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O Exame Parasitológico de Fezes (EPF) é um teste diagnóstico importante na clínica médica, pois as parasitoses intestinais são um problema de saúde pública de alta prevalência no Brasil1. O EPF é uma ferramenta diagnóstica barata e prática, que pesquisa diferentes formas parasitárias eliminadas nas fezes1. O EPF tem como objetivo a identificação de ovos e larvas de helmintos, e oocistos, cistos e trofozoítos de protozoários1. Pode ser dividido em 3 fases para melhor entendimento: fase pré-analítica, fase analítica e fase pós-analítica1. Fase pré-analítica: Inicia-se com a solicitação do exame pelo médico e inclui a requisição correta, a orientação do paciente para coleta das fezes, o transporte para o laboratório e o cadastramento da amostra fecal1. Coleta da amostra de fezes: A coleta das fezes possui relação direta com a qualidade do exame e eficiência no resultado. A defecação deve ser realizada em um recipiente seco e limpo, com posterior transferência de parte das fezes recolhidas de diferentes porções do bolo fecal para o frasco próprio1. É recomendado o exame de fezes três (03) amostras colhidas em dias diferentes, pois a ausência de parasitas em uma amostra de fezes não descarta a possibilidade da presença do mesmo no organismo2. O Coproplus Ultra é uma solução para o exame parasitológico de fezes, desenvolvida para facilitar a rotina dos laboratórios durante a coleta, o transporte e a identificação microscópica, garantindo a máxima qualidade dos resultados1234. Ele possui uma nova dupla filtragem blindada que proporciona um sedimento ainda mais limpo, facilitando a identificação dos parasitas presentes na amostra1. Além disso, o Coproplus Ultra conserva a amostra por até 30 dias sem a necessidade de refrigeração2. O procedimento de coleta é simples: utilizando a haste interna do produto, a amostra de fezes é coletada e o coletor é preenchido. O frasco é então fechado com cuidado e enviado ao laboratório1. No laboratório, a amostra é agitada até a dissolução, o frasco é invertido e colocado em uma bandeja de sedimentação por 15 minutos. A amostra é então gotejada em uma lâmina de vidro, adiciona-se Lugol ou outro corante e o exame é realizado ao microscópio1. O exame macroscópico é uma análise especializada técnico-científica própria do profissional médico, especialista autorizado em Anatomia Patológica1. É um estudo anatômico de tecidos e órgãos, realizado a olho nu2. O objetivo da macroscopia é ajudar a estabelecer um diagnóstico; para isso, são selecionados fragmentos representativos das lesões / órgãos, para posterior exame microscópico e estudos especiais3. O que avaliar no exame macroscópico: • O exame macroscópico descreve o material recebido para exame, com medidas, peso e, em caso de peças cirúrgicas, com detalhes anatômicos e aspectos anormais1. • Muito estudo é necessário pelo patologista para bem compreender e descrever os achados do exame macroscópico1. • Os diagnósticos com base no exame macroscópico podem ser feitos com precisão em até 90% das amostras3. O que não avaliar no exame macroscópico: • Detalhes que só podem ser vistos ao microscópio não são avaliados no exame macroscópico2. • O exame macroscópico não substitui o exame microscópico e estudos especiais3. Os protozoários e helmintos são dois grupos de parasitas que podem causar doenças em humanos. Eles diferem em muitos aspectos, incluindo sua estrutura, ciclo de vida e os tipos de doenças que podem causar12. Protozoários: • Os protozoários são organismos unicelulares eucarióticos1. • A morfologia dos protozoários é bastante variada, apresentando as seguintes formas1: • Trofozoíto: é a forma ativa do protozoário, na qual ele se reproduz e se alimenta1. • Cisto e oocisto: são as formas de resistência, que os protegem do meio impróprio ou em fase de latência1. Os cistos são encontrados nas fezes ou tecidos do hospedeiro e os oocistos são encontrados nas fezes do hospedeiro1. Helmintos: • Os helmintos de interesse para a medicina humana abrangem dois grupos: os Platelmintos ou vermes achatados e os Nematelmintos ou vermes cilíndricos1. • Eles são organismos multicelulares e podem ser vistos a olho nu na sua fase adulta2. • Os helmintos têm um ciclo de vida complexo que pode envolver vários hospedeiros2. Os termos endoparasito e ectoparasito referem-se a onde o parasita reside em relação ao seu hospedeiro123. • Endoparasito: é um tipo de parasita que se aloja no interior do corpo do hospedeiro1. Alguns exemplos de endoparasitas são os vírus, tênias, nematelmintos, além de diversas espécies de bactérias1. • Ectoparasito: é aquele que vive na superfície externa do seu hospedeiro2. Alguns exemplos de ectoparasitas são os piolhos, carrapatos e pulgas2. Quanto à classificação de parasitas como obrigatórios, facultativos e comensais, refere-se à natureza da relação parasitária: • Parasita obrigatório: é um organismo parasitário que exige que o organismo hospedeiro complete seu ciclo de vida4. Por exemplo, os vírus são considerados parasitas obrigatórios, pois precisam se alojar no interior das células hospedeiras para realizar suas funções vitais, como reprodução1. • Parasita facultativo: é um organismo parasitário que é capaz de completar e continuar seu ciclo de vida mesmo com a ausência do hospedeiro4. • Parasita comensal: é um organismo que se beneficia da relação com o hospedeiro, mas o hospedeiro não é prejudicado nem beneficiado. O método Kato-Katz é comumente usado para a quantificação de ovos de helmintos, incluindo Ascaris lumbricoides, nas fezes1. Este método é particularmente útil em estudos epidemiológicos, pois permite estimar a carga parasitária, que é um indicador importante da gravidade da infecção23. O procedimento envolve a preparação de lâminas de fezes em uma camada fina e uniforme usando um molde especial. A lâmina é então coberta com uma solução de malaquita-formalina, que ajuda a preservar os ovos de helmintos e facilita sua visualização sob o microscópio2. A contagem dos ovos é então convertida em ovos por grama de fezes (EPG), que é uma medida da intensidade da infecção2. No entanto, é importante notar que a sensibilidade do método Kato-Katz pode ser limitada em infecções leves, e a precisão pode variar dependendo do tempo entre a preparação da lâmina e a leitura no microscópio2. Os termos hospedeiro definitivo e hospedeiro intermediário são usados para descrever a relação entre um parasita e o organismo que ele infecta12345: • Hospedeiro definitivo: é o organismo que abriga o parasita em sua fase de maturidade ou em fase de reprodução sexuada12345. Por exemplo, o hospedeiro definitivo do Plasmodium é o Anopheles; os hospedeiros definitivos do S. mansoni são os humanos3. • Hospedeiro intermediário: é o organismo que abriga o parasita em sua fase larvária ou de reprodução assexuada12345. Por exemplo, o caramujo é o hospedeiro intermediário do S. mansoni2. Além disso, existe o hospedeiro paratênico ou de transporte, que é um ser vivo que serve de refúgio temporário e de veículo até que o parasita atinja o hospedeiro definitivo. O parasita não evolui neste hospedeiro. Esse hospedeiro não é imprescindível para completar o ciclo vital1. Os nematódeos e platelmintos (classes Cestoda e Trematoda) são dois grupos de helmintos que diferem em muitos aspectos, incluindo sua estrutura, ciclo de vida e os tipos de doenças que podem causar12. Nematódeos: • Os nematódeos são organismos invertebrados, com corpos cilíndricos2. • Eles têm um sistema digestivo completo2. • Exemplos de nematódeos incluem Ascaris lumbricoides (lombriga) e Enterobius vermicularis (oxiúro)3. Platelmintos (Cestoda e Trematoda): • Os platelmintos são organismos invertebrados, com corpos achatados1. • Eles têm um sistema digestivo incompleto1. • A classe Cestoda inclui parasitas intestinais como Taenia saginata, Taenia solium, Diphyllobothrium latum e Hymenolepis nana4. • A classe Trematoda inclui parasitas como Schistosoma mansoni, Microphallus e Fasciola hepatica5. • Os termos ciclo monoxênicoe ciclo heteroxênico são usados para descrever o ciclo de vida de um parasita em relação ao número de hospedeiros que ele precisa para completar seu ciclo de vida12345: • Ciclo monoxênico: Quando o parasita possui um único hospedeiro12345. Isso significa que o parasita realiza todo o seu ciclo evolutivo em um único hospedeiro12345. Um exemplo é o Ascaris lumbricoides2. • Ciclo heteroxênico: Quando o parasita possui mais de um hospedeiro12345. Neste caso, os hospedeiros são classificados em intermediários e definitivos12345. Isso significa que o parasita só pode completar seu ciclo evolutivo passando por pelo menos dois hospedeiros . Exemplos incluem o esquistossomo e o tripanossoma2. As parasitoses são doenças causadas por parasitas, que podem ser protozoários ou helmintos. Alguns exemplos de parasitoses e seus respectivos agentes etiológicos: Protozoários: • Amebíase: causada pelo protozoário Entamoeba histolytica1. • Leishmaniose: causada pelo protozoário Leishmania brasiliensis1. • Giardíase: causada pelo protozoário Giardia lamblia1. • Tricomoníase: causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis1. • Toxoplasmose: causada pelo protozoário Toxoplasma gondii2. • Doença de Chagas: causada pelo protozoário Trypanossoma cruzi3. • Malária: causada por protozoários do gênero Plasmodium3. Helmintos: • Teníase: causada pela tênia, um tipo de platelminto4. • Esquistossomose: causada pelo Schistosoma mansoni, um tipo de trematódeo4. • Ascaridíase: causada pelo Ascaris lumbricoides, um tipo de nematódeo4. • Ancilostomíase: causada por Ancylostoma duodenale ou Necator americanus, que são tipos de nematódeos4. • sobre saúde pública: sanitarismo no Brasil • O sanitarismo no Brasil tem uma longa história e desempenhou um papel crucial na melhoria da saúde pública e na prevenção de doenças1234. O movimento sanitarista surgiu no início do século XX, em resposta ao rápido crescimento urbano e à imigração, que levaram a problemas sanitários e epidêmicos nas cidades1. • Os sanitaristas se concentraram em melhorar a higiene e o saneamento, e também promoveram a educação em saúde1. Eles acreditavam que a melhoria da saúde da população era fundamental para o progresso e a ordem da nação1. • OModelo Sanitarista, também conhecido como campanhista, foi o primeiro modelo a surgir na construção das políticas de saúde no Brasil. Suas ações existem nos dias atuais e coexistem com os modelos privatista e de vigilância da saúde. Uma de suas características mais fortes são as ações baseadas na realização de campanhas e em programas especiais3. • A reforma sanitária brasileira, que ocorreu no início da década de 70, foi influenciada pelas reformulações na área da saúde ocorridas na Itália, e surgiu em defesa da democracia5. • Hoje, os sanitaristas continuam a desempenhar um papel importante na saúde pública, trabalhando para garantir o saneamento básico, prevenir doenças e tratar epidemias, além de manter o Sistema Único de Saúde (SUS)4. EPF O Exame Parasitológico de Fezes (EPF) é um teste diagnóstico que identifica parasitas intestinais. Ele é dividido em três fases: pré-analítica (solicitação do exame, coleta das fezes, transporte para o laboratório), analítica (processamento da amostra) e pós-analítica (interpretação e entrega dos resultados). A coleta adequada das fezes é crucial para a qualidade do exame. Recomenda-se a coleta de três amostras em dias diferentes para uma análise mais precisa. O EPF tem como objetivo a identificação de ovos e larvas de helmintos, e oocistos, cistos e trofozoítos de protozoários1. Coleta da amostra de fezes: A coleta das fezes possui relação direta com a qualidade do exame e eficiência no resultado. A defecação deve ser realizada em um recipiente seco e limpo, com posterior transferência de parte das fezes recolhidas de diferentes porções do bolo fecal para o frasco próprio1. É recomendado o exame de fezes três (03) amostras colhidas em dias diferentes, pois a ausência de parasitas em uma amostra de fezes não descarta a possibilidade da presença do mesmo no organismo2.
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