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Podcast Disciplina: Obrigação, Lançamento e Crédito Tributário Título do tema: Extinção do Crédito Tributário Autoria: Márcio Alexandre Ioti Henrique Leitura crítica: Renato Traldi Dias Abertura: Olá, ouvinte! No podcast de hoje vamos falar sobre um tema de muito interesse em direito tributário: a prescrição intercorrente. Você conhece esse assunto? Esse é o momento certo de aprofundar seu conhecimento. A prescrição é um instituto que determina que o credor, no caso o fisco, possui limites temporais para cobrar suas dívidas. Em outras palavras, uma vez constituído o crédito tributário, o fisco possui o prazo de cinco anos para ingressar com a competente ação de execução fiscal, a fim de satisfazer o crédito que possui junto ao contribuinte. Caso, no entanto, deixe de distribuir referida ação dentro do prazo assinalado em lei, o crédito tributário será considerado extinto, nos termos do artigo 156, inciso V, do Código Tributário Nacional. Agora, precisamos pensar no seguinte: e na hipótese do fisco já ter ingressado com a ação de execução fiscal, essa ação pode perdurar para sempre? Certamente que não. E é justamente neste ponto que a prescrição intercorrente passa a atuar. Em determinadas situações, a própria legislação define prazos para que haja o trâmite regular do processo, sendo que passados tais prazos, sem qualquer movimentação, o processo deverá ser extinto. Na verdade, portanto, deve ser reconhecida a prescrição intercorrente, ou melhor, a prescrição que se opera dentro de um processo judicial, quando este já está em andamento. O artigo 40, da Lei nº 6.830/80, chamada de Lei das Execuções Fiscais, determina que: O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição. Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos. Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, de cinco anos, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, W B A 1 1 9 6 _ v1 .0 poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato. Portanto, a sistemática é a seguinte: uma vez não localizado o devedor ou não encontrados bens passíveis de penhora, o processo permanecerá um ano no arquivo provisório, se após esse um ano, não houver qualquer movimentação efetiva da ação pelos próximos cinco anos, será reconhecida a prescrição intercorrente e a ação de execução fiscal será extinta. Inclusive, o Superior Tribunal de Justiça pacificou entendimento no seguinte sentido: O prazo de um ano de suspensão do processo e do respectivo prazo prescricional previsto no artigo 40, parágrafos 1º e 2º da LEF tem início automaticamente na data da ciência da Fazenda Pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, o dever de o magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da execução; Importante frisar que durante a contagem do prazo de cinco anos, estando o processo suspenso, para que a prescrição intercorrente possa ser interrompida, deve existir uma penhora efetiva que recaia sobre os bens do devedor, não bastando meros pedidos de penhora de ativos financeiros ou outras providências sabidamente protelatórias. Vê-se portanto, que este instituto é de suma importância no dia a dia do direito tributário, pois atinge um grande número de processos. Fechamento: Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!
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