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Ética, Moral e Saúde Conteudista Prof.ª M.ª Márcia Regina Pinez Mendes Revisão Textual Esp. Jéssica Dante 2 OBJETIVOS DA UNIDADE Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo on-line para que você assista à videoaula. Será muito importante para o entendimento do conteúdo. Este arquivo PDF contém o mesmo conteúdo visto on-line. Sua dis- ponibilização é para consulta off-line e possibilidade de impressão. No entanto, recomendamos que acesse o conteúdo on-line para melhor aproveitamento. • Discutir o que é ética e moral; • Entender os conceitos de ética, relacionados à saúde, aplicando na profissão de terapeuta ocupacional; • Conhecer o código de ética da profissão. 3 Critério Ético e Posturas Morais Para vivermos em sociedade, precisamos de um comportamento ético e moral, que apesar de se complementarem, não são sinônimos. Ética Moral Figura 1 – Ética e moral Fonte: Adaptada de Getty Images #ParaTodosVerem: a imagem é de um cenário com o céu azul-claro com três nuvens brancas e uma superfície em marrom, que tem sobre esta superfície e no centro, um boneco com calça marrom e camisa branca, do seu lado direito uma placa branca escrito moral, e do seu lado esquerdo, uma placa branca escrito ética. Fim da descrição. Define-se ética, que vem do grego ethos, “aquilo que pertence ao bom costume”, como um conjunto de valores e princípios que uma pessoa possui, decidindo as questões do seu dia a dia. Ela é uma reflexão sobre as ações humanas, e está li- gada a valores individuais, conforme cultura e religião a que esse grupo pertence. Então, a ética consiste numa forma de postura e num modo de ser, sendo uma maneira de lidar com as diversas situações da vida e os modos como estabelece- mos relações com outras pessoas. Já moral, do latim “mores”, que significa “relativo aos costumes”, é o conjunto de normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos em uma 4 comunidade social, e que são utilizadas como elementos norteadores dos julga- mentos sobre o que é certo ou errado, moral ou imoral, bem como as suas ações. A ética e a moral são valores importantes e necessários para regular a convivência em uma sociedade, ajudando a moldar as pessoas. As pessoas que prezam por agir com princípios éticos e morais tornam-se mais tolerantes às diferenças, respeitando ao próximo e as leis, sendo justo e empático em tomadas de decisão. Portanto: Quadro 1 – Diferenças entre ética e moral Ética Moral É a reflexão filosófica sobre a moral (caráter teórico) Tem caráter prático (com força normativa) É permanente, pois é universal É temporária, pois é cultural É princípio São aspectos de condutas específicas É a ciência que estuda a moral (diretamente relacionada à Política e à Filosofia) Está relacionada com os hábitos e costumes (determinados grupos sociais) Para a pessoa apresentar um comportamento ético, é necessário seu crescimen- to pessoal, e assim, seu amadurecimento. A pessoa madura é tolerante à frus- tração, apresentando reações emocionais de intensidade amena, com maior ca- pacidade de adaptação comportamental, tornando-a mais sensível e disponível, respeitando os limites dos demais, quando em uma situação social. 5 A Ética Profissional na Área de Saúde No exercício de uma profissão, a reflexão sobre a ética profissional deve prece- der a prática profissional. Ao escolher uma profissão, o conjunto de deveres pro- fissionais passa a ser obrigatório; e a reflexão sobre os princípios éticos profis- sionais deve ser tão importante na formação profissional quanto o aprendizado das habilidades e competências para essa profissão. Ao terminar a formação em nível superior, faz-se um juramento que significa sua adesão e comprometimento com a categoria profissional onde formalmente in- gressa, caracterizando o aspecto moral da chamada Ética Profissional. Os princípios éticos do profissional de saúde estão diretamente relacionados à capacidade de prestar um atendimento humanizado e responsável ao paciente, guiando a tomada de decisão em situações de urgência, que devem ter uma escolha rápida por parte do profissional, considerando sempre o bem-estar do paciente como o principal objetivo a ser alcançado. O comportamento ético na saúde é primordial para tratar a individualidade de forma humanizada. Buscar atualização e aperfeiçoamento para conquistar a cre- dibilidade não são suficientes, é preciso também ter uma postura ética. Os códigos de ética de todas as profissões não trazem todas as atividades que uma pessoa pode exercer. Mas atitudes de generosidade e cooperação no traba- lho em equipe fazem parte de um conjunto de atividades que mostram a proati- vidade do profissional. O cuidado na relação com o paciente é essencial e todos os profissionais devem ser cautelosos ao fazer aproximações emocionais com os pacientes, estabele- cendo uma separação clara entre o que é profissional e o que é um sentimento de amizade ou coleguismo. Nos códigos de ética das categorias de saúde, alguns princípios são destacados para todas essas áreas: • Respeitar integralmente a dignidade da pessoa humana: não fazer qualquer discriminação que possa prejudicar o bem-estar do paciente por motivo de raça, religião, gênero, entre outros; 6 • Zelo: deve-se desenvolver as atividades com dedicação e cuidado, obe- decendo os preceitos éticos, morais e legais da profissão; • Sigilo: garantir que todas as informações do paciente, tanto seus dados como seu caso clínico, sejam mantidas em segredo profissional, assim como a discussão do caso do paciente seja apenas com profissionais envolvidos no atendimento; • Aprimoramento profissional: deve-se buscar a qualificação profissio- nal adequada, não aceitando função ou atividade que não está apto a desenvolver; • Denunciar erros técnicos: o ambiente deve ser adequado aos serviços oferecidos, e o profissional não deve ser conivente com o mau exercício da profissão por parte de colegas. Inclusive, na falta de EPIs, deve denunciar; • Ser solidário: sempre ser colaborativo e solidário com seus colegas de equipe, com isto, buscar a unidade nas práticas diárias; • Nunca buscar vantagens pessoais: não ser conivente ou cúmplice em práticas antiéticas visando ganhos pessoais. Cuida doIntegridade Competên cia Figura 2 – Qualidades profissionais Fonte: Adaptada de Freepik #ParaTodosVerem: a Figura tem fundo azul-escuro, no centro um desenho representando uma mulher com cabelo preto e blusa turquesa tendo por cima um jaleco branco. Ao seu lado direito, um homem de com cabelo preto curto, óculos, uma blusa turquesa e jaleco. Os dois possuem um estetoscópio pendurado em seus pescoços, e a mulher segura uma prancheta e uma caneta. Em volta desse desenho, vários ícones: comprimidos, frascos de medicamentos, uma seringa, algumas plantas e três setas, sendo duas à esquerda, uma em amarelo escrito integridade, e outra verde escuro embaixo, escrito competência. À direita, uma seta em azul, escrito cuidado. Fim da descrição. 7 Por lidarem com o direito e acesso aos cuidados de saúde, com as pessoas e, acima de tudo, com a vida humana e a qualidade de vida, os profissionais de saúde devem ter mais atenção para as questões de ética. Para proteger os profissionais, a categoria como um todo e as pessoas que de- pendem daquele profissional, as leis de cada profissão são elaboradas. O profis- sional deve estar sempre bem-informado, acompanhando tanto as mudanças nos conhecimentos técnicos da sua área, como nos aspectos legais e normativos. Como a humanização nos mais variados campos é debatida e estimulada na sociedade, conhecer e aplicar a ética na saúde torna-se fundamental. Antes, os pacientes aceitavam as orientações sem questionarem; hoje, a exigência é bem maior do profissional. Respeitar as necessidades individuais e conquistar a confiança de forma natural e gradual é fundamental, esclarecendo os procedimentos, debatendo as dúvi- das e transmitindo segurançacom um linguajar compreensível e adequado para quem não é da área. Mesmo com toda a evolução nesse aspecto, muitos obstáculos ainda existem e devem ser superados, para então garantir uma ética eficiente e aplicada pelos profissionais de saúde, com uma atuação mais efetiva da equipe multidisciplinar. Por esta razão, o desafio tem início na formação acadêmica, mostrando a im- portância de uma abordagem com caráter humanizado, incentivando a atuação holística dos profissionais. A Ética e o Profissional de Reabilitação Seja na reabilitação física ou psíquica está implícita, em maior ou menor grau, uma reabilitação social e, nela, a necessidade da reabilitação psíquica e/ou física. Entre os séculos XX e início do século XXI, a preocupação foi com o avanço tecno- lógico e a importância da ética na reabilitação, pois o aumento da expectativa de vida dos pacientes, os dilemas éticos, envolvem a funcionalidade dos pacientes, alocação de recursos e seleção dos pacientes. A palavra reabilitação está associada a duas ideias: a da restituição e a de nor- malização, ou seja, voltar ao estado anterior. Mas, em algumas situações, não 8 existe a possibilidade dessa restituição, e sim, de aquisição. Aquisição de movi- mentos, de funcionalidade. A reabilitação visa facilitar a recuperação mental e/ou física da pessoa e pode ser realizada com vários profissionais das áreas da saúde e da educação: terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeuta, psicólogos e psicopedagogos. Alguns elementos são importantes e comuns a toda situação de reabilitação, e que têm fortes implicações éticas: vulnerabilidade, discriminação, estigmatiza- ção, preconceito, equidade, justiça, solidariedade. • Vulnerabilidade: a pessoa em reabilitação está submetida a uma série de fatores que levam a maior vulnerabilidade, a própria dependência imposta pela incapacidade, é um dos fortes componentes. A vulnerabili- dade nem sempre é verbalizada pelo paciente, e não é avaliada devida- mente pela equipe, pela família e pela sociedade; • Discriminação: pensando-se em atenção e cuidados de saúde, não cabe qualquer tipo de discriminação no sentido de segregação pejorativa, de nenhuma pessoa em reabilitação. Mas, tanto nas práticas de assistência à saúde como nas práticas sociais, a discriminação está presente; • Estigmatização: o ato de estigmatizar atinge principalmente a pessoa que está com sua vulnerabilidade exacerbada. Na área da saúde, dis- criminar e estigmatizar vêm de muito tempo. Os primeiros hospitais e asilos localizados nas áreas periféricas da cidade para “esconder” as pes- soas do resto da sociedade, como foi visto com os tuberculosos, os pa- cientes com hanseníase e aqueles com perturbações mentais; • Equidade: não se deve comparar com igualdade. O paciente que necessita de reabilitação nem sempre pode ser tratado de modo igual ao que não necessita de reabilitação. A equidade exige que se trate de maneira igual o que for igual e de maneira desigual o que for desigual para, assim, atingir a melhor igualdade; • Justiça: na reabilitação, justiça deve analisar interesses em cada caso, aplicando a equidade para atingir a igualdade e a justiça social; • Preconceito: está associado à estigmatização e discriminação, levando à exclusão; • Solidariedade e assistencialismo: solidariedade implica em atos, assu- mindo ou compartilhando deveres e/ou compromissos, respeitando e 9 desenvolvendo autonomia, reconhecendo limitações e avaliando as res- ponsabilidades. Algumas dicas são importantes para adotar uma conduta mais ética na reabilita- ção, no relacionamento com o paciente e até mesmo na interação com a equipe em que está inserido: • Respeitar a equipe multidisciplinar: o bom relacionamento com os de- mais profissionais da equipe multidisciplinar é o ponto de partida para se manter a ética no processo de reabilitação. Deve-se acreditar nos inte- grantes do grupo, valorizando a atuação de todos. Ao sinal de qualquer divergência, toda a equipe deve se reunir e debater sobre o assunto, evitando qualquer engano moral perante os pacientes; • Manter o sigilo do paciente: este é um princípio ético indispensável, tomando-se o cuidado para não divulgar quaisquer informações que te- nham origem nas consultas. Deve-se manter em segredo todas as in- formações clínicas, sejam provenientes de estudos compartilhados ou debatidos pela equipe multidisciplinar; • Ter cuidado na relação com o paciente: todos os profissionais devem ser cuidadosos ao fazer qualquer aproximação emocional com o pacien- te, sinalizando sempre o profissionalismo, valendo-se do tratamento pela titulação profissional, do uso constante do jaleco ou uniforme, e do próprio comportamento; • Respeitar as normas internas e externas: as associações de classe es- pecíficas procuram regular a prática, normatizando a atuação dos pro- fissionais, defendendo os seus direitos. São estabelecidos os códigos de ética para assim, nortear e estimular uma atuação positiva dentro da moral vigente na época e local. Além disso, regras internas de hospitais, clínicas e postos de saúde devem ser respeitadas; • Saber usar as mídias sociais: com o avanço da tecnologia e o poder das mídias sociais e dos aplicativos de comunicação, deve-se ter atenção para algumas implicações quanto à ética na saúde, tendo-se o cuidado com a maneira de se comunicar com os pacientes e com outros integran- tes da equipe multidisciplinar. Não é permitido fazer qualquer publicida- de que prometa resultados. 10 Código de Ética do Terapeuta Ocupacional As discussões éticas no trabalho e o controle das atividades profissionais de determinado grupo profissional, estabelecendo-se deveres e responsabilida- des que devem ser exercidas por uma classe profissional faz surgir o Código de Ética Profissional, que orientam a prática profissional e o comportamento desses profissionais. No Brasil, o Código de Ética Profissional da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional surgiu em 1978, pela resolução do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, após a regulamentação da profissão em 1969, com a publicação do Decreto-Lei 938. Com a Resolução 425 de 03/05/2013, o COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), estabelece o Código de Ética e Deontologia da Terapia Ocupacional: Leitura Confira mais sobre o código de Ética e Deon- tologia da Terapia Ocupacional no material disponível no QR Code ao lado. Relacionamento com o Doente, a Comunidade, Colegas e outros Profissionais da Saúde A relação terapeuta–paciente no exercício da Terapia Ocupacional, acontece num campo de complexidades que estão relacionadas ao sofrimento humano, e exigem estudos e conhecimentos interdisciplinares, técnico-científicos, psicológicos, so- ciais e políticos, e que faz com que a atuação do profissional seja ampliada, operan- do na compreensão do ser humano, atravessando as fronteiras do conhecimento. 11 Durante essa relação terapeuta–paciente ocorre a proposta de tratamento, das práticas elaboradas para cada caso, do próprio exercício profissional, desig- nando um lugar de conexão entre a ética, a política e o direito, reforçando as passagens entre autonomia pessoal e vínculo social, percebendo o ser vivo em constituição, em processo. Deve-se enfatizar que cada terapeuta, dependendo da área de atuação, terá que promover adaptações de saberes e práticas de acordo com as necessidades e questões apresentadas pelos pacientes atendidos. A atenção e o acolhimento determinam o receber, a receptividade do receber o outro como relação ética, iniciando-se uma responsabilidade confiada onde alguém é preparado especialmente para acolher um outro alguém, demandando de atenção relacionada a uma multiplicidade de necessidades e de questões. O processo de vinculação que se estabelece na relação terapeuta–paciente no campo da terapia ocupacional e em outras áreas da promoção da saúde, é uma experiência potente que definirá o mundo imediatono qual se estabelece esse contato. É desta forma que cada um de nós se defronta com um outro, o vínculo com alguém é imprescindível para o acontecer humano. A participação do terapeuta ocupacional como membro integrante de equi- pes tem ampliado, compondo o quadro de profissionais na área de saúde, de educação, de unidade de tratamento, trabalho comunitário ou de pesquisa, fazendo com que cada vez mais a equipe multidisciplinar conheça a atuação deste profissional. Responsabilidade Civil e Penal do Terapeuta Ocupacional O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), define a Terapia Ocupacional como uma profissão de nível superior voltada ao estudo, à prevenção e ao trata- mento de indivíduos com alterações cognitivas, afetivas, perceptivas e psicomotoras, decorrentes ou não de distúrbios genéticos, traumá- ticos e/ou de doenças adquiridas. – Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, c2023, n. p. 12 O Terapeuta Ocupacional trabalha a partir das habilidades e limitações de cada pessoa, criando junto do paciente novas formas de fazer o que ele quer e precisa, com a maior autonomia e independência possíveis. Reflita Portanto, qual a real obrigação do Terapeuta Ocupacional do ponto de vista legal? Essa resposta não é encontrada nos bancos acadêmicos, durante a formação acadêmica do profissional, sendo de grande importância esse conhecimento da legislação e regulamentação da profissão, com propósito de prevenir atos que acarretem futuras demandas judiciais. Então, ao que se Obriga o Terapeuta Ocupacional na sua Atividade? Dentro da legislação, deve-se entender que a obrigação do terapeuta ocupacio- nal é considerada de meio; ou seja, “o devedor se obriga tão somente a usar de prudência e diligência normais na prestação do certo serviço para atingir o resul- tado, sem, contudo, se vincular a obtê-lo” (Campos, 2017). Em outras palavras, o terapeuta ocupacional, enquanto profissional que presta serviço, está obrigado apenas a empregar todos os esforços se utilizando dos meios necessários para que alcance o resultado almejado, que é a cura do paciente, mas sem obrigar-se a atingi-lo, não estando obrigado ao resultado, mas sim ao meio de sua obtenção. Mesmo assim, existe a possibilidade de sua responsabilização, seja civil, admi- nistrativo perante o Conselho da profissão, ou até penal, quando se comprovar ocorrência de crime. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclu- sivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obri- gado a repará-lo. – Campos, 2017 É sempre bom lembrar que cada vez mais a informação está acessível a todos e as redes sociais possuem papel fundamental nessa realidade, sendo utilizada 13 com sucesso para promover o bom profissional, mas por outro lado, em questão de segundos, acabar com uma reputação de anos de trabalho que necessitará de muito tempo para se restabelecer. Cabe ao terapeuta ocupacional preocupar-se somente com seu aperfeiçoamen- to e colheita dos crescentes frutos de seu trabalho, exercendo sua profissão de forma ética, respeitosa e com competência. Sigilo Profissional O Código de Ética Profissional do Terapeuta Ocupacional da Resolução Coffito 425, de 08 de julho de 2013 – (D.O.U. nº 147, Seção 1 de 01/08/2013), traz no Capítulo VI – Do Sigilo Profissional, artigo 32: Capítulo VI – Do Sigilo Profissional Art. 32 – É proibido ao terapeuta ocupacional: I – Revelar, sem justa causa, fato sigiloso de que tenha co- nhecimento em razão do exercício de sua profissão; II – Negligenciar na orientação de seus colaboradores, quan- to ao sigilo profissional; III – Fazer referência a casos clínicos ou de assistência social identificáveis, exibir cliente/paciente/usuário/família/gru- po/comunidade ou sua imagem em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos terapêuticos ocupacionais em qualquer meio de comunicação, salvo quando autori- zado pelo cliente/paciente/usuário/família/grupo/comuni- dade ou seu responsável legal. § Único: Compreende-se como justa causa: demanda judicial ou qual- quer previsão legal que determine a divulgação. – Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, c2023, n. p. A confidencialidade das informações do paciente resultantes de um atendimen- to é uma constante na prática dos profissionais que trabalham na área da saúde. Como se vê, legislações vigentes apontam para a regra geral de se manter sigilo sobre informações decorrentes do atendimento ao paciente. 14 Figura 3 – Sigilo Profissional Fonte: Reprodução #ParaTodosVerem: a imagem tem um fundo preto, e uma mão segurando a de outra pessoa, em cinza. Sobre essas mãos está escrito em amarelo e branco: Sigilo profissional: quando revelar? Fim da descrição. Mas em algumas situações tal regra admite exceções, tendo em vista que há di- versos acontecimentos nos quais o dever de sigilo, procedente da intimidade e da privacidade, confronta-se com outros direitos, como, por exemplo, o interesse público ou situações em que a manutenção do segredo possa representar um prejuízo maior do que sua quebra. Para que não restem dúvidas, vamos aos casos previstos em lei em que é per- mitida ou obrigatória a quebra do sigilo profissional: é dever do terapeuta ocu- pacional realizar a notificação compulsória diante de indícios de violência sofri- da por paciente mulher atendida em serviços de saúde públicos ou privados. O profissional deve notificar quaisquer violências constatadas: física, psicológica, patrimonial, sexual e moral.
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