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PROFESSOR: BRUNO BICA, ME. Estruturas de Concreto ESTRUTURAS DE CONCRETO AULA 5: Dimensionamento de vigas sob flexão • Sistema estrutural constituído de pilar + viga + pilar; • Alvenaria apoiada sobre a viga; • A viga vai tender a fletir (sofrer uma flexão!) UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO 5,0 m 2,80 m 0,2 m0,2 m UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO 5,0 m 2,80 m 0,2 m0,2 m • A viga deve suportar as cargas descarregadas nela; • O movimento ocorrido na viga resultante dessa flexão pode ser admissível até certo ponto... • Como dimensionar essa viga (definir a armadura e a seção transversal) para que ela resista a estes esforços gerando deformações admissíveis? UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO 5,0 m 2,80 m 0,2 m0,2 m • Pilares são representados como apoios; • Alvenaria (por exemplo) é representada como carga distribuída; • Comprimento da viga: de eixo a eixo dos pilares: 𝑙 = 0,1 + 5,0 + 0,1 = 5,2 𝑚 5,2 m Introdução • Relembrando a definição de VIGA: elemento linear (uma das dimensões – comprimento – muito maior que as outras duas dimensões – seção transversal): • EIXO LONGITUDINAL: A linha que une o centro de gravidade de todas as seções transversais; UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Introdução • Submetemos esse elemento linear a cargas perpendiculares ao eixo longitudinal; • O elemento linear desenvolve em sua seções transversais solicitações de momento fletor (M) e esforço cortante (C), sendo M responsável pela flexão e C responsável pelo cisalhamento da viga; UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Lembrete: o momento fletor pode ser considerado como a tendência dessa viga em girar em torno de um eixo. Tipos de flexão • Flexão pura: quando o único esforço interno é o momento fletor. Ou seja, esforço cortante e esforço normal nulos (𝐶 = 𝑁 = 0 e 𝑀 ≠ 0); • Flexão simples: quando não há esforço normal atuando na seção. Esforço cisalhante e momento fletor são considerados (𝑁 = 0, 𝐶 ≠ 0 e 𝑀 ≠ 0); UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Tipos de flexão – Flexão normal (reta): quando o plano de carregamento (ou de sua resultante) é perpendicular à linha neutra (LN = linha da seção transversal em que a tensão é nula); – Flexão oblíqua: quando o plano de carregamento não é normal à LN (comum em pilares); UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Tipos de flexão: viga biapoiada apoiada UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Trecho Cortante Normal Momento fletor Tipo de flexão AB ≠0 Nula ≠0 Flexão simples BC Nula Nula ≠0 Flexão pura CD ≠0 Nula ≠0 Flexão simples 𝑴𝒎á𝒙 Armadura de flexão • A armadura de flexão (longitudinal) é a armadura que vai resistir aos esforços causados pelo momento fletor (tensões normais na seção); • O cálculo da armadura é feita no ELU (estado limite que leva a ruptura): – Impõe que, na seção mais solicitada, sejam alcançadas as deformações específicas limites dos dois materiais; –OU SEJA, o ELU pode ocorrer pela ruptura do concreto comprimido e/ou pela deformação excessiva da armadura tracionada. UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Relembrando... UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Abordaremos no curso o cálculo para C20 até C50; • Concreto 𝜀𝑐2= deformação especifica do concreto no limite elástico-plástico; 𝜀𝑐𝑢= deformação específica do concreto no limite de ruptura; Relembrando... UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO • Aço 𝑓𝑦𝑑 = 𝑓𝑦𝑘 1,15 ε𝑦𝑑 = 𝑓𝑦𝒅 𝑬𝑠 𝑓𝑦𝑘= resistência característica de escoamento; 𝑓𝑦𝑑= resistência de escoamento de cálculo; 𝜀𝑦𝑑= deformação específica que corresponde ao início do patamar de escoamento; AÇO 𝒇𝒚𝒌 (MPa) 𝜺𝒚𝒅 (%) CA25 250 0,104 CA50 500 0,207 CA60 600 0,248 • Viga de concreto armado biapoiada sujeita a um carregamento crescente = momento fletor crescente (de zero até o valor que leve a viga ao colapso); • A seção transversal da viga, submetida ao momento fletor crescente, passa por três níveis de deformação (ESTÁDIOS); • Os estádios determinam o comportamento da peça até sua ruptura. Processo de colapso de vigas sob tensões normais UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO ESTÁDIO I: Momento fletor 𝑀𝐼 de pequena intensidade; • 𝑀𝐼 provoca tensões de tração (𝜎𝑐𝑡 ) que não ultrapassam a resistência à tração do concreto (𝑓𝑐𝑡); • O aço não trabalha, pois o concreto sozinho resiste à tensão de tração imposta; ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO 𝑅𝐶𝐶: resultante das tensões no concreto comprimido; 𝑹𝒄𝒕 : resultante do concreto tracionado; ℎ: altura total da viga; 𝑑: altura útil da viga (até o CG das barras de aço tracionadas); 𝜎 = 𝑀. 𝑦 𝐼 • Estádio I acaba quando 𝜎𝑐𝑡 = 𝑓𝑐𝑡, ou seja, quando se inicia a fissuração; • É no Estádio I que é feito o cálculo do momento de fissuração, que separa o estádio I do estádio II. Conhecido o momento de fissuração, é possível calcular a armadura mínima, de modo que esta seja capaz de absorver, com adequada segurança, as tensões causadas por um momento fletor de mesma magnitude. UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO 𝑅𝐶𝐶: resultante das tensões no concreto comprimido; 𝑅𝑐𝑡 : resultante do concreto tracionado; ℎ: altura total da viga; 𝑑: altura útil da viga (até o CG das barras de aço tracionadas); ESTÁDIO II: Estado de fissuração; • 𝑀𝐼𝐼 provoca tensões de tração (𝜎𝑐𝑡) superiores a resistência à tração do concreto (𝑓𝑐𝑡); • Não se considera mais a resistência à tração do concreto (está fissurado) e apenas o aço passa a resistir as tensões de tração; UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO 𝑅𝐶𝐶: resultante das tensões no concreto comprimido; 𝑹𝒔: resultante da força no aço tracionado; • A parte comprimida da seção ainda mantém um diagrama linear de tensões, permanecendo válida a lei de Hooke; • O estádio II termina com o início da plastificação do concreto comprimido. • O estádio II é utilizado para a verificação da peça em serviço (estado limite de abertura de fissuras e de deformações excessivas). UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO ESTÁDIO III: ELU • Aumenta-se o momento fletor até o valor próximo ao de ruína do elemento (𝑀𝑢); • Fibras mais comprimidas do concreto começa a plastificar a partir de 𝜀𝑐2 = 2‰, atingindo, sem aumento de tensão, a 𝜀𝑐𝑢 = 3,5‰; • O diagrama de tensões tende a ficar uniforme (vertical) = quase todas as fibras trabalham com sua tensão máxima de compressão (2‰ e 3,5‰); UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Diagrama parábola- retângulo ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO • A peça está bastante fissurada com as fissuras aproximando-se da LN, fazendo com que sua profundidade diminua e a região comprimida do concreto também; • É no estádio III que é feito o dimensionamento (“cálculo na ruptura” ou “cálculo do estádio III”). UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO a. As seções transversais permanecem planas após a deformação; b. Perfeita aderência entre os materiais: a deformação específica de uma barra da armadura é igual a deformação específica do concreto adjacente; c. A resistência à tração do concreto deve ser desprezada no ELU; d. O encurtamento do concreto convencional no ELU é 𝜺𝒄𝟐 = 2,0%o e 𝜺𝒄𝒖 = 3,5%o; e. O alongamento máximo da armadura de tração é 10%o; f. A tensão na armadura é obtida a partir do diagrama tensão-deformação; g. Admite-se que a distribuição de tensões no concreto no ELU seja feita com base no diagrama tensão deformação simplificado; Hipóteses de cálculo (NBR 6118 – item 17.2.2) UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO • Diagrama parábola-retângulo: parábola de 2º grau com vértice na tensão correspondente a 𝜀 = 𝜀𝑐2 + trecho reto correspondente a deformações entre 𝜀𝑐2 (0,2%) e 𝜀𝑐𝑢 (0,35%); • Diagrama retangular equivalente: retângulo com 𝜎𝑐𝑑 = 0,85 𝑓𝑐𝑑 ou 𝜎𝑐𝑑 = 0,80 𝑓𝑐𝑑 e profundidade 𝑦 = 0,8 𝑥 DIAGRAMA TENSÃO DEFORMAÇÃO SIMPLIFICADO UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Porque realizar uma nova redução do valor da resistência do concreto?? 𝜎𝑐𝑑 = 0,85 𝑜𝑢 0,80 . 𝑓𝑐𝑑 𝑓𝑐𝑑= 𝑓𝑐𝑘 1,4 Principalmente: Efeito Rusch • O concreto tem resistência maior para cargas aplicadas rapidamente (ensaios de determinação de fck); • Na prática: peças estruturais submetidas a cargas permanentes que atuam durante toda a vida da estrutura; • Quando o carregamento é feito de forma lenta (com carga mantida), atinge-se a ruptura com valor abaixo de fc; UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO • d - altura útil: distância entre o centro de gravidade da armadura longitudinal tracionada e a fibra mais comprimida do concreto; • d’ – distância entre o centro de gravidade da armadura longitudinal comprimida e a face mais próxima da seção transversal (fibra mais tracionada do concreto); • MSd ou 𝑴𝒅– Momento solicitante de cálculo na seção (gerado pelas combinações últimas das ações); • MRd – Momento resistente de cálculo (calculado com fcd e fyd): máximo momento que a seção pode resistir (deve-se ter sempre 𝑀𝑆𝑑 ≤ 𝑀𝑅𝑑); • bw – Largura da seção transversal de vigas; • h – Altura total da seção transversal da peça; • z – Braço de alavanca: distância entre o ponto de aplicação da resultante das tensões normais de compressão no concreto e da resultante das tensões normais de tração no aço; • x – Profundidade ou altura da LN:; • y – Altura da LN convencional: do diagrama retangular. Definições e nomenclatura UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO z d’ • Situações de ruína! • A ruína é caracterizada pelas deformações específicas de cálculo do concreto e do aço que atingem (uma delas ou ambas) os valores máximos desses materiais; • SEIS domínios de deformação: conjuntos de 𝜀 do concreto e do aço ao longo de uma seção transversal retangular. O encurtamento do máximo do concreto convencional é 3,5%o; O alongamento máximo da armadura de tração é 10%o; Domínios de deformação no ELU UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Domínios de deformação no ELU UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Domínios de deformação no ELU UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Seção transversal indeformada = 2%o = 3,5%o Armadura Topo da viga = encurtando Armadura = alongando (tracionada), 𝜀𝑠 = 1% Ponto de deformação nula Domínios de deformação no ELU UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Reta a: • Tração uniforme: linha correspondente ao alongamento constante e igual a 10%o; • Admite-se que LN fica no infinito, pois não há ponto de deformação nula (x=-∞); Domínio 1: INÍCIO FIM 𝜀𝑐 10%o 0 𝜀𝑠 10%o 10%o 𝑥 -∞ 0 • Ruptura se dá por um alongamento excessivo da armadura; • Não tem compressão no concreto (só o aço trabalha) = situação não econômica! Domínios de deformação no ELU UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Domínio 2: 𝑥 3,5 = (𝑑 − 𝑥) 10 𝑥l𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒𝑑𝑜𝑚2 = 0,259. 𝑑 INÍCIO FIM 𝜀𝑐 0 3,5%o 𝜀𝑠 10%o 10%o 𝑥 0 0,259.d • Aço ainda na deformação limite; • Concreto com deformação entre 0 e 𝜀𝑐𝑢; x Domínios de deformação no ELU UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Domínio 3: INÍCIO FIM 𝜀𝑐 3,5%o 3,5%o 𝜀𝑠 10%o 𝜀𝑦𝑑 = 2,07%o (CA-50) 𝑥 0,259.d 0,628.d (CA-50) • Situação IDEAL = os dois materiais são aproveitados em seus limites; • Ruína ocorre com aviso prévio = aço escoando, antes de romper apresenta grandes deformações; 𝑥 3,5 = (𝑑 − 𝑥) 2,07 𝑥l𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒𝑑𝑜𝑚3 = 0,628. 𝑑 Domínios de deformação no ELU UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Domínio 4: INÍCIO FIM 𝜀𝑐 3,5%o 3,5%o 𝜀𝑠 𝜀𝑦𝑑 = 2,07%o (CA-50) 0 𝑥 0,628.d (CA-50) d • Ruína frágil = aço não escoou; • Só o concreto está trabalhando; • Peças que trabalham neste domínio são chamadas superarmadas e antieconômicas, pois o aço não é utilizado com toda sua capacidade resistente; Domínios de deformação no ELU UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Domínio 4a: INÍCIO FIM 𝜀𝑐 3,5%o 3,5%o 𝜀𝑠 0 comprimida 𝑥 d h • O concreto alcança a ruptura e o aço trabalha sob compressão; • Ruptura frágil. Domínios de deformação no ELU UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Domínio 5: • Início: fim do domínio 4a; Fim: reta b; (Giro no ponto C) • Na reta B, o concreto rompe com 𝜀𝑐 = 2,5%o; • LN está fora da seção:; • Ponto C: 𝑎 1,5 = 𝑎 − ℎ 2 𝑎 = 3 7 ℎ • Seção transversal está toda comprimida. Reta b: • Tem-se deformação uniforme de compressão, com encurtamento igual a 2‰; • Neste caso, x tende para + ∞. a • A dedução das equações será realizada considerando vigas com seção transversal retangular; • Conhecidos: fck do concreto, largura da seção (bw), altura útil (d) e o tipo de aço (fyd e 𝜀𝑦𝑑), o cálculo da quantidade de armadura longitudinal é feito de maneira simples a partir do equilíbrio das forças atuantes na seção transversal; UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Dimensionamento a flexão • Para proporcionar o adequado comportamento dúctil em vigas e lajes, a posição da LN no ELU deve obedecer ao limite (imposto pelo item 14.6.4.3 NBR 6118:2014) de: 𝒙/𝒅 ≤ 𝟎, 𝟒𝟓 para concretos até C50 • Assim, o dimensionamento fica limitado ao domínio 2 e apenas parte do domínio 3; Lembrando: limite domínios 2-3: x/d = 0,259 limite domínios 3-4: depende do tipo de aço, para CA-50 vale x/d = 0,628 UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Dimensionamento a flexão • A seção transversal da viga de concreto armado necessita apenas de armadura longitudinal tracionada; • Pode haver armadura longitudinal na região comprimida, porém apenas por questões construtivas (armadura de montagem para amarração dos estribos); • OU SEJA, na seção com armadura simples as tensões de compressão são resistidas unicamente pelo concreto e as de flexão/tração, pelo aço na região tracionada; • Para o equacionamento, parte-se das equações fundamentais do equilíbrio de um corpo qualquer: ∑𝐹 = 0 e ∑𝑀 = 0 UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Armadura simples UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO 𝑏𝑤 Seção transversal de uma viga retangular de base 𝒃𝒘 e altura 𝒉, sob flexão simples (solicitada pelo momento 𝑴), com armadura de área 𝑨𝒔; A área de concreto comprimido 𝑨𝒄 ′ é delimitada pela LN, que é demarcada pela distância 𝒙; A altura útil 𝒅 é a distância da fibra mais comprimida de concreto até o CG da armadura tracionada. UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO 𝑏𝑤 Diagrama de deformação ao longo da altura da seção; Mostra as deformações de compressão no concreto até a máxima deformação de encurtamento do concreto comprimido (𝜺𝒄𝒅) e a deformação correspondente na armadura tracionada (𝜺𝒔𝒅) Diagrama retangular simplificado com distribuição de tensões de compressão, com altura 𝑦 = 0,8 . 𝑥 e largura 𝜎𝑐𝑑 = 0,85 . 𝑓𝑐𝑑; UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Equilíbrio das FORÇAS • Na flexão simples não existem forças solicitantes externas, assim, a resultante da força atuante no concreto (𝑅𝑐𝑐) deve ser igual à força atuante na armadura (𝑅𝑠𝑡): ∑𝐹 = 0 𝑅𝑐𝑐 − 𝑅𝑠𝑡 = 0 𝑅𝑐𝑐 = 𝑅𝑠𝑡 UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Equacionamento (Eq.1) • Sabendo que 𝜎 = 𝐹/𝐴, consequentemente 𝐹 = 𝜎 . 𝐴. Temos: 𝑅𝑐𝑐 = 𝜎𝑐𝑑 . 𝐴𝑐 ′ 𝑅𝑠𝑡 = 𝜎𝑠𝑑 . 𝐴𝑠 E do diagrama retangular simplificado: 𝐴𝑐 ′ = 𝑏𝑤 . 𝑦 𝑦 = 0,8 . 𝑥 𝜎𝑐𝑑 = 0,85 . 𝑓𝑐𝑑 • Substituindo na Eq. 2, obtemos: 𝑅𝑐𝑐 = 0,85 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 0,8 𝑥 𝑅𝑐𝑐 = 0,68 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑥 UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Equacionamento (Eq.4) (Eq.2) (Eq.3) Equilíbrio dos MOMENTOS • O momento das forças internas em relação a qualquer ponto (no caso, em relação ao CG da armadura) (𝑀𝑟) deve ser igual ao momento externo de cálculo (𝑀𝑠): ∑𝑀 = 0 𝑀𝑟 −𝑀𝑠 = 0 𝑀𝑟 = 𝑀𝑠 = 𝑀𝑑 • Assim, temos: Momento resistente interno proporcionado pelo concreto comprimido: 𝑀𝑑 = 𝑅𝑐𝑐 . 𝑧 Momento resistente interno proporcionado pela armadura tracionada: 𝑀𝑑 = 𝑅𝑠𝑡 . 𝑧 UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Equacionamento Momento fletor de dimensionamento (ou projeto) 𝑴𝒅 = 𝟏, 𝟒 .𝑴 (Eq.5) (Eq.6) • Do diagrama retangular simplificado temos que 𝑧 = 𝑑 − 0,4 . 𝑥 • Portanto, substituindo nas Eq. 5 e 6: 𝑀𝑑 = 𝑅𝑐𝑐 . (𝑑 − 0,4. 𝑥) 𝑀𝑑 = 𝑅𝑠𝑡 . (𝑑 − 0,4. 𝑥) • Substituindo Eq. 4 em Eq. 7: 𝑀𝑑 = 0,68 . 𝑓𝑐𝑑. 𝑏𝑤 . 𝑥 (𝑑 − 0,4. 𝑥) 𝑀𝑑 = 0,68 . 𝑥 . 𝑑 − 0,272 . 𝑥2 . 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑 UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Equacionamento (Eq.7) (Eq.8) (Eq.9) Equação para calcular o momento resistente da viga! Braço de alavanca • Resolvendo a Eq.9, obtém-se 𝑥, o qual define a posição da LN: 𝑥 = 0,68 . 𝑑 ± 0,68. 𝑑 2 − 4 . 0,272 . 𝑀𝑑 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑 0,544 UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Posição da LN (Eq.10) Equação para calcular LN! • A verificação do domínio de deformação em que a peça atingirá o ELU depende da determinação da posição da LN, conforme Eq.10; • Calculado o valor de 𝒙 , compara-se com os valores de 𝒙 limites de cada domínio de deformação: limite domínios 2-3: 𝒙 = 𝟎, 𝟐𝟓𝟗 . 𝒅 limite domínios 3-4 depende do tipo de aço, para CA-50: 𝒙 = 𝟎, 𝟔𝟐𝟖. 𝒅 • Lembrando: a NBR 6118 limita a profundidade da LN (𝑥/𝑑 ≤ 0,45 para concretos até C50), de modo a garantir o comportamento dúctil da peça; UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Verificação do domínio 𝜀𝑐 𝜀𝑠 𝑥 𝑑 𝑥 𝜀𝑐 = 𝑑 𝜀𝑐+𝜀𝑠 𝑥 𝑑 = 𝜀𝑐 𝜀𝑐+𝜀𝑠 • A verificação do domínio de deformação em que a peça atingirá o ELU depende da determinação da posição da LN, conforme Eq.10; • Calculado o valor de 𝒙, compara-se com os valores de 𝒙 limites de cada domínio de deformação! 𝒙 limite domínios 2-3 = 0,259.d 𝒙 limite domínios 3-4 = depende do tipo de aço, para CA-50 vale 0,628.d • CASO a profundidade de LN exceda o limite, será necessário aumentar a altura útil da seção (ou utilizar armadura de compressão, como será visto adiante); UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Verificação do domínio • CASO a profundidade de LN exceda o limite de ductilidade imposto, alguma alteração deve ser proposta; • Vamos observar a equação 10, de determinação da profundidade da LN: • Assim, remetem-se as possíveis formas de reduzir o valor de x: – Reduzindo o valor do momento fletor solicitante (𝑀𝑑); – Aumentando a altura útil 𝑑 e, consequentemente, toda a altura da viga; – Aumentando a largura da viga (𝑏𝑤) – Aumentando a resistência do concreto (𝑓𝑐𝑑); • Na prática e pela maior eficiência na equação: aumento da altura da viga; UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Verificação do domínio 𝑥 = 0,68 . 𝑑 ± 0,68. 𝑑 2 − 4 . 0,272 . 𝑀𝑑 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑 0,544 → Vem da concepção estrutural → Quase sempre implica em aumento significativo de custos • Substituindo a Eq.3 na Eq.8: 𝑀𝑑 = 𝜎𝑠𝑑 . 𝐴𝑠 . 𝑑 − 0,4. 𝑥 Isolando 𝐴𝑠: 𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 𝜎𝑠𝑑(𝑑 − 0,4. 𝑥) Admitindo domínio 2 e parte do 3 (limitado a x = 0,45.d). Em qualquer destes domínios o aço já escoou e, portanto, 𝜎𝑠𝑑 = 𝑓𝑦𝑑. Assim, 𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 𝑓𝑦𝑑 . 𝑧 UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Área necessária de armadura (Eq.12) (Eq.11) Equação para calcular a área de aço da viga! Para uma seção retangular de concreto armado, preparada com concreto C20 e aço CA-50, com 𝑏𝑤 = 0,12 𝑚 e 𝑑 = 0,29 𝑚 sob a ação de um momento fletor 𝑀 = 12,2 𝑘𝑁.𝑚, determinar a área de aço da armadura longitudinal necessária (𝐴𝑠). RESOLUÇÃO: o Determinação do momento de cálculo: 𝑀𝑑 = 1,4 .𝑀 𝑀𝑑 = 1,4 . 12,2 𝑘𝑁.𝑚 𝑴𝒅 = 𝟏𝟕, 𝟎𝟖 𝒌𝑵.𝒎 UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Exercício 1 o Determinação da posição da LN (utilizo Eq 10): Do enunciado: 𝑑 = 0,29 𝑚 𝑓𝑐𝑘 = 20 𝑀𝑃𝑎 = 20000 kN/m² (concreto C20) 𝑥 = 0,68 . 0,29 𝑚 ± 0,68.0,29 𝑚 2 − 4 . 0,272 . 17,08 𝑘𝑁.𝑚 0,12 𝑚 . 20000 𝑘𝑁/𝑚² 1,4 0,544 𝑥 = 0,1972 ± 0,028048 0,544 𝑥1 = 0,1972 + 0,028048 0,544 = 0,67 𝑚 = 67 𝑐𝑚 𝑥2 = 0,1972 − 0,028048 0,544 = 0,0546 𝑚 = 5,46 𝑐𝑚 UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Exercício 1 ⟶ Fora da seção transversal ⟶ Posição da LN o Verificação do domínio: Posição da LN no problema: 𝑥 = 0,0546 𝑚 Dos domínios de deformação: 𝒙𝐥𝐢𝐦𝐢𝐭𝐞𝟐−𝟑 = 𝟎, 𝟐𝟓𝟗 . 𝒅 Como 𝑑 = 0,29 𝑚, temos 𝑥 𝑑 = 0,0546 0,29 = 𝟎, 𝟏𝟖𝟖 < 𝟎, 𝟐𝟓𝟗 Como o 𝒙/𝒅 do problema é menor que o 𝒙/𝒅 limite do domínio 2, temos que a seção transversal analisada está no domínio 2. Lembrando: no domínio 2 o aço já escoou, portanto 𝜎𝑠𝑑 = 𝑓𝑦𝑑 = 𝑓𝑦𝑘 1,15 UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Exercício 1 o Cálculo de As (Eq.12) 𝐴𝑠 = 𝑀𝑑 𝑓𝑦𝑑 . 𝑧 Dados: 𝑀𝑑 = 17,08 𝑘𝑁.𝑚 𝑓𝑦𝑘 = 500 𝑀𝑃𝑎 (𝐶𝐴 − 50) 𝑓𝑦𝑑 = 𝑓𝑦𝑘 1,15 Braço de alavanca: 𝑧 = 𝑑 − 0,4. 𝑥 𝑑 = 0,29 𝑚 𝑥 = 0,0546 𝑚 𝐴𝑠 = 17,08 𝑘𝑁.𝑚 50 𝑘𝑁/𝑐𝑚² 1,15 . (0,29 𝑚 − 0,4 . 0,0546 𝑚) 𝑨𝒔 = 𝟏, 𝟒𝟔 𝒄𝒎² UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Exercício 1 𝑓𝑦𝑘 = 500 𝑀𝑃𝑎 = 50 𝑘𝑁/𝑐𝑚² Para uma seção retangular de concreto armado, preparada com concreto C30 e aço CA-50, com 𝑏𝑤 = 0,15 𝑚 e 𝑑 = 0,35 𝑚 sob a ação de um momento fletor 𝑀 = 14,5 𝑘𝑁.𝑚, determinar a área de aço da armadura longitudinal necessária (𝐴𝑠). UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Exercício 2 • Agora deseja-se calcular o momento resistente máximo (𝑀𝑑 máx) sendo conhecida a armadura longitudinal; • Ao ser fixada a área de aço, a posição da LN fica automaticamente determinada e o valor encontrado não pode ser maior que 𝒙 = 𝟎, 𝟒𝟓 . 𝒅; 𝑥 = 𝐴𝑠 . 𝑓𝑦𝑑 0,68 . 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑 • O procedimento consiste em determinar 𝑥 (através da Eq. 13) e verificar a condição imposta (𝑥 deve ser menor que 0,45 . 𝑑); • EM CASO AFIRMATIVO, segue para o calculo de 𝑀𝑑 em função da área de aço (Eq. 11) e considerando 𝜎𝑠𝑑 = 𝑓𝑦𝑑 → dado o domínio, o aço já escoou; UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Momento máximo resistente (𝑀𝑑 𝑚á𝑥) conhecendo 𝐴𝑠 (Eq.13) 𝑀𝑑 = 𝜎𝑠𝑑 . 𝐴𝑠 . 𝑑 − 0,4. 𝑥 (Eq.11) Lembrando: 𝑀𝑑 = 1,4 .𝑀 Determinar o momento resistente de uma viga de seção retangular de CA, com largura 𝑏𝑤 = 12 𝑐𝑚 e 𝑑 = 17,65 𝑐𝑚 para uma armadura As = 0,5 cm². Dados: CA 50 e fck 20 MPA (20.000 kN/m²) RESOLUÇÃO: o Profundidade da LN: o Considerando-se inicialmente que a seção trabalhe nos domínios 2 e 3 (𝜎𝑠𝑑 = 𝑓𝑦𝑑) 𝑥 = 𝐴𝑠 .𝑓𝑦𝑑 0,68 .𝑏𝑤 .𝑓𝑐𝑑 = 𝑥 = 0,5 .( 50 1,15 ) 0,68 .0,12.( 20000 1,4 ) = 0,0186 m UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Exercício 3 Determinar o momento resistente de uma viga de seção retangular de CA, com largura 𝑏𝑤 = 12 𝑐𝑚 e 𝑑 = 17,65 𝑐𝑚 para uma armadura As = 0,5 cm². Dados: CA 50 e fck 20 MPA (20.000 kN/m²) RESOLUÇÃO: o Verificação da posição da linha neutra (domínio) em que a viga trabalha: o Com os limites entre os domínios 2 e 3 e entre 3 e o limite de x = 0,45 d, verificamos a posição da LN para o valor encontrado (x = 0,0186 m) 𝑋2−3 = 0,259 . d 𝑋2−3 = 0,259 . 0,1765 m = 0,0457 m 𝑋0,45 = 0,45 . d 𝑋0,45 = 0,45 . 0,1765 = 0,0794 m 0,0186 m < 0,0457 m Estamos no domínio 2 UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Exercício 3 Determinar o momento resistente de uma viga de seção retangular de CA, com largura 𝑏𝑤 = 12 𝑐𝑚 e 𝑑 = 17,65 𝑐𝑚 para uma armadura As = 0,5 cm². Dados: CA 50 e fck 20 MPA (20.000 kN/m²) RESOLUÇÃO: o Cálculo do momento resistente: 𝑀𝑑 = 50 kN/cm²/1,15 . 0,5 cm² .(0,1765 m – 0,4 . 0,0186 m) Md = 3,675 kN.m (Momento resistente da viga) Md = M . 1,4 ~~isolando M~~ M = Md / 1,4 M = 3,675 / 1,4 = 2,625 kN.m (Máximo momento que pode atuar na viga; 1,4 = coeficiente que minora as cargas) UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Exercício 3 𝑀𝑑 = 𝜎𝑠𝑑 . 𝐴𝑠 . 𝑑 − 0,4. 𝑥 Determinar o domínio e o momento resistente de uma viga de seção retangular de CA, com largura 𝑏𝑤 = 12 𝑐𝑚 e 𝑑 = 17,65 𝑐𝑚 para uma armadura As = 2 cm². Dados: CA 50 e fck 20 MPA (20.000 kN/m²) Resp.: Md = 12,753 kN. M UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Exercício 4 • Para o cálculo de 𝑑𝑚𝑖𝑛 deve-se impor 𝑥/𝑑 = 0,45 no cálculo de 𝑀𝑑; • Chamando-se 𝜉 = 𝑥 𝑑 , tem-se 𝑥 = 𝜉. 𝑑, que colocado na equação acima: 𝑀𝑑 = 0,68. 𝜉. 𝑑2 − 0,272. 𝜉2. 𝑑2 • Isolando-se d, tem-se: 𝑑 = 𝑀𝑑 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑 . 0,68. 𝜉 − 0,272. 𝜉2 • Como x/d = 0,45 e 𝜉 = 𝑥 𝑑 , então, 𝜉 = 0,45. Substituindo-se na equação 3.14 obtém-se dmín. 𝑑𝑚í𝑛 = 2. 𝑀𝑑 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑 UC 019 ESTRUTURAS DE CONCRETO Altura útil mínima de uma seção com armadura simples (𝑑𝑚𝑖𝑛) (Eq.9)𝑀𝑑 = 0,68 . 𝑥 . 𝑑 − 0,272 . 𝑥2. 𝑏𝑤 . 𝑓𝑐𝑑 (Eq.14)
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