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Queixa-Crime por Difamação

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EXMO. JUÍZO DE DIREITO DO JUIZADO CRIMINAL DA COMARCA DE CABO FRIO 
 
 
 
 
 
 
ALBERTO OLIVEIRA, brasileiro, divorciado, administrador de empresas, residente e 
domiciliado na Rua , neste ato representado por membro da Defensoria Pública do 
Estado de São Paulo que esta subscreve, independentemente de mandato, na forma do artigo 
16, parágrafo único da Lei n. 1.060/50 c/c o artigo da Lei Complementar Estadual n. , 
artigo 128 da Lei Complementar 80/94 e artigo 134 da Constituição Federal, vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, oferecer 
 
QUEIXA-CRIME 
 
Em face de SAMUEL MARTINS., brasileiro, solteiro, pintor, residente e domiciliado na Rua 
e CARLOS RIBEIRO, brasileiro, casado, ator, residente e domiciliado na Rua , com 
fulcro no artigo 30 do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir 
aduzidas. 
 
I – DOS FATOS 
 
Nos dias 07/01/10, 08/01/10, 13/01/10 e 15/01/10, Samuel M., o querelado, atribuiu falsamente 
a Alberto O., a vítima, fatos que foram erroneamente caracterizados como crime, além de proferir 
comentários prejudiciais à sua reputação, desrespeitando a dignidade e o decoro. Adicionalmente, 
em 08/01/10, Carlos R., também querelado, ciente da falsidade das acusações feitas por Samuel 
contra Alberto, as divulgou através da mídia. 
 
Samuel V., sabendo da falta de veracidade, acusou Alberto, dirigente do clube esportivo LX FC, 
de ter "roubado" o clube e os torcedores, alegando a apropriação indevida de R$ 5.000.000,00 
(cinco milhões de reais) pertencentes à pessoa jurídica, quando ocupava o cargo de diretor-geral 
durante a venda do jogador Y em 20/12/08. Além disso, durante o programa de televisão Futebol 
da Hora, em 07/01/10, às 21h30, no canal VX, Samuel completou as acusações afirmando que o 
querelante teria gastado parte do dinheiro supostamente roubado em festas, bebidas, drogas e 
prostitutas. Essas declarações foram reproduzidas no blog do comentarista esportivo, em 
www.samuelm.futbol.xx, em 08/01/10, e no jornal impresso Notícias do Futebol, de circulação 
nacional, na edição de 08/01/10. Importante notar que o canal de televisão VX e o jornal Notícias 
do Futebol pertencem ao mesmo grupo econômico, sendo Carlos R. o diretor-geral e redator-
chefe. Toda a divulgação foi realizada por ordem direta e explícita do segundo querelado. 
 
Continuando a prática criminosa, Samuel M. afirmou, em 13/01/10, em seu blog pessoal na 
internet, que o dirigente não possuía capacidade para administrar o clube, sendo "burro, de 
capacidade intelectual inferior a de uma barata", resultando na falência do clube, embora estivesse 
com os bolsos cheios de dinheiro do clube e dos torcedores. 
 
Por fim, na edição de seu blog em 15/01/10, Samuel alegou que o dirigente do clube estava tão 
decadente que passou a ter relacionamentos com homens, o que teria levado sua mulher a deixá-
lo. A evidência material do crime está clara através da gravação em DVD do programa de 
televisão (doc. 1), da edição do jornal impresso que divulgou a matéria (doc. 3) e das cópias de 
páginas e registros retirados da internet (doc. 2). A autoria é igualmente comprovada, sendo 
notório que Samuel foi responsável pelas ofensas contra a vítima, e Carlos, por ordenar a 
veiculação das difamações nos meios de comunicação mencionados. 
 
II - DOS FUNDAMENTOS 
 
O primeiro querelado, ao ter acusado a vítima de ter “roubado”, na realidade imputou-
lhe, falsamente, fato definido como crime, a saber, apropriação indébita. Assim, acusou-a 
injustamente de ter se apropriado de coisa alheia móvel, de que tinha posse, ou seja, de 
capital advindo da venda de jogador do clube. A conduta de Samuel, nesses moldes, adequa-se 
perfeitamente ao tipo previsto no artigo 138 do Código Penal. 
 
O mesmo querelado, ao afirmar que a vítima “já teria gastado parte da fortuna roubada, 
com festas, bebidas, drogas e prostitutas”, ofendeu a honra objetiva, isto é, sua reputação para 
com a sociedade. Tal comportamento, por sua vez, amolda-se ao tipo previsto no art. 139 do 
CP (difamação), posto que fora imputado fato ofensivo à reputação do ofendido. 
 
Ademais, exclusivamente no que tange ao primeiro querelado, cometeu ato ofensor à honra 
subjetiva da vítima, atingindo sua autoestima, ao afirmar que ela seria “burra”, de capacidade 
intelectual inferior a de uma barata, fato esse que se amolda ao tipo do art. 140 do CP (injúria). 
E, mais uma vez, Samuel difamou o querelado ao afirmar que o dirigente estaria decadente e, 
por tal motivo, passou a sair com homens. Reitera-se a tipificação do delito de difamação. 
 
Por fim, vale ressaltar que Carlos incorreu no artigo 138, § 1º, do CP, por ter divulgado, de 
forma consciente e voluntária, a imputação falsa de fato criminoso à vítima. 
Destarte, restou amplamente demonstrada a conduta típica dos querelados, devendo Samuel 
condenado, em concurso material de crimes, nas penas dos artigos 138, 139 e 140 c/c art. 
141, III, todos do Código Penal e Teodoro condenado, em concurso material, nas penas do 
art. 138, § 1º c/c art. 141, III, também do Código Penal. 
 
III - DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer seja recebida e autuada a presente queixa-crime, determinando-se 
a citação dos querelados para serem processados e ao final condenados, sendo o primeiro nas 
penas dos arts. 138, 139 e 140 c/c arts. 69 e 141, III, todos do Código Penal e o segundo nas 
penas do art. 138, § 1º c/c arts. 69 e 141, III, todos do Código Penal. 
Requer, outrossim, a notificação e oitiva das testemunhas arroladas a seguir: 
 
1. Nome, endereço; 
2. Nome, endereço; 
 
Termos em que pede deferimento
 
 
Cabo Frio, 18 de abril de 2010 
 
Advogado 
OAB

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