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Consulta Médica do Adolescente

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A CONSULTA MÉDICA DO ADOLESCENTE
 
“O adolescente é uma pessoa;
A adolescência é um conceito.”
	Periodo da vida humana onde ocorrem intensas transformações biológicas -principalmente intenso crescimento e desenvolvimento, maturação sexual e consequente transformações emocionais para se adaptar a essas mudanças.Torna-se capaz de procriar, busca sua identidade adulta com novas relações com a familia e grupos, procurando autonomia e independência rumo a vida adulta.
HEBE: deusa da juventude
	OMS- faixa etária entre 10 e 19 anos
	SBP e AMB- área de atuação-abril/1999
	ECA- lei n°8.069 – 13/07/1990: individuo entre 12 e 18 anos. 
 
TAREFAS DA ADOLESCÊNCIA
	Assumir o novo corpo;
	Assumir valores e estilos de vida;
	Escolha profissional;
	Independência econômica.
 
Por que hebiatria?
	Tabu- adolescência-”doença de bom prognóstico”
	Questionamento de valores, novas experiências, testam atitudes, situações de risco que podem ameaçar sua saúde.
	21,84% População brasileira
	 Morbimortalidades específicas
	 acidentes de transporte,
	 homicídios, suicídios,
	 AIDS, gravidez
	Drogas lícitas e ilícitas
CONDIÇÕES BÁSICAS
	 gostar de adolescentes;
	 conhecimento e estar atento as amoções;
	 postura ética ;
	 não julgar ou ser preconceituoso;
	 disponibilidade e acolhida cordial;
	 garantia de confidência e sigilo.
Quem tem medo do adolescente???
	Falta de privacidade na consulta
	Estar desatento, excesso de anotações
	Dirigir-se a mãe 
	Uso de gírias para se aproximar
	Projeção da nossa adolescência
	Assumir papel de juiz
	Conversar sozinho com a familia
	Presunção de que todo adolescente é sadio
	Deixar de falar do sigilo médico
Ética e Sigilo médico
	Reconhecer como individuo progressivamente capaz
	Respeitar individualidade e pudor
	Capaz de avaliar seu problema e solucionar
	Direito de ser atendido sem os pais
	Participação da família é desejável
	Quebra de sigilo deve ser informada e justificada.
LIMITE DA CONFIABILIDADE
	Risco de morte para o paciente ou terceiros:
	 suicídio, doenças, fuga de casa;
	 procedimentos, notificação obrigatória - maus tratos;
	 intenção de abortar;
	 gravidez;
	 uso de drogas;
	 anorexia e bulimia nervosa;
	 ferimentos de cunho criminoso, atos violentos;
	 ameaça de homicídio.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
 
Capítulo IX – Segredo Médico – artigo 103:
“É vedado ao médico: revelar segredo profissional referente a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou responsáveis legais, desde que o menor tenha a capacidade de avaliar seu problema e de conduzir-se por seus próprios meios para solucioná-los, salvo quando a não revelação possa acarretar danos ao paciente”. 
Por que o adolescente vem a consulta?
	queixas físicas, reais ou imaginárias;
	dificuldades de ajustamento social na escola, no trabalho, com companheiros,
	transtornos de conduta;
	mau rendimento escolar;
	dificuldades na área da sexualidade,
	queixas psicológicas- preocupações, angústias, distúrbios do sono, da alimentação, do humor.
Anamnese
	O que gosta de fazer nas horas de folga?
	 O que mais gosta e o que menos gosta na escola?
	 É praticante de esportes competitivos?
	 Que sonhos e desejos têm para o futuro?
 itens da anamnese
	Família: estrutura e dinâmica familiar;
	Educação: escolaridade, problemas;
	Trabalho: profissão, horas, problemas;
	Alimentação: tipo, alergias, peso;
	Sexualidade: puberdade, atividade sexual, dúvidas, tabus, preconceitos;
	Afeto: relacionamentos, filhos;
	Ambições: projetos futuros - vida e profissão;
	Uso/abuso de drogas lícitas/ilícitas;
	Pensamento ou tentativa suicídio.
Exame físico
	Roupões-pudor, despir
	Privacidade-porta fechada
	Presença dos pais ou enfermagem
	Maca de tamanho adequado
 EXAME FÍSICO-Nem sempre é possível fazê-lo completo na 1ª consulta!
Itens obrigatórios
	 Estágio de desenvolvimento puberal-critérios de Tunner;
	 Avaliação do estado nutricional-IMC, Peso, altura;
	 Inspeção o mais completa possível-saúde bucal, pele e mucosas ;
	Coluna vertebral;
	Mamas;
	Tireóide;
	PA;
	Genitais.
Critérios de Tunner
objetivos
	Promoção à saúde integral
	Identificar comportamentos de risco
	Síndrome da adolescência normal
	Verificar imunização
	Desenvolver vínculos para o diálogo
Queixas frequentes:
	Obesidade
Ingesta excessiva
Hábitos familiares inadequados
Sedentarismo
Geração fastfood
Consumo de doces e guloeimas
Risco cardiovascular
	Historia familiar positiva
	HAS
	Dislipidemias
	Diabete melitus
	Tabagismo
	Estresse emocional.
Olhos, ouvidos e boca
ACUIDADE VISUAL
	Dificuldade escolar- erros de refração
	cegueira
	Miopia -25% dos adolescentes entre 12 e 17 anos
ACUIDADE AUDITIVA
Deficit neurossensoriais – ruidos elevados
Uso de drogas ototoxicas
EXAME DENTÁRIO
Patologias periodontais
Cáries
Distúrbios da ATM
ANEMIAS
	Ferropriva- rápida expansão do volume, hábitos nutricionais perdas menstruais;
	Falciforme- jovens negros e mestiços;
Doenças psicosocias
	Depressão
	Bulimia
	Anorexia nervosa
CAUSAS GINECOLÓGICAS
	Ciclos irregulares-ovulação irregular-imaturidade liberação(FSH)
	Dismenorréias
	Vulvovaginites
	HPV
OUTRAS
	Ginecomastia- 50% dos adolescentes; vergonha,tabu- masturbação
	Enxaqueca- 10% meninas 5% meninos
	Doença de Osgood Schlatter-osteocondrose mais frequente acomete tuberosidade anterior da tibia.
	Dor torácica-anterior- dor da faixa dos 6 dermátomos
 posterior- lombalgia- escoliose
	Mononucleose infecciosa- maior incidência 15-19 anos
	DST-AIDS
lembrar
 os adolescentes costumam construir no imaginário, hipertrofias deformadoras de suas dificuldades, demandando gastos inúteis de energia, sofrimento e conseqüências catastróficas para si próprios.
DIFICULDADES
	recusa em comparecer a consulta;
	confundir hebiatra como psicologo;
	 dificuldades ou recusa em verbalizar os problemas;
	 comunicação extraverbal – gestos, olhares, atitudes;
	 receio de que a consulta sirva para descoberta de “segredos” pelos pais;
	 recusa em cumprir prescrições e de retornar às consultas e seguimentos.
Consideração final
	A maior habilidade de um médico de adolescente é não se deixar manipular neste jogo de tensões e busca de alianças que constitui o relacionamento de pais e filhos na crise puberal.

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