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Daseinsanálise 1 📄 Daseinsanálise É uma teoria que nasce da filosofia de Heidegger, principalmente do seu livro “Ser e Tempo”. Teve a participação dos psiquiatras Biswanger e Boss. “Dasein” significa “ser ali”, ou seja, o ser que é lançado ao mundo. Trabalha com esse conceito de que nós e nossa existência somos lançados ao mundo, e que o ser humano é um ser sem chão, um ser de falta, um ser em vazio existencial. Trabalha com o conceito de liberdade sartriana e o daseinsanalista vai trabalhar a angústia do paciente de estar lançado ao mundo. A daseinsanálise considera que somos seres livres, lançados ao mundo com muitas possibilidades, porém somos seres de falta e sofremos por isso. A daseinsanálise recebe influência das ideias de fenomenologia de Husserl, o terapeuta dasein trabalha com a fenomenologia da mesma forma do livro O Paciente Psiquiátrico (2000). Usa-se o conceito da consciência intencional. Uma das principais ideias é que o ser humano e sua existência é complexa, não pode ser determinada por fatores sociais, biológicos (como nas teorias naturalistas) ou psíquicas (Freud). É a HERMENÊUTICA, somos complexos demais e somos muito mais do que só matéria, temos uma consciência intencional. Na ideia de que somos complexos, implica muitas outras coisas além de se negar os determinismos na teoria. Uma pessoa quando é determinada apenas por uma característica dela ou quando é objetificada, pode adoecer, porque não somos aquilo, somos muito mais. O que o daseinsanalista vai fazer é ajudar a pessoa a se apropriar desse vazio, se permitir sentir a angústia e sofrer, para conseguir superar isso e retomar a si e a sua liberdade, se ver lançado ao mundo de muitas possibilidades, se sentir capaz. É visto como um facilitador, ajuda a pessoa a ampliar quem ela é no mundo. A daseisanálise rompe com a dicotomia entre o ser e o mundo, ambos estão conectados Angústia: é quando o ente se encontra com a possibilidade de não poder mais ser, fica desamparado. “Estou desamparado, agora o que eu vou fazer da minha vida?” Daseinsanálise 2 Ontológico: chama-se de ontológico, todas as estruturas básicas do ser e do mundo, como o corpo, a mente, os objetos, a natureza, as notas musicais, tintas etc. São todas as coisas que te possibilitam viver, que você vai fazer escolhas diante disso Estruturas ontológicas do ser (são 11): corpo; mente; compreensão; disposição afetiva; angústia; temporalidade; sujeição (se submeter ou não); cuidado e cura; culpabilidade; espacialidade; historicidade. Isso é o que todo mundo tem, é o básico. Ôntico: É como você usa, o que você escolhe fazer ou deixar de fazer com as estruturas básicas. Exemplo: uma música é ôntica, mas o artista pegou as notas musicais e sua voz que são ontológicas para fazer. Ao escutar a música, você escuta a estrutura ontológica, mas se relaciona com a parte ôntica da música. O ser humano é um ente, é algo que se diferencia de todos os outros entes porque é um ente que tem a capacidade de sonhar, é um ser de possibilidades. Somos seres finitos e em contínua construção, isso é característico nosso. A existência é feita de possibilidades, e a morte é a última possibilidade. A morte é uma possibilidade que limita o ser, é uma possibilidade que não pode ser superada. A forma que a pessoa se relaciona com a morte é o que torna possível sua autenticidade. A daseinsanálise busca trazer o encontro, ou o reencontro com a expressão do seu modo de sentir. Busca-se recordar, que no latim significa trazer de volta ao coração, é se reconectar para sair do desamparo. E para isso, precisa-se suportar a angústia de ser um ser de falta. É devolver ao paciente sua liberdade O psicólogo que trabalha com a dasein tem postura e características de relação terapeuta-cliente similares aos outros psicólogos da fenomenologia. Ele deve respeitar profundamente o paciente, aceitar ele incondicionalmente, considerar o que ele fala, suspender seus valores, ter empatia, etc. Todos esses itens que possibilitam criam uma atmosfera de confiança e afeto que torna possível a melhora do paciente Na daseinsanálise, as patologias são vistas como a perda da liberdade, quando a pessoa coisifica ela própria, e por isso é necessário que ela reconecte com ela mesma novamente, se aproprie de si e de sua existência.
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