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QUESTIONÁRIO - DIREITO CIVIL I 1. Qual é a origem histórica do conceito de pessoa humana e como ele foi moldado ao longo do tempo? 2. Explique a relação entre o conceito de pessoa humana e sua aplicação no contexto jurídico, especialmente no que diz respeito ao sujeito de direitos. 3. Quais são os critérios estabelecidos pelo ordenamento jurídico para definir quem é considerado uma pessoa apta a exercer direitos e deveres? 4. Como o conceito de pessoa pode ser utilizado de forma excludente e quais grupos históricos foram excluídos no passado? 5. Quais são as modificações contemporâneas no conceito de pessoa e como elas refletem os avanços sociais e tecnológicos? 6. Qual é a importância do registro da pessoa natural e quais são os seus principais aspectos regulamentados pela legislação brasileira? 7. Qual é a definição de nascituro e embrião dentro do contexto jurídico, e quais são os direitos atribuídos a eles? 8. Explique as diferentes teorias relacionadas ao início da personalidade jurídica, como a teoria natalista, concepcionista e da personalidade condicional. 9. Quais são os pressupostos da capacidade jurídica e como ela se relaciona com a noção de personalidade jurídica? 10. Descreva as diferentes dimensões e espécies de incapacidade jurídica e dê exemplos de cada uma delas. 11. Qual a diferença entre capacidade de fato e capacidade de exercício no contexto jurídico? 12. Quais são os critérios utilizados para determinar a capacidade de fato de uma pessoa segundo o ordenamento jurídico mencionado? 13. Explique a diferença entre incapacidade absoluta e incapacidade relativa, fornecendo exemplos de cada uma. 14. Quais são as principais categorias de absolutamente incapazes elencadas pelo Código Civil de 2002? 15. Como a Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) influenciou a compreensão e o tratamento da incapacidade no ordenamento jurídico brasileiro? 16. Quais são os critérios estabelecidos pela legislação para a tomada de decisão apoiada? 17. Explique o conceito de prodigalidade e como ela se relaciona com a capacidade civil dos indivíduos. 18. Quais são os principais atos que podem ser realizados pelos maiores de 16 e menores de 18 anos sem necessidade de assistência ou representação? 19. Como a saúde pode influenciar na capacidade civil de uma pessoa, tanto de forma absoluta quanto relativa? 20. Qual é a importância da legislação especial para a regulamentação da capacidade civil dos povos indígenas, e quais são os principais instrumentos legais mencionados no texto? 21. Quais são os critérios para a classificação dos indígenas de acordo com o Estatuto do Índio? 22. Qual é o órgão responsável pela tutela dos indígenas isolados em vias de integração integrados? 23. Quais são os requisitos para a liberação do regime tutelar dos indígenas? 24. Quais são os casos especiais de incapacidade não contemplados no artigo 4º do Estatuto do Índio? 25. Explique o conceito de "ânimo definitivo" em relação ao domicílio. 26. Quais são as causas legais de emancipação previstas no Código Civil? 27. Qual é a importância do domicílio na determinação da competência das ações judiciais? 28. Como é definido o estado da pessoa e qual sua importância no Direito? 29. Quais são os efeitos da emancipação em relação aos pais e à obrigação de prestar alimentos? 30. Como é caracterizado o pseudônimo e qual sua proteção jurídica? 31. Qual é o processo em cascata que ocorre no organismo humano após a morte celular, de acordo com o texto? 32. Quais são os efeitos da morte da pessoa natural mencionados no texto? 33. Explique a diferença entre morte real e morte presumida, conforme descrito no texto. 34. Quais são os critérios utilizados para determinar a morte encefálica, de acordo com a legislação mencionada? 35. Quem são os responsáveis por fazer a declaração de óbito, conforme estabelecido no artigo 79 da LRP? 36. Qual é a finalidade da declaração de ausência, e como ela se diferencia da morte presumida? 37. Quais são as fases do procedimento de ausência mencionadas no texto? 38. Explique como a Lei da Anistia impacta o tratamento jurídico dos desaparecidos políticos no Brasil. 39. Qual é a importância dos editais na fase de sucessão provisória do procedimento de ausência? 40. Quais são as obrigações dos curadores dos bens do ausente durante a fase de curatela? 41. Quais são os elementos essenciais do conceito de pessoa jurídica, de acordo com o texto? 42. Explique o que significa a "afectio societatis" no contexto da formação das pessoas jurídicas. 43. Quais são os requisitos fundamentais para a configuração de uma pessoa jurídica? 44. Como se dá o começo da existência legal da pessoa jurídica? 45. Quais são as consequências da postergação do registro das pessoas jurídicas? 46. Qual é a diferença entre pessoas jurídicas que visam apenas objetivos espirituais, religiosos ou culturais e aquelas que visam lucros? 47. Quais são as críticas feitas às teorias da ficção em relação à natureza das pessoas jurídicas? 48. Como se diferencia uma associação criminosa de uma pessoa jurídica com objetivos ilícitos? 49. Quais são os órgãos responsáveis pelo registro das pessoas jurídicas e quais os documentos necessários para esse registro? 50. Por que é importante observar a licitude das finalidades pretendidas na formação de uma pessoa jurídica? 51. Qual é o critério utilizado para classificar uma pessoa jurídica quanto à nacionalidade, de acordo com o texto fornecido? 52. Explique a diferença entre universitas personarum e universitas bonorum no contexto das pessoas jurídicas. 53. Quais são os dois tipos de pessoas jurídicas de direito público mencionadas no texto? Explique suas características distintivas. 54. Quais são as principais características das associações, de acordo com o Código Civil mencionado? 55. Quais são os requisitos para a constituição de uma fundação, conforme descrito no texto? 56. Como é feita a dissolução de uma associação, de acordo com o Código Civil mencionado? 57. Qual é a diferença entre sociedade simples e sociedade empresária, conforme definido no Código Civil? 58. Quais são os fundamentos e as condições para a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica? 59. Explique a diferença entre a teoria maior e a teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica, conforme mencionado no texto. 60. Quais são os ramos do direito em que a teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica é aplicada? RESPOSTAS 1. O conceito de pessoa humana tem uma origem histórica que remonta à antiguidade, com reflexos em diversas culturas e civilizações. Ao longo do tempo, esse conceito foi moldado por filósofos, teólogos, juristas e pensadores de diversas áreas. Na filosofia grega, por exemplo, destacam-se as contribuições de pensadores como Platão e Aristóteles, que discutiram a natureza da pessoa e sua relação com a sociedade e o Estado. No contexto jurídico romano, a noção de pessoa foi fundamental para o desenvolvimento do direito privado e público. Posteriormente, com o surgimento do cristianismo, a ideia de pessoa foi enriquecida pela noção de dignidade e igualdade entre os seres humanos. Ao longo da história moderna e contemporânea, o conceito de pessoa humana continuou a evoluir, influenciado por movimentos sociais, avanços científicos e debates éticos. 2. No contexto jurídico, o conceito de pessoa humana é fundamental para a atribuição de direitos e deveres às pessoas físicas. Ele está relacionado à ideia de dignidade, liberdade e igualdade de todos perante a lei. A pessoa humana é reconhecida como sujeito de direitos, ou seja, como indivíduo capaz de exercer direitos e assumir obrigações na esfera jurídica. Isso significa que ela possui uma personalidade jurídica que lhe confere capacidade para participar de relações jurídicas, como contratos, testamentos, processos judiciais, entreoutros. Além disso, o respeito à pessoa humana é um princípio fundamental do Estado de Direito, que orienta a atuação dos poderes públicos e a interpretação das leis. 3. Os critérios estabelecidos pelo ordenamento jurídico para definir quem é considerado uma pessoa apta a exercer direitos e deveres variam de acordo com cada sistema legal. No geral, são consideradas pessoas aptas aquelas que possuem capacidade jurídica plena, ou seja, que são capazes de exercer todos os direitos e assumir todas as obrigações previstas em lei. No entanto, podem existir restrições à capacidade jurídica em casos específicos, como na incapacidade civil decorrente de idade, doença mental ou outras condições previstas em lei. 4. O conceito de pessoa foi historicamente utilizado de forma excludente para negar direitos a determinados grupos sociais. No passado, mulheres, escravos, povos indígenas e outras minorias foram excluídos do reconhecimento como sujeitos de direitos, o que os colocava em uma posição de inferioridade jurídica e social. Essa exclusão era justificada por preconceitos, ideologias discriminatórias e interesses econômicos e políticos. Com o avanço dos movimentos sociais e lutas por direitos humanos, houve uma progressiva ampliação do conceito de pessoa e reconhecimento da igualdade de todos perante a lei. 5. As modificações contemporâneas no conceito de pessoa refletem os avanços sociais, culturais, científicos e tecnológicos da sociedade moderna. Com o desenvolvimento da bioética, por exemplo, surgiram novos debates sobre a definição de pessoa no contexto da biologia, medicina e genética. Questões como o início da vida, identidade de gênero, direitos reprodutivos e inteligência artificial levantam novos desafios para a compreensão e proteção da pessoa humana. Além disso, a globalização e a interconexão entre diferentes culturas e tradições têm contribuído para uma maior diversidade de perspectivas sobre o conceito de pessoa. 6. O registro da pessoa natural é de extrema importância para o ordenamento jurídico, pois é por meio dele que se reconhece a existência e identidade das pessoas físicas perante o Estado e a sociedade. No Brasil, o registro civil de nascimento é obrigatório e garante diversos direitos fundamentais, como acesso à saúde, educação, previdência social e participação na vida política. Além disso, o registro é utilizado para a emissão de documentos pessoais, como RG e CPF, que são essenciais para o exercício da cidadania e o acesso a serviços públicos e privados. 7. No contexto jurídico, o nascituro é o ser humano concebido, mas ainda não nascido. Ele possui direitos reconhecidos pela legislação, como o direito à vida, à integridade física e à herança, desde a concepção. Já o embrião é o estágio inicial do desenvolvimento humano, que ocorre nas primeiras semanas de gestação. Apesar de não possuir capacidade de sobrevivência fora do útero materno, o embrião também é protegido pelo ordenamento jurídico em diversas situações, como a reprodução assistida e a pesquisa científica. 8. As diferentes teorias relacionadas ao início da personalidade jurídica buscam definir o momento em que o ser humano adquire capacidade jurídica e passa a ser reconhecido como pessoa perante o ordenamento jurídico. A teoria natalista defende que a personalidade começa com o nascimento com vida, ou seja, a partir do momento do parto. Já a teoria concepcionista sustenta que a personalidade inicia-se no momento da concepção, ou seja, no momento da fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Por fim, a teoria da personalidade condicional propõe que a personalidade é adquirida após o nascimento com vida e a sobrevivência por um período determinado, como o registro civil ou a idade mínima estabelecida em lei. 9. Os pressupostos da capacidade jurídica referem-se às condições necessárias para que uma pessoa seja reconhecida como sujeito de direitos e obrigações. Esses pressupostos podem variar de acordo com cada ordenamento jurídico, mas geralmente incluem a existência da pessoa natural (nascimento com vida), o desenvolvimento físico e mental adequado (capacidade de discernimento) e a ausência de incapacidades legais previstas em lei. A capacidade jurídica está relacionada à noção de personalidade jurídica, que confere à pessoa a aptidão para exercer direitos e assumir obrigações na esfera jurídica. 10. A incapacidade jurídica pode ser classificada em diferentes dimensões e espécies, cada uma delas relacionada a determinadas restrições na capacidade de exercer direitos e deveres. As principais dimensões de incapacidade são a absoluta e a relativa, enquanto as espécies incluem a incapacidade de fato e a incapacidade de direito. A incapacidade absoluta refere- se à impossibilidade total de exercer certos direitos, enquanto a incapacidade relativa implica em restrições específicas que podem ser superadas com a assistência ou representação de terceiros. Por exemplo, os menores de idade são considerados relativamente incapazes e podem praticar atos civis com assistência dos pais ou responsáveis legais. 11. A diferença entre capacidade de fato e capacidade de exercício no contexto jurídico está relacionada aos diferentes momentos em que uma pessoa pode praticar atos na vida civil. A capacidade de fato refere-se à aptidão para realizar determinados atos jurídicos por conta própria, ou seja, é a capacidade de compreender e manifestar a vontade necessária para a prática desses atos. Já a capacidade de exercício diz respeito à possibilidade legal de exercer esses direitos na prática, ou seja, à capacidade reconhecida pelo ordenamento jurídico para praticar atos jurídicos por conta própria. Assim, uma pessoa pode ter capacidade de fato, mas não ter capacidade de exercício devido a alguma restrição legal, como a menoridade. 12. Os critérios utilizados para determinar a capacidade de fato de uma pessoa segundo o ordenamento jurídico incluem a capacidade de discernimento e a aptidão para compreender os atos praticados. Esses critérios podem variar de acordo com a legislação de cada país, mas geralmente envolvem a capacidade mental e emocional do indivíduo para entender as consequências de seus atos e manifestar sua vontade de forma consciente. 13. A incapacidade absoluta refere-se à impossibilidade total de uma pessoa praticar certos atos jurídicos, mesmo com assistência ou representação de terceiros. Um exemplo seria a interdição judicial de uma pessoa com deficiência mental grave. Já a incapacidade relativa é uma restrição parcial na capacidade de praticar atos jurídicos, que pode ser superada com a assistência ou representação de terceiros. Um exemplo seria a menoridade, onde o menor de idade pode praticar alguns atos civis, mas com a assistência dos pais ou responsáveis legais. 14. O Código Civil de 2002 elenca as seguintes categorias de absolutamente incapazes: os menores de 16 anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil; e os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Essas pessoas estão sujeitas à representação ou assistência para a prática de atos civis. 15. A Lei 13.146/2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, influenciou a compreensão e o tratamento da incapacidade no ordenamento jurídico brasileiro ao adotar uma abordagem centrada na pessoa e em seus direitos. A lei reconhece que a deficiência não implica necessariamente em incapacidade e busca promover a autonomia e a inclusão das pessoas com deficiência, garantindo-lhes apoio e proteção para o exercício de seus direitos. 16. Os critérios estabelecidos pela legislação para a tomada de decisão apoiada incluem a capacidade de compreensão dos atos praticados, a manifestação da vontade do apoiado e a participação ativa do apoiador na proteção e promoção dos direitos do apoiado. Nesse tipo de arranjo, a pessoa mantém sua capacidade de exercício,mas conta com o apoio de outra pessoa para tomar decisões importantes em sua vida civil. 17. A prodigalidade refere-se à incapacidade de uma pessoa administrar seus próprios bens devido a uma gestão imprudente ou irresponsável. Ela se relaciona com a capacidade civil dos indivíduos no sentido de que uma pessoa considerada pródiga pode ter sua capacidade de exercício limitada em relação à administração de seus bens, ficando sujeita a medidas de proteção patrimonial. 18. Os principais atos que podem ser realizados pelos maiores de 16 e menores de 18 anos sem necessidade de assistência ou representação são aqueles que não implicam em obrigações significativas ou que são expressamente permitidos pela lei, como trabalhar de forma remunerada, casar-se com autorização dos pais ou responsáveis, praticar atos da vida civil cotidiana, entre outros. 19. A saúde pode influenciar na capacidade civil de uma pessoa tanto de forma absoluta quanto relativa. De forma absoluta, uma doença mental grave pode levar à interdição judicial e à perda total da capacidade de exercício de certos direitos. De forma relativa, uma doença ou condição de saúde pode afetar temporariamente a capacidade de uma pessoa para praticar determinados atos jurídicos, mas essa incapacidade pode ser superada com o tratamento adequado ou a assistência de terceiros. 20. A legislação especial para a regulamentação da capacidade civil dos povos indígenas é importante para garantir o respeito à diversidade cultural e aos direitos coletivos desses grupos. Os principais instrumentos legais mencionados incluem o Estatuto do Índio (Lei 6.001/1973), que estabelece normas específicas para a proteção dos direitos dos povos indígenas, e a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que reconhece os direitos dos povos indígenas à autodeterminação e à proteção de suas terras, recursos e culturas. 21. Os critérios para a classificação dos indígenas de acordo com o Estatuto do Índio incluem aspectos étnicos, culturais e de identidade, levando em consideração características como a descendência indígena, a autoidentificação étnica, o modo de vida tradicional e a integração ou não em comunidades indígenas. 22. O órgão responsável pela tutela dos indígenas isolados em vias de integração integrados é a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), que tem a atribuição de proteger e promover os direitos dos povos indígenas, incluindo aqueles em situação de isolamento voluntário ou contato inicial. 23. Os requisitos para a liberação do regime tutelar dos indígenas incluem a comprovação da capacidade de autogoverno e autodeterminação das comunidades indígenas, o reconhecimento de seus direitos territoriais e culturais, a promoção de políticas públicas de apoio e desenvolvimento socioeconômico, entre outros aspectos que visam garantir a autonomia e a integridade dos povos indígenas. 24. Os casos especiais de incapacidade não contemplados no artigo 4º do Estatuto do Índio referem-se a situações em que os indígenas podem ser considerados relativamente incapazes para a prática de certos atos jurídicos, mesmo que não se enquadrem nas categorias de absolutamente incapazes previstas na legislação civil, como menores de idade ou pessoas interditadas judicialmente. 25. O conceito de "ânimo definitivo" em relação ao domicílio refere-se à intenção permanente de fixar residência em determinado lugar, indicando a vontade do indivíduo de estabelecer ali o seu principal centro de interesses e relações sociais, o que caracteriza a mudança do domicílio anterior para o novo domicílio. 26. As causas legais de emancipação previstas no Código Civil incluem o casamento, o exercício de emprego público efetivo, o estabelecimento civil ou comercial com economia própria suficiente, e a colação de grau em curso de ensino superior. 27. O domicílio possui importância na determinação da competência das ações judiciais porque define o foro competente para o processo, ou seja, o local onde uma pessoa física ou jurídica tem sua residência ou sede como ponto de conexão para ajuizamento de demandas judiciais. 28. O estado da pessoa é definido como a condição jurídica em que se encontram os indivíduos perante o ordenamento jurídico, que abrange aspectos como a capacidade civil, a nacionalidade, o estado civil, entre outros. Ele é importante no Direito porque determina os direitos e deveres das pessoas e suas relações jurídicas com terceiros. 29. Os efeitos da emancipação em relação aos pais incluem a extinção do poder familiar, conferindo à pessoa emancipada plena capacidade civil para praticar atos da vida civil sem necessidade de autorização ou representação dos pais. Quanto à obrigação de prestar alimentos, a emancipação pode resultar na exoneração dos pais dessa obrigação, caso a pessoa emancipada tenha condições de prover o próprio sustento. 30. O pseudônimo é caracterizado como um nome fictício ou adotado por uma pessoa para uso em suas atividades sociais, profissionais ou artísticas, sem a intenção de enganar ou fraudar terceiros. Ele possui proteção jurídica como parte do direito à identidade pessoal e liberdade de expressão, desde que não seja utilizado para fins ilícitos ou prejudiciais a terceiros. 31. O processo em cascata que ocorre no organismo humano após a morte celular, de acordo com o texto, envolve uma série de eventos fisiológicos e bioquímicos que ocorrem após a interrupção da atividade metabólica das células. Isso inclui a liberação de enzimas intracelulares, a interrupção do suprimento de oxigênio e nutrientes, a acidificação do ambiente intracelular e a ativação de processos de autólise e necrose. 32. Os efeitos da morte da pessoa natural mencionados no texto incluem a cessação de sua existência jurídica como sujeito de direitos e obrigações, a abertura da sucessão para a transferência de seu patrimônio aos herdeiros ou legatários, a necessidade de realização do funeral e da declaração de óbito, e o encerramento de vínculos sociais e familiares. 33. A diferença entre morte real e morte presumida, conforme descrito no texto, reside no fato de que a morte real é aquela comprovada mediante evidências concretas do falecimento da pessoa, enquanto a morte presumida ocorre quando não há certeza quanto ao óbito, mas existem circunstâncias que permitem presumir legalmente a morte, como o desaparecimento prolongado e inexplicável. 34. Os critérios utilizados para determinar a morte encefálica, de acordo com a legislação mencionada, incluem a ausência irreversível de atividade cerebral, a falta de resposta a estímulos externos e internos, a inatividade elétrica cerebral e a ausência de reflexos do tronco cerebral, conforme protocolos clínicos e exames específicos realizados por profissionais capacitados. 35. Os responsáveis por fazer a declaração de óbito, conforme estabelecido no artigo 79 da Lei de Registros Públicos (LRP), são os médicos ou autoridades de saúde que atestaram o óbito da pessoa falecida. Essa declaração é fundamental para fins de registro civil e para a realização dos procedimentos legais relacionados ao falecimento. 36. A finalidade da declaração de ausência é estabelecer a situação jurídica de uma pessoa que desapareceu sem deixar notícias por um período prolongado, permitindo a abertura do procedimento de sucessão provisória e a administração de seus bens pelos interessados. A declaração de ausência difere da morte presumida pelo fato de que, no primeiro caso, não há certeza quanto ao falecimento da pessoa, apenas a presunção de seu desaparecimento. 37. As fases do procedimento de ausência mencionadas no texto incluem a declaração de ausência pelo juiz, a nomeação de um curador especial para representar os interesses do ausente, a abertura da sucessão provisória para a administração dos bens do ausente, a realização de inventário e partilha dos bens, e a eventual declaração de morte presumida caso não haja notícias do ausente por umperíodo ainda maior. 38. A Lei da Anistia impacta o tratamento jurídico dos desaparecidos políticos no Brasil ao estabelecer dispositivos legais que visam perdoar e anistiar eventuais crimes políticos cometidos durante determinados períodos da história brasileira, o que pode afetar a responsabilização legal por desaparecimentos forçados e violações de direitos humanos ocorridas nesse contexto. 39. Os editais na fase de sucessão provisória do procedimento de ausência têm a importância de notificar os interessados, como herdeiros e credores do ausente, sobre a abertura do processo, permitindo-lhes participar e apresentar suas pretensões quanto à administração e destinação dos bens do ausente durante o período de ausência. 40. As obrigações dos curadores dos bens do ausente durante a fase de curatela incluem administrar os bens e interesses do ausente de acordo com seus melhores interesses, prestar contas regularmente ao juízo responsável, zelar pela conservação e valorização do patrimônio do ausente, e tomar decisões em seu nome que sejam necessárias para a preservação de seus direitos e interesses. 41. Os elementos essenciais do conceito de pessoa jurídica, de acordo com o texto, incluem a capacidade de ser titular de direitos e deveres, a existência de uma organização ou estrutura própria, a distinção entre os membros ou associados e a entidade jurídica, e a finalidade ou objetivo específico para o qual foi criada. 42. "Affectio societatis" no contexto da formação das pessoas jurídicas refere-se à intenção ou vontade dos indivíduos de se associarem para alcançar um objetivo comum. Essa intenção é fundamental para a constituição de uma pessoa jurídica, pois demonstra o vínculo de colaboração e cooperação entre os membros da entidade. 43. Os requisitos fundamentais para a configuração de uma pessoa jurídica incluem a existência de uma vontade expressa ou implícita de constituir a entidade, a capacidade jurídica para ser titular de direitos e deveres, a observância da legislação específica que regulamenta o tipo de pessoa jurídica a ser constituída, e a consecução de uma finalidade lícita e possível de ser realizada. 44. O começo da existência legal da pessoa jurídica ocorre com o cumprimento dos requisitos legais para sua constituição, que pode envolver a elaboração e registro do contrato social ou estatuto, a obtenção de autorizações e registros necessários perante os órgãos competentes, e a realização dos atos formais de constituição conforme a legislação aplicável. 45. As consequências da postergação do registro das pessoas jurídicas incluem a impossibilidade de exercer plenamente os direitos e deveres previstos em lei, a falta de legitimidade para representação e contratação em nome da entidade, a ausência de proteção legal contra eventuais litígios ou responsabilidades, e a exposição dos envolvidos a sanções legais por atos praticados em nome da pessoa jurídica não registrada. 46. A diferença entre pessoas jurídicas que visam apenas objetivos espirituais, religiosos ou culturais e aquelas que visam lucros reside na finalidade para a qual foram constituídas. Enquanto as primeiras buscam a realização de atividades sem fins lucrativos, voltadas para o benefício espiritual, religioso ou cultural de seus membros ou da comunidade, as segundas têm como objetivo principal a obtenção de lucro financeiro para seus sócios ou acionistas. 47. As críticas feitas às teorias da ficção em relação à natureza das pessoas jurídicas incluem a argumentação de que tais teorias não refletem adequadamente a realidade das entidades jurídicas, pois atribuem personalidade e capacidade a entidades abstratas e fictícias, sem considerar suficientemente os interesses e direitos das partes envolvidas. 48. Uma associação criminosa refere-se a um grupo de pessoas que se unem com o propósito de cometer crimes ou atividades ilícitas, enquanto uma pessoa jurídica com objetivos ilícitos seria uma entidade legalmente constituída que utiliza sua estrutura organizacional para realizar práticas ilegais, como fraudes, lavagem de dinheiro ou evasão fiscal. 49. Os órgãos responsáveis pelo registro das pessoas jurídicas variam de acordo com a jurisdição, mas geralmente incluem cartórios de registro civil de pessoas jurídicas, juntas comerciais, órgãos de classe ou associações de âmbito federal, estadual ou municipal. Os documentos necessários para o registro podem incluir o contrato social ou estatuto, identificação dos sócios ou membros, e outros documentos específicos exigidos pela legislação aplicável. 50. É importante observar a licitude das finalidades pretendidas na formação de uma pessoa jurídica para garantir que suas atividades estejam em conformidade com a lei, não violem direitos de terceiros ou princípios éticos e morais, e não incorram em práticas ilegais que possam resultar em responsabilização civil, administrativa ou criminal dos envolvidos. 51. O critério utilizado para classificar uma pessoa jurídica quanto à nacionalidade é sua origem e sede principal. Assim, uma pessoa jurídica é considerada nacional se foi constituída no território brasileiro e possui sede aqui estabelecida. 52. No contexto das pessoas jurídicas, "universitas personarum" refere-se a uma coletividade de pessoas unidas por um vínculo social ou institucional, enquanto "universitas bonorum" diz respeito a uma coletividade de bens ou patrimônio destinados a um fim específico. Enquanto o primeiro conceito se relaciona com associações e sociedades, o segundo está mais relacionado com fundações. 53. Os dois tipos de pessoas jurídicas de direito público mencionadas no texto são as autarquias e as fundações públicas. As autarquias são entidades criadas por lei específica e têm personalidade jurídica de direito público, realizando atividades típicas do Estado de forma descentralizada. Já as fundações públicas são instituídas para fins de interesse coletivo, sendo mantidas pelo Estado, mas com patrimônio próprio. 54. As principais características das associações, de acordo com o Código Civil mencionado, incluem a reunião de pessoas para a realização de um objetivo comum, a ausência de finalidade lucrativa direcionada aos membros, a autonomia patrimonial em relação aos associados, e a necessidade de registro perante o órgão competente para sua constituição. 55. Os requisitos para a constituição de uma fundação incluem a destinação de um patrimônio inicial para a realização de um fim específico e lícito, a elaboração de um estatuto que defina sua organização e funcionamento, a nomeação de um conselho curador ou diretoria para administrá-la, e o registro perante o órgão competente. 56. A dissolução de uma associação é feita por deliberação dos associados, por decisão judicial ou por determinação expressa prevista no estatuto. Em geral, a dissolução ocorre quando o objetivo para o qual a associação foi criada é alcançado, quando se torna impossível a realização desse objetivo, ou por outras causas previstas na legislação ou no estatuto. 57. A diferença entre sociedade simples e sociedade empresária, conforme definido no Código Civil, reside principalmente na atividade econômica exercida. A sociedade simples é constituída para o exercício de atividades não empresariais, enquanto a sociedade empresária tem por objeto o exercício de atividades empresariais, isto é, atividades econômicas organizadas para a produção ou circulação de bens ou serviços. 58. Os fundamentos para a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica incluem o desvio de finalidade, a confusão patrimonial e a fraude. As condições para sua aplicação geralmente envolvem a comprovação de abuso da personalidade jurídica para a prática de atos ilícitos ou lesivos a terceiros. 59. A diferença entre a teoria maior e a teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica reside no alcance da responsabilização. Na teoria maior, a personalidade jurídica é desconsideradaem qualquer situação de abuso, enquanto na teoria menor, a desconsideração ocorre apenas em casos específicos de abuso evidente ou confusão patrimonial. 60. A teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica é aplicada principalmente no direito empresarial e no direito do consumidor, onde há maior incidência de abusos da personalidade jurídica para fraudes ou para a evasão de responsabilidades.
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