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Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 100(2):116-122, 30 de junho de 2010
ROCHA
Diferença entre dois métodos de coleta utilizados na captura de
crustáceos decápodes em um rio da Estação Ecológica
Juréia-Itatins, São Paulo
Sérgio Schwarz da Rocha
Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, 44380-000 Cruz das Almas, BA,
Brasil. (ssrocha@ufrb.edu.br)
ABSTRACT. Differences between two methods used for sampling decapod crustaceans in a stream at Juréia-Itatins
Ecological Station, state of São Paulo, Brazil. Sampling collections were taken quarterly from Fall 2000 to Summer 2001 at Juréia-
Itatins Ecological Station using two different sampling methods (hand sieve and traps). Comparing both sampling methods one can verify
differences in faunal composition, richness, degree of dominance, evenness and size and number of individuals. Moreover, the sex ratio
of Macrobrachium acanthurus (Wiegmann, 1836) may differ according to the sampling method. Decapod crustaceans are known to
inhabit a great variety of habitats and niches, therefore to obtain an effective qualitative and/or quantitative sampling, in which the
majority of decapod species are collected, the use of more than one sampling method is recommended.
KEYWORDS. Decapoda, Palaemonidae, Atyidae, Grapsidae, ecology.
RESUMO. Durante os anos 2000 e 2001 foram realizadas coletas sazonais de crustáceos decápodes em dois pontos de um rio na Estação
Ecológica Juréia-Itatins, utilizando-se duas metodologias distintas (peneira e armadilha). Comparando-se ambos os métodos de coleta,
foram constatadas diferenças quanto à composição e riqueza da carcinofauna capturada, grau de dominância e equitatividade, bem como
tamanho e número de indivíduos coletados. Além disso, as razões sexuais de Macrobrachium acanthurus (Wiegmann, 1836) podem
diferir dependendo do método de coleta utilizado. Devido à grande variedade de hábitats e hábitos dos crustáceos, pode-se inferir que, para
um levantamento qualitativo e/ou quantitativo eficaz e apurado da comunidade de crustáceos decápodes dulcícolas de um determinado rio,
é recomendado o uso de mais de um método de coleta.
PALAVRAS-CHAVE. Decapoda, Palaemonidae, Atyidae, Grapsidae, ecologia.
Os crustáceos habitam uma grande variedade de
hábitats marinhos, dulcícolas e terrestres, nos quais
vivem em vários micro-hábitats, desempenhando diversas
funções existentes na cadeia trófica. No ambiente de água
doce, por exemplo, existe uma zonação da fauna de
crustáceos decápodes relacionada a características
ambientais (temperatura da água, velocidade da corrente,
composição do leito do rio) e aos vários recursos (detritos
orgânicos, matéria animal, matéria vegetal, fitoplâncton,
zooplâncton) explorados pelas diferentes espécies ao
longo das fases de vida de seus indivíduos (CHACE &
HOBBS, 1969; ABELE & BLUM, 1977; HOBBS & HART, 1982;
BOND-BUCKUP & BUCKUP, 1989; TEIXEIRA & SÁ, 1998;
MÜLLER et al., 1999).
Devido a esta heterogeneidade de hábitats e
nichos, há uma variedade de métodos de captura para
esses animais, entre os quais se destacam armadilhas
tipo covo e pitfall, peneiras, puçás, redes, coleta manual
e choque elétrico (ABELE & BLUM, 1977; FIEVET et al.,
1996; CREWE et al., 2001; GARCIA et al., 2003; JOHNSON,
2003; ROCHA & BUENO, 2004; MOSSOLIN et al., 2006).
Comparações entre metodologias de coleta são
importantes para elucidar questões referentes às
metodologias de captura mais eficientes para determinado
grupo zoológico, fornecer informações sobre o tipo de
fauna amostrada em cada uma das metodologias, à
abundância relativa, à proporção e tamanho dos
indivíduos, ou ainda detectar vícios de amostragem
(MONTAGUE, 1980; FIEVET et al., 1996; MAYFIELD et al.,
1999; HYVÖNEN & NUMMI, 2000; CREWE et. al., 2001; GARCIA
et al., 2003; JOHNSON, 2003).
Diferenças na proporção de indivíduos e
composição faunística relacionadas a diferentes
metodologias de coleta já foram enfatizadas por outros
autores. HYVÖNEN & NUMMI (2000) demonstraram que a
proporção de invertebrados (principalmente,
Chironomidae, Bivalvia, Cladocera e Dytiscidae) de água
doce capturada em lagos da Finlândia varia conforme o
método de coleta empregado. GARCIA et al. (2003)
verificaram que existe diferenças significativas no número
total de indivíduos, número total de jovens e adultos e
número de machos e fêmeas de talassinídeos,
dependendo da metodologia de captura utilizada. ALVES
& STRIXINO (2003) verificaram que a estrutura e composição
da comunidade macrobentônica obtida através de
bandejas de espera e pegadores Ekman apresentaram
pouca similaridade e diferentes densidades e
abundâncias, sugerindo que tais métodos de coleta
gerariam informações diferentes sobre a estrutura da biota
de um lago em São Paulo. Da mesma forma, SILVA et al.
(2005) compararam a eficiência de amostradores
qualitativos e quantitativos na amostragem da fauna
macrobêntonica do rio das Almas, em Goiás, concluindo
que as técnicas de coleta qualitativas utilizadas
subestimaram a riqueza e a composição faunística da
comunidade. Dentre os estudos com crustáceos pode-se
destacar BUENO et al. (2003) que concluíram que o
amostrador Surber não é adequado para amostrar
crustáceos anomuros do gênero Aegla Leach, 1820
presentes em grande quantidade em arroios da região do
município de São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul.
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Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 100(2):116-122, 30 de junho de 2010
Diferença entre dois métodos de coleta utilizados na captura...
O objetivo deste trabalho é demonstrar que duas
metodologias largamente utilizadas na captura de
crustáceos decápodes de água doce (peneira e
armadilhas) amostram indivíduos com hábitos de vida
distintos, que vivem em diferentes micro-hábitats, em
proporções sexuais e tamanhos diferentes e que podem
ou não ser da mesma espécie.
MATERIAL E MÉTODOS
As espécies utilizadas neste trabalho foram obtidas
em dois pontos de um rio de nome desconhecido, na
Estação Ecológica Juréia-Itatins (Fig. 1). Ambos os pontos
pertencem a um mesmo rio e estão separados por
aproximadamente 200 m. Apesar da curta distância que
os separa, eles apresentavam micro-hábitats muito
distintos e por esta razão foram selecionados. O primeiro
ponto (24°23’09’’S, 47°01’07’’W) possuía substrato
rochoso, forte correnteza e profundidade não
ultrapassando 50 cm; em alguns locais onde o fluxo de
água era menos intenso, formavam-se remansos onde se
acumulava grande quantidade de matéria orgânica
(principalmente folhas); nas margens havia Mata
Atlântica, com grande variabilidade de estratos, mas não
havia vegetação marginal parcialmente submersa. No
segundo ponto (24°23’05’’S, 47°01’08’’W) o substrato
era arenoso, a correnteza mais fraca e havia profundidades
que chegavam a 1,20 m. Em alguns pontos do leito do rio
acumulava-se grande quantidade de matéria vegetal em
decomposição, advinda da Mata Atlântica que o
margeava; nas margens havia grande acúmulo de
vegetação parcialmente submersa.
As coletas foram realizadas sazonalmente,
preferencialmente na metade da estação, durante os anos
2000 e 2001. Ao todo foram realizadas oito amostragens
em cada um dos pontos de coleta, utilizando-se peneiras
e armadilhas para capturar os crustáceos decápodes. No
ponto 1, os crustáceos escondidos debaixo de pedras e
seixos no leito do rio eram inicialmente desalojados
(remoção do abrigo) e em seguida capturados com a
peneira. Já no ponto 2, onde havia vegetação marginal, a
peneira era passada vigorosa e rapidamente em
movimentos ascendentes por entre a vegetação marginal
parcialmente submersa. Além disso, em ambos os pontos,
amostras de folhas acumuladas eram rapidamente
coletadas para posterior triagem dos crustáceos em
bandejas no próprio local. A fim de padronizar o esforço
de captura durante as amostragens com peneiras foi
estabelecida a utilização de um coletor durante 30 min.
No segundo método, cinco armadilhas do tipo covo
(dimensões 25 cm x 50 cm x 20 cm), iscadas com corações
de frango, foramdistribuídas aleatoriamente em cada
ponto de amostragem no final do período da tarde de um
dia e recolhidas nas primeiras horas da manhã do dia
seguinte. Ao todo as armadilhas permaneceram submersas
por um período de aproximadamente 14 h em cada uma
das oito amostragens realizadas.
Os animais capturados eram imediatamente fixados
em álcool 70% e acondicionados em frascos plásticos.
Em laboratório, os animais foram identificados com base
nas chaves dicotômicas de VILLALOBOS (1959) e HOBBS &
HART (1982) para camarões carídeos da família Atyidae;
HOLTHUIS (1952) para camarões carídeos da família
Palaemoidae; e MELO (1996) para caranguejos Grapsidae.
Além destes trabalhos, foram consultadas outras
publicações (GENOFRE & LOBÃO, 1978; KENSLEY &
WALKER, 1982; MELO et al., 1988; OSTROVSKI et al., 1996)
contendo descrições de novas espécies não
contempladas nas chaves de identificação dos trabalhos
mencionados acima. Lotes representativos das espécies
coletadas foram depositados no Museu de Zoologia da
Universidade de São Paulo e os respectivos números de
registro estão disponíveis em ROCHA & BUENO (2004).
Um paquímetro digital (precisão 0,01 mm) foi
utilizado para registrar o tamanho dos animais capturados.
Para as espécies de camarões de maior porte, como
palemonídeos e atiídeos, considerou-se o comprimento
da carapaça (da margem pós-orbital até a margem posterior
da carapaça); no caso de espécies de camarões de menor
porte, como aqueles do gênero Potimirim Holthuis, 1954,
optou-se por medir o comprimento total (da ponta do
rostro até a margem posterior do télson); no caso de
caranguejos mediu-se a maior largura da carapaça.
Todos os exemplares coletados tiveram o sexo
determinado com base em caracteres sexuais específicos.
Em camarões carídeos observou-se a presença (machos)
ou ausência (fêmeas) do apêndice masculino, localizado
no segundo par de pleópodes. A condição ovígera também
serviu para o reconhecimento imediato de fêmeas em
camarões carídeos. No caso dos caranguejos, os critérios
utilizados foram: o formato do abdômen (arredondado
nas fêmeas e mais estreito nos machos) e a presença de
gonópodes (machos) ou pleópodes (fêmeas) na região
abdominal (BUCKUP & BOND-BUCKUP, 1999).
Os dois métodos de coleta descritos foram
comparados, quanto a aspectos ecológicos (riqueza,
dominância, equitatividade), proporções entre machos e
fêmeas e tamanho dos indivíduos coletados. Para verificar
diferenças significativas entre as proporções de machos
e fêmeas em relação ao método de coleta utilizou-se o
teste χ2 (qui-quadrado). Para a comparação estatística do
Figura 1. Mapa do sul do estado de São Paulo, com destaque à bacia
hidrográfica do Ribeira de Iguape e localização dos pontos de coleta
(ponto preto) na Estação Ecológica Juréia-Itatins, SP.
49 W
o
23 S
o
Divisa estadual
São Paulo Limite da bacia do Ribeira
49 W
o
25 S
o
Paraná
46 W
o
25 S
o
Oceano Atlântico
23 S
o
46 W
o
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tamanho dos indivíduos, foi aplicado o teste de Mann-
Whitney (uma vez que o teste de Shapiro-Wilk não
detectou distribuição normal nas amostras comparadas)
calculado através do programa PAST (HAMMER et al.,
2001), o qual também foi utilizado para o cálculo dos
índices de riqueza, dominância e equitatividade. Espécies
de decápodes capturadas pelos dois métodos de coleta e
em número minimamente suficiente para a realização de
análises estatísticas foram selecionadas para a
comparação de tamanho e proporção sexual por método
de coleta. Todas as análises estatísticas foram baseadas
em ZAR (1996) e realizadas com nível de significância de
95%.
RESULTADOS
No ponto 1, a coleta feita com peneira amostrou
quatro espécies de camarões, duas delas sendo da família
Atyidae, Atya scabra Leach, 1815 e Potimirim glabra
(Kingsley, 1878), e outras duas da família Palaemonidae,
M. acanthurus (Wiegmann, 1836) e M. olfersi (Wiegmann,
1836). Por outro lado, nas coletas utilizando-se armadilhas
houve captura de três espécies de palemonídeos, M.
acanthurus, M. olfersi e Macrobrachium carcinus
(Linnaeus, 1758) (Tab. I).
Já no ponto 2 foram capturados exemplares dos
camarões M. acanthurus, M. olfersi, Palaemon
pandaliformis (Stimpson, 1871), Potimirim glabra e do
caranguejo Pachygrapsus transversus (Gibbes, 1850) em
coletas realizadas com peneira, enquanto que, com o uso
de armadilhas, foram amostrados somente exemplares de
M. acanthurus, M. olfersi e Palaemon pandaliformis
(Tab. II).
Tabela I. Espécies coletadas com peneira e armadilha em rio sem nome (ponto 1) (24°23’09’’S, 47°01’07’’W) da Estação Ecológica
Juréia-Itatins, SP (M, machos; F, fêmeas; N total, número total de indivíduos; T.M. (M), tamanho médio dos machos em milímetros (±
desvio padrão); T.M. (F), tamanho médio das fêmeas em milímetros (± desvio padrão)).
Método de coleta Espécie M F N total T.M. (M) T.M. (F)
Peneira Atya scabra 8 11 19 13,6 (± 4,2) 11,5 (± 3,4)
Potimirim glabra 563 258 821 14,0 (± 1,4) 17,2 (± 2,2)
Macrobrachium olfersi 11 21 32 12,4 (± 5,0) 10,7 (± 2,4)
Macrobrachium acanthurus 10 7 17 11,0 (± 5,3) 9,6 (± 1,4)
Armadilha Macrobrachium acanthurus 34 12 46 18,6 (± 8,7) 10,0 (± 2,7)
Macrobrachium olfersi 65 85 150 14,7 (± 4,0) 11,9 (± 2,3)
Macrobrachium carcinus 0 1 1 31,2
Tabela II. Espécies coletadas com peneira e armadilha em rio sem nome (ponto 2) (24°23’05’’S, 47°01’08’’W) da Estação Ecológica
Juréia-Itatins, SP (M, machos; F, fêmeas; N total, número total de indivíduos; T.M. (M), tamanho médio dos machos em milímetros (±
desvio padrão); T.M. (F), tamanho médio das fêmeas em milímetros (± desvio padrão)).
Método de coleta Espécie M F N total T.M. (M) T.M. (F)
Peneira Macrobrachium acanthurus 49 79 128 8,3 (± 3,8) 8,7 (± 2,7)
Macrobrachium olfersi 4 15 19 10,45 (± 2,11) 11,12 (± 2,12)
Palaemon pandaliformis 3 5 8 4,81 (± 1,06) 6,36 (± 1,38)
Pachygrapsus tranversus 3 2 5 17,93 (± 4,88) 10,25 (± 1,20)
Potimirim glabra 23 35 58 14,67 (± 2,76) 17,27 (± 3, 82)
Armadilha Macrobrachium acanthurus 81 44 125 16,9 (± 7,2) 13,0 (± 4,3)
Macrobrachium olfersi 5 3 8 16,7 (± 4,85) 12,17 (± 0,23)
Palaemon pandaliformis 11 15 26 4,90 (± 0,56) 5,44 (± 0,48)
No ponto 1, as espécies dominantes nas
amostragens com peneiras e armadilhas foram P. glabra
e M. olfersi, respectivamente (Fig. 2). Para o ponto 2, a
espécie dominante nas amostras envolvendo ambas as
metodologias foi M. acanthurus (Fig. 3).
A riqueza de espécies capturadas foi maior nas
amostras realizadas com peneiras, tanto para o ponto 1
como para o ponto 2 (Tab. III). Os graus de dominância
calculado para as coletas realizadas no ponto 1 com
peneiras e armadilhas foram, respectivamente, 0,855 e
0,634. Para o ponto 2, os graus de dominância calculados
foram 0,425 em coletas com peneira e 0,647 em coletas
com armadilhas. Por outro lado, os graus de equitatividade
das amostras com peneira e armadilha no ponto 1 foram,
respectivamente, 0,3551 e 0,5918; para o ponto 2 os
valores foram 0,5922 e 0,6294 em coletas feitas em peneira
e armadilha, respectivamente.
O teste de Mann-Whitney detectou diferenças
significativas entre o tamanho dos indivíduos de M.
acanthurus e de M. olfersi coletados com peneira e
armadilha, tanto no ponto 1 como no ponto 2 (Tab. IV).
Portanto, os exemplares capturados com peneira exibiam
tamanhos inferiores em relação àqueles capturados com
armadilhas.
Apenas as amostras de M. acanthurus do ponto 2
apresentaram número suficiente de dados para a
verificação de diferenças significativas na proporção de
machos e fêmeas capturados com peneira e armadilhas.
Dessa forma, o teste de qui-quadrado detectou diferença
significativa na razão sexual dessa espécie tanto em
amostras coletadas com peneira (razão sexual: 0,6:1; χ2 =
7,04; 0,01<p<0,005) como naquelas utilizando-se
armadilhas (razão sexual: 1,8:1; χ2 = 10,96; p<0,001).
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Diferença entre dois métodos de coleta utilizados na captura...
DISCUSSÃO
Os atiídeos são camarões quese alimentam por
filtração ou remoção de material orgânico do substrato
mediante o uso dos tufos de cerdas localizados no
primeiro e segundo pares de pereópodes (HOBBS & HART,
1982). Especificamente no caso das espécies do gênero
Atya Leach, 1816, os animais filtram passivamente a água
corrente e retiram detritos orgânicos que se encontram
no leito do rio (FELGENHAUER & ABELE, 1985). O gênero
Potimirim, ao contrário, tem seus quelípodes com cerdas
especializadas para uma alimentação mais ativa, que
consiste do perifiton, detritos, algas e até mesmo exúvias
de insetos (FRYER, 1977; HOBBS & HART, 1982;
FELGENHAUER & ABELE, 1985; SOUZA & MOULTON, 2005;
SOUZA et al., 2007).
O fato dos atiídeos terem sua dieta baseada em
detritos ou pequenas partículas em suspensão na água
torna as armadilhas ineficazes para sua captura, uma vez
que estas são um método passivo de coleta,
necessitando de uma isca para atrair os animais. Por outro
lado, essa metodologia de coleta é eficaz para crustáceos
carnívoros ou onívoros, como é o caso dos camarões
palemonídeos (ABELE & BLUM, 1977), que podem ser
atraídos pela isca utilizada (neste caso, corações de
frango).
Além disso, o gênero Potimirim é conhecido por
habitar a vegetação marginal submersa e o folhiço
acumulado no fundo de remansos dos rios, enquanto
Atya esconde-se sob as pedras dos leitos de rios com
forte correnteza e águas limpas (MULLER, 1892; SMALLEY,
1963; ABELE & BLUM, 1977; HOBBS & HART, 1982;
FELGENHAUER & ABELE, 1985; BARROS & FONTOURA, 1996a, b;
LIMA & OSHIRO, 1999; PYRON et al., 1999; GALVÃO & BUENO,
2000; LIMA et al., 2006); estes são hábitats-alvo da peneira,
que por se tratar de uma metodologia ativa de coleta,
desaloja e captura esses animais. Ainda com base no
tipo de hábitat em que vivem os camarões do gênero
Atya, pode-se inferir que as características físicas do
ponto 2, cujo leito era arenoso e a correnteza fraca, seriam
fatores que justificariam a ausência de camarões A. scabra
nas amostras dessa localidade.
A não captura de M. carcinus em coletas com
peneira no ponto 1 pode estar relacionada com o próprio
comportamento desta espécie cujos adultos se escondem
em fendas e buracos entre grandes pedras ou sob troncos
Tabela III. Índices de riqueza, dominância e equitatividade calculados
com amostras do ponto 1 (24°23’09’’S, 47°01’07’’W) e 2
(24°23’05’’S, 47°01’08’’W) da Estação Ecológica Juréia-Itatins,
SP.
 Ponto 1 Ponto 2
Índices Peneira Armadilha Peneira Armadilha
Riqueza 4 3 5 3
Dominância 0,855 0,6343 0,425 0,6473
Equitatividade 0,3551 0,5918 0,5922 0,6294
Tabela IV. Resultados dos testes de comparação (Mann-Whitney) entre o tamanho dos indivíduos capturados em peneira e armadilha, nos
pontos 1 e 2 de um rio de nome desconhecido da Estação Ecológica Juréia-Itatins, SP.
Local Espécie Método de Coleta Tamanho dos indivíduos (mm) Teste de Mann-Whitney
Ponto 1 Macrobrachium acanthurus Peneira 6,6 – 23,1 / média = 10,40 (± 4,11) U = 220; p = 0,008288
Armadilha 4,8 – 33,4 / média = 16,36 (± 8,52)
Macrobrachium olfersi Peneira 6,0 – 23,7 / média = 11,30 (± 3,53) U = 1645; p = 0,005994
Armadilha 5,3 – 21,9 / média = 13,10 (± 3,37)
Ponto 2 Macrobrachium acanthurus Peneira 3,5 – 28,8 / média = 8,74 (± 3,61) U = 3012; p << 0,001
Armadilha 4,4 – 31,4 / média = 15,49 (± 6,69)
Macrobrachium olfersi Peneira 5,6 – 14,7 / média = 10,98 (± 2,07) U = 26,5; p = 0,009272
Armadilha 11,2 – 23,2 / média = 15,00 (± 4,36)
Figura 3. Abundância relativa das espécies de crustáceos
capturados com peneira e armadilha no ponto 2 (24°23’05’’S,
47°01’08’’W) de um rio sem nome da Estação Ecológica Juréia-
Itatins, SP.
Figura 2. Abundância relativa das espécies de crustáceos
capturados com peneira e armadilha no ponto 1 (24°23’09’’S,
47°01’07’’W) de um rio sem nome da Estação Ecológica Juréia-
Itatins, SP.
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caídos, geralmente em partes mais profundas de riachos
de água doce ou salobra (CHACE & HOBBS, 1969; GAMBA,
1982; LOBÃO et al., 1986; BOND-BUCKUP & BUCKUP, 1989).
Por outro lado, o hábito noturno e onívoro de M. carcinus
(LEWIS et al., 1966) foram fatores preponderantes para
que esta espécie fosse capturada pelas armadilhas que
operam durante a noite, justamente quando os indivíduos
deixam seus abrigos para se alimentar, podendo ser
atraídos pela isca.
É provável que os adultos de M. carcinus não
tenham sido capturados no ponto 2, tanto em coletas
com peneiras como em armadilhas, pois nesse ponto o
fundo do rio era de areia, sem pedras ou troncos que
serviriam de abrigo para os indivíduos. PYRON et al. (1999)
estudaram a influência de restos orgânicos (madeira,
folhas mortas, etc.) na distribuição de camarões em
remansos de um riacho em Porto Rico e concluíram que o
aumento na quantidade de troncos de árvore não
influenciou significativamente a abundância de camarões
predadores, como M. carcinus. Entretanto, os autores
enfatizaram que os remansos estudados já apresentavam
abrigos em abundância, na forma, principalmente, de
fendas em rochas e que a adição de galhos e outros restos
de madeira não alteraram de maneira significativa a
estrutura pré-existente dos locais de estudo. Além disso,
os resultados obtidos para as regiões de remansos não
se aplicam ao canal central do rio, onde galhadas e outros
restos vegetais desempenham um papel fundamental
como estruturas de refúgio para a carcinofauna (PYRON
et al., 1999).
Segundo LEWIS et al. (1966) os jovens de M.
carcinus preferem habitar riachos com fundo de lama ou
areia; este tipo de fundo não é característico do ponto 1,
onde o leito era formado essencialmente por seixos de
rocha, o que justificaria a ausência de jovens nas amostras
desta localidade. No caso do ponto 2, cujo fundo era de
areia, é possível que a realização de coletas sazonais tenha
impossibilitado a amostragem dos jovens de M. carcinus,
ou ainda que a metodologia de coleta não tenha sido
eficiente para capturar esses indivíduos. LEWIS et al.
(1966) amostraram formas jovens dessa espécie em um
rio na ilha de St. James, Barbados, utilizando puçás.
Pachygrapsus transversus foi coletado com peneira
no ponto 2 devido à proximidade deste local com a foz do
rio e os costões rochosos litorâneos. FURTADO-OGAWA
(1977) relata que essa espécie é eurihalina, podendo ser
encontrada desde o infra até o supra-litoral. Portanto, é
possível que os exemplares capturados fossem habitantes
do supra-litoral e estivessem realizando incursões na
região de coleta e foram capturados acidentalmente entre
a vegetação marginal.
Palaemon pandaliformis é encontrado em
ambiente de água doce e estuarino. COSTA et al. (2000)
relataram a captura desta espécie também em ambiente
marinho (Baía de Ubatuba, SP). De acordo com MÜLLER
et al. (1996) e LIMA & OSHIRO (2002a), exemplares de P.
pandaliformis podem ser capturados com o auxílio de
peneira ou puçá, passando-os por entre a vegetação
marginal parcialmente submersa ou utilizando-os para
recolher amostras de folhiço acumulado em áreas mais
calmas no fundo do leito do rio. No presente estudo, P.
pandaliformis foi mais abundante em coletas que
utilizaram armadilhas, demonstrando que essa
metodologia de coleta também é eficaz para amostrar essa
espécie.
As espécies do gênero Potimirim são muito
abundantes nos rios em que ocorrem, constituindo
populações extremamente numerosas (BARROS &
FONTOURA, 1996a; LIMA & OSHIRO, 2002b; LIMA et al., 2006).
No presente estudo, P. glabra foi capturada em número
muito superior (n = 821 ou 92,4% da amostra) se
comparada às demais espécies encontradas no ponto 1.
Tal fato exerceu influência direta no valor do grau de
dominância nas coletas com peneira que foi maior que
aquele calculado para as amostras realizadas com
armadilhas, nas quais a referida espécie não foi coletada.
Por outro lado, a presença de duas espécies
predominantes (M. acanthurus 58,7% e P. glabra 26,6%)
nas coletas com peneira do ponto 2 acabou por influenciar
o valor do grau de dominância nessa amostra,fazendo-o
ficar abaixo daquele encontrado para as coletas com
armadilhas, nas quais M. acanthurus predominou (78,6%)
fortemente em relação às demais espécies, sem a presença
de P. glabra.
Segundo SMALLEY (1963), P. glabra prefere habitar
riachos rasos, com fundo de pedras e folhiço acumulado.
Dessa forma, é provável que essa espécie tenha ocorrido
de maneira menos abundante no ponto 2, em relação ao
ponto 1, devido à ausência desse tipo de ambiente.
As diferenças significativas encontradas na
comparação entre os tamanhos de M. acanthurus e M.
olfersi, capturados com peneira e armadilha, podem ser
explicadas mediante análise do comportamento dos
animais em suas diferentes fases de vida. Jovens de
palemonídeos habitam, principalmente, pedras de
pequeno e médio porte, o folhiço acumulado junto ao
fundo do rio e a vegetação marginal; locais amostrados
pela peneira. Os indivíduos maiores destes camarões são
capturados pelas armadilhas, pois tendem a se entocar
em locais mais profundos, sob troncos ou pedras
grandes, que não podem ser virados manualmente, saindo
à noite para se alimentar; justamente o período em que as
armadilhas operam. Da mesma forma, PYRON et al. (1999)
concluíram que camarões jovens do gênero
Macrobrachium Bate, 1868 estavam presentes em locais
com folhiço e fundo de areia, enquanto os adultos eram
mais abundantes em remansos mais profundos, com leito
pedregoso e fendas entre os seixos.
Os resultados obtidos no presente trabalho
mostram que a razão sexual de M. acanthurus coletada
no ponto 2 difere dependendo do método de coleta
utilizado. Nota-se que a razão sexual das coletas com
peneiras foi deslocada em favor das fêmeas, enquanto a
razão sexual das coletas com armadilhas foi deslocada
em favor dos machos. Dessa forma, a metodologia de
coleta poderia estar influenciando a amostragem neste
caso, uma vez que se houvesse nessa referida população
um deslocamento da razão sexual em favor de qualquer
um dos sexos, seria esperado que ambas as metodologias
de coleta demonstrassem o mesmo padrão. MONTOYA
(2003) encontrou maior proporção de fêmeas e grande
número de jovens de três espécies de Macrobrachium
associadas a raízes de Eichhornia crassipes
(Pontederiaceae), sugerindo que essas espécies utilizam
121
Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 100(2):116-122, 30 de junho de 2010
Diferença entre dois métodos de coleta utilizados na captura...
essas macrófitas como locais de abrigo e reprodução.
Neste sentido, é possível que as fêmeas de M.
acanthurus coletadas no ponto 2 apresentem essa mesma
estratégia, concentrando-se na vegetação marginal,
ficando mais acessíveis às coletas com peneiras. No
entanto, mais estudos fazem-se necessários no sentido
de esclarecer essa possível influência da metodologia
sobre a razão sexual em camarões palemonídeos, uma vez
que vários fatores tais como migrações sazonais,
mortalidade, longevidade, predação, podem influenciar a
proporção sexual de crustáceos (WENNER, 1972).
Devido à grande variedade de hábitats e hábitos
dos crustáceos decápodes dulcícolas, conclui-se que
para um levantamento mais eficaz e apurado destes
animais, em um determinado rio, é necessário o uso de
mais de um método de coleta, a fim de amostrar todas as
espécies que possam estar presentes. Da mesma forma,
num estudo quantitativo, o uso dos dois métodos de
coleta torna-se interessante, pois permite amostrar um
universo maior de classes de tamanho e, em alguns casos,
razões sexuais diferenciadas, relacionados diretamente
aos micro-hábitats focados por cada um dos métodos.
Contudo, é necessário cautela durante a análise dos
dados, uma vez que o esforço de coleta pode diferir em
relação a cada metodologia empregada. Portanto não é
recomendada a união dos dados para uma só análise
quando relacionada à estrutura populacional ou
estabelecimento de coortes. Análises distintas, método
a método, permitem resultados mais minuciosos,
possibilitando discussões mais aprofundadas e
detalhadas sobre uma determinada população.
Agradecimentos. O autor agradece ao Prof. Dr. Sergio
Luiz de Siqueira Bueno (USP) pela orientação durante a execução e
elaboração da dissertação de Mestrado que resultou neste trabalho.
Aos Drs. Fábio Kyiohara e Emerson C. Mossolin pelo auxílio
durante as atividades de campo. Ao Prof. Dr. Roberto Munehisa
Shimizu (USP) pelo auxílio nas análises estatísticas. À Profa. Dra.
Georgina Bond-Buckup (UFRGS) e ao Prof. Dr. Célio U. Magalhães
(INPA), que confirmaram a identificação dos exemplares. À
FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)
pela concessão de auxílio financeiro (Programa BIOTA-FAPESP,
processo nº 98/05073-4) e bolsa de Mestrado (processo nº 00/
02119-5). À Coordenação do Programa de Pós-graduação em
Zoologia e Departamento de Zoologia do IB/USP, pelo apoio
logístico e finalmente aos funcionários da Estação Ecológica Juréia-
Itatins, bem como do Instituto Florestal do Estado de São Paulo.
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Recebido em julho de 2009. Aceito em fevereiro de 2010. ISSN 0073-4721
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