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Agentes etiológicos: - Protozoários: microscópicos e unicelulares. - Helmintos: são os vermes; macroscópicos. - Artrópodes: são os insetos (aedes egypit, chagas...). Parasito é o ser vivo que vive no hospedeiro, se alimentando dele e servindo como abrigo, causando algum dano. Ele é transmitido via sexual, transfusão de sangue, perfurocortantes contaminados, inoculação dos vetores, ingestão e contato de mucosas. INFECÇÃO é a entrada do agente no hospedeiro, enquanto DOENÇA INFECCIOSA são as lesões causadas pelo agente ou pela resposta imune. RELAÇÃO HOSPEDEIRO X AGENTE INFECCIOSO - O agente não se desenvolve por condições inadequadas. - O agente se desenvolve de modo incompleto, às vezes por não ser o hospedeiro esperado. - O agente se desenvolve por completo sem causar danos (hospedeiro assintomático). - O agente se desenvolve de modo completo causando danos ao hospedeiro. PARASITISMO X DOENÇA INFECCIOSA Quando a força de ação do parasita (FP) é maior do que a força de ação do hospedeiro (FH), ele fica doente. Quando a FP é menor do que a FH, o agente morre. Quando as forças são iguais, tem um equilíbrio, sem causar a eliminação do agente, e sem este causar danos. Virulência é a capacidade que o agente tem de invadir e se multiplicar no organismo. Patogenicidade é a capacidade do agente causar uma doença. DOENÇAS PARASITÁRIAS AÇÕES DO PARASITO SOBRE O HOSPEDEIRO Espoliativa: são todos. Retira nutrientes/se alimenta do hospedeiro. Tóxica: causa reação alérgica longe de onde ele está implantado. Mecânica: impede ou dificulta a absorção ou passagem de nutrientes/alimento. Irritativa: irrita o local onde está. Traumática: quando causa lesão no hospedeiro. Enzimática: parasita produz enzimas que lesionam o hospedeiro. As formas de defesa do hospedeiro são pelo epitélio, pH, IgA e IgE, reação inflamatória, fagocitose e reações imunológicas. Serve para identificar os parasitas que vivem no intestino do homem ou que usam as fezes como veículo para sua disseminação no ambiente. Para uma boa identificação precisa manter sua morfologia, dependendo da coleta e preservação, usar um método ideal com um conjunto de técnicas e, quando der, fazer um exame macroscópico. As formas mais usuais são trofozoítos, cisto, oocistos, ovos e larvas. A forma correta de coletar as fezes é não encher o potinho e não pegar do chão ou do vaso. Para preservação, de forma temporária só pode se for por pouco tempo na refrigeração, e de forma permanente é usando solução de formaldeído, mas este não é indicado para o paciente. Medicamentos como antibióticos e antiácidos influenciam pois causam o desencistamento, então tem que parar de tomar 10 dias antes do exame. Antidiarreicos também não é recomendado e óleo mineral sai nas fezes, prejudicando a visualização microscópica. Uso de produtos químicos causa excesso de produtos cristalinos. Tetraciclina afeta a flora intestinal. 1 único exame não tem valor diagnóstico pois poe ter tido a interrupção da eliminação de alguns parasitas, ou teve a distribuição não uniforme dos ovos, ou o estágio dos MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO protozoários não estão a favor do exame. Por isso deve colher 3 ou mais amostras em dias alternados. TÉCNICAS ESPECÍFICAS ajudam a aumentar o número de cistos, ovos e larva, elimina a maioria dos detritos fecais, apresenta o parasita de forma inalterada, podendo ser qualitativa e quantitativa, mas se usa ais qualitativa. Exame direto é as fezes misturada com salina, feito para suspeita de trofozoíto, hemácias em ulceração ou hemorragias, leucócitos em inflamação e eosinófilos em infecções parasitárias ou alergias. TÉCINICAS DE CONCENTRAÇÃO Aumenta o número da forma parasita. TÉCNICA DE FLUTUAÇÃO Faz os ovos/cistos flutuarem, se separando do material fecal pela diferença de densidade. Usa um líquido de alta densidade, fazendo com que o é mais leve flutue. A vantagem desta técnica é a formação de uma membrana clara e a remoção seletiva dos cistos. A desvantagem é que a alta densidade dos reagentes causa a alteração das estruturas. O exame deve ser feito entre 10 a 20 minutos, pois depois se sedimenta. Pode ser simples (flutua naturalmente, Técnica de Willis) ou centrífugo flutuação (usa a centrífuga para acelerar, Técnica de Faust). TÉCNICA DE SEDIMENTAÇÃO Os ovos/cistos se sedimentam naturalmente (Técnica de Hoffman) ou pela centrífuga (Técnica de Ritchie). Algumas dessa técnica faz a separação de gordura. A desvantagem é que faz a sedimentação de todos detritos, o que acaba por ter muitos detritos fecais juntos. Os potes de kits comerciais têm conservantes, e as fezes são colocadas em um pequeno buraco na parte de cima, e depois ela se dissolve no conservante, impedindo o exame macroscópico. TÉCNICAS PARA O ISOLAMENTO DE LARVAS São técnicas baseadas no termohidrotropismo positivo das larvas, que é quando as larvas têm tropismo por água quente. O material tem que ser recente e não refrigerado. Pesquisa de Strongyloides stercoralis e Ancilpstomideo. São os métodos de Rugai e de Baerman. QUANTIFICAÇÃO DE OVOS NAS FEZES É a correlação entre número de ovos e a carga parasitária. Pesquisa Ascaris lumbricoides, Ancilostomideo... São as técnicas de Stoll, Simões Barbosa, Kato. As colorações permanentes são para trofozoítos, leucócitos e eosinófilos. Hematoxilina férrica é para Entamoeba histolytica. Corantes derivados de fucsina ferricada é para Cryptosporidium, Cyclospora, Isospora e Microsporídeos. É protozoário. Entamoeba histolytica é a única ameba patológica intestinal para o homem. A maior parte dos casos são assintomáticos, sendo infecção apenas e não doença. Pode ser apenas intestinal ou extra-intestinal quando migra para outros órgãos. A Entamoeba díspar tem a morfologia igual a outra, porém não causa lesão, ficando apenas na luz intestinal, não sendo patológica. MORFOLOGIA Trofozoíto é a forma vegetativa (como se alimenta e se reproduz). Só é visto na diarreia. O seu citoplasma é dividido em endoplasma (parte mais granulosa, mais escura, é a parte interna) e ectoplasma (parte mais hialina, externa). Ele não tem forma definida, se movimenta por pseudópodes que são prolongamentos de seu citoplasma. Pode ser encontrada hemácias na histolytica quando invade outros tecidos. Seu núcleo tem o cariossoma que é 1 granulo delicado de cromatina AMEBÍASE no centro, e tem a cromatina periférica, que são grânulos delicados de forma regular, um do lado do outro, na parte externa. Corado com Hematoxilina férrica (azul acizentado). Cisto é a forma de resistência e infectante, é quando sai do organismo. Seu citoplasma tem a forma definida e esférica. Nele tem o vacúolo de glicogênio, que é uma reserva de energia, que em contato com a HF, dissolve o glicogênio, causando esse vacúolo. Tem os corpos cromatóides que são acumulo de ribossomo, mas só é visto quando corado com HF. Possui 4 núcleos. Pode ser corado com lugol ou HF. CICLO EVOLUTIVO Ciclo não patogênico A pessoa ingere o cisto, e quando chega no final do intestino delgado ele sofre o desencistamento. O desencistamento começa com uma fenda na parede so cisto, liberando uma ‘’ameba de 4 núcleos’’, que vem a ser o metacisto. Agora, ele se divide em 4, formando 4 trofozoítos metacísticos, cada um com 1 núcleo. Esses trofozoítos metacísticos se dividem em 2, formando então, 8 trofozoítos. Eles passam para o intestino grosso e se prendem na parede intestinal e se multiplicam, colonizando aquela região. Ali eles se alimentam de muco, células descamativas... depois, eles se desprendem e caem na luzdo intestino e sofrem o processo de encistamento, sendo levados nas fezes, e vão para o meio exterior. Ciclo patogênico Somente Entamoeba histolytica. A diferença aqui começa quando os trofozoítos estão presos na parede do intestino, pois elas não conseguem se multiplicar aqui, então elas destroem o epitélio intestinal, abrindo uma barreira e se multiplicam na submucosa, causando um dano ao hospedeiro. Pode cair na corrente sanguínea e atingir o fígado e outros órgãos, ou até pode ir cortando todos os órgãos até chegar em outros. Fatores que aumentam a patogenicidade da E. histolytica - Presença de bactérias E.coli, Salmonela, Shigella, enterobactérias... - Presença de colesterol no intestino grosso. - Passagem sucessiva em vários hospedeiros. Fatores de virulência - Adesinas: lectina amebiana (Gal/ GalNac). Está na membrana da ameba, que liga a ameba ao epitélio. - Amebaporos: são proteínas que fazem a lise osmótica, formando poros. - Cisteína-proteases: são enzimas que degradam proteínas da matriz extracelular, como o colágeno, elastina, fibrinogênio... Esses três tanto ajudam a ameba a invadir a mucosa, mas também fazem a defesa ao sistema imune. A lectina se liga a receptores (oligossacarídeos) no epitélio ativando uma cascata de sinalização, que começa a fazer a desestruturação dessa célula do epitélio. Com essa ligação, a amebaporos que estava dentro do citoplasma da ameba é liberada, se inserindo na membrana da célula fazendo um canal que permite a saída de água, eletrólitos... E a cisteína protease degrada as proteínas da matriz, abrindo um espaço para a ameba poder se multiplicar. Para a sua proteção, a lectina, como está na membrana da ameba, se expressa mais ainda em sua membrana para evitar ter um lugar que o complexo lítico final (C5a-9 do sistema complemento) se fixe nela, sinalizando para a destruição. O amebaporo se insere na membrana do neutrófilo, destruindo ele, e com isso, a liberação das enzimas do neutrófilo só auxilia na amplificação da lesão no epitélio. A cisteína protease degrada C3a e C5a, fatores do sistema complemento, cortando a cascata desse sistema. E também degrada IgG e IgA. A forma que a lesão fica no tecido pode ser chamada de lesão botão de camisa. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Acredita-se que a maior parte dos casos que são assintomáticos, na verdade é a Entamoeba díspar. Quando causa diarreia, é então menos agressivo, tendo apenas um desconforto abdominal. Já quando causa disenteria ou colite amebiana é mais agressivo pois está ocorrendo lesão, onde as fezes ficam líquidas com muco e sangue, podendo ter também vômitos, febre, tenesmo (dor no reto)... As complicações vêm a ser as perfurações que o trofozoíto causa e com isso, as hemorragias. AMEBÍASE EXTRA- INTESTINAL É a patogênica, que ocorre perfurações. Do intestino grosso segue para o fígado, sendo chamada de AMEBÍASE HEPÁTICA. Essa amebíase hepática causa um abcesso/necrose no fígado. O trofozoíto chega no fígado ou pelo sangue (via hematogênica) ou por proximidade do intestino a ele, destruindo tecido (via contiguidade). Quase nunca vai para o pulmão, mas se vai, é por contiguidade. A amebíase hepática vai causar dor, febre, hepatomegalia, anorexia e fraqueza. A amebíase pulmonar vai causar febre, dor torácica, tosse com expectoração com cor de chocolate. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Encontrado protozoário via microscópica nas fezes ou lesões. Presença de Ac específicos (só quando tem lesão). Presença do Ag do parasita. Presença do material genético do parasita em várias amostras. Amebíase intestinal Pesquisa de trofozíto em fezes diarreicas. Pesquisa de cistos em fezes pastosas. Pesquisa de coproantígenos (Ag específico de histolytica e díspar, que auxilia a fazer a diferenciação). Por causa de não conseguimos diferenciar as duas Entamoebas, é preciso colocar no laudo ‘’trofozoíto (ou cisto) de Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar’’. Se tiver a presença de outras amebas comensais, ou outros microrganismos, também tem que colocar no laudo. Amebíase hepática Pode fazer a punção no próprio fígado com uma agulha, mas perigoso pois, ao retirar a agulha, o abcesso pode sair todo pra fora com ela. Faz uma tomografia, que é possível ver o abcesso. Diagnóstico sorológico para a pesquisa de Ac. DIFERENCIAÇÃO DA Entamoeba histolytica E AMEBAS COMENSAIS Diferenciação feita pelo núcleo. Endolimax nana: não tem cromatina periférica. Iodamoeba butschlii: não tem cromatina periférica, mas seu núcleo tem uma membrana mais espessa. Possível ver o vacúolo de glicogênio. Cariossoma grosso. Entamoeba coli: tem mais do que 5 núcleos. Cromatina periférica grosseira e irregular e cariossoma não central. PROFILAXIA Diagnóstico e tratamento dos doentes e assintomáticos. Exame de fezes periódico nos manipuladores de alimentos. Lavar e desinfetar alimentos consumidos crus. Agente etiológico: Giardia lamblia, Giardia duodenalis ou Giardia intestinalis. TROFOZOÍTO Forma vegetativa que fica no intestino delgado. Encontrado em fezes diarreicas. DISCO SUCTORIAL serve para se fixar na mucosa. Tem 2 núcleos com cariossoma forte. CORPOS MEDIANOS não se sabe a função. Tem 4 pares de flagelos. Tem aspecto piriforme e simetria bilateral. CISTOS Encontrado em fezes pastosas. Corado com HF ou lugol. É oval, e tem de 2 a 4 núcleos. AXONEMAS é a porção intracitoplasmática do flagelo. Tem corpos em crescente. CICLO BIOLÓGICO A infecção é via oral e sempre pelo cisto. GIARDÍASE Ele se desencista no intestino delgado, liberando o trofozoíto que se prende na mucosa e se multiplica por difusão binária simples. Quando cai na luz do órgão sofre o desencistamento e sai pelas fezes. TRANSMISSÃO Por ingestão de cistos, sendo: - Via fecal-oral. - Por alimentos cru e água contaminados. - Ambiente coletivo com contato pessoa-pessoa (creches, escolas, asilo). - Hábitos sexuais. - Animais domésticos. - Contaminação acidental em atividades recreativas (lagoas). IMUNIDADE A giardíase estimula o sistema imune. Na circulação será encontrado IgG, IgM e IgA. As mães infectadas tem níveis elevados de IgA no leite. IgA é capaz de interferir na capacidade de adesão do trofozoíto. Os indivíduos com hipogamaglobulinemia (produz ↓Ig) são mais suscetíveis. Adultos em áreas endêmicas tem menos suscetibilidade. Na mucosa infectada pelo trofozoíto terá a presença de linfócitos, macrófagos e granulócitos que vão eliminá-lo. A presença de muco dificulta a adesão do parasita na mucosa. MECANISMOS DE ESCAPE DO PARASITA A variação antigênica do parasita elimina antígeno de superfície em que as células imunes estão acostumadas a reconhecer. E, a cada 6-13 gerações, o parasita troca esses antígenos, deixando o indivíduo desprotegido novamente. Forma de burlar o sistema imune. PATOGENIA A gravidade está associada a cepa (vários genótipos diferentes) e ao número de cistos ingeridos. Assim como a resposta imune, estado nutricional, pH do suco gástrico, microbiota intestinal so hospedeiro influenciam nisso. FISIOPATOLOGIA Causa diarreia e má absorção intestinal, principalmente, pois causa alterações funcionais e morfológicas do epitélio intestinal, o que diminui a mucosa de absorção, pois o trofozoíto está lá. Também tem a atrofia das microvilosidades intestinais pois os trofozoítos produzem proteases que causam micro lesões. A ativação de linfócitos T causa a deficiência de dissacaridases (enzimas que degradam dissacarídeos). A presença do trofozoíto interfere na absorção de gorduras pelo intestino delgado, e também interfere nas atividades de enzimas digestivas.SINTOMAS O período de incubação é de 10- 15 dias. Muitos são assintomáticos, normalmente sendo os adultos bem nutridos, mas pode causar diarreia aguda (mais em criança) ou diarreia persistente/crônica. As agudas têm o aspecto aquoso, explosiva, coloração amarelo esverdeada. Causa gases, que leva a distensão e dores abdominais. Raramente são encontrados muco e sangue, porque as lesões são mínimas. As crônicas têm episódios de diarreia contínuos ou esporádicos, com esateatorreia (gordura nas fezes), causando perda de peso e tem a má absorção de gorduras, vitaminas, ferro e lactose. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Em fezes diarreicas, fazer a procura de trofozoíto. Em fezes pastosas, fazer a procura de cistos. Porém, existe o ‘’período negativo’’, que são de 7-10 dias que não tem a eliminação de cistos. Pode fazer o Enterotest com fluído duodenal. Detecção de anticorpos no soro por ELISA e imunofluorescência indireta, detecção de coproantígenos e reação de PCR. EPIDEMIOLOGIA Os genótipos A e B tem a capacidade de ser transmitido de homem < ---- > animais mamíferos. PROFILAXIA Higiene pessoal. Proteção dos alimentos. Tratamento de água, tratamento precoce dos pacientes e das fontes de infecção. Leishmaniose tegumentar: lesões de pele e mucosas. Leishmaniose visceral: lesões viscerais. São protozoários flagelados do gênero Leishmania. Transmitido vetorial por flebotomíneos (mosquito). MORFOLOGIA - Amastigota. - Promastigota. - Epimastigota. - Tripomastigota. Amastigota Forma infectante para o mosquito. Se encontra em vertebrados. Sem flagelo livre. 1 mitocôndria. Cinetoplasto (formado por moléculas de DNA circular). Núcleo. Promastigota Se encontra no vetor (invertebrado) e no meio de cultura. Tem flagelo livre (ele que puxa o protozoário). Cinetoplasto fica anterior ao núcleo. Núcleo. Promastigota metacíclica é a forma infectante para o vertebrado. CICLO EVOLUTIVO Na pele do hospedeiro vertebrado tem macrófagos com as amastigotas dentro, então quando o mosquito suga o sangue, fazendo com esses macrófagos se rompam no intestino do mosquito e liberam essas formas amastigotas, mas se transforma em promastigota, que começa a se dividir por divisão binária simples (na luz do intestino ou no epitélio dele). Quando fica madura, forma a promastigota metacíclica e migra para a faringe do mosquito. Então quando o mosquito for sugar o sangue de alguém, ele regurgita essa forma para dentro da pele do hospedeiro vertebrado, e penetram nos macrófagos, virando amastigota, que também se divide por divisão binaria simples no citoplasma, e quando o macrófago está abarrotada de LEISHMANIOSES amastigota, se rompe e vai para outros macrófagos... LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Causa a úlcera de bauru. Etiologia Leishmania (Viannia) braziliensis é a principal que causa leishmaniose tegumentar. Ela se adapta melhor a temperatura ambiente, que é menor do que a temperatura corporal, por isso causa lesão, pois essa forma vai ficar na pele/ mucosa (nariz, boca e faringe). Habitat Vive nos macrófagos, pois a leishmania desenvolveu um mecanismo de escape para eles não matarem. Transmissão Vetorial pelo mosquito palha fêmea. O vetor é o flebotomíneo que vive perto de áreas com mata. Reservatórios Os animais que disponibilizam o protozoário para o vetor: - Roedores, tatu, tamanduá, gambá, macacos. - Cães, gatões, cavalos, homem. Os silvestres não adoecem. Formas clínicas FORMA CUTÂNEA Causada por todas as formas de Leishmania tegumentar. São lesões restritas para a pele que chega a necrosar o tecido. Aumenta com o tempo, causando a úlcera leishmaniose típica. O parasita fica na borda da lesão. Indolor, a não ser que tenha invasão bacteriana. Quando tem em mais de um local no corpo, pode ser mais de uma picada do mosquito ou metástase do parasita embaixo da pele. Começa pequena e cresce até um ponto que estaciona e regride. FORMA CUTANEOMUCOSA Causada só pela Leishmania braziliensis. Pode ser a evolução da forma cutânea não tratada, e começa a aparecer lesão na região nasobucofaringea. O primeiro sinal é no septo nasal, onde ele aumenta de tamanho e destrói ele todo, fazendo o nariz cair. Depois vai para o lábio superior, mucosa, faringe. Dolorosa, com um líquido fedido. Atrapalha a respiração e deglutição. Não tem cura espontânea. FORMA CUTÂNEO DIFUSA Causada por Leishmania amazonenses. Primeiro a pessoa vai ter uma lesão cutânea, e começa a parecer nódulos na pele que estão cheios de macrófagos com amastigota. É difícil o tratamento e só aumenta a quantidade de nódulos. Mecanismos imunológicos FORMA CUTÂNEA Após a APC conseguir processar o Ag e mostrar para o LyT, ele se diferencia em perfil Th1 e começa a produzir principalmente IFNy, que esse ativa o macrófago para produzir TNFa, e este que destrói a leishmania, levando ao estacionamento da lesão, e em seguida a regressão. Quem regula todo esse processo é a IL-10 do perfil Th2. FORMA CUTANEOMUCOSA A APC processa a leishmania e apresenta o Ag para o LyT, que se diferencia em Th1 e Th2. Mas, a IL-10 é produzida em baixa quantidade, então sua regulação para o perfil Th1 não é suficiente, causando uma resposta exagerada desse perfil, produzindo muita INFy, que ativa o macrófago e a produzir muita TNFa, o que passa a destruir tanto a leishmania, mas também destrói tecido. FORMA CUTÂNEO DIFUSA A APC processa o parasita e apresenta o Ag para o LyT, que se desvia apenas para o Th2, o qual não é curativo! Então, ele produz altos níveis de IL-10, e em quantidades tão altas assim acaba por bloquear a ativação do perfil Th1. Diagnóstico Clínico O diagnóstico laboratorial vai depender da característica da lesão, da anamnese e dos dados epidemiológicos. Pois tem lesões de pele, como dermatoses, tuberculoses cutâneas, úlceras... que podem confundir. É feita a pesquisa do parasita que está na borda da lesão, por biópsia, e quem faz isso é o médico. Coleta um fragmento macroscópico e leva para o laboratório, onde será feita uma lâmina com salina e coloração de Giemsa, e ao ver pelo microscópio é possível verificar a presença de amastigotas. Também pode fazer um meio de cultura em temperatura ambiente para verificar se tem o crescimento da forma promastigota do parasita. Quando a lesão é muito antiga não é possível encontrar o parasita, então é feito o teste intradérmico de Montenegro. Pega o Ag de leishmania que circula naquela região e o inocula intradérmico para ver se o paciente tem macrófagos contra ele, ou seja, se tem resposta imune celular. Se o nódulo tiver mais que 0,5cm é porque tem sim macrófagos que reconhece a leishmania. Epidemiologia Ocorre mais na região norte e nordeste, com alguns focos no sudeste e centro-oeste e sul, onde é encontrada áreas com mata. Profilaxia Tratar os doentes e combater o vetor, principalmente. Usar repelentes, telar janelas e construir casas a pelo menos 500m de mata. LEISHMANIOSE VISCERAL Maior parte dos casos leva a morte. Grande parte são assintomáticos. Etiologia Leishmania (Leishmania) infantum. Se adapta a nossa temperatura de 37º, por isso é visceral. Habitat Vive, principalmente, no fígado, baço e medula óssea, mas assim como nos macrófagos viscerais. Muito raro ficar no sangue e na pele. Reservatórios É quem disponibiliza o protozoário para o vetor. Homem quase nunca é o reservatório para o vetor. Cão (pode ou não adoecer) e raposa (reservatório silvestre) o protozoário se encontra nas vísceras e pele/sangue. Vetor Lutzomyia longipalpis/cruzi. Só fêmea. Faz criadouro nos quintais de casa (lugar sombreado,úmido, com entulhos). Transmissão Vetorial. Acidentes de trabalho e transfusão são muito raros. Imunidade A APC processa o Ag e mostra para o LyT, o qual se diferencia apenas para perfil Th2, produzindo altos níveis de IL-10 que bloqueia a ativação do perfil Th1, o que acaba por não levar a cura pois não tem a ativação dos macrófagos ao combate do parasita. O paciente curado reverteu esse curso, ou seja, consegue ativar o perfil Th1. Patogenia Longo período de incubação (2- 7 meses). Causa febre durante o período de visceralização. Ocorre uma hiperplasia e hipertrofia das células do SMF, aumentando em número e tamanho. Consequentemente, aumenta o tamanho dos órgãos afetados (esplenomegalia, hepatomegalia e diminui a produção de albumina). Ocorre alteração no tecido hemocitopoético (tecido formador de sangue ↓, pancitopenia), alteração renal (deposição de complexos imunes em grandes quantidades, levando a lesão e alterando a função renal), alterações pulmonares (leishmania bloqueia as células que protegem os pulmões). Forma sintomática crônica ou Calazar clássico Tem febre, causa caquexia (emagrecimento), edema de pés e mãos pela diminuição de albumina, abdome volumoso pelos órgãos aumentados, tosse, diarreia, vômitos, dispneia, dores musculares, sangramento nasal e gengival... Complicações Pneumonia e broncopneumonia pois as células do SMF que protegem essa área estão bloqueadas pois a leishmania está usando para a multiplicação. Assim como tuberculose (pode ter a reativação da tuberculose latente, onde estava silenciada pois o perfil Th1 estava ativado, mas agora ativou o Th2 que bloqueia o Th1), diarreia e disenteria. Otite média, gengivite e estomatite (inflamação da mucosa oral), onde as células de defesa estão bloqueadas pela leishmania. Diagnóstico Critérios epidemiológicos: procedência do paciente, histórico de viagem, ocorrência de casos caninos e presença do vetor. Critérios clínicos: febre irregular, hepatoesplenomegalia, anemia e manifestações hemorrágicas. Laboratorial Pesquisa direta do parasita aspirando a medula óssea, que será mandado para o laboratório e é feito um esfregaço. Métodos imunológicos (imunofluorescência indireta, ELISA, imunocromatografia- mais indicado). Pode ser achado anemia normocítica e normocrômica e depois vira microcítica e hipocrômica, pancitopenia, enzimas hepáticas alteradas, albumina diminuída e globulinas aumentadas. Profilaxia Tratar os casos humanos. Controle dos reservatórios (vacina e uso de coleiras nos cachorros) e combate ao vetor (limpeza dos quintais). Tratamento Tem apenas 2 medicamentos que são distribuídos pelo SUS: - Glucantime (antimoniato de N- metil glucamina). É altamente tóxico. - Anfotericina B lipossomal. É usado para gestantes, imunodepremidos, idosos, crianças menos de 2 anos... É menos tóxico. Não é a primeira escolha pois é mais caro.
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