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INFRAESTRUTURA E CONECTIVIDADE DE REDES W B A 04 68 _v 1. 0 2 Izabelly Soares de Morais Londrina Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2020 INFRAESTRUTURA E CONECTIVIDADE DE REDES 1ª edição 3 2020 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada Paulo de Tarso Pires de Moraes Conselho Acadêmico Carlos Roberto Pagani Junior Camila Braga de Oliveira Higa Carolina Yaly Giani Vendramel de Oliveira Henrique Salustiano Silva Juliana Caramigo Gennarini Mariana Gerardi Mello Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Tayra Carolina Nascimento Aleixo Coordenador Henrique Salustiano Silva Revisor Gustavo de Lins e Horta Editorial Alessandra Cristina Fahl Beatriz Meloni Montefusco Gilvânia Honório dos Santos Mariana de Campos Barroso Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) _________________________________________________________________________________________ Morais, Izabelly Soares de M827i Infraestrutura e conectividade de redes/ Izabelly Soares de Morais, – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020. 44 p. ISBN 978-65-5903-075-0 1. Infraestrutura. 2. Redes. 3. Arquitetura. I. Título. CDD 005 ____________________________________________________________________________________________ Raquel Torres – CRB 6/2786 © 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. 4 SUMÁRIO Conceito e história (infraestrutura e cabeamento) __________________ 05 Cabeamento estruturado e redes Wi-fi ______________________________ 20 Arquiteturas e protocolo ___________________________________________ 35 Switching e roteamento _____________________________________________ 51 INFRAESTRUTURA E CONECTIVIDADE DE REDES 5 Conceito e história (infraestrutura e cabeamento) Autoria: Izabelly Soares de Morais Leitura crítica: Gustavo de Lins e Horta Objetivos • Conhecer a história da rede de computadores e da internet. • Identificar a importância da infraestrutura de redes. • Descrever conceitos sobre a infraestrutura e cabeamento de redes. 6 1. Conceitos e história da infraestrutura e do cabeamento de redes Alguns conceitos da computação são oriundos da evolução ocorrida no contexto tecnológico, desde os primeiros relatos sobre o tema. Portanto, falar em redes de computadores abrange conteúdos que acompanham toda essa trajetória. Além disso, faz com que possamos compreender que o que temos hoje tem uma base sólida de padrões e metodologias. A rede de computadores existe devido à criação de vários recursos e tecnologias que, ao longo dos anos, foram se aperfeiçoando e hoje permitem resolvermos quase tudo de nossas atividades cotidianas. Como exemplo, podemos mencionar o computador e a internet. Desde a sua criação, o computador passou a ser utilizado com diversas finalidades, tanto para pesquisas universitárias quanto como equipamento de apoio na automatização de processos governamentais. Então, com o passar dos anos, as empresas que desenvolviam esse tipo de equipamento tecnológico começaram a expandir seus negócios para poderem atender a todos os perfis de usuários ou clientes possíveis. A partir daí, os demais recursos da época também eram desenvolvidos e aperfeiçoados em paralelo, como é o caso dos equipamentos voltados à rede de internet. Para operar com excelência, as redes de computadores necessitam de uma infraestrutura, e, por isso, é tão relevante conhecer os conceitos que norteiam a conexão entre os diversos contextos dentro da nossa sociedade moderna. Dessa forma, serão abordados conceitos relacionados à história e à evolução da rede de computadores e de seus respectivos componentes, como a internet, e serão apresentados os principais dispositivos que compõem a infraestrutura e o cabeamento de redes. 7 1.1 A rede de computadores e a internet Mensurar a abrangência da rede de computadores é praticamente impossível, tendo em vista que, considerando a internet e as possíveis conexões existentes entre diversos dispositivos, a dimensão já ultrapassa qualquer unidade de medida que se possa imaginar. A sociedade contemporânea produz diariamente milhares de dados e informações, graças ao uso da rede de computadores e principalmente da conexão de internet. Sem falar que, a cada dia, todo esse contexto passa por atualizações urgentes, visando atender à demanda das necessidades sociais. A rede de computadores pode ser compreendida como a conexão entre dois ou mais dispositivos. Porém, não devemos subestimar seu significado. Ela é bem mais complexa do que parece, tendo em vista a quantidade e os tipos de conexões que proporciona. Sob o ponto de vista do cenário atual, a conexão pode ocorrer até mesmo entre um smarthphone e um relógio digital, sem contar os demais equipamentos, como eletrodomésticos e automóveis. Essa trajetória histórica acontece desde o início da humanidade, quando o homem percebeu que evoluir era uma questão de sobrevivência. Dessa forma, podemos afirmar que nossa espécie se adapta ao longo dos anos conforme o seu meio. Dando longos passos nesse processo, podemos começar com o surgimento dos primeiros computadores e, juntamente com eles, outros recursos tecnológicos começaram a ser desenvolvidos quase que em paralelo, como os celulares, a internet, entre outros. Vamos conhecer um pouco sobre a história desses componentes primordiais para a rede de computadores. 8 1.1.1 A evolução dos computadores Primeiro, é preciso entender que a rede de computadores só é possível, porque proporciona a conexão entre mais de um dispositivo computacional. Dessa forma, falaremos brevemente sobre a linha histórica desse componente tão importante. É quase impossível pensar que um recurso computacional, como uma memória ou um processador, demandaria um espaço físico de várias salas, ou até mesmo de um prédio inteiro. A primeira geração de computadores (1951-1959) utilizava circuitos eletrônicos com o objetivo de substituir os circuitos que, antes, eram totalmente mecânicos e analógicos. Nesse momento, a modernidade evoluiu com o uso de válvulas e capacitores. Alguns anos depois, as válvulas foram trocadas pelos transistores, dando início à Segunda Geração de Computadores (1959-1965). No entanto, o imediatismo já começava a tomar conta dos interessados nessa tecnologia tão revolucionária que era o computador. Assim, passaram a utilizar os circuitos integrados, substituindo os transistores e proporcionando dimensões menores com maior capacidade para realizar os processamentos dos dados, que também começaram a apresentar uma demanda maior. Todo esse marco caracterizou a Terceira Geração (1965-1975). Na Figura 1, é possível ver exemplares da chamada Quarta Geração. 9 Figura 1 – Evolução dos computadores Fonte: iStock – Macrovector/iStock.com. A Quarta Geração de computadores começou em meados de 1975 e dura até hoje. Percebe-se claramente a mudança não só física, mas também na forma em como o computador lida com suas demandas, cada vez mais complexas. Outros dispositivos, como relógios e smartphones, que possuem pequenos computadores e softwares capazes de atender ao mais variado tipo de demandatambém podem ser citados como exemplo. A geração atual continua contando com a colaboração de algumas criações das gerações passadas, como circuitos integrados, mas, além disso, existe também a inteligência artificial, a nanotecnologia, a robótica e os componentes computacionais, que reduziram seu tamanho físico, mas aumentaram sua capacidade de armazenamento e de processamento. Em paralelo com o avanço dos recursos 10 computacionais, acontecia também a evolução da internet, que é o assunto do nosso próximo tópico. 1.1.2 A história da internet As primeiras ideias sobre a conexão de redes, que chamamos de internet, surgiu em meados de 1969. Ela foi criada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos com o objetivo de utilizar essa ideia tecnológica para pesquisas, que antes tinham cunho educacional, mas que iriam contribuir e muito para a corrida espacial e para demonstrar a superioridade tecnológica militar entre os Estados Unidos e a União Soviética. Foi então que surgiu a ARPANET, uma rede de computadores desenvolvida pela Advanced Reserarch Projects Agency (ARPA). Como o objetivo inicial era a realização de pesquisas, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) também passou a colaborar nessa jornada. Então, começou-se a perceber que essa ação só teria sentido caso outros departamentos e outras universidades tivessem interesse em desenvolver a ideia, ou seja, a interação computacional precisava acontecer. O objetivo era compartilhar informações, mas como isso poderia ser feito? Ao fazermos esse questionamento, devemos levar em consideração que naquela época não existia nem metade dos recursos tecnológicos que temos hoje. O Information Processing Techniques Office (IPTO), fundado em 1962, começou a desenvolver uma rede interativa de computadores, e, para isso, utilizou as tecnologias criadas pela Rand Corporation e pelo British National Physical Laboratory. É importante ressaltar que, aqui, serão mencionados alguns fatos desse trajeto, apenas os mais importantes, como a mudança da perspectiva que diversos centros de estudos no mundo passaram a ter sobre essa rede interativa e a possibilidade 11 de formar algum meio de comunicação entre pessoas que estavam geograficamente distantes. Seguindo a trajetória para que seja possível ter a percepção de toda a estrutura atual da internet, é possível mencionar que em 1971 existiam 15 nós criados para gerar a interação. Como naquela época o acesso a esses recursos era limitado, todos esses nós e interesses pela internet se limitavam bastante ao ambiente acadêmico. Porém, após esses primeiros passos, muita coisa aconteceu, entre elas a criação dos protocolos padrões, que foram essenciais para que a internet existente hoje surgisse, até mesmo porque o termo “internet” só passou a ser mais utilizado após a criação dos protocolos TCP/IP, em meados dos anos 1970 e 1980. Porém, a ideia da internet foi difundida em maior escala por meio do desenvolvimento da World Wide Web (WWW). A conexão que tanto utilizamos hoje em dia só é possível porque existem recursos desenvolvidos para proporcionar a transmissão de sinais, sejam eles por meios físicos, com os fios, ou pelos chamados “sem fio”, que são os mais utilizados na atualidade. Esse tipo de sistema proporciona a comunicação entre computadores e usuários de todo o mundo, fazendo com que haja troca de informações, arquivos, textos, entre outros recursos. Uma das definições que mais contemplam o termo é a internet interconectar dispositivos computacionais em todo o mundo, como computadores, smartphones, aparelhos de televisão, relógios e muitos outros. Então, por meio da web, foram criadas várias plataformas habilitadas para diversas novas aplicações, que abrangem transações financeiras, serviços de mídia, entre outros. Outro grande acontecimento foi a criação do correio eletrônico, conhecido como e-mail, que passou a contar com a internet para o envio de anexos. Hoje essa invenção atende a todas as nossas demandas, e os 12 tipos de arquivos variam entre documentos com textos, imagens, vídeos e dimensões diversas. As inovações continuam ocorrendo, tanto de serviços disponibilizados pela internet quanto de novas aplicações e meios de transmissão, como wi-fi, fibra ótica, redes de alta velocidade, além da criação e atualização dos protocolos de rede. A seguir, falaremos sobre os conceitos de infraestrutura e cabeamento de redes. 1.2 Conhecendo a infraestrutura e o cabeamento de redes A dinamicidade das redes de computadores faz com que seja preciso lidar com a complexidade da alta demanda e da diversidade. Em contrapartida, as empresas criam soluções e serviços que usam a tecnologia como recurso e como meio de transmitir tudo aquilo que for necessário. Os padrões da internet acompanham essas criações. Entre as características que compõem a rede de computadores, é possível destacar que ela deve abranger a aplicação e os programas de redes, além de proporcionar a comunicação de dados, a comutação de pacotes por meio do uso de tecnologias voltadas às redes de computadores e o uso de protocolos, como o TCP/IP. A seguir iremos conhecer o que compõe a infraestrutura de redes, a qual também abrange como recurso o cabeamento. 1.2.1 Infraestrutura de redes Uma infraestrutura pode ser vista como um pilar, como o próprio nome já diz, que fornece uma estrutura para algo. No nosso cotidiano, podemos nos deparar com vários tipos de estruturas, como a estrutura 13 de um prédio, ou, vendo por outra perspectiva, uma estrutura organizacional de uma empresa ou o comportamental de certo grupo. Como uma rede é formada por muitas conexões, dos mais variados tipos, precisa de uma infraestrutura que proporcione essas conexões e as adeque às necessidades dos usuários, tanto em questões de equipamentos quanto de configurações. Assim, podemos dizer que uma infraestrutura de redes é formada por protocolos, equipamentos físicos (roteadores, data centers), projetos de redes, entre outros. Os meios de comunicação acompanham as mudanças e atendem às demandas; porém, alguns elementos são primordiais para que exista essa ligação entre, no mínimo, dois dispositivos. Entre eles, podemos destacar o transmissor, que transmite a mensagem; o receptor, que irá recebê-la; e o meio pelo qual ela foi enviada. Dentro desse meio (ou seja, a forma pela qual a mensagem segue de seu transmissor até o seu receptor), existem os protocolos, que são responsáveis pela padronização do formato e da sequência em que as mensagens irão ser trocadas entre os dispositivos envolvidos. Além dos protocolos, podemos mencionar os sistemas denominados como clientes e servidores, em que os clientes são aqueles que recebem os serviços, como nossos computadores pessoais e smarthphones; e os servidores são aqueles que proporcionam os serviços que utilizamos, ou seja, possuem uma estrutura profissional e mais robusta, proporcionando todo o aparato para que possamos utilizar desde sites de busca, como o Google, a e-mails, como o Yahoo. Conforme Kurose e Ross (2013, p. 8), “o Google tem 30 a 50 datacenters, com muitos deles tendo mais de cem mil servidores”. E é certo afirmamos que, a cada dia, a tendência é que esses números aumentem. As mensagens enviadas são fragmentadas e transformadas em dados menores, os quais são chamados de pacotes. Então, entre a origem e o destino, cada um deles percorre dispositivos que 14 promovem a comunicação. Além disso, existem alguns recursos físicos que proporcionam essa comunicação, como o comutador (switch), responsável por proporcionar a conexão dos dispositivos da rede. A localização geográfica das pessoas e dos locais, como cidades, países, bairros e até mesmo salas diferentes em um escritório, influencia diretamente de qual tipo de rede eles podem fazer uso quando necessitam de conexão de internet. Além disso, outros fatores também influenciam nessa escolha, como a quantidade de dispositivos e a respectivadistância entre eles, tipo de conexão, necessidade de transmissão, entre outros aspectos. Por isso, existe a rede local (Local Area Network – LAN), que conecta alguns sistemas finais, ou seja, sistemas receptores, em um único espaço físico, ou até mesmo em uma sala ou um prédio. Já as redes de longa distância (Wide Area Network – WAN) abrangem uma possibilidade de conexão geograficamente maior que a LAN, podendo ligar países ou até mesmo continentes. As redes que abrangem as cidades são conhecidas como Metropolitadas (Metropolitan Area Network – MAN), sendo a televisão a cabo um exemplo. Existem também as Redes Pessoais (Personal Area Networks – PANs), que são caracterizadas por uma comunicação que alcança apenas uma pessoa, como quando um computador é conectado a outros dispositivos (teclado, monitor, entre outros). Alguns padrões são definidos para a rede de computadores, e, entre eles, podemos mencionar o modelo de referência OSI (Open Systems Interconnection) da ISO (International Organization for Standardization), que possui as seguintes camadas: aplicação, apresentação, sessão, transporte, rede, enlace e camada física. Essas camadas podem ser vistas com mais clareza na Figura 2. 15 Figura 2 – A pilha de protocolos da internet (a) e o modelo de referência OSI (b) Aplicação Transporte Rede Enlace Físico a. Pilha de protocolos da internet de cinco camadas. Apresentação Sessão Aplicação Transporte Rede Enlace Físico b. Modelo de referência ISO de sete camadas. Fonte: adaptada de Kurose e ROSS. (2013, p. 37). A divisão em camadas é útil aos que projetam a estrutura de uma rede de computadores, tendo em vista que é sempre uma mistura de hardware e software. Nela, cada protocolo de rede faz parte de uma camada, e cada camada possui seu conjunto de funcionalidades. Conforme Kurose e Ross (2013, p. 37), “a divisão em camadas proporciona um modo estruturado de discutir componentes de sistemas. A modularidade facilita a atualização de componentes de sistema”. Abordando as camadas do Modelo de referência ISO, temos as seguintes funções para cada uma delas: • Física: proporciona a transmissão de bits normais por um canal de comunicação. 16 • Enlace: é responsável por interligar os dados; exemplo: Ethernet, WiFi, PPP (protocolo ponto a ponto). • Rede: é responsável por controlar todas as operações de rede em si, como conexão entre pacotes, relacionamento cliente-servidor, entre outras. • Transporte: transporta mensagens da camada de aplicação entre o receptor e o transmissor de uma aplicação; exemplo: TCP e UDP. • Sessão: fornece a delimitação e a sincronização da troca de dados, principalmente maneiras para a definição de pontos de verificação e recuperação. • Apresentação: fornece serviços que permitem que as aplicações de comunicação interpretem o significado dos dados trocados. • Aplicação: onde estão presentes as aplicações de redes e seus respectivos protocolos, como o HTTP e o FTP. O modelo OSI propriamente dito não é uma arquitetura de rede, pois não especifica os serviços de protocolos exatos que devem ser usados em cada camada. Na verdade, ele informa o que cada camada deve fazer. No entanto, a ISO também produziu padrões para todas as camadas, embora esses padrões não façam parte do próprio modelo de referência (TANEMBAUM; WETHERALL, 2011, p. 26). O contexto de uma rede de computadores é bem amplo, e citamos até então os mais relevantes para esta etapa. A seguir, falaremos especificamente do cabeamento de redes, sendo o objetivo dar uma ideia mais concisa de como o sinal de rede é transmitido entre os dispositivos físicos responsáveis por disseminar o sinal de uma rede. 17 1.2.2 Cabeamento de rede O desenvolvimento do cabeamento ocorre atendendo a algumas demandas, entre elas a confiabilidade e a qualidade de serviço (QoS). Esses requisitos são atendidos tendo como base várias exigências, que podem partir tanto do cliente quanto da equipe responsável pela infraestrutura da rede. O tráfego que ocorre na rede, para proporcionar que uma informação saia do remetente ao destinatário, exige que vários pontos sejam atendidos. O cabeamento de rede faz parte da infraestrutura geral de uma rede, sendo possível destacar formas de transmissão e conexão entre dispositivos e redes distintas que ocorrem por meio de cabos. A transmissão via cabo é vista como relevante desde a década de 1960. Seus conceitos fazem parte da camada Física, a primeira camada da arquitetura e infraestrutura da rede, já que é primordial para proporcionar a grande maioria das conexões entre dois ou mais dispositivos. No decorrer dos anos, surgiram vários tipos de cabeamentos, como o cabo coaxial, o par trançado e o de fibra ótica. Com isso, surgiram também algumas entidades envolvidas com a padronização e normatização dessas tecnologias, entre as quais Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Eletronic Industries Alliance (EIA), Telecomunications Industry Association (TIA) e American National Standarts Institute (ANSI). As principais características dos cabos utilizados para conexões de rede são: O cabo condutor metálico do tipo coaxial é formado por um fio de cobre revestido por uma proteção plástica que funciona com dielétrico. Em seguida, há uma camada de malha de cobre ou uma luva de alumínio utilizada como blindagem. Por fim, há uma capa física para a proteção mecânica do cabo (LOUREIRO et al., 2014, p. 82). 18 Já o cabo de par trançado diferencia-se pela quantidade de pares de fio. Ele contém quatro pares de fios trançados em espiral, dois a dois, fazendo com que haja uma proteção interna entre os pares de fio e possibilitando a permanência das propriedades elétricas dos fios. É importante ressaltar que existem normas voltadas ao cabeamento estruturado, como a série de normas norte-americanas EIA/TIA-568. A EIA/ TIA-568-A, criada em 1994 e posteriormente atualizada para EIA/TIA-568-B, possui definições para o sistema genérico de cabeamento para edifício comercial (EIA/TIA 568-B.1), para componentes do cabeamento metálico de par trançado em rede de computadores (EIA/TIA 568-B.2) e para componentes do cabeamento ótico em rede de computadores (EIA/TIA 568-B.3). (Todas as normas apresentadas aqui foram citadas por Loureiro (2014)). A norma EIA/TIA 568-C e a ABNT NBR 14.565 (norma brasileira criada em 1994), citadas em Loureiro (2014, p. 107), fazem referência ao cabeamento estruturado para edifícios comerciais e data centers, e são algumas das regulamentações que certificam o cabo de par trançado (twisted pair) para o cabeamento estruturado. Essas normas passam por atualizações frequentes, dentro de um espaço cinco anos em média; porém, podem ser alteradas a qualquer momento para atender às demandas de mercado. Já o cabo de fibra ótica é um tipo de cabo que transmite sinal de luz dentro de um espectro específico de frequência – o infravermelho –, a partir de um meio (filamento) ótico formado por sílica ou plástico, com dimensões próximas de um fio de cabelo humano. Estruturalmente, a fibra é formada por um núcleo por onde o sinal de luz trafega e que tem dimensões entre 8 ou 9 e 62,5 mm (LOUREIRO et al., 2014, p. 92). Além desse meio de comunicação, podemos mencionar também o que ocorre pelo ar, conhecido como “meios não guiados”, já que ocorrem por meio de difusão ou de forma direcional, como ondas de rádio, 19 infravermelho, micro-ondas, entre outras, tendo o ar como seu principal meio de transmissão e recepção de sinais. Atualmente, são um dos meios mais comuns de transmissão de sinais para conexão de internet. Existem duas tecnologias populares de acesso à internet sem fio: Wi-fi, em que os usuários recebem e enviam pacotes de estações-base que servem de ponto de acesso sem fio, como um roteador; e as redes de acesso sem fio de área ampla 3G e 4G. Nesses sistemas, os pacotes são transmitidos pela mesma infraestrutura sem fio usada para telefonia celular, sendo a estação-base gerenciadapor um provedor de telecomunicações, fornecendo acesso sem fio aos usuários em um raio de dezenas de quilômetros. Neste Tema, aprendemos que a internet é capaz de proporcionar muito mais que uma simples conexão entre inúmeros dispositivos computacionais e tecnológicos. Além disso, para acontecer, a rede de conexão precisa de uma infraestrutura formada por protocolos e meios de conexão, sejam eles físicos ou por radiofrequência. Essa estrutura se torna complexa conforme novos recursos e novos serviços vão sendo criados; portanto, devemos sempre nos manter atualizados sobre o tema, que é extremamente interessante. Referências Bibliográficas KUROSE, James F.; ROSS, Keith W. Redes de computadores e a internet: uma abordagem top-down. 6. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. LOUREIRO, César A. H. et al. Redes de computadores III: Níveis de Enlace e Físico. Porto Alegre: Bookman Companhia, 2014. MARIN, Paulo S. Cabeamento Estruturado. São Paulo: Érica, 2014. TANEMBAUM, Andrew S.; WETHERALL, David. Redes de computadores. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. 20 Cabeamento estruturado e redes Wi-fi Autoria: Izabelly Soares de Morais Leitura crítica: Gustavo de Lins e Horta Objetivos • Compreender a infraestrutura da transmissão via redes. • Conhecer os tipos de transmissão por tipo de caminho. • Conhecer os tipos de transmissão por forma de energia. 21 1. Conectividade das redes de computadores A chamada rede de computadores se refere à criação e à existência de ligações, definidas como conexões, ou seja, são formas como dispositivos diferentes são capazes de se comunicar. Até mesmo porque, com o passar dos anos, falar apenas em conexão entre computadores se tornou obsoleto, tendo em vista que a tendência é conectar vários tipos de dispositivos ao mesmo tempo, e não só computadores. Tanto é que existe um termo chamado Internet das Coisas (Internet of things–IoT), que tem como ideia principal inserir a presença da internet, ou seja, a capacidade de conexão, em todos os tipos de equipamentos, como luzes, portões, cortinas e outros itens dos mais variados contextos. Porém, neste momento, serão abordados os conceitos sobre a infraestrutura em si das conexões, para que seja possível compreender como elas ocorrem atualmente e como aconteciam antigamente, quando foram desenvolvidas. Na Figura 1, é possível observar os principais meios físicos de transmissão, os quais são classificados conforme a fonte de energia utilizada para a transmissão de dados. 22 Figura 1 – A taxonomia dos tipos de meios de acordo com a forma de energia usada Fonte: adaptada de Comer (2016, p. 102) Entre os meios de transmissão apresentados na Figura 1, no próximo tópico será abordado o cabeamento estruturado, o qual é primordial para a conexão utilizada até hoje. Falando em meios de transmissão, é possível dividi-los em duas classes, que, conforme Comer (2016, p. 102), podem ser: • Por tipo de caminho: a comunicação pode seguir um caminho exato, tal como um fio, ou pode não ter nenhum caminho específico, tal como uma transmissão por ondas de rádio. 23 • Pela forma de energia: a energia elétrica é transmitida por fios, a transmissão por rádio é realizada sem fios e a luz é utilizada com a fibra óptica. (COMER, 2016, p. 102) Esses termos são utilizados para diferenciar as mídias físicas e as mídias de transmissão via rádio. A seguir são apresentadas as definições de algumas dessas mídias, começando pelo meio físico, que é o cabeamento. 1.1 Cabeamento estruturado A transmissão de dados foi o maior objetivo da criação da internet, já que, naquela época, essa tecnologia, assim como a do computador, estava em desenvolvimento. Foi por meio desse primeiro passo que o investimento na área se tornou um forte aliado a diversos setores, que vão desde interesses educacionais até interesses estratégicos e corporativos. O cabeamento e os demais meios de transmissão são necessários porque os sistemas receptores e transmissores precisam ser conectados, não só por esses meios, mas também por todos os demais elementos que compõem a infraestrutura da rede, como protocolos, aplicações, entre outros. Esses meios se diferenciam quanto aos seus canais, à velocidade suportada, à taxa de erros, ao suporte a conexões (podendo ser ponto a ponto ou multiponto), à confiabilidade, à disponibilidade, à limitação geográfica e a alguns outros aspectos. Esses sistemas recebem também a nomeação de cliente-servidor, em que cliente é uma aplicação que funciona em um sistema final (algum dispositivo do usuário) e que faz solicitações para receber de um sistema servidor os seus serviços. Um exemplo é quando o serviço de e-mail é utilizado; ele é disponibilizado por um servidor, que pertencente às empresas que disponibilizam o serviço, como Google e Yahoo. 24 Então, para proporcionar o envio e a entrega da mensagem via e-mail, internamente a infraestrutura da rede se conecta. Devido à grande variação estrutural que foi sendo definida aos cabeamentos, foram criadas algumas normas para padronizá-los, entre as quais é possível citar a EIA/TIA 568 (ANSI, 2009), criada em 1994. Desde então, ela passou por diversas atualizações. No Brasil, o cabeamento também recebeu definições para sua padronização por meio das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 14565:2000 (ABNT, 2000) (Cabeamento estruturado para edifícios comerciais e data centers), que também foi sendo atualizada ao longo dos anos, tendo sido sua última atualização em 2019, com base na ISO/ IEC 11801 (ISSO, 2019). Par de fios de cobre trançado (cabo de par trançado) O meio de transmissão via cabo não é algo tão recente; além disso, possui diversas finalidades que não estão ligadas diretamente apenas à conexão com a internet, sendo também muito utilizado para transmissão de canais televisivos. Antigamente, a estrutura de um cabo era simples, limitando-se apenas a cabos de pares trançados, sem blindagem, conhecidos como UTP (Unshielded Twisted Pair), mas, normalmente, esses pares são conjugados dentro de um cabo, para que seja possível fazer o isolamento e proporcionar certa blindagem e proteção. São muito utilizados em redes de computadores de edifícios, em redes locais (LANs), que possuem uma taxa de transmissão de 10 Mbps a 1 Gbps, já que são consideradas como redes locais aquelas que abrangem de 10 m a 10 km. A Figura 2 apresenta um exemplo desse cabo, que inclusive é utilizado para conexões Ethernet. 25 Figura 2 – Fio utilizado para Ethernet Fonte: iStock–Bet_Noire/iStock.com. Os cabos são traçados de dois em dois com o objetivo de proporcionar uma blindagem, a qual reduz ruídos e evita a chamado “ligação cruzada” (ou diafonia, conhecida também por crosstalk). Eles podem ser classificados de acordo com: • Blindagem A blindagem ocorre porque o campo magnético é anulado, devido à disposição em que os fios são trançados. De acordo com Loureiro et al. (2014, p. 89), “o formato é X/YYY, em que X identifica a blindagem do cabo em relação ao conjunto de seus pares e YYY representa a blindagem dos pares isoladamente”. A blindagem do cabo pode ser: U – Unshielded (sem blindagem); F – Foil (quando a blindagem é realizada com a fita plástica aluminizada); e S – Screened (quando a blindagem é realizada com a malha de fios metálicos composta por alumínio, cobre e outros materiais). • Categoria As categorias do cabo de par trançado foram definidas pelo American National Standards Institute (ANSI), pela Telecommunications Industry Association (TIA) e pela Electronic Industries Alliance (EIA), mas as considerações quanto a isso podem variar. Por exemplo, de acordo com Marin (2014): 26 as normas brasileiras reconhecem categorias de desempenho e classes de aplicação. As normas americanas reconhecem apenas categorias de desempenho. As normas ISO (internacionais) reconhecem classes de aplicações e categorias de desempenho. As normas CENELEC (europeias)reconhecem apenas classes de aplicações. (MARIN, 2014, p. 12) No Quadro 1, é possível observar as categorias do cabo e suas respectivas especificações. Quadro 1–Quadro com as categorias de desempenho especificadas para sistemas de cabeamento estruturado Categoria/classe Normas aplicáveis Tipos de cabos reconhecidos Largura de banda Categoria 3/ Classe C TIA/EIA, ISO/IEC, NBR, CENELEC U/UTP E F/UTP 16 MHz Categoria 5e/ Classe D TIA/EIA, ISO/IEC, CENELEC U/UTP E F/UTP 100 MHz Categoria 6/ Classe E TIA/EIA, ISO/IEC, NBR, CENELEC U/UTP E F/UTP 250 MHz Categoria 6A/ Classe E a TIA/EIA, ISO/IEC U/UTP E F/UTP 500 MHz Categoria 7/ Classe F ISO/IEC, NBR S/UTP E F/UTP 600 MHz Categoria 7A/ Classe F a ISO/IEC S/UTP E F/UTP 1 GHz Fonte: adaptado de Marin (2014, p.12). Além das categorias listadas no Quadro 1, existe também a categoria 8, descrita por Moraes (2020) da seguinte forme: cabo que pode ser utilizado para Gigabit Ethernet a 25 Gbps e 40 Gbps. Trabalha com frequências de até 2.000 MHz. Assim como o cabo categoria 7, o cabo categoria 8 também é blindado para evitar crosstalk, mas, por conta da alta frequência, permite enlaces de até 30 metros. Devido às inovações e às capacidades desse cabo, ele também apresenta o maior custo. (MORAES, 2020, p. 32) 27 • Cabo coaxial Este tipo de cabo é formado por um fio de cobre revestido por uma proteção plástica que funciona como um isolador de eletricidade. Em volta dessa estrutura, existe uma camada de malha composta por cobre ou luva de alumínio, para blindagem. Por fim, existe uma capa física utilizada para a proteção mecânica do cabo, como mostra a Figura 3. Figura 3 – Estrutura de um cabo coaxial Fonte: iStock – ra3rn\iStock.com. • Fibra óptica Este tipo de cabo se diferencia dos demais por transportar sinais luminosos, os fótons, ao contrário dos demais tipos, que transportam elétrons. De acordo com Moraes (2020). As fibras ópticas são compostas por fios muito finos de sílica, vidro ou plástico, revestidos por uma casca de material com o índice de refração da luz diferente do miolo da fibra. As fibras utilizam o conceito da reflexão da luz, ou seja, o raio luminoso é refletido na casca da fibra e fica confinado em seu núcleo. (MORAES, 2020, p. 33) A Figura 4 mostra a estrutura de um cabo de fibra ótica, que, apesar de fazer uso do cabeamento para transmissão de sinal, também pode ser vista como uma mídia de transmissão por luz. 28 Figura 4 – Estrutura de um cabo de fibra ótica Fonte: iStock – vinap/iStock.com. Esse tipo de cabo ainda pode ter duas classificações, as quais se diferenciam devido ao diâmetro de seu núcleo: fibras multimodo e monomodo. No Quadro 2, são apresentadas algumas características de cada uma. Quadro 2 – Características das fibras multímodo e monomodo Monomodo Multímodo Alcance de até 100 km. Alcance do sinal de até 2 km. Velocidade máxima de 100 Gbps. Velocidade máxima de transmissão de 1.2 Gbps. Usa o laser de alta capacidade como fonte de luz uniforme e pontual. Usa led como fonte de luz, o que sig- nifica dispositivos mais baratos nas pontas. A conectorização é um processo mais com- plexo, necessitando de microscópio. Na maioria dos casos, para não aumentar muito a atenuação na emenda, é utilizada a fusão em vez da conectorização. A conectorização é mais simples nas pontas. 29 Atenuação de 0,25 db/km a 0,45 db/km. Atenuação de 1 db/km a 6 db/km. Banda 10 a 100 ghz. Banda passante de 20 mhz a 1.2 ghz. Fonte: adaptado de Moraes (2020, p. 33). 2. Conexões sem fio Assim como o cabeamento, existe a padronização das redes sem fio. As redes se diferenciam conforme a sua capacidade de transmissão, e, por isso, mesmo nos dias de hoje, existem as redes cabeadas, quando às vezes pode parecer mais moderno utilizar apenas redes sem fio (wireless). Elas são utilizadas quando outras formas de transmissão são inapropriadas, seja pela necessidade do usuário, seja pela questão estrutural para utilizar o cabeamento. Nesse cenário, é importante verificar vários outros pontos para que se tenha uma boa conexão. Isso porque a escolha do tipo de rede e consequentemente do tipo de infraestrutura que deverá ser instalada no local desejado dependerá da necessidade do cliente ou usuário e de sua infraestrutura local, como quantidade de paredes, existência de equipamentos eletrônicos no local, entre outros aspectos importantes. É preciso ter em vista que o investimento a ser realizado também irá depender dos pontos mencionados anteriormente. O cliente deve compreender que o retorno nem sempre é imediato; porém, investir em uma boa infraestrutura de rede compensa. Até mesmo porque, atualmente, a grande maioria dos processos faz uso da rede de conexão da internet para operar em sua totalidade. 30 A seguir serão apresentados alguns tipos de conexões que podem ser realizadas sem fio. 2.1 Radiofrequência Por possuir uma infraestrutura diferente, a radiofrequência pode sofrer algumas interferências. Se a pessoa utiliza o modem em um cômodo da casa e não consegue sinal ao tentar acessar de um cômodo mais distante, ou até mesmo da parte externa da casa, é por causa das interferências. Elas podem ser causadas por alguns fatores que afetam a propagação dos sinais das redes, entre quais o tipo de construção e a existência de alguns materiais que contribuem para problemas com a propagação do sinal. Além disso, elencamos outras situações em que o sinal da rede pode ser prejudicado, como a frequência (quanto maior a frequência, maior é o consumo de energia, sendo o alcance, consequentemente, reduzido); a potência de transmissão (quanto maior a potência, maior será o consumo de bateria); e a transmissão de televisão, caso as antenas estejam com o posicionamento inadequado, pode haver problema na propagação de sinais. De acordo com Moraes (2020), as redes que utilizam rádio podem ser de duas topologias: • Ponto a ponto: nessa topologia, existe um enlace de rádio ponto a ponto entre dois locais. Para esses enlaces, é necessário visada das antenas. • Ponto multiponto: nessa topologia, a partir de um ponto, é possível transmitir as ondas de rádio para múltiplos pontos. (MORAES, 2020, p. 37) 31 2.1.1 Wi-Fi (Wireless Fidelity) A implementação de qualquer tipo de rede irá depender da demanda. Dessa forma, alguns pontos principais são primordiais para garantir que a escolha do é coerente com as necessidades do cliente. Um desses aspectos é a viabilidade, devendo ser avaliado o tipo de estrutura do prédio. Outro ponto que deve ser levado em consideração é o retorno do investimento. Diante de várias tentativas na criação desse tipo de rede, o Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (Institute of Electrical and Electronic Engineers – IEEE) decidiu definir padrões, com o objetivo de amenizar a interoperabilidade, ou seja, os ruídos presentes nas redes existentes até então. A padronização tem como objetivo tornar a comunicação transparente entre os dispositivos. O conjunto de normas e padrões de transmissão em redes sem fio foi definido pelo Padrão 802.11 e suas variações: • 802.11 – Padrão utilizado para redes sem fios locais. • 802.15 – Padrão utilizado para redes de área pessoal. • 802.16 – Padrão utilizado para redes metropolitanas. Para prover seu sinal, esse tipo de rede possui um ponto de acesso, o qual faz a ligação entre as diversas estações de rede sem fio. Geralmente, ele possui uma infraestrutura física, ou seja, uma rede cabeada. O Quadro 3 traz as características dos padrões de transmissão e redes sem fio. 32 Quadro 3 – Principais características dos padrões de WLAN 802.11 a 802.11b 802.11g 802.11n Velocidade máxima 54Mbps 11Mbps 54Mbps 150-600Mbps Banda ISM 5GHz 5GHz 5GHz 2,4 ou 5GHz Quantidade de ca- nais 23 Mundo –13 Estados Uni- dos – 11 Japão – 14 Mundo – 13 EUA – 11 Mundo – 13 (w,4GHz -20MHz) Estados Unidos – 11 (2,4 -20MHz) 24 (5GHz -20MHZ) 12 (5GHz–40MHz) Canais que não se sobrepõem- 1, 6, 11, 14 1, 6, 11 1,6,11(2,4GHz -20MHz) Sinalização OFDM HR-DSS OFDM MIMO-OFDM Fonte: adaptado de Loureiro et al. (2014, p. 39). 2.1.2 Micro-ondas por satélite O satélite desempenha uma função dupla na transmissão de sinais de uma rede, na qual, ao mesmo tempo que está apto a receber o sinal em determina frequência, tem a capacidade de fazer a reemissão desse sinal recebido em outra frequência. As micro-ondas podem ser transmitidas por satélites de órbitas, como o MEO (Medium-Earth Orbit – até 5.000 km) e LEO (Low-Earth Orbit – entre 15.000 e 20.000 km). Existe também o satélite geoestacionário, que fica posicionado de forma fixa em relação à Terra, em altitudes acima de 35.000 km. Esse tipo de transmissores fica posicionado a quilômetros 33 de distância, e, dessa forma, acaba causando um atraso na transmissão. Além disso, a criptografia se torna primordial para esse tipo de transmissão (LOUREIRO et al., 2014). 2.2 Infravermelho (IR, InfraRed) Esta tecnologia não possui requerimentos regulamentados por órgãos ou instituição dos países, o que agrega uma vantagem, tendo em vista que não são necessárias licenças para seu uso. Conforme Comer (2016, p. 109), “uma forma de radiação eletromagnética que se comporta como a luz visível, mas está fora do intervalo que é visível pelo olho humano. Como a luz visível, a luz infravermelha se dispersa rapidamente.” Essa irradiação é classificada como não ionizante, não trazendo malefícios ao ser humano. É muito utilizada para aplicações mais simples, como em controles remotos, portões elétricos e celulares. 2.3 Laser Sob o ponto de vista de Comer (2016), A tecnologia a laser pode ser utilizada para criar um sistema de comunicação ponto-a-ponto. Como um laser emite um feixe estreito de luz, o transmissor e o receptor devem ser alinhados com precisão; instalações típicas fixam o equipamento a uma estrutura permanente, tal como o telhado de um edifício. (COMER, 2016, p. 110) Além disso, é uma mídia de transmissão utilizada para distâncias de 200 metros a 500 metros. Referências Bibliográficas ANSI. American National Standards Institute. ANSI/TIA-568: generic telecommunications cabling for customer premises. Arlington: ANSI/TIA, 2009. 34 ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14565: cabeamento de telecomunicações para edifícios comerciais. Rio de Janeiro: ABNT, 2000. COMER, Douglas E. Redes de computadores e internet. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2016. ISO. International Organization for Standardization. ISO/IEC 11801: Tecnologia da informação–Sistemas de cabeamento genérico para instalações do cliente. 2019. Disponível em: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=382888. Acesso em: 3 nov. 2020. LOUREIRO, César A. H. et al. Redes de computadores III: Níveis de Enlace e Físico. Porto Alegre: Bookman Companhia, 2014. MARIN, Paulo S. Cabeamento Estruturado. São Paulo: Érica, 2014. MORAES, Alexandre Fernandes. Redes de computadores: fundamentos. 8. ed. São Paulo: Érica, 2020. https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=382888 35 Arquiteturas e protocolo Autoria: Izabelly Soares de Morais Leitura crítica: Gustavo de Lins e Horta Objetivos • Compreender a arquitetura de redes. • Conhecer os protocolos e suas particularidades. • Diferenciar os protocolos e os itens de uma arquitetura de redes. 36 1. Arquitetura de redes Uma rede proporciona conexão, e, independentemente do que faça parte dessa conexão, existe uma ligação entre elementos diferentes. Quando se fala em rede de internet, estamos nos referindo a componentes que podem seguir perspectivas diferentes, e uma delas são os componentes de hardware e software, como hosts, servidores, roteadores, comutador da camada de enlace (switch), modens, estações de transmissão, computadores, smarthphones, entre outros. Além disso, esses itens também compõem certa infraestrutura, que se torna responsável pela conexão de internet. Ainda dentro do contexto que envolve a composição de uma rede de internet, é possível mencionar que, quando essa tecnologia surgiu, o foco principal era apenas o de prover a comunicação entre computadores, que na época eram os tradicionais desktops. Porém, atualmente, outros dispositivos estão fazendo parte dessa rede, os chamados sistemas finais ou hospedeiros, os quais são conectados entre si pelos chamados enlaces, ou links de comunicação, que podem ser exemplificados por cabos (coaxial, fios de cobre, fibras óticas, radiofrequência, entre outros), também fazendo parte desse contexto os comutadores (switches). 1.1 Arquitetura de redes A arquitetura de um prédio é formada pela organização de seus espaços sob o ponto de vista físico, e não apenas visual. Ela envolve projeto, planejamento e análise de toda a estrutura. Na arquitetura de uma rede de computadores, não é diferente. A forma como os sistemas finais se comunicam e a escolha dos recursos utilizados fazem parte da arquitetura de redes, que é responsável 37 por fazer a ponte entre a camada lógica (software) e a camada física (hardware) de todos os elementos. Dada a variedade de componentes que compõem uma rede de internet, faz-se necessária a presença de uma arquitetura de rede em que serão definidas todas as transações necessárias para que a comunicação entre sistemas finais, comutadores (switches), mídias em nível de enlace, pacotes e protocolos seja realizada de forma correta. Seu projeto deverá ser conforme as necessidades dos usuários. Fazendo uma observação da evolução dos tipos de redes, podemos destacar algumas como: LAN (Local Area Network), utilizada em redes locais; WAN (Wide Area Network), estrutura para redes de longa distância, como em países diferentes; MAN (Metropolitan Area Network), para redes utilizadas em regiões metropolitanas; e PANs (Personal Area Networks), que são utilizadas para as Redes Pessoais, as quais possuem um menor alcance de transmissão, como o uso do mouse ou teclado via bluetooth. Além destas, existem algumas outras. Também é notório que a existência de uma não elimina as funcionalidades da outra, já que atendem a necessidades diferentes. Uma rede é extremamente complexa, como já mencionado, uma vez que é composta por componentes de hardware e software, com o mais variado tipo de funcionalidade. Dessa forma, para organizá-la da melhor maneira possível, foi desenvolvida uma pilha de camadas, ou seja, elas separam em níveis algumas particularidades existentes na rede. Essa divisão tem o sentido de setorização, em que um nível, ou uma camada, fornece serviços para sua camada superior a partir de uma comunicação que ocorre por meio dos protocolos, que podem se enquadrar em algumas terminologias, como protocolo de comunicação e protocolo de rede. Para Kurose et al. (2013), a composição da arquitetura em camadas, 38 [...]provê modularidade, tornando muito mais fácil modificar a execução do serviço prestado pela camada. Contato que a camada forneça o mesmo serviço para a que está acima e uso os mesmos serviços da que vem abaixo dela, o restante do sistema permanece inalterado quando a sua realização é modificada. (KUROSE et al., 2013, p. 36) Para compreender melhor, a Figura 1 expressa como a comunicação entre as camadas pode ocorrer. Essa comunicação entre as mesmas camadas, mas em sistemas finais diferentes, é chamada de comunicação em pares (peers). Figura 1 – Camadas, protocolos e interfaces Fonte: adaptada de Tanembaum et al. (2011, p. 18) A modularidade das camadas permite que cada uma tenha suas particularidades. Dessa forma, possuem recursos específicos para 39 operar, sejam eles de hardware ou software, como os protocolos, que são responsáveis pela comunicação entre elas. Na Figura 1, é possível perceber que cada camada se comunica com uma camada igual, ou seja, do mesmo tipo, mas de hospedeiros diferentes, ou seja, o host 1 é diferente do host 2. A identificação de máquinas, sejam elas receptoras ou transmissoras, ocorre devidoao endereçamento. As informações que são transmitidas entre as redes compõem blocos, que podem possuir diversas denominações, como pacotes ou datagramas, registros, frame, entre outros. Como um protocolo estabelece um padrão, por exemplo, quando um protocolo de atendimento é estabelecido em um local, quer dizer que aquele atendimento deverá ser realizado sempre da mesma maneira. Na conectividade de uma rede, acontece o mesmo, o protocolo define regras que são empregadas nos pacotes ou nas mensagens trocados entre os receptores e os transmissores, por meio das camadas. A seguir veremos o que compõe cada camada. Primeiro é bom observar como essa arquitetura está organizada, sendo possível notar que é composta por cinco camadas, como mostra a Figura 2. Ela é chamada de pilha de protocolos TCP/IP: o TCP (Transmission Control Protocol), que é o protocolo de controle de transmissão, e o IP (Internet Protocol). Devemos levar em consideração que a primeira camada é a camada Física, e a camada de aplicação é a quinta camada. 40 Figura 2 – Pilha de protocolos da internet com cinco camadas Fonte: elaborada pela autora. Compreender o conceito de aplicação atualmente não é difícil, pois estão presentes em quase todas as atividades cotidianas. Portanto, a camada de aplicação foi criada para lidar com o mais variado tipo de aplicação. Ela é responsável por possibilitar a comunicação entre aplicações diferentes, criando uma interface que fará a ligação entre o protocolo de comunicação e os dispositivos em rede. Quando um desenvolvedor cria uma aplicação, ele deve definir uma arquitetura que permita o seu uso em diversos tipos de sistemas finais. As mais comuns são a arquitetura cliente-servidor (como as aplicações Web, e-mail, entre outras) e a arquitetura peer to peer (ponto a ponto, que também pode receber a abreviação P2P, tendo como exemplos BitTorrent, Skype, entre outros). Além disso, deve definir também quais protocolos de transporte irão atender às demandas da aplicação. Esses protocolos podem ser analisados conforme suas dimensões: • Transferência confiável de dados: os dados são disponibilizados por meio de um socket, que é uma interface entre a camada de aplicação e de transporte, sendo normalmente conhecido como API (Application Programming Interface, ou interface de programação da aplicação). Um exemplo de uma falha na transferência de dados é quando os vídeos ou áudios não chegam completos em seus sistemas finais. 41 • Vazão: é a taxa de bits estabelecida para que um sistema receptor receba as informações ou os arquivos durante a transmissão. • Temporização: é o prazo estabelecido para que a transmissão de sinal seja realizada. Em sistemas de tempo real, atrasos são inaceitáveis. • Segurança: pode assumir diversas perspectivas, como a integridade e a autenticação dos dados do ponto terminal e o sigilo dos dados. A camada inferior proporciona serviços para sua camada superior, e, dessa forma, outros serviços são prestados pela camada de transporte, mas que são utilizados pela camada de aplicação. A camada de transporte viabiliza serviços de ligação entre diversos processos de aplicação, que são executados em sistemas finais, ou seja, hospedeiros diferentes. O endereçamento de processos ocorre por meio das informações dos sistemas receptores e transmissores, como nome ou endereço da máquina. Essa camada, juntamente com a camada de aplicação, utiliza seus protocolos para prover o endereçamento de processos. Uma analogia que pode ser realizada é quando enviamos uma carta e nela inserimos destinatário e endereço (rua, bairro, CEP); o mesmo ocorre na transmissão dos dados, pois são necessárias as informações do destinatário. A comunicação fornecida pela camada de transporte é lógica, ou seja, ela proporciona a conexão entre hospedeiros, que podem estar localizados próximos, tendo uma perspectiva geográfica, mas também que estejam em distâncias consideráveis, como em continentes diferentes. Ou seja, por meio dessa comunicação lógica, os protocolos proporcionam a conexão entre roteadores em todo o percurso, entre o sistema receptor e transmissor do sinal, utilizando, assim, uma variedade de tipos de 42 enlace. Esses protocolos são implementados em sistemas finais, e não nos roteadores. Para Kurose et al. (2013, p. 140), a tarefa de entregar os dados contidos em um segmento da camada de transporte ao socket correto é denominada demultiplexação. O trabalho de reunir, no hospedeiro de origem, partes de dados provenientes de diferentes sockets, encapsular cada parte de dados com informações de cabeçalho (que mais tarde serão usadas na demultiplexação) para criar segmentos, e passar esses segmentos para a camada de rede é denominada multiplexação. (KUROSE et al., 2013, p. 140) A camada de rede, que pode ser chamada também de camada de internet, é responsável por proporcionar a comunicação entre os hospedeiros. Ela deve garantir que os pacotes trafeguem entre uma rede e outra, o que ocorre por meio da identificação de cada rede, ou seja, de cada hospedeiro. O ser humano possui algumas documentações que são únicas e são utilizadas para identificá-lo diante dos demais; e o mesmo ocorre com as redes, elas possuem endereços. É nessa camada que o repasse e o roteamento podem acontecer. O primeiro refere-se à capacidade de transferir um pacote entre sua interface de chegada e de saída; enquanto o segundo faz referência a uma perspectiva geral, em que o roteamento apenas define o caminho a ser percorrido pelo pacote, e não como ele será conduzido ao sistema receptor. Portanto, algumas de suas funções são realizar o endereçamento e o roteamento e garantir qualidade do serviço de transporte dos dados, fazendo também o controle de congestionamento. Ainda sob essa perspectiva, a camada de rede possui alguns serviços específicos, como limitar o tempo de atraso de alguma entrega, ordenar os pacotes para garantir a sua entrega na ordem correta, disponibilizar uma largura mínima de banda, entre outros. Possui também o 43 datagrama, que é um pacote de camada de rede, que possibilita o roteamento independente dos pacotes, os quais possuem informações de endereçamento adequados para seu transporte entre um hospedeiro e outro. Isso ocorre porque o pacote recebe uma marcação, caracterizando esse tipo de serviço como não orientado para conexão. Outro serviço prestado pela camada de rede é a de circuito virtual. Nesse caso, os pacotes atuantes dentro do circuito são dependentes; já este é caracterizado por possuir uma conexão orientada. A camada de enlace é responsável pela comunicação em conexões físicas e controle de acesso ao meio, além de ser responsável pela detecção e pelo tratamento de erros. O enlace é a conexão entre os canais de comunicação entre os nós. Os protocolos dessa camada podem oferecer alguns serviços, como enquadramento de dados; acesso ao enlace (por meio da especificação das regras fornecidas pelo MAC – medium access control protocol, ou protocolo de controle de acesso ao meio); entrega confiável; controle de fluxo; detecção e correção de erros; transmissões half-duplex (quando um nó não executa a ação de enviar e receber um pacote ao mesmo tempo); e full-duplex (quando os nós de diferentes enlaces enviam e recebem pacotes ao mesmo tempo). Já a camada física é responsável por estabelecer meios de transmissão para que o sinal de rede seja disponibilizado. Além disso, ela o associa aos hardwares que devem ser utilizados nessa comunicação. De acordo com Moraes (2020), dentro dessas definições, também são contemplados cabeamento, os sinais elétricos e luminosos a serem trocados no meio, as pinagens e os conectores da rede. Ela também é responsável pela modulação dos bits zeros e uns em sinais elétricos ou ópticos para serem transportados pelo meio físico. A camada física determina, ainda, características mecânicas das placas de rede e dos dispositivos. Exemplos do que é padronizadopela camada física: cabo UTP categoria 5; fibra óptica; hubs. (MORAES, 2020, p. 59) 44 Um exemplo que pode ser mencionado sobre essa camada é a Ethernet, que possui muitos protocolos de camada física, já que utiliza diferentes meios de transmissão de sinais e, consequentemente, precisa ter uma comunicação para cada tipo. O que acontece é que os protocolos utilizados nessa camada são dependentes de outras decisões, que serão tomadas na camada de enlace, que também abrange a Ethernet. A Open Systems Interconnection Reference Model (RM-OSI) criou um modelo de arquitetura de redes, o chamado Modelo de Referência ISO, que foi criado com o intuito de ser referência aos projetos de protocolos de rede. A necessidade da criação desse modelo de referência foi a adição de duas camadas, como mostra a Figura 3. Figura 3 – Modelo de referência ISO OSI de sete camadas Fonte: adaptada de Tanembaum et al. (2011, p. 26). 45 A diferença entre as arquiteturas é que nesta foram adicionadas duas novas camadas. Dessa forma, a nova ordem das camadas ficou: a camada física sendo a primeira camada e, posteriormente, a camada de enlace de dados, de rede, de transporte, de sessão, de apresentação e, por fim, como sétima camada, a de aplicação. Sob uma perspectiva mais ampla, esse modelo acrescentou as novas camadas na camada de aplicação; assim, é como se a de apresentação e a de sessão fizessem parte da camada de aplicação. Porém, podem ser vistas também de forma individual, já que possuem suas particularidades. • Camada de apresentação: Conforme Sousa (2013), essa camada faz a conversão de diferentes códigos ou formatos de dados, como o ASCII1 e o EBCDIC2, serviços de criptografia, MPEG3, MIDI4, JPEG5 e outros tipos de conversões, codificações e decodificações de dados da aplicação.[...] o objetivo dessa camada é estruturar os dados de forma legível ao receptor, caso os dados estejam em um formato diferente do receptor. (SOUSA, 2013, p. 84) • Camada de sessão: é responsável por criar formas de verificação e recuperação dos dados, caso seja necessário. Além disso, delimita e sincroniza a troca de dados, possibilitando que a transmissão seja interrompida e retomada e tendo como base os pontos de sincronização que foram definidos. Ela camada estabelece conexões com outros usuários e retorna relatório de exceções, caso ocorra algo inesperado. 1 ASCII (American Standard Code for Information Interchange). 2 EBCDIC(Extended Binary Coded Decimal Interchange Code). 3 MPEG (Moving Picture Expert Group). 4 MIDI (Musical Instrument Digital Interface). 5 JPEG (Joint Photographic Experts Group). 46 2. Protocolos A comunicação está presente na história da humanidade desde seus primórdios; portanto, o homem vem evoluindo os meios de tornar essa ação possível, seja utilizando recursos, hoje, computacionais ou por meio de dialetos ou idiomas diferentes. O importante nesse fluxo é que todos consigam compreender a mensagem dos diálogos. Com a rede de internet ocorre o mesmo; portanto, cada camada possui seus protocolos, os quais são responsáveis por proporcionar a comunicação entre camadas, que estão presentes em sistemas finais diversos. Os principais protocolos de cada camada são: • Camada de aplicação: os protocolos que fazem parte da camada de aplicação são o FTP (File Transfer Protocol); o HTTP (Hypertext Transfer Protocol), que é responsável pela transferência de mídias, já que “determina a sequência e o formato das mensagens que são passadas entre o browser e o servidor Web” (KUROSE et al., 2013, p. 71); e o SMTP (Simple Mail Transfer Protocol ). • Camada de Apresentação: por ser responsável pela formatação das informações, um exemplo que pode ser mencionado é a transformação de um texto de EBCDIC para ASCII. • Camada de Sessão: o protocolo utilizado entre as sessões é dividido em unidades de dados chamadas UDPS (Unidade de Dados do Protocolo de Sessão). • Camada de Transporte: os protocolos atuantes nesta camada são o UDP (User Datagram Protocol) e o TCP (Transmission Control Protocol). A diferença ocorre porque o TCP realiza a checagem de todos os dados antes de enviá-los, ou seja, provê a segurança durante a transmissão, evitando ao máximo os erros; já o UDP não utiliza os bits de controle, ou seja, não consegue garantir que os 47 dados chegarão ao sistema receptor e muito menos que estarão íntegros ou na ordem correta em que foram enviados. • Camada de Rede: um dos principais protocolos desta camada é o IP (Internet Protocol), protocolo da internet. Ele estabelece uma identificação aos dispositivos, fazendo uma analogia, e é semelhante ao Cadastro de Pessoa Física (CPF), que é um número de identificação único para cada pessoa. Figura 4 – Contemplando o interior da camada de rede da internet Fonte: adaptada de Kurose et al. (2013, p. 245). A Figura 4 contempla informações importantes sobre a camada de rede, sendo possível observar quais protocolos fazem parte da camada e suas respectivas funcionalidades. Dessa forma, o protocolo IP é responsável pela convenção de endereçamento, formato de datagrama e convenções de manuseio de pacotes. Essas responsabilidades fazem com que este seja um protocolo bastante utilizado por outros componentes da internet. O ICMP (Internet Control Message Protocol– Protocolo de Mensagens de Controle de Internet) faz parte do IP e 48 tem a responsabilidade de prover a comunicação de erro e sinalização de roteador. Existem também os protocolos de roteamento, que são responsáveis pela seleção de caminho, como o RIP (Routing Information Protocol – Protocolo de Informação de Roteamento), o OSPF (Open Shortest Path First – Primeiro o Caminho Mais Curto) e o BGP (Border Gateway Protocol – Protocolo de Gateway de Fronteira). O IP possui algumas versões, entre elas o IPv4 e o IPv6, que foi desenvolvido para sanar algumas necessidades deixadas pelo IPv4. A Figura 5 descreve as características de cada datagrama do protocolo IP, em suas versões 4(a) e 6(b). Figura 5 – Formato do datagrama do IPv4 e IPv6 49 Fonte: adaptada de Kurose et al. (2013, p. 246-264). Conforme apresentado na Figura 5, é possível notar que houve uma evolução no protocolo. Além disso, cada datagrama contém uma série de campos, importantes para a identificação do pacote, tais como: número da versão, comprimento do cabeçalho, tipo de serviço, comprimento do datagrama, identificador, tempo de vida, protocolo, entre outros. É notória a diferença entre o formato de cada uma das versões do IP. Na década de 1980 foi criada a Versão 4 do Protocolo de Internet, o IPv4. Para a época, o limite dado por essa versão era suficiente, quando estimava-se que seria acima de 4 bilhões de endereços. Porém, com o passar do tempo, a demanda aumentou substancialmente, e, para atendê-la, foi criado um novo protocolo, com capacidade expandida de 32 bits, do IPv4, para 128 bits, do IPv6. Além disso, outras melhorias foram adicionadas no novo protocolo, as quais podem ser visualizados na Figura 5. 50 • Camada de enlace: os principais protocolos dessa camada são Ethernet (IEEE802.2.), IEEE802.11 (Rede sem fio – Wi-Fi) e PPP (protocolo ponto a ponto, ou em inglês point-to-point protocol). • Camada física: os protocolos desta camada atuam nos meios de transmissão dos dados, sendo utilizados modens e conexões Ethernet. Dessa forma, são dependentes dos protocolos da camada de enlace. Também podem ser mencionados outros meios físicos, como cabo de par de fio trançado, cabo coaxial, fibra, entre outros. Alguns dos protocolos fornecem serviços fundamentais para as demais camadas Dessa forma, apesar de cada um possuir suas funções, é possível observar que, para prover os serviços das camadas, o trabalho é realizado em conjunto, já que a arquitetura de uma rede acaba envolvendo os componentes de hardware e software. Referências Bibliográficas KUROSE, James F.; ROSS, Keith W. Redes de computadores e a internet: uma abordagem top-down.6. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. MORAES, Alexandre Fernandes. Redes de computadores: fundamentos. 8. ed. São Paulo: Érica, 2020. SOUSA, Lindeberg Barros. Projetos e implementação de redes: fundamentos, soluções, arquiteturas e planejamento. 3. ed. São Paulo: Érica, 2013. TANEMBAUM, Andrew S.; WETHERALL, David. Redes de computadores. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. 51 Switching e roteamento Autoria: Izabelly Soares de Morais Leitura crítica: Gustavo de Lins e Horta Objetivos • Descrever os conceitos e a aplicação da comutação (switching). • Descrever os conceitos e a aplicação do roteamento. • Diferenciar a aplicação da comutação (switching) e do roteamento. 52 1. Rede de internet A rede de internet é formada por uma estrutura complexa, que envolve recursos de hardware e software. Além disso, houve uma evolução no seu campo de uso e aplicação, que antes era limitado apenas aos computadores. Com o passar dos anos, cada aplicação passou a demandar uma arquitetura e recursos específicos, fazendo com que a rede também evoluísse. Uma conexão ocorre entre dois ou mais dispositivos, os quais, no contexto da internet, podem ser chamados de hospedeiros, sistemas finais, hosts ou até sistema receptor e transmissor. O importante é compreender que haverá a transmissão do sinal e que ela pode ser vista por diversas perspectivas diferentes. Em uma delas, os sistemas transmissores e os sistemas receptores são conectados pelo chamado enlace, ou seja, por link, e por comutadores, responsáveis por contribuir com o processo de transmissão que ocorre na rede. Olhando sob um ponto de vista macro de uma rede de computadores, existem elementos que atuam em sua borda, fazendo a ponte entre os recursos da rede e o ambiente externo, como aplicações e hospedeiros. Em seu núcleo, é possível destacar roteadores e os meios de transmissão, ou redes de acesso, como enlaces de comunicação (cabo coaxial, fios de cobre, fibras, entre outros). O envio de dados em uma rede de internet é inicializado por meio de um sistema final, ou host, que, ao realizar essa ação, deve inserir informações necessárias para que os elementos da rede sejam capazes de identificar o sistema receptor dos dados. Por esse motivo, há um endereçamento que ocorre por meio da inserção de bytes de cabeçalho em cada parte dos dados. Dessa forma, os pacotes com os dados podem seguir viagem até o sistema final que irá recebê-los. 53 Ainda sobre a arquitetura de uma rede, é possível mencionar a TCP/IP e a arquitetura do Modelo de referência ISO/OSI, as quais se diferenciam devido ao modelo de referência ter amplificado a camada de aplicação, adicionando mais duas camadas, o que totaliza sete camadas. A primeira camada é a física, posteriormente existem as de enlace de dados, redes, transporte, sessão, apresentação e aplicação, ocupando o local da sétima camada. A comunicação ocorre por meio dos protocolos, os quais são responsáveis por prover serviços às camadas superiores, levando em consideração a hierarquia entre elas. Assim como os protocolos, as redes de acesso são de extrema importância, sendo comumente chamados de enlaces físicos, já que fazem conexões entre roteadores, modens, comutadores etc. A divisão em camadas proporciona flexibilidade, tendo em vista que, apesar de cada uma possuir suas particularidades, suas ações não afetam as outras. Portanto, é como se as camadas conseguissem adaptar seus serviços às necessidades de cada demanda, podendo a arquitetura de uma rede ser moldada conforme sua utilidade. Dessa forma, a estrutura física de enlace recebe nomenclaturas conforme seu tipo, podendo ser em barra, quando possui um meio físico que é utilizado por todos os dispositivos. Por mais simples que pareça, essa estrutura oferece um ponto que merece atenção. Por exemplo, caso haja algum rompimento nesse meio físico de transmissão, o que normalmente é algum tipo de cabeamento, toda a rede se desconectará; a mesma coisa ocorrerá caso qualquer alteração tenha que ser realizada na rede. Já as redes em estrela se diferem de uma rede em barra, pois, em vez de os dispositivos fazerem parte da mesma rede por meio de uma única ligação, na rede em estrela todos os dispositivos são conectados individualmente a um hub. Na realidade, esse equipamento, que era muito utilizado para permitir que vários sistemas se conectassem a ele, foi substituído pelos switches, que trazem funcionalidades 54 mais avançadas e conseguem coordenar melhor a comunicação dos dispositivos, tendo como base as particularidades da camada de enlace. Por fim, existe a estrutura de rede em anel, que é utilizada em situações mais particulares. Ela recebe esse nome, pois os sistemas são conectados em formato de anel, em que cada um recebe o sinal individualmente e, posteriormente, repassa para o próximo sistema. Devido a sua estrutura, possui algumas limitações semelhantes à estrutura em barra, em que, caso ocorra algo em alguns dos sistemas, a conexão com os demais será afetada. Essas topologias que podem ser utilizadas para realizar a conexão entre diversos dispositivos fazem parte da complexidade da rede de internet, que também é composta por outros elementos. Portanto, nos próximos tópicos, serão abordados os conceitos sobre comutação, conhecida também como switching, e roteamento. 1.1 Comutação (switching) A comutação (switching) compõe a estrutura vista como o núcleo da rede de internet, que possibilita a transmissão de dados em uma rede. Uma das funções de um comutador (switch) é fazer o encaminhamento dos pacotes durante seu fluxo pela rede, ou seja, ele verifica e garante que o pacote será direcionado à porta adequada, além de ter elação com a comutação de circuitos. Os recursos para cada tipo de comutação são diferentes, já que, durante a comutação de circuitos, a comunicação entre o transmissor e o receptor ocorre de forma reservada, utilizando buffers e taxas de transmissão de enlaces. Além disso, em redes de comutação de pacotes, não há reserva de recursos; dessa forma, não possuem privilégios para utilizá-los, o que causa possíveis atrasos. 55 1.1.1 Comutação de circuitos A comutação de circuitos tem como característica principal a independência entre os sistemas receptores e transmissores de sinais. Esse tipo de comutação serviu como base para o sistema telefônico mais tradicional, ou seja, com características que são comuns aos tempos em que a telefonia foi criada e disseminada. Ela é caracterizada por algumas propriedades e suas respetivas características, as quais são expostas no Quadro 1. Quadro 1 – Propriedades da comutação de circuitos Característica Descrição Comunicação ponto a ponto Quando o circuito é formado por mais de um sistema final, ou seja, possui um sistema transmissor do sinal e outro receptor. Etapas separadas para criação, uso e término dos circuitos Diferencia quando as redes possuem circuitos permanentes das redes que possuem o circuito apenas quando existe a necessidade, ou seja, são comutadas. Desempenho equivalente a um caminho físico isolado Diferencia redes de comutação de circuitos das demais redes existentes. Fonte: adaptado de Comer (2016, p. 192). Ainda sob a perspectiva de Comer: a comutação de circuitos significa que a comunicação entre as duas partes não pode ser afetada de forma alguma pela comunicação entre as outras entidades que se comunicam na rede, mesmo que toda a comunicação seja multiplexada através de um único meio comum. Em 56 particular, a comutação de circuitos deve fornecer a ilusão de um caminho isolado para cada par de entidades comunicantes. Assim, técnicas como a multiplexação por divisão de frequências ou a multiplexação síncrona por divisão de tempo devem ser usadas para multiplexar os circuitos através de um meio compartilhado. (COMER, 2016, p. 192) Portanto, esse tipo de comutação estabelece certa conexão entre os sistemas receptorese transmissores. Além disso, enquanto a transmissão dos dados ocorre, os recursos ficam alocados, aguardando a finalização da transmissão. A seguir, serão apresentados conceitos sobre o outro tipo de comutação, que é a de pacotes, conhecida também como comutação de sistemas sem conexão. 1.1.2 Comutação por pacotes Kurose e Ross (2013) fazem uma analogia entre as redes comutadas por pacotes. Os autores mencionam que é possível fazer um comparativo com as vias do trânsito de veículos, que possuem cruzamentos, semáforos e vias de diversos tipos de pavimento, como estradas e rodovias. Sob esse ponto de vista inicial, incluem em sua analogia a existência de uma fábrica que transporta um grande fluxo de cargas para um depósito em uma localidade geograficamente distante. Essas cargas são divididas e transportadas por caminhões, que podem ser vistos como os pacotes utilizados na rede, já que também trafegam de forma independente por rodovias r estradas, podendo ser comparados aos enlaces de comunicação, já que fazem a ligação entre o local de saída e o de chegada. Os cruzamentos, por sua vez, representam os comutadores, pois são responsáveis por direcionar e indicar a melhor rota para que os caminhões cheguem ao destino, que é o depósito, podendo também ser comparado com o sistema final, que na prática, diante do contexto de uma rede de internet, pode ser visto como o computador pessoal do usuário. 57 Enquanto a comutação por circuitos foi utilizada na telefonia tradicional, a comutação de pacotes também tem sua contribuição no ramo, pois empresas começaram a utilizar seus conceitos para a tecnologia VoIP (Voz sobre Protocolo de Internet), que utiliza o Protocolo da Internet (IP) para a conversão de sinais analógicos em digitais e a internet como meio de transmissão. Quadro 2 – Propriedades da comutação por pacotes Característica Descrição Comunicação assíncrona para receptores arbitrários Essa propriedade descreve os meios de comunicação pertinentes a esse tipo de comutação, em que um sistema transmissor pode estabelecer comunicação entre um ou mais sistemas receptores. Essa comunicação está relacionada tanto ao fato de transmitir quanto ao de receber mensagens de um ou vários transmissores. Não é necessário inicialização antes do início da comunicação O sistema não precisa de uma conexão pré-estabelecida antes para realizar o envio dos pacotes, dessa forma, fica livre para fazê-lo a qualquer momento, independente do destino. O desempenho varia devido à multiplexação estatística entre os pacotes A multiplexação ocorre entre os pacotes, já que, quando um sistema transmissor faz a conexão com o canal, o pacote é enviado em sua totalidade. Fonte: adaptado de Comer (2016, p. 192). A comutação por pacotes é utilizada em diversos contextos, entre eles o fator mais presente na caracterização de seu uso é a distância geográfica. As categorias principais são a Rede local, conhecida também 58 por sua sigla LAN, oriunda do termo em inglês Local Area Nework, que é utilizada para distâncias consideradas curtas, como em escritórios, sala e edifícios. Além disso, fazendo um comparativo com as demais redes, é considerada de baixo custo. Outro tipo de rede é a MAN, sigla de Metropolitan Area Network, que em português significa rede de área metropolitana. Ela abrange uma localização geográfica um pouco mais abrangente que a LAN, podendo atender a uma cidade ou até mesmo a uma região metropolitana. Devido ao investimento exigido para a utilização da rede, possui um custo médio. As redes de longo alcance, conhecidas também como WAN (Wide Area Network), possuem custos mais elevados devido ao seu alcance, podendo ser utilizada para fazer a conexão entre várias cidades. Existem alguns softwares que podem ser utilizados para a simulação de situações ou projetos de redes, um deles é o Packet Tracer. Ele foi desenvolvido pela Cisco e é um software de simulação de rede que permite ao usuário experimentar o comportamento desta. Fornece recursos de simulação, visualização, autoria, avaliação e colaboração para facilitar o ensino e a aprendizagem de conceitos de tecnologia. 2. Roteamento Os roteadores fazem parte do núcleo da rede, diferentemente dos comutadores de camada de enlace, que são utilizados como meios de acesso. Fazem parte dos recursos físicos presentes na infraestrutura de uma rede, sendo sua principal função receber, analisar e determinar qual caminho cada pacote irá seguir para atingir seu objetivo, que é o de chegar até o sistema receptor. Todos esses procedimentos ocorrem em um nó da rede. Conforme Moraes, 59 Cada nó por onde um pacote vai trafegar, da origem até o destino, é responsável pela escolha do melhor caminho para o pacote trafegar em determinado instante. Se um roteador acabou de rotear um pacote para o endereço 120.1.2.3, caso o roteador receba um segundo pacote vindo do mesmo destino também para 120.1.2.3, não quer dizer que o pacote será roteado pelo mesmo caminho, visto que as informações sobre topologia e rotas podem ter se alterado nesse intervalo de tempo. (MORAES, 2020, p. 115) Ainda sob ponto de vista do exemplo mencionado pelo autor, é possível notar que o roteamento deve fazer, antes de tudo, o reconhecimento da topologia da rede, e cabe a ele definir as demais informações necessárias para garantir a entrega. Cada tipo apresenta benefícios e alguns pontos fracos; então, enquanto uma rede que utiliza o barramento possui uma instalação fácil, também possui limitações em relação à velocidade, sendo indicado que não ultrapasse 10 Mbps. Já a topologia em anel traz uma estrutura mais organizada que o barramento, uma vez que sua conexão ocorre geralmente por meio de cabo blindado, o que, consequentemente, também eleva um pouco seu custo de implantação. Permite transmissões entre 4 Mbps e 16 Mbps. Por último, a topologia estrela faz uso de uma maior quantidade de cabos, o que acaba aumentando seu custo. Porém, sua arquitetura é simples, fazendo com que, além dos cabos, sejam utilizados também switches. Assim, fica claro que cada tipo de topologia possui suas particularidades, e, logo, exigem que, ao se elaborar um projeto para uma rede, a forma como o roteamento será realizado deve conter a perspectiva acerca das topologias. Essa função é possível graças a sua arquitetura, que, se for vista de forma ampla, permite listar como parte de sua estrutura as portas de entrada e de saída (responsáveis por receber e transferir os pacotes), os elementos de comutação (que fazem conexões entre as portas do roteador) e o processador de roteamento. 60 O roteador faz parte da camada de rede, e, dessa forma, além de seus componentes físicos, como cabos, e os que fazem parte de sua arquitetura (mencionados anteriormente), possui uma tabela de repasse, mostrada na Figura 1. Figura 1 – Algoritmos de roteamento determinam valores em tabelas de repasse Fonte: adaptada de Kurose e Ross (2013, p. 227). O algoritmo funciona por meio da determinação das etapas que devem ser seguidas, podendo, no contexto da computação, ser aplicado em diversas situações. Na infraestrutura de uma rede de internet, é chamado de algoritmo de roteamento e tem como função coordenar as 61 tabelas de repasse com o intuito de tomar as decisões de roteamento. Portanto, pode assumir dois estados: o centralizado, sendo executado em apenas um local e posteriormente disseminado entre os demais roteadores que fazem parte da rede; e o descentralizado, quando seu funcionamento é particionado para cada roteador. A Figura 1 mostra também, além da função do algoritmo de roteamento, a da tabela de repasse, a qual contém o valor do cabeçalho do pacote que está chegando e as informações de enlace de saída. Esses algoritmos podem receber algumas classificações: estáticos, quando as mudanças de rota ocorrem gradualmente, ou por meio de edições na tabela de repasse, que podem ser realizadas manualmente; ou dinâmicos,
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