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Eixo 1: Introdução 02 © 2021. SEE/MG - Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Todos os direitos reservados Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais - SEE/MG Prédio Minas - Rodovia Papa João Paulo II, 4143 - 10º e 11º andar Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves Bairro Serra Verde - Belo Horizonte / MG CEP: 31630-900 Conteudistas: Enam Lima Pires, Edi Silva Pires, Geniane Lúcia Ribeiro Martins e Maria José Ferreira da Costa https://www2.educacao.mg.gov.br/ https://www2.educacao.mg.gov.br/ 03 INTRODUÇÃO APRESENTAÇÃO: UM CONVITE ESPECIAL PARA VOCÊ! CURRÍCULO REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS: QUE DOCUMENTO É ESSE? Base Nacional Comum Curricular e Currículo Referência de Minas Gerais (BNCC e CRMG) Um pouco da história do Currículo Referência de Minas Gerais CRMG e os eixos estruturadores ENSINO FUNDAMENTAL: ANOS INICIAIS ANOS INICIAIS E TRANSIÇÕES ESTRUTURA DO CRMG PARA OS ANOS INICIAIS 1. 1.1. 1.2. 1.2.1. 1.2.2. 1.2.3. 2 2.1 2.2 SUMÁRIO 04 o conceito de currículo; a historicidade e fundamentos legais do Currículo Referência de Minas Gerais ● os eixos estruturantes que embasam o currículo; ● as concepções teóricas que sustentam esse documento no contexto da Educação Básica; a organização do Currículo Referência de Minas Gerais para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. 1. INTRODUÇÃO 1.1. APRESENTAÇÃO: UM CONVITE ESPECIAL PARA VOCÊ! Olá, cursista! Eu sou Ana Paula, professora apaixonada por educação desde pequenininha. Quando eu era criança, lembro que brincava de escolinha com meus amigos e eu sempre era a professora, tenho outra paixão que é a leitura. Adoro ler de tudo e você? Qual o seu livro preferido? Eu até hoje sou apaixonada pelo O Pequeno Príncipe, quanta coisa legal ele nos ensina, não é? Bem, tenho nove anos de sala de aula no Ensino Fundamental e amo os meus alunos. É verdade que as vezes são levados, mas, mesmo assim gosto de dialogar com eles sobre tudo. Agora, vamos falar um pouco sobre o seu curso? Você já conheceu sobre o funcionamento do curso, os tipos de atividades, carga horária, etc. Então, vamos começar as reflexões sobre o Currículo Referência de Minas Gerais? Você já deve saber que passaremos por quatro eixos de discussão ao longo do curso: Introdução, planejamento, gestão de sala de aula e avaliação. Em cada módulo, serão discutidos aspectos do currículo que se relacionam com esses temas. Portanto, seja bem-vindo ao primeiro eixo: Introdução. Nesse eixo, abordaremos: 05 Familiarizar-se com esse documento é importante para que nossa ação pedagógica produza efeitos, uma ação que precisa ser consciente e intencional se desejamos transformar a sociedade em que vivemos. Vamos juntos? Neste primeiro eixo buscamos: Refletir sobre as concepções de currículo. ● Conhecer a concepção de currículo definida no Currículo Referência de Minas Gerais. ● Situar o Currículo Referência de Minas Gerais no contexto dos documentos orientadores do trabalho pedagógico. ● Conhecer a historicidade da construção do Currículo Referência de Minas Gerais. ● Compreender o significado de eixos estruturantes e a relação com a etapa do Ensino Fundamental -Anos Iniciais. ● Conhecer os fundamentos teóricos dos Anos Iniciais. ● Refletir sobre as etapas de transição e formas de atuação. ● Analisar a estrutura geral curricular de como se organizam os conhecimentos para os Anos Iniciais 1.2. CURRÍCULO REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS: QUE DOCUMENTO É ESSE? 06 A sala de aula é um ambiente muito complexo e que demanda muita atenção, não é mesmo? Lidamos com pessoas, os estudantes, e é muito comum acontecer de precisarmos trabalhar algo que não estava planejado. Mas o que fazer diante de uma situação assim? Seguir com o que estava planejado ou ir na direção que os estudantes mostram interesse? Para começar nossa prosa, vamos ver um relato sobre isso? “A professora Marília estava fazendo a rotina da aula (quantos somos, agenda do dia e calendário, novidades) em turma de 2º ano. Havia um calendário na sala que diariamente era atualizado, as fichas com os números eram viradas conforme ia chegando o dia. Ao explorar o dia do mês que caia em uma terça-feira (era o dia 10), uma aluna falou: “professora, na próxima terça será dia 17.” A professora Marília pediu para a criança explicar como encontrou o número 17. Ela disse que foi contando as fichas até chegar na próxima terça. Diante disso, a professora percebeu ali um ótimo momento para tornar mais significativa a ideia de semana (7 dias). Aproveitando as fichas viradas, desafiou as crianças a descobrirem outros dias que ainda chegariam. Depois, registrou no quadro a lista dos desafios, usando linguagem matemática: 07 são os meios para o desenvolvimento das habilidades, ou seja, os assuntos ou conteúdos abordados em cada componente curricular.) GLOSSÁRIO OBJETO DE CONHECIMENTO: Pediu às crianças que descobrissem quais números precisavam somar ao número inicial da adição para encontrar o resultado. Utilizando material para manipulação, as crianças iam fazendo os cálculos e ficaram surpresas porque sempre completavam o quadradinho com o número 7. A professora questionou para que explicassem por que sempre dava 7 e uma criança explicou: - Tia, porque 7 dias completa uma semana! As crianças já haviam estudado sobre calendário: ano, mês e dia. Mas, dessa vez, fizeram descobertas porque estavam envolvidas com a situação.” Esse relato nos mostra que, apesar de a professora não ter planejado essa aula, ela percebeu uma boa oportunidade para trabalhar o conhecimento. E ela só conseguiu aproveitar bem a situação porque estava segura sobre o que precisava trabalhar com sua turma e também sabia que aquele objeto de conhecimento fazia parte do proposto para o ano escolar. Provavelmente, situações assim também já aconteceram com você e trazem frutos muito interessantes. Um dos principais aspectos que vemos em ação nessa situação é que a sala de aula é viva! Você já pensou sobre isso? Um acontecimento na escola ou cidade, uma notícia atualizada, um comentário do estudante sobre um fato, uma demonstração de raciocínio que um estudante consegue fazer, são muitas as situações que nos levam para outros caminhos. Caminhos que não estavam planejados, mas serão produtivos porque sua origem é o estudante. 08 Na sala de aula estão presentes muitas culturas, vivências, desejos, necessidades, ou seja, formas de pensar e de aprender diferentes. Cada estudante traz para dentro da sala de aula suas experiências de vida e uma cultura familiar e social. E sabemos que não é fácil, no cotidiano escolar, estar atento a toda essa complexidade, mas é necessário. LEMBRETE Diante desses imprevistos, das questões que nos levam para outros caminhos, temos que tomar algumas decisões rapidamente e com elas podem vir ações acertadas ou não. Nem sempre temos tempo de pensar com a profundidade que gostaríamos para tomar essas decisões e propor atividades ou encaminhamentos. Muitas vezes até deixamos de aproveitar a situação. O que você pensa que pode auxiliar o professor a pensar e decidir sobre o que trabalhar ou não com os estudantes, como fazer ou não determinado trabalho? Temos reuniões com os pares para conversar sobre o fazer pedagógico, temos formações que nos mostram algumas atividades interessantes para fazer, mas o que mais precisamos conhecer para auxiliar o trabalho do professor? Dentre vários aspectos, conhecer os documentos que orientam o trabalho escolar é um passo importante para um fazer pedagógico mais autônomo, um fazer mais consciente. Se diante de tanta complexidade não soubermos qual o ponto de partida e aonde queremos chegar, o trabalho pedagógico fica com pouco sentido. Veja essa experiência: “A professora Ana trabalha há 7 anos na escolaAlegria do Saber. Está sempre disposta a fazer tudo que a coordenação propõe. Se alguém fala que está fazendo um projeto para trabalhar fake news, ela logo se interessa e abandona tudo que estava fazendo na sala e se dedica a esse projeto 09 Ressaltamos a complexidade que é uma sala de aula. Você já pensou na diversidade de culturas presentes em sua sala de aula? Cada estudante traz uma história de vida carregada de experiências e conhecimentos que nem sempre a escola valoriza. Quando você esteve em uma sala de aula como estudante, sentia que em algum momento que sua história de vida era valorizada? Sentia-se acolhido naquele espaço? Ou achava que o que acontecia na escola era muito distante da sua vida cotidiana? E na sua sala atual, você conhece a realidade dos seus alunos? Planeja pensando em valorizar algo da realidade deles? Você consegue fazer exatamente o que planejou? Se alguém indica um site com atividades e ela acha bacana, logo reproduz várias e começa a utilizá-la nas aulas diariamente. O livro didático ficou abandonado e ela nem viu que várias atividades similares também estavam presentes nos livros. O projeto de Fake News não teve continuidade, não sabia o que fazer além daquelas atividades que a colega passou. Bateu um desespero quando em reunião começaram a conversar sobre o que ainda precisavam trabalhar até o final do ano. Ela ficou muito preocupada porque percebeu que deveria ter investido mais em alguns conhecimentos de acordo com o que era previsto para o ano que trabalha.” Esse exemplo é para ilustrar como o nosso trabalho vai se fragilizando quando ficamos reféns do que nos dizem para fazer. Começamos a participar de qualquer projeto que nos oferecem, a usar todo tipo de atividade que achamos interessante produzidas por outras pessoas e nosso trabalho vai ficando frágil, sem identidade, automatizado. Por isso, esperamos que discutir sobre o documento que orienta nosso trabalho mais diretamente, no caso, o Currículo Referência de Minas Gerais, possa contribuir para a tomada de decisões no cotidiano escolar, fortalecendo o seu trabalho. PARA REFLETIR 10 Quem é “ “ Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho Arnaldo Antunes OMC, ou simplesmente (São Paulo, 2 de setembro de 1960) é um músico, poeta, compositor e artista visual brasileiro). “A casa é sua” - acesse no link: https://www.youtube.com/watch?v=82aj1Bg8FpA Vamos ouvir uma música? É um presente para você! A música é de Arnaldo Antunes O poeta nos faz pensar que não basta a casa estar pronta, ter cadeira e sofá, se não tem alguém para dar sentido a esse lugar. Assim também é aqui, só você pode dar significado ao curso. Aqui você tem uma estrutura para sua formação, uma vez que o curso foi pensado para você, mas quem dá o tom é você. Ou seja, o significado para o que estamos conversando é dado por cada um. Você também passa por isso quando planeja o que será realizado com seus estudantes. E sabe que, apesar de planejar para “provocar” o envolvimento dos seus alunos, cada um vai dar um significado diferente ao que você propõe. E o que isso tem a ver com currículo? Não me falta cadeira Não me falta sofá Só falta você sentada na sala Só falta você estar 11 O planejamento que você faz cotidianamente está sempre conectado a um currículo. Mas isso não quer dizer que essa conexão seja com o currículo proposto pela rede que você trabalha. Dito isso, reflita: Ao elaborar o planejamento, considero o Currículo Referência de Minas Gerais ou outro documento? Se me guio por outro documento, qual é esse documento? Ainda associando à música “A casa é sua”, assim também são com os documentos de diferentes níveis que orientam o trabalho do professor. Eles só têm cor, só tem vida, quando o professor os coloca em ação no cotidiano da sala de aula, quando o professor atribui significado a eles. Caso contrário, eles serão meramente papéis e não produzirão efeitos reais. Importante: Acesse: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ a educação pública brasileira é regulamentada e orientada pelo previsto na Constituição Brasileira, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, pelo Plano Nacional de Educação, pela Base Nacional Comum Curricular. Para dar vida a esses documentos ou mesmo opinar se eles funcionam ou não para a realidade que temos, precisamos conhecê-los, precisamos compreendê-los, então pense um pouco sobre essas questões: Sei quais documentos orientam o trabalho que realizo? Eu os conheço? Sei para que servem? Estão presentes no meu cotidiano? Sei consultá-los? Concordo com eles ou tenho críticas? Lembra quando no começo do texto foi falado sobre as decisões que temos que tomar no cotidiano escolar, seja para momentos planejados, seja para momentos não planejados? Conhecer esses documentos orientadores nos permite ter mais clareza nas decisões sobre: o que propor na sala de aula, como defino o que deve ser trabalhado, que caminhos seriam os mais adequados considerando onde quero que meus estudantes cheguem. 12 Até aqui muitas questões para reflexão estão sendo propostas porque queremos que você questione bastante o que tem realizado, como tem realizado e exercite o "estranhamento" do que tem sido feito e nem paramos para pensar porque fazemos. A rotina do professor automatiza muitas ações. O cotidiano de ter que pensar na aula do dia seguinte, nas atividades, nas avaliações, nos diários de classe, no material que precisamos providenciar, ocupa tanto o tempo e atenção que é difícil parar e pensar sobre o que temos feito e por que temos feito. É real que temos realizado muitas coisas todos os dias, mas a pergunta é: sabemos qual o sentido e resultado dessas ações? O que nossos alunos têm aprendido cotidianamente na convivência em sala de aula e com as propostas que colocamos? Temos convidado o estudante a dar um “tom” ao que planejamos? Ufa! Quanta coisa para pensar! Mas sabe o que é, professor? É que tudo isso tem relação com a sua forma de ver e viver o currículo, com a concepção que tem dele e qual significado que ele tem para você. Não precisa se preocupar em ter respostas agora, mas seria bom anotar suas reflexões iniciais e ao final do curso retomar essas anotações para analisar se houve mudanças. Dentre os vários documentos que sustentam o nosso trabalho, você já deve ter ouvido falar muito de BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Ela é um documento importante que: Define o conjunto progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo da Educação Básica (contemplando Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio). Prevista na Lei de Diretrizes e Bases (1996) e no Plano Nacional de Educação (2014), a BNCC é fruto de amplo processo de debate e negociação com diferentes atores do campo educacional e com a sociedade brasileira. Com vigência de 2020 a 2025, para revisão. (BNCC, 2017). 1 BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de 1996. Disponível em: . Acesso em: 24 de agosto de 2021. 2 BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 26 de junho de 2014. Disponível em: . Acesso em: 23 ago. 2021. http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes- educacao-basica-2013-pdf/file http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/ l13005.htm 13 Pesquisas relacionadas à formação de professores mostram que reproduzimos na nossa prática de professor, o que já foi vivido quando aluno em qualquer nível, experiências positivas e também negativas LEMBRETE Em parte, sabe por quê? É que foi a partir desse documento (BNCC), que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios tiveram que construir seus documentos específicos, considerando suas realidades e nesse contextoproduziu-se o Currículo de Referência de Minas Gerais. Entendeu? Ela está presente no currículo do seu estado porque ela define aprendizagens para todo o país. Porém, cada estado, município e o Distrito Federal tiveram que elaborar seus documentos próprios, tiveram que produzir um documento com significado para sua região. E as escolas ampliam esse significado, dão o “tom” a esses documentos mais amplos, quando elaboram seus Projetos Político-pedagógicos e também os planos de aulas. Viu como tudo está conectado? Enfim, apesar de todos esses documentos estarem relacionados, o que norteia a sua ação e a elaboração cotidiana de forma mais direta e efetiva é o currículo. Agora, pausa para sua elaboração e registro: Após o registro de sua definição, sugerimos a leitura das páginas 9 a 13 do Currículo Referência de Minas Gerais para você analisar a sua resposta considerando o que está colocado no documento. Consegue perceber se as ideias são divergentes (estão distantes) ou se aproximam? Em quais aspectos? A concepção que você apresenta de currículo pode ser que esteja mais próxima ou distante do apresentado no Currículo Referência de Minas Gerais e isso acontece porque, ao longo da nossa formação de estudante e de professor vivenciamos na prática diferentes concepções de currículos. Mas isso quer dizer que ela é o currículo que devo trabalhar? Como você define “currículo”? 14 Já passamos por escolas nas quais o currículo era uma listagem de conteúdos e o trabalho era focado na quantidade de conteúdo que conseguíamos memorizar ou trabalhar, se professor. Também já passamos por formações que exigiam de nós mais que a memória,mas, saber o que e quando utilizar determinados conhecimentos. Só citamos esses dois exemplos porque são as formas mais comuns presentes nos diálogos pedagógicos. Porém, se você quer ver com mais profundidade essas diferentes concepções, segue uma indicação de livro: Em resumo, alguns momentos de nossas vidas vivenciamos processos educativos que se preocupavam apenas com o conteúdo a ser trabalhado, outros momentos vivenciamos processos formativos que exigiam mais reflexões pessoais e isso tem relação com a concepção de currículo que embasa o curso. Vejamos duas concepções de currículo para ilustrar essa ideia: SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2017. 01 02 como documento que define os conteúdos a serem ensinados e aprendidos. como documento que organiza o processo educacional, que expressa a intencionalidade da ação educacional, que considera todas as aprendizagens envolvidas na ação pedagógica: emocional, cognitiva e social. Currículo: Currículo: 15 Para ilustrar isso busque em sua memória algum conteúdo que você viu na escola, já precisou em algum momento dele, mas nunca soube usar. Pense na quantidade de regras de português que aprendemos na escola, mas mesmo assim cometemos muitos erros gramaticais em textos simples do cotidiano, não é mesmo? Pelo visto, quantidade de conteúdo e memória não são suficientes. Nesta concepção, mais importante que saber “conteúdos” é saber o que fazer com eles, como utilizá-los nas situações de vida. Mais importante que saber regras de português, por exemplo, é saber expressar-se com um texto escrito usando a pontuação adequada para ser claro na mensagem que se deseja transmitir. E olha que nem falamos do currículo oculto! Já ouviu falar nesse conceito? Um currículo velado, não dito, mas vivido. Mas essa conversa fica para outro momento... Percebeu que uma concepção é mais ampla que a outra? A primeira reduz currículo àquela listagem de conteúdos como se a escola se reduzisse a isso. Quando se reduz currículo à lista de conteúdos, estamos tratando os estudantes como sujeitos vazios que apenas devem reproduzir um conteúdo, sem preocupação se há um significado ou um sentido para aquela aprendizagem. A concepção 2 aborda currículo como um documento que mais do que os conteúdos a serem trabalhados (podemos chamar também de objetos de conhecimento), define habilidades que os estudantes devem desenvolver, os conceitos a serem desenvolvidos, define a intenção do processo educativo, reflete sobre os caminhos metodológicos e a proposta de avaliação a ser realizada. Muito mais ampla, percebeu? 01 02 Você leu as páginas que foram indicadas? Consegue perceber se a concepção do Currículo Referência de Minas Gerais está mais próxima da concepção 1 ou 2 que apresentamos a pouco? Chegou a hora de praticar, dê uma olhada na atividade postada a seguir: 16 Documento que organiza o processo educacional, que expressa a intencionalidade da ação educacional, que considera todas as aprendizagens envolvidas na ação pedagógica: emocional, cognitiva e social. Documento que norteia a elaboração de ações e tomada de decisão no cotidiano escolar. currículo é um documento que vai além da listagem de objetivos, objetos de conhecimentos e habilidades. No currículo, estamos registrando também nossas intenções como professor formador (que estudante quero formar?), destacando como o estudante deve aprender, quais as estratégias metodológicas usar ao trabalhar com esse estudante inserido num determinado contexto cultural. Currículo é uma construção coletiva. Exemplo - 1 Exemplo - 2 Ponto de reflexão: Fórum 1: Desafio de enriquecimento Questão 01: O CRMG traz uma concepção de currículo bem definida que sustenta a organização do documento e as orientações propostas. Como você define a concepção de currículo que está presente no documento? Para responder ao fórum vá ao Ambiente Virtual. 17 CRMG e BNCC são os mesmos documentos? Qual a diferença? Para iniciar esse tópico, seria interessante você pensar sobre a diferença entre Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e Currículo Referência de Minas Gerais (CRMG). Alguns colegas da rede têm usado a BNCC como currículo, mas afinal, qual documento considerar e seguir? Muito bem, vamos continuar a jornada. Agora que já discutimos um pouco sobre concepção de currículo, vamos conhecer um pouco mais sobre o Currículo Referência de Minas Gerais? Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional está previsto a construção de currículos norteados pela BNCC. É uma política pública nacional. Mas isso não quer dizer que ela não pode ser modificada. Pode sim! E provavelmente isso acontecerá em algum momento, mas é porque a sociedade não é estática, ela está sempre em mudanças e, então, a BNCC também pode precisar de mudanças. 1.2.1. Base nacional comum curricular e currículo referência de minas gerais (BNCC e CRMG) A BNCC é um documento normativo, elaborado pelo Ministério da Educação, e define as aprendizagens essenciais para todo o país. Como já foi dito, é o documento que serve de referência para a construção dos currículos dos sistemas e redes de ensino (pública e privada) de todos os Estados, Distrito Federal e Municípios. Servir de referência para a construção dos currículos não é opcional. E assim acontece também com os currículos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: eles também são reelaborados, modificados, transformados, construídos etc. Documentos norteadores vêm das necessidades da sociedade; se a sociedade muda, os documentos também mudam. Esse é o movimento da humanidade. Estamos em constante transformação. LEMBRETE 18 Para elaboração do Currículo Referência de Minas Gerais considerou- se, dentre outros documentos, a BNCC, o Plano Nacional de Educação, Pareceres do Conselho Nacional de Educação, Conselho Estadual etc., para chegar ao produto que hoje rege a rede de ensino de Minas Gerais. BNCC e CRMG são documentos complementares: Você lembra qual documento era o Currículo de Minas Gerais antes desse que estamos aqui discutindo? Ele era conhecido na rede como CBC: Conteúdos Básicos Comuns. O CBC atendia aos alunos dos anos finais do Fundamentale Ensino Médio e, em 2014, passou a contemplar também os anos iniciais. A última atualização curricular do Ensino Fundamental foi em 2014 e do Ensino Médio, em 2005. Com a publicação da Base Nacional Comum Curricular, cuja intenção é que estados e municípios estejam em sintonia em relação ao currículo, Minas Gerais, em um esforço conjunto, não perdeu tempo nessa construção. Em um Estado com o maior número de municípios, a diversidade é grande. Então, como garantir um currículo representativo? O esquema abaixo mostra o caminho que o CRMG percorreu para chegar até vocês. Viu que bacana? Vários documentos nortearam a construção do CRMG. Já foi sugerida leitura da introdução do Currículo Referência de Minas Gerais. Retome a leitura. A compreensão desse início será essencial para continuarmos as reflexões. Mais à frente mostraremos um esquema para ilustrar essa relação entre os documentos. Currículo Referência de Minas Gerais, documento elaborado a partir dos fundamentos educacionais expostos na nossa Constituição Federal (CF/1988), na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), no Plano Nacional de Educação (PNE/2014), na Base Nacional Comum Curricular (BNCC/2017) - (CRMG, p. 2, 2019). 1.2.2. Um pouco da história do Currículo Referência de Minas Gerais 19 Ações e documentos paraa construção do currículo de MG... um percusopercorrido Estabelecimento de um modelo de governança dinâmico: Comissão Estadual, Comitê Executivo, Coordenação Técnica, Grupos de Trabalho de Currículo. 1. Estabelecimento de um modelo de governança dinâmico: Comissão Estadual, Comitê Executivo, Coordenação Técnica, Grupos de Trabalho de Currículo. BNCC: diretrizes e normativas: Com base na BNCC, o currículo foi discutido na perspectiva de um caráter próprio, bem como dos preceitos de uma educação libertadora, que vise a equidade e a qualidade educacional dos sistemas de ensino, promovendo a inclusão, reconhecendo e valorizando as diversidades. Realização do Dia D em MG: reflexão e engajamento de toda a Rede Pública para contribuir como o currículo. 4. Sai a versão Preliminar do Currículo Referência de Minas Gerais. Sai a versão Preliminar do Currículo Referência de Minas Gerais. Entra em cena o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola: Referência interna da escola, com objetivos próprios relacionados ao CRMG. O Currículo Referência de Minas Gerais passa a ser referência curricular para as redes a partir de 2019. Escuta à entidades parceiras: Fórum Estadual Permanente de Educação de Minas Gerais – FEPEMG, Fórum Mineiro de Educação Infantil – FMEI, União Nacional dos Conselho Municipais de Educação de Minas Gerais – UNCME/MG, Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais - CEE/MG. Consulta pública on-line e encontros municipais para debater a versão preliminar e as contribuições foram incorporadas ao documento. 1 2 3 4 5 6 7 8 20 Você sabia desse percurso na construção do Currículo Referência de Minas Gerais? Como pode ser visto, ele foi fruto de um diálogo coordenado entre o Estado e os Municípios, privilegiando o regime de colaboração. Você identificou esse processo no seu município? Lembra de algum chamado para participar? De divulgação do documento aberto para consulta pública? Com certeza alguém representou o seu município e contribuiu de alguma forma com essa construção Observe que, Documentos norteadores e orientadores para todo o País. Produção que considera as especificidades do lugar. Veja agora esse esquema que mostra a relação do CRMG com os documentos norteadores: O Currículo Referência de Minas Gerais é, portanto, fruto do trabalho coletivo de milhares de profissionais de todas as regiões do estado, versando sobre a pluralidade de ideias, identidades e expressões de Minas Gerais e, em consonância com a Base Nacional Comum Curricular, será referência curricular para as redes a partir de 2019 (CRMG,p. 8). 9. O papel do planejamento dos professores: a previsão de como as habilidades serão desenvolvidas 9 Currículo Referência de Minas Gerais BNCC, PNE, DCN 21 Cada Estado construiu seu documento buscando dar uma identidade, considerando aspectos regionais. E como o CRMG se organizou? A partir de que eixos? Vejamos a seguir. 1.2.3. CRMG e os eixos estruturadores Como pudemos acompanhar nas páginas anteriores, a construção do CRMG envolveu uma série de movimentos, ações e muito trabalho colaborativo, mas ainda não acabou! Vamos ampliar um pouco mais as nossas informações. Algumas ideias podem ser destacadas e aparecem em todos eles: Nessa medida, podemos entender que, se os direitos de aprendizagem estão expressos no CRMG, em consenso com os documentos que nortearam a sua construção e com a colaboração de todos os envolvidos no seu processo de elaboração, é responsabilidade e dever do estado garanti-los a cada um dos estudantes que frequentam as escolas mineiras. Para ser construído, o CRMG precisou considerar vários documentos e estes não eram divergentes entre si. Pelo contrário, foram se complementando, afinando cada vez mais o que se deseja para o país. necessidade de oportunizar experiências educativas associadas à realidade contemporâneas; experiências conectadas com a bagagem histórico-cultural dos estudantes; educação como direito de TODOS; direitos de aprendizagens definidos por meio das habilidades e competências 22 Assim sendo, na perspectiva de: conectar experiências educativas com o contexto contemporâneo levando em conta a realidade e as necessidades de cada estudante, de cada sala de aula, considerar o protagonismo dos envolvidos no processo, promovendo a inclusão e acesso a todos, valorizar a diversidade no contexto do território mineiro, auxiliar os alunos a desenvolverem habilidades relevantes para uma formação integral, garantindo assim os direitos de aprendizagens O CRMG se organizou considerando eixos estruturantes, ou seja, eixos que orientam toda a Educação Básica do território mineiro, fundamentos básicos que, não importa o nível no qual o estudante se encontra, devem ser observados. Sendo assim, toda e qualquer proposta de trabalho deve estar estruturada considerando esses eixos. Não são conteúdos, mas estarão presentes nas ações cotidianas, na forma de se relacionar com os alunos, nos projetos desenvolvidos pela escola, etc. Apresentaremos um esquema sobre esses eixos estruturantes, porém, nos módulos seguintes dialogaremos mais com eles associando com planejamento, gestão da sala de aula e avaliação. O eixo principal é Essa opção mostra a necessidade de um trabalho que valorize o estudante e seu cotidiano na proposição de atividades. Valorizar o estudante e sua realidade para fazer disso o ponto de partida e não como um fim em si mesmo. “o sujeito e seus tempos de vivência”. São eles: Os Sujeitos e Seus Tempos de Vivência; 23 Direito à Aprendizagem; Currículo e Educação integral; Escola democrática e participativa; Equidade, Diversidade e Inclusão; Currículo e Formação continuada dos educadores; Currículo e Avaliação das Aprendizagens; E para saber mais sobre os eixos estruturadores leia a partir da página 13, no CRMG. CRMG CURRÍCULO REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS Eixos estruturantes Os sujeitos e seus tempos de vivência Definir o que e como ensinar impõe conhecer os sujeitos nas suas dimensões individual e coletiva. Como você, professor visualiza os eixos estruturantes no seu planejamento? Como se materializam na sua prática? Acompanhe aqui como se organiza cada um dos eixos estruturantes do seu CRMG. Direito à aprendizagem Todos aqueles que estão na escola têm o direito a aprender, fazer escolhas, construir argumentos, dominar linguagens, compreender fenômenos, enfrentar problemas e resolvê-los de forma a intervir proativamente no território,exercendo plenamente sua cidadania. Currículo e educação integral Equidade, diversidade e inclusão A integralidade da educação é um dos princípios fundantes do Currículo Mineiro, pesando como e quais são as competências e habilidades, que traduzidas em direitos de aprendizagem contribuirão para a formação integral dos estudantes. E, nessa medida, garantindo a construção do conhecimento a partir das diversas dimensões humanas, onde todos os envolvidos sintam-se sujeitos ativos de seu processo de formação. Equidade, diversidade e inclusão se traduzem em igualdade de oportunidades, redução de desigualdade e lógica libertadora, em que todos estejam juntos e misturados num processo coletivo de aprendizado. Escola democrática e participativa Gestão democrática e participativa implica em conhecer o contexto da escola, os sujeitos que ali atuam e suas ações, seus tempos de vivência, levando em conta quem são, de onde vieram, a bagagem que trazem consigo e a forma como se dá a participação de todos nas decisões e escolhas dos processos inerentes à vida da escola. Currículo e avaliação das aprendizagens No CRMG, a avaliação é vista, portanto, como um ponto de partida, de apoio, como um elemento a mais para repensar e planejar a ação pedagógica e a gestão educacional, ancorada em objetos e expectativas que buscam ajustá-las à aprendizagem dos estudantes. Uma perspectiva avaliativa que privilegie a inclusão, o diálogo, a mediação, partindo do pressuposto que todos os estudantes são capazes de aprender e de que as ações educativas e estratégias de ensino podem e devem ser planejadas a partir das variadas possibilidades de aprender dos estudantes. Currículo e formação continuada dos educadores o CRMG estabelece O QUE ensinar em cada etapa e ano de escolaridade, mas COMO se deve ensinar ou como ACOMPANHAR as aprendizagens requer formação continuada dos profissionais de educação. A proposta é que, a partir da reflexão sobre a prática, no território, contexto e história de cada escola mineira, e em processo de formação, os seus profissionais passam lidar com as diferentes questões que permeiam o trabalho diário favorecendo um diálogo permanente com a revisão do Projeto Político Pedagógico das instituições Bastante coisa, não é mesmo? Mas ainda temos muitas outras para conversar. Esta discussão inicial é para todas as etapas da Educação Básica. Agora vamos restringir um pouco a discussão para os Anos Iniciais. Já conhecemos o significado do GRMG e a historicidade legal. E como ficam os Anos Iniciais? Você já leu ou manuseou o documento? A partir da página 192 você poderá ter acesso a essa orientação. Fórum 2: Questões norteadoras Questão 02: O CRMG, em sua proposta, se organiza por meio de eixos estruturantes. Qual o sentido desses eixos na organização do CRMG, como se justifica? Em defesa de uma educação que garanta a isonomia e a igualdade, de qualidade, que reconhece e valoriza todos os envolvidos no processo, bem como todas as dimensões da formação humana; promova a inclusão e o acesso; que reconheça e valorize as diversidades; que reconheça seus sujeitos e tempos de vivência e estabeleça laços com a comunidade e seu território. Exemplo - 1 26 Se você é um jovem professor, ou seja, nascido após a Constituição de 1988, provavelmente, conheceu poucas pessoas a partir de 7 anos que tenham ficado fora da escola por falta de vagas. Pois é! Mas saiba que, antes da “Carta Cidadã”, isso era muito comum. Foi o Artigo 211 da Carta Magna que tornou a educação básica um direito, e também destacou a permanência na escola e a qualidade do ensino. Mas o que é a Educação Básica? Qual sua finalidade? De acordo com a Lei 9394/1996, que estabelece as Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (p.17), assim definimos: Para responder ao fórum vá ao Ambiente Virtual. na perspectiva de uma formação integral dos envolvidos no processo, com vistas a garantir os direitos de aprendizagens de todos os estudantes, por meio do desenvolvimento das habilidades e competências e das vivências destacadas no CRMG. Exemplo - 1 para refletir: Os eixos estruturadores são vistos como uma proposta de organização do CRMG, orientam toda a Educação Básica em MG, compõem fundamentos básicos que devem ser observados, independentemente do nível em que o estudante se encontre. Tais eixos não são conteúdos, mas se manifestam nas ações cotidianas, no modo de se relacionar com os estudantes, nos projetos desenvolvidos pela escola, dentre outros, destacando um trabalho que valorize o estudante e seu cotidiano na proposição de atividades. 2. ENSINO FUNDAMENTAL: ANOS INICIAIS Assim sendo, tal etapa é a base educacional para que crianças, adolescentes e jovens recebam uma formação comum, para exercer a cidadania e dar continuidade à sua trajetória escolar. Art. 21. A educação escolar compõe-se de: I – Educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. educação básica educação INFANTIL ENCINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS ANOS FINAIS ENCINO MÉDIO 27 Localizou os Anos Iniciais? Pois bem: O Ensino Fundamental, com nove anos de duração, é a etapa mais longa da Educação Básica, atendendo estudantes entre 6 e 14 anos. Há, portanto, crianças e adolescentes que, ao longo desse período, passam por uma série de mudanças relacionadas a aspectos físicos, cognitivos, afetivos, sociais, emocionais, entre outros (BNCC,p. 59, 2017). Agora voltemos no tempo. Nem sempre a segunda etapa da Educação Básica, o Ensino Fundamental, teve 9 anos. Foi com a universalização dos 6 anos, obrigatoriamente, e com previsão de término aos 14 anos, que o Ensino Fundamental passou a ter 9 anos. Antes o Ensino Fundamental começava com 7 anos, era chamado 1ª série, você lembra desse período? Porém, um dos problemas com a ampliação foi a compreensão sobre quem é a criança de 6 anos que inicia o Fundamental. Foi muito recorrente apenas “puxar” os conteúdos do antigo 1º ano/ 1ª série para essa faixa etária, desconsiderando as características e necessidades da criança de 6 anos. Isso causou e ainda causa um problema para as crianças, alguns ainda confundem 1º ano do Ensino Fundamental com antiga 1ª série (que iniciava com 7 anos). Daí a necessidade, também, de uma nova orientação curricular. Após muitas discussões e ajustes, hoje temos uma posição mais clara e definida sobre o trabalho que se inicia aos 6 anos. É bom saber que Minas Gerais foi o estado pioneiro na implementação do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos, ou seja, com entrada obrigatória a partir dos 6 anos, o que trouxe grandes avanços para a educação mineira. E, dentre outros benefícios para a sociedade, uma das consequências desse investimento é que MG alcança as metas do Ideb desde a sua criação. Para ficar por dentro desses ganhos pedagógicos leia o CRMG, nas páginas 193 e 194. Desses 9 (nove) anos que compõem o Ensino Fundamental, cinco deles vamos chamar de anos iniciais (1º ao 5º ano) e os anos finais (6º ao 9º ano). Que orgulho, heim! Você faz parte disso também! Como os Anos Iniciais estão entre duas fases importantes: Educação Infantil e Anos Finais, cabe conversar um pouco sobre as transições que podem se tornar obstáculos para a continuidade da jornada escolar dos estudantes. 28 O Ensino Fundamental é a base educacional para que crianças, adolescentes e jovens recebam uma formação comum para exercer a cidadania e dar continuidade à sua trajetória escolar. Atenção para a expressão “dar continuidade à trajetória escolar”. Você já percebeu que em determinados anos escolares parece que existe um “gargalo” que gera muita repetência e evasão? 2.1. ANOS INICIAIS ETRANSIÇÕES Vamos começar pensando: como caracterizo os Anos Iniciais? Em que difere da Educação Infantil? Os Anos Iniciais do Ensino Fundamental é uma fase em que os estudantes ampliam o contato com as múltiplas linguagens, com os usos sociais da escrita e da matemática. Participam com mais efetividade do mundo letrado e da construção de aprendizagens para além da escola. Para dar conta dessas múltiplas relações que os estudantes precisam fazer, o Currículo Referência de Minas Gerais segue em sua construção, tendo a BNCC como norteadora. LEMBRETE 29 E mais, já percebeu a quantidade de jovens que não terminam o Ensino Fundamental ou Ensino Médio? Pois então, essa expressão “gargalo” geralmente está associada aos anos escolares de transição. Não podemos falar sobre “gargalo” entre e Educação Infantil e Anos Iniciais porque não é previsto a retenção entre esses níveis, porém, veja esse gráfico: Observou os períodos de aumento na taxa de insucesso? A que você relaciona essas taxas? Pense sobre isso. Agora, veja se você já escutou comentários assim: “_Que desespero! As crianças chegaram no 1º ano e só querem brincar”! Mostram dificuldade para realizar a atividade com autonomia… vou ter muito trabalho esse ano…” “_ Difícil, viu! No 3º ano e ainda tenho que orientar sobre uso de paragrafação na produção de texto! “ “_ Não sei como esse aluno foi aprovado para o 6º ano!! Não faz cálculos com frações. Vou ter que começar do zero!” “_ Não sei o que Paulo faz no 6º ano. Ele está muito fraco… os textos ainda apresentam falhas no uso de pontuação e não domina todas as regras para acentuação de palavras.” Claro que aqui colocamos alguns comentários bem simplistas, mas foi somente para ilustrar algumas posições comuns sobre o que é definidor e importante para dizer se o estudante está na etapa de ensino que deveria estar. E nesse sentido convidamos a pensar sobre uma discussão que está presente no CRMG: a transição entre etapas. Nos Anos Iniciais temos dois momentos de transição bem definidos e que causam bastante discussão: a passagem da Educação Infantil para o 1º ano e a saída dos Anos Iniciais para o 6º ano. No entanto, nas três etapas da Educação Básica, o CRMG ressalta que a transição entre elas deve ocorrer de forma articulada, sem perder a qualidade e continuidade dos estudos, reforçando o que propõe a BNCC: Você pode ficar um pouco confuso sobre o que propõe um ou outro documento, BNCC e CRMG, mas as ideias se misturam porque o CRMG trouxe para dentro de seus documentos o que a BNCC propôs. Lembra que já falamos sobre documentos que não são divergentes? Pois então, é o que acontece aqui. Para que as crianças superem com sucesso os desafios da transição, é indispensável um equilíbrio entre as mudanças introduzidas, a continuidade das aprendizagens e o acolhimento afetivo, de modo que a nova etapa se construa com base no que os educandos sabem e são capazes de fazer, evitando a descontinuidade do trabalho pedagógico (BNCC, p.53, 2017). O objetivo é desenvolver um processo que garanta a continuidade do aprendizado na etapa seguinte e a transição faz parte desse processo; desenvolver mudanças gradativas, pouco a pouco, para que os estudantes se adaptem e se ajustem a essas novas etapas de estudos e o CRMG traz essa possibilidade. 31 32 Umas das recomendações para essa situação é considerar a historicidade dos estudantes que chegam ao primeiro ou sexto ano e para isso é preciso haver contato entre os professores e escolas. A ideia é investir no diálogo entre os professores das diferentes etapas para conversar sobre o trabalho realizado, caminhada dos estudantes, fragilidades, potencialidades, pensando na continuidade do processo de aprendizagem e desenvolvimento. Eliminar ruídos entre as etapas/professores e esclarecer sobre a finalidade de cada nível. Tudo isso para que o processo de transição repercuta de forma positiva na vida dos estudantes. Uma professora relata sobre uma das ações desenvolvidas para essa transição: “Na minha escola de anos iniciais, anualmente, recepcionamos as crianças do Centro de Infância (educação infantil) que chegam para o primeiro ano (dos anos iniciais) do ano subsequente, em nossas turmas, assim como levamos os estudantes do 5o ano para uma visita à escola de ensino fundamental que os receberá para cursarem os anos finais. Com autorização das famílias, a organização se dá no formato de uma “visita pedagógica”, em meados do mês de setembro. Todo o processo é organizado em parceria entre as escolas e as famílias. É um projeto que consta no PPP das escolas envolvidas, devidamente discutido com os estudantes, os professores e toda a comunidade escolar. As famílias, o corpo pedagógico das instituições educacionais e os estudantes valorizam muito o momento! Com tudo organizado, no dia marcado, as crianças adentram o espaço das futuras escolas. Na nossa escola, sempre recepcionamos os pequeninos da educação infantil no pátio, de forma muito acolhedora, com histórias, músicas e alegria, momento de perguntas e respostas e acolhimento. 33 Em seguida, a equipe pedagógica faz uma apresentação da escola, dos espaços e dos projetos que a escola trabalha. Depois desse momento de recepção no pátio, as crianças acompanham a equipe pedagógica num tour pelos espaços da escola: conhecem as salas, o parque, a biblioteca, cantina, ludoteca, sala da diretora (que conversa com todos e expressa sua alegria em recebê-los no ano seguinte na escola), visitam a quadra esportiva e etc… e esse momento é encerrado com um lanche especial para os convidados. O mesmo acontece com a visita dos estudantes às escolas de Anos Finais: visitam a escola, são recepcionados por professores, fazem perguntas, conhecem o espaço, começam a projetar sua presença ali. É interessante acompanhar como os estudantes expressam surpresa, alegria, expectativa e desmistificam algumas angústias e medos. Eles perguntam a valer, tiram as dúvidas e se emocionam, se alegram com cada resposta que recebem. Sentem-se acolhidos e começam a projetar sua vida no ano seguinte naquele novo espaço! É uma estratégia simples e sabemos que algumas escolas fazem esse tipo de vivência. Outras não fazem porque acham simples demais. Mas esse primeiro contato afetivo com as escolas nas quais continuarão a jornada, pode trazer uma segurança emocional para o estudante que permitirá um começo de etapa com mais tranquilidade. Claro que o foco principal para cuidar da transição se dará nos aspectos pedagógicos cotidianos, mas uma estreia marcada por uma memória afetiva positiva, também fará bastante diferença. Por isso o valor dessa ação relatada. O que você achou dessa estratégia? Na sua escola, como vocês organizam o processo de transição das crianças que chegam e saem dos anos iniciais? 34 Uma dica importante para a organização de um processo de transição exitoso é a previsão e o planejamento dessa etapa no seu Projeto Político Pedagógico, adequando-o ao CRMG de acordo com seu contexto e demandas internas, proporcionando mudanças gradativas no desenvolvimento do currículo. No primeiro ano, por exemplo, pode ser agregador e profícuo manter brincadeiras e propostas interativas e lúdicas. Na medida em que os alunos se adaptam à nova rotina, pode-se inserir no plano de aula maior aprofundamento nas habilidades e competências a serem desenvolvidas. A ideia é que os Anos Iniciais devem garantir o espaço do brincar, ao mesmo tempo que ampliam o espaço para sistematizar. Não é fácil! Na transição para o Ensino Fundamental, é preciso levar em conta o que foi aprendido na Educação Infantil, sem, entretanto, estabelecer pré-requisitos e sim ter clareza de qual deve ser o ponto de partida. É importante que se leve em conta o que está previsto no currículo como aprendizagem, mas também os interesses dos estudantes. A ideia é que tal articulaçãoprecisa prever tanto a progressiva sistematização das experiências vividas na Educação Infantil, quanto o desenvolvimento de novas formas de relação com o mundo. Em outras palavras, recomenda-se que se leve conta as mudanças pelas quais o estudante está passando, que suas expectativas sejam atendidas. Não se pode esquecer dessa criança como um sujeito social e seu direito de protagonizar seus processos e experiências. Podemos comparar as etapas da Educação Básica (EI, EF e EM) ao corpo humano dividido em três partes principais: membros, tronco e cabeça. As partes não funcionam isoladas; já tentou girar a cabeça fazendo um círculo em sentido horário e ao mesmo tempo girar os braços em sentido anti-horário? Que confusão! Os movimentos ficam descoordenados, nenhuma parte fica bem. Assim também é com as etapas da Educação Básica. A articulação entre as partes dá segurança aos movimentos e liberdade de expressão, são etapas indissociáveis. Professor, você sabia que acolher os estudantes que estão fazendo a transição da educação infantil para o ensino fundamental é uma responsabilidade de toda a equipe pedagógica da escola? E é muito importante que essa equipe seja sensível às dificuldades, angústias, medos e expectativas dos alunos nessa passagem e os ajudem nessa jornada? Importa muito que se garanta a integração e a continuidade dos processos de aprendizagens das crianças. Está claro que essa mudança entre as fases e etapas virá acompanhada de algumas dificuldades. Afinal, tudo muda! Outra escola, colegas diferentes, outro (a) professor (a). Vêm atividades mais intensas, surgem as cobranças e as brincadeiras tornam-se cada vez mais raras. Nesse novo espaço, há que se criar condições para que as crianças se sintam seguras em um mundo cheio de novos desafios, pois nele espera-se que o estudante construa a tão sonhada autonomia. E quando se “acomodam” nos Anos Iniciais, no sentido de se sentirem seguras e confortáveis, precisam pensar em uma nova transição: para os Anos Finais. Transição que também exigirá a mesma atenção e cuidado para evitar que o gráfico de evasão e repetência que apresentamos anteriormente se perpetue ou aumente. Ilustrando nossa discussão até aqui: Quando a criança chega no universo dos ANOS... INICIAIS 35 Novas aprendizagens na escola e além da vida Afirmação da identidade frente ao coletivo Desenvoltura e Autonomia nos movimentos e deslocamentos Participação no mundo letrado Requer acolhimento e valorização das diferenças Vivencias de mudanças importantes Interações com o espaço e relação com múltiplas linguagens Uso social da escrita e da matemática 36 Conversamos sobre os Anos Iniciais do Ensino Fundamental e os períodos de transição nos quais os estudantes passam e que devem ser considerados com seriedade porque geram concretamente fracassos no processo de continuidade dos estudos. A BNCC valoriza efetivamente as situações lúdicas nos processos de ensino e aprendizagem nos Anos Iniciais e a necessidade de articulação com as experiências vividas na Educação Infantil. Para a transição dos Anos Iniciais para os Anos Finais não pode se desprezar a ruptura em relação às disciplinas e na interação com os professores; a rotina escolar se torna mais complexa e demanda mais autonomia. , tanto da educação Básica quanto nas fases do Ensino Fundamental. E em qualquer fase de transição, a valorizar os conhecimentos trazidos pelos estudantes. No geral, o desafio é superar a ruptura entre as etapas Após essa conversa sobre o período tão importante e de tantas mudanças que é a entrada no Ensino Fundamental, vamos agora conhecer a estrutura proposta pelo CRMG para os Anos Iniciais. A BNCC oferece sugestões para essa complexa mudança. Visite a BNCC e leia o conteúdo situado nas páginas de 59 a 64 e analise o que o documento propõe que é corroborado pelo CRMG. VOCÊ SABIA? O que você achou? Há um alinhamento entre o que propõe os documentos em questão e a realidade da sua escola e da sala de aula? Tais mudanças estão previstas no PPP da sua escola? Como? Você acha isso importante? 37 O objetivo deste tópico será promover a sua apropriação do documento para consulta e decisões. Lembra que no começo do outro módulo apresentamos o relato da professora que em uma classe de 1º ano ao explorar o calendário, em atividade de rotina, a aula caminhou por outras trilhas? E ela só pôde dar continuidade ao que apareceu porque dominava o que era previsto para o ano. Momento para refletir: você tem clareza sobre o que está previsto para o ano escolar que você trabalha? Claro que não dá para lembrar de todos os anos, com detalhes, o que está previsto; porém, o documento deve ser fonte de consulta constante. Mas para isso é preciso saber manuseá-lo, consultá-lo. Professor, você já sabe que o documento a ser considerado para organização do trabalho pedagógico da escola e da sala de aula é o CRMG. Como até agora temos dito, ele utiliza a organização proposta pela BNCC. Vamos destacar alguns aspectos gerais do CRMG que possam auxiliar na exploração do documento. Vejamos alguns pontos a serem compreendidos, em relação ao CRMG: Estrutura-se em áreas de conhecimento e seus respectivos componentes curriculares, a saber: 2.2. ESTRUTURA DO CRMG PARA OS ANOS INICIAIS Antes de começarmos esse tópico, vamos revisar nossas ideias: o que já sei sobre o CRMG para os Anos Iniciais? Sei utilizá-lo para nortear meu planejamento? 38 Infográfico de elaboração própria com base no CRMG O CRMG, SUAS ÁREAS DO CONHECIMENTO E COMPONENTES CURRICULARES um panorama geral Linguagens a) Língua Portuguesa, b) Língua Inglesa c) Artes d) Educação física Ciências da Natureza a) Ciências Matemática Ensino Religioso Ciências humanas: a) Geografia b) História Cada área de conhecimento traz uma discussão anterior à apresentação da organização curricular que propõe pensar sobre o conhecimento, a relação com as concepções afirmadas no currículo e suas especificidades e diretrizes. Na parte de apresentação da área de conhecimento, aborda também proposta avaliativa que seja coerente com a proposta. A estrutura é a mesma da BNCC, considera direitos e objetivos de aprendizagem. 39 Para cada área de conhecimento são apresentadas competências específicas que expressam os direitos de aprendizagem dos estudantes ao longo da Educação Básica. Por ano você encontrará os objetos de conhecimento e as habilidades a serem investidas. Considerando a perspectiva regional, algumas habilidades e competências foram alteradas, em relação à BNCC. Para ver códigos de alteração proposto pelo CRMG, veja a página 201 do documento. Para compreender a codificação geral que você verá antes de cada habilidade, veja a imagem a seguir: 4O Vale lembrar e destacar que, apesar da organização do currículo para os Anos Iniciais apresentar as áreas de conhecimento separadamente, uma das características principais do trabalho dessa fase é a O trabalho não é realizado de forma compartimentalizada, por isso temos o professor com formação geral conduzindo esse trabalho nessa etapa. No eixo “Planejamento” usaremos muito essa ideia. Quanta coisa! Cabe uma pausa para leitura do CRMG com discussão mais completa. interdisciplinaridade entre os objetos de conhecimento. Na etapa seguinte do curso falaremos sobre o planejamento e conheceremos um pouco de cada área de conhecimento. Vamos em frente? Chegamos ao fim desse módulo. Consegue visualizar a discussão que fizemos até agora na sua realidade? BRASIL, Lei de Diretrizes e B. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 23 ago. 2021. BRASIL. Lei nº 13.005,de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 26 de junho de 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ _ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm . Acesso em: 23 ago. 2021. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de 1996. Disponível em: HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ l9394.htm" http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 24 ago. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. BRASIL. Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica; Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão; Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasília: MEC; SEB; DICEI, 2013. Disponível em: HYPERLINK "http:// portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao- basica-2013-pdf/file" http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677- diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file. Acesso em: 24 de ago. de 2021. SAVIANI, Demerval. A lei da educação: LDB: trajetória, limites e perspectivas. CAMPINAS,SP: Autores Associados, 2019. Disponível em: HYPERLINK "https:// books.google.com.br/books?hl=pt- BR&lr=&id=gMqxDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT7&dq=ldb+educa%C3%A7%C3%A3o &ots=xmDIM3852Z&sig=Lh3o6M_EfmJdi1GX2xQbFpIm7KU#v=onepage&q=ldb %20educa%C3%A7%C3%A3o&f=false" HYPERLINK "https:// books.google.com.br/books?hl=pt- REFERÊNCIAS 41 BR&lr=&id=gMqxDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT7&dq=ldb+educa%C3%A7%C3%A3o &ots=xmDIM3852Z&sig=Lh3o6Mtodo"https://books.google.com.br/books? hl=pt- BR&lr=&id=gMqxDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT7&dq=ldb+educa%C3%A7%C3%A3o &ots=xmDIM3852Z&sig=Lh HYPERLINK "https://books.google.com.br/books? hl=pt- BR&lr=&id=gMqxDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT7&dq=ldb+educa%C3%A7%C3%A3o &ots=xmDIM3852Z&sig=Lh3o6M_EfmJdi1GX2xQbFpIm7KU#v=onepage&q=ldb %20educa%C3%A7%C3%A3o&f=false"_EfmJdi1GX2xQbFpIm7KU#v=onepage& q=ldb%20educa%C3%A7%C3%A3o&f=false . Acesso em 20 de ago. 2021 41
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