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e-Tec Brasil51 Aula 10 – As fitofisionomias da mata atlântica O objetivo desta aula é conhecermos as principais fitofisiono- mias da Mata Atlântica. Devido à grande amplitude e variabilidade de ambientes em que ocorre esse bioma, uma variedade de tipologias vegetais se desenvolveu, com caracterís- ticas bem específicas, contribuindo para a imensa diversidade observada na Mata Atlântica. Vamos conhecê-las? 10.1 Floresta ombrófila densa Essa mesma fitofisionomia que ocorre na Amazônia ocorre também na Mata Atlântica, basicamente na planície litorânea, encostas da Serra do Mar e ilhas do Ceará ao Rio Grande do Sul, região com elevadas temperaturas e precipi- tação abundante e bem distribuída ao longo de todo o ano. É caracterizada por uma vegetação rica em espécies lenhosas e outras, como bromélias, sa- mambaias, orquídeas. Essa vegetação caracteriza-se por apresentar o dossel, que é composto pelas copas das árvores, sempre verde e bastante adensado. 10.2 Floresta ombrófila mista A floresta ombrófila mista, também conhecida como floresta com araucária, é a formação florestal predominante nos planaltos e serras dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Essa fitofisionomia ocorre em ambientes com abundância de chuvas, bem distribuídas ao longo de todo o ano associada a baixas temperaturas no inverno, com ocorrência frequente de geadas e temperaturas negativas no inverno. O termo “mista”, utilizado em sua denominação, está relacionado à existência de elementos de floras com origens diferentes, oriundas da região afro-asiática e australásica, há milhões de anos, antes da deriva continental, quando os continentes formavam uma única massa de terra. A floresta ombrófila mista destaca-se por constituir uma formação florestal de grande beleza cênica, com predominância da Araucaria angustifólia, espécie que ocorre com elevada frequência e com indivíduos de grande porte e de ma- deira de boa qualidade, o que tornou a araucária alvo de intensa exploração madeireira, reduzindo drasticamente sua área de ocorrência natural. Deriva continental Teoria que afirma que os continentes se movimentam por meio das placas tectônicas. Essa fitofisionomia ocupava originalmente uma área de cerca de 200.000 km². Desse total, 40% ocorriam no estado do Paraná, 31% em Santa Cata- rina, 25% no Rio Grande do Sul, com 3% em manchas isoladas nas partes mais elevadas do sul de São Paulo e 1% em Minas Gerais e Rio de Janeiro (CARVALHO, 2003). Atualmente, a área total da FOM, segundo Sanquetta (2004), é de cerca de 2,7 milhões de hectares, o que representa aproximadamente 24% em rela- ção à área total original. Isso quer dizer que cerca de ¼ da área da floresta com araucária ainda permanece em pé nos dias de hoje. Figura 10.1: Floresta ombrófila mista Fonte: http://www.infoescola.com 10.3 Floresta estacional A fitofisionomia da floresta estacional é comumente denominada de mata do interior ou, ainda, mata branca, que se deve ao seu aspecto em época de estiagem, em que há queda de parte das folhas das árvores. De acordo com o IBGE (2012), conforme o percentual de árvores do estrato superior que possuem a característica da decidualidade, ou seja, dependendo do nú- mero de árvores que perdem suas folhas em determinada época do ano, a floresta estacional divide-se em: floresta estacional decidual, quando mais de 50% das árvores perdem as folhas; e floresta estacional semidecidual, quando o número de indivíduos que perdem suas folhas em determinada época do ano for inferior a 50%, estando entre 20 a 50%. Essa perda de fo- lhas por parte das árvores presentes nessas fitofisionomias se dá geralmente Gestão de Florestase-Tec Brasil 52 no período mais seco do ano, que marca a estacionalidade das regiões de ocorrência dessa floresta. Em razão dos solos bastante férteis em que essas formações ocorrem, boa parte de sua cobertura original foi convertida em agricultura, restando poucos remanescentes dessas florestas. Resumo A Mata Atlântica, em razão das amplas condições ambientais em que ocorre, apresenta uma variedade de fitofisionomias. Na planície litorânea e encostas da Serra do Mar, onde o clima é mais quente e úmido, predomina a floresta ombrófila densa. À medida que a altitude aumenta nos planaltos dos esta- dos do Sul, surge a floresta ombrófila mista, dominada pela araucária, em uma região com clima frio e chuvoso. Adentrando o continente ainda mais, onde o clima passa a ser mais quente e com uma estação seca bem definida surge a floresta estacional decidual e a semidecidual, nas quais boa parte dos indivíduos arbóreos perdem suas folhas no período de estiagem. Figura 10.2: Aspectos de uma floresta estacional Fonte: Clube Tracking Santa Maria RS. Assista ao vídeo intitulado O pinheiro do Paraná – floresta com araucárias, que relata a evolução da araucária e a formação da floresta ombrófila mista. Disponível em: http://www.youtube.com/ watch?v=mh59DAsz9j4. e-Tec BrasilAula 10 – As fitofisionomias da Mata Atlântica 53 e-Tec Brasil 54 Atividades de aprendizagem • Assista ao vídeo O pinheiro do Paraná – floresta com araucárias, indica- do na seção Mídias integradas, e dê a sua opinião a respeito da espécie araucária, bem como sobre a floresta ombrófila mista, sua evolução e estado atual. Anotações
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