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O que o "pagar mico" tem a ver com algo vergonhoso? E o barbeiro com quem dirige mal? Não sabe? Está na hora de entender essas e outras expressões populares www.recreio.uol.com.br Nº 1091 Calorão sem limites Nós somos feitos de células A natureza é fenomenal Satélites artificiais no espaço CLUBE DE REVISTAS https://t.me/clubederevistas 2 Passatempo FIQUE DE OLHO Ilustração • SANTANA Ajude o mecânico a descobrir quais das peças abaixo não fazem parte do guincho RESPOSTA NA PÁGINA 58 2 CLUBE DE REVISTAS Ciência Experiências com som e luz 22 Natureza Planta com fome de bicho 34 A Natureza é fenomenal 36 Tecnologia Turbine sua pesquisa 42 Surpresas do passado 44 Zoo Os superpoderosos das profundezas 46 No pulo dos sapos 48 Borboleta: inseto cheio de fases 50 Corpo humano Caiu? Machucou? Lá vem a casquinha... 8 Nós somos feitos de células! 10 Viva a história! O Brasil dividido por quinze 12 Os nomes do Brasil ao longo dos tempos 14 Adeus à monarquia 16 Planetário Satélites artificiais ao redor da Terra 18 Você conhece o Sistema Solar? 20 Pets Cachorros em Raio X 52 Mapa-múndi Calorão sem limites 54 Palcos ao redor do planeta 56 Nesta edição Aqui sempre tem Passatempo24 Passatempo30 Curiosidades4 Passatempo32 Tirinhas58 Passatempo59 Passatempo2 Capa Você sabe o que está falando? 2626 C A P A : G E T T Y IM A G E Passatempo IM A G E M : S H U T T E R S T O C K Siga pelo caminho de cada carro e faça as contas – elas revelam a ordem de chegada! 1000 - 839 x 7 + 73 6 - 175 = 1000 + 400 7 - 100 - 77 = 1000 + 220 x 713 + 4 - 6 - 1000 = 1458 757 x 7 - Resposta na página 58 Educação Mande bem no português 25 Expressões que dizem muito! 28 A festa do folclore 33 3 CLUBE DE REVISTAS 4 Curiosidades Isso nem sempre acontece. Gatos precisam estar a uma altura acima de 30 centímetros para conseguir cair sobre as quatro patas. A altura é fundamental para que eles tenham tempo de virar o corpo – tudo acontece graças ao forte senso de equilíbrio que permite movimentos rápidos. Além disso, durante a queda, os olhos e os ouvidos do gato enviam uma mensagem ao cérebro sobre a posição da cabeça em relação ao solo. O cérebro responde com comandos para os músculos, que corrigem a postura da cabeça e alinham o corpo do animal. Mas, às vezes, o cérebro pode se confundir e o gato se machuca na queda! Texto • Bruna Cardoso, Letícia Yazbek e Lucas Vasconcellos | Design • Gizele Agozzino É possível ir para o futuro! Viajar no tempo envolve velocidade: quando a velocidade aumenta, o tempo passa mais devagar – mas só podemos sentir isso se a velocidade for muito alta. Vamos dar um exemplo: se você entrasse em um foguete muito rápido, poderia passar apenas alguns dias nele enquanto 1 ano inteiro é percorrido na Terra. Já uma viagem para o passado é mais complicada – cientistas acreditam que isso pode acontecer se, em algum momento, o Universo começar a encolher (hoje, ele está em expansão, fazendo o tempo andar para frente). IM A G E N S : IS T O C K E S H U T T E R S T O C K Depende, pois pedras podem ter três composições diferentes. Algumas surgem depois que a lava saída de um vulcão esfria e se solidifica – são as rochas magmáticas ou ígneas. Já as rochas sedimentares se formam a partir dos fragmentos de outras rochas e do acúmulo de materiais no solo. Com a ação de forças da natureza (como vento e chuva), esses materiais são compactados e se tornam pedras. Já as rochas metamórficas aparecem quando outras rochas são expostas a grandes alterações de pressão e de temperatura. Aí, as características originais e a composição química mudam, o que gera um novo tipo de pedra. POR QUE OS GATOS SEMPRE CAEM DE PÉ? É POSSÍVEL VIAJAR NO TEMPO? DO QUE AS PEDRAS SÃO FORMADAS? CLUBE DE REVISTAS 5 CONSULTORIA: GUILHERME DOMENICHELLI (BIÓLOGO E AUTOR DOS LIVROS GIRAFA TEM TORCICOLO? E O RESGATE DA TARTARUGA - PANDA BOOKS), FÁBIO PORTO (NEUROLOGISTA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE SÃO PAULO), LEANDRO L. S. GUEDES (PÓS-GRADUADO EM ASTROFÍSICA EXTRAGALÁCTICA E FILOSOFIA DA CIÊNCIA NA UFRJ E UNIVERSIDADE DE NOTRE DAME – ESTADOS UNIDOS), MARIA CRISTINA M. DE TOLEDO (PROFESSORA DO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DA USP) E PABLO T. SIGUEMATSU (PROFESSOR DE FÍSICA DO COLÉGIO NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO/SP). ... os filhotes de pássaros aprendem a cantar imitando os sons que os pais emitem? Mesmo que se desenvolvam em um ambiente barulhento e com outros animais, os pequenos pássaros passam a reproduzir apenas o canto da própria espécie. VOCÊ SABIA QUE... O QUE É O AQUECIMENTO GLOBAL? E O EFEITO ESTUFA? O aquecimento global é uma consequência do efeito estufa. Funciona assim: uma parte do calor que vem do Sol passa pela atmosfera terrestre e fica aprisionada na Terra (graças à ação de gases como o dióxido de carbono – CO2), formando o efeito estufa. Esse fenômeno garante clima agradável por aqui (sem ele, faria muito frio à noite). O problema ocorre quando muito CO2 se acumula na atmosfera, fazendo o efeito estufa ficar intenso demais, o que aumenta a temperatura média do planeta – é o aquecimento global. COMO O GÁS HÉLIO FAZ OS BALÕES SUBIREM? A explicação para isso está em uma força chamada empuxo. Sempre que um objeto está cercado por um gás (ou por um líquido), fica sujeito à força que o gás (ou líquido) exerce sobre ele. O balão com hélio está cercado pelos gases que compõem a atmosfera. Aí, como o hélio é um dos elementos mais leves da natureza, é empurrado para cima pela força de empuxo dos outros gases (mais pesados) que formam a nossa atmosfera. CLUBE DE REVISTAS 6 A principal diferença é nutricional: enquanto o arroz integral é rico em minerais e vitaminas (que melhoram a energia de forma saudável), o arroz branco tem mais amido (um carboidrato que aumenta rapidamente o nível de açúcar no organismo e pode causar ganho de peso e diabetes). Por isso, não há dúvida: prefira o arroz integral! Curiosidades QUAL É A DIFERENÇA ENTRE ARROZ BRANCO E ARROZ INTEGRAL? POR QUE O PANDA- VERMELHO É DIFERENTE DOS OUTROS URSOS? IM A G E N S : IS T O C K E S H U T T E R S T O C K . IL U S T R A Ç Ã O : R IC O Porque ele faz parte de um grupo único de animais em que só a espécie dele existe. Mas esse bicho é um parente próximo dos ursos – chegou até a ser classificado assim por muito tempo. E sabia que o panda-vermelho vive nas mesmas regiões que o panda? Os dois moram na área da Cordilheira do Himalaia, na China. BIÓLOGO Biólogo, autor dos livros Girafa Tem Torcicolo? e O Resgate da Tartaruga (Panda Books). FALA AÍ, BICHO! POR GUILHERME DOMENICHELLI CLUBE DE REVISTAS 7 CONSULTORIA: ALAN T. SCAGLIONE (NUTRICIONISTA DA ESTIMA NUTRIÇÃO) E LEANDRO GUEDES (PÓS-GRADUADO EM ASTROFÍSICA EXTRAGALÁCTICA E FILOSOFIA DA CIÊNCIA NA UNIVERSIDADE DE NOTRE DAME, EUA). ... os dias na Terra ficam 1,8 milésimo de segundo mais longos a cada 100 anos? Foi o que descobriu uma pesquisa no Reino Unido. Mas vamos levar 3,3 milhões de anos para ganhar apenas 1 minuto! VOCÊ SABIA QUE... Sim! O cérebro não tem receptores de dor – algumas cirurgias nesse órgão podem até ser feitas com o paciente acordado. O que dói na nossa cabeça é a parte externa, formada pelo crânio e pelos músculos que ficam na região, onde há receptores que causam dor – como aquela dorzinha de cabeça que todo mundo já sentiu na vida. É VERDADE QUE O CÉREBRO NÃO DÓI? É a lua cheia ou lua nova que ocorre no perigeu (momento em que a Lua está mais próxima da Terra, dando a sensação de que ela está maior). O caminho que nosso satélite natural percorre ao redor da Terra faz com que a distância entre a gente e a Lua varie entre 363 mil quilômetros (perigeu) e 406 mil quilômetros (apogeu). Aí, se temos lua cheia ou nova próxima ao perigeu, a chamamos de Superlua. O QUE É A SUPERLUA? CLUBE DE REVISTAS CAIU? MACHUCOU?LÁ VEM A CASQUINHA... • Para que o machucado sare mais rápido, lave o local diariamente com sabonete neutro e use uma pomada de antibiótico (ela deve ser indicada por um médico). • Evite tomar sol no local do machucado (isso pode escurecer a área atingida). • Coma bem! Uma alimentação equilibrada traz nutrientes para que o processo de cicatrização ocorra melhor. • Nada de tirar a casquinha do machucado! Ela é importante para que a cicatrização seja saudável e protege o tecido novinho que está se formando embaixo. Quem nunca levou um tombo e ganhou uma ferida com casquinha? Pois é, isso acontece com todo mundo! Mas você sabe como o organismo cicatriza o ferimento? Dê só uma olhada! Dicas espertas 8 Corpo humano CLUBE DE REVISTAS CONSULTORIA: ALESSANDRA HADDAD (DERMATOLOGISTA DA UNIFESP), ANETE S. GRUMACH (MÉDICA DA FACULDADE DE MEDICINA DO ABC) E INÊS MARIA CRESPO (PEDIATRA DA PUC-SP). Texto • Lucas Vasconcellos Design • Aline Casassa Ilustração • Leandro Ricard 2 Restauração inteligente Assim que o organismo percebe o machucado, as plaquetas (células do sangue) se concentram na região e a passagem do sangue é bloqueada – para que não haja mais sangramento. As plaquetas conseguem fazer isso porque produzem a proteína que forma a casquinha do ferimento. Em contato com o ar, a casca resseca e vira uma crosta. 3 Faxina geral O próximo passo fica por conta dos glóbulos brancos (que também são células do sangue): eles limpam o lugar, como se varressem as bactérias que entram pelo ferimento, as células mortas que ficaram ali e qualquer sinal de sujeira. Depois da ação das plaquetas e dos glóbulos brancos, é a vez das células fibroblastos se espalharem pela região (elas dão sustentação à pele, tornando os movimentos mais fáceis na área). 4 Reforma completa Se o machucado for superficial, a pele estará reformada depois de uns 15 dias. Se for mais profundo, significa que a derme foi atingida. Então, o tempo para melhorar se estende por até alguns meses e surge uma cicatriz no local onde as células trabalharam. 1 Ai, meu machucado! Todo o corpo é coberto pela pele – maior e mais pesado órgão que temos. Ela é formada de três camadas: epiderme (mais externa), derme (onde ficam os vasos sanguíneos) e a hipoderme, camada subcutânea onde está a gordura. Quando damos uma ralada na pele, apenas a epiderme é afetada. Mas, se começar a sair sangue, significa que a derme também foi machucada. Derme Epiderme Hipoderme Plaqueta Plaqueta Ferida na pele Vaso sanguíneo cortado Glóbulo branco Fibroblastos Glóbulo vermelho Vazamento selado Coágulo Tecido recuperado Casquinha Glóbulo branco Glóbulo branco Fibroblastos 9 CLUBE DE REVISTAS 10 Corpo humano Elas formam você! Células são a menor parte dos seres vivos que têm forma e função definidas. O corpo humano é composto por 10 trilhões delas, que estão por todos os cantos do nosso organismo 1 Cor especial As hemácias carregam uma substância vermelha, chamada hemoglobina, que leva o oxigênio absorvido nos pulmões para as outras células do corpo. Ela também é responsável pelo transporte de parte do dióxido de carbono, que é eliminado pelos pulmões. Sabia que, quando viajamos para lugares com altitude elevada, onde há menos oxigênio, o corpo produz mais hemácias para distribuir melhor o gás pelo corpo? 2 Defensoras As células responsáveis por defender o organismo (de alergias a infecções) são os leucócitos. Por não terem pigmentação, são chamados de glóbulos brancos. Quando agentes estranhos invadem o corpo, os leucócitos entram em ação, envolvem os inimigos e os destroem, impedindo que provoquem problemas de saúde. 3 Primeiros socorros Também chamadas de trombócitos, as plaquetas são fragmentos de células sanguíneas. Elas atuam na formação de coágulos de sangue, impedindo uma hemorragia sempre que houver necessidade. Além disso, quando nos ferimos, as plaquetas se fixam nas áreas onde os vasos sanguíneos foram cortados e liberam serotonina, substância que contrai os vasos e diminui a perda de sangue. Percorrendo seu corpo O sangue é formado pelo plasma (líquido com água, proteínas, vitaminas e minerais) e por diferentes células: as hemácias (glóbulos vermelhos) 1 , os leucócitos (glóbulos brancos) 2 e fragmentos de células chamados de plaquetas 3 . CONSULTORIA: CARLOS NAVAS (PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA GERAL DA USP) E ISABEL C. DA COSTA ROSSI (PROFESSORA DA FACULDADE DE BIOCIÊNCIAS DA PUC-RS). Texto • Letícia Yazbek Design • Fábio Bertolozzi IM A G E N S : D IV U L G A Ç Ã O E S H U T T E R S T O C K CLUBE DE REVISTAS 11 Em movimento Músculos são formados por células alongadas, com vários filamentos de proteínas, especializados em fazer contrações musculares. Esses filamentos consomem energia e produzem calor, ajudando a manter a temperatura do corpo. Eles estão ligados à movimentação e até aos batimentos do coração. Com formato e cor Os bastonetes são células que ficam nos olhos e têm formato de espaguete. Eles trabalham mais quando estamos em lugares com pouca luz, ajudando a enxergar contornos e volumes das imagens. Os bastonetes atuam em parceria com as células cones, que captam as cores. Bem firmes! Os ossos são formados por diferentes tipos de células. As chamadas de osteócitos liberam substâncias que ajudam a formar o osso e as conhecidas como osteoclastos são responsáveis pela reabsorção e remodelação do tecido ósseo. Por isso, se a gente quebra um osso, ele se refaz. Entre as células, ficam minérios como o cálcio, que tornam os ossos resistentes, duros e brancos. Proteção total As células da epiderme (camada mais externa da pele) são as epiteliais. Elas formam uma barreira contra invasores e vivem por pouco tempo (de duas a quatro semanas). Quando descamam, dão origem a células novas, que se reproduzem em camadas inferiores e se deslocam para a superfície. Superconexões Nosso cérebro possui bilhões de células variadas. As mais conhecidas são os neurônios: eles se comunicam por impulsos elétricos e reações químicas. Assim, informações são levadas para o cérebro e para os outros órgãos. Outra célula do cérebro é a micróglia (cuida da defesa do sistema nervoso). CLUBE DE REVISTAS V iv a a h is tó ri a ! S é c u lo s a tr á s , q u a n d o n o s s o p a ís a in d a e ra c o m a n d a d o p o r P o rt u g a l, o t e rr it ó ri o g a n h o u d iv is õ e s b e m d if e re n te s d a s a tu a is : e ra m a s c a p it a n ia s h e re d it á ri a s O B RA SIL DI VID IDO PO R O B RA SIL DI VID IDO PO R 1515 V a m o s o rg a n iz a r? P ar a pr ot eg er o te rr it ór io re cé m -d es co be rt o do B ra si l e e xp lo ra r n os sa s ri qu ez as , o re i p or tu gu ês Jo ão I II c ri ou 1 5 ca pi ta ni as h er ed it ár ia s em 1 53 4 : e ra m te rr as do ad as a h om en s de co nf ia nç a (o s ca pi tã es do na tá ri os ), qu e de ve ri am m an te r a o rd em n o lo ca l. El es p od er ia m e xp lo ra r a ár ea , d es de q ue m an da ss em u m a pa rt e de tu do p ar a P or tu ga l. C ap it an ia M ar an hã o (l ot e 2) : do na tá ri o Jo ão d e B ar ro s e A ir es C un ha C ap it an ia M ar an hã o (l ot e 1) : d on at ár io F er na nd o Á lv ar es d e A nd ra de C ap it an ia C ea rá : d on at ár io A nt ôn io C ar do so d e B ar ro s C ap it an ia R io G ra nd e: d on at ár io J oã o de B ar ro s e A ir es C un ha C ap it an ia It am ar ac á: d on at ár io P er o Lo pe s de S ou za C ap it an ia B ah ia d e To do s os S an to s: d on at ár io F ranc is co P er ei ra C ou ti nh o C ap it an ia P er na m bu co : d on at ár io D ua rt e C oe lh o CLUBE DE REVISTAS T e x to • S il v ia R e g in a D e si g n • A li n e C a sa ss a Il u st ra c ã o • E v e rt o n C a e ta n o D o li to ra l p a ra d e n tr o C om o o in te ri or d o B ra si l a in da n ão e ra m ui to co nh ec id o pe lo s po rt ug ue se s, a s ca pi ta ni as he re di tá ri as fo ra m d iv id id as a p ar ti r d o lit or al . El as ti nh am 5 0 lé gu as (3 0 0 q ui lô m et ro s) o u m ai s a pa rt ir d a co st a lit or ân ea in do e m di re çã o ao in te ri or d o pa ís . M as , n o co m eç o, o s lim it es e nt re u m a ca pi ta ni a e ou tr a nã o er am be m d et er m in ad os . E n tr e g e ra çõ e s C as o o do na tá ri o m or re ss e, a c ap it an ia s er ia ad m in is tr ad a pe lo h er de ir o de le – d aí o n om e ca pi ta ni as he re di tá ri as . A lg um as v ez es , o h er de ir o el eg ia o ut ra pe ss oa p ar a cu id ar d o te rr it ór io (e ra m o s lo co -t en en te s, qu e re pr es en ta va m o s in te re ss es d o do na tá ri o) . P ro b le m a s à v is ta ! A h is tó ri a nã o de u tã o ce rt o qu an to o re i p or tu gu ês im ag in ou . M et ad e do s do na tá ri os n em c on se gu iu c he ga r a o B ra si l p ar a to m ar p os se d as te rr as . A lg un s pa ss ar am o te rr it ór io p ar a ou tr os do na tá ri os , u m a pa rt e m or re u em n au fr ág io s pe lo c am in ho o u gu er re an do c om o s ín di os e a in da h ou ve a qu el es q ue lu ta ra m co nt ra o s pr óp ri os p or tu gu es es q ue já h ab it av am e ss as te rr as . É o f im ! D ia nt e de ta nt os p ro bl em as , e m 1 54 8 , o re i p or tu gu ês m ud ou o si st em a de a dm in is tr aç ão n o B ra si l: su rg ia o g ov er no -g er al , co m T om é de S ou sa c om o pr im ei ro g ov er na do r- ge ra l. El e er a um re pr es en ta nt e do s in te re ss es d a C or oa P or tu gu es a e de ve ri a cu id ar d a ar re ca da çã o de im po st os , d a de fe sa d as te rr as e d a re so lu çã o de c on fl it os in te rn os q ue p ud es se m ex is ti r. A os p ou co s, a s ca pi ta ni as fo ra m s en do re ad qu ir id as pe lo re i p or tu gu ês a té s er em e xt in ta s. C O N S U L T O R IA : F E R N A N D A S P O S IT O ( H IS T O R IA D O R A D A U N IC A M P ). C ap it an ia S ão V ic en te : d on at ár io M ar ti m A fo ns o de S ou za C ap it an ia S ão V ic en te : d on at ár io M ar ti m A fo ns o de S ou za C ap it an ia S an ta na : d on at ár io P er o Lo pe s de S ou za C ap it an ia S an to A m ar o: do na tá ri o P er o Lo pe s de S ou za C ap it an ia S ão T om é: d on at ár io P er o de G óe s C ap it an ia E sp ír it o S an to : d on at ár io V as co F er na nd es C ou ti nh o C ap it an ia P or to S eg ur o: d on at ár io P er o do C am po T ou ri nh o C ap it an ia I lh éu s: d on at ár io J or ge d e Fi gu ei re do C or re ia CLUBE DE REVISTAS 14 Viva a história! SÃO TANTOS NOMES... Ao longo do tempo, alguns países, estados e cidades ao redor do planeta mudaram de nome. Até o Brasil passou por isso! Olhe só! Capital do leste Quando foi fundada, em 1457, Tóquio (Japão) se chamava Edo ou Yedo, que significa estuário ou entrada da baía. Sede do governo entre 1603 e 1868, cresceu durante esse período e se tornou uma das maiores cidades do mundo. A partir de 1868, virou Tóquio: To significa leste e quio, capital. Na época, havia a tradição na Ásia Oriental de incluir a palavra capital no nome das cidades. Diferentes colonizações No período entre 1609 e 1664, o lugar que hoje corresponde ao núcleo da cidade norte-americana de Nova York vivia sob a colonização holandesa e se chamava Nova Amsterdã – capital da colônia dos Novos Países Baixos, que correspondia à área do norte da costa atlântica dos Estados Unidos. Em 1664, o local foi entregue aos ingleses, que o rebatizaram de Nova York, em referência à cidade inglesa de York. Dos indígenas aos portugueses O Brasil teve muitos nomes antes do atual. Quando os portugueses chegaram, em 1500, os índios chamavam a região de Pindorama (terra das palmeiras, em tupi). Pedro Álvares Cabral deu o nome de Terra de Vera Cruz, por causa das cruzes que estampavam as velas das embarcações dos colonizadores – também era usado Ilha de Vera Cruz, porque os portugueses pensavam que a região era uma ilha. Nos primeiros anos, os nomes mudaram bastante: Terra Nova, Terra dos Papagaios, Terra de Santa Cruz, Terra de Santa Cruz do Brasil e Terra do Brasil. Em 1527, virou apenas Brasil (por causa do pau-brasil, árvore que existia em abundância na Mata Atlântica). Texto • Letícia Yazbek | Design • Aline Casassa CLUBE DE REVISTAS 15 Muitas mudanças Em 1703, São Petersburgo (Rússia) foi fundada e batizada em homenagem ao apóstolo Pedro, da Igreja Católica: o termo burgo significa cidade, em alemão; e Peter vem de Pedro. Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial, em que Rússia e Alemanha eram inimigas, os russos protestaram contra o nome da cidade e ela virou Petrogrado – em russo, grado significa cidade. Já em 1924, com a morte do líder Vladimir Lenin, recebeu o nome de Leningrado. Em 1991, foi decidido que voltaria ao primeiro nome. À beira do rio No começo, o estado de Rondônia era o Território do Guaporé, por causa do Rio Guaporé, que passa por lá e chega à divisa entre Brasil e Bolívia. A palavra Guaporé tem origem tupi e significa algo como cachoeira do campo. Só em 1982 é que o estado recebeu o nome de Rondônia, em homenagem ao Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, principal explorador da região durante o século 20. Nome de marechal Em 1675, no dia de Santa Catarina, o bandeirante paulista Francisco Dias Velho chegou à ilha de Florianópolis, batizando-a de Ilha de Santa Catarina. Com o início do povoamento, em 1700, o local virou Nossa Senhora do Desterro e, depois, Desterro. Só em 1889 é que foi batizada de Florianópolis, em homenagem ao ex-presidente brasileiro Marechal Floriano Peixoto. Cheia de histórias A região da cidade de Oslo (Noruega) foi povoada por volta do ano 1000. Mas, em 1624, um incêndio a destruiu. Aí, o rei Cristiano IV, o todo-poderoso da Noruega e Dinamarca, construiu uma nova cidade, do outro lado do rio. Era Cristiânia, homenagem a ele mesmo que, em 1814, se tornou a capital da Noruega. Em 1925, ela foi rebatizada com o nome de Oslo (algo como prado ao pé do morro). CONSULTORIA: CÉLIA TAVARES (PROFESSORA DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS DA UERJ). IM A G E N S : S H U T T E R S T O C K , IS T O C K E D IV U L G A Ç Ã O CLUBE DE REVISTAS Viva a história! Texto • Letícia Yazbek | Design • Aline Casassa | Ilustração • Michel Ramalho AProclamação da República no Brasil, que aconteceu em 15 de novembro de 1889, marcou uma mudança muito importante na forma de governo do nosso país 1 O começo da monarquia Depois que se tornou independente de Portugal, em 7 de setembro de 1822, o Brasil virou uma monarquia, governada pelo imperador dom Pedro I. O poder era hereditário, ou seja, passava de pai para filho. Em 1831, dom Pedro I abdicou do trono para cuidar deproblemas que ocorriam em Portugal. O governo foi assumido por um grupo de políticos até 1841, quando dom Pedro II, filho de dom Pedro I, foi coroado. 2 Novas ideias Com o tempo, grande parte da população – entre intelectuais e políticos – passou a achar que a monarquia não era mais uma boa ideia. Ter um imperador no comando era visto como um impedimento para que o Brasil se desenvolvesse. Além disso, na sociedade, muitos grupos não concordavam com as decisões que o imperador tomava. População descontente Os militares se sentiam desvalorizados e queriam salários e posições melhores. Líderes católicos não gostavam da interferência de dom Pedro II em assuntos religiosos. E ainda havia os grandes proprietários de terras, que tinham muito poder econômico, mas queriam participar da política. Aos poucos, trabalhadores, como médicos, advogados e jornalistas, também começaram a reivindicar participação nas decisões do governo. ADEUS À MONARQUIA! 42 Número de presidentes que já comandaram o Brasil CONSULTORIA: CÉLIA TAVARES (PROFESSORA DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS DA UERJ). 16 CLUBE DE REVISTAS 3Força do povo Os ideais republicanos se espalharam pelo país, fazendo o governo de dom Pedro II ficar cada vez mais afastado das decisões políticas. Em 1873, foram criados o Partido Republicano e o Partido Republicano Paulista, formados por fazendeiros e trabalhadores. Eles se uniram aos militares, que faziam críticas ao imperador nos meios de comunicação. O objetivo era tirar dom Pedro II e implantar um sistema republicano, em que a população pudesse eleger os representantes. 4A proclamação Os republicanos convocaram o marechal Deodoro da Fonseca para liderar o movimento que deu fim à monarquia. No dia 15 de novembro de 1889, o marechal reuniu soldados e iniciou uma manifestação. As tropas desfilaram pelas ruas, ocuparam o quartel-general do Rio de Janeiro e o Ministério da Guerra. No mesmo dia, o político José do Patrocínio redigiu a proclamação oficial da república. 5 Primeiro presidente Dom Pedro II perdeu o poder político e teve que sair do Brasil com a família. Marechal Deodoro da Fonseca assumiu o controle de forma provisória. Depois, um grupo de políticos votou e o declarou como primeiro presidente do país. O mesmo grupo decidiu o que mudaria nas leis brasileiras. A partir de então, o presidente passou a ser escolhido por uma parcela do povo, em eleições. 6Problemas à vista O novo regime político ficou conhecido como República Velha. Ele foi marcado pela presença do movimento chamado de coronelismo, em que os donos do poder eram os coronéis (grandes proprietários de terra). Na época, só os homens alfabetizados votavam – mulheres e analfabetos ficavam de fora. Além disso, havia problemas como compra de votos e fraudes eleitorais. 7 Passo importante Hoje, a Proclamação da República é vista como um grande passo para a autonomia dos estados brasileiros e a participação política dos cidadãos. Mas, durante a história do nosso país republicano, aconteceram muitas mudanças e lutas para que a gente se aproximasse da democracia em que vivemos atualmente. E a história da República continua sendo contada! MONARQUIA! 17 CLUBE DE REVISTAS AO REDOR DA TERRA Planetário Texto • Letícia Yazbek | Design • Thiago Barbosa 18 Nosso planeta está rodeado de satélites artificiais, que fazem toda a diferença para a vida dos terráqueos ALÉM DA TERRA Satélites artificiais são equipamentos construídos pelo homem. Depois de serem lançados no espaço, com a ajuda de foguetes, permanecem em órbita ao redor da Terra. Eles se tornaram muito importantes para o uso de tecnologias em nosso planeta, como a comunicação. E ainda nos ajudam a conhecer melhor o lugar que habitamos. ESTREIA O primeiro satélite foi o Sputnik I, colocado em órbita pela União Soviética, em 1957. Ele não tinha uma função específica – apenas transmitia um sinal que podia ser percebido por meio de um rádio. PRIMEIRAS IDEIAS Foi o físico inglês Isaac Newton o primeiro a descobrir, no século 17, que era possível enviar objetos para o espaço, fazendo com que eles orbitassem a Terra. Newton imaginou que, da mesma forma que a Lua está presa em nossa órbita (graças à força da gravidade), objetos construídos pelo homem poderiam se comportar de um jeito parecido. CLUBE DE REVISTAS IM A G E N S : D IV U L G A Ç Ã O E S H U T T E R S T O C K 19 NO BRASIL Por aqui, o primeiro a ser lançado foi o SCD-1, em 1993, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O objetivo do SCD-1, que funciona até hoje, é coletar dados meteorológicos nas diferentes regiões do Brasil. ESPAÇO PARA TODOS Conforme a função, o satélite é colocado em órbita a diferentes altitudes. Os de comunicação, por exemplo, ficam a cerca de 36 mil quilômetros de altitude. Já os que fotografam a superfície da Terra estão a até 2 mil quilômetros. LIXO ESPACIAL Atualmente, cerca de 3 mil satélites artificiais estão em ação – dezenas de novos satélites são lançados todos os anos, funcionando por cerca de dez anos. Quando um satélite é aposentado, pode retornar (e ser destruído) ou ser colocado em um ponto da órbita que não ofereça riscos a outros satélites. Mas todo esse material desativado cria o lixo espacial, que não para de crescer! Com o tempo, a falta de espaço em órbita pode impedir a manutenção e o lançamento de novos satélites. BEM PARECIDOS! Apesar das diferentes funções, a estrutura dos satélites é sempre parecida. Como precisam de energia, a maioria conta com painéis solares. Também há antenas de comunicação, que enviam e recebem dados da Terra. Os principais tipos são: Observação: usados para a criação de mapas e observação do ambiente. Monitoram toda a superfície do planeta. Navegação: são usados por aviões, navios e carros para fornecer o posicionamento desses veículos na superfície terrestre. O GPS usa esse tipo de satélite. Comunicação: enviam os sinais de televisão, rádio, telefonia e internet. Exploração: os telescópios espaciais, que observam o espaço, também são satélites. O mais conhecido é o Hubble. CONSULTORIA: LEANDRO GUEDES (PÓS-GRADUADO EM ASTROFÍSICA EXTRAGALÁCTICA E FILOSOFIA DA CIÊNCIA NA UNIVERSIDADE DE NOTRE DAME, EUA). Militares: costumam ser usados para observar territórios de outros países. Também são chamados de satélites espiões. Meteorologia: monitoram o tempo e o clima do planeta – preveem as condições meteorológicas. CLUBE DE REVISTAS Leia a descrição de cada planeta que orbita o Sol e tente descobrir de quem estamos falando É o que está mais perto do Sol e, portanto, o que orbita a estrela em maior velocidade. Por lá, o ano tem apenas 88 dias! É também o menor planeta do Sistema Solar. O recordista em tamanho também é o que possui o menor tempo de rotação: um dia dele tem duração de 9 horas, 50 minutos e 28 segundos! Existem dezenas de luas por lá. Apelidado de planeta gasoso, ganhou fama por causa dos gigantescos anéis. É o segundo maior ao redor do Sol e demora quase 30 anos para dar uma volta completa em torno da estrela. A coloração azul vem do gás metano – um dos elementos que o compõem. Foi o primeiro descoberto, em 1781, e é o quarto maior do sistema solar. Formado por 70% de água (a maior parte salgada), possui atmosfera composta de oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono e vapor d’agua. É o segundo mais próximo do Sol e foi apelidado de estrela d’Alva. A atmosfera dele segura o calor que vem do Sol, fazendo a temperatura ficar em torno de 470 graus Celsius! Ele é o último planeta do sistema solar e o que fica mais distante da nossa estrela. Também tem anéis: são seis bem finos. Conhecido como planeta vermelho, está mais perto da Terra do que do astro-rei. Projetos querem, daqui a alguns anos, levar seres humanospara morar nesse lugar. A C E G B D F H VOCÊ CONHECE O SIS Planetário 20 CLUBE DE REVISTAS Texto Christiane Oliveira • Design Cris Ayumi 1 2 3 6 8 5 4 7 RESPOSTAS: A–2; B–8; C-6; D–1;E–4; F–7; G–5; H–3 Urano Mercúrio Netuno Júpiter Saturno Terra Marte Vênus CE O SISTEMA SOLAR? IM A G E N S : S H U T T E R S T O C K CONSULTORIA: ALEX SCHMIDT (DOUTOR EM ASTRONOMIA PELA UNIVERSIDADE DE SUSSEX, INGLATERRA) E ENOS PICAZZIO (DOUTOR EM ASTRONOMIA PELA USP) 21 CLUBE DE REVISTAS CIENTISTA EM AÇÃO! O que acontece: o facho de luz da lanterna passa pelos materiais transparentes. Outros, como o papel- toalha e o sulfite, deixam que alguma luz atravesse (eles são chamados de translúcidos). Já os materiais mais grossos e escuros, como a cartolina preta, o tecido grosso e o papelão, impedem a passagem de luz porque absorvem a energia luminosa (são chamados de opacos). Materiais Descrição do som CAIXA DE PAPELÃO PAPEL DE PRESENTE PLÁSTICO- BOLHA TOALHA DE BANHO TABELA: QUE BARULHO É ESSE? DE OLHO NA LUZ Você vai precisar de: • 1 lanterna • 1 folha de papel-toalha • 1 pedaço de plástico filme • 1 folha de papel sulfite • 1 cartolina preta • Tecido grosso escuro • 1 pedaço de papelão 1 Tampe a frente da lanterna com a folha de papel- toalha. Ligue a lanterna e observe. Desligue e anote suas observações. 2 Repita esse experimento com os demais itens da lista e anote em sua ficha todos os resultados. Entre no mundo do som e da luz com experimentos superdivertidos Texto • Lucas VasconcellosDesign • Aline CasassaIlustração • Daniel Wu 22 Ciência CLUBE DE REVISTAS CONSULTORIA: CLÁUDIO FURUKAWA (PROFESSOR DO INSTITUTO DE FÍSICA DA USP) E REYNALDO DANIEL PINTO (DEPARTAMENTO DE FÍSICA E INFORMÁTICA - INSTITUTO DE FÍSICA DE SÃO CARLOS/USP). O que acontece: o som se propaga em forma de ondas invisíveis, que viajam pelo ar. Quando alguém ou algo emite um som, cada molécula que compõe o ar passa a vibrar, transmite essa vibração para as moléculas vizinhas e assim por diante. É por isso que o som não tem como se propagar no vazio, onde não há um meio como o ar ou a água. E você notou que o volume do som muda conforme o material usado para embrulhá-lo? Na caixa, ele fica um pouco abafado porque o papelão absorve uma parte das ondas sonoras; no papel de presente, por ser fino, o barulho fica parecido; já no plástico-bolha e na toalha, que absorvem mais as ondas sonoras, o ruído é quase isolado. O que acontece: a luz atravessa o copo com água, mas a imagem fica destorcida. Isso ocorre sempre que um raio de luz passa de um meio para o outro: a luz interage com as partículas de água e a velocidade dela diminui. Já o copo com a groselha só deixa a luz vermelha passar – a luz da lanterna é formada por todas as cores e o vermelho da groselha bloqueia as demais. Esse tipo de material é chamado de filtro. Trata-se do mesmo princípio do protetor solar: ele bloqueia os raios ultravioleta (invisíveis, mas perigosos para a pele). QUE BARULHO É ESSE? Você vai precisar de: • 1 despertador • Caixa de papelão • Papel de presente • Plástico-bolha • 1 toalha de banho O que acontece: o ar passa pela parte estreita do balão e produz um som. O mesmo acontece quando o ar passa por nossas cordas vocais. É assim que conseguimos falar e produzir sons. 1Encha a bexiga e solte o ar dela, esticando a boca. SOM DAS CORDAS Você vai precisar de: • 1 bexiga ATRAVÉS DA ÁGUA Você vai precisar de: • 1 copo de vidro • Água • Groselha • 1 lanterna 1 Coloque o copo na frente da lanterna, acenda a luz e anote o resultado. 2 Agora, ponha água no copo e veja o que acontece. Em seguida, coloque a groselha, misture e ligue a lanterna. Anote o que observou. 1 Prepare o despertador para tocar em 5 minutos. Coloque-o dentro da caixa de papelão e tampe-a. Quando ele tocar, anote na tabela uma nota entre 1 e 10 sobre a qualidade do barulho que você ouviu. 2 Abra a caixa, pegue o despertador e programe-o novamente para tocar em cerca de 5 minutos. Embrulhe-o com o papel de presente e coloque-o novamente na caixa fechada. Assim que ele despertar, dê uma nota na tabela. Repita a experiência usando o plástico-bolha e a tolha de banho. 23 CLUBE DE REVISTAS TESOURA CADERNO LÁPIS DE COR BORRACHAGRAMPEADOR CLIPE APONTADOR Letras misturadas Procure o nome dos objetos de material escolar Resposta na página 58 C E B P T F B O R R D H A X R W F H C L B W Y T C J O I J B J Q S X L O Á I N G T D C K J E W O G T I V X Z O D Á L F V A B Q U T V P B G D X O P T T E Á Z R A S U E R K I J O E A C O I T F D X O A J G T F S P E I T H G V S A M N E A O O T V F X L P O P N P D X S A U D C A D E R E N A E U J H T R R C X O P L H E D A U I N T A O S A L L Á P I S D E C O R X D K F P G H J V Z O W Q Á S U I O H N O R F D C R Y T R O N V S P O U N J B O R R A C H A P L L J O M T G V F D E O U J K V Á F X T I A D Z X U I H E D T M Y P N O I D G T U I A D E V C A D E R N O O L O N T G V U A G Y T F C O P R U E B U A 24 Passatempo 24 IM A G E M : S H U T T E R S T O C K CLUBE DE REVISTAS 25 IM A G E M : S H U T T E R S T O C K Agente x a gente A palavra agente funciona como substantivo: refere-se à pessoa que faz alguma coisa, ou seja, o agente da ação (lembre dos espiões dos filmes – eles são agentes). Já o termo a gente equivale ao pronome pessoal reto nós, ou seja, indica as pessoas em geral. EXEMPLOS: • A gente vai ao parque amanhã! • O agente da polícia prendeu o ladrão. De encontro a x ao encontro de Quando você quer dar o sentido contrário a alguma coisa, opondo-se ou confrontando uma situação, use de encontro a. Por outro lado, ao encontro de significa ir ao mesmo sentido de algo, na mesma direção, a favor. EXEMPLOS: • O carro foi de encontro à parede. • Vamos ao encontro de nossos amigos! A princípio x em princípio Faça substituições: a princípio é o mesmo que inicialmente, no início, no começo, antes de qualquer coisa. Já em princípio significa em tese, teoricamente, antes de qualquer consideração, de modo geral. EXEMPLOS: • A princípio quis ser bombeiro, mas virei arqueólogo. • Em princípio, todos gostam de estudar português! Mais x mas Por ser uma conjunção adversativa, o mas transmite a ideia de oposição ou restrição. Possui o mesmo sentido de: porém, contudo e todavia. Por outro lado, a palavra mais funciona como advérbio de intensidade e dá a ideia de quantidade (adição). EXEMPLOS: • Eu iria ao parque, mas ninguém quer me levar. • Ele é o mais bagunceiro da sala de aula. Onde x aonde Onde é sinônimo de “em que lugar” e indica permanência, o lugar em que se está ou em que acontece algo. A palavra aonde surgiu da junção da preposição a + onde. E é sinônimo de “a que lugar”. Esse termo sempre acompanha verbos que indicam direção e movimento, como chegar, ir e voltar. EXEMPLOS: • Onde você está? • Aonde você vai? Ao invés de x em vez de Os dois termos têm significados parecidos: ao invés de é sinônimo de “ao contrário de” e quer dizer oposição, ou seja, uma ideia contrária; em vez de é o mesmo que “em lugar de” e também tem sentido de oposição, mas pode ser usado de forma mais abrangente, em todas as situações, enquanto ao invés de só é válido para situações contrárias. EXEMPLOS: • O elevador foi para baixo ao invés de ir para cima. • Em vez de ir ao cinema com meus amigos, fui ao teatro com meus tios. CONSULTORIA: BETH BRAIT (PROFESSORA DO DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA DA USP) E LUIZ A. DA SILVA (PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS DA USP). Aonde a gente vai almoçar a manhã? Em vez de japonês, vamos comer á rabe? Texto • Bruna cardoso Design • Raphael Borges MANDE BEM NO PORTUGUÊS Nosso idioma está cheio de palavras parecidas e pegadinhas, que enganam muita gente. Masisso não vai mais acontecer com você. Basta seguir estas explicações! Educação 25 CLUBE DE REVISTAS VOCÊ SABE O QUE ESTÁ FALANDO? O que o abacaxi e o pepino têm a ver com os problemas? E o barbeiro com quem dirige mal? Não sabe? Está na hora de entender essas e outras expressões populares Ficou vermelho? Quando deixamos algo ou alguém de lado em alguma situação, dizemos que a pessoa ou o assunto está em banho-maria. Acredita-se que seja uma referência à Maria, uma alquimista europeia da Antiguidade. Um dos procedimentos criados por ela usava um tipo de panela de cobre para deixar a água aquecida por mais tempo. O vapor saía pela chaminé da casa. Daí veio a expressão grega kaminos marias (chaminé de Maria). Em latim, virou balneum mariae, ou banho de Maria. Mas foi na França que o termo bain-marie deu sentido ao banho-maria que conhecemos hoje, tanto para o cozimento de alimentos (que leva mais tempo nesse método), quanto para a expressão popular. Aos poucos Educação 26 Dizer abacaxi ou pepino quando temos algo bem complicado para resolver é bastante comum. Esse jeito de falar surgiu justamente por causa da dificuldade que é descascar um abacaxi ou fazer a digestão de um pepino. Que problemão! Zoeira sem limites Você já usou o termo trollar para provocar algum amigo, principalmente na internet? A palavra é muito antiga: há registros dela no século 9, referindo-se aos trolls, seres mitológicos nórdicos abobalhados, que lembram os ogros. Aos poucos, migrou para a língua inglesa e a gíria ganhou força no final dos anos 1980. CLUBE DE REVISTAS Texto • Lucas Vasconcellos Design • Raphael Borges Ilustração • Stefan Ficou vermelho? Quando fazemos algo vergonhoso, logo ouvimos que estamos pagando mico. A origem está no baralho infantil do Jogo do Mico, em que as cartas possuem figuras de animais. A ideia é formar pares do macho e da fêmea de cada espécie. Apenas o mico não tem par. Perde quem termina com a carta dele na mão. Já ouviu a expressão outros quinhentos para se referir a uma história dentro de algo que já está sendo contado? Uma das hipóteses mais aceita para o surgimento dessa frase retorna ao século 13, época em que, na Península Ibérica, foi colocada em prática uma lei que multava em 500 soldos (moeda do período) quem ofendesse um nobre. Se o agressor repetisse o insulto, tinha que pagar outros 500! ... a frase nem que a vaca tussa já foi maior? Não se sabe ao certo quando ela surgiu, mas dizia-se: nem que a vaca tussa e o boi espirre! Tudo para falar que algo não será feito! É outra história... Você sabia que... Até o final do século 19, faltava mão de obra especializada para alguns serviços, como médicos e dentistas, no Brasil e na Europa. Por isso, os barbeiros (pessoas que cortam cabelo e fazem a barba) exerciam diversas funções: arrancavam dentes, faziam pequenas cirurgias e sangrias (tirar sangue para eliminar doenças). Por falta de tecnologia, as condições de trabalho eram ruins, prejudicando os pacientes. Por isso, em Portugal, o termo barbeiro passou a ser usado como referência a trabalhos malfeitos. No Brasil, é comum para apelidar quem dirige mal. Mil e uma utilidades 27 CONSULTORIA: APARECIDA CAMILLO (MESTRE EM LINGUÍSTICA). FONTE: O GUIA DOS CURIOSOS (MARCELO DUARTE, EDITORA PANDA BOOKS). CLUBE DE REVISTAS 28 Educação EXPRESSÕES QUE DIZEM MUITO! Falar obrigado, saúde e desejar parabéns no dia do aniversário é sinal de educação. Mas sabia que existem explicações para esses hábitos? Dê só uma olhada! Ligados por um favor Quando queremos agradecer a alguém, o mais comum é usarmos a palavra obrigado. Ela vem do verbo obligare, em latim, que significa algo como ligar ou amarrar. Daí veio a expressão fico-lhe obrigado, que depois foi abreviada. Quando falamos essa palavra, reconhecemos nossa dívida com alguém que nos fez um favor ou gentileza. Assim, criamos uma ligação com ela e ficamos devendo um favor. Sem obrigação Desde a origem do agradecimento, quem presta um favor responde de nada ou por nada, que significa de modo nenhum. No Brasil, diferenças regionais deram origem a outras formas de responder, como não há de quê. Todas as versões querem dizer o mesmo: quando respondemos ao obrigado, queremos falar que a pessoa não está nos devendo ou não é obrigada a nada. CONSULTORIA: LUIZ A. DA SILVA (PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS DA USP). Texto • Letícia Yazbek Design • Fábio Bertolozzi Ilustrações • Stefan CLUBE DE REVISTAS 29 Será uma gripe? Acredita-se que o hábito de dizer saúde para quem espirra tenha surgido no Brasil a partir de antigas crendices populares. Algumas pessoas acreditavam que o coração parava por um instante durante o espirro e que dizer saúde era uma forma de dar boas vindas quando a pessoa voltava à vida. Hoje, a ideia mais comum é a de que o espirro é o início de uma doença. Por isso, desejamos saúde. Alô, alô! O inventor do telefone, Alexander Graham Bell, queria que as pessoas atendessem o aparelho dizendo ahoy, uma saudação náutica. No ano seguinte à invenção, em 1877, Thomas Edison escreveu uma carta para a companhia telegráfica dos Estados Unidos e sugeriu que usassem hello (olá, em inglês). Por ser uma expressão mais comum do que ahoy, o hello ficou popular. Acredita-se que hello seja derivado do termo húngaro hallod, que significa: “Você está me ouvindo?” A língua portuguesa adaptou a expressão e criou o alô que usamos até hoje. Rá-tim-bum! O costume de celebrar os aniversários surgiu por volta do ano 3 mil antes de Cristo, no Egito antigo. Naquela época, as comemorações eram dedicadas apenas a faraós e deuses. Com o tempo, os romanos adquiriram o hábito e passaram a festejar o aniversário do imperador e dos senadores. Aos poucos, a ideia se espalhou pelo mundo e surgiram símbolos, como desejar parabéns – ou seja, desejar bons momentos e celebrar mais um ciclo de vida da pessoa. Você sabia que... ... outros países têm um jeito próprio de desejar o bem a quem espirra? Em Portugal, o costume é dizer santinho. Nos países de língua inglesa, se diz God bless you, ou Deus te abençoe. Na China, é usada uma expressão que significa: “Que você viva 100 anos!” CLUBE DE REVISTAS Passatempo 30 CADÊ? Ilustração • KIKO GARCIA RESPOSTA NA PÁGINA 58 Você está acordado? Então, tente encontrar os objetos em destaque. CLUBE DE REVISTAS 31 CLUBE DE REVISTAS 32 Passatempo MENSAGEM SECRETA Ilustração • BADARI Use o código ao lado e decifre o recado dos alienígenas RESPOSTA NA PÁGINA 58 CLUBE DE REVISTAS Texto: Letícia Yazbek | Design: Aline Casassa | Ilustração: Felipe Martini A FESTA DO FOLCLORE Você sabia que existe o Dia do Folclore Nacional? Ele acontece em 22 de agosto. Entenda! Saci-pererê: é representado por um menino negro com uma perna, gorro vermelho e cachimbo. O saci faz muitas travessuras. Iara: sereia que enfeitiça os pescadores e os leva para o fundo do mar. Pode assumir forma humana e sair em busca das vítimas. Caipora: montado em um porco selvagem, esse índio anda pela floresta e domina todos os animais. Ele ataca caçadores que caçam mais do que precisam. Vitória-régia: jovem que a Lua transformou em planta. Durante a noite, a planta se abre e mostra pétalas brancas e perfumadas. Saber popular Folclore é o conjunto de mitos, costumes e ditados de um país, transmitidos de geração em geração. Ele aparece de muitas formas e ao redor do mundo – cada país tem elementos únicos de folclore. A maioria das lendas e ditados passa conhecimentos e alerta as pessoas sobre perigos. Dia de festa A data foi escolhida em homenagem ao arqueólogo inglês William John Thoms, que estudou as tradições e lendas da Inglaterra e foi o primeiro a usar o termo folclore (em inglês, folk quer dizer povo e lore é conhecimento). O estudo dele foi publicado por uma revista em 22 de agosto de 1846. Em1965, o Dia do Folclore foi oficializado no Brasil. Nessa data, ocorrem comemorações e atividades culturais pelo país. Identidade do povo O folclore brasileiro se desenvolveu a partir da mistura das tradições que temos em nossas terras, como as trazidas pelos africanos, indígenas e europeus. Dê uma olhada em algumas lendas do Brasil: Você sabia que... ... além das lendas, fazem parte do folclore brasileiro as festas populares, como o Carnaval e as festas juninas? Educação 33 CLUBE DE REVISTAS Nhac! Slurp! CONSULTORIA: GUSTAVO BURIN FERREIRA (DOUTORANDO EM ECOLOGIA NO INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS PELA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO), PAULO MINATEL GONELLA (BIÓLOGO DOUTORADO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) E VITOR MIRANDA (PROFESSOR DE SISTEMÁTICA VEGETAL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA). Planta com fome de bichoPlanta com fome de bicho Cheias de truques para capturar presas, as plantas carnívoras comem insetos e outros animais pequenos Texto • Lucas Vasconcellos Design • Fábio Bertolozzi Comida diferente Plantas carnívoras se alimentam de bichos pequenos, como moscas, besouros, borboletas e, em alguns casos, aves e ratos. Elas precisam comer animais para sobreviver, pois geralmente vivem em locais onde o solo é pobre em nutrientes – como nitrogênio e fósforo, elementos essenciais para o crescimento e reprodução dos vegetais. Além das moscas Algumas espécies preferem presas diferentes: as do gênero Genlisea 1 pegam protozoários e microcrustáceos que vivem no solo; as do gênero Philcoxia 2 capturam vermes da areia; e algumas espécies aquáticas do gênero Utricularia 3 comem algas e pequenos invertebrados. 1 2 3 Atualmente, são conhecidas cerca de 700 espécies de plantas carnívoras (mais ou menos 100 só no Brasil!) Natureza 34 CLUBE DE REVISTAS Sem medo Plantas carnívoras são totalmente inofensivas para seres humanos – dá até para ter algumas espécies em casa. As armadilhas que elas usam são frágeis. Por isso, mesmo que você encoste o dedo, é fácil retirá-lo. Nojinho Algumas comem fezes de insetos! Por exemplo: na África do Sul, as do gênero Roridula não possuem enzimas digestivas para dissolver os bichos que capturam. Por isso, vivem em associação com um tipo de percevejo: eles se alimentam dos insetos pegos por elas, que fazem cocô na superfície das folhas – os nutrientes presentes ali são absorvidos pela planta. Cheia de charme Para atraírem as presas, elas usam o colorido ou o brilho das folhas, que podem ser avermelhadas, arroxeadas ou possuir um tipo de gosma. Bobeou? Já era! Essas plantas usam armadilhas para se alimentar. As três principais táticas são: folhas que funcionam como ratoeiras – o animal fica aprisionado; folhas em forma de jarro – o bicho escorrega e fica preso num suco digestivo; e folhas grudentas – a presa pousa e não consegue se soltar. Dias mais tarde... O processo de digestão é feito na própria armadilha: além de capturarem os animais, as folhas produzem enzimas digestivas, que geram um tipo de suco (depois de dissolver o animal) para ser absorvido pela planta. Esse processo pode levar semanas, conforme a tática ou animal capturado. Xô, gula! Apesar de algumas viverem repletas de presas nas folhas, normalmente as plantas carnívoras não comem muito – existem até as que passam muito tempo sem capturar qualquer animal. Você sabia que... ... as plantas carnívoras são muito antigas? Talvez elas estejam na Terra desde a época em que os dinossauros foram extintos, cerca de 66 milhões de anos atrás. Novidade brasileira Uma nova espécie, a Drosera magnifica, foi descoberta em Minas Gerais, no topo de uma montanha. Ela é a maior espécie do tipo nas Américas: atinge 1,5 metro de comprimento. As folhas são longas, finas, reluzentes, bastante pegajosas e podem chegar a 24 centímetros. Acredita que ela foi descoberta depois de um pesquisador ver fotos da planta no Facebook? Algumas são muito rápidas, capazes de capturar um inseto em 0,3 segundo! 35 CLUBE DE REVISTAS Furacões, terremotos, vulcões e até os incríveis arco-íris acontecem naturalmente ao redor do planeta – a gente não consegue controlá-los. Desvende os detalhes de cada um deles A NATUREZA É FENOMENAL Está tremeeendo! Primeiro vem uma leve sacudida. Surge um barulho forte e o chão treme. É um terremoto! Com duração de segundos a poucos minutos, ele é tão intenso que pode fazer prédios desmoronarem, criar montanhas e até rasgar um continente. Tudo acontece quando as placas tectônicas (pedaços enormes de rocha que formam a superfície do planeta) se movimentam bruscamente por causa de correntes de calor ou da pressão vindas do interior da Terra. O choque entre elas leva aos tremores. A FORÇA DA TERRA O conteúdo do interior terrestre tem tudo a ver com terremotos e vulcões Texto • Maria Carolina Cristianini Design • Aline Casassa Quantos graus? Terremotos são classificados de acordo com a intensidade usando a Escala Richter, criada em 1935. Aos abalos mais fracos foram dados valores próximos de zero. Por exemplo: � Menos de 3,5 graus: costuma ser imperceptível � De 5,5 a 6 graus: compromete a estrutura de casas e prédios � De 7 a 7,9 graus: é devastador em mil quilômetros � Acima de 8 graus: destrói tudo o que está perto do epicentro (primeiro ponto atingido pelo terremoto) 36 Natureza CLUBE DE REVISTAS Você sabia que... ... não dá para prever terremotos? Sabe-se apenas onde é mais provável ocorrer um abalo, perto das bordas das placas tectônicas, por causa dos choques que ocorrem entre elas. É o caso dos Estados Unidos e do Japão. Já o Brasil fica no meio de uma placa e não sofre com terremotos fortes. É quando o movimento brusco das placas tectônicas levanta o fundo dos oceanos, fazendo o mar se agitar e formar grandes ondas no litoral. Tsunami Terremotos causam, por exemplo, rachaduras enormes no asfalto Os 7,2 graus deste abalo na Turquia, em 2011, destruíram prédios Há dez anos, a cidade de Christchurch (Nova Zelândia) foi atingida por um tremor de 6 graus 37 CLUBE DE REVISTAS Você sabia que... ... a palavra vulcão tem a ver com o deus romano do fogo, Vulcano? Segundo o mito, ele moraria numa montanha muito quente. Show de lava Quando a crosta terrestre (camada mais externa do planeta) se rompe por causa de forças internas (como o calor que existe no interior da Terra ou um terremoto), um vulcão pode se formar ou entrar em erupção. A abertura que existe no topo desse tipo de montanha alivia a pressão interior, fazendo com que uma parte do material quente e sólido que fica lá dentro se torne líquido. É o magma, que, ao sair, passa a ser chamado de lava. Alguns expelem lava e outros também soltam nuvens de cinzas e pedras. Podem fazer isso por anos ou horas. Depende da quantidade de magma existente. Importância das antigas Existiam vulcões ativos por todo lado durante a formação da Terra. Foi o vapor lançado por eles que formou muitas nuvens, causando longas chuvas que criaram os oceanos. Além disso, os gases emitidos deram origem à atmosfera, que foi se transformando com o tempo até ficar própria para a origem e evolução da vida. Ruínas da cidade de Pompeia (Itália), devastada pela erupção do Vesúvio no ano 79 Nem só lava é expelida da abertura: cinzas podem sair aos montes! O italiano Stromboli tem pequenas erupções com frequência 38 Natureza CLUBE DE REVISTAS EFEITOS SOLARES (ALÉM DO BRONZEADO) Sete cores no ar O espetáculo do arco-íris aparece quando os raios do Sol atravessam gotas de chuva no ar. A luz solar é formada por muitas cores, que, juntas, viram o branco. Mas, ao passar pelas gotas, a luz branca sofre um desvio e se divide em raios diferentes – violeta, anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho. Ao saírem pelas gotas, os raios são refletidos, surge um efeito de lentede aumento e o arco no céu. Brilho que vem do espaço Chamadas de boreal no Polo Norte e austral no Polo Sul, as auroras polares criam um show de luzes no céu. Tudo começa no Sol: a estrela emite, sem parar, um fluxo de partículas eletricamente carregadas, conhecido como vento solar, que bombardeia a Terra. Nossa maior defesa contra isso é o campo magnético do planeta (barreira a cerca de 100 quilômetros da superfície terrestre): as partículas vindas do Sol são capturadas por ele e direcionadas para os polos. No norte e no sul, elas se acumulam até começarem a brilhar com luzes coloridas, criando as auroras. Só de vez em quando Para ver o fenômeno, você precisa estar entre o Sol e o local onde as partículas de água estão suspensas no ar. Ele some em poucos minutos, quando a luz solar muda de posição ou um vento forte leva as gotas de chuva embora. Um lindo arco-íris e até uma tempestade de areia estão conectados com o que o Sol envia para a Terra Gotículas de cachoeiras também criam arco-íris, como este na Islândia Esta aurora aconteceu no Polo Norte, antes do nascer do Sol na região 39 CLUBE DE REVISTAS Sem nada de água Durante o amanhecer nos desertos, os raios solares esquentam muito o solo, vencendo a camada de ar gelado que se formou durante a noite – a temperatura do chão vai de 30 graus Celsius às 8h a 80 graus Celsius ao meio-dia. O resultado desse grande aquecimento são ventos de até 100 quilômetros por hora que criam as tempestades de areia. O fenômeno pode ser visto em locais como o Deserto do Saara, na África. Por lá, rolam cerca de 80 tempestades dessas por dia! VENTO E CHUVA PODEROSOS! Ciclone, tornado e furacão se diferenciam pelo tamanho, formato, força e velocidade Superevaporação Existem dois tipos de ciclones: os tropicais, que acontecem principalmente entre os trópicos e o Equador e são mais violentos; e os extratropicais, que se formam em regiões distantes dos trópicos e, apesar de durarem mais e atingirem áreas maiores, são mais fracos. Tudo começa sobre mares de água quente, onde a temperatura se mantém em torno de 26 graus Celsius. O calor faz com que muita água evapore e forme nuvens imensas. Isso causa alterações na pressão do ar, provocando chuvas e ventos fortes.Vou precisar de óculos! Lá vem uma tempestade de areia na Jordânia, país da Ásia Nem as pirâmides egípcias escapam dos fortes ventos no deserto Satélites registraram este ciclone tropical no Oceano Índico 40 Natureza CLUBE DE REVISTAS A força do giro Quando uma corrente de ar quente com gotas de vapor de água entra em contato com o ar seco que envolve uma nuvem, ocorre um fenômeno de resfriamento. Esse ar mais frio despenca do alto tão rápido que pode tomar impulso e começar a girar. É aí que surge o tornado, um funil com uma das pontas nas nuvens e a outra no solo. A velocidade dos ventos pode passar dos 500 quilômetros por hora! Tanta força destrói casas, mesmo durando alguns minutos. São mais frequentes nos continentes, mas também podem ser vistos nos mares. Mais forte! Ciclones tropicais com ventos de mais de 120 quilômetros por hora passam a ser chamados de furacões no Oceano Atlântico e no Oceano Pacífico Leste e de tufões no Pacífico Oeste. No Brasil, furacões são raros, porque nossas águas costumam ter temperaturas mais frias. O fenômeno perde força quando atinge o interior do continente, transformando-se numa tempestade comum – antes, causa estragos em regiões litorâneas. CONSULTORIA: AUDALIO R. TORRES JUNIOR (PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE METEOROLOGIA DA UFRJ), AUGUSTO J. PEREIRA FILHO E TÉRCIO AMBRIZZI (PROFESSORES DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ATMOSFÉRICAS DA USP), FABIO TAIOLI (PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA SEDIMENTAR E AMBIENTAL DA USP), ISIMAR DE A. SANTOS (PROFESSOR DO LABORATÓRIO DE METEOROLOGIA DA UENF), JOSÉ C. FIGUEIREDO (DOUTOR EM AGRONOMIA E METEOROLOGISTA NO IPMET/ UNESP), JOSÉ F. PINA ASSIS (PROFESSOR DA FACULDADE DE GEOLOGIA DA UFPA), RENATO RAMOS (PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA DO MUSEU NACIONAL/UFRJ) E TIAGO D. VIEIRA (GEOCIENTISTA E EDUCADOR SOCIOAMBIENTAL DO IGC/USP). Estou voaaando e rodaaando! Tornado sobre campos do estado norte-americano de Illinois 41 CLUBE DE REVISTAS Na hora de fazer um trabalho para a escola, procurar o clipe de uma música ou saber mais sobre a notícia do momento, sempre usamos os sites de busca da internet. Que tal aproveitar ainda melhor essas ferramentas? Veja alguns truques! TURBINE SUA PESQUISA Usando os sinais Os símbolos + e – dão uma força nas buscas. Experimente o sinal de menos (-) para limitar a pesquisa, excluindo resultados que você não quer ver. Se está buscando informações sobre a cidade de São Paulo, por exemplo, escreva “São Paulo” –santo –time. Assim, os sites que falam sobre o santo chamado São Paulo ou sobre o time de futebol não vão aparecer. Já o sinal de mais (+) acha links que tenham as palavras que você quer. Se escrever insetos + Amazônia, o resultado será mais preciso. Falta um pedaço Esqueceu qual é a capital do Acre? Então, digite: A capital do Acre é *. O asterisco (*) é bom para descobrir a parte desconhecida de uma frase. No resultado, surgem links que completam o que você digitou. Esse sinal também ajuda a encontrar sites que tenham a parte inicial de uma palavra. Se digitar recicla*, você vai encontrar uma lista de documentos que contenham termos como reciclar, reciclagem, reciclado... 42 Tecnologia Texto • Letícia Yazbek Design • Aline Casassa INSETOS + AMAZÔNIA A CAPITAL DO ACRE É * CLUBE DE REVISTAS Igual ao dicionário Se você está fazendo um trabalho sobre o planeta Terra e não sabe o que é biosfera, o primeiro passo é descobrir o que a palavra significa. Basta escrever na área de busca define: biosfera e apertar o botão de pesquisa. A dica também vale para expressões, como define: estações do ano. FIQUE LIGADO! • Você pode combinar sinais diferentes em uma mesma pesquisa, encontrando, assim, resultados mais exatos – use lixo+recicla* para ver endereços com a palavra lixo e outras como reciclagem ou reciclado. • Os sites de busca permitem que você pesquise páginas em diferentes idiomas. Se estiver fazendo um trabalho de inglês e só quiser ver os resultados nessa língua, vá até a aba de ferramentas e mude as configurações para resultados em inglês. • Não confie no primeiro site que encontrar. Procure ao menos dois outros endereços para confirmar as informações e deixar sua pesquisa mais completa. • Confira o endereço da página para saber se ela é confiável. Os finais .gov (governamentais), .org (instituições sem fins lucrativos) e .edu (instituições de ensino) são os mais indicados. 43 Acerte na mosca Nos sites de busca, os resultados costumam mostrar milhares de links que contenham as palavras digitadas por você. Para não se confundir com tantas páginas, escreva entre aspas exatamente o que está procurando. Por exemplo: digite “período neolítico” no campo de busca e os resultados só trarão links que contenham essa frase. As aspas também são úteis quando você só se lembra de parte de uma piada ou de uma música e quer descobrir o resto. Digite o que sabe entre aspas e o restante aparecerá! Direto no site Também existe um truque para achar documentos sobre algum assunto dentro de um site específico. Digite a palavra desejada e depois site:, seguido do link. Por exemplo: se quer achar páginas no site da RECREIO que falem sobre o coração, é só pesquisar por coração site:recreio.uol.com.br. Outra dica é usar os domínios (.gov, .edu, .com) para limitar os resultados – encontre o tema da pesquisa em uma página do governo digitando a palavra seguida de site:gov. DEFINE: BIOSFERA IL U S T R A Ç Ã O : S H U T T E R S T O C K “LÁ, LÁ, LÁ” CLUBE DE REVISTAS 44 Detector de terremotos Mais de 1.500anos antes da invenção do sismógrafo moderno, o chinês Chang Heng desenvolveu um instrumento que registrava terremotos e indicava onde eles teriam surgido. Criado no século 2, o aparelho era formado por uma jarra feita de bronze, com cerca de 2 metros de diâmetro. Dentro havia um pêndulo sensível às ondas de um terremoto. O objeto ainda tinha oito cabeças de dragão esculpidas – abaixo delas, ficavam oito sapos com as bocas abertas. Quando acontecia um tremor, a boca do dragão que estivesse na direção do terremoto se abria e fazia o pêndulo cair na boca do sapo. Assim, a direção da ocorrência era registrada. Natural! Um reator nuclear é um dispositivo usado para produzir eletricidade por meio da energia liberada numa reação de fissão nuclear (quando um átomo se quebra em dois átomos menores). O primeiro reator desse tipo foi construído no século 20. Mas um antigo reator natural, de 2 bilhões de anos, foi achado em 1972! Ele fica em Oklahoma (Gabão, África) e abriga uma grande quantidade de urânio natural. Os cientistas não sabem ao certo como o reator funciona, mas acreditam que se tratava de uma reação em cadeia que durou milhares de anos! No fundo do poço O sal era muito importante na China do século 3. Como a distância entre as cidades e a costa era grande, a melhor opção para obter o produto era cavar o solo em busca de sal. Para isso, os chineses desenvolveram uma grande broca, feita de bambu com ferro na ponta. Ela era usada para fazer poços profundos, de até 140 metros de profundidade. Os furos no solo também liberavam gás metano. Aí, os chineses passaram a transportar sal e gás por meio de uma série de dutos de bambu a grandes distâncias. Tecnologia SURPRESAS DO PASSADO Objetos cheios de tecnologia existem há mais tempo do que você imagina! Duvida? Veja exemplos superavançados de muitos anos atrás! Texto • Letícia Yazbek Design • Raphael Borges IM A G E N S : D IV U L G A Ç Ã O 44 CLUBE DE REVISTAS 45 Energia portátil Em 1938, o alemão Wilhelm Konig descobriu antigas baterias em um vilarejo próximo a Bagdá (Iraque). Elas eram formadas por vasos de argila de 13 centímetros de altura. Dentro deles, havia um cilindro de cobre e uma barra de ferro. Os vasos tinham sinais de corrosão e de substâncias ácidas, como vinagre ou vinho. Acredita-se que funcionassem como pilhas, mas não há certeza de como eram usados – pode ser que produzissem joias ou fossem aplicados para tratar dor com pequenos choques. Movido por cordas O matemático e mecânico grego Heron de Alexandria inventou um dos primeiros robôs programáveis do mundo: no século 1, ele construiu um carro de madeira de três rodas movido por cordas. O aparelho usava um sistema cronometrado de roldanas e pesos de grãos de trigo. Assim, conseguia andar e até fazer curvas. O robô foi construído com poucos materiais, mas os cientistas dizem que ele operava da mesma forma que os robôs modernos – as cordas têm função igual a das sequências de códigos atuais. Segredos em alto-mar Antigamente, navegar pelos mares era muito complicado. Tanto que os pesquisadores demoraram em entender como os vikings (antiga civilização que viveu na região da Suécia, Dinamarca e Noruega entre os séculos 8 e 11) conseguiam viajar em linha reta, sem se perder. Até que, em 1948, foi encontrado o disco Uunartoq, uma sofisticada bússola do século 11, usada pelos vikings. Ele funcionava como um relógio de sol, com vários graus de sombra para localizar os pontos cardeais. O disco tinha um tipo de cristal que fazia o aparelho se manter ativo mesmo quando a luz do dia era fraca. Os pesquisadores observaram que ele funcionava com menos de 4 graus de erro, o que equivale a uma bússola atual. Por conta própria Heron de Alexandria também criou a porta automática! Não se sabe se a porta foi mesmo construída naquela época, mas essa foi a primeira vez em que a ideia foi registrada. O mecanismo era complexo: um sacerdote acenderia o fogo no altar de um templo, fazendo o ar se aquecer; isso aumentaria o volume do ar, deixando-o mais pesado; esse ar pesado faria com que um recipiente com água derramasse o líquido num balde; à medida que o balde enchesse, um sistema de engrenagens levantaria a porta. Uau! CONSULTORIA: CÉLIA TAVARES (PROFESSORA DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS DA UERJ). 45 CLUBE DE REVISTAS Os superpoderosos das profundezas Peixes que vivem em regiões muito profundas dos oceanos são chamados de abissais. Não é nada fácil morar numa zona escura e fria. Por isso, eles desenvolveram técnicas incríveis de sobrevivência Muito fundo! Em geologia, a palavra abissal quer dizer região de grandes profundidades de oceanos – localizada mais ou menos abaixo de 2 mil metros. É exatamente nessa zona que os peixes abissais vivem. Por lá não existem algas. Por isso, a maioria das espécies é carnívora e possui dentes grandes e assustadores. Luz dos olhos Esta espécie se chama Kryptophanaron e vive na região do Caribe. Para enxergar, a luz sai por uma cavidade nos olhos! Dentão A cerca de 5.300 metros de profundidade vive o peixe-ogro. Nessa região é muito difícil encontrar comida, por isso o animal acaba se alimentando de restos de animais mortos que caem de profundidades menores e tudo mais o que aparecer. Ele tem os dentes tão grandes que nem consegue fechar totalmente a boca. Assim, suga os restos e não deixa passar nada. Zoo 46 CLUBE DE REVISTAS Peixes vagalumes A luz do Sol não chega a essas regiões profundas (a temperatura fica entre zero e 4 graus Celsius). Por isso, algumas espécies produzem luz no próprio corpo – isso se chama bioluminescência – e a usam para atrair parceiros de namoro ou presas. A luz vem de pequenos órgãos chamados fotóforos (o fenômeno é parecido com o dos vagalumes). Varinha mágica! Você com certeza já viu esta espécie! É o peixe-pescador-de-mar-profundo, o mesmo mostrado na animação Procurando Nemo. A lanterninha que ele tem é um prolongamento da espinha dorsal e serve para atrair presas – daí o nome do bicho. Iluminado O peixe-lanterna recebeu esse nome porque consegue produzir luz em órgãos localizados na cabeça, nas laterais do corpo e no rabo. Barbudo Conhecido como peixe- dragão-de-mar-profundo, tem um barbilhão: filamento que sai do canto da boca de algumas espécies de peixes. A ponta emite uma luz, usada para atrair presas. Você sabia que...... as zonas abissais cobrem 70% da superfície da Terra? Elas são o maior ecossistema do mundo! Onde vivem: n a s p r o f u n d e z a s d o s o c e a n o s d e q u a s e t o d o o m u n d o ! Texto • Christiane Oliveira Design • Fabio Bertolozzi IM A G E N S : D IV U L G A Ç Ã O 47 CLUBE DE REVISTAS 48 Zoo Peso até 3 quilos Tamanho de 1 a 25 centímetros Alimentação principalmente insetos, aranhas, peixes pequenos, lesmas e vermes Tempo de vida máximo de 30 anos Onde vive no mundo todo, menos na Antártida, no Ártico e na Groenlândia No pulo dos sapos Eles existem há milhões de anos na Terra, estão espalhados pelo mundo e passam por uma transformação incrível quando saem dos ovos Bem antigos Acredita-se que os primeiros anfíbios (como os sapos) apareceram há cerca de 250 milhões de anos, quando os dinossauros ainda existiam. Hoje, milhares de espécies desses animais vivem ao redor do planeta em pântanos, florestas úmidas e até em desertos. Na mosca! Na hora de comer, o sapo estica a língua comprida, veloz e pegajosa sobre as presas. Elas ficam grudadas e vão logo para dentro da boca. Para acertar o alvo, o animal conta com boa visão. Ficha do bicho CONSULTORIA: ADRIANO M. DE SOUZA (BIÓLOGO – HERPETÓLOGO DO LABORATÓRIO DE BIOLOGIA EVOLUTIVA DE RÉPTEIS E ANFÍBIOS – PUC MINAS), CAROLINE M. DA SILVA (DOUTORA EM BIOLOGIA ANIMAL PELA UFRGS), DANIEL BÜHLER (BIÓLOGO – HERPETÓLOGO DA BIOTA SOLUÇÕES AMBIENTAIS),CÉLIO F. B. HADDAD (PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA DA UNESP), LUIS F. MARIN DA FONTE (MESTRE EM BIOLOGIA ANIMAL PELA UFRGS E DOUTORANDO NA UNIVERSITÄT TRIER – ALEMANHA) E TARAN GRANT (PROFESSOR DOUTOR DO DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA DA USP). IM A G E N S : S H U T T E R S T O C K Cobertura especial A pele é fina e está sempre úmida. Ela é importante para a respiração. Os pulmões não conseguem absorver todos os gases necessários para a sobrevivência. Por isso, uma parte da respiração é feita pela pele: ela capta o oxigênio que segue para a corrente sanguínea. Será que ele vai me ver? Texto • Maria Carolina Cristianini Design • Fabio Bertolozzi CLUBE DE REVISTAS 49 Protegidos Glândulas produtoras de veneno ficam na pele – às vezes atrás dos olhos e nas patas traseiras. Mas sapos não esguicham o veneno. Se algum predador tentar mordê- lo e pressionar as glândulas, elas vão apenas liberar a toxina e o anfíbio poderá fugir, salvando-se! De salto em salto As patas são boas para pular: os músculos das traseiras ajudam a dar impulso. Há espécies que saltam cerca de 4 metros! Mas algumas, como o sapo-andarilho, da Mata Atlântica, têm as pernas mais curtas e sequer saem do chão. Namoro musical Em geral, o sapo vive sozinho. Mas, na época de acasalamento, os machos se unem na beira de rios e lagos e começam a cantoria. Os coachados chamam a atenção das fêmeas, que escolhem o macho pelas características do som. Quem é quem? Sapo mora em terra firme e procura ambientes aquáticos para pôr os ovos. A pele costuma ser enrugada e as patas traseiras são mais curtas. Rã vive em lagoas e nada com a ajuda das membranas das patas. O corpo é liso e as patas traseiras são bem compridas. Perereca encontrada entre galhos e plantas, é a menor do trio. Tem olhos saltados e bolinhas nos dedos (são ventosas, que ajudam a escalar). Ovos fecundados ficam grudados ao sapo-parteiro por cerca de três semanas. Depois, ele entra na água para que os girinos saiam Numa região desértica dos Estados Unidos vive o sapo do Rio Colorado. Ele absorve a umidade que existe no ar Mudança radical Normalmente, a fêmea põe os ovos na água. Aí, começa o processo de metamorfose, que leva dias ou anos! 1 Os ovos são formados por uma camada gelatinosa e os filhotes crescem lá dentro, na água. 2 Quando saem dos ovos, os futuros sapos são chamados de girinos. Têm brânquias como os peixes. 3 Aos poucos, as patas começam a surgir. Eles comem algas e restos de animais e de vegetais. 4 A cauda e as brânquias são absorvidas, os pulmões se desenvolvem e o animal pode morar em terra firme. CLUBE DE REVISTAS Z o o INS ETO CH EIO DE FA SE S A té v ir a r u m a b o rb o le ta , e s s e a n im a l p a s s a p o r u m a m e ta m o rf o s e in c rí v e l! C u rt a e s s a e o u tr a s c u ri o s id a d e s M a io r d e id a d e C ha m am os d e bo rb ol et a o an im al qu e já e st á na fa se a du lta d a vi da – an te s di ss o, e la já fo i o vo , l ag ar ta e vi ve u em u m c as ul o. Q ua nd o se to rn a um a bo rb ol et a, o in se to v oa en tr e flo re s, a lim en ta nd o- se pr in ci pa lm en te d o né ct ar d el as , e se re pr od uz . U m a fê m ea d ep os it a at é 1. 0 0 0 m in ús cu lo s ov os e m fo lh as , n um lo ca l s eg ur o. M u lt ic o lo ri d a A s as as s ão c ob er ta s po r m in ús cu la s es ca m as , q ue c ri am ef ei to s vi su ai s de c or es e e st am pa s. O c ol or id o se rv e de a le rt a, m os tr an do q ue a b or bo le ta é ve ne no sa p ar a al gu ns p re da do re s, ou p od e aj ud ar n a ca m uf la ge m d o an im al . O ut ra u til id ad e da s es ca m as : ab so rv em e re fle te m a lu z so la r, co nt ro la nd o a te m pe ra tu ra d o co rp o do a ni m al . C O N S U LT O R IA : A N A E U G Ê N IA D E C . C A M P O S ( P E S Q U IS A D O R A C IE N T ÍF IC A /A S S IS T E N T E T É C N IC A D E D IR E Ç Ã O D O I N S T IT U T O B IO L Ó G IC O – S Ã O P A U L O – S P ), D A Y A N A B O N F A N T T I (P R O F E S S O R A D O L A B O R A T Ó R IO D E E S T U D O S D E L E P ID O P T E R A N E O T R O P IC A L D A U F P R ), M A R C E L O D U A R T E ( C U R A D O R D E L E P ID O P T E R A D O M U S E U D E Z O O L O G IA D A U S P ), M A R G A R E T H Q U E IR O Z ( P E S Q U IS A D O R A T IT U L A R E M S A Ú D E P Ú B L IC A D O I N S T IT U T O O S W A L D O C R U Z ) E M IR N A M . C A S A G R A N D E ( P R O F E S S O R A D O D E P A R T A M E N T O D E Z O O L O G IA D A U F P R ). F O N T E : F U N D A Ç Ã O O S W A L D O C R U Z . CLUBE DE REVISTAS P ro n ta p a ra c o m e r N o pe rí od o em q ue é a du lt a, a b or bo le ta u sa m ui ta s pa rt es d o co rp o pa ra e nc on tr ar co m id a: a s an te na s pe rc eb em c he ir os ; a pa rt e de b ai xo d as s ei s pe rn as p os su i re ce pt or es q ue c ap ta m in fo rm aç ão s ob re o sa bo r do s al im en to s; a lí ng ua le m br a um a tr om ba e nr ol ad a e es ti ca p ar a su ga r, po r ex em pl o, o n éc ta r da s pl an ta s. V id a c u rt a D ep oi s de to da a tr an sf or m aç ão q ue en fr en ta m , d ei xa nd o de s er em la ga rt as a té vi ra re m b or bo le ta s, e ss es b ic ho s vi ve m (n a m ai or p ar te d as e sp éc ie s) d e du as s em an as a do is m es es . V oc ê sa bi a qu e al gu m as m ar ip os as (p ar en te s da s bo rb ol et as ) v iv em m en os d e 24 h or as ? El as a ca sa la m c om o s m ac ho s, b ot am o vo s e m or re m . Q u e m é q u e m V oc ê sa be d if er en ci ar u m a bo rb ol et a de u m a m ar ip os a? É fá ci l: qu an do p ou sa m , b or bo le ta s fi ca m co m a s as as fe ch ad as , e nq ua nt o m ar ip os as a s m an tê m a be rt as . E , em g er al , b or bo le ta s sã o co lo ri da s e tê m h áb it os d iu rn os – o s há bi to s da s m ar ip os as s ão n ot ur no s. A re co rd is ta e m ta m an ho é a b ir dw in g (a lg o co m o as a de p ás sa ro ). D a po nt a de u m a as a a ou tr a, p od e te r 3 0 c en tí m et ro s. V iv e em fl or es ta s da N ov a G ui né H o ra d a t ra n s fo rm a ç ã o Ve ja o p as so a p as so d a m et am or fo se d a bo rb ol et a 1 Fo ra da ca si nh a D en tr o de c ad a ov o ex is te u m a la rv a be m p eq ue na , q ue e sp er a po r se m an as o u at é m es es p ar a sa ir (a té q ue o c lim a es te ja fa vo rá ve l, po r e xe m pl o) . N o m om en to c er to , ro m pe o o vo e o d ev or a. E nt ão , to rn a- se la ga rt a. 3 U m a a pa riç ão D en tr o do c as ul o, pe nd ur ad a em u m a fo lh a, a la ga rt a nã o co m e ne m s e m ov e. E ss e pe rí od o le va se m an as o u m es es – co nf or m e a es pé ci e. E nt ão , oc or re a tr an sf or m aç ão fin al : s ur ge m a sa s! 4 Q ue ro vo ar
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