Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
OPERAÇÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL AULA 6 Abertura Férias e 13° Salário Olá! Conhecida como décimo terceiro salário, a gratificação de Natal foi instituída no Brasil pela Lei 4.090, de 13/07/1962, e garante que o trabalhador receba o correspondente a 1/12 (um doze avos) da remuneração por mês trabalhado. Ou seja, consiste no pagamento de um salário extra ao trabalhador no final de cada ano. Tem direito à gratificação todo trabalhador com carteira assinada, sejam trabalhadores domésticos, rurais, urbanos ou avulsos. A partir de quinze dias de serviço, o trabalhador já passa a ter o direito de receber o décimo terceiro salário. Também recebem a gratificação os aposentados e pensionistas do INSS. O cálculo do décimo terceiro salário é feito da seguinte forma: divide-se o salário integral do trabalhador por doze e multiplica-se o resultado pelo número de meses trabalhados. As horas extras, adicionais noturno e de insalubridade e comissões adicionais também entram no cálculo da gratificação. Se o trabalhador tiver mais de quinze faltas não justificadas em um mês de trabalho ele deixa de ter direito ao 1/12 avos relativos àquele mês. Entenda mais detalhadamente sobre as férias e o 13° salário nesta aula. BONS ESTUDOS! REFERENCIAL TEÓRICO Para entender melhor sobre a legislação trabalhista brasileira acompanhe o texto do decreto abaixo. O Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, aborda os pontos rela vos a férias e 13º salário devido ao funcionário. Leia a Consolidação das Leis do Trabalho, Capítulo IV, da SEÇÃO I à IV. Ao final da leitura, você dominará os seguintes conteúdos: • Definir período aquisitivo e concessivo de férias. • Reconhecer os descontos e as adições incidentes sobre férias e 13º. • Resolver o cálculo de férias remuneradas e 13º. BOA LEITURA ! Décimo Terceiro Salário A gratificação natalina, devida a todos os empregados urbanos, rurais e domésticos, é paga em duas parcelas; a primeira, entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, e a segunda, até 20 de dezembro. Seu valor corresponde a 1/12 da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço do ano correspondente, considerando-se mês integral a fração igual ou superior a 15 dias de trabalho, no mês civil. Lembre-se de que a Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-B à CLT para determinar, entre outras disposições, que constitui ob- jeto ilícito de documentos coletivos de trabalho (acordo e convenção) a supressão ou redução do valor nominal do 13º salário. A base de cálculo da gratificação natalina é a remuneração integral ou o valor da aposentadoria. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. Ao salário integram-se: importância fixa estipulada, as comissões pagas pelo empregador, as gratifica- ções legais. Os adicionais por trabalho insalubre e perigoso, bem como o salário-utilidade, também o integram para esse efeito. Importante A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, alterou os arts. 457 e 458 da CLT para determinar que as verbas elencadas a seguir, mesmo quando pagas com habitualidade, não integram a re- muneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de encargo trabalhista e previdenciário: a) ajuda de custo; b) auxílio-alimentação (vedado o pagamento em dinheiro); c) diárias para viagem (independentemente do valor); d) prêmios; e) abonos f) assistência médica ou odontológica (própria ou conveniada); g) reembolso de despesas médico-hospitalares, com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses e outras similares. A Medida Provisória nº 905/2019, inseriu o § 5º ao art. 457 da CLT para determinar que o fornecimento de alimentação, seja in natura ou seja por meio de documentos de legitimação, tais como tíquetes, vales, cupons, cheques, cartões ele- trônicos destinados à aquisição de refeições ou de gêneros alimentícios, não possui natureza salarial e nem é tributável para efeito da contribuição previdenciária e dos demais tributos incidentes sobre a folha de salários e tampouco integra a base de cálculo do imposto sobre a renda da pessoa física. Entretanto esta determinação somente produzirá efeitos quando atestado por ato do Ministério da Economia, a compatibilidade com as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da Lei de Diretrizes Orçamentárias e o atendimento ao disposto na Lei Complementar nº 101/2000, e aos dispositivos da Lei de Diretrizes Orçamentárias relacionados com a matéria. Para efeito de pagamento e cálculo do valor da gratificação de natal, é necessário apurar, mês a mês, as faltas não justificadas pelo empregado, a fim de verificar se houve pelo menos 15 dias de trabalho. 172 Guia de Cálculos Trabalhistas Assim, para cada mês, restando um saldo de, no mínimo, 15 dias após o desconto das faltas injusti- ficadas nos respectivos meses, assegura-se ao empregado o recebimento de 1/12 de 13º salário por mês. Ressalte-se que as faltas legais e justificadas ao serviço não são computadas a esse efeito. Os dias de repouso (Repouso/Descanso Semanal Remunerado) que eventualmente não tiverem sido pagos ao empregado durante o ano, em decorrência de falta injustificada durante a semana ou pu- nição disciplinar, não poderão ser computados para efeito da contagem dos 15 dias trabalhados no mês para o empregado fazer jus a 1/12 de 13º salário proporcional por mês de serviço, ou seja, não diminuirá a contagem da proporcionalidade a que o empregado tiver direito. Esse critério é adotado para não haver a ocorrência de dupla penalidade ao empregado, ou seja, uma vez, por ocasião do desconto dos repou- sos durante o ano e outra vez, para fins de diminuir a contagem da proporcionalidade de 13º salário. Não se consideram faltas ao serviço para fins de apuração do 13º salário as seguintes ausências: I - até 2 dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão; II - até 3 dias consecutivos, em virtude de casamento; III - em geral, por 5 dias, enquanto não for fixado outro prazo em lei, como licença-paternidade; Nota Segundo entendimento predominante, a licença-paternidade tem duração de 5 dias corridos. Todavia, o Secretário de Relações de Trabalho, ao dispor que a referida licença deve ser entendida como ampliação da falta legal por motivo de nascimento de filho, de 1 para 5 dias (CLT, art. 473, III), está se referindo a dias úteis. Lembra-se que o documento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional deverá ser consultado para fins de certificação da existência ou não de cláusula específica sobre o assunto. IV - por 1 dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamen- te comprovada; V - até 2 dias consecutivos ou não, para fins de alistamento eleitoral, nos termos da lei respectiva; VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do serviço militar referidas na Lei nº 4.375/1964, art. 65, “c” (Lei do Serviço Militar); VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingres- so em estabelecimento de ensino superior; VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver de comparecer a juízo; IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sin- dical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro; X - até 2 dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira; XI - por 1 dia por ano para acompanhar filho de até 6 anos em consulta médica; XII - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto não criminoso e de adoção ou guarda judicial de criança,para fins de adoção, observados os requisitos da legislação previdenciária para a percepção do benefício de salário-maternidade; Guia de Cálculos Trabalhistas 173 XIII - justificadas pela empresa, assim entendidas as que não tiverem determinado o desconto do correspondente salário; XIV - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão pre- ventiva, quando for impronunciado ou absolvido; XV - o comparecimento para depor como testemunha, quando devidamente arrolado ou convocado; XVI - o comparecimento como parte à Justiça do Trabalho; XVII - para servir como jurado no Tribunal do Júri; XVIII - o afastamento por doença ou acidente do trabalho, nos 15 primeiros dias pagos pela empre- sa mediante comprovação, observada a legislação previdenciária; XIX - a convocação para serviço eleitoral; XX - por greve, desde que tenha havido acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho que disponha sobre a manutenção dos direitos trabalhistas aos grevistas durante a paralisação das atividades; XXI - o período de frequência em curso de aprendizagem; XXII - para o(a) professor(a), por 9 dias, em consequência de casamento ou falecimento de cônju- ge, pai, mãe ou filho; XXIII - dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atuações do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), as quais são computadas como jornada efetivamente trabalha- da para todos os fins e efeitos legais; XXIV - o período de férias, que, inclusive, é computado para todos os efeitos como tempo de serviço; XXV - dos representantes dos trabalhadores no Conselho Curador do FGTS, decorrentes das ati- vidades desse órgão, que serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais; XXVI - o período de afastamento do representante dos empregados quando convocado para atuar como conciliador nas Comissões de Conciliação Prévia, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade; XXVII - atrasos decorrentes de acidentes de transporte, comprovados mediante atestado da em- presa concessionária; XXVIII - a dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, 6 consultas médicas e demais exames complementares durante a gravidez; XXIX - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestado pelo INSS; XXX - nos dias em que não tenha havido serviço; XXXI - até 3 dias (em cada 12 meses de trabalho) para realização de exames preventivos de câncer devidamente comprovada; XXXII - outros motivos previstos em acordo, convenção ou dissídio coletivo de trabalho da entida- de sindical representativa da categoria profissional. 174 Guia de Cálculos Trabalhistas 1ª PARCELA Pagamento - Prazo O pagamento da 1ª parcela do 13º salário deve ser efetuado até o dia 30 de novembro, salvo se o empregado já o recebeu por ocasião das férias. Nota O adiantamento é efetuado ao ensejo das férias, se requerido pelo empregado no mês de janeiro do correspondente ano. Valor Admissão até 17 de janeiro, inclusive Para os empregados admitidos até o dia 17 de janeiro, portanto, com direito ao 13º salário integral, o valor da 1ª parcela corresponderá à metade da remuneração relativa ao mês anterior ao pagamento da gratificação. Exemplos a) mensalistas, horistas e diaristas: Metade do salário contratual percebido no mês anterior. 1 - mensalistas com salário de R$ 2.530,00 percebem R$ 1.265,00, ou seja: R$ 2.530,00 = R$ 1.265,00 2 2 - Horista com salário de R$ 20,00 faz jus à metade de 220 horas (contratadas à base de 220 h mensais): R$ 20,00 × 220 = R$ 2.200,00 2 3 - Diaristas com salário de R$ 200,00 recebem metade de 30 diárias: R$ 200,00 × 30 = R$ 3.000,00 2 b) Salário variável Metade da média mensal até o mês de outubro, aos que percebem salário variável (comissionistas, tarefeiros, contratistas e modalidades semelhantes). No caso de salário variável sem parte fixa, somam-se as parcelas percebidas mensalmente, divide-se o total pelo número de meses trabalhados, encontrando-se a média mensal. A 1ª parcela do 13º salário corresponde à metade dessa média mensal. Comissionista Empregado comissionista puro (sem parte fixa) recebeu, de janeiro a outubro/2019: Guia de Cálculos Trabalhistas 175 2019 COMISSÕES AUFERIDAS (R$) Janeiro 3.700,00 Fevereiro 3.400,00 Março 2.700,00 Abril 2.200,00 Maio 2.500,00 Junho 2.800,00 Julho 2.300,00 Agosto 2.600,00 Setembro 2.500,00 Outubro 2.700,00 Total 27.400,00 Apuração do reflexo das comissões sobre o RSR Para apurar o RSR sobre comissões divide-se o total das comissões auferidas no mês pelo nº de dias úteis do mês e o resultado será multiplicado pelo nº de domingos e feriados respectivos. Nota Há quem entenda que o total das comissões deve ser divido pelo nº de dias efetivamente trabalhados e não pelo nº de dias úteis do mês. Janeiro: R$ 3.700,00 × 5 = R$ 711,55 26 Fevereiro: R$ 3.400,00 × 4 = R$ 566,68 24 Março: R$ 2.700,00 × 5 = R$ 519,23 26 Abril: R$ 2.200,00 × 5 = R$ 440,00 26 Maio: R$ 2.500,00 × 5 = R$ 480,75 26 Junho: R$ 2.800,00 × 5 = R$ 560,00 25 Julho: R$ 2.300,00 × 4 = R$ 340,74 27 Agosto: R$ 2.600,00 × 4 = R$ 385,20 27 Setembro: R$ 2.500,00 × 6 = R$ 625,00 24 Outubro: R$ 2.700,00 × 5 = R$ 519,23 26 Total R$ 5.148,38 (valor total do reflexo das comissões sobre RSR nos meses de Janeiro a outubro/2019) 176 Guia de Cálculos Trabalhistas Média mensal R$ 27.400,00 + R$ 5.148,38 = R$ 32.548,38 ÷ 10 = R$ 3.254,84 Cálculo da 1ª parcela do 13º salário: R$ 3.254,84 = R$ 1.627,42 2 Nota Verificar se há cláusula de acordo, convenção coletiva de trabalho da respectiva categoria profissional ou sentença normativa que estabeleça critério de cálculo diverso, tal como período reduzido (meses) de comissões auferidas para apuração da média, e/ou indexador de atualização. Tarefeiro (pecista) Empregado tarefeiro produziu 1.000 peças de janeiro a outubro/2019, com a média mensal de produção de 100 peças. Supondo-se que o salário/peça seja de R$ 17,00 em outubro/2019, temos: 2019 PEÇAS PRODUZIDAS Janeiro 80 Fevereiro 100 Março 70 Abril 130 Maio 120 Junho 110 Julho 90 Agosto 110 Setembro 90 Outubro 100 Total 1.000 Média mensal das peças = 100 (1.000 ÷ 10) Valor da média mensal = R$ 1.700,00 (R$ 17,00 × 100) Apuração do reflexo das peças sobre o RSR Para apurar o RSR sobre peças executadas durante o mês, multiplica-se o nº de peças pelo valor desta, o resul- tado divide-se pelo nº de dias de efetivo trabalho no mês. O valor obtido será multiplicado pelo nº de domingos e feriados do mês. Considerando que o empregado não trabalhe nos sábados (dias livres). Janeiro: 80 × R$ 17,00 × 5 = R$ 309,10 22 Fevereiro: 100 × R$ 17,00 × 4 = R$ 340,00 20 Março: 70 × R$ 17,00 × 5 = R$ 283,35 21 Abril: 130 × R$ 17,00 × 5 = R$ 526,19 21 Guia de Cálculos Trabalhistas 177 Maio: 120 × R$ 17,00 × 5 = R$ 463,64 22 Junho: 110 × R$ 17,00 × 5 = R$ 467,50 20 Julho 90 × R$ 17,00 × 4 = R$ 332,61 23 Agosto: 110 × R$ 17,00 × 4 = R$ 340,00 22 Setembro: 90 × R$ 17,00 × 6 = R$ 442,00 21 Outubro: 100 × R$ 17,00 × 5 = R$ 369,57 23 Total R$ 3.873,96 (valor total do reflexo das peças sobre RSR nos meses de Janeiro a outubro/2019) Média mensal do reflexo no DSR = R$ 387,40 (R$ 3.873,96 ÷ 10) Média total mensal = R$ 2.087,40 (R$ 1.700,00 + R$ 387,40) Assim, temos: R$ 2.087,40 = R$ 1.043,70 2 Salário misto No caso de salário misto (fixo + variável), apura-se a média mensal da parte variável e adiciona-se o salário fixo contratual vigente no mês anterior ao pagamento. Logo, para um fixo de R$ 1.070,00 e comissões + RSR, de ja- neiro a outubro/2019, no montante de R$ 44.000,00, temos: => R$ 44.000,00 ÷ 10 = R$ 4.400,00 => => R$ 4.400,00 + R$ 1.070,00 = R$ 5.470,00 => => R$ 5.470,00 = R$ 2.735,00(1ª parcela) 2 Deve ser considerado o salário ou a parte fixa dos salários mistos do mês anterior ao do pagamento e não a média de janeiro a outubro. A média só é utilizada para apuração da parte variável ou da produção. Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salário Admissão após 17 de janeiro Os empregados admitidos após 17 de janeiro não tem direito ao 13º salário integral, assim, será computado o período posterior à admissão do empregado, atribuindo-se metade de 1/12 da remunera- ção mensal percebida ou apurada por mês de serviço ou fração igual ou superior a 15 dias dentro do mês civil. Exemplos Mensalista Empregado admitido em 15.04.2019 com salário de R$ 4.800,00, mantido em outubro, recebeu a 1ª parcela de R$ 1.400,00, isto porque: => R$ 4.800,00 = R$ 400,00 (valor de 1/12) => 12 => R$ 400,00 × 7 (nº de meses de serviço até outubro) = R$ 2.800,00 => => R$ 2.800,00 = R$ 1.400,00 2 178 Guia de Cálculos Trabalhistas Comissionista (sem parte fixa) Exemplo de empregado admitido em 1º de agosto de 2019: Comissões pagas: - agosto ........................................R$ 3.700,00 - setembro................................... R$ 3.400,00 + - outubro .......................................R$ 3.800,00 - total ..............................................R$ 1 0.900,00 Média das comissões: R$ 10.900,00 ÷ 3 = R$ 3.633,33 Reflexo das comissões sobre o RSR Agosto: R$ 3.700,00 × 4 = R$ 548,16 27 Setembro: R$ 3.400,00 × 6 = R$ 850,00 24 Outubro: R$ 3.800,00 × 5 = R$ 730,77 26 Total R$ 2.128,93 Média mensal = R$ 709,64 (R$ 2.128,93 ÷ 3) Média mensal total = R$ 4.342,97 (R$ 3.633,33 + R$ 709,64) Cálculo de 1/12: R$ 4.342,97 = R$ 361,91 12 Cálculo da 1ª parcela: R$ 361,91 × 3 = R$ 542,87 2 Na hipótese de fixo e variável, apura-se a média mensal da parte variável, que se adiciona ao salário fixo do mês anterior ao pagamento. Pecista (tarefeiro) Empregado admitido em 1º de agosto produziu nos meses de: Agosto = 1.000 peças Setembro = 1.200 peças Outubro = 1.300 peças Total = 3.500 peças O salário/peça em outubro é R$ 9,00. Considerando que o empregado não trabalhe nos sábados (dias livres). Assim, temos: Média salarial: R$ 3.500 × R$ 9,00 = R$ 10.500,00 3 Reflexo no RSR Agosto: 1.000 × R$ 9,00 × 4 = R$ 1.636,36 22 Guia de Cálculos Trabalhistas 179 Setembro: 1.200 × R$ 9,00 × 6 = R$ 3.085,71 21 Outubro: 1.300 × R$ 9,00 × 5 = R$ 2.543,48 23 Total R$ 7.265,56 Média do reflexo sobre RSR = R$ 2.421,85 (R$ 7.265,56 ÷ 3) Média mensal total = R$ 12.921,85 (R$ 10.500,00 + R$ 2.421,85) Cálculo de 1/12: R$ 12.921,85 ÷ 12 = R$ 1.076,82 Cálculo da 1ª parcela: R$ 1.076,82 × 3 (nº de meses de serviço até outubro) = R$ 1.615,23 2 Nota Há os que consideram o mês de novembro na contagem proporcional do tempo de serviço, para pagamento da 1ª parcela do 13º salário aos admitidos após 17 de janeiro e com menos de 1 ano na empresa. Assim, o adiantamento seria calculado computando-se os avos proporcionais de tempo de serviço até novembro, desde que o empregado já tenha trabalhado, no mínimo, 15 dias naquele mês. Entretanto, como a Lei nº 4.749/1965, no art. 2º, determina o adiantamento do 13º salário na importância correspondente à metade do salário do mês anterior (base de cálculo), entende-se que a contagem dos avos proporcionais também deve ir até aquele mês; portanto, até outubro. Encargos sociais • Contribuição previdenciária - Sobre a 1ª parcela do 13º salário não haverá incidência da contri- buição previdenciária. • IRRF - Não incide Imposto de Renda Retido na Fonte. • FGTS - O depósito é efetuado até o dia 07 do mês seguinte àquele em que for paga ou devida a 1ª parcela. 2ª PARCELA O pagamento da 2ª parcela do 13º salário deve ser efetuado até o dia 20 de dezembro, tendo por base de cálculo a remuneração correspondente a este mês, deduzindo-se, após o desconto dos encar- gos legais incidentes, o valor pago referente à 1ª parcela. A 2ª parcela, que totaliza o 13º salário, corresponde a um salário mensal de dezembro para os men- salistas, horistas e diaristas, admitidos até 17 de janeiro. Exemplos a) mensalista Empregado mensalista, com salário de R$ 1.800,00 em outubro, recebe a 1ª parcela do 13º salário em novembro. Qual o valor bruto da 2ª parcela, sabendo-se que o salário vigente em dezembro ficou mantido em R$ 1.800,00? - remuneração em dezembro = R$ 1.800,00 - 13º salário integral = R$ 1.800,00 - 1ª parcela percebida = R$ 900,00 - 2ª parcela a receber: => R$ 1.800,00 − R$ 900,00 = R$ 900,00 180 Guia de Cálculos Trabalhistas b) horista (base: 220h mensais) Empregado horista recebe a 1ª parcela do 13º salário em maio, por ocasião de suas férias, com salário/hora de R$ 10,00 em abril. Qual o valor bruto da 2ª parcela, quando o salário/hora em dezembro é R$ 12,00? 1ª Parcela - salário/hora em abril = R$10,00 - remuneração/base (R$ 10,00 × 220) = R$ 2.200,00 - 1ª parcela em abril R$ 10,00 × 220 = R$ 1.100,00 2 2ª Parcela - salário/hora em dezembro = R$ 12,00 - 13º salário integral (R$ 12,00 × 220) = R$ 2.640,00 - 2ª parcela (R$ 2.640,00 - R$ 1.100,00 => 1ª parcela) = R$ 1.540,00 c) diarista Empregado diarista recebe a 1ª parcela do 13º salário por ocasião das férias em abril, à razão da remuneração de R$ 170,00 diários vigentes em março. Em dezembro passa a R$ 190,00 diários. Qual o valor bruto da 2ª parcela? 1ª Parcela - salário/dia em março = R$ 170,00 - 1ª parcela em abril => R$ 170,00 × 30 = R$ 2.550,00 2 2ª Parcela - salário/dia em dezembro = R$ 190,00 - 13º salário integral (R$ 190,00 × 30) = R$ 5.700,00 - 2ª parcela (R$ 5.700,00 - R$ 2.550,00 => 1ª parcela) = R$ 3.150,00 Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salário SALÁRIO VARIÁVEL Para os que recebem remuneração essencialmente variável (comissões, tarefas, etc.) apura-se a média mensal das importâncias percebidas de janeiro a novembro. Aos que auferem salário misto (fixo mais variável) apura-se a média da parte variável percebida de janeiro a novembro, a qual será adicionada ao fixo vigente no mês de dezembro. Em resumo, para apurar a remuneração integral mensal, em todos os casos, usa-se critério idên- tico ao utilizado na apuração da remuneração integral mensal para pagamento da 1ª parcela: somar o salário fixo de dezembro à média da parte variável de janeiro a novembro ou da admissão a novembro. Exemplos a) Comissionista I - empregado percebe comissões de janeiro a novembro à média mensal de R$ 3.100,00 (já incluído o valor da integração dos RSR). A parte fixa é de R$ 1.800,00 e o 13º salário, R$ 4.900,00 (R$ 1.800,00 + R$ 3.100,00), menos a quantia eventualmente recebida como 1ª parcela e sujeita a acerto até 10 de janeiro do ano seguinte (*), em decorrência das comissões percebidas em dezembro. Guia de Cálculos Trabalhistas 181 II - empregado comissionista recebe comissões de janeiro a junho no valor de R$ 9.600,00 (já incluído o valor da integração dos RSR). O salário fixo na época era R$ 1.500,00. Recebe a 1ª parcela do 13º salário, por ocasião das férias, em julho. Nesse caso, temos: 1ª Parcela - total das comissões de janeiro a junho = R$ 9.600,00 - média mensal das comissões (R$ 9.600,00 ÷ 6) = R$ 1.600,00 - 1ª parcela => (R$ 1.500,00 + R$ 1.600,00) ÷ 2 = R$ 1.550,00 2ª Parcela Sabendo-se que de julho a novembro recebe mais R$ 16.000,00 de comissões e um fixo de R$ 1.600,00, tem-se: - total das comissões de janeiro a novembro => => R$ 9.600,00 + R$ 16.000,00 = R$ 25.600,00 - média mensal (R$ 25.600,00 ÷ 11) = R$ 2.327,27 − 2ª parcela (R$ 2.327,27 + R$ 1.600,00 − R$ 1.550,00 => 1ª parcela) => R$ 2.377,27 Em dezembro o empregado recebe R$ 6.000,00 de comissões, mantendo-se o fixo em R$ 1.600,00. Refaz-se o cálculo, da seguinte forma: - total das comissões de janeiro a dezembro => => R$ 9.600,00 + R$ 16.000,00 + R$ 6.000,00 = R$ 31.600,00 - média mensal(R$ 31.600,00 ÷ 12) = R$ 2.633,33 - 13º salário integral (R$ 2.633,33 + R$ 1.600,00) = R$ 4.233,33 - 1ª + 2ª parcelas (R$ 1.550,00 + R$ 2.377,27) = R$ 3.927,27 - valor a favor do empregado (R$ 4.233,33 – R$ 3.927,27) = R$ 306,06 (*) (*) Há quem entenda que o pagamento da diferença do 13º salário deve ser efetuado até o 5º dia útil de janeiro do ano seguinte, com base no art. 459 da CLT, e não até 10 de janeiro. Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salário EMPREGADOS COM MENOS DE 1 ANO DE SERVIÇO – EXEMPLOS a) empregado admitido em 13 de julho recebe a 1ª parcela do 13º salário em novembro, baseada na remuneração de R$ 4.200,00 mensais (salário de outubro). Em dezembro passa a R$ 4.700,00 mensais. 1ª Parcela - salário mensal em outubro = R$ 4.200,00 R$ 1.400,00 ÷ 2 = R$ 700,00 - 1ª parcela (4/12 de R$ 4.200,00) => => R$ 4.200,00 × 4 = R$ 1.400,00 => 12 => (R$ 1.400,00 ÷ 2) = R$ 700,00 2ª Parcela - salário mensal em dezembro = R$ 4.700,00 182 Guia de Cálculos Trabalhistas - 2ª parcela (6/12 de R$ 4.700,00) => => R$ 4.700,00 × 6 = R$ 2.350,00 => 12 => (R$ 2.350,00 − R$ 700,00) = R$ 1.650,00 b) empregado admitido em 21 de setembro recebe a 1ª parcela do 13º salário em novembro, com salário/hora de R$ 28,00 em outubro, que em dezembro passa a R$ 30,00. 1ª Parcela - salário/hora em outubro = R$ 28,00 - remuneração/base (R$ 28,00 × 220) = R$ 6.160,00 - 1ª parcela (1/12 de R$ 6.160,00) => => R$ 6.160,00 × 1 = R$ 513,33 => 12 => (R$ 513,33 ÷ 2) = R$ 256,67 2ª Parcela - salário/hora = R$ 30,00 - remuneração/base em dezembro (R$ 30,00 × 220) = R$ 6.600,00 - 2ª parcela (3/12 de R$ 6.600,00) => => R$ 6.600,00 × 3 = R$ 1.650,00 12 => (R$ 1.650,00 − R$ 256,67) = R$ 1.393,33 c) empregado admitido em 10 de agosto produziu 990 tarefas até outubro. A tarefa vigente em outubro, por oca- sião do pagamento da 1ª parcela, foi de R$ 27,00, passando a R$ 29,00 em novembro. 1ª Parcela - produção de agosto a outubro = 990 - média mensal (990 ÷ 3) = 330 - remuneração/base (330 × R$ 27,00) = R$ 8.910,00 Reflexo no RSR Agosto: 300 × R$ 27,00 × 4 = R$ 1.472,72 22 Setembro: 350 × R$ 27,00 × 6 = R$ 2.700,00 21 Outubro: 340 × R$ 27,00 × 5 = R$ 1.995,65 23 Total R$ 6.168,37 Média do reflexo sobre RSR = R$ 2.056,12 (R$ 6.168,37 ÷ 3) Média mensal total = R$ 10.966,12 (R$ 8.910,00 + R$ 2.056,12) - 1ª parcela (3/12 de R$ 10.966,12) => => R$ 10.966,12 × 3 = R$ 2.741,53 12 => (R$ 2.741,53 ÷ 2) = R$ 1.370,77 Guia de Cálculos Trabalhistas 183 2ª Parcela Em novembro o empregado produziu 410 tarefas, o pagamento da 2ª parcela observou: - produção de agosto a novembro (990 + 410) = 1.400 - média mensal (1.400 ÷ 4) = 350 - remuneração/base (350 × R$ 29,00) = R$ 10.150,00 Reflexo no RSR Novembro: 410 × R$ 29,00 × 6 = R$ 3.567,00 20 Média do reflexo sobre RSR = R$ 2.433,84 (R$ 9.735,37 ÷ 4) Média mensal total = R$ 12.583,84 (R$ 10.150,00 + R$ 2.433,84) - 2ª parcela (5/12 de R$ 12.583,84) => => R$ 12.583,84 × 5 = R$ 5.243,27 12 => (R$ 5.243,27 - R$ 1.370,77) = R$ 3.872,50 Considerando-se que em dezembro o empregado produziu 150 tarefas, observamos: - produção de agosto a dezembro (990 + 410 + 150) = 1.550 - média mensal (1.550 ÷ 5) = 310 - remuneração/base em dezembro (310 × R$ 29,00) = R$ 8.990,00 Reflexo no RSR Dezembro: 310 × R$ 29,00 × 6 = R$ 2.568,57 21 Média do reflexo sobre RSR = R$ 2.460,79 (R$ 12.303,94 ÷ 5) Média mensal total = R$ 11.450,79 (R$ 8.990,00 + R$ 2.460,79) - 13º salário proporcional (5/12 de R$ 11.450,79) => => R$ 11.450,79 × 5 = R$ 4.771,16 => 12 - 1ª + 2ª parcelas (R$ 1.370,77 + R$ 3.872,50 = R$ 5.243,27 - valor a favor da empresa (R$ 5.243,27 - R$ 4.771,16) = R$ 472,11 (*) (*) Por ocasião do acerto até o 5º dia útil de janeiro do ano seguinte coube à empresa o desconto de R$ 472,11. d) empregado comissionista admitido em 14 de julho recebeu a 1ª parcela do 13º salário em novembro. Percebeu as seguintes comissões (já incluído o valor da integração dos RSR): 2019 COMISSÕES AUFERIDAS (R$) Julho 3.600,00 Agosto 3.700,00 Setembro 3.100,00 Outubro 3.900,00 Total 14.300,00 184 Guia de Cálculos Trabalhistas 1ª Parcela - média mensal (R$ 14.300,00 ÷ 4) = R$ 3.575,00 - 1ª parcela (4/12 de R$ 3.575,00) => => R$ 3.575,00 × 4 = R$ 1.191,67 => 12 => (R$ 1.191,67 ÷ 2) = R$ 595,83 2ª Parcela Admitindo-se que em novembro o empregado recebeu R$ 4.400,00 de comissões, observou-se: - total das comissões de julho a novembro => => (R$ 14.300,00 + R$ 4.400,00) = R$ 18.700,00 - média mensal (R$ 18.700,00 ÷ 5) = R$ 3.740,00 - 2ª parcela (6/12 de R$ 3.740,00) => => R$ 3.740,00 × 6 = R$ 1.870,00 => 12 => (R$ 1.870,00 – R$ 595,83) = R$ 1.274,17 Considerando-se que o empregado recebeu R$ 5.600,00 de comissões em dezembro, o acerto observou: - total das comissões de julho a dezembro => => (R$ 14.300,00 + R$ 4.400,00 + R$ 5.600,00) = R$ 24.300,00 - média mensal (R$ 24.300,00 ÷ 6) = R$ 4.050,00 - 13º salário proporcional (6/12 de R$ 4.050,00) => R$ 4.050,00 × 6 = R$ 2.025,00 => 12 - 1ª + 2ª parcelas (R$ 595,83 + R$ 1.274,17) = R$ 1.870,00 - valor a favor do empregado (R$ 2.025,00 – R$ 1.870,00) = R$ 155,00 (*) (*) Acerto até o 5º dia útil de janeiro do ano seguinte. Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salário SALÁRIO VARIÁVEL - DIFERENÇA - AJUSTE Até 20 de dezembro, nem sempre é possível saber quanto ganharão, neste mês, os empregados que trabalham por tarefa, produção, comissão e outras modalidades semelhantes de salários variáveis. Nesse caso, computada a parcela variável do mês de dezembro, o cálculo da gratificação deve ser revisto, acertando-se a diferença, se houver. O resultado pode ser a favor do empregado ou da em- presa. Havendo diferença favorável ao empregado, o prazo para o seu pagamento é até o 5º dia útil do mês subsequente. Na contagem dos dias úteis, inclui-se o sábado e excluem-se o domingo e o feriado, inclusive o municipal. Não obstante as considerações anteriormente descritas, depreende-se que, caso a empresa te- nha, efetiva e comprovadamente, o conhecimento antecipado do total da parte variável (comissões, por exemplo) a que o empregado fará jus até o dia 31.12 (último dia do ano), poderá, então, apurar e pagar a Guia de Cálculos Trabalhistas 185 ele o respectivo 13º salário integral que for devido no próprio ano. Nessa hipótese, portanto, uma vez qui- tada integralmente a gratificação a que o empregado tiver direito no mesmo ano, não haverá qualquer acerto de diferença a ser efetuado em janeiro do ano seguinte. Exemplos Levando-se em consideração os comentários anteriores, os exemplos a seguir demonstram o critério de cálculo para apuração de eventuais diferenças. 1ª Hipótese: de janeiro a novembro, a parte variável somou R$ 19.580,00, acusando uma média mensal de R$ 1.780,00 (R$ 19.580,00 ÷ 11), que somada ao fixo de R$ 1.400,00 perfaz R$ 3.180,00 (valor do 13º salário a ser pago até 20 de dezembro). No mês de dezembro, o fixo permanece em R$ 1.400,00, mas as comissões totalizam R$ 4.300,00. Para acertar a diferença, o processo é o seguinte: - total das comissões de janeiro a novembro + comissões de dezembro ÷ 12 + o salário fixo de dezembro – a quantia paga até 20 de dezembro, ou seja: => R$ 19.580,00 + R$ 4.300,00 + R$ 1.400,00 = R$ 3.390,00 => 12 => R$ 3.390,00 – R$ 3.180,00 = R$ 210,00 Nessa hipótese, o empregado recebe uma diferença de R$ 210,00. 2ª Hipótese: admitindo-se que o empregado, em dezembro, ganhe R$ 550,00 de comissões e não R$ 4.300,00, tem-se: => R$ 19.580,00 + R$ 550,00 + R$ 1.400,00 = R$ 3.077,50 12 => R$ 3.180,00 – R$ 3.077,50 = R$ 102,50 O empregado recebeu R$ 3.180,00, mas a média mensal final encontrada, incluídos o fixo e as comissões de dezembro, é R$ 3.077,50. A diferença de R$ 102,50, recebida a mais, poderá ser descontada em janeiro. Nos exemplos anteriormente mencionados em que o salário é variável, já está incluída a integração dos repou- sos semanais remunerados (RSR). Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salárioPARCELAS IN NATURA - INTEGRAÇÃO Quando a remuneração do empregado for composta de parte em dinheiro e de parte em utilida- des como, por exemplo, habitação, o valor da quantia correspondente a estas deve ser computado para determinação do respectivo valor do 13º salário. Exemplo Empregada com salário mensal de R$ 2.200,00 de janeiro a dezembro/2019, recebeu da empresa, durante todo o ano, o reembolso do valor do aluguel de sua moradia, correspondente a R$ 880,00. Assim, temos: 13º salário/2019 1ª parcela paga em 30.11.2019 R$ 2.200,00 + R$ 880,00 = R$ 1.540,00 2 2ª parcela paga até 20.12.2019 R$ 2.200,00 + R$ 880,00 = R$ 3.080,00 – R$ 1.540,00 = R$ 1.540,00 –Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salário 186 Guia de Cálculos Trabalhistas Importante A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, alterou os arts. 457 e 458 da CLT para determinar que: Integram o salário: a) a importância fixa estipulada; b) as gorjetas; c) as gratificações legais; e d) as comissões pagas pelo empregador. Não integram a remuneração, ainda que pagas com habitualidade e, portanto, não sofrerão incidências trabalhistas e previdenciárias: a) ajuda de custo; b) auxílio-alimentação (vedado o pagamento em dinheiro); c) diárias para viagem (independentemente do valor); d) prêmios; e) abonos f) assistência médica ou odontológica (própria ou conveniada); g) reembolso de despesas médico-hospitalares, com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órte- ses e outras similares. A Medida Provisória nº 905/2019, inseriu o § 5º ao art. 457 da CLT para determinar que o fornecimento de alimentação, seja in natura ou seja por meio de documentos de legitimação, tais como tíquetes, vales, cupons, cheques, cartões ele- trônicos destinados à aquisição de refeições ou de gêneros alimentícios, não possui natureza salarial e nem é tributável para efeito da contribuição previdenciária e dos demais tributos incidentes sobre a folha de salários e tampouco integra a base de cálculo do imposto sobre a renda da pessoa física. Entretanto esta determinação somente produzirá efeitos quando atestado por ato do Ministério da Economia, a compatibilidade com as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da Lei de Diretrizes Orçamentárias e o atendimento ao disposto na Lei Complementar nº 101/2000, e aos dispositivos da Lei de Diretrizes Orçamentárias relacionados com a matéria. ADICIONAIS - INTEGRAÇÃO Considerando que a base de cálculo do 13º salário é a remuneração integral do empregado vigen- te em dezembro, deverá ser efetuado na mesma a inclusão dos adicionais que integram remuneração, tais como extraordinários, noturno, insalubridade, etc. Exemplos Para encontrar o valor do adicional a ser incluído na remuneração, a empresa deve: a) Hora extra – empregado realiza horas extras habitualmente durante todos os meses do ano. Neste caso, a em- presa obtém a média mensal da quantidade de horas extras prestadas, multiplicando o número médio obtido pelo salário/hora vigente, no momento do pagamento, acrescido do adicional extraordinário. Empregado com salário/hora de R$ 12,00 tem direito em dezembro a R$ 18,00 por hora extra (R$ 12,00 × 1,50). Trabalha em horário extraordinário 550 horas, de janeiro a novembro, portanto, em média 50 horas por mês (550 ÷ 11). No 13º deve-se acrescentar R$ 900,00 (50 × R$ 18,00). Na impossibilidade de acrescentar, à média, as horas extras de dezembro, deve-se fazer o acerto em janeiro do ano seguinte. Ainda no exemplo, se o empregado tivesse trabalhado apenas 10 meses (vigência contratual), a média seria de 55 horas (550 ÷ 10). Obtém-se a média dividindo o total das horas extras pelo número de meses trabalhados. Nota Há quem entenda que a média, para cálculo de horas extras, é sempre duodecimal (divisor 12), não importando quantos meses no ano o empregado tenha efetuado horas extras. Guia de Cálculos Trabalhistas 187 Todavia, a empresa deve, por medida preventiva, verificar se há cláusula no acordo, convenção coletiva de tra- balho da respectiva categoria profissional que estabeleça critério de cálculo diverso. b) Horas noturnas - empregado realiza horas noturnas habitualmente durante todos os meses do ano. Neste caso, a empresa obtém a média mensal da quantidade de horas noturnas prestadas, multiplicando o número médio obtido pelo valor do adicional noturno. Empregado com salário/hora de R$ 12,00 realizou 216 horas noturnas (janeiro a dezembro); portanto, em média 18 horas noturnas por mês (216 ÷ 12). Valor do adicional noturno = R$ 2,40 (20% de R$ 12,00) No 13º deve-se acrescentar R$ 43,20 (R$ 2,40 × 18). Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salário AFASTAMENTOS NO CURSO DO ANO E REFLEXO NO CÁLCULO DO 13º SALÁRIO Benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença) não decorrente de acidente do trabalho Trata-se de afastamento por motivo de doença ou outra incapacidade não decorrente de acidente do trabalho, cujo tratamento se estende por mais de 15 dias, com suspensão contratual automática a partir do 16º dia. Durante os primeiros 15 dias de afastamento do trabalho, cabe à empresa pagar ao segurado o respectivo salário. O empregado que está ou esteve em gozo desse benefício recebe da empresa o 13º salário propor- cional relativo ao período de efetivo trabalho, assim considerados os 15 primeiros dias de ausência, e o tempo anterior e posterior ao afastamento. A Previdência Social assume o período relativo ao afastamen- to, isto é, do 16º dia até o retorno ao trabalho, computando-o para fins de pagamento do abono anual. Lembra-se, ainda, de que o documento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional deverá ser consultado a fim de a empresa certificar-se se há disposição expressa que trate dos critérios a serem observados quando o empregado estiver afastado por auxílio-doença. Exemplo Empregado admitido em 08.02.2000 ficou afastado do trabalho por motivo de benefício por incapacidade tem- porária (auxílio-doença) não decorrente de acidente do trabalho, no ano de 2019, de 1º.09 (16º dia de afastamen- to da atividade) até 25.10. Nesse caso, a empresa calculou e quitou o 13º salário desse empregado proporcio- nalmente aos períodos tidos como efetivamente trabalhados, antes e depois do lapso de tempo em que esteve afastado percebendo benefício previdenciário. Assim, no caso, a empresa computou 10/12 relativos ao 13º proporcional em 2019, dos quais: a) 8/12 correspondem ao período de 1º.01 a 31.08.2019 (anterior ao início do benefício previdenciário); e b) 2/12 são relativos ao período de 26.10 a 31.12.2019 (posterior ao afastamento). Abono anual a cargo da Previdência Social O abono anual é devido pela Previdência Social aos segurados e dependentes que, durante o ano, tenham recebido aposentadoria, salário-maternidade, pensão por morte, auxílios acidente, benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença) ou reclusão. É apurado, no que couber, da mesma forma que a gratificação de Natal dos trabalhadores, com base no valor da renda mensal do benefício do mês de dezembro de cada ano. 188 Guia de Cálculos Trabalhistas Benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença) decorrente de acidente do trabalho O entendimento da Justiça do Trabalho é de que as faltas ou ausências decorrentes de acidentes do trabalho não são consideradas para efeito de cálculo da gratificação natalina (Súmula TST nº 46). Portanto, as ausências ao serviço por acidente do trabalho não reduzem o cálculo e consequente paga- mento do 13º salário. Nesse caso, tendo em vista que o empregado receberá o abono anual da Previdência Social, en- tende-se que a empresa deve apenas complementar o valor do 13º salário, calculando-o como se o contrato de trabalho não tivesse sido interrompido pelo acidente. Assim, o valor do abono anual pago pela Previdência Social mais o complemento a cargo da empresa devem corresponder ao valor integral do 13º salário do empregado mencionado.Nesse sentido, cumpre notar que já existem cláusulas estabelecidas em acordos, convenções co- letivas de trabalho ou sentenças normativas, as quais deverão ser sempre consultadas pela empresa a fim de certificar-se se há algum procedimento a ser adotado por ocasião do afastamento do empregado por motivo de acidente do trabalho. Exemplo Empregado admitido em 10.05.2000 ficou afastado do trabalho por motivo de auxílio-doença decorrente de acidente do trabalho, no período de 22.06.2019 (16º dia seguinte ao do afastamento do trabalho) até 19.10.2019. Nesta hipótese, a empresa calculou e pagou o 13º salário/2019 desse empregado proporcionalmente aos perío- dos tidos como efetivamente trabalhados, antes e depois do lapso de tempo em que esteve afastado por aci- dente do trabalho, bem como pagou a diferença entre o efetivo valor do 13º salário no período de afastamento e o valor do abono anual pago pela Previdência Social. De acordo com o exemplo em questão, a empresa pagou o 13º salário/2019 de acordo com os seguintes critérios: a) 6/12 correspondentes ao período de 1º.01 a 21.06.2019 (anterior ao afastamento); b) 2/12 relativos ao período de 20.10 a 31.12.2019 (posterior ao afastamento); e c) 4/12 pertinentes ao período de afastamento de 22.06 a 19.10.2019, deduzido o valor do abono anual pago pela Previdência Social relativo a esse período de afastamento. SERVIÇO MILITAR No caso de convocação para prestação do serviço militar obrigatório, o empregado não faz jus ao 13º salário correspondente ao período de afastamento. O período referente à ausência só é computado para fins de indenização e estabilidade, não gerando qualquer outro direito. Observe-se que o cargo anterior fica à disposição do empregado afastado para cumprir as exi- gências do serviço militar. No entanto, para o exercício desse direito, ele deve apresentar-se à empresa dentro do prazo de 30 dias contados da baixa. Exemplo Empregado admitido em 10.03.2018 ficou afastado do trabalho em 2019 para cumprimento das exigências do serviço militar obrigatório no período de 11.03 até 06.12 e retornou em 07.12.2019 às atividades normais na mes- ma empresa em que fora admitido. Nessa hipótese, a empresa calculou e pagou o 13º salário/2019 desse empregado proporcionalmente aos pe- ríodos tidos como efetivamente trabalhados, antes e depois do lapso de tempo em que esteve afastado para cumprimento do serviço militar. De acordo com o exemplo em questão, a empresa computou somente 3/12 relativos ao 13º proporcional em 2019, dos quais: a) 2/12 correspondem ao período de 1º.01 a 11.03.2019 (anterior ao afastamento); e b) 1/12 é relativo ao período de 07 a 31.12.2019 (posterior ao afastamento). Guia de Cálculos Trabalhistas 189 SALÁRIO-MATERNIDADE Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à sua empregada gestante, o qual será com- pensado quando do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais ren- dimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço. O INSS, entretanto, é responsável pelo pagamento do benefício de salário-maternidade, direta- mente à segurada, quando se tratar de: a) adoção ou obtenção de guarda judicial para fins de adoção; Nota A Lei nº 12.873/2013, objeto de conversão, com emendas, da Medida Provisória nº 619/2013, estabeleceu que o empregado do sexo masculino que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança terá direito à licença e ao salário-maternidade pelo período de 120 dias. O benefício do salário-maternidade será pago dire- tamente pela Previdência Social. Observa-se que a adoção ou a guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença-maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiães empregado ou empregada. b) empregada doméstica; c) empregada do microempreendedor individual de que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123/2006; d) contribuinte individual (autônoma e empresária); e) trabalhadora avulsa; f) segurada especial; g) segurada facultativa. 13º SALÁRIO PROPORCIONAL – PAGAMENTO PELA EMPRESA Observados os casos em que o pagamento do benefício é de competência da Previdência Social, cabe à empresa pagar à sua empregada, em virtude de licença por parto ou aborto não criminoso, o valor correspondente ao salário-maternidade, inclusive a parcela do 13º correspondente ao período da licença, podendo tais valores serem deduzidos por ocasião do pagamento das contribuições sociais previdenciárias devidas, exceto das destinadas a outras entidades e fundos (terceiros). Para apuração do valor a deduzir a título de 13º salário correspondente ao período da licença, de- verá a empresa observar o seguinte cálculo: a) a remuneração correspondente ao 13º salário deverá ser dividida por 30; b) o resultado da operação mencionada deverá ser dividido pelo número de meses considerados no cálculo da remuneração do 13º salário; c) o valor apurado na forma da letra “b” deverá ser multiplicado pelo número de dias de gozo de licença-maternidade no ano. O resultado final corresponde ao valor da parcela referente ao 13º salário proporcional ao período da licença-maternidade. Exemplo Empregada com remuneração mensal de R$ 2.280,00. Neste caso, temos: R$ 2.280,00 ÷ 30 = R$ 76,00 R$ 76,00 ÷ 12 = R$ 6,333333 R$ 6,333333 × 120 = R$ 760,00 190 Guia de Cálculos Trabalhistas ABONO ANUAL PAGO PELO INSS O INSS efetuará o pagamento do salário-maternidade e respectivo abono anual às empregadas nas situações em que tal pagamento é de sua competência, correspondente ao período de duração do salário-maternidade, em cada exercício, juntamente com a última parcela do benefício nele devida. O pagamento do abono anual será efetuado em 2 parcelas: a) a primeira, equivalente a até 50% do valor do benefício correspondente ao mês de agosto, paga juntamente com o benefício correspondente a esse mês; b) o valor da segunda parcela corresponderá à diferença entre o valor total do abono anual e o valor da parcela antecipada, e será pago juntamente com os benefícios correspondentes ao mês de novembro. Exemplo Empregada ficou afastada do trabalho por motivo de licença-maternidade (adoção de criança) durante 120 dias, no período de 07.02 a 06.06.2019. Nesta hipótese, a Previdência Social arca com o pagamento do abono anual de 4/12 correspondente ao período de afastamento por licença-maternidade e a empresa calculará e pagará o 13º salário/2019 dessa empregada proporcionalmente aos períodos tidos como efetivamente trabalhados, antes e depois do lapso de tempo em que esteve afastada, bem como quitará eventual diferença entre o efetivo valor do 13º salário no período de afastamento e o valor do abono anual pago pelo INSS, ou seja: a) 1/12 correspondente ao período de 1º.01 a 06.02.2019 (anterior ao afastamento); b) 7/12 relativos ao período de 07.06 a 31.12.2019 (posterior ao afastamento); c) 4/12 pertinentes ao período de afastamento de 07.02 a 06.06.2019, deduzido o valor do abono anual pago pela Previdência Social relativo a esse período de afastamento. MORTE DO EMPREGADO A morte do empregado extingue automaticamente a relação empregatícia. Em consequência, o 13º salário é devido, proporcionalmente, à data do evento. DISPENSA POR JUSTA CAUSA O empregado só não faz jus à verba mencionada (13º salário) na hipótese de rescisão contratual por justa causa. PRESCRIÇÃO O direito de ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, segundo a CF/1988, art. 7º, XXIX, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 28/2000, tem prazo prescricional de 5 anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de 2 anos após a extinção do contrato. Assim, se o empregado ingressar com ação dentro dos 2 anos da data da cessação do contrato de trabalho, poderá reclamar os últimos 5 anos. O art. 440 da CLT determina que contra empregados menores de 18 anos, não corre prazo prescri- cional. Vale dizer: somente quando o empregado completar 18 anos de idade é que o prazo prescricional começará a fluir.Guia de Cálculos Trabalhistas 191 CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE O trabalho intermitente é uma figura nova criada pela Reforma Trabalhista, instituída pela Lei nº 13.467/2017, em vigor desde 11.11.2017. É considerado intermitente o contrato de trabalho no qual a pres- tação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de pres- tação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador. Determina a lei em comento que, havendo o chamamento para o trabalho, ao final de cada perío- do de trabalho, o empregado receberá, de imediato, entre outras parcelas, do 13º salário proporcional. Haverá, portanto, pagamento de 13º salário em mais de 2 parcelas, ou seja, se o empregado for chamado no ano 4 vezes, haverá 4 parcelas de 13º salário. O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), na forma da lei, com base nos valores pagos no período mensal. CONTRATO DE TRABALHO VERDE E AMARELO O Contrato de Trabalho Verde e Amarelo foi criado pela Medida Provisória nº 905/2019 e é destina- do à criação de novos postos de trabalho: a) para as pessoas entre 18 e 29 anos de idade; b) para fins de registro do "primeiro emprego" em Carteira de Trabalho. Ao final de cada mês (ou de outro período de trabalho, caso acordado entre as partes, desde que inferior a um mês), o empregado receberá o pagamento imediato das parcelas devidas, entre elas o 13º salário proporcional. A Portaria SEPRT nº 950/2020 prevê que esta verba é devida ao empregado independentemente do número de dias trabalhados no mês e que independentemente do motivo da rescisão, não é devida devolução ao empregador, dos valores das parcelas mensalmente recebidas a título de 13º salário. As empresas ficam isentas das seguintes parcelas incidentes sobre a folha de pagamentos dos contratados na modalidade Contrato de Trabalho Verde e Amarelo: I - contribuição previdenciária patronal de 20%; II - salário-educação; e III - contribuições sociais destinadas ao Sesi, Sesc, Sest, Senai, Senac, Senat, Sebrae, Incra, Senar e Sescoop. ENCARGOS SOCIAIS SOBRE O 13º SALÁRIO Contribuição previdenciária Recolhimento - Prazo Em geral, a contribuição previdenciária incidente sobre o 13º salário é devida por ocasião do paga- mento ou crédito da última parcela e deve ser recolhida até o dia 20 de dezembro do ano corresponden- te. Na hipótese de não haver expediente bancário na mencionada data, a contribuição previdenciária deverá ser recolhida no dia útil imediatamente anterior ao do vencimento. 192 Guia de Cálculos Trabalhistas Importante Observar o item anterior relativo ao contrato de trabalho intermitente. Base de cálculo Para fins de cálculo da contribuição, utiliza-se como base de incidência o valor bruto da remu- neração do 13º salário, sem a compensação dos adiantamentos pagos, aplicando-se, em separado, as alíquotas normais de contribuição, conforme procedimentos adiante descritos. Parte do empregado No ano de 2019, o empregado contribuiu, por ocasião do pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do contrato de trabalho, com alíquotas aplicadas de forma não cumulativa de 8%, 9% ou 11%, conforme o valor integral do 13º salário (gratificação natalina), sem compensação dos adiantamen- tos pagos, mediante aplicação, em separado, da tabela de desconto previdenciário do empregado do mês de dezembro ou do mês da rescisão, conforme o caso. No ano de 2019, foi observada a seguinte tabela: SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS até 1.751,81 8% de 1.751,82 até 2.919,72 9% de 2.919,73 até 5.839,45 11% Meses de janeiro e fevereiro de 2020 será observada a seguinte tabela SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA NÃO CUMULATIVA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS até 1.830,29 8% de 1.830,30 até 3.050,52 9% de 3.050,53 até 6.101,06 11 % A partir de 1º.03.2020, o critério de cálculo da contribuição previdenciária será alterado, pois a Emenda Constitucional nº 103/2019 determinou em seu art. 28 que até que lei altere as alíquotas de contribuição previdenciária dos empregados, domésticos e avulsos, as alíquotas previstas em seu ca- put (7,5%, 9%, 12% e 14%) serão aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição, incidin- do cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites. A Portaria SEPRT nº 3.659/2020, divulgou a seguinte tabela de contribuição previdenciária dos empregados, domésticos e avulsos, válida a partir de março/2020. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALIQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS até 1.045,00 7,5% de 1.045,01 até 2.089,60 9% de 2.089,61 até 3.134,40 12% de 3.134,41 até 6.101,06 14% Guia de Cálculos Trabalhistas 193 Exemplo de cálculo com base nos novos critérios a) empregado com o total do 13º salário no valor de R$ 3.600,00 (abaixo do teto máximo de contribuição), temos: FAIXAS SALARIAIS (R$) ALIQUOTAS (%) CÁLCULO VALOR DA CONTRIBUIÇÃO (R$) até 1.045,00 7,5% 7,5% de R$ 1.045,00 78,37 de 1.045,01 até 2.089,60 9% 9% de R$ 1.044,60, ou seja, R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00 94,01 de 2.089,61 até 3.134,40 12% 12% de R$ 1.044,80, ou seja, R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60 125,37 de 3.134,41 até 6.101,06 14% 14% de R$ 465,60, ou seja R$ 3.600,00 menos R$ 3.134,40 65,18 CONTRIBUIÇÃO TOTAL 362,93 Atenção: Os cálculos das contribuições previdenciárias foram efetuados considerando duas casas decimais sem qual- quer arredondamento, posto que até o momento, não há dispositivo legal determinando arredondamento de valores de contribuição apurados em cada faixa salarial. Contribuição total = R$ 362,93 b) empregado com o total do 13º salário no valor de R$ 6.500,00 (acima do teto máximo de contribuição), temos: FAIXAS SALARIAIS (R$) ALIQUOTAS (%) CÁLCULO VALOR DA CONTRIBUIÇÃO (R$) até 1.045,00 7,5% 7,5% de R$ 1.045,00 78,37 de 1.045,01 até 2.089,60 9% 9% de R$ 1.044,60, ou seja, R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00 94,01 de 2.089,61 até 3.134,40 12% 12% de R$ 1.044,80, ou seja, R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60 125,37 de 3.134,41 até 6.101,06 14% 14% de R$ 2.966,66, ou seja R$ 6.101,06 menos R$ 3.134,40 415,33 CONTRIBUIÇÃO TOTAL 713,08 Contribuição total = R$ 713,08 Por esta razão, os cálculos de desconto de contribuição previdenciária dos empregados sobre 13º salário a ser pago (2º parcela ou na rescisão) a partir de 1º.01.2020, deverão observar os valores constantes das novas tabelas. Parte da empresa A empresa assume, geralmente, o encargo patronal de 20% (ou 22,5% no caso de instituições fi- nanceiras) sobre o total bruto (sem limite) das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados (no caso, em uma GPS distinta, sobre o 13º salário). Sobre o total bruto (sem limite), incide, ainda, geralmente, a contribuição da empresa devida a “Terceiros” e a destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GIIL-RAT). Lembramos que, nos afastamentos da empregada por motivo de licença-maternidade, o abono anual pago pelo INSS (13º salário proporcional ao período de salário-maternidade) estará sujeito ao en- cargo previdenciário patronal, por ocasião do pagamento da parcela final do 13º salário ou na rescisão do contrato de trabalho. 194 Guia de Cálculos Trabalhistas Exemplos de pagamento de 13º salário no ano de 2019 a) Remuneração de dezembro e 13º salário inferiores ao teto de contribuição previdenciária: - teto de contribuição previdenciária em 12/2019: R$ 5.839,45; - salário do empregado em 12/2019: R$ 1.310,00; - 13º salário (valor integral): R$ 1.310,00; - salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2019: R$ 1.310,00. Valor a ser descontado: R$ 104,80 (8% de R$ 1.310,00); - salário-de-contribuição do empregado relativoao 13º salário/2019: R$ 1.310,00. Valor a ser descontado: R$ 104,80 (8% de R$ 1.310,00); - valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 209,60 (R$ 104,80 + R$ 104,80); - encargo patronal relativo à competência 12/2019 incidente sobre R$ 2.620,00 (R$ 1.310,00 + R$ 1.310,00); b) Remuneração de dezembro superior e 13º salário inferior ao teto de contribuição previdenciária: - teto de contribuição previdenciária em 12/2019: R$ 5.839,45 - salário do empregado em 12/2019: R$ 5.900,00; - 13º salário (valor proporcional devido) = R$ 2.950,00; - salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2019: R$ 5.839,45 (teto). Valor a ser descon- tado = R$ 642,34 (11% de R$ 5. 839,45); - salário-de-contribuição do empregado relativo ao 13º salário: R$ 2.950,00. Valor a ser descontado: R$ 324,50 (11% de R$ 2.950,00); - valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 966,84 (R$ 642,34 + R$ 324,50); - encargo patronal relativo à competência 12/2019 incidente sobre R$ 8.850,00 (R$ 5.900,00 + R$ 2.950,00); c) Remuneração de dezembro inferior e 13º salário superior ao teto de contribuição previdenciária: - teto de contribuição previdenciária em 12/2019: R$ 5.839,45 - salário do empregado em 12/2019: R$ 4.100,00; - 13º salário pago em dezembro/2019: R$ 5.900,00; - salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2019: R$ 4.100,00. Valor a ser descontado: R$ 451,00 (11% de R$ 4.100,00); - salário-de-contribuição do empregado relativo ao 13º salário/2019: R$ 5.839,45 (teto máximo em 12/2019). Valor a ser descontado = R$ 642,34 (11% de R$ 5.839,45); - valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 1.093,34 (R$ 451,00 + R$ 642,34); - encargo patronal relativo à competência 12/2019 incidente sobre R$ 10.000,00 (R$ 4.100,00 + R$ 5.900,00); d) Remuneração de dezembro e 13º salário superiores ao teto de contribuição previdenciária: - teto de contribuição previdenciária em 12/2019: R$ 5.839,45 - salário do empregado em 12/2019: R$ 5.900,00; - 13º salário (valor integral): R$ 5.900,00; - salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2019: R$ 5.839,45 (teto). Valor a ser descontado = R$ 642,34 (11% de R$ 5.839,45); - salário-de-contribuição do empregado relativo ao 13º salário: R$ 5.839,45 (teto máximo em 12/2019). Valor a ser descontado = R$ 642,34 (11% de R$ 5.839,45); - valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 1.284,68 (R$ 642,34 + R$ 642,34); - encargo patronal relativo à competência 12/2019 incidente sobre R$ 11.800,00 (R$ 5.900,00 + R$ 5.900,00). Guia de Cálculos Trabalhistas 195 Importante A partir de 1º.03.2020, o critério de cálculo da contribuição previdenciária dos empregados, domésticos e avulsos, será alterado, pois a Emenda Constitucional nº 103/2019 determinou em seu art. 28 que até que lei altere as alíquotas de contribuição previdenciária destes, as alíquotas previstas em seu caput (7,5%, 9%, 12% e 14%) serão aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respecti- vos limites. A Portaria SEPRT nº 3.659/2020, divulgou a seguinte tabela de contribuição previdenciária dos empregados, domésticos e avulsos, válida a partir de março/2020. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALIQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS até 1.045,00 7,5% de 1.045,01 até 2.089,60 9% de 2.089,61 até 3.134,40 12% de 3.134,41 até 6.101,06 14% Exemplo de cálculo de contribuição previdenciária do empregado com base nos novos critérios a) empregado com salário mensal de R$ 4.200,00 (abaixo do teto máximo de contribuição), temos: FAIXAS SALARIAIS (R$) ALIQUOTAS (%) CÁLCULO VALOR DA CONTRIBUIÇÃO (R$) até 1.045,00 7,5% 7,5% de R$ 1.045,00 78,37 de 1.045,01 até 2.089,60 9% 9% de R$ 1.044,60, ou seja, R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00 94,01 de 2.089,61 até 3.134,40 12% 12% de R$ 1.044,80, ou seja, R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60 125,37 de 3.134,41 até 6.101,06 14% 14% de R$ 1.065,60, ou seja R$ 4.200,00 menos R$ 3.134,40 149,18 CONTRIBUIÇÃO TOTAL 446,93 Atenção: Os cálculos das contribuições previdenciárias foram efetuados considerando duas casas decimais sem qual- quer arredondamento, posto que até o momento, não há dispositivo legal determinando arredondamento de valores de contribuição apurados em cada faixa salarial. Contribuição total = R$ 446,93 b) empregado com salário mensal de R$ 7.000,00 (acima do teto máximo de contribuição), temos: FAIXAS SALARIAIS (R$) ALIQUOTAS (%) CÁLCULO VALOR DA CONTRIBUIÇÃO (R$) até 1.045,00 7,5% 7,5% de R$ 1.045,00 78,37 de 1.045,01 até 2.089,60 9% 9% de R$ 1.044,60, ou seja, R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00 94,01 de 2.089,61 até 3.134,40 12% 12% de R$ 1.044,80, ou seja, R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60 125,37 de 3.134,41 até 6.101,06 14% 14% de R$ 2.966,66, ou seja R$ 6.101,06 menos R$ 3.134,40 415,33 CONTRIBUIÇÃO TOTAL 713,08 Contribuição total = R$ 713,08 Por esta razão, os cálculos de desconto de contribuição previdenciária dos empregados sobre 13º salário a ser pago (2º parcela ou na rescisão) a partir de 1º.03.2020, deverão observar os valores cons- tantes da nova tabela. 196 Guia de Cálculos Trabalhistas Exemplo Exemplos de pagamento de 13º salário a partir de março de 2020 a) Remuneração de dezembro e 13º salário inferiores ao teto de contribuição previdenciária: - teto de contribuição previdenciária em 2020: R$ 6.101,06; - salário do empregado em 12/2020: R$ 1.310,00; - 13º salário (valor integral): R$ 1.310,00; - salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2020: R$ 1.310,00. Valor a ser descontado: R$ 102,22; - salário-de-contribuição do empregado relativo ao 13º salário/2020: R$ 1.310,00. Valor a ser descontado: R$ 102,22; - valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 204,44 (R$ 102,22 + R$ 102,22); - encargo patronal relativo à competência 12/2020 incidente sobre R$ 2.620,00 (R$ 1.310,00 + R$ 1.310,00); b) Remuneração de dezembro superior e 13º salário inferior ao teto de contribuição previdenciária: - teto de contribuição previdenciária em 12/2020: R$ 6.101,06 - salário do empregado em 12/2020: R$ 6.900,00; - 13º salário (valor proporcional devido) = R$ 4.025,00; - salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2020: R$ 6.101,06 (teto). Valor a ser descontado = R$ 713,08); - salário-de-contribuição do empregado relativo ao 13º salário: R$ 4.025,00. Valor a ser descontado: R$ 422,43; - valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 1.135,51 (R$ 713,08 + R$ 422,43); - encargo patronal relativo à competência 12/2020 incidente sobre R$ 10.925,00 (R$ 6.900,00 + R$ 4;025,00); c) Remuneração de dezembro e 13º salário superiores ao teto de contribuição previdenciária: - teto de contribuição previdenciária em 12/2020: R$ 6.101,06 - salário do empregado em 12/2020: R$ 6.900,00; - 13º salário (valor integral): R$ 6.900,00; - salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2020: R$ 6.101,06 (teto). Valor a ser descontado = R$ 713,08; - salário-de-contribuição do empregado relativo ao 13º salário: R$ 6.101,06 (teto máximo em 12/2020). Valor a ser descontado = R$ 713,08; - valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 1.426,16 (R$ 713,08 + R$ 713,08); - encargo patronal relativo à competência 12/2020 incidente sobre R$ 13.800,00 (R$ 6.900,00 + R$ 6.900,00). SALÁRIO VARIÁVEL - ACERTO DA DIFERENÇA - CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA Havendo pagamento de remuneração variável em dezembro, o recolhimento das contribuições referentes ao ajuste do valor do 13º salário deve ocorrer no documento de arrecadação da competência dezembro considerando-se para a apuração da alíquota da contribuição do segurado o valor total do 13º salário. Guia de Cálculos Trabalhistas 197 Exemplo Considerando que o empregado comissionista puro recebeu em dezembro a título de 13º salário, considerandoas co- missões até novembro, o valor de R$ 1.800,00. Em 20.12 foram recolhidas em GPS com competência 13, as contribuições previdenciárias sobre este valor. Posteriormente apurou-se o valor do 13º salário integral, computadas as comissões de dezembro, totalizando R$ 2.100,00. As contribuições previdenciárias incidentes sobre a diferença apurada R$ 300,00 serão recolhidas na GPS relativa à competência 12, com vencimento em 20.01. Nota Vale destacar que é proibido a utilização de documento de arrecadação previdenciária de valor inferior a R$ 10,00. Se o valor a recolher na competência for inferior ao valor mínimo estabelecido (R$ 10,00), deverá ser adicionado ao devido na competência seguinte, e assim sucessivamente, até atingir o valor mínimo permitido para recolhimento. Portanto, quanto ao critério para recolhimento ou restituição, conforme o caso, da quantia corres- pondente ao acerto da diferença para os empregados que percebem salário variável, deve-se observar que: a) a contribuição previdenciária sobre o valor favorável ao empregado deverá ser efetuada na competência dezembro do mesmo ano a que se refere o pagamento do 13º salário, no docu- mento de arrecadação normal da própria empresa. Nesse caso, recalcula-se a contribuição previdenciária sobre o 13º salário (computado o valor favorável ao empregado). A diferença entre a contribuição apurada e a efetivamente recolhida será somada às contribuições previ- denciárias sobre a remuneração de dezembro, observando-se, em seguida, os procedimentos descritos adiante; b) apurado o valor da contribuição previdenciária conforme anteriormente mencionado, o em- pregador deverá, então, registrá-lo no campo 6 da GPS (Valor do INSS). Assim, o valor da con- tribuição previdenciária patronal relativo à diferença do 13º salário favorável ao empregado é recolhido em conjunto com as demais contribuições normais da empresa e do empregado, recolhidas no campo 6 da GPS, relativas à folha de pagamento da competência dezembro (contribuições dos empregados mais a cota previdenciária patronal de, geralmente, 20% - ou 22,5%, no caso de instituições financeiras -, mais a contribuição relativa ao risco ambiental do trabalho, GIIL-RAT de 1%, 2% ou 3%, conforme a atividade preponderante, observadas as regras do FAP, incidentes sobre o valor bruto, sem limite, da folha de salários dos empregados, me- nos o valor correspondente às deduções legalmente permitidas). No campo 9 da GPS – “Valor de Outras Entidades”, a empresa também deverá lançar o valor da contribuição destinada a “Terceiros”, apurado sobre o total bruto da folha de salários dos empregados, ressalvadas as hipóteses legais de convênio de arrecadação direta entre a empresa e a entidade beneficiária da contribuição; c) por outro lado, tratando-se de recolhimento indevido de contribuição previdenciária decor- rente de diferença favorável à empresa, a compensação do valor recolhido a maior poderá ser efetuada pela empresa, nos termos da legislação própria. A parte relativa ao desconto pre- videnciário que eventualmente tenha sido cobrada a maior do empregado deverá a ele ser reembolsada, mediante discriminação em recibo. 13º SALÁRIO – RECOLHIMENTO EM GPS ESPECÍFICA O recolhimento da contribuição previdenciária sobre o 13º salário deve ser efetuado por intermé- dio da GPS utilizada especificamente para essa finalidade, ou seja, uma GPS separada da que for utiliza- da para recolhimento das contribuições sobre a folha de pagamento normal da competência dezembro. 198 Guia de Cálculos Trabalhistas A GPS deve ser preenchida normalmente, observando-se que: a) campo 4 – competência (mês/ano): utilizar a competência 13 (treze) e o ano a que se referir, com 4 dígitos. Exemplo: 13/2019; b) para fins de compensação ou dedução da importância relativa ao 13º salário proporcional ao período de salário-maternidade, observar os critérios anteriormente mencionados; c) no caso de rescisão de contrato de trabalho, as contribuições devidas serão recolhidas na forma e nos prazos das contribuições normais sobre a folha de salários do mês, inclusive as ocorridas no mês de dezembro; d) há incidência de contribuição para as demais entidades e fundos (Terceiros), devendo ser lan- çado o valor no campo “9 – Valor de Outras Entidades”. Entretanto, para as empresas a seguir, que já passaram a substituir a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP), para efeitos previdenciários, pela Declaração de Dé- bitos e Créditos Tributários Federais Previdenciários e de Outras Entidades e Fundos (DCTFWeb), o recolhimento das contribuições previdenciárias passou a ser efetuado por meio do DARF emitido pelo próprio aplicativo: SUBSTITUIÇÃO DA GFIP PELA DCTFWEB - CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS INÍCIO (FATO GERADOR) GRUPO CONTRIBUINTES Julho/2018 1 Entidades com faturamento acima de R$ 78.000.000,00 no ano-calendário de 2016 Abril/2019 2 Entidades com faturamento acima de R$ 4.800.000,00 no ano-calendário de 2017 Data a ser definida 3 Contribuintes não enquadrados nos grupos 1 e 2 (optantes pelo Simples Nacional, emprega- dores pessoas físicas, entidades sem fins lucrativos, etc.) Ressalte-se que a DCTFWeb Anual, para a prestação de informações relativas aos valores pagos aos trabalhadores a título de 13º salário, deve ser transmitida até o dia 20 de dezembro de cada ano, ou dia útil imediatamente anterior. Recolhimento em atraso O recolhimento da contribuição previdenciária efetuado em atraso sofre a incidência de atuali- zação monetária, conforme o caso, multa e juros moratórios conforme tabela divulgada, mensalmente, pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB). Desde a competência 01/1995 não há atualização monetária. De acordo com o art. 26 da Lei nº 11.941/2009 que altera, entre outros, a redação do art. 35 da Lei nº 8.212/1991, ficou estabelecido que os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previs- tas nas alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212/1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430/1996. O art. 61 da Lei nº 9.430/1996 prevê que: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos Guia de Cálculos Trabalhistas 199 previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três cen- tésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. RESCISÃO CONTRATUAL - RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA - NORMAS As contribuições devidas na rescisão contratual, inclusive a ocorrida no mês de dezembro, são recolhidas em GPS ou DARF normal da empresa junto com as demais contribuições patronais, no dia 20 do mês subsequente à rescisão, antecipando-se o vencimento para o 1º dia útil anterior no caso de não haver expediente bancário no vencimento. A contribuição previdenciária do empregado sobre o 13º salário decorrente de rescisão contratual também é calculada mediante aplicação em separado das alíquotas normais de contribuição. Empresas que tiveram a base de cálculo da contribuição previdenciária patronal básica (20%) substituída pelareceita bruta A desoneração da folha de pagamento das empresas beneficiadas e optantes pela medida con- siste, exclusivamente, na substituição da base de cálculo da contribuição previdenciária patronal básica (20%), a qual é a folha de pagamento de empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais, pela receita bruta (chamada "contribuição substitutiva"). A adoção do sistema de desoneração da folha de pagamento é temporária (podendo ocorrer até 31.12.2020) e opcional, ou seja, a empresa, antes de optar, irá verificar se a contribuição previdenciária patronal básica (20%) sobre a folha de pagamento lhe acarretará aumento ou diminuição do encargo previdenciário se comparado com a contribuição calculada sobre a sua receita bruta. As demais contribuições previdenciárias patronais, tais como contribuição para o financiamento do benefício de aposentadoria especial e aqueles concedidos em razão do grau de incidência de inca- pacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GIIL-RAT) e para outras entidades e fundos (terceiros), permanecem inalteradas. Contribuição previdenciária básica sobre a folha de 13º salário Tratando-se de empresas que se dedicam a outras atividades, além das desoneradas, o cálculo da contribuição para o 13º salário será realizado com observância dos seguintes critérios: a) para fins de cálculo da razão entre a receita bruta de atividades não relacionadas à desonera- ção e a receita bruta total aplicada ao 13º salário, será considerada a receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao mês de dezembro de cada ano-calendário, portanto, no período de novembro do ano em curso a dezembro do ano anterior; b) no caso de empresa em início de atividades ou que ingressar no regime de tributação CPRB, no decurso do ano, a apuração mencionada na letra “a” será realizada de forma proporcional à data do início de atividades ou da entrada da empresa no regime de substituição. 200 Guia de Cálculos Trabalhistas O cálculo da contribuição previdenciária referente ao 13º salário pago na rescisão será realizado utilizando-se a mesma sistemática aplicada às contribuições relativas às demais parcelas do salário-de- -contribuição pagas no mês. Exemplo Considerando que, no ano de 2019, a empresa se encontrava sob o regime da desoneração e contou com: Receita bruta total = R$ 600.000,00 - (período de dezembro/2018 a novembro/2019) Receita bruta de atividade desonerada = R$ 450.000,00 - (período de dezembro/2018 a novembro/2019) Receita bruta de atividades não desoneradas = R$ 150.000,00 - (período de dezembro/2018 a novembro/2019) Folha de 13º salário = R$ 9.000,00 Cálculo: R$ 9.000,00 - base de cálculo sobre a qual incidiria a contribuição previdenciária básica de 20% R$ 1.800,00 (20% de R$ 9.000,00) Apurado o valor da contribuição, aplicou-se sobre ele o percentual resultante da razão da receita bruta anual das ativi- dades não relacionadas com a desoneração e a receita bruta total. Assim, temos: R$ 150.000,00 ÷ R$ 600.000,00 = 0,25 R$ 1.800,00 x 0,25 = R$ 450,50 R$ 450,00 - valor da contribuição previdenciária sobre a folha de 13º salário correspondente ao período alcançado pela desoneração. Obs.: Se não tivesse ocorrido a desoneração, esta empresa iria recolher sobre o valor da folha do 13º salário a importância de R$ 1.800,00 correspondente à contribuição previdenciária básica de 20% (20% de R$ 9.000,00). EMPREGADO DOMÉSTICO O desconto previdenciário relativo ao 13º salário deve ser efetuado, por ocasião do pagamento da parcela final, em separado do salário do mês, sem abatimento da antecipação. Lembramos que, nos afastamentos da empregada doméstica por motivo de licença-maternidade, o abono anual] pago pelo INSS (13º salário proporcional ao período de salário-maternidade) estará su- jeito ao encargo previdenciário por ocasião do pagamento da parcela final do 13º salário ou da rescisão do contrato de trabalho. O recolhimento das contribuições previdenciárias (8% do empregador, 8% a 11% do empregado doméstico vigente no ano de 2019 e nos meses de janeiro e fevereiro/2020, bem como a contribuição de 0,8% do seguro contra acidentes do trabalho, incidentes sobre o 13º salário, deverá ocorrer até o dia 07 do mês de janeiro do ano seguinte ao período de apuração do 13º salário (pago em dezembro do ano anterior), em conformidade com a Lei Complementar nº 150/2015, antecipando-se o recolhimento para o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário no dia 7. O recolhimento se dará em guia do Documento de Arrecadação do eSocial (DAE), utilizada especifi- camente para recolhimento dos encargos previdenciários (citados no parágrafo anterior) sobre o 13º salário. O DAE deve conter: a) a identificação do contribuinte; b) a competência; Guia de Cálculos Trabalhistas 201 c) os tributos, os depósitos e as contribuições que o compõem; d) o valor total; e) o número único de identificação do documento, atribuído pelo aplicativo de emissão do DAE; f) a data-limite para acolhimento pela rede arrecadadora; g) o código de barras e sua representação numérica. Exemplos de cálculo em 2019 SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS (%) até 1.751,81 8,00 de 1.751,82 até 2.919,72 9,00 de 2.919,73 até 5.839,45 11,00 (1) 13º salário devido = R$ 1.200,00 • recolhimento no DAE = R$ 192,00 (16% de R$ 1.200,00, ou seja, 8% do empregado e 8% do empregador); (2) 13º salário devido = R$ 2.300,00 • recolhimento no DAE = R$ 391,00 (17% de R$ 2.300,00, ou seja, 9% do empregado e 8% do empregador); (3) 13º salário devido = R$ 6.200,00 • recolhimento no DAE = R$ 1.109,50 (19% de R$ 5.839,45 - limite máximo de contribuição vigente em dezembro/2019 - ou seja, 11% do empregado e 8% do empregador). Nota Nos Estados da Federação onde houver legislação fixando piso salarial para a classe de empregados domésticos, este deverá ser observado. No ano de 2020, deverão ser observadas as seguintes tabelas de desconto previdenciário dos empregados domésticos: I - competências janeiro e fevereiro/2020: (alíquotas aplicadas de FORMA NÃO CUMULATIVA) SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS até 1.830,29 8% de 1.830,30 até 3.050,52 9% de 3.050,53 até 6.101,06 11% 202 Guia de Cálculos Trabalhistas II - competências março/2020 em diante: (alíquotas aplicadas de FORMA PROGRESSIVA - Emenda Constitucional nº 103/2019, art. 28, § 1º) SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS até 1.045,00 7,5% de 1.045,01 até 2.089,60 9% de 2.089,61 até 3.134,40 12% de 3.134,41 até 6.101,06 14% A alíquota devida pelo empregador doméstico (8%) não sofre alteração. FGTS - DEPÓSITO O depósito relativo ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) (8%) é devido com base na remuneração paga ou devida no mês anterior, nela incluída, além de outras parcelas, a Gratificação de Natal. Assim o depósito deve ser efetuado por ocasião do pagamento, tanto da 1ª como da 2ª parcela do 13º salário ou nos casos de rescisão contratual. Importante Observar que, com relação ao contrato de trabalho intermitente, o empregador efetuará o depósito do Fundo de Garan- tia do Tempo de Serviço (FGTS), com base nos valores pagos no período mensal, e fornecerá ao empregado compro- vante do cumprimento dessa obrigação. Portanto, ao final de cada mês, tendo havido convocação para o trabalho, o empregador efetuará o depósito do FGTS sobre o total da remuneração paga no mês (um ou mais chamamentos ao trabalho) até o dia 7 do mês subsequente. No contrato de trabalho verde e amarelo, alíquota aplicada é de 2%. O prazo para o depósito (excetuados os decorrentes de rescisão contratual comentados adiante) sem quaisquer acréscimos legais vai até o dia 7 do mês subsequente ao da competência da remuneração. Não sendo dia útil, antecipar o recolhimento. Os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao mês imediatamente anterior que ainda não
Compartilhar