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Micro-organismos promotores de crescimento vegetal

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Climatologia e MeteorologiaClimatologia e MeteorologiaMicro-organismos promotores de crescimento vegetal
Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária
São Luís
2024
INTRODUÇÃO
Bactérias do gênero Klebsiella são comumente encontradas como endófitos de diversas culturas como milho (Zea mays), trevo vermelho, videira, arroz, batata doce, alfafa e soja. Klebsiella pneumoniae Kp342 foi capaz de melhorar o crescimento de milho ao colonizar os tecidos internos das raízes da planta hospedeira pela fixação biológica de nitrogênio pela presença da proteína dinitrogenase redutase (CHELIUS; TRIPLETT, 2000). Lacava, Araújo e Azevedo (2007) relataram a colonização endofítica de Catharanthus roseus utilizando essa linhagem. Estes autores marcaram a linhagem Kp342 com o gene da ‘proteína fluorescente verde’ (GFP) e inocularam em mudas de C. roseus. A colonização desse endófito foi observada utilizando microscopia de fluorescência. 
Os resultados sugerem que a C. roseus pode ser utilizado como um modelo de planta para estudar bactérias endofíticas. Além das bactérias endofiticas, hoje é uma realidade muito promissora a possibilidade da aplicação de RPCPs nos solos, trazendo benefícios diretos para a produção agrícola e, ao mesmo tempo, sendo uma alternativa sustentável de cultivo com menor uso de insumos agrícolas. Rizobactérias que incluem espécies como Agrobacterium, Arthrobacter, Azotobacter, Azospirillum, Bacillus, Burkholderia, Caulobacter, Chromobacterium, Erwinia, Flavobacterium, Micrococcous, Pseudomonas, Serratia, entre outras têm sido reportadas por promover o crescimento de plantas (BHATTACHARYYA; JHA, 2012).
DESENVOLVIMENTO
Recentemente, tem-se investido muito em pesquisas para disponibilizar fontes alternativas de nutrientes às plantas e em metodologias alternativas de controle de patógenos com enfoque no uso de micro-organismos associados às plantas. Com o acúmulo de informações sobre a interação entre plantas e micro-organismos e com a determinação das diferentes funções desses micro-organismos no interior das plantas, tem sido dada atenção ao estudo de micro-organismos que podem atuar na promoção de crescimento vegetal (HALLMANN et al., 1997). Com grande destaque como promotor de crescimento vegetal, o gênero Burkholderia tem sido constantemente descrito como bactéria endofítica e rizosférica cultivável que possui a habilidade de colonizar, entre diversas culturas, a cana-deaçúcar. Espécies do gênero Burkholderia, associados a essa cultura, são geralmente endófitos fixadores de N2 . Além disso, outros estudos têm descrito a importância do gênero Burkholderia no cultivo de cana-de-açúcar (LUVIZOTTO et al., 2010). Linhagens endofíticas de Burkholderia também foram encontradas nas culturas de banana, abacaxi e milho (ESTRADA et al., 2002). 
Outro gênero com numerosas espécies de bactérias endofíticas que colonizam diferentes plantas hospedeiras é o Methylobacterium. Bactérias desse gênero são bem estudadas como metilotróficas facultativas e são capazes de crescer em compostos de um carbono. Sy et al. (2001) descreveram linhagens de Methylobacterium nodulans que apresentaram atividade da enzima nitrogenase e a capacidade de nodulação em espécies de crotalaria, incluindo Methylobacterium noquarto grupo filogenético dos rizóbios. Membros do gênero Methylobacterium são capazes de influenciar o crescimento de plantas por meio da produção de citocininas e auxinas ou induzir resistência sistêmica contra doenças (MADHAIYAN et al., 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Destaca-se ainda que as RPCPs têm obtido crescente aceitação e importância no mundo devido aos efeitos benéficos produzidos em culturas comerciais economicamente relevantes como trigo, arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho, soja, algodão. No entanto, um problema relatado com muita frequência nos artigos com RPCPs é a variabilidade dos resultados obtidos, sendo considerada a principal dificuldade para a produção de inoculantes de RPCPs comercialmente viáveis. O exemplo mais estudado e convertido em produtos globalmente é o do Azospirillum (HUNGRIA; MEGÍAS, 2013). 
Muitos estudos têm demonstrado que Azospirillum estimula o crescimento e a produtividade de várias espécies de plantas, sendo muitas delas com grande relevância agronômica e ecológica (HUNGRIA, 2011). Em uma revisão de trabalhos conduzidos por duas décadas com A. brasilense e A. lipoferum, Okon e Labandera-Gonzalez (1994) verificaram uma taxa de sucesso de 60 a 70% dos ensaios, com incrementos de 5 a 30%, estatisticamente significativos, no rendimento de grãos. Outro exemplo inclui estudos na Argentina, onde na análise de 273 ensaios com trigo (Triticum aestivum), houve resposta positiva em 76% dos casos; no caso do milho (Zea mays), na análise de 110 ensaios, 85% foram positivos (DÍAZ-ZORITA; FERNANDEZ CANIGIA, 2008). No Brasil, com reduções de 50% em N-fertilizantes e inoculação com A.brasilense foi possível observar ganhos superiores a 4000 kg/ha no rendimento de trigo (HUNGRIA; MEGÍAS, 2013). Os resultados de outros experimentos conduzidos na Argentina e no Brasil nas últimas décadas foram recentemente compilados
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