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Ensino Fundamental - Eixo 1 Introdução

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Prévia do material em texto

Eixo 1: Introdução
02
© 2021. SEE/MG - Secretaria de Estado de Educação de 
Minas Gerais. Todos os direitos reservados
Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais - SEE/MG
Prédio Minas - Rodovia Papa João Paulo II, 4143 - 10º e 11º andar
Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves
Bairro Serra Verde - Belo Horizonte / MG
CEP: 31630-900
Conteudistas:
Enam Lima Pires, Edi Silva Pires, Geniane Lúcia Ribeiro 
Martins
e Maria José Ferreira da Costa
https://www2.educacao.mg.gov.br/
https://www2.educacao.mg.gov.br/
03
INTRODUÇÃO 	
APRESENTAÇÃO: UM CONVITE ESPECIAL 
PARA VOCÊ!	
CURRÍCULO REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS: 
QUE DOCUMENTO É ESSE?	
Base Nacional Comum Curricular e 
Currículo Referência de Minas Gerais 
(BNCC e CRMG)	
Um pouco da história do Currículo 
Referência de Minas Gerais	
CRMG e os eixos estruturadores	
ENSINO FUNDAMENTAL: ANOS INICIAIS
ANOS INICIAIS E TRANSIÇÕES
ESTRUTURA DO CRMG PARA OS ANOS 
INICIAIS
1.
1.1.
1.2.
1.2.1.
1.2.2.
1.2.3.
2
2.1
2.2
SUMÁRIO
04
o conceito de currículo;
a historicidade e fundamentos legais do 
Currículo Referência de Minas Gerais 
●
	
os eixos estruturantes que embasam o 
currículo;
●
	as concepções teóricas que sustentam 
esse documento no contexto da 
Educação Básica;
a organização do Currículo Referência 
de Minas Gerais para os Anos Iniciais do 
Ensino Fundamental.
1. INTRODUÇÃO 
1.1. APRESENTAÇÃO: UM CONVITE ESPECIAL PARA VOCÊ!	
Olá, cursista! Eu sou Ana Paula, professora apaixonada por educação 
desde pequenininha. Quando eu era criança, lembro que brincava de 
escolinha com meus amigos e eu sempre era a professora, tenho outra 
paixão que é a leitura. Adoro ler de tudo e você? Qual o seu livro 
preferido? Eu até hoje sou apaixonada pelo O Pequeno Príncipe, quanta 
coisa legal ele nos ensina, não é? Bem, tenho nove anos de sala de 
aula no Ensino Fundamental e amo os meus alunos. É verdade que as 
vezes são levados, mas, mesmo assim gosto de dialogar com eles 
sobre tudo. 
Agora, vamos falar um pouco sobre o seu curso? Você já conheceu 
sobre o funcionamento do curso, os tipos de atividades, carga horária, 
etc. Então, vamos começar as reflexões sobre o Currículo Referência 
de Minas Gerais? 
Você já deve saber que passaremos por quatro eixos de discussão ao 
longo do curso: Introdução, planejamento, gestão de sala de aula e 
avaliação. Em cada módulo, serão discutidos aspectos do currículo que 
se relacionam com esses temas.
Portanto, seja bem-vindo ao primeiro eixo: Introdução. Nesse eixo, 
abordaremos:
05
Familiarizar-se com esse documento é importante para que nossa 
ação pedagógica produza efeitos, uma ação que precisa ser 
consciente e intencional se desejamos transformar a sociedade em 
que vivemos. Vamos juntos?
Neste primeiro eixo buscamos: 
	Refletir sobre as concepções de currículo.
●
	
Conhecer a concepção de currículo definida no Currículo 
Referência de Minas Gerais.
●
	
Situar o Currículo Referência de Minas Gerais no 
contexto dos documentos orientadores do trabalho 
pedagógico.
●
	
Conhecer a historicidade da construção do Currículo 
Referência de Minas Gerais.
●
	
Compreender o significado de eixos estruturantes e a 
relação com a etapa do Ensino Fundamental -Anos 
Iniciais.
●
	
Conhecer os fundamentos teóricos dos Anos Iniciais.
●
	
Refletir sobre as etapas de transição e formas de 
atuação.
●
	
Analisar a estrutura geral curricular de como se 
organizam os conhecimentos para os Anos Iniciais
1.2. CURRÍCULO REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS: QUE 
DOCUMENTO É ESSE?
06
A sala de aula é um ambiente muito complexo e que demanda muita 
atenção, não é mesmo? Lidamos com pessoas, os estudantes, e é muito 
comum acontecer de precisarmos trabalhar algo que não estava 
planejado. Mas o que fazer diante de uma situação assim? Seguir com o 
que estava planejado ou ir na direção que os estudantes mostram 
interesse? Para começar nossa prosa, vamos ver um relato sobre isso?
“A professora Marília estava fazendo a rotina da aula (quantos somos, 
agenda do dia e calendário, novidades) em turma de 2º ano. Havia um 
calendário na sala que diariamente era atualizado, as fichas com os 
números eram viradas conforme ia chegando o dia. Ao explorar o dia 
do mês que caia em uma terça-feira (era o dia 10), uma aluna falou: 
“professora, na próxima terça será dia 17.” A professora Marília pediu 
para a criança explicar como encontrou o número 17. Ela disse que foi 
contando as fichas até chegar na próxima terça. Diante disso, a 
professora percebeu ali um ótimo momento para tornar mais 
significativa a ideia de semana (7 dias). Aproveitando as fichas 
viradas, desafiou as crianças a descobrirem outros dias que ainda 
chegariam. Depois, registrou no quadro a lista dos desafios, usando 
linguagem matemática:
07
são os meios para o desenvolvimento das habilidades, ou seja, os 
assuntos ou conteúdos abordados em cada componente 
curricular.)
GLOSSÁRIO
OBJETO DE CONHECIMENTO:
Pediu às crianças que descobrissem quais números precisavam somar 
ao número inicial da adição para encontrar o resultado. Utilizando 
material para manipulação, as crianças iam fazendo os cálculos e 
ficaram surpresas porque sempre completavam o quadradinho com o 
número 7. A professora questionou para que explicassem por que 
sempre dava 7 e uma criança explicou: - Tia, porque 7 dias completa 
uma semana!
 
As crianças já haviam estudado sobre calendário: ano, mês e dia. Mas, 
dessa vez, fizeram descobertas porque estavam envolvidas com a 
situação.” 
Esse relato nos mostra que, apesar de a professora não ter planejado 
essa aula, ela percebeu uma boa oportunidade para trabalhar o 
conhecimento. E ela só conseguiu aproveitar bem a situação porque 
estava segura sobre o que precisava trabalhar com sua turma e também 
sabia que aquele objeto de conhecimento fazia parte do proposto para 
o ano escolar. Provavelmente, situações assim também já aconteceram 
com você e trazem frutos muito interessantes. 
Um dos principais aspectos que vemos em ação nessa situação é que a 
sala de aula é viva! Você já pensou sobre isso? Um acontecimento na 
escola ou cidade, uma notícia atualizada, um comentário do estudante 
sobre um fato, uma demonstração de raciocínio que um estudante 
consegue fazer, são muitas as situações que nos levam para outros 
caminhos. Caminhos que não estavam planejados, mas serão 
produtivos porque sua origem é o estudante. 
08
Na sala de aula estão presentes muitas culturas, vivências, desejos, 
necessidades, ou seja, formas de pensar e de aprender diferentes. 
Cada estudante traz para dentro da sala de aula suas experiências 
de vida e uma cultura familiar e social. E sabemos que não é fácil, no 
cotidiano escolar, estar atento a toda essa complexidade, mas é 
necessário. 
LEMBRETE
Diante desses imprevistos, das questões que nos levam para outros 
caminhos, temos que tomar algumas decisões rapidamente e com elas 
podem vir ações acertadas ou não. Nem sempre temos tempo de 
pensar com a profundidade que gostaríamos para tomar essas decisões 
e propor atividades ou encaminhamentos. Muitas vezes até deixamos de 
aproveitar a situação.
O que você pensa que pode auxiliar o professor a pensar e decidir sobre 
o que trabalhar ou não com os estudantes, como fazer ou não 
determinado trabalho? Temos reuniões com os pares para conversar 
sobre o fazer pedagógico, temos formações que nos mostram algumas 
atividades interessantes para fazer, mas o que mais precisamos 
conhecer para auxiliar o trabalho do professor?
Dentre vários aspectos, conhecer os documentos que orientam o 
trabalho escolar é um passo importante para um fazer pedagógico mais 
autônomo, um fazer mais consciente. Se diante de tanta complexidade 
não soubermos qual o ponto de partida e aonde queremos chegar, o 
trabalho pedagógico fica com pouco sentido. Veja essa experiência:
“A professora Ana trabalha há 7 
anos na escolaAlegria do Saber. 
Está sempre disposta a fazer tudo 
que a coordenação propõe. Se 
alguém fala que está fazendo um 
projeto para trabalhar fake news, 
ela logo se interessa e abandona 
tudo que estava fazendo na sala e se 
dedica a esse projeto
09
Ressaltamos a complexidade que é uma sala de aula. Você já pensou 
na diversidade de culturas presentes em sua sala de aula? Cada 
estudante traz uma história de vida carregada de experiências e 
conhecimentos que nem sempre a escola valoriza. Quando você 
esteve em uma sala de aula como estudante, sentia que em algum 
momento que sua história de vida era valorizada? Sentia-se acolhido 
naquele espaço? Ou achava que o que acontecia na escola era muito 
distante da sua vida cotidiana? E na sua sala atual, você conhece a 
realidade dos seus alunos? Planeja pensando em valorizar algo da 
realidade deles? Você consegue fazer exatamente o que planejou? 
Se alguém indica um site com atividades e ela acha bacana, logo 
reproduz várias e começa a utilizá-la nas aulas diariamente. O livro 
didático ficou abandonado e ela nem viu que várias atividades 
similares também estavam presentes nos livros. O projeto de Fake 
News não teve continuidade, não sabia o que fazer além daquelas 
atividades que a colega passou. Bateu um desespero quando em 
reunião começaram a conversar sobre o que ainda precisavam 
trabalhar até o final do ano. Ela ficou muito preocupada porque 
percebeu que deveria ter investido mais em alguns conhecimentos de 
acordo com o que era previsto para o ano que trabalha.” 
Esse exemplo é para ilustrar como o nosso trabalho vai se fragilizando 
quando ficamos reféns do que nos dizem para fazer. Começamos a 
participar de qualquer projeto que nos oferecem, a usar todo tipo de 
atividade que achamos interessante produzidas por outras pessoas e 
nosso trabalho vai ficando frágil, sem identidade, automatizado. 
Por isso, esperamos que discutir sobre o documento que orienta nosso 
trabalho mais diretamente, no caso, o Currículo Referência de Minas 
Gerais, possa contribuir para a tomada de decisões no cotidiano 
escolar, fortalecendo o seu trabalho. 
PARA REFLETIR 
10
Quem é 
“
“
Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho
Arnaldo Antunes
 OMC, ou 
simplesmente (São Paulo, 2 de 
setembro de 1960) é um músico, poeta, 
compositor e artista visual brasileiro).
“A casa é sua” - acesse no 
link: https://www.youtube.com/watch?v=82aj1Bg8FpA
Vamos ouvir uma música? É um presente para você! A música é de 
Arnaldo Antunes 
O poeta nos faz pensar que não basta a casa estar pronta, ter cadeira e 
sofá, se não tem alguém para dar sentido a esse lugar. Assim também é 
aqui, só você pode dar significado ao curso. Aqui você tem uma 
estrutura para sua formação, uma vez que o curso foi pensado para 
você, mas quem dá o tom é você. Ou seja, o significado para o que 
estamos conversando é dado por cada um. 
Você também passa por isso quando planeja o que será realizado com 
seus estudantes. E sabe que, apesar de planejar para “provocar” o 
envolvimento dos seus alunos, cada um vai dar um significado diferente 
ao que você propõe. E o que isso tem a ver com currículo? 
Não me falta cadeira
Não me falta sofá
Só falta você sentada na sala
Só falta você estar
11
O planejamento que você faz cotidianamente está sempre 
conectado a um currículo. Mas isso não quer dizer que essa 
conexão seja com o currículo proposto pela rede que você 
trabalha. Dito isso, reflita:
Ao elaborar o planejamento, considero o Currículo Referência de Minas 
Gerais ou outro documento? Se me guio por outro documento, qual é 
esse documento? 
Ainda associando à música “A casa é sua”, assim também são 
com os documentos de diferentes níveis que orientam o 
trabalho do professor. Eles só têm cor, só tem vida, quando o 
professor os coloca em ação no cotidiano da sala de aula, 
quando o professor atribui significado a eles. Caso contrário, 
eles serão meramente papéis e não produzirão efeitos reais. 
Importante: 
Acesse: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
a educação pública brasileira é regulamentada 
e orientada pelo previsto na Constituição Brasileira, pela Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação, pelo Plano Nacional de 
Educação, pela Base Nacional Comum Curricular.
Para dar vida a esses documentos ou mesmo opinar se eles funcionam 
ou não para a realidade que temos, precisamos conhecê-los, 
precisamos compreendê-los, então pense um pouco sobre essas 
questões:
Sei quais documentos orientam o trabalho que realizo? Eu os 
conheço? Sei para que servem? Estão presentes no meu cotidiano? Sei 
consultá-los? Concordo com eles ou tenho críticas?
Lembra quando no começo do texto foi falado sobre as 
decisões que temos que tomar no cotidiano escolar, seja 
para momentos planejados, seja para momentos não 
planejados? Conhecer esses documentos orientadores 
nos permite ter mais clareza nas decisões sobre: o que 
propor na sala de aula, como defino o que deve ser 
trabalhado, que caminhos seriam os mais adequados 
considerando onde quero que meus estudantes cheguem. 
12
Até aqui muitas questões para reflexão estão sendo propostas porque 
queremos que você questione bastante o que tem realizado, como tem 
realizado e exercite o "estranhamento" do que tem sido feito e nem 
paramos para pensar porque fazemos.
A rotina do professor automatiza muitas ações. O cotidiano de ter que 
pensar na aula do dia seguinte, nas atividades, nas avaliações, nos 
diários de classe, no material que precisamos providenciar, ocupa tanto 
o tempo e atenção que é difícil parar e pensar sobre o que temos feito e 
por que temos feito. É real que temos realizado muitas coisas todos os 
dias, mas a pergunta é: sabemos qual o sentido e resultado dessas 
ações? O que nossos alunos têm aprendido cotidianamente na 
convivência em sala de aula e com as propostas que colocamos? Temos 
convidado o estudante a dar um “tom” ao que planejamos? 
Ufa! Quanta coisa para pensar! Mas sabe o que 
é, professor? É que tudo isso tem relação com 
a sua forma de ver e viver o currículo, com a 
concepção que tem dele e qual significado que 
ele tem para você. 
Não precisa se preocupar em ter respostas 
agora, mas seria bom anotar suas reflexões 
iniciais e ao final do curso retomar essas 
anotações para analisar se houve mudanças. 
Dentre os vários documentos que sustentam o 
nosso trabalho, você já deve ter ouvido falar 
muito de BNCC (Base Nacional Comum 
Curricular). Ela é um documento importante 
que:
Define o conjunto progressivo de aprendizagens essenciais que todos os 
alunos devem desenvolver ao longo da Educação Básica (contemplando 
Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio). Prevista na Lei de 
Diretrizes e Bases (1996) e no Plano Nacional de Educação (2014), a BNCC é 
fruto de amplo processo de debate e negociação com diferentes atores do 
campo educacional e com a sociedade brasileira. Com vigência de 2020 a 
2025, para revisão. (BNCC, 2017).
1 BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da 
União, Brasília, 23 de dezembro de 1996. Disponível em: 
. Acesso em: 24 de agosto de 2021. 
2 BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Diário 
Oficial da União, Brasília, 26 de junho de 2014. Disponível em: 
 . Acesso em: 23 ago. 2021. 
http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-
educacao-basica-2013-pdf/file
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/
l13005.htm
13
Pesquisas relacionadas à formação de professores mostram que 
reproduzimos na nossa prática de professor, o que já foi vivido 
quando aluno em qualquer nível, experiências positivas e também 
negativas
LEMBRETE
Em parte, sabe por quê? É que foi a partir desse documento (BNCC), 
que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios tiveram que construir 
seus documentos específicos, considerando suas realidades e nesse 
contextoproduziu-se o Currículo de Referência de Minas Gerais. 
Entendeu? Ela está presente no currículo do seu estado porque ela 
define aprendizagens para todo o país. Porém, cada estado, município e 
o Distrito Federal tiveram que elaborar seus documentos próprios, 
tiveram que produzir um documento com significado para sua região. E 
as escolas ampliam esse significado, dão o “tom” a esses documentos 
mais amplos, quando elaboram seus Projetos Político-pedagógicos e 
também os planos de aulas. Viu como tudo está conectado?
Enfim, apesar de todos esses documentos estarem relacionados, o que 
norteia a sua ação e a elaboração cotidiana de forma mais direta e 
efetiva é o currículo. Agora, pausa para sua elaboração e registro: 
Após o registro de sua definição, sugerimos a leitura das páginas 9 a 13 
do Currículo Referência de Minas Gerais para você analisar a sua 
resposta considerando o que está colocado no documento. Consegue 
perceber se as ideias são divergentes (estão distantes) ou se 
aproximam? Em quais aspectos? 
A concepção que você apresenta de currículo pode ser que esteja mais 
próxima ou distante do apresentado no Currículo Referência de Minas 
Gerais e isso acontece porque, ao longo da nossa formação de 
estudante e de professor vivenciamos na prática diferentes concepções 
de currículos. 
Mas isso quer dizer que ela é o 
currículo que devo trabalhar?
Como você define “currículo”?
14
Já passamos por escolas nas quais o currículo era uma listagem de 
conteúdos e o trabalho era focado na quantidade de conteúdo que 
conseguíamos memorizar ou trabalhar, se professor. Também já 
passamos por formações que exigiam de nós mais que a memória,mas, 
saber o que e quando utilizar determinados conhecimentos.
Só citamos esses dois exemplos porque são as formas mais comuns 
presentes nos diálogos pedagógicos. Porém, se você quer ver com mais 
profundidade essas diferentes concepções, segue uma indicação de 
livro:
Em resumo, alguns momentos de nossas vidas vivenciamos processos 
educativos que se preocupavam apenas com o conteúdo a ser 
trabalhado, outros momentos vivenciamos processos formativos que 
exigiam mais reflexões pessoais e isso tem relação com a concepção de 
currículo que embasa o curso. 
Vejamos duas concepções de currículo para ilustrar essa ideia:
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: 
uma introdução às teorias do currículo. Belo 
Horizonte: Autêntica, 2017.
01 02
como documento 
que define os 
conteúdos a serem 
ensinados e 
aprendidos.
como documento que 
organiza o processo 
educacional, que 
expressa a 
intencionalidade da 
ação educacional, que 
considera todas as 
aprendizagens 
envolvidas na ação 
pedagógica: emocional, 
cognitiva e social. 
Currículo: Currículo: 
15
Para ilustrar isso busque em sua memória algum conteúdo que você viu 
na escola, já precisou em algum momento dele, mas nunca soube usar. 
Pense na quantidade de regras de português que aprendemos na 
escola, mas mesmo assim cometemos muitos erros gramaticais em 
textos simples do cotidiano, não é mesmo? Pelo visto, quantidade de 
conteúdo e memória não são suficientes.
Nesta concepção, mais importante que saber “conteúdos” é saber o que 
fazer com eles, como utilizá-los nas situações de vida. Mais importante 
que saber regras de português, por exemplo, é saber expressar-se com 
um texto escrito usando a pontuação adequada para ser claro na 
mensagem que se deseja transmitir. 
E olha que nem falamos do currículo oculto! Já ouviu falar nesse 
conceito? Um currículo velado, não dito, mas vivido. Mas essa conversa 
fica para outro momento...
Percebeu que uma concepção é mais ampla que a outra? 
A primeira reduz currículo àquela listagem de conteúdos 
como se a escola se reduzisse a isso. Quando se reduz 
currículo à lista de conteúdos, estamos tratando os 
estudantes como sujeitos vazios que apenas devem 
reproduzir um conteúdo, sem preocupação se há um 
significado ou um sentido para aquela aprendizagem. 
A concepção 2 aborda currículo como um documento que 
mais do que os conteúdos a serem trabalhados (podemos 
chamar também de objetos de conhecimento), define 
habilidades que os estudantes devem desenvolver, os 
conceitos a serem desenvolvidos, define a intenção do 
processo educativo, reflete sobre os caminhos 
metodológicos e a proposta de avaliação a ser realizada. 
Muito mais ampla, percebeu?
01
02
Você leu as páginas que foram indicadas? Consegue perceber se a 
concepção do Currículo Referência de Minas Gerais está mais próxima 
da concepção 1 ou 2 que apresentamos a pouco? 
Chegou a hora de praticar, dê uma olhada na atividade postada a 
seguir:
16
Documento que organiza o processo educacional, 
que expressa a intencionalidade da ação 
educacional, que considera todas as 
aprendizagens envolvidas na ação pedagógica: 
emocional, cognitiva e social. 
Documento que norteia a elaboração de ações e 
tomada de decisão no cotidiano escolar.
currículo é um documento que vai além da listagem de objetivos, 
objetos de conhecimentos e habilidades. No currículo, estamos 
registrando também nossas intenções como professor formador (que 
estudante quero formar?), destacando como o estudante deve 
aprender, quais as estratégias metodológicas usar ao trabalhar com 
esse estudante inserido num determinado contexto cultural. Currículo 
é uma construção coletiva.
Exemplo - 1
Exemplo - 2
Ponto de reflexão: 
Fórum 1: Desafio de enriquecimento
Questão 01: O CRMG traz uma concepção de 
currículo bem definida que sustenta a 
organização do documento e as orientações 
propostas. Como você define a concepção de 
currículo que está presente no documento?
Para responder ao fórum 
vá ao Ambiente Virtual.
17
CRMG e BNCC são os mesmos documentos? Qual a diferença? Para 
iniciar esse tópico, seria interessante você pensar sobre a diferença 
entre Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e Currículo Referência 
de Minas Gerais (CRMG). Alguns colegas da rede têm usado a BNCC 
como currículo, mas afinal, qual documento considerar e seguir?
Muito bem, vamos continuar a jornada. Agora que já discutimos um 
pouco sobre concepção de currículo, vamos conhecer um pouco mais 
sobre o Currículo Referência de Minas Gerais?
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional está previsto a 
construção de currículos norteados pela BNCC. É uma política pública 
nacional. Mas isso não quer dizer que ela não pode ser modificada. 
Pode sim! E provavelmente isso acontecerá em algum momento, mas é 
porque a sociedade não é estática, ela está sempre em mudanças e, 
então, a BNCC também pode precisar de mudanças.
1.2.1. Base nacional comum curricular e currículo 
referência de minas gerais (BNCC e CRMG)
A BNCC é um documento normativo, elaborado pelo Ministério da 
Educação, e define as aprendizagens essenciais para todo o país. 
Como já foi dito, é o documento que serve de referência para a 
construção dos currículos dos sistemas e redes de ensino (pública 
e privada) de todos os Estados, Distrito Federal e Municípios. Servir 
de referência para a construção dos currículos não é opcional.
E assim acontece também com os currículos dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios: eles também são reelaborados, 
modificados, transformados, construídos etc. Documentos 
norteadores vêm das necessidades da sociedade; se a sociedade 
muda, os documentos também mudam. Esse é o movimento da 
humanidade. Estamos em constante transformação.
LEMBRETE
18
Para elaboração do Currículo Referência de Minas Gerais considerou-
se, dentre outros documentos, a BNCC, o Plano Nacional de Educação, 
Pareceres do Conselho Nacional de Educação, Conselho Estadual etc., 
para chegar ao produto que hoje rege a rede de ensino de Minas Gerais. 
BNCC e CRMG são documentos complementares:
Você lembra qual documento era o Currículo de Minas Gerais 
antes desse que estamos aqui discutindo? Ele era conhecido na 
rede como CBC: Conteúdos Básicos Comuns. O CBC atendia aos 
alunos dos anos finais do Fundamentale Ensino Médio e, em 2014, 
passou a contemplar também os anos iniciais. A última 
atualização curricular do Ensino Fundamental foi em 2014 e do 
Ensino Médio, em 2005.
	Com a publicação da Base Nacional Comum Curricular, cuja 
intenção é que estados e municípios estejam em sintonia em 
relação ao currículo, Minas Gerais, em um esforço conjunto, não 
perdeu tempo nessa construção. Em um Estado com o maior 
número de municípios, a diversidade é grande. Então, como 
garantir um currículo representativo? O esquema abaixo mostra 
o caminho que o CRMG percorreu para chegar até vocês. 
Viu que bacana? Vários documentos nortearam a construção 
do CRMG. 
Já foi sugerida leitura da introdução do Currículo Referência 
de Minas Gerais. Retome a leitura. A compreensão desse 
início será essencial para continuarmos as reflexões. Mais à 
frente mostraremos um esquema para ilustrar essa relação 
entre os documentos.
Currículo Referência de Minas Gerais, documento elaborado a partir 
dos fundamentos educacionais expostos na nossa Constituição 
Federal (CF/1988), na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB 9394/96), no Plano Nacional de Educação (PNE/2014), na Base 
Nacional Comum Curricular (BNCC/2017) - (CRMG, p. 2, 2019). 
1.2.2. Um pouco da história do Currículo 
Referência de Minas Gerais	
19
Ações e documentos paraa construção do 
currículo de MG... um percusopercorrido
Estabelecimento de um 
modelo de governança 
dinâmico: Comissão 
Estadual, Comitê Executivo, 
Coordenação Técnica, 
Grupos de Trabalho de 
Currículo.
1. Estabelecimento de um 
modelo de governança 
dinâmico: Comissão 
Estadual, Comitê Executivo, 
Coordenação Técnica, 
Grupos de Trabalho de 
Currículo.
BNCC: diretrizes e normativas: Com 
base na BNCC, o currículo foi 
discutido na perspectiva de um 
caráter próprio, bem como dos 
preceitos de uma educação 
libertadora, que vise a equidade e a 
qualidade educacional dos 
sistemas de ensino, promovendo a 
inclusão, reconhecendo e 
valorizando as diversidades.
Realização do Dia D em MG: 
reflexão e engajamento de 
toda a Rede Pública para 
contribuir como o 
currículo. 
4. Sai a versão Preliminar do 
Currículo Referência de 
Minas Gerais.
Sai a versão Preliminar do 
Currículo Referência de 
Minas Gerais.
Entra em cena o Projeto 
Político Pedagógico (PPP) 
da escola: Referência 
interna da escola, com 
objetivos próprios 
relacionados ao CRMG.
O Currículo Referência de 
Minas Gerais passa a ser 
referência curricular para 
as redes a partir de 2019.
Escuta à entidades parceiras: 
Fórum Estadual Permanente de 
Educação de Minas Gerais – 
FEPEMG, Fórum Mineiro de 
Educação Infantil – FMEI, União 
Nacional dos Conselho 
Municipais de Educação de Minas 
Gerais – UNCME/MG, Conselho 
Estadual de Educação de Minas 
Gerais - CEE/MG.
Consulta pública on-line e 
encontros municipais para 
debater a versão preliminar 
e as contribuições foram 
incorporadas ao 
documento.
1
2
3
4
5
6
7
8
20
Você sabia desse percurso na construção do Currículo Referência de 
Minas Gerais? Como pode ser visto, ele foi fruto de um diálogo 
coordenado entre o Estado e os Municípios, privilegiando o regime de 
colaboração. 
Você identificou esse processo no seu município? Lembra de algum 
chamado para participar? De divulgação do documento aberto para 
consulta pública? Com certeza alguém representou o seu município e 
contribuiu de alguma forma com essa construção
Observe que,
Documentos 
norteadores e 
orientadores para 
todo o País.
Produção que 
considera as 
especificidades do 
lugar.
Veja agora esse esquema que mostra a relação do CRMG com os 
documentos norteadores:
O Currículo Referência de Minas Gerais é, portanto, fruto do trabalho 
coletivo de milhares de profissionais de todas as regiões do estado, 
versando sobre a pluralidade de ideias, identidades e expressões de 
Minas Gerais e, em consonância com a Base Nacional Comum 
Curricular, será referência curricular para as redes a partir de 2019 
(CRMG,p. 8). 
9. O papel do planejamento 
dos professores: a previsão 
de como as habilidades 
serão desenvolvidas
9
Currículo 
Referência de 
Minas Gerais
BNCC, PNE,
 DCN
21
Cada Estado construiu seu documento buscando dar 
uma identidade, considerando aspectos regionais. E 
como o CRMG se organizou? A partir de que eixos? 
Vejamos a seguir.
1.2.3. CRMG e os eixos estruturadores	
Como pudemos acompanhar nas páginas anteriores, a 
construção do CRMG envolveu uma série de movimentos, 
ações e muito trabalho colaborativo, mas ainda não acabou! 
Vamos ampliar um pouco mais as nossas informações.
Algumas ideias podem ser destacadas e aparecem em todos 
eles: 
Nessa medida, podemos entender que, se os direitos de aprendizagem 
estão expressos no CRMG, em consenso com os documentos que 
nortearam a sua construção e com a colaboração de todos os 
envolvidos no seu processo de elaboração, é responsabilidade e dever 
do estado garanti-los a cada um dos estudantes que frequentam as 
escolas mineiras.
Para ser construído, o CRMG precisou 
considerar vários documentos e estes não 
eram divergentes entre si. Pelo contrário, 
foram se complementando, afinando cada vez 
mais o que se deseja para o país. 
necessidade de oportunizar experiências 
educativas associadas à realidade 
contemporâneas;
experiências conectadas com a bagagem 
histórico-cultural dos estudantes;
educação como direito de TODOS;
direitos de aprendizagens definidos por meio das 
habilidades e competências
22
Assim sendo, na perspectiva de:
conectar experiências educativas com o contexto 
contemporâneo levando em conta a realidade e as 
necessidades de cada estudante, de cada sala de 
aula,
considerar o protagonismo dos envolvidos no 
processo, promovendo a inclusão e acesso a 
todos, 
valorizar a diversidade no contexto do território 
mineiro,
auxiliar os alunos a desenvolverem habilidades 
relevantes para uma formação integral, garantindo 
assim os direitos de aprendizagens
O CRMG se organizou considerando eixos estruturantes, ou seja, eixos 
que orientam toda a Educação Básica do território mineiro, 
fundamentos básicos que, não importa o nível no qual o estudante se 
encontra, devem ser observados. Sendo assim, toda e qualquer 
proposta de trabalho deve estar estruturada considerando esses eixos. 
Não são conteúdos, mas estarão presentes nas ações cotidianas, na 
forma de se relacionar com os alunos, nos projetos desenvolvidos pela 
escola, etc. 
Apresentaremos um esquema sobre esses eixos 
estruturantes, porém, nos módulos seguintes 
dialogaremos mais com eles associando com 
planejamento, gestão da sala de aula e avaliação. O eixo 
principal é Essa 
opção mostra a necessidade de um trabalho que valorize 
o estudante e seu cotidiano na proposição de atividades. 
Valorizar o estudante e sua realidade para fazer disso o 
ponto de partida e não como um fim em si mesmo. 
“o sujeito e seus tempos de vivência”.
São eles:
Os Sujeitos e Seus Tempos de Vivência;
23
Direito à Aprendizagem;
Currículo e Educação integral;
Escola democrática e participativa;
Equidade, Diversidade e Inclusão;
Currículo e Formação continuada dos 
educadores;
Currículo e Avaliação das Aprendizagens;
E para saber mais sobre os eixos estruturadores leia a partir da página 
13, no CRMG. 
CRMG
CURRÍCULO REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS 
Eixos estruturantes
Os sujeitos e seus tempos de vivência 
Definir o que e como ensinar impõe conhecer os 
sujeitos nas suas dimensões individual e coletiva. 
Como você, professor visualiza os eixos 
estruturantes no seu planejamento?
Como se materializam na sua prática?
Acompanhe aqui como se organiza cada um dos 
eixos estruturantes do seu CRMG.
Direito à 
aprendizagem 
Todos aqueles que estão na escola têm o 
direito a aprender, fazer escolhas, 
construir argumentos, dominar 
linguagens, compreender fenômenos, 
enfrentar problemas e resolvê-los de 
forma a intervir proativamente no 
território,exercendo plenamente sua 
cidadania. 
Currículo e educação 
integral 
Equidade, diversidade e 
inclusão 
A integralidade da educação é um dos 
princípios fundantes do Currículo 
Mineiro, pesando como e quais são as 
competências e habilidades, que 
traduzidas em direitos de aprendizagem 
contribuirão para a formação integral 
dos estudantes. E, nessa medida, 
garantindo a construção do 
conhecimento a partir das diversas 
dimensões humanas, onde todos os 
envolvidos sintam-se sujeitos ativos de 
seu processo de formação. 
Equidade, diversidade e inclusão se 
traduzem em igualdade de 
oportunidades, redução de desigualdade 
e lógica libertadora, em que todos 
estejam juntos e misturados num 
processo coletivo de aprendizado.
Escola democrática 
e participativa 
Gestão democrática e participativa 
implica em conhecer o contexto da 
escola, os sujeitos que ali atuam e suas 
ações, seus tempos de vivência, levando 
em conta quem são, de onde vieram, a 
bagagem que trazem consigo e a forma 
como se dá a participação de todos nas 
decisões e escolhas dos processos 
inerentes à vida da escola. 
Currículo e avaliação 
das aprendizagens 
No CRMG, a avaliação é vista, portanto, 
como um ponto de partida, de apoio, 
como um elemento a mais para repensar 
e planejar a ação pedagógica e a gestão 
educacional, ancorada em objetos e 
expectativas que buscam ajustá-las à 
aprendizagem dos estudantes. Uma 
perspectiva avaliativa que privilegie a 
inclusão, o diálogo, a mediação, partindo 
do pressuposto que todos os estudantes 
são capazes de aprender e de que as 
ações educativas e estratégias de ensino 
podem e devem ser planejadas a partir 
das variadas possibilidades de aprender 
dos estudantes.
Currículo e formação 
continuada dos 
educadores
o CRMG estabelece O QUE ensinar em 
cada etapa e ano de escolaridade, mas 
COMO se deve ensinar ou como 
ACOMPANHAR as aprendizagens requer 
formação continuada dos profissionais de 
educação. A proposta é que, a partir da 
reflexão sobre a prática, no território, 
contexto e história de cada escola 
mineira, e em processo de formação, os 
seus profissionais passam lidar com as 
diferentes questões que permeiam o 
trabalho diário favorecendo um diálogo 
permanente com a revisão do Projeto 
Político Pedagógico das instituições
Bastante coisa, não é mesmo? Mas ainda temos muitas outras para 
conversar. Esta discussão inicial é para todas as etapas da Educação 
Básica. Agora vamos restringir um pouco a discussão para os Anos 
Iniciais. Já conhecemos o significado do GRMG e a historicidade legal. E 
como ficam os Anos Iniciais? Você já leu ou manuseou o documento? A 
partir da página 192 você poderá ter acesso a essa orientação.
Fórum 2: Questões norteadoras
Questão 02: O CRMG, em sua proposta, se organiza 
por meio de eixos estruturantes. Qual o sentido 
desses eixos na organização do CRMG, como se 
justifica?
Em defesa de uma educação que garanta a isonomia e a 
igualdade, de qualidade, que reconhece e valoriza todos os 
envolvidos no processo, bem como todas as dimensões da 
formação humana; promova a inclusão e o acesso; que 
reconheça e valorize as diversidades; que reconheça seus 
sujeitos e tempos de vivência e estabeleça laços com a 
comunidade e seu território.
Exemplo - 1
26
Se você é um jovem professor, ou seja, nascido após a Constituição de 
1988, provavelmente, conheceu poucas pessoas a partir de 7 anos que 
tenham ficado fora da escola por falta de vagas. Pois é! Mas saiba que, 
antes da “Carta Cidadã”, isso era muito comum. Foi o Artigo 211 da 
Carta Magna que tornou a educação básica um direito, e também 
destacou a permanência na escola e a qualidade do ensino.
Mas o que é a Educação Básica? Qual sua finalidade? De acordo com a 
Lei 9394/1996, que estabelece as Diretrizes e Bases para a Educação 
Nacional (p.17), assim definimos:
Para responder ao fórum 
vá ao Ambiente Virtual.
na perspectiva de uma formação integral dos envolvidos no 
processo, com 
 vistas a garantir os direitos de aprendizagens 
de todos os estudantes, por meio do desenvolvimento das 
habilidades e competências e das vivências destacadas no 
CRMG. 
Exemplo - 1
para refletir:
Os eixos estruturadores são vistos como uma proposta de 
organização do CRMG, orientam toda a Educação Básica em 
MG, compõem fundamentos básicos que devem ser 
observados, independentemente do nível em que o estudante 
se encontre. Tais eixos não são conteúdos, mas se manifestam 
nas ações cotidianas, no modo de se relacionar com os 
estudantes, nos projetos desenvolvidos pela escola, dentre 
outros, destacando um trabalho que valorize o estudante e seu 
cotidiano na proposição de atividades. 
2. ENSINO FUNDAMENTAL: ANOS INICIAIS
Assim sendo, tal etapa é a base educacional para que crianças, 
adolescentes e jovens recebam uma formação comum, para exercer a 
cidadania e dar continuidade à sua trajetória escolar.
Art. 21. A educação escolar compõe-se de: 
I – Educação básica, formada pela educação infantil, ensino 
fundamental e ensino médio;
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o 
educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o 
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no 
trabalho e em estudos posteriores.
educação básica
educação 
INFANTIL
ENCINO 
FUNDAMENTAL
ANOS INICIAIS ANOS FINAIS
ENCINO 
MÉDIO
27
Localizou os Anos Iniciais? Pois bem: 
O Ensino Fundamental, com nove anos de duração, é a etapa mais 
longa da Educação Básica, atendendo estudantes entre 6 e 14 anos. 
Há, portanto, crianças e adolescentes que, ao longo desse período, 
passam por uma série de mudanças relacionadas a aspectos físicos, 
cognitivos, afetivos, sociais, emocionais, entre outros (BNCC,p. 59, 
2017). 
Agora voltemos no tempo. Nem sempre a segunda etapa da Educação 
Básica, o Ensino Fundamental, teve 9 anos. Foi com a universalização 
dos 6 anos, obrigatoriamente, e com previsão de término aos 14 anos, 
que o Ensino Fundamental passou a ter 9 anos. Antes o Ensino 
Fundamental começava com 7 anos, era chamado 1ª série, você lembra 
desse período? Porém, um dos problemas com a ampliação foi a 
compreensão sobre quem é a criança de 6 anos que inicia o 
Fundamental.
 Foi muito recorrente apenas “puxar” os conteúdos do antigo 1º ano/ 1ª 
série para essa faixa etária, desconsiderando as características e 
necessidades da criança de 6 anos. Isso causou e ainda causa um 
problema para as crianças, alguns ainda confundem 1º ano do Ensino 
Fundamental com antiga 1ª série (que iniciava com 7 anos). Daí a 
necessidade, também, de uma nova orientação curricular. Após muitas 
discussões e ajustes, hoje temos uma posição mais clara e definida 
sobre o trabalho que se inicia aos 6 anos.
É bom saber que Minas Gerais foi o estado pioneiro na implementação 
do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos, ou seja, com entrada 
obrigatória a partir dos 6 anos, o que trouxe grandes avanços para a 
educação mineira. E, dentre outros benefícios para a sociedade, uma 
das consequências desse investimento é que MG alcança as metas do 
Ideb desde a sua criação. Para ficar por dentro desses ganhos 
pedagógicos leia o CRMG, nas páginas 193 e 194. Desses 9 (nove) anos 
que compõem o Ensino Fundamental, cinco deles vamos chamar de anos 
iniciais (1º ao 5º ano) e os anos finais (6º ao 9º ano). Que orgulho, heim! 
Você faz parte disso também! Como os Anos Iniciais estão entre duas 
fases importantes: Educação Infantil e Anos Finais, cabe conversar um 
pouco sobre as transições que podem se tornar obstáculos para a 
continuidade da jornada escolar dos estudantes.
28
O Ensino Fundamental é a base educacional para que crianças, 
adolescentes e jovens recebam uma formação comum para exercer a 
cidadania e dar continuidade à sua trajetória escolar. Atenção para a 
expressão “dar continuidade à trajetória escolar”. Você já percebeu que 
em determinados anos escolares parece que existe um “gargalo” que 
gera muita repetência e evasão? 
2.1. ANOS INICIAIS ETRANSIÇÕES
Vamos começar pensando: como caracterizo os Anos Iniciais? Em que 
difere da Educação Infantil? 
Os Anos Iniciais do Ensino Fundamental é uma fase em que os 
estudantes ampliam o contato com as múltiplas linguagens, com os 
usos sociais da escrita e da matemática. Participam com mais 
efetividade do mundo letrado e da construção de aprendizagens 
para além da escola. Para dar conta dessas múltiplas relações que 
os estudantes precisam fazer, o Currículo Referência de Minas 
Gerais segue em sua construção, tendo a BNCC como norteadora. 
LEMBRETE
29
E mais, já percebeu a quantidade de jovens que não terminam o Ensino 
Fundamental ou Ensino Médio? Pois então, essa expressão “gargalo” 
geralmente está associada aos anos escolares de transição. Não 
podemos falar sobre “gargalo” entre e Educação Infantil e Anos Iniciais 
porque não é previsto a retenção entre esses níveis, porém, veja esse 
gráfico:
Observou os períodos de aumento na taxa de insucesso? A que você 
relaciona essas taxas? Pense sobre isso.
Agora, veja se você já escutou comentários assim:
“_Que desespero! As crianças 
chegaram no 1º ano e só 
querem brincar”! Mostram 
dificuldade para realizar a 
atividade com autonomia… vou 
ter muito trabalho esse ano…”
“_ Difícil, viu! No 3º ano e 
ainda tenho que orientar 
sobre uso de paragrafação na 
produção de texto! “
“_ Não sei como esse aluno foi 
aprovado para o 6º ano!! Não 
faz cálculos com frações. Vou 
ter que começar do zero!”
“_ Não sei o que Paulo faz no 6º ano. 
Ele está muito fraco… os textos ainda 
apresentam falhas no uso de 
pontuação e não domina todas as 
regras para acentuação de palavras.”
Claro que aqui colocamos alguns comentários bem 
simplistas, mas foi somente para ilustrar algumas 
posições comuns sobre o que é definidor e importante 
para dizer se o estudante está na etapa de ensino que 
deveria estar. E nesse sentido convidamos a pensar sobre 
uma discussão que está presente no CRMG: a transição 
entre etapas. 
Nos Anos Iniciais temos dois momentos de transição bem 
definidos e que causam bastante discussão: a passagem da 
Educação Infantil para o 1º ano e a saída dos Anos Iniciais 
para o 6º ano. No entanto, nas três etapas da Educação 
Básica, o CRMG ressalta que a transição entre elas deve 
ocorrer de forma articulada, sem perder a qualidade e 
continuidade dos estudos, reforçando o que propõe a 
BNCC: 
Você pode ficar um pouco confuso sobre o que propõe um 
ou outro documento, BNCC e CRMG, mas as ideias se 
misturam porque o CRMG trouxe para dentro de seus 
documentos o que a BNCC propôs. Lembra que já falamos 
sobre documentos que não são divergentes? Pois então, é 
o que acontece aqui. 
Para que as crianças superem com sucesso os desafios da 
transição, é indispensável um equilíbrio entre as mudanças 
introduzidas, a continuidade das aprendizagens e o acolhimento 
afetivo, de modo que a nova etapa se construa com base no que os 
educandos sabem e são capazes de fazer, evitando a 
descontinuidade do trabalho pedagógico (BNCC, p.53, 2017). 
	O objetivo é desenvolver um processo que garanta a 
continuidade do aprendizado na etapa seguinte e a 
transição faz parte desse processo; desenvolver 
mudanças gradativas, pouco a pouco, para que os 
estudantes se adaptem e se ajustem a essas novas etapas 
de estudos e o CRMG traz essa possibilidade.
31
32
Umas das recomendações para essa situação é considerar a 
historicidade dos estudantes que chegam ao primeiro ou sexto ano 
e para isso é preciso haver contato entre os professores e escolas.
A ideia é investir no diálogo entre os professores das diferentes 
etapas para conversar sobre o trabalho realizado, caminhada dos 
estudantes, fragilidades, potencialidades, pensando na 
continuidade do processo de aprendizagem e desenvolvimento. 
Eliminar ruídos entre as etapas/professores e esclarecer sobre a 
finalidade de cada nível. Tudo isso para que o processo de 
transição repercuta de forma positiva na vida dos estudantes.
Uma professora relata sobre uma das ações desenvolvidas para 
essa transição:
“Na minha escola de anos iniciais, 
anualmente, recepcionamos as 
crianças do Centro de Infância 
(educação infantil) que chegam para o 
primeiro ano (dos anos iniciais) do ano 
subsequente, em nossas turmas, 
assim como levamos os estudantes do 
5o ano para uma visita à escola de 
ensino fundamental que os receberá 
para cursarem os anos finais. 
Com autorização das famílias, a organização se dá no formato de uma “visita 
pedagógica”, em meados do mês de setembro. Todo o processo é organizado 
em parceria entre as escolas e as famílias. É um projeto que consta no PPP 
das escolas envolvidas, devidamente discutido com os estudantes, os 
professores e toda a comunidade escolar. As famílias, o corpo pedagógico 
das instituições educacionais e os estudantes valorizam muito o momento!
Com tudo organizado, no dia marcado, as crianças adentram o espaço das 
futuras escolas. Na nossa escola, sempre recepcionamos os pequeninos da 
educação infantil no pátio, de forma muito acolhedora, com histórias, 
músicas e alegria, momento de perguntas e respostas e acolhimento.
33
 Em seguida, a equipe pedagógica faz uma apresentação da escola, dos 
espaços e dos projetos que a escola trabalha. 
Depois desse momento de recepção no pátio, as crianças acompanham a 
equipe pedagógica num tour pelos espaços da escola: conhecem as salas, 
o parque, a biblioteca, cantina, ludoteca, sala da diretora (que conversa 
com todos e expressa sua alegria em recebê-los no ano seguinte na 
escola), visitam a quadra esportiva e etc… e esse momento é encerrado 
com um lanche especial para os convidados. 
O mesmo acontece com a visita dos estudantes às escolas de Anos Finais: 
visitam a escola, são recepcionados por professores, fazem perguntas, 
conhecem o espaço, começam a projetar sua presença ali.
É interessante acompanhar como os estudantes expressam surpresa, 
alegria, expectativa e desmistificam algumas angústias e medos. Eles 
perguntam a valer, tiram as dúvidas e se emocionam, se alegram com cada 
resposta que recebem. Sentem-se acolhidos e começam a projetar sua 
vida no ano seguinte naquele novo espaço!
É uma estratégia simples e sabemos que algumas escolas fazem esse 
tipo de vivência. Outras não fazem porque acham simples demais. Mas 
esse primeiro contato afetivo com as escolas nas quais continuarão a 
jornada, pode trazer uma segurança emocional para o estudante que 
permitirá um começo de etapa com mais tranquilidade.
 
Claro que o foco principal para cuidar da transição se dará nos 
aspectos pedagógicos cotidianos, mas uma estreia marcada por uma 
memória afetiva positiva, também fará bastante diferença. Por isso o 
valor dessa ação relatada. 
O que você achou dessa estratégia? Na sua escola, como vocês 
organizam o processo de transição das crianças que chegam e saem 
dos anos iniciais?
34
Uma dica importante para a organização de um processo de transição 
exitoso é a previsão e o planejamento dessa etapa no seu Projeto 
Político Pedagógico, adequando-o ao CRMG de acordo com seu 
contexto e demandas internas, proporcionando mudanças gradativas 
no desenvolvimento do currículo. 
No primeiro ano, por exemplo, pode ser agregador e profícuo manter 
brincadeiras e propostas interativas e lúdicas. Na medida em que os 
alunos se adaptam à nova rotina, pode-se inserir no plano de aula maior 
aprofundamento nas habilidades e competências a serem 
desenvolvidas. A ideia é que os Anos Iniciais devem garantir o espaço 
do brincar, ao mesmo tempo que ampliam o espaço para sistematizar. 
Não é fácil!
	Na transição para o Ensino Fundamental, é preciso levar em conta o 
que foi aprendido na Educação Infantil, sem, entretanto, estabelecer 
pré-requisitos e sim ter clareza de qual deve ser o ponto de partida. É 
importante que se leve em conta o que está previsto no currículo como 
aprendizagem, mas também os interesses dos estudantes.
A ideia é que tal articulaçãoprecisa prever tanto a progressiva 
sistematização das experiências vividas na Educação Infantil, quanto o 
desenvolvimento de novas formas de relação com o mundo. Em outras 
palavras, recomenda-se que se leve conta as mudanças pelas quais o 
estudante está passando, que suas expectativas sejam atendidas. Não 
se pode esquecer dessa criança como um sujeito social e seu direito de 
protagonizar seus processos e experiências. 
Podemos comparar as etapas da Educação Básica (EI, EF e EM) ao 
corpo humano dividido em três partes principais: membros, tronco e 
cabeça. As partes não funcionam isoladas; já tentou girar a cabeça 
fazendo um círculo em sentido horário e ao mesmo tempo girar os 
braços em sentido anti-horário? Que confusão! Os movimentos ficam 
descoordenados, nenhuma parte fica bem. Assim também é com as 
etapas da Educação Básica. A articulação entre as partes dá segurança 
aos movimentos e liberdade de expressão, são etapas indissociáveis. 
Professor, você sabia que acolher os estudantes que estão 
fazendo a transição da educação infantil para o ensino 
fundamental é uma responsabilidade de toda a equipe 
pedagógica da escola? E é muito importante que essa equipe 
seja sensível às dificuldades, angústias, medos e expectativas 
dos alunos nessa passagem e os ajudem nessa jornada? 
Importa muito que se garanta a integração e a continuidade 
dos processos de aprendizagens das crianças. 
Está claro que essa mudança entre as fases e 
etapas virá acompanhada de algumas dificuldades. 
Afinal, tudo muda! Outra escola, colegas diferentes, 
outro (a) professor (a). Vêm atividades mais intensas, 
surgem as cobranças e as brincadeiras tornam-se 
cada vez mais raras. Nesse novo espaço, há que se 
criar condições para que as crianças se sintam 
seguras em um mundo cheio de novos desafios, pois 
nele espera-se que o estudante construa a tão 
sonhada autonomia.
E quando se “acomodam” nos Anos Iniciais, no 
sentido de se sentirem seguras e confortáveis, 
precisam pensar em uma nova transição: para os 
Anos Finais. Transição que também exigirá a mesma 
atenção e cuidado para evitar que o gráfico de 
evasão e repetência que apresentamos 
anteriormente se perpetue ou aumente.
Ilustrando nossa discussão até aqui:
Quando a criança 
chega no universo 
dos ANOS... 
INICIAIS 
35
Novas aprendizagens 
na escola e além da 
vida
Afirmação da 
identidade frente ao 
coletivo
Desenvoltura e 
Autonomia nos 
movimentos e 
deslocamentos
Participação no 
mundo letrado 
Requer acolhimento 
e valorização das 
diferenças
Vivencias de 
mudanças 
importantes 
Interações com o 
espaço e relação 
com múltiplas 
linguagens 
Uso social da escrita 
e da matemática 
36
Conversamos sobre os Anos Iniciais do Ensino Fundamental e os 
períodos de transição nos quais os estudantes passam e que devem ser 
considerados com seriedade porque geram concretamente fracassos 
no processo de continuidade dos estudos. A BNCC valoriza 
efetivamente as situações lúdicas nos processos de ensino e 
aprendizagem nos Anos Iniciais e a necessidade de articulação com as 
experiências vividas na Educação Infantil. Para a transição dos Anos 
Iniciais para os Anos Finais não pode se desprezar a ruptura em relação 
às disciplinas e na interação com os professores; a rotina escolar se 
torna mais complexa e demanda mais autonomia. 
, tanto da educação Básica quanto 
nas fases do Ensino Fundamental. E em qualquer fase de transição, a 
valorizar os conhecimentos trazidos pelos estudantes. 
No geral, o desafio é 
superar a ruptura entre as etapas
Após essa conversa sobre o período 
tão importante e de tantas mudanças 
que é a entrada no Ensino 
Fundamental, vamos agora conhecer 
a estrutura proposta pelo CRMG para 
os Anos Iniciais.
 A BNCC oferece sugestões para essa complexa mudança. Visite a 
BNCC e leia o conteúdo situado nas páginas de 59 a 64 e analise o 
que o documento propõe que é corroborado pelo CRMG.
VOCÊ SABIA?
O que você achou? Há um alinhamento entre o que propõe os 
documentos em questão e a realidade da sua escola e da sala de aula? 
Tais mudanças estão previstas no PPP da sua escola? Como? Você 
acha isso importante? 
37
O objetivo deste tópico será promover a sua apropriação do documento 
para consulta e decisões. Lembra que no começo do outro módulo 
apresentamos o relato da professora que em uma classe de 1º ano ao 
explorar o calendário, em atividade de rotina, a aula caminhou por 
outras trilhas? E ela só pôde dar continuidade ao que apareceu porque 
dominava o que era previsto para o ano. Momento para refletir: você 
tem clareza sobre o que está previsto para o ano escolar que você 
trabalha? Claro que não dá para lembrar de todos os anos, com 
detalhes, o que está previsto; porém, o documento deve ser fonte de 
consulta constante. Mas para isso é preciso saber manuseá-lo, 
consultá-lo.
Professor, você já sabe que o documento a ser considerado para 
organização do trabalho pedagógico da escola e da sala de aula é o 
CRMG. Como até agora temos dito, ele utiliza a organização proposta 
pela BNCC. Vamos destacar alguns aspectos gerais do CRMG que 
possam auxiliar na exploração do documento.
Vejamos alguns pontos a serem compreendidos, em relação ao CRMG:
Estrutura-se em áreas de conhecimento e seus respectivos 
componentes curriculares, a saber:
2.2. ESTRUTURA DO CRMG PARA OS ANOS INICIAIS
Antes de começarmos esse tópico, vamos revisar nossas ideias: o que 
já sei sobre o CRMG para os Anos Iniciais? Sei utilizá-lo para nortear 
meu planejamento? 
38
Infográfico de elaboração própria com base no CRMG
O CRMG, SUAS 
ÁREAS DO 
CONHECIMENTO E 
COMPONENTES 
CURRICULARES
um panorama geral
Linguagens
 
a) Língua 
Portuguesa, 
b) Língua Inglesa 
c) Artes 
d) Educação física
Ciências da 
Natureza 
a) Ciências 
Matemática 
Ensino 
Religioso
Ciências 
humanas:
a) Geografia
b) História
Cada área de conhecimento traz uma discussão anterior à 
apresentação da organização curricular que propõe pensar sobre 
o conhecimento, a relação com as concepções afirmadas no 
currículo e suas especificidades e diretrizes. 
Na parte de apresentação da área de conhecimento, aborda 
também proposta avaliativa que seja coerente com a proposta. 
A estrutura é a mesma da BNCC, considera direitos e objetivos de 
aprendizagem.
39
Para cada área de conhecimento são apresentadas competências 
específicas que expressam os direitos de aprendizagem dos 
estudantes ao longo da Educação Básica.
Por ano você encontrará os objetos de conhecimento e as 
habilidades a serem investidas.
Considerando a perspectiva regional, algumas habilidades e 
competências foram alteradas, em relação à BNCC. Para ver 
códigos de alteração proposto pelo CRMG, veja a página 201 do 
documento. Para compreender a codificação geral que você verá 
antes de cada habilidade, veja a imagem a seguir:
4O
Vale lembrar e destacar que, apesar da organização do currículo para os 
Anos Iniciais apresentar as áreas de conhecimento separadamente, uma 
das características principais do trabalho dessa fase é a 
O trabalho não 
é realizado de forma compartimentalizada, por isso temos o professor 
com formação geral conduzindo esse trabalho nessa etapa. No eixo 
“Planejamento” usaremos muito essa ideia.
Quanta coisa! Cabe uma pausa para leitura do CRMG com discussão 
mais completa.
interdisciplinaridade entre os objetos de conhecimento. 
Na etapa seguinte do curso falaremos sobre o 
planejamento e conheceremos um pouco de 
cada área de conhecimento. Vamos em frente?
Chegamos ao fim desse módulo. Consegue visualizar a 
discussão que fizemos até agora na sua realidade? 
BRASIL, Lei de Diretrizes e B. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília, DF: 
Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 23 ago. 2021.
BRASIL. Lei nº 13.005,de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de 
Educação – PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 26 
de junho de 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm . Acesso em: 23 ago. 2021.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e 
bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro 
de 1996. Disponível em: HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
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ago. 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 
2018.
BRASIL. Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica; Secretaria de 
Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão; Secretaria de 
Educação Profissional e Tecnológica. Conselho Nacional de Educação; Câmara 
de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. 
Brasília: MEC; SEB; DICEI, 2013. Disponível em: HYPERLINK "http://
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SAVIANI, Demerval. A lei da educação: LDB: trajetória, limites e perspectivas. 
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REFERÊNCIAS
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