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CONTROLE DA LOCOMOÇÃO Dra. Carolina R. A. Silveira Carolina.Silveira@sjhc.london.on.ca REF0016 – Controle Motor mailto:Carolina.Silveira@sjhc.London.on.ca ■ Doutorado em Cinesiologia/Neurociencia: Universidade de Wateloo, Canada • Efeitos do exercicio fisico na cognicao de individuos com doenca de Parkinson ■ Coordenadora de Pesquisa em Neurologia Cognitiva: Parkwood Institute, Canada ■ Graduacao em Educacao Fisica e Mestrado em Ciencias da Motricidade: UNESP, Rio Claro • Controle visual da locomocao na doenca de Parkinson (dicas visuais e locomocao em ambientes confinados) Objetivos de Aprendizagem ■ Definir os requerimentos principais da locomocao ■ Descrever as fases do andar e suas sub-fases ■ Compreender as contribuicoes neurais para o controle do andar ■ Definir e exemplificar estrategias de adaptacao do andar Shumway-Cook, A., Woollacott, M. H. (2023), Rachwani J., Santamaria V. Motor control: translating research into clinical practice. 6th edition, Wolters Kluwer, Philadelphia. MOBILIDADE “Habilidade de se mover com independencia e seguranca de um lugar ao outro” Requerimentos essenciais da locomocao ■ Progressao – Garantida atraves de um padrao locomotor basico que produz e coordena padroes ritmicos de ativacao muscular das pernas, tronco e bracos para movimentar o corpo na direcao desejada. – Iniciar e terminar a locomocao, assim como guiar a locomocao em direcao a pontos finais que nao sao sempre visiveis. ■ Controle Postural – Organizacao de sistemas multiplos no corpo para atingir ambos orientacao e estabilidade. – Orientacao envolve alinhar os seguimentos do corpo entre si assim como em relacao ao ambiente para atingir os requerimentos da locomocao sob todas as tarefas e condicoes ambientais. – Estabilidade envolve controlar o centro de massa em relacao a base de suporte movel e inclui tres aspectos: estado constante, reativo e controle postural antecipatorio. Controle do equilibrio em estado constante Manutencao da orientacao e da estabilidade do andar em condicoes de velocidade constante Controle reativo do equilibrio Recuperacao da estabilidade apos uma perturbacao inesperada ao centro de massa durante o andar Controle antecipatorio do equilibrio Inclui ativacao muscular para contrabalancear forcas de desestabilizacao internas ou externas ■ Adaptacao – Estrategias usadas para garantir a progressao e o controle postural do andar sob condicoes da tarefa e do ambiente que mudam constantemente Caracteristicas do andar livre Figura 12.3B, Pag. 336 § Um ciclo corresponde a duracao de uma passada (0.98s a 1.07s) § Duas fases: Apoio (60%) e Balanco (40%) Figura 12.5 pag. 340 Apoio: sub-fases Contato inicial (toque do calcanhar) Resposta a carga (apoio completo) Apoio medio Apoio terminal (elevacao do calcanhar) DUPLO SUPORTE SUPORTE SIMPLES Nota: descricao baseada na perna direita Balanco: sub-fases Figura 12.5 pag. 340Nota: descricao baseada na perna direita Balanco inicial (elevacao dos dedos) aceleracao Balanco medio Balanco terminal Figura 12.3A, Pag. 336 § Paramentros espaciais e temporais em adultos jovens (valores aproximados): Velocidade (1.46m/s) Comprimento do passo (76.3cm) Cadencia (112.5 passos por minuto) § A velocidade do andar mais confortavel ou preferida pelo individuo esta associada a um gasto energetico minimo § Medidas de assimetria e variabilidade sao comumente utilizadas na avaliacao em populacoes com desordens do andar Pieruccini-Faria et al., 2021 Mecanismos neurais de controle do andar Figura 12.12, Pag. 351 Sistema locomotor espinhal § Gerador central de padrao (GCP) – Responsavel pelo controle dos movimentos ritmicos basicos da locomocao – Principios: 1) Cada membro e controlado por seu proprio GCP 2) GCPs tem dois grupos de inter-neuronios excitatorios (half-centers) que controlam a atividade de neuronios motores associados a flexao e a extensao 3) Conexoes inibitorias entre os inter-neuronios permite que apenas um centro seja ativado de cada vez 4) Um mecanismo de fadiga gradualmente reduz a excitacao no grupo de inter-neuronios ativos permitindo uma mudanca de fase quando a reducao da excitabilidade de um grupo de inter-neuronios cai abaixo de um valor critico e o grupo oposto e liberado da inibicao 5) Inibicao de neuronios motores agonistas e antagonistas e altamente acoplada Adaptado de Ryu & Kuo 2021 – Uma das evidencias da existencia do GCP em humanos, e proveniente da pesquisa com recem- nascidos, que exibem o padrao do passo apesar dos circuitos descendentes do cerebro nao estarem desenvolvidos; alem disso, recem-nascidos tem respostas reflexivas a perturbacoes durante a locomocao “Bebes em Foco” (trailer portugues) https://www.youtube.com/watch?v=r84o-RQ0DAY “Babies: First Steps” (em ingles) https://www.youtube.com/watch?v=p1otGt99Rec https://www.youtube.com/watch?v=r84o-RQ0DAY https://www.youtube.com/watch?v=p1otGt99Rec ■ Tronco cerebral, cerebelo e nucleos da base – Animais “decerebrados” iniciam a locomocao se uma estimulacao eletrica e aplicada na regiao locomotora mesencefalica do tronco cerebral – Neuronios na regiao locomotora mesencefalica ativam a formacao reticular medial que subsequentemente ativa o sistema locomotor espinhal – Participam do apoio do peso e da propulsao ativa da locomocao – O cerebelo recebe feedback sensorial das vias aferentes de receptores sensoriais relacionados a locomocao e envia sinais modulatorios para o tronco cerebral que sao encaminhados ao sistema locomotor espinhal para o refinamento do padrao locomotor de acordo com os requerimentos da tarefa – O circuito envolvendo nucleos da base-tronco cerebral-medula espinhal contribui para o controle automatico da locomocao. Quando os nucleos da base sao incluidos, um estimulo externo para gerar o padrao locomotor nao e mais necessario Vias descendentes ■ Cortex – Critico para a adaptacao do andar – Quando o cortex e preservado, a visao tem um papel importante na modulacao da resposta locomotora – Modificacoes intencionais do andar requerem programacao em areas pre-motoras – Hipocampo participa do mapeamento do ambiente – Cortex parietal promove uma representacao metrica do espaco tri-dimensional – Cortex frontal participa do controle da locomocao direcionada a um objetivo Locomocao adaptativa ■ Adaptacao do andar envolve estrategias usadas para garantir ambos requerimentos de progressao e controle postural de acordo com as mudancas na tarefa e no ambiente. – Adaptar a progressao envolve modificar as estrategias de geracao de forca para mover o corpo na direcao desejada. – Adaptacao do controle postural envolve o uso de ambas estrategias de controle do equilibrio reativas e antecipatorias. Controle reativo do equilibrio no andar ■ Ajustes compensatorios posturais automaticos sao integrados no ciclo do passo durante a recuperacao de uma perturbacao inesperada do andar. ■ Perturbacao que simula um escorregao, leva a incorporacao de respostas posturais automaticas apropriadas em diferentes fases do ciclo do passo. ■ O movimento dos bracos tambem e usado na recuperacao do equilibrio para contrabalancear o movimento do centro de massa ou como protecao (agarrar o corrimao ou amortecer o impacto). Estrategia de elevar Estrategia de abaixar Figuras 12.8 e 12.9 pag. 345 Controle antecipatorio (proativo) do equilibrio no andar ■ Estrategias de controle antecipatorias ou proativas sao usadas para modificar e adaptar o andar de duas maneiras diferentes: predicao e estrategias guiadas pela visao. – Predicao e usada para minimizar forcas que desestabilizam o corpo geradas pelo proprio movimento – Estrategias guiadas pela visao sao implementadas em resposta a possiveis ameacas no ambiente (ex: obstaculos, tipo de superficie, etc. ) ■ Ultrapassagem de obstaculos – Minimizar mudancas no deslocamento medio- lateral durante a ultrapassagem de obstaculos pode refletir uma estrategia de individuos saudaveis para mantero centro de massa dentro de limites de seguranca para o controle do equilibrio. – Idosos com problemas de equilibrio parecem ter mais dificuldade de controlar o deslocamento medio-lateral do centro de massa durante a ultrapassagem de obstaculo. – A decisao de ultrapassar ou contornar o obstaculo e influenciada pela razao entre o tamanho do obstaculo e o tamanho corporal (risco de contato) – Caracteristicas do obstaculo tambem influenciam estrategias (ex: fragilidade) ■ Adaptacao a surperficies – Em antecipacao a uma superficie escorregadia, individuos reduzem a duracao da fase de apoio e velocidade de recebimento da carga corporal no pe de apoio, diminuem o comprimento do passo, reduzem a velocidade no contato do calcanhar. Como a adaptabilidade do andar pode ser estimulada atraves da atividade fisica? Quais sao possiveis consequencias da reducao na capacidade de adaptacao do andar?
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