas por poucos exemplares, revela uma
tendência à presença de espécies raras, sendo que 46%
das espécies estão incluídas nas primeiras duas classes
de abundância (até três indivíduos) (Fig. 1). Um padrão
semelhante foi obtido por LAROCA (1992), a partir da análise
dos padrões de distribuição de densidade em diversas
associações de abelhas das regiões Holártica e
Neotropical. Segundo PRESTON (1948), distribuições
truncadas refletem o fato de que as amostras não são
representativas da totalidade de espécies da comunidade
investigada.
Do total de indivíduos coletados, 2.227 abelhas de
77 espécies foram coletadas na área 1 e 1.079 abelhas de
52 espécies na área 2 (Tab. III). Como o tamanho das
áreas e o esforço de coleta foram iguais em cada uma
delas, o número de indivíduos registrados representa
diretamente a densidade de abelhas em cada área. Por
conseguinte, a densidade de abelhas na área 1 mostrou-
se cerca de duas vezes maior do que na área 2.
Das 95 espécies, 34 (35,8%) foram coletadas em
ambas as áreas, 43 espécies (45,2%) foram registradas
apenas na área 1 e 18 (19%) apenas na área 2. A
diversidade de espécies na área 1 foi mais heterogênea
em termos de abundância do que na área 2 (H’ = 2,07 e
1,71; J’ = 0,47 e 0,43 respectivamente). Esta diferença
observada tanto na abundância quanto na riqueza de
abelhas nas duas áreas de estudo, provavelmente está
relacionada ao tipo de vegetação e ao grau de alteração
antrópica de cada área. Como a área 1 é caracterizada por
um trecho contínuo de mata, algumas espécies estão
favorecidas pela maior disponibilidade de locais de
nidificação, especialmente as que fazem seus ninhos em
cavidades pré-existentes - como é o caso das abelhas
sem ferrão, representadas pelos gêneros Plebeia
Schwarz, 1938 e Xylocopa Latreille, 1802 e das abelhas
da subtribo Euglossina. Na área 2, entretanto, por ser
caracterizada por grandes afloramentos rochosos, ser uma
área de uso extensivo (e conseqüentemente mais alterada),
a vegetação é mais esparsa e com maior ocorrência de
arbustos do que de árvores. Assim, representantes de
Plebeia estão ausentes e as operárias de T. spinipes são
muito mais raras do que na área 1.
A maior riqueza de espécies e abundância de
indivíduos nas duas áreas de estudo foram encontradas
em Apidae (Tab. III), devido ao comportamento eussocialdessas abelhas, à perenidade da colônia e aos hábitos
generalizados de forrageio (ROUBIK, 1989; MICHENER, 2000).
Na área de estudo, três espécies com
comportamento eussocial representaram 78,2% do total
de indivíduos coletados: A. mellifera, P. emerina e T.
spinipes. Além das razões mencionadas por ROUBIK (1989),
a grande abundância destas espécies eussociais também
está relacionada à capacidade dessas abelhas em
comunicar a localização das fontes de alimentos para as
outras operárias da colônia, além de possuírem colônias
populosas (LINDAUER & KERR, 1960), o que possibilita o
aparecimento nas flores de um número elevado de
abelhas provenientes de uma única colônia (SAKAGAMI
et al., 1967).
Com cerca de 44,8% dos indivíduos, A. mellifera
foi a espécie mais abundante nas duas áreas de estudo,
com 39% do total de indivíduos coletados na área 1 e
57% na área 2. Esse resultado é semelhante ao encontrado
em muitos outros estudos realizados no Brasil (MARTINS,
1995; AGUIAR & MARTINS, 1997; VIANA et al., 1997; VIANA,
1999; FARIA-MUCCI et al., 2003; ZANELLA, 2003; SANTOS et
al., 2004). Segundo WILMS et al. (1996), o sucesso desta
espécie introduzida e invasora pode ser explicado pelo
fato que essas abelhas apresentam um maior nicho trófico
do que as outras abelhas eussociais nativas. A diferença
observada na abundância de A. mellifera entre as áreas
Fig. 1. Distribuição do número de espécies de Apoidea nas classes de
abundância do número de indivíduos, em oitavas, no Parque Estadual
de Itapuã, Viamão, RS, de agosto/2003 a julho/2004.
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A comunidade de abelhas (Hymenoptera, Apoidea) em áreas florestais...
Tabela I. Lista das espécies de abelhas amostradas nas duas áreas florestais do Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS, de agosto/2003 a
julho/2004. A numeração das morfoespécies corresponde às numerações dos indivíduos da coleção de Insecta do Museu de Ciências e
Tecnologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, LPB-MCT/PUCRS.
Espécies Área 1 Área 2 Total
ANDRENIDAE
Panurginae
Calliopsini
Callonychium petuniae Cure & Wittmann, 1990 1 1
Protandrenini
Anthrenoides micans Urban, 1995 2 2 4
Anthrenoides sp. 15 2 2
Anthrenoides sp. 16 1 1
Psaenythia bergi Holmberg, 1884 1 1
APIDAE
Apinae
Apini
Apina
Apis mellifera Linnaeus, 1758 867 615 1.482
Bombina
Bombus (Fervidobombus) atratus Franklin, 1913 5 5
Bombus (Fervidobombus) morio (Swederus, 1787) 2 2
Euglossina
Eufriesea violacea (Blanchard, 1840) 24 1 25
Euglossa (Euglossella) mandibularis Friese, 1899 5 3 8
Eulaema (Apeulaema) nigrita Lepeletier, 1841 3 3
Eulaema (Eulaema) nigrifascies (Friese, 1898) 16 16
Meliponina
Plebeia emerina (Friese, 1900) 337 6 343
Plebeia nigriceps (Friese, 1901) 4 4
Trigona spinipes (Fabricius, 1793) 563 196 759
Centridini
Centris (Hemisiella) tarsata Smith, 1874 1 1
Centris (Hemisiella) sp. 1 1 1
Centris (Trachina) fuscata Lepeletier, 1841 1 1
Epicharis (Hoplepicharis) affinis Smith, 1871 9 1 10
Emphorini
Melitoma segmentaria (Fabricius, 1804) 2 1 3
Eucerini
Alloscirtetica sp. 1 1 1
Thygater (Thygater) analis (Lepeletier, 1841) 1 1 2
Thygater (Thygater) sp. 2 1 1
Tapinotaspidini
Arhysoceble picta (Friese, 1899) 6 5 11
Lanthanomelissa clementis Urban, 1995 1 1
Paratetrapedia (Paratetrapedia) sp. 1 2 2
Tetrapediini
Tetrapedia diversipes Klug, 1810 5 2 7
Nomadinae
Nomadinae sp. 1 2 2 1 5
Nomadinae sp. 2 1 1 2
Xylocopinae
Ceratinini
Ceratina (Ceratinula) muelleri Friese, 1910 3 6 2 11
Ceratina (Ceratinula) sclerops Schrottky, 1907 1 3 4
Ceratina (Ceratinula) sp. 8 3 1 1 5
Ceratina (Crewella) asuncionis Strand, 1910 3 5 1 9
Ceratina (Rhysoceratina) hyemalis Moure, 1950 2 1 5 1 9
Ceratina asunciana Strand, 1910 26 13 39
Ceratina richardsoniae Schrottky, 1909 54 1 55
Ceratina sp. 3 1 2 3
Xylocopini
Xylocopa (Neoxylocopa) frontalis (Olivier, 1789) 15 15
Xylocopa (Neoxylocopa) nigrocincta Smith, 1854 9 3 12
Xylocopa (Neoxylocopa) ordinaria Smith, 1874 1 1
Xylocopa (Stenoxylocopa) artifex Smith, 1874 2 2
COLLETIDAE
Colletinae
Colletes cf. furfuraceus Holmberg, 1886 1 1
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Tabela I (cont.)
Espécies Área 1 Área 2 Total
Colletes rugicollis Friese, 1900 4 1 5
Colletes sp. 9 1 1
Diphaglossinae
Caupolicanini
Ptiloglossa cf. pretiosa (Friese, 1898) 1 1
Hylaeinae
Hylaeus rivalis (Schrottky, 1906) 20 20
Hylaeus sp. 4 1 1 2
Hylaeus sp. 16 6 1 7
Hylaeus sp. 18 2 2
Hylaeus sp. 19 1 1
Hylaeus sp. 20 2 2
Paracolletinae
Cephalocolletes rugata Urban, 1995 4 4
Perditomorpha sp. 6 1 4 5
HALICTIDAE
Halictinae
Augochlorini
Augochlora (Augochlora) amphitrite (Schrottky, 1910) 4 4
Augochlora (Augochlora) tantilla Moure, 1943 53 2 10 2 67
Augochlora (Augochlora) sp. 1 14 2 16
Augochlora (Augochlora) sp. 13 5 1 6
Augochlora (Oxystoglossella) semiramis (Schrottky, 1910) 1 4 14 13 32
Augochlora (Oxystoglossella) sp. 1 6 1 7
Augochlora (Oxystoglossella) sp. 5 6 6
Augochlorella ephyra (Schrottky, 1910) 1 1
Augochlorella michaelis (Vachal, 1911) 4 3 1 8
Augochlorella sp. 1 1 1
Augochloropsis cupreola (Cockerell, 1900) 1 2 3
Augochloropsis discors (Vachal, 1903) 3 1 4
Augochloropsis euterpe (Holmberg, 1886) 10 3 13
Augochloropsis sp. 6 3 3
Augochloropsis sp. 20 3 3
Augochloropsis sp. 21 1 1
Neocorynura aenigma (Gribodo, 1894) 1 2 6 1 1 9
Paroxystoglossa brachycera (Moure, 1969) 1 1 2
Pseudaugochlora graminea (Fabricius, 1804) 7 1 8
Halictini
Dialictus anisitsianus (Strand, 1910) 4 2 6
Dialictus travassosi (Moure, 1940) 6 6
Dialictus sp. 1 2 3 5
Dialictus sp. 4 1 1
Dialictus sp. 5 1 1
Dialictus sp. 9 3 1 48 18 70
Dialictus sp.17 13 2 15
MEGACHILIDAE
Megachilinae
Anthidiini
Anthodioctes claudii Urban, 1999 1 1
Anthodioctes megachiloides Holmberg, 1903 1 1 2
Epanthidium paraguayensis (Schrottky, 1908) 1 1 2
Hypanthidium divaricatum (Smith, 1854) 9 13 22
Megachilini
Coelioxys (Glyptocoelioxys) pampeana Holmberg, 1887 4 1 5
Coelioxys (Rhynocoelioxys) zapoteka Cresson, 1878 1 1
Coelioxys sp. 3 1 1
Coelioxys sp. 9 2 2
Coelioxys sp. 10 2 1 3
Megachile (Austromegachile) sp. 1 5 2 1 8
Megachile (Austromegachile) sp. 2 2 1 2 5
Megachile (Cressionella) sp. 1 1 1
Megachile (Leptorachis) sp. 1 1 1 1 3
Megachile (Moureapis) sp. 1 5 2 7
Megachile (Pseudocentron) sp. 1 5 4 9
Megachile (Pseudocentron) sp. 2 1 5 6
TOTAL 2.129 98 1.007 72 3.306
397
Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 97(4):392-399, 30 de dezembro de 2007
A comunidade de abelhas (Hymenoptera, Apoidea) em áreas florestais...
estudadas pode ser ainda um reflexo da proximidade da
área 2 a sítios e fazendas nos arredores do Parque, onde
muitos moradores mantinham caixas de A. mellifera para
a comercialização do mel, antes da desapropriação total
do Parque. Após a desapropriação, essas famílias se
instalaram em áreas próximas à região do Parque e mantêm
até hoje a criação dessas abelhas.
A pobreza de espécies de abelhas sem ferrão da
subtribo Meliponina nas duas áreas de estudo parece
ser uma característica da região estudada. WITTMANN &
HOFFMANN (1990) registraram para a região de Viamão
somente quatro espécies de Meliponina, das quais duas
foram observadas no Parque, sendo contabilizadas agora
para a região cinco espécies. As abelhas eussociais
nativas competem em muitos habitats com a introduzida
abelha africanizada, freqüentemente causando um efeito
negativo na comunidade (PEDRO & CAMARGO, 1991;
WILMS et al., 1996; AGUIAR & MARTINS, 2003).
Com relação às abelhas da subtribo Euglossina,
foram encontradas quatro espécies, sendo os machos de
Eufrisea violaceae (Blanchard, 1840) capturados com o
uso das armadilhas com escatol, os machos de Euglossa
mandibularis Friese, 1899 com β-ionone e as fêmeas desta
espécie diretamente nas flores (assim como todas as
fêmeas das duas espécies de Eulaema). A diversidade de
abelhas de Euglossina na região de estudo é relativamente
alta quando comparada a outras regiões do estado. Seis
espécies dessa subtribo foram encontradas no noroeste
por ALVES-DOS-SANTOS (1999), duasespécies na região do
Planalto das Araucárias (dados não publicados) e duas
em Guaíba por WITTMANN & HOFFMANN (1990). Segundo
ROUBIK (1989), abelhas dessa tribo estão mais ligadas a
áreas de mata e o número de espécies da região sudeste
para o sul diminui drasticamente.
Halictidae é a segunda família melhor representada
em número de espécies (27,4%) e indivíduos (9,3%, Tab.
I, III) mostrando abundância e riqueza de espécies
semelhantes nas duas áreas. Entretanto, a riqueza de
espécies desta família no Parque é relativamente baixa
quando comparada a outros estudos realizados no Rio
Grande do Sul (WITTMANN & HOFFMANN, 1990), onde a
maior riqueza de espécies foi observada na região
noroeste do Estado (82), seguida da região do Planalto
das Araucárias (72) e região das Guaritas (58 espécies
registradas) (SCHLINDWEIN, 1995; ALVES-DOS-SANTOS, 1999).
Apesar de Megachilidae ser numerosa no Rio
Grande do Sul (ALVES-DOS-SANTOS, 1999), essa família não
mostrou índices muito altos de abundância e riqueza na
região estudada (78 indivíduos e 16 espécies) (Tab. I, III).
O baixo número observado de espécies é semelhante ao
encontrado por WITTMANN & HOFFMANN (1990) numa área
agrícola em Viamão. Entretanto, a riqueza de espécies
desta família é bem maior nos trabalhos de SCHLINDWEIN
(1995) e ALVES-DOS-SANTOS (1999). ROUBIK (1989) sugere
que o menor número de espécies de Megachilidae em
alguns locais deve-se ao fato de tratam-se de abelhas
solitárias (com populações menos numerosas do que as
de espécies sociais, subsociais e semisociais). Desta
maneira, estas abelhas são mais raras e sazonais,
dificultando a sua coleta nas flores.
Em termos de abundância e riqueza de espécies de
Colletidae, destacou-se a riqueza da subfamília Hylaeinae,
principalmente na área 1. Colletidae está bem representada
no Rio Grande do Sul, sendo amplamente distribuída nas
diversas regiões do estado (SCHLINDWEIN, 1995; ALVES-
DOS-SANTOS, 1999). Entretanto, até o momento, os
registros de espécies de Hylaeinae limitaram-se para a
região do Planalto das Araucárias (dados não publicados)
e para a região das Guaritas (SCHLINDWEIN, 1995).
Dos levantamentos realizados no RS, o presente
estudo foi o que registrou menor riqueza de abelhas da
família Andrenidae (5 espécies, Tab. I, III), comparado
com WITTMANN & HOFFMANN (1990) (17), SCHLINDWEIN
(1995) (28) e ALVES-DOS-SANTOS (1999) (26). Tal baixa
diversidade registrada pode ser um reflexo da estreita
relação dessas abelhas com determinadas espécies vegetais,
principalmente com as espécies de hábito herbáceo
(SCHLINDWEIN, 1998), de pouca representatividade nas
áreas amostradas.
Sazonalidade. O período de maior atividade de
Apoidea ocorreu durante a primavera e o verão. Neste
período, foram capturados 70% dos indivíduos e 81%
das espécies (Figs. 2, 3). Representantes de Apidae e
Halictidae foram encontrados o ano todo nas flores. O
maior número de indivíduos de Apidae foi registrado no
mês de setembro (466) e de espécies nos meses de janeiro
e fevereiro (17). Halictidae apresentou um maior número
tanto de indivíduos quanto de espécies nos meses de
dezembro e janeiro. Megachilidae e Colletidae foram
registradas somente nos meses de primavera e verão. O
Tabela II. Comparação da diversidade de abelhas em estudos realizados ao longo de um ano em diferentes regiões do Brasil que utilizaram
a mesma metodologia. Todos os estudos incluíram Apis mellifera nas coletas. (*dados referentes ao período entre 1992 e 1993; EA/h,
Esforço amostral em horas; H’, índice de Shannon-Wiener; J’, eqüitatividade).
Autor Estado Vegetação EA/h nº espécies nº indivíduos H’ J’
Este estudo RS Floresta Estacional 480 95 3.306 2,09 0,46
TAURA & LAROCA (2001)* PR Área jardinada 120 49 1.700 2,99 0,53
FARIA-MUCCI et al. (2003) MG Campo rupestre 288 72 746 3,11 0,72
MARTINS (1994) BA Caatinga 384 42 1.249 2,11 0,56
MARTINS (1994) BA Cerrado 384 147 1.761 3,53 0,70
VIANA (1999) BA Dunas 312 31 931 2,25 0,65
SANTOS et al. (2004) T O Cerrado/Amazônia 624 83 5.534 1,55 0,35
AGUIAR & MARTINS (1997) PB Caatinga 384 45 950 2,32 0,61
AGUIAR & MARTINS (2003) PB Caatinga/ Cerrado/ Mata Atlântica 403 114 3.022 3,37 0,71
ZANELLA (2003) RN Caatinga 192 100 3.164 2,42 0,52
398
Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 97(4):392-399, 30 de dezembro de 2007
TRUYLIO & HARTER-MARQUES
número máximo de indivíduos (28) e de espécies (nove)
da família Megachilidae foi registrado no mês de fevereiro.
Para Colletidae, o número máximo de espécies foi
registrado em novembro (cinco) e de indivíduos em janeiro
(15) (Figs. 2, 3). Abelhas da família Andrenidae foram
amostradas somente nos meses de agosto, novembro e
dezembro, com um número muito baixo tanto de espécies
quanto de indivíduos.
O declínio generalizado no número de espécies e
indivíduos observado durante o mês de abril,
provavelmente está associado com a diminuição da
produção de flores, decorrente da baixa pluviosidade e
alta temperatura. Segundo AGUIAR & MARTINS (1997), a
ocorrência de chuvas influência diretamente os padrões
de florescimento das plantas e, conseqüentemente, a
disponibilidade de recursos alimentares para as abelhas.
Porém, no caso das abelhas solitárias, provavelmente,
este declínio deve-se ao fato de que apresentam ciclo de
vida extremamente sazonal, passando os meses de outono
e inverno em diapausa (MANSINGH, 1971).
Agradecimentos. Agradecemos a Mardiore Pinheiro do
Instituto de Biologia da UNICAMP pelo acesso à bibliografia, aos
alunos da PUCRS Gabriela S. Franco, Cesar C. Jung, Sarina Held,
ao amigo Pedro Paulo Marques pelo auxílio nas coletas e trabalho
de laboratório e ao Prof. Dr. Wolf Engels da Universidade de
Tübingen, Alemanha, pela liberação dos veículos para as viagens
a campo. Agradecemos ainda ao CNPq pela bolsa concedida à
primeira autora.
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Fig. 3. Variação sazonal do número de espécies de abelhas em
atividade, ordenadas por família, no Parque Estadual de Itapuã,
Viamão, RS, de agosto/2003 a julho/2004.
Fig. 2. Variação sazonal do número de indivíduos de abelhas em
atividade, ordenados por família, no Parque Estadual de Itapuã,
Viamão, RS, de agosto/2003 a julho/2004.
Tabela III. Freqüência absoluta e relativa de espécies (n = 95) e indivíduos (n = 3.306) de abelhas coletadas por família, nas duas áreas de
estudo no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS, de agosto/2003 a julho/2004.
Área 1 Área 2
Família n° espécies (%) n° indivíduos (%)n° espécies (%) n° indivíduos (%)
Andrenidae 3 (3,1) 4 (0,1) 2 (2,1) 5 (0,2)
Apidae 29 (30,5) 1.959 (59,2) 19 (20) 901 (27,2)
Colletidae 11 (11,6) 46 (1,4) 2 (2,1) 5 (0,2)
Halictidae 20 (21,1) 164 (5) 19 (20) 144 (4,3)
Megachilidae 14 (14,7) 54 (1,6) 10 (10,5) 24 (0,7)
TOTAL 77 (81) 2.227 (67,3) 52 (54,7) 1.079 (32,6)
399
Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 97(4):392-399, 30 de dezembro de 2007
A comunidade de abelhas (Hymenoptera, Apoidea) em áreas florestais...
Recebido em novembro de 2005. Aceito em abril de 2007. ISSN 0073-4721
Artigo disponível em: www.scielo.br/isz
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