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Teorias da Personalidade

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As perspectivas das teorias da personalidade abordadas na atualidade
Alexandre Gomes Rodrigues
 
O construto de personalidade 
O estudo da personalidade na Psicologia teve um início expressivo e estruturado graças aos estudos de Allport na década de 1930. 
Para a maioria dos autores, o conceito de personalidade se caracteriza por representar um padrão de funcionamento individual que pode combinar um grupo de traços específicos com relativa estabilidade. Esses traços, por sua vez, são apresentados de forma recorrente e consistente pelas pessoas diante das demandas do cotidiano.
Mas o estudo da personalidade vai além da definição de traços. Ele implica o entendimento da dinâmica e dos mecanismos que permitem compreender o desenvolvimento de uma estrutura e a sua manutenção.
INATISMO E Ambientalismo: uma discussão presente na psicologia 
A abordagem inatista: ela, na verdade, atesta que tais capacidades são herdadas geneticamente e não aprendidas ou seja, os indivíduos nascem com seu destino predeterminado.
Concepção ambientalista tem sua expressão máxima na abordagem behaviorista ou comportamentalista, segundo a qual tudo é aprendido por meio de condicionamento.
AS TEORIAS DA PERSONALIDADE: 
TENDÊNCIAS INATAS E A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE
Para a Psicanálise, a personalidade é descrita por meio da construção de instâncias que estão em constante conflito: id, ego e superego. Freud afirma que todos nós nascemos dominados pelo id, estrutura inata que funciona como um reservatório das pulsões.
O superego funciona como a instância moral, introjetada a partir das leis da cultura, enquanto o ego é o mediador entre ego e superego. Pode-se dizer que o papel do ego é mediar as tendências primitivas, que são inatas, e as normas criadas na cultura, o que seria um processo de fora para dentro.
Para o behaviorismo, apenas os instintos básicos são herdados: todo o resto é adquirido. 
Até preferências e desejos são explicados como o resultado do  condicionamento. 
Em relação aos teóricos neoanalistas, não há dúvidas sobre sua ênfase no ambiente, já que eles consideram que o indivíduo é fruto do meio. 
Alfred Adler afirma o interesse social como um fator preponderante para um psiquismo saudável e ressalta que construímos nossa personalidade na interação social. 
Para Karen Horney, o ambiente é crucial para que o self verdadeiro seja construído e para a realização das potencialidades de cada um. 
Harry Stack Sullivan, por sua vez, afirma que não será possível tomar o ser humano como um objeto de estudo se não considerarmos a interação social. 
Erich Fromm, por fim, explica a orientação de caráter como produto da  interação com o meio. 
   O termo “orientação de caráter” descreve a forma do indivíduo relacionar-se com o mundo, constituindo a base de ajustamento dele à sociedade. Fromm, nesse contexto, distingue o caráter individual do social, conforme é possível verificar a seguir:
Caráter individual
O caráter individual é aquilo que diferencia uma pessoa do resto dos membros da mesma cultura. Ele decorre da personalidade dos pais e da forma de educação, englobando fatores biológicos, psíquicos e de temperamento. O caráter individual revela, portanto, a forma própria com que uma pessoa percebe o mundo.
Caráter social
O autor considera o caráter social um denominador comum entre as características intrínsecas ao indivíduo e à sua cultura. Não se trata de algo fixo e imutável; na verdade, ele revela um padrão por meio do qual o indivíduo reage às imposições e às oportunidades externas presentes na sociedade.
Fromm ainda divide as orientações de caráter social em produtiva e improdutiva.
A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE NO DESENVOLVIMENTO DE ORIENTAÇÕES DE CARÁTER SEGUNDO FROMM
ORIENTAÇÃO RECEPTIVA: Nessa orientação, a pessoa se torna dependente da ajuda do outro, diminuindo a participação da própria atividade e esperando que tudo seja feito pelos outros.
ORIENTAÇÃO EXPLORADORA: A premissa básica é a percepção de que a capacidade produtiva está no meio externo, e não em si mesmo. Entretanto, na orientação exploradora, a pessoa não espera receber coisas dos outros, e sim tomá-las.
ORIENTAÇÃO ACUMULATIVA: Caracteriza-se pela percepção do mundo externo como ameaça. A postura do indivíduo, em termos econômicos, é a de acumular o máximo e gastar o mínimo. As relações interpessoais são atravessadas pela desconfiança. Enquanto a posse significa segurança, a intimidade é prejudicada pela falta de confiança.
ORIENTAÇÃO MERCANTIL: O indivíduo percebe a si mesmo como mercadoria. Identificam-se ainda os objetos de consumo tão valorizados no sistema capitalista. 
A autoestima, nesse caso, depende do valor que lhe atribuem de fora para dentro.
Trata-se de uma orientação em que a personalidade precisa estar na moda, tal qual os produtos na sociedade de consumo.
ORIENTAÇÃO PRODUTIVA: Ser produtivo, nesse contexto, significa ser frutífero para si mesmo, desenvolvendo traços próprios de personalidade e capacidade criativa. Não se trata de uma concepção mercadológica que embasa a produção em massa voltada para a sociedade de consumo.
O caráter de um indivíduo é a mistura de algumas dessas orientações. Erich Fromm considera, entretanto, que uma delas costuma ser a dominante a partir da qual o homem adotará uma postura preponderante nas relações interpessoais.
A IMPORTÂNCIA DA ESFERA INTERPESSOAL NA TEORIA DE SULLIVAN 
OS NEOaNALISTAS E O INATISMO
Os autores neoanalistas aqui estudados não deixam de considerar as tendências inatas que fazem parte do movimento humano.
Alfred Adler – dá enfâse no desamparo infantil para explicar o sentimento de inferioridade.
Karen Horney fala sobre a tendência para o desenvolvimento saudável
Harry S. Sullivan, apesar da ênfase na interação social em cada fase do desenvolvimento, fala em necessidades que precisam ser atendidas.
Erich Fromm critica a sociedade construída a partir da era industrial, pois acredita que seus valores afastam o homem de sua potência genuína e criativa.
FRIEDMAN, H.; SCHUSTACK, M. Teorias da personalidade: da teoria clássica à pesquisa moderna. São Paulo: Pearson, 2003.
HALL, C.; LINDSAY, G.; CAMPBELL, J. Teorias da personalidade. São Paulo:  Artmed, 1999.
Sala de aula virtual: https://sia.estacio.br. > Acesso em 21 de outubro de 2023.
REFERÊNCIAS bibliográficas: 
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