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e-Tec Brasil35 Aula 6 – Projetos de saneamento Esta aula abordará o que é o saneamento básico e porque ele é fundamental para a infraestrutura urbana. Também tratará um pouco da origem dos projetos de saneamento e suas ações, além de conhecer a Lei Nacional de Saneamento Básico. Para muitos, saneamento básico refere-se apenas à coleta e tratamento de esgoto, porém, este conceito envolve inúmeras outras ações que garantam saúde e qualidade de vida à população. O que vem à sua mente quando ouve falar de saneamento? Conheça a seguir mais sobre este tema. 6.1 Planejamento urbano Figura 6.1: Esgoto a céu aberto. Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons. “A história do saneamento remonta a muitos séculos antes da Era Cristã e está sempre relacionada ao surgimento e ao crescimento das cidades” (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS MUNICÍPIOS, 2009, p.11). Em praticamente todas as atividades o homem depende da água, princi- palmente em necessidades básicas como alimento e para o afastamento de seus dejetos. Associada à utilização da água e geração de esgoto, uma preocupação que surge é a ocorrência de doenças e sua relação com o abastecimento de água e o afastamento das águas servidas, ou seja, a falta de saneamento. Dessa forma, “a qualidade dos serviços de abastecimento, distribuição e esgotamento sanitário têm impactos diretos na economia, na saúde e no bem-estar da população” (VIVA VERDE..., 2013). Para prevenir esse tipo de problema, é essencial o planejamento urbano e um plano de saneamento básico eficiente. 6.2 Componentes do saneamento básico É importante perceber que o saneamento deve consistir em ações que te- nham por objetivo atender às necessidades da população e à melhoria das condições de vida no que se refere ao abastecimento de água potável, coleta e disposição de resíduos sólidos e líquidos (esgoto), drenagem urbana, con- trole de doenças. Assim, os elementos que compõem o saneamento básico, são: água, esgo- to, drenagem, resíduos. 6.3 Lei Nacional de Saneamento Básico Em âmbito nacional, o saneamento básico é regulado por meio da Lei n. 11.445, de 05 de janeiro de 2007, conhecida como Lei Nacional de Sanea- mento Básico, a qual estabelece as diretrizes nacionais para o tema. Para os efeitos desta Lei, no artigo 3.º considera-se como saneamento básico o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, in- fraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável; b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestrutu- ras e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de ativida- des, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transpor- te, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; Águas servidas: Águas que apresentam suas características naturais alteradas após a utilização humana. O maior banco de dados do setor de saneamento brasileiro, administrado pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, é o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), composto por dois componentes: um relativo aos serviços de água e esgoto; outro, relativo aos serviços de manejo de resíduos sólidos urbanos (BRASIL, 2013c). Conheça mais sobre o SNIS em: <http://www. snis.gov.br/>. Projetos Ambientaise-Tec Brasil 36 d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de ativi- dades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem ur- bana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas. Para a elaboração de um Projeto de Saneamento Ambiental devem ser ob- servadas variáveis como a definição de fontes de suprimento e formas de captação e elevação da água, dimensionamento do sistema, definição de solução para destinação do esgoto, além da caracterização, quantificação e estabelecimento das estratégias para o manejo dos resíduos gerados. A Lei n. 11.445/2007 estabelece para os municípios o Plano de Saneamento Básico como um dos instrumentos centrais de gestão participativa e de pla- nejamento. O Plano estabelece as condições para a prestação dos serviços de saneamento básico, definindo objetivos e metas para a universalização e programas, projetos e ações necessários para alcançá-la. Conforme o artigo 19, os Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB), que poderão ser específicos para cada serviço, devem abranger no mínimo (BRASIL, 2007): I. Diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológi- cos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas; II. Objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a univer- salização, admitidas soluções graduais e progressivas, observan- do a compatibilidade com os demais planos setoriais; III. Programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos planos plu- rianuais e com outros planos governamentais correlatos, identifi- cando possíveis fontes de financiamento; IV. Ações para emergências e contingências; Mecanismos e proce- dimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas. Conheça um caso de elaboração de projeto de saneamento ambiental lendo o artigo “Saneamento ambiental em assentamento de trabalhadores rurais: o exemplo de Dandara dos Palmares no município de Camamu-Bahia”. Acesse em: <http://www.semasa.sp.gov. br/Documentos/ASSEMAE/ Trab_124.pdf>. Universalização: Amplia- ção progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento básico (Lei 11.445/2007, Art 3.º, Inciso III). Saiba mais sobre as diretrizes para a elaboração do Plano de Saneamento Básico em: <http://www.cidades. gov.br/images/stories/ ArquivosSNSA/Arquivos_PDF/ Diretrizes_Politica_Planos_de_ Saneamento.pdf>. e-Tec BrasilAula 6 – Projetos de saneamento 37 A elaboração de projetos na iniciativa privada não se diferencia dos compo- nentes básicos apresentados anteriormente, devendo o gestor atentar para o estabelecimento de metas e objetivos tangíveis e adequados à necessidade da população. Resumo O saneamento básico é condição fundamental para a saúde pública e deve envolver o abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, manejo dos resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais. Como visto, a deficiência de saneamento básico pode provocar o surgimento de doenças, poluição e contaminação de rios e córregos, entre outros. Portanto, é papel do gestor ambiental estabelecer as diretrizes a serem atendidas para assegurar uma melhor qualidade de vida à população por intermédio do saneamento básico. Atividades de aprendizagem • Pesquise sobre as doenças que estão relacionadas à falta de saneamento básico e as principais formas de prevenção (medidas profiláticas). Como um projeto de saneamento básico pode reduzir esses problemas? Anotações Assista “Saneamento Básico, o Filme” e perceba como o filme aborda a necessidade da existência de tratamento de esgoto e a poluição das águas. Pode-se observar ainda a questão da consciência ambiental e como a ausência de saneamento básico contribui para o surgimento de doenças. Com um conteúdo cômico, o filme retrata os problemas ambientais de forma otimista e alegre. Projetos Ambientaise-Tec Brasil 38