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5 Climatologia e MeteorologiaClimatologia e MeteorologiaMicro-organismos endofíticos e o controle simbiótico Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária São Luís 2024 INTRODUÇÃO Um novo conceito de transformação genética, denominado paratransgênese, tem sido proposto para a prevenção de transmissão de patógenos por insetos vetores. Paratransgênese nesse tipo de aplicação significa a alteração genética de microorganismos simbióticos que possam ser transmitidos via vetor. Esta estratégia de prevenção de doença vem sendo denominada de controle simbiótico, como uma variação da denominada terapia simbiótica (AHMED, 2003). A técnica de paratransgênese é empregada para criar condições de impedir a transmissão do patógeno pelo inseto vetor. A estratégia de controle simbiótico pode empregar dois métodos: o de paratransgênese e o de não manipulação genética, para o controle de insetos-pragas e doenças. Em muitos casos a solução pode estar simplesmente na competição como forma de controle, pois a manipulação genética pode implicar no aumento de custo na estratégia de controle. A chave do controle simbiótico está em ter um micro-organismo candidato que coexista no mesmo nicho ou ecossistema onde reside o problema, isto é, para o agente controlador ter acesso ao patógeno e atuar no seu controle ou eliminação. O controle simbiótico é diferente do controle biológico clássico. Neste último, não necessariamente é utilizado um agente de controle nativo do nicho para uma estratégia de controle. Por outro lado, o controle simbiótico busca preferencialmente agentes de controle já adaptados a aquele nicho afetado por um inseto-praga ou doença; ou seja, no controle simbiótico todos os elementos estão presentes e estabelecidos no ecossistema (LACAVA; AZEVEDO, 2013). Em contraste com os métodos de controle de doenças transmitidas por insetos vetores na agricultura e na saúde, o controle simbiótico não visa controlar diretamente o vetor da doença, mas sim afetar o patógeno, ou seja, diretamente afetando sua habilidade de sobreviver ou indiretamente bloqueando a sua transmissão pelo inseto vetor (MILLER, 2007). Em muitos casos isto é alcançado pela interação/competição do patógeno com um micro-organismo simbiótico. DESENVOLVIMENTO Associações simbióticas possuem importante papel em ecossistemas naturais, possuindo grande potencial para aplicação em diversas áreas de interesses com potencial uso na indústria, agricultura e saúde. Em ecossistemas naturais, várias associações simbióticas são bem conhecidas e estudadas. Dessas associações podem ser citadas: Rizhobium-leguminosa, micro-organismos do trato intestinal animal, micorrizas arbusculares, liquens e micro-organismos endofíticos (LACAVA; AZEVEDO, 2013). Embora associações simbióticas tenham sido estudadas extensivamente, os resultados ainda são limitados para aplicações práticas. Particularmente, pesquisas na utilização de micro-organismos simbióticos são limitadas pelas dificuldades de isolamento e manutenção de culturas puras de simbiontes. Como colocado anteriormente o acúmulo de informações a respeito da interação planta-endófitos e com os resultados promissores observados, tem sido dada especial atenção ao estudo de micro-organismos endofíticos como agentes de controle biológico de inúmeras doenças de plantas, insetos-pragas e promotores de crescimento vegetal (HALLMANN et al., 1997; AZEVEDO et al., 2000). O estudo de micro-organismos associados a insetos em diferentes estratégias de controle biológico tem sido desenvolvido, primeiramente pela utilização de micro-organismos patogênicos ao inseto (SCHNEPF et al., 1998). Outra estratégia adicional é a exploração de micro-organismos simbióticos, com o objetivo de reduzir insetos vetores competentes na transmissão de doenças. Esta redução da capacidade de um inseto vetor como um agente transmissor de doença pode estar baseado em micro-organismos que interferem naturalmente na presença do patógeno ou ainda poderia ser alcançado por meio da manipulação genética de micro-organismos simbióticos em insetos. Micro-organismos os quais possuem a capacidade de se multiplicarem em populações de insetos hospedeiros são particularmente promissores, desde que eles também possam ser explorados para expressar uma característica genética desejada. CONSIDERAÇÕES FINAIS Uma vez que o agente de controle simbiótico seja identificado para atuar, todas as manipulações devem ser realizadas considerando o local da ação. Entretanto, uma solução alcançada, utilizando a estratégia de controle simbiótico em uma localização específica, pode não atuar satisfatoriamente em outro local e condição, diferentemente do que pode ocorrer no controle biológico clássico. Após identificado um micro-organismo com potencial para ser um candidato no controle simbiótico, este deve ter a habilidade de ser cultivado e reintroduzido no seu nicho original e ainda ser conveniente para alterações genéticas, caso necessário. image1.png