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Arte Românica

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Contexto Histórico
Arte românica é o nome dado 
ao estilo artístico vigente na 
Europa entre os séculos XI e 
XIII. O estilo é visto 
principalmente nas igrejas 
católicas construídas após a 
expansão do cristianismo pela 
Europa e foi o primeiro depois 
da queda do Império Romano a 
apresentar características 
comuns em várias regiões. Até 
então a arte tinha se 
fragmentado em vários estilos 
e o românico é o primeiro a 
trazer uma unidade nesse 
panorama.
Castelo Medieval
Haverá diferenças entre a arte executada nas diversas regiões 
europeias, de acordo com as influências regionais recebidas, 
mas haverá também uma série de características comuns, que 
definem o estilo românico.
As igrejas serão as maiores até então, e para que isso seja 
possível haverá uma evolução dos métodos construtivos e dos 
materiais. A pedra será empregada na construção e o telhado 
de madeira será trocado por abóbadas de berço e de aresta., 
mais condizentes com uma igreja que representa a fortaleza 
de Deus. Ao contrário da arte paleo-cristã, as igrejas serão 
ricamente decoradas externamente. A escultura em pedra em 
grande escala renasce pela primeira vez desde os romanos, 
atrelada à arquitetura, assim como a pintura. A escultura e a 
pintura serão carregadas de esquematização e simbolismo, 
típico de um período em que o artista aprende a representar o 
que sente, e não somente o que vê.
Características gerais da arquitetura 
românica:
O uso de pedras nas construções
Abóbadas são usadas no lugar dos telhados de 
madeira
É privilegiada a decoração externa das igrejas, 
fato que antes não acontecia.
As obras artísticas ganham novo simbolismo e 
passam a sensibilizar, interferindo com o lado 
sensível de quem vê.
Ressurge a escultura em grande escala com 
obras feitas em pedra.
A escultura, arquitetura e a pintura ganham novo significado. 
Passam a repassar valores religiosos que eram percebidos 
também pelos iletrados. Isto era uma vantagem em uma época 
em que poucos dominavam a leitura.
Os valores difundidos pela religião cristã, através da arte, 
passam a impregnar todos os aspectos da vida medieval.
A igreja passa a ser vista como representante de Deus na 
Terra, tendo o Papa como líder.
Na iconografia Grega ortodoxa, como na iconografia 
Cristã primitiva, o gesto da mão que abençoa forma 
as letras IC XC, uma abreviação da palavra Jesus 
(IHCOYC) Cristo (XPICTOC) em Grego, que inclui 
a primeira e a ultima letra de cada palavra. A mão 
que abençoa reproduz, por gestos, o nome de Jesus, 
o “Nome acima de todos os nomes”.
o gesto de bênção feito por Cristo 
também transmite verdades 
doutrinárias. Os três dedos 
utilizados para representar o I e o 
X também representa a Santa 
Trindade, a Unidade de Deus em 
três pessoas, Pai, Filho e Espirito 
Santo. A aproximação do polegar e 
do dedo anelar não só forma a letra 
C, como também simboliza a 
Encarnação, a união do divino com 
o humano na pessoa de Cristo.
As igrejas de 
peregrinação foram muito 
características desse período. Elas ficavam no 
caminho para os locais sagrados, como Santiago de 
Compostela, Roma e Jerusalém, e serviam de apoio 
e pouso para os peregrinos, além de 
oferecer como atrativo as 
relíquias, objetos pertencentes a Jesus Cristo, 
a Maria e aos santos, como os cravos que pregaram 
as mãos e pés de Jesus, ou os espinhos da coroa, ou 
ainda fios de cabelo da Virgem. Essas igrejas 
seguiam a planta em forma de cruz latina, com 
várias naves , geralmente 3 ou 5, em que as naves 
laterais se prolongavam e passavam por detrás da 
ábside, formando o deambulatório. Do 
deambulatório saiam as capelas radiantes, ou 
absidíolas. Esse conjunto era característico das 
igrejas de peregrinação e ficou conhecido como 
cabeceira de peregrinação. Entre as igrejas desse 
tipo estão as de Saint-Sernin de Toulouse, Santiago 
de Compostela e Igreja de Saint-Martin de Tours.
Saint-Sernin de Toulouse
Santiago de Compostela
Igreja de San-Martin de Tours
Os mosteiros foram importantes para o 
estabelecimento da arquitetura românica, 
principalmente os das ordens de Cluny e 
Cister. Desse conjunto característico, a 
dependência a se destacar é o claustro, por 
vincular o mosteiro ao templo e por ser a 
dependência mais bem cuidada do ponto de 
vista artístico. Geralmente possuem quatro 
lados, com tendência a formar quadrados 
perfeitos, e quatro corredores resultantes 
em pórticos abertos com arcadas 
sustentadas por colunas.
Abadia de Cluny
A arquitetura em pedra vem reforçar a característica de 
monumentalidade e fortaleza, possível depois de toda a 
evolução dos meios construtivos. Os conjuntos 
arquitetônicos seguem, geralmente, a planta basilical, uma, 
três ou cinco naves (geralmente três), colunas que 
sustentavam as abóbadas e um aspecto maciço e horizontal 
(mesmo que muitas das igrejas sejam bem altas). As paredes 
são cegas, pois não é possível, ou é muito difícil, abrir 
grandes janelas nas paredes, já que elas servem como 
estrutura e suportam todo o teto. Haverá grande decoração, 
externa e internamente, através de esculturas nos tímpanos 
nas portas de entrada e nos capitéis e colunas, e pintura 
parietal nas ábsides e abóbadas das naves.
A escultura renasceu no românico, depois de 
muitos anos esquecida. Seu apogeu se dá no 
século XII, quando inicia um estilo realista, 
mas simbólico, que antecipa o estilo gótico. A 
escultura é sempre condicionada à arquitetura e 
todo trabalho é executado sem deixar espaços sem 
uso. As figuras entalhadas têm o tamanho do 
elemento onde foram esculpidas, e os trabalhos de 
superfície acomodam-se no lugar em que ocupam. 
Dessa característica parte também a idéia de 
esquematização.
Outra importante característica é seu caráter 
simbólico e antinaturalista. Não havia a 
preocupação com a representação fiel dos seres 
e objetos. Volume, cor, efeito de luz e sombra, 
tudo era confuso e simbólico, representando 
muitas vezes coisas não terrenas, mas sim 
provenientes da imaginação.
Mas não que isso seja uma constante em todo o 
período. Em algumas esculturas, nota-se a 
aparência clássica, influência da Antigüidade, 
como no Apóstolo, de Saint-Sernin de Toulouse. Capitel da abadia de Cluny
Claustro: parte interior do mosteiro 
capitel: escultura na 
parte superior das 
colunas 
Capitel
Tímpano da Abadia de Saint Pierre
Detalhe
detalhe
Catedral de 
Santa María de 
Seo de Urgell 
(Seu d'Urgell)
Igreja de Santo Isidoro de León
Abóbada de berço é 
uma abóbada 
construída como um 
contínuo arco de 
volta perfeita. 
Sua desvantagem é que havia o 
excesso de peso no teto de 
alvenaria o que causava grandes 
desabamentos, e a pequena 
luminosidade devido as janelas 
pequenas. A abertura de grandes 
vãos causava enfraquecimento da 
estrutura, facilitando ainda mais o 
desabamento.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Single_vault_001.png
a abóbada de aresta consiste 
numa abóbada (construção 
que faz de cobertura côncava
voltada para dentro) formada 
pela intersecção de duas 
abóbadas de berço com a 
mesma flecha. 
Com essa abóbada os construtores 
conseguiram leveza e uma maior 
iluminação.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Groined_vault_001.png
A pintura não se destacou tanto 
quanto a arquitetura nesse período. 
Os principais trabalhos são a 
pintura mural, as iluminuras e as 
tapeçarias. A pintura parietal, ou 
seja, executada nas paredes, era 
dependente da arquitetura, como 
pode-se deduzir, tendo aquela 
somente função didática. Em um 
período em que a grande maioria 
da população era analfabeta a 
pintura era uma forma de 
transmitir os ensinamentos do 
Cristianismo.
Iluminura de São Paulo
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/43/Meister_aus_Halberstadt_001.jpg
O Imperador Carlos 
Magno 
A estilização e o 
alongamento de figuras 
são típicos da pintura 
romanesca.Os 
afrescos, de colorido 
sóbrio e escuros, 
também costumam 
aparecer com 
freqüência. Não é, 
entretanto, regra geral. 
As características essenciais da 
pintura românica foram o colorismo 
e a deformação. A deformação 
traduz os sentimentos religiosos e a 
interpretação mística que os artistas 
faziam da realidade. O colorismo 
realizou-se no emprego de cores 
chapadas, sem preocupação com 
meios-tons ou jogos de luz e sombra, 
pois não havia a menor intenção de 
imitar a natureza.
Pintura de São Justo
Frontal de Urgell
Também o desenvolvimento da ourivesaria foi importante 
nesse período. A exemplo da pintura e da escultura, essa 
arte teve um caráter religioso, tendo por isso se voltado para 
a fabricação de objetos com relicários, cruzes, estatuetas, 
Bíblias e para a decoração de altares. O desenvolvimento da 
ourivesaria está associado diretamente às relíquias, uma vez 
que as Igrejas eram objetos de maior peregrinação, atraindo 
não só fiéis, mas ofertas.

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