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Análise dos principais exercícios para membros inferiores Prof. André Brand Descrição Análise biomecânica e cinesiológica dos principais exercícios de membros inferiores utilizados no âmbito do treinamento neuromuscular. Propósito A análise biomecânica e cinesiológica dos exercícios utilizados no treinamento neuromuscular é fundamental para o futuro profissional de educação física, tornando-o capaz de realizar uma análise crítica, visando à melhor escolha de exercícios e suas possíveis adaptações para a implementação de um programa de treinamento neuromuscular mais adequado à individualidade do beneficiário. Objetivos Módulo 1 Cinesiologia, biomecânica, exercícios multiarticulares Reconhecer os principais exercícios multiarticulares para os membros inferiores. Módulo 2 Principais exercícios de quadril Identificar os principais exercícios neuromusculares que envolvem a articulação do quadril. Módulo 3 Principais exercícios de joelho e tornozelo Identificar os principais exercícios neuromusculares que envolvem as articulações do joelho e tornozelo. Introdução O treinamento neuromuscular é amplamente utilizado por profissionais de Educação Física. A partir desse treinamento, é possível trabalhar diversas qualidades físicas, como a força máxima, força explosiva ou potência, resistência muscular localizada e hipertrofia muscular. Além de trabalhar diversas qualidades, o treinamento neuromuscular é amplamente versátil, podendo ser aplicado desde a reabilitação e prevenção de lesões até o alto desempenho físico e esportivo. Portanto, é uma forma de treinamento que requer uma atenção muito importante durante a formação do profissional, visto que está inserido em diferentes ambientes da prática do exercício físico, desde academias de ginástica até a preparação física do esporte de alto rendimento. Neste material, analisaremos alguns dos principais exercícios neuromusculares para membros inferiores. Para atingirmos o nosso objetivo com esse conteúdo, faremos uma revisão inicial de conceitos cinesiológicos, biomecânicos e da anatomia das principais articulações envolvidas nos exercícios dos membros inferiores. A partir dessas informações, realizaremos uma análise crítica dos exercícios, relacionando-os ao mundo do treinamento neuromuscular com um olhar técnico e crítico no que diz respeito aos exercícios, suas principais variações e erros mais comuns. 1 - Cinesiologia, biomecânica, exercícios multiarticulares Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais exercícios multiarticulares para os membros inferiores. Cinesiologia dos membros inferiores Planos, eixos e movimentos Para iniciar nossos estudos, faremos uma análise da cinesiologia dos principais movimentos de cada uma das três principais articulações dos membros inferiores: quadril, joelho e tornozelo. A partir dos movimentos dessas três articulações surgem os principais movimentos utilizados no treinamento neuromuscular dos membros inferiores, seja de forma isolada (movimento somente em uma articulação) ou de forma integrada (mais de uma articulação em movimento). As três articulações são diferentes entre si quanto às possibilidades de realizar movimentos em diferentes planos. A tabela abaixo mostra quais movimentos cada articulação realiza e quais os planos e eixos associados a cada movimento. Planos/eixos Articulação Sagital/médio- lateral Frontal/anteroposterior Transverso/longitudinal Quadril Flexão e extensão Adução e abdução Rotações (interna e externa); adução horizontal e abdução horizontal Joelho Flexão e extensão -------------------------- Rotação (poucos graus, apenas com joelho flexionado a 90°) Tornozelo Dorsiflexão e flexão plantar Eversão e inversão -------------------------- Tabela: Principais articulações dos membros inferiores e seus movimentos em cada plano e eixo. Hall, S., 2009, p. 37. O quadril é uma articulação sinovial, do tipo esferoide, formada pelo encaixe da cabeça do fêmur no acetábulo. Esse tipo de articulação permite a realização de movimentos em torno dos três eixos, portanto, triaxial. Podemos perceber, ao analisarmos a tabela, que entre as articulações dos membros inferiores, o quadril é a única articulação triaxial. Articulação do quadril. O joelho é uma articulação sinovial complexa formada por duas articulações dentro da cápsula articular: a tíbio-femoral e a patelofemoral (veja a imagem a seguir). A principal articulação que viabiliza os principais movimentos do joelho é a tíbio-femoral, formada pela união dos côndilos laterais e mediais da tíbia e do fêmur. A articulação tíbio-femoral é do tipo dobradiça, o que, em teoria, deveria realizar somente os movimentos de flexão e extensão, no plano sagital. No entanto, a anatomia da articulação permite o movimento de rotação interna e externa (com baixa amplitude de movimento) quando o joelho está flexionado a 90°, por isso alguns autores a classificam como bicondilar. Para a finalidade do nosso material, nos atentaremos apenas aos movimentos de flexão e extensão dessa articulação. Articulação do joelho. A articulação do tornozelo é formada por três articulações dentro da cápsula articular, são elas: tibiofibular distal, tibiotalar e fibulotalar (veja a imagem a seguir). Os principais movimentos são realizados pela articulação tibiotalar, que é do tipo dobradiça e permite os movimentos de flexão e extensão, sendo que, no tornozelo, denominamos esses movimentos de: flexão plantar e dorsiflexão. Ainda, o tornozelo realiza os movimentos de inversão e eversão no plano frontal. Articulação do tornozelo. Movimentos e ações musculares Os músculos constituem a parte ativa do sistema locomotor, também formada pelos ossos e articulações que são componentes passivos, ou seja, a partir da contração muscular, os ossos se movimentam entre si e o eixo desse movimento é a articulação que os une. Determinado músculo é capaz de movimentar o osso no qual está inserido e esse movimento ocorre em torno da articulação que o músculo cruza. Vejamos o exemplo: Exemplo O músculo semimembranoso é inserido na tíbia e cruza a articulação do joelho, logo, ao contrair o semimembranoso, promove o movimento da tíbia em relação ao fêmur e esse movimento ocorre em torno da articulação do joelho. Quando o músculo ao longo de sua origem e inserção cruza somente por uma articulação, denominamos de músculo uniarticular. Caso o músculo passe por duas articulações ao longo do seu comprimento, denominamos de músculo biarticular. Portanto, o músculo biarticular pode atuar gerando movimento em mais de uma articulação. Nos membros inferiores, o reto femoral e o gastrocnêmio são exemplos de músculos biarticulares. Podemos ver na imagem a seguir os músculos do quadríceps, onde percebe-se que o reto femoral tem sua origem acima do quadril e sua inserção após o joelho, logo, cruza as duas articulações. Músculos do quadríceps com a indicação das características uni ou biarticulares. Considerando que o principal objetivo deste material é apresentar os exercícios neuromusculares, vamos agora associar os movimentos que vimos anteriormente com os músculos que atuam ativamente nos movimentos. As tabelas a seguir nos mostram que os principais músculos são associados aos movimentos de cada uma das principais articulações dos membros inferiores: quadril, joelho e tornozelo, respectivamente. Quadril Músculos responsáveis pelos movimentos da articulação do quadril. Flexão Reto femoral, Iliopsoas, pectíneo Extensão Glúteo máximo, semitendinoso, semimembranoso, bíceps femoral Adução Pectíneo, grácil, adutor magno, adutor longo, adutor curto Abdução Sartório, tensor da fáscia lata, glúteo médio, glúteo mínimo Rotação medial Pectíneo, tensor da fáscia lata, glúteo médio, glúteo mínimo Rotação lateral Sartório, glúteo máximo Hall, S., 2009, p. 234. Joelho Músculos responsáveis pelos movimentos da articulação do joelho. Flexão Semitendinoso, semimembranoso, bíceps femoral, grácil, gastrocnêmioExtensão Reto femoral, vasto medial, vasto intermédio, vasto lateral Rotação medial Poplíteo, semitendinoso, semimembranoso Rotação lateral Bíceps femoral Hall, S., 2009, p. 244. Tornozelo Músculos responsáveis pelos movimentos da articulação do tornozelo. Flexão plantar Gastrocnêmio, sóleo Dorsiflexão Tibial anterior, extensor longo dos dedos, fibular terceiro Inversão Tibial anterior, flexor longo dos dedos, tibial posterior Eversão Extensor longo dos dedos, fibular longo, fibular terceiro Hall, S., 2009, p. 259. A partir das tabelas acima, é possível identificar quais músculos estamos trabalhando quando realizamos um exercício neuromuscular. Basta identificar o movimento realizado e verificar quais músculos atuam no movimento. Vamos continuar e explorar a partir de agora os principais exercícios realizados no treinamento neuromuscular com um olhar mais atento para os aspectos cinesiológicos e biomecânicos discutidos. Agachamento Principais exercícios multiarticulares Inicialmente, analisaremos os principais exercícios multiarticulares de membros inferiores utilizados na prescrição do treinamento neuromuscular. Associaremos os exercícios com os planos e eixos em que são executados e, principalmente, quais os músculos atuantes em cada um dos movimentos. Iniciaremos com os exercícios multiarticulares porque são bastante utilizados no início das sessões de treinamento por envolver diversos músculos e articulações na sua execução. Por envolverem mais de uma articulação, são movimentos mais complexos de serem executados e são exercícios que permitem, em pessoas treinadas, a implementação de altas sobrecargas, o que requer uma atenção especial do professor, uma vez que essas sobrecargas podem tornar o movimento ainda mais complexo e aumentar o risco de alguma lesão. Esses exercícios podem ser utilizados por indivíduos iniciantes intermediários e avançados, inclusive, são muito utilizados no treinamento de atletas de diversas modalidades desportivas. Agachamento com barra livre O agachamento é um dos exercícios mais conhecidos do treinamento neuromuscular, extremamente comum de ser visto em salas de musculação e em outros ambientes, como box de crossfit, no levantamento de peso olímpico (LPO) e em treinamentos funcionais. Na sala de musculação, o agachamento com a barra livre é amplamente difundido e é nele que vamos nos ater inicialmente. Veja a seguir: Movimento: Extensão de quadril e extensão de joelho; Plano: Sagital; Eixo: Látero-lateral; Principais músculos: Quadríceps, isquiotibiais e glúteo máximo. O movimento do agachamento é multiarticular, uma vez que quadril, joelho e tornozelo se movimentam de forma integrada para execução do movimento. Contudo, esse movimento permite consideráveis ativações musculares do quadríceps, isquiotibiais e glúteo máximo. É um movimento complexo, inclusive sem a utilização da barra, portanto sua prescrição pode depender do nível de maturidade motora do aluno, trabalhando além da força, a coordenação e o equilíbrio. No agachamento com a barra livre, utiliza-se geralmente uma barra de levantamento olímpico que pesa 15kg (feminina) ou 20kg (masculina) e a sobrecarga pode ser aumentada com anilhas. Na posição inicial, a barra pode ser apoiada sobre o trapézio ou deltoide posterior (HAFF; TRIPLETT, 2015), conforme a figura abaixo. Não apoie a barra na coluna, pois isso pode gerar dor ou desconforto. Veja a seguir dois exemplos de posicionamento da barra livre para o exercício de agachamento. Agachamento com barra livre Barra sobre o deltoide Barra sobre o trapézio O tronco encontra-se na posição ereta com os pés paralelos e o movimento é iniciado pela fase excêntrica, que é a fase no agachamento propriamente dito (ver figura a seguir), por meio da flexão de quadril e joelhos e da dorsiflexão do tornozelo, em que se busca projetar o quadril para trás, manter os calcanhares em contato com o solo, não flexionar o tronco e evitar que os joelhos sejam projetados à frente da ponta dos pés. Essa fase pode ser realizada até atingir 90° de flexão de joelhos, uma vez que, dessa forma, a execução do movimento é menos complexa. Para alunos mais avançados, a flexão do joelho pode ser completa. Posição inicial Final da fase excêntrica Ao final da fase excêntrica inicia-se a fase concêntrica, que é a parte principal de ativação dos músculos. Nessa fase, realizam-se os movimentos de extensão de quadril e joelho até o retorno à posição inicial. Nessa fase, os músculos do quadríceps, isquiotibiais e glúteo máximo são os principais músculos ativados. Atenção! Para verificar se o executante está realizando o movimento corretamente, o profissional deve se posicionar ao lado deste, pois os movimentos de flexão e extensão das articulações devem ser analisados no plano sagital. Além disso, certifique-se de que o beneficiário possui boa técnica de movimento antes de fazer qualquer utilização de carga, pois a técnica inadequada pode gerar lesões na coluna, no quadril, joelho e tornozelo. Variações do agachamento com barra livre O agachamento permite diversas variações, apresentaremos algumas para enriquecer nossa gama de exercícios. As variações de qualquer exercício são de grande importância no momento da prescrição, uma vez que permitem adaptar o treino em função dos objetivos e das individualidades dos alunos; além de motivá-los, pois algumas pessoas ficam motivadas ao mudarem os movimentos da série com periodicidade. O agachamento com a barra livre também é conhecido como agachamento por trás. Uma importante variação consiste em trazer essa barra para frente e realizar o agachamento pela frente, como podemos ver a seguir. Nesta variação, a barra é posicionada sobre o deltoide anterior, com os cotovelos altos para viabilizar a empunhadura da mão na barra. Esse exercício é bastante utilizado na iniciação do levantamento de peso olímpico – LPO. A execução do movimento segue a mesma dinâmica do agachamento por trás. Posicionamento da barra no agachamento pela frente. Fase excêntrica no agachamento pela frente. Fase concêntrica no agachamento pela frente. Outra variação é a passada ou também conhecida como lunge. Nesta variação, a execução é realizada de forma unilateral. O indivíduo dá um passo à frente com a perna que irá realizar a ação concêntrica, agacha (fase excêntrica) até que o joelho do membro inferior de apoio toque o chão e, a partir desse momento, inicia-se a fase concêntrica. Essa variação permite maior estabilidade do movimento devido ao apoio de um dos membros inferiores. As fases desse movimento podem ser vistas na sequência: Posição inicial. Passo à frente. Fase excêntrica. Fase concêntrica. Outras variações são possíveis mudando o tipo de sobrecarga. Pode-se utilizar halteres de barra curta (HBC), kettlebells, faixas elásticas e até mesmo somente o peso corporal, principalmente no processo de aprendizagem. Vamos conferir abaixo algumas dessas opções! Agachamento com kettlebell. Agachamento com faixa elástica. Agachamento passada com halter de barra curta (HBC). Agachamento com o peso corporal. Erros comuns do agachamento com barra livre Por ser um exercício complexo, é comum acontecerem erros na execução. Alguns dos erros mais comuns são: Leg press A execução do exercício leg press é bem semelhante ao movimento do agachamento. Consiste no exercício multiarticular no qual os principais músculos ativados são os mesmos do agachamento: quadríceps, isquiotibiais e glúteo máximo. Veja mais a seguir: A projeção excessiva do tronco para frente durante a fase excêntrica A projeção excessiva do tronco à frente aumenta a sobrecarga sobre a coluna lombar devido ao aumento do braço de resistência do tronco. Normalmente, esse erro é associado a uma mobilidade reduzida dos músculos posteriores. Portanto, o trabalho de mobilidade e flexibilidade dos posteriores de coxa, assim como um aprendizado correto e progressivo do movimento, podem contribuir para minimizara ocorrência desse erro. Não projetar os quadris para trás Não projetar o quadril para trás traz consequências para os joelhos. Ao projetar o quadril para frente, o peso do indivíduo também o é, aumentando significativamente a dorsiflexão do tornozelo. Isso faz com que o peso corporal se concentre na ponta dos pés, elevando os calcanhares e projetando os joelhos à frente da linha dos dedos dos pés. Este erro é associado à falta de coordenação do movimento. Uma introdução progressiva do exercício com ênfase na projeção do quadril para trás e com aumento progressivo da amplitude de movimento, pode ajudar consideravelmente a evitá-lo. Leg Press Movimento: Extensão de quadril e extensão de joelho; Plano: Sagital; Eixo: Látero-lateral; Princiáis músculos: Quadríceps, isquiotibiais e glúteo máximo. Na fase excêntrica há as flexões de quadril e joelhos, fazendo com que coxa e joelhos se desloquem em direção ao tronco, normalmente, até que o quadril e joelhos atinjam ≈ 90° de flexão. Esse movimento da fase excêntrica promove o pré-estiramento dos músculos que são ativados na fase concêntrica. Já na fase concêntrica ocorrem as extensões de quadris e joelhos, em que se evita a extensão total do joelho. Os pés são posicionados em torno do centro da plataforma de apoio, sendo que esse posicionamento pode variar de acordo com a altura do indivíduo. Fase excêntrica - Quadril e joelhos com ≈ 90° de flexão. Fase concêntrica - Exemplo de extensão total do joelho. Comparado ao agachamento, o leg press é um exercício menos complexo de ser executado, o que pode ser interessante para alunos iniciantes que ainda não coordenam o movimento do agachamento. Em contrapartida, o leg press permite a utilização de cargas mais elevadas que o agachamento e a realização do exercício com altas sobrecargas exige uma boa coordenação do movimento. ase excêntrica Quadril e joelhos com ≈ 90° de flexão. ase concêntrica Exemplo de extensão total do joelho. Variações do leg press Uma variação comum desse exercício é a realização do movimento unilateral, normalmente prescrita para indivíduos com assimetria ou dismetria de membros inferiores, ou diferenças superiores a um centímetro no comprimento do membro. Contudo, as principais variações são realizadas a partir da mudança no posicionamento dos pés na plataforma de apoio. A seguir, vamos exemplificar três tipos de posicionamento (adaptado de Delavier, 2012, p. 84) Pés na parte alta da plataforma Na posição com os pés na parte alta da plataforma, o glúteo máximo e isquiotibiais são pré- estirados, melhorando a relação comprimento x força e aumentando a ativação desses músculos. Pés na parte baixa da plataforma Ao posicionar os pés na parte baixa da plataforma aumenta-se a ativação dos músculos do quadríceps, pois permite uma flexão de joelho mais acentuada na fase excêntrica, gerando o pré-estiramento dos músculos do quadríceps. Pés afastados com rotação lateral de quadril Quando os pés estão posicionados na plataforma com uma leve rotação lateral do quadril, os adutores dessa articulação também são ativados, uma vez que a fase concêntrica passa a ter um pequeno movimento de adução de quadril. Erros comuns do leg press Dois erros bem comuns ao executar o leg press consistem na falta de coordenação do movimento da fase excêntrica e utilização de uma parte do pé para implementar a força na plataforma de apoio (GOMES, 2018). O primeiro erro normalmente é devido a um baixo controle da força excêntrica e geralmente percebe-se que não há uma velocidade constante na fase excêntrica do movimento, sendo que, geralmente, o movimento fica rápido, podendo provocar alguma lesão muscular. A utilização de cargas mais baixas até que o aluno consiga coordenar o movimento pode ser uma estratégia para evitar esse erro. Em relação à aplicação de força na plataforma de apoio, deve-se orientar o aluno para aplicar a força utilizando toda a área da sola do pé. Dessa forma, evita-se que a sobrecarga seja acumulada na parte anterior dos pés ou no calcanhar. Agachamento e leg press Confira agora as diversas formas de execução do agachamento e do leg press, as suas principais variações, os erros que podem ser cometidos e como o professor pode corrigi-los. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Qual dos músculos a seguir não atua na fase concêntrica do exercício de agachamento com barra livre? Marque a resposta correta: Parabéns! A alternativa D está correta. Na fase concêntrica do agachamento com barra livre, são ativados os músculos do quadríceps (inclui o reto femoral), isquiotibiais (inclui o semitendinoso e o bíceps femoral) e o glúteo máximo. Questão 2 A Semitendinoso B Glúteo máximo C Reto femoral D Tibial anterior E Bíceps femoral Quanto às variações no posicionamento dos pés na plataforma de apoio do leg press, o que ocorre quando se posiciona os pés na parte alta da plataforma? Marque a resposta correta. Parabéns! A alternativa E está correta. Ao posicionar os pés na parte alta da plataforma de apoio do leg press, mudamos a tensão do exercício dos quadríceps para os glúteos. Com isso, o glúteo máximo e isquiotibiais sofrem um pré-estiramento e um aumento na ativação desses músculos. A Ocorre o pré-estiramento dos músculos do quadríceps. B Provoca-se a insuficiência ativa dos isquiotibiais. C Os músculos adutores de quadril são mais ativados. D Redução da ativação do glúteo máximo. E Ocorre aumento na ativação dos isquiotibiais e glúteo máximo. 2 - Principais exercícios de quadril Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os principais exercícios neuromusculares que envolvem a articulação do quadril. Exercícios para os glúteos Extensão de quadril A extensão de quadril é um exercício normalmente prescrito com objetivo de trabalhar glúteo máximo, de maneira mais isolada. Contudo, para analisar o exercício, precisamos considerar que os isquiotibiais também atuam nesse movimento, o que torna a tarefa de “isolar o glúteo” impossível. Podemos ver comumente nas academias o exercício de extensão de quadril sendo realizado em aparelhos (quase na posição em pé), sobre bancos altos e baixos e no solo com o uso de caneleiras para implemento de sobrecarga. Vamos entender melhor a seguir: Extensão de quadril com caneleira (3 apoios) Movimento: Extensão de quadril; Plano: Sagital; Eixo: Látero-lateral; Principais músculos: Glúteo máximo. As caneleiras são posicionadas na extremidade distal do membro inferior próximo ao tornozelo. Nesse exercício se executa um movimento unilateral (somente um dos membros inferiores), enquanto o outro membro atua na estabilização do movimento. Uma das versões mais comuns desse exercício é a extensão de quadril com os joelhos flexionados em 90°. Os antebraços ficam apoiados no solo assim como os joelhos e a ponta do pé do membro inferior que não estão realizando o movimento, caracterizando a posição de 3 apoios, mas você também pode ouvir que é um exercício em 4 apoios: essas variações são comuns no mercado de academias. Na posição inicial, quadril e joelho de ambos os membros se encontram em ≈ 90° de flexão. Ao iniciar o movimento de extensão de quadril, um dos quadris realiza o movimento; enquanto os outros músculos do corpo atuam a fim de estabilizá-lo para a realização correta do movimento. Esse exercício requer uma importante atuação dos músculos do tronco na ação de estabilização. Na fase concêntrica do movimento, realiza-se a extensão do quadril até que a coxa esteja paralela ao solo, e a fase excêntrica consiste no retorno à posição inicial por meio da flexão do quadril, sem encostar o joelho no solo. O joelho permanece flexionado durante todo o exercício (veja na imagem) e, dessa forma, inibe ação dos isquiotibiais, promovendo maior ativação do glúteo máximo. Extensão de quadril no solo com caneleira. Final da fase concêntrica. Variações da extensão de quadril Esse exercício possui diversasvariações. Pode-se variar a posição do joelho, o tipo de sobrecarga por meio da utilização de elásticos ou de polias com placas e o uso do banco. Realizar o movimento no solo com o joelho flexionado ou estendido influencia diretamente na ação dos isquiotibiais, sobrecarga e amplitude do movimento. Quando em extensão de joelho, os isquiotibiais participam ativamente do movimento, além disso, a sobrecarga do exercício aumenta, uma vez que o braço de resistência aumenta consideravelmente, porém, a amplitude do movimento é menor e fica limitada ao toque da ponta do pé no solo, por isso uma variação pode ser utilizada, projetando o pé para cima, o que, por sua vez, pode aumentar a sobrecarga na região lombar devido ao aumento do movimento de báscula anterior e acentuação da lordose lombar. A utilização do banco em vez de realizar o exercício no solo é uma variação importante, pois promove aumento considerável na amplitude no movimento com o joelho estendido (veja a seguir). Extensão de quadril no banco com caneleira. Posição inicial. Com o joelho flexionado em 90°, os isquiotibiais ficam em situação de insuficiência ativa, uma vez que são também flexores de joelhos e, por isso, já estão ativos para manter a flexão do joelho em 90°. Sendo assim, permite maior ativação do glúteo máximo, conforme foi relatado acima. O braço de resistência é menor, logo, gera um torque menor (sobrecarga menor) na articulação do quadril quando comparamos com o movimento com o joelho estendido utilizando a mesma sobrecarga. Por fim, essa posição permite maior amplitude de movimento na articulação do quadril. A extensão de quadril também pode ser realizada com uso de faixas elásticas e nas polias baixa e alta. Na polia baixa, o exercício é realizado na posição de pé e, na polia alta, em decúbito dorsal. Exemplo de exercício de extensão do quadril na polia baixa. Exemplo de exercício de extensão do quadril na polia alta. Já com a faixa elástica, pode ser realizado tanto no solo em decúbito dorsal quanto em pé, conforme a imagem a seguir. Exemplos de exercícios de extensão do quadril em pé (esq.) e no solo (dir.) utilizando a faixa elástica. Além das posições descritas anteriormente, outros movimentos como o stiff e o single stiff também podem ser realizados. As figuras apresentam, respectivamente, o exercício stiff (rígido) e single stiff, que são exercícios de difícil execução, pois, dentro da técnica correta, os joelhos permanecem em extensão (rígidos) durante todo o movimento do quadril, o que exigirá do praticante um ótimo controle do ritmo lombopélvico. Veja as imagens a seguir: Exercício stiff com joelhos flexionados. Exercício single stiff. Veja também o deadlift e a extensão do quadril no solo: vale destacar que, no exercício de deadlift (figura à esquerda), ocorrem simultaneamente as extensões dos quadris e joelhos, e que também exigem controle dos movimentos da cintura pélvica. Deadlift Extensão do quadril no solo É importante ressaltar que o stiff ou single stiff são classificados como monoarticulares, pois o foco é o quadril, e o deadlift é um exercício poliarticular, já que mobiliza simultaneamente o quadril e joelho. Na prática, deve-se tomar cuidado, pois são grandes as confusões quanto à execução desses exercícios. Erros comuns da extensão de quadril no solo (3 apoios) Alguns erros comuns do exercício de 3 apoios no solo são o aumento da curvatura lombar e a falta de estabilização do movimento, o que acaba por gerar rotações laterais do tronco, o que também sobrecarrega a região e, dependendo do nível de rotação, a região torácica da coluna. Ao realizar a posição inicial, é importante manter a coluna sem alteração das suas curvaturas, evitando sobrecargas nessa região. Contudo, é comum ver nas academias uma acentuação da curvatura lombar. Utilizar o apoio com os dois antebraços no solo (não colocar uma das mãos no solo), evitar a hiperextensão do pescoço, mantendo assim o olhar para solo, e não realizar uma hiperextensão do quadril ajudam a minimizar a ocorrência desse erro, pois o executante mantém a linearidade do corpo. A falta de estabilização é geralmente causada pela falta de ativação dos músculos abdominais e paravertebrais (região do core), gerando instabilidade do tronco e algumas vezes uma alteração da posição dos quadris como compensação. Normalmente, pode-se perceber que os quadris não ficam na mesma altura, o que normalmente é uma compensação postural do exercício. Nesse caso, solicita-se ao executante que faça contrações isométricas da musculatura abdominal para melhorar a estabilidade, além disso, deve- se solicitar a redução da velocidade do movimento para maior controle e em último caso o profissional deve se posicionar ao lado do executante e direcionar o movimento com as mãos, melhorando a percepção do praticante. Exercícios de adução do quadril Cadeira adutora Para trabalhar os movimentos de adução e abdução do quadril, é muito comum vermos nas salas de musculação o uso das cadeiras adutoras e abdutoras. No entanto, a cadeira exige que o indivíduo mantenha o quadril flexionado alterando o plano de execução do movimento. Sendo assim, nas cadeiras adutoras e abdutoras, realizam-se os movimentos de adução horizontal e abdução horizontal, respectivamente. Vejamos mais a seguir! Movimento: Adução horizontal de quadril; Plano: Transverso; Cadeira adutora Eixo: Longitudinal; Principais músculos: Adutor curto, adutor magno, adutor longo, grácil e pectíneo. De forma prática, podemos verificar que o pectíneo é o único músculo que atua tanto na flexão quanto na adução de quadril. Logo, a ação do pectíneo na cadeira fica reduzida e os outros músculos adutores de quadril ficam responsáveis pela realização do movimento. Em relação à posição anatômica, o quadril aduz poucos graus, aproximadamente 10, logo, para a realização do movimento, faz-se necessária uma abdução significativa do quadril, que geralmente é limitada pela flexibilidade dos adutores de quadril do indivíduo. Além disso, na cadeira adutora, o movimento de adução é limitado pelo próprio aparelho, normalmente com os joelhos na direção dos quadris. Cadeira adutora. Contudo, pode-se considerar que o quadril abduz em torno de 45° na posição inicial, conforme podemos ver na figura a seguir, com o apoio na parte medial do joelho e coxa. Na fase concêntrica, os adutores contraem realizando o movimento de adução horizontal fazendo com que os joelhos se aproximem. Na fase excêntrica, a abdução horizontal do quadril promove o afastamento dos joelhos. Variações da cadeira adutora As variações mais comuns à cadeira adutora ou de exercícios de adução do quadril são realizadas com outros tipos de sobrecargas, como caneleiras, aros flexíveis e faixas elásticas. Exercícios no solo podem ser bem explorados, principalmente com aro e caneleira. Algumas variações possibilitam realizar uma adução propriamente dita, uma vez que o quadril não é flexionado como o exemplo da imagem seguinte. A desvantagem desse exercício é a baixa amplitude limitada pelo aro. No entanto, pode ser utilizado para contrações isométricas. Adução de quadril com aro flexível. A seguir, podemos ver uma variação no solo, com uso da caneleira do movimento de adução horizontal (quadris flexionados) e joelhos estendidos. A principal característica desse exercício é o joelho estendido, que aumenta o braço de resistência do exercício. Além disso, o indivíduo necessita ter boa flexibilidade de posteriores de coxa e boa estabilidade de abdome. Adução horizontal de quadril em decúbito dorsal. Na imagem seguinte, vemos uma variação da adução de quadril em decúbito dorsal. Nesse caso, faz-se uma rotação lateral do quadril e o movimento de adução passa a ser executado no plano sagital e, consequentemente, ativa os flexores de quadril. Esse exercício também pode ser executado em decúbito lateral, em que o movimento é realizado no plano frontal sem a necessidade de realizar a rotação laterale sem ativar os flexores do quadril. Contudo, em decúbito lateral, a amplitude do movimento é bem reduzida. Adução de quadril com rotação lateral de quadril. Erros comuns da cadeira adutora Na cadeira adutora, alguns erros comuns são associados à execução do movimento, como: No primeiro exemplo, o treinamento de flexibilidade associado à orientação do profissional no aparelho podem evitar esse erro. No caso da falta de coordenação da fase excêntrica, a utilização de sobrecargas menos intensas pode ser uma boa estratégia, uma vez que facilita o processo de aprendizagem do movimento. Com o ganho da coordenação, o aluno pode ir progredindo a intensidade da sobrecarga, sempre atentando à qualidade do movimento. Exercícios de abdução do quadril Cadeira abdutora Na cadeira abdutora, a flexão de quadril reduzirá a ação do tensor da fáscia lata, uma vez que, mesmo sendo primariamente um abdutor do quadril, esse músculo também auxilia na flexão e, portanto, sofre o Abduzir pouco os quadris na posição inicial e realizar um movimento de baixa amplitude. A falta de coordenação na fase excêntrica. A falta de apoio da coluna no assento. pequeno encurtamento na cadeira prejudicando a relação comprimento x força (insuficiência ativa). Veja a seguir: Movimento: Abdução horizontal de quadril; Plano: Transverso; Eixo: Longitudinal; Principais músculos: Glúteo médio, glúteo mínimo e tensor da fáscia lata. De forma antagônica à cadeira adutora, os apoios ficam na parte lateral dos joelhos e coxas, o movimento se inicia com os joelhos na direção dos quadris e, por meio da abdução horizontal, os joelhos são movimentados em sentidos opostos (veja a imagem a seguir). O limite do movimento é determinado de maneira fisiológica pela flexibilidade dos adutores de quadril. Cadeira abdutora. Variações da cadeira abdutora O movimento de abdução de quadril permite diversas variações à cadeira abdutora. Pode-se executar o movimento na posição de pé, decúbito lateral e sentada com variações nos implementos, sendo os principais as caneleiras, faixas elásticas e polia baixa. Na imagem seguinte, podemos ver exemplos de utilização da caneleira e polia baixa na posição de pé, na qual não há flexão do quadril. Cadeira abdutora Abdução de quadril em pé com caneleira (esq.) e na polia baixa (dir.). Na imagem a seguir, à esquerda, pode-se ver uma variação bem próxima à cadeira abdutora com o indivíduo sentado, porém, utilizando a faixa elástica. Na imagem à direita, pode-se observar uma variação interessante, pois pode ser realizada tanto mantendo a posição a cada movimento ou com um deslocamento lateral a cada abdução. Abdução de quadril com faixa elástica na posição sentada (esq.) e em pé (dir.). Na imagem a seguir, observamos dois movimentos em decúbito lateral, em que a principal variação ocorre na posição da banda elástica. Quanto mais próxima do tornozelo, a faixa elástica gera uma sobrecarga maior, devido ao aumento do braço de resistência. Os exercícios dessa imagem podem ser realizados também com a caneleira, em que se utiliza os mesmos princípios em relação à sobrecarga, quanto mais próximo do tornozelo, maior o braço de resistência. Abdução de quadril em decúbito lateral com faixa elástica na parte distal da perna. Abdução de quadril em decúbito lateral com faixa elástica na parte distal da coxa logo acima do joelho. Erros comuns da cadeira abdutora Em relação aos erros mais comuns da cadeira abdutora, podemos iniciar pela falta de flexibilidade dos adutores do quadril, o que pode gerar uma redução na amplitude do movimento. Sendo assim, o trabalho de mobilidade em todos os movimentos da articulação e flexibilidade dos adutores também é importante para a cadeira abdutora. Outro erro comum é associado à postura inicial. Quando o indivíduo não apoia corretamente a pelve no apoio do banco, deixando-a levemente para frente (em posição de retroversão), ao executar o movimento, tende-se a movimentar a pelve para frente, aumentando a retroversão, gerando uma retificação da lordose lombar e uma sobrecarga na coluna lombar. Esse erro é facilmente evitado com o correto posicionamento no aparelho. Exercícios neuromusculares que envolvem a articulação do quadril Confira agora as diversas formas de execução dos exercícios que envolvem a articulação do quadril, as principais variações desses exercícios, os erros que podem ser cometidos e como o professor pode corrigi- los. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Assinale a alternativa correta quanto ao movimento de extensão do quadril no solo em 3 apoios com o joelho flexionado em 90°. Parabéns! A alternativa A está correta. A flexão do joelho no exercício de extensão de quadril no solo em 3 apoios promove a insuficiência ativa dos isquiotibiais, uma vez que estes são ativados pelo movimento de flexão do joelho e, consequentemente, aumenta a ativação do glúteo máximo. A Aumenta a ativação do glúteo máximo devido à insuficiência ativa dos isquiotibiais. B Aumenta a ativação dos isquiotibiais comparado ao movimento sem flexão de joelho. C Gera insuficiência ativa do glúteo máximo. D A flexão de joelho promove a ativação do glúteo médio e mínimo. E A flexão de joelho não influencia quanto à ativação do glúteo máximo. Questão 2 Entre as alternativas a seguir, escolha aquela que informa corretamente plano, eixo e músculos envolvidos no exercício de cadeira abdutora. Parabéns! A alternativa E está correta. Na cadeira abdutora se realiza o movimento de abdução horizontal de quadril. Plano horizontal, eixo crânio-caudal e ativa principalmente o glúteo médio e glúteo mínimo. A Plano frontal, eixo anteroposterior, glúteo médio e glúteo mínimo. B Plano transverso, eixo anteroposterior, glúteo médio e glúteo mínimo. C Plano transverso, eixo longitudinal, glúteo máximo e pectíneo. D Plano sagital, eixo longitudinal, glúteo máximo e glúteo médio. E Plano transverso, eixo longitudinal, glúteo médio e glúteo mínimo. 3 - Principais exercícios de joelho e tornozelo Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os principais exercícios neuromusculares que envolvem as articulações do joelho e tornozelo. Extensão dos joelhos Cadeira extensora A cadeira extensora é um dos principais exercícios para trabalhar os músculos do quadríceps. É um exercício uniarticular em que há movimento somente na articulação do joelho. Movimento: Extensão de joelho; Plano: Sagital; Cadeira extensora Eixo: Látero-lateral; Principais músculos: Quadríceps – vasto medial, vasto lateral, vasto intermédio e reto femoral. Agora, vamos analisar o exercício na cadeira extensora. Posição inicial O indivíduo encontra-se sentado com os joelhos alinhados com o eixo de rotação do aparelho, o quadril e joelhos em aproximadamente 90o de flexão, e com um apoio na extremidade distal da tíbia pouco acima dos tornozelos. As fases concêntrica e excêntrica do exercício Consiste no movimento da extensão dos joelhos, fazendo com que os pés se afastem da cadeira, conforme na imagem acima. Na fase excêntrica, realiza-se a flexão de joelho até a articulação atingir a posição inicial de ≈ 90o. Como nesse exercício o quadril encontra-se flexionado, o reto femoral (que também é flexor de quadril) fica encurtado durante a realização do exercício, reduzindo a atuação desse músculo no movimento de extensão do joelho por insuficiência ativa. Por isso, alguns equipamentos de musculação possuem uma inclinação do acento, reduzindo a flexão do quadril, o que, consequentemente, aumenta a ação do reto femoral. Uma flexibilidade baixa dos isquiotibiais também pode ser um limitador para o movimento, não permitindo a extensão completa dos joelhos. Por serem extensores de quadril (além de flexores de joelho), os isquiotibiais encontram-se alongados, uma vez que o quadril está flexionado, podendo causar uma insuficiência passiva desses músculos, o que impediria uma extensão completa do joelho.Atenção! Em relação à posição da articulação do tornozelo: um indivíduo com baixa flexibilidade, ao realizar a cadeira extensora com o tornozelo em dorsiflexão, pode realizar uma insuficiência passiva dos gastrocnêmios, que são biarticulares e contribuem para a flexão dos joelhos gerando dificuldades para a realização do movimento de extensão do joelho. Variações da cadeira extensora Utilizando a própria cadeira extensora, um exemplo de variação do exercício é realizar o movimento de forma unilateral, que permite trabalhar cada membro de forma individualizada. O exercício pode ser realizado unilateralmente na reabilitação do joelho lesionado, quando houver uma dismetria entre as duas coxas (normalmente quando superior a dois centímetros de circunferência) ou quando houver uma diferença da força muscular entre o membro esquerdo e o direito. Cadeira extensora unilateral. Outra variação pode ser a realização do movimento com a utilização de caneleiras como forma de sobrecarga conforme a imagem a seguir, podendo ser realizado em diferentes superfícies, como cadeiras, bolas suíças e a própria cadeira extensora, de forma unilateral ou bilateral. Pode-se realizar também a extensão de joelho com a caneleira no solo em decúbito dorsal com os quadris flexionados. Extensão de joelho sentado na bola suíça. Extensão de joelho sentado na cadeira. Erros comuns da cadeira extensora Na cadeira extensora, alguns erros são: o não alinhamento do joelho com o eixo de rotação do aparelho, elevação do quadril na fase concêntrica e realizar mais de 90° de flexão da fase excêntrica. O alinhamento do joelho com o eixo de rotação do aparelho é facilmente corrigido com o posicionamento correto do apoio para as costas da cadeira, que permite o ajuste do apoio para o eixo de rotação de forma que o joelho fique na posição correta. É muito importante observar esse alinhamento, pois o erro pode gerar desconforto na articulação do joelho. Atenção! Para evitar a elevação do quadril, é importante manter o tronco ereto com toda a parte posterior firmemente apoiada no encosto. Em relação à flexão de joelho na fase excêntrica, basta controlar o movimento, principalmente a velocidade, buscando limitar a flexão à 90°. Uma flexão além desse ângulo pode gerar uma sobrecarga na articulação e, consequentemente, o aluno pode vir a sentir alguma dor durante a execução do exercício. Flexão dos joelhos Cadeira �exora A cadeira flexora tem como objetivo trabalhar os músculos da região posterior da coxa, utilizando somente o movimento de flexão de joelho. Importante lembrar que esses músculos da região posterior da coxa, os isquiotibiais, são biarticulares e também atuam como extensores de quadril. Além disso, os gastrocnêmios (panturrilha) são músculos biarticulares e contribuem para a flexão do joelho, funcionando como acessórios nesse exercício. Veja melhor a seguir: Movimento: Flexão de joelho; Plano: Sagital; Eixo: Látero-lateral; Principais músculos: Isquiostibiais – semitendinoso, semimembranoso, bíceps femoral. Exercício de cadeira flexora. Na cadeira flexora, a posição inicial se dá na posição sentada com o quadril em aproximadamente 90° de flexão, joelhos estendidos e alinhados com o eixo de rotação do aparelho. É possível regular a flexão na posição inicial do aparelho, dependendo do fabricante do equipamento. O aparelho possui dois apoios: Cadeira flexora adeira �exora Exercício de cadeira flexora. Na fase concêntrica, realiza-se o movimento de flexão dos joelhos e, na excêntrica, a extensão de joelho até o retorno à posição inicial. Diferentemente de grande parte dos exercícios para os músculos posteriores de coxa, neste, a flexão de quadril causa um pré-estiramento dos isquiotibiais (devido à flexão de quadril), melhorando a relação força x comprimento, possibilitando que esses músculos tenham maior capacidade de produção de força em relação aos exercícios nos quais o quadril se encontra estendido. É interessante reparar que, ao executar o movimento, o tornozelo tende a realizar uma dorsiflexão. Essa dorsiflexão promove o alongamento do gastrocnêmio, que é músculo biarticular que também atua como flexor de joelho, viabilizando uma ação mais efetiva desse músculo durante a realização do exercício. Variações da cadeira �exora Assim como na cadeira extensora, na cadeira flexora, pode-se realizar o movimento de forma unilateral. Esse tipo de prescrição seria mais adequado para indivíduos em reabilitação após uma lesão, como o Um apoio para fixação das coxas, que deve ser regulado de forma que o centro de movimento da articulação do joelho fique alinhado com o centro de movimento do aparelho. Um outro apoio na parte posterior distal da perna, próximo ao tendão calcâneo. rompimento do ligamento cruzado anterior – LCA; em indivíduos que possuem assimetrias acima de dois centímetros na perimetria; e/ou diferença de força da perna esquerda para a direita nesse movimento. Também é bastante comum vermos nas academias o uso de outro aparelho, a mesa flexora. Nesse aparelho, o indivíduo se posiciona em decúbito ventral e os quadris ficam levemente flexionados, porém bem menos que os 90° de flexão que a cadeira flexora permite, conforme vemos na figura. Contudo, essa leve flexão de quadril já permite, mesmo que de forma mais branda, o pré-estiramento dos isquiotibiais. Mesa flexora. Outras variações comuns da flexão de joelho podem ser realizadas com o uso de caneleiras na posição de pé ou em 3 apoios. Na posição de pé, o quadril se encontra estendido, o que gera uma relação comprimento x força dos isquiotibiais menos favorável comparado aos exercícios nos aparelhos. O exercício em três apoios permite trabalhar somente o movimento de flexão do joelho, porém, com uma contração isométrica de extensão do quadril. Portanto, a porção proximal dos isquiotibiais, porção responsável pela extensão de quadril, atua diretamente na manutenção da posição do quadril junto com o glúteo máximo, e o movimento de flexão do quadril fica a cargo da porção distal dos isquiotibiais. A figura seguinte ilustra os movimentos. Exemplo de flexora em pé. Exemplo de flexão de joelho utilizando a caneleira em 3 apoios. Erros comuns da cadeira �exora Os erros comuns dos exercícios de flexão de joelhos são parecidos com os da cadeira extensora, como o não alinhamento do joelho com o eixo de rotação do aparelho, que é corrigido da mesma forma por meio do ajuste do apoio das costas, e a elevação dos quadris na fase concêntrica. Assim como na cadeira extensora, manter os quadris e a parte posterior do tronco firmemente apoiados evita essa elevação dos quadris. O controle da velocidade da fase excêntrica também pode ajudar e evitar esse erro, uma vez que é justamente no início da fase concêntrica, logo após a inversão do sentido do movimento, que o quadril é elevado. É importante destacar que um posicionamento inadequado, principalmente na mesa flexora e na flexora em pé, pode levar à sobrecarga na região lombar. Exercícios nórdicos Flexão nórdica e �exão nórdica reversa Esses dois exercícios se diferem dos outros discutidos neste material principalmente quanto ao tipo de ação muscular, uma vez que buscam trabalhar os músculos por meio de contrações excêntricas. Além disso, ambos se caracterizam pela cadeia cinética fechada. Podemos considerar esses exercícios como uma variação dos exercícios de flexão e extensão de joelhos, sendo que a flexão nórdica ativa os isquiotibiais a partir da extensão de joelhos, e a flexão nórdica reversa ativa os músculos do quadríceps a partir da flexão de joelhos. Portanto, já se pode perceber que nos exercícios com o objetivo de trabalhar a força excêntrica, realiza-se o movimento antagônico ao movimento tradicional da articulação quando o músculo exerce uma contração concêntrica. A literatura mostra que esses exercícios podem gerar um aumento significativo da força excêntrica quando comparamos com exercícios excêntricos realizados em equipamentostradicionais, como as cadeiras extensora e flexora e mesa flexora (MJØLSNES et al., 2004). Outras pesquisas também mostram que esses exercícios geram alterações significativas na arquitetura muscular, como o aumento do comprimento e área de secção transversa dos músculos ativados, o que demonstra uma boa capacidade de gerar hipertrofia muscular (ALONSO-FERNANDEZ et al., 2019). Além disso, são considerados bons exercícios para fins de reabilitação e prevenção de lesões musculares (SAYERS; SAYERS, 2008), principalmente em atletas de alto rendimento de diversos esportes. Atenção! Por outro lado, esses exercícios não são de fácil execução, portanto, não são muito recomendados para indivíduos iniciantes e com baixo condicionamento, principalmente no que se refere à força muscular. Vamos ver a seguir como realizar esses dois exercícios. Flexão nórdica Vamos começar pela flexão nórdica. Movimento: Extensão de joelho; Plano: Sagital; Eixo: Látero-lateral; Principais músculos: Isquiotibiais – semitendinoso, semimembranoso e bíceps femoral. Na flexão nórdica o indivíduo se posiciona com os joelhos e ponta dos pés em contato com o solo com o tronco ereto na direção vertical e alinhado com os quadris. Uma segunda pessoa é necessária para estabilizar os pés do indivíduo ativo no chão. O exercício inicia com o movimento de extensão de joelhos em que o indivíduo tentará realizar o movimento na velocidade mais lenta possível. Nesse momento, ocorre a contração excêntrica dos isquiotibiais. Ao final do movimento, há uma fase de queda que é amortecida pelos membros superiores e, posteriormente, o indivíduo, com a ajuda dos membros inferiores, retorna à posição inicial (veja a seguir). Exercício de flexão nórdica. Posição inicial. Flexão nórdica Exercício de flexão nórdica. Fase excêntrica. Flexão nórdica reversa Agora, vamos ver a flexão nórdica reversa. Movimento: Flexão de joelho; Plano: Sagital; Eixo: Médio-lateral; Principais músculos: Quadríceps – reto femoral, vasto medial, vasto lateral e vasto intermédio. A flexão nórdica reversa tem a vantagem de não precisar de uma segunda pessoa para estabilizar os pés. Nesse exercício, a posição inicial é a mesma da flexão nórdica, contudo, ao iniciar o exercício, faz-se o movimento de flexão de joelhos, também de forma lenta, ativando de maneira excêntrica os músculos do quadríceps e, ao final do movimento, o indivíduo retorna à posição inicial por meio de uma contração concêntrica, também dos músculos do quadríceps. Assim como a flexão nórdica, esse exercício geralmente é utilizado por indivíduos com experiencia em treinamento de força. A imagem a seguir ilustra a execução desse exercício. Flexão nórdica reversa Exercício flexão nórdica reversa: posição inicial. Exercício flexão nórdica reversa: posição final da fase excêntrica. Erros comuns das �exões nórdica e nórdica reversa Na flexão nórdica, procura-se evitar superfícies rígidas, principalmente para ajudar na fase de absorção da queda. Pisos emborrachados, grama e carpete são mais recomendados que o concreto ou madeira. Em ambos os movimentos, é importante evitar a flexão de quadril, buscando manter o tronco alinhado com os quadris. No entanto, é comum, principalmente nos alunos iniciantes, observar-se a flexão dos quadris. O profissional deve orientar o aluno buscando evitar esse erro e pode realizar uma progressão na amplitude do movimento (tanto na flexão nórdica quanto na flexão nórdica reversa) para que o aluno ganhe aos poucos a coordenação exigida pelo movimento. Flexão plantar e dorsi�exão Flexão plantar em pé A flexão plantar é o exercício mais comum envolvendo a articulação do tornozelo. Esse exercício trabalha músculos importantes, como gastrocnêmio e sóleo, tanto para nossa sustentação e equilíbrio, quanto para a circulação, pois são músculos com importante atuação no bombeamento do sangue venoso para o coração. Flexão plantar em pé Movimento: Flexão plantar; Plano: Sagital; Eixo: Látero-lateral; Principais músculos: Gastrocnêmio e sóleo. A flexão plantar em pé é normalmente realizada num nível acima do solo, como num degrau ou step, por exemplo. O fato de estar no nível acima do solo permite que a posição inicial do exercício se dê com o tornozelo em dorsiflexão, o que provoca um pré-estiramento dos flexores plantares melhorando a relação comprimento x força desses músculos. Na fase concêntrica, realiza-se o movimento de flexão plantar até que, ao final do movimento, os calcanhares estejam o mais alto possível sem perder o contato da parte anterior do pé com o degrau ou step. Na fase excêntrica, faz-se a dorsiflexão até os calcanhares atingirem novamente o ponto mais baixo, com o tornozelo na posição inicial do exercício, conforme a figura abaixo. Flexão plantar em pé no step. Flexão plantar (extensão do tornozelo). Variações à �exão plantar em pé Existem diversas variações para esse exercício. A flexão plantar pode ser realizada com diferentes implementos, como sobrecarga. Por exemplo: caneleiras, halteres de barra curta (HBC), halteres de barra longa e faixas elásticas, como podemos ver na imagem a seguir. Flexão plantar em pé com HCB. Flexão plantar no solo com a faixa elástica. Além disso, pode-se realizar a flexão plantar em alguns aparelhos específicos, como na imagem a seguir e no leg press. Flexão plantar no aparelho específico. Contudo, a variação mais significativa é a flexão plantar com os joelhos flexionados, geralmente realizados em aparelhos que permitem a implementação de sobrecarga significativa, normalmente chamados de cadeira solear nas academias. No entanto, pode ser realizado num banco com os pés apoiados num degrau ou step, sem sobrecarga ou com caneleiras. A imagem seguinte ilustra dois exemplos desse exercício. A principal consideração dessa variação é que a flexão de joelho provoca a insuficiência ativa do gastrocnêmio gerando maior ativação do sóleo quando comparada à flexão plantar em pé. O ideal para enfatizar o trabalho de panturrilha é utilizar os dois movimentos (joelho estendido e joelho flexionado). Exemplo de flexão plantar com os joelhos flexionados na cadeira solear. Exemplo de flexão plantar com os joelhos flexionados sentado em uma cadeira. Erros comuns da �exão plantar em pé Geralmente, a flexão plantar em pé é um exercício de fácil execução. Contudo, um erro bem comum quando se tem o degrau é o indivíduo não realizar a dorsiflexão, limitando a amplitude de movimento e não realizando o pré-estiramento dos flexores plantares. Dorsi�exão O movimento de dorsiflexão (flexão dorsal do tornozelo) é visto com menos frequência nas academias de ginástica, mas deve ser trabalhado para manter a musculatura equilibrada em relação aos flexores plantares, principalmente em indivíduos que praticam corrida. Vamos aprofundar mais a seguir: Principais músculos agonistas Tibial anterior; fibular terceiro. Vejamos na imagem a seguir o movimento de Dorsiflexão: Dorsiflexão. Exercício Dorsiflexão na máquina; dorsiflexão com elástico; dorsiflexão com tornozeleira. Descrição Posição inicial (PI) – partindo da posição neutra do tornozelo ou da condição do tornozelo em flexão plantar. Evolução Realizar a dorsiflexão do tornozelo na intenção de puxar o dorso do pé no sentido da face anterior da perna. Exercícios neuromusculares que envolvem as articulações do joelho e tornozelo Confira agora as diversas formas de execução dos exercícios que envolvem as articulações do joelho e tornozelo, as principais variações desses exercícios, os erros que podem ser cometidos e como o professor pode corrigi-los. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Na cadeira extensora, o quadril se encontra flexionado. Essa flexão de quadril promove a insuficiência ativa de um dos extensores de joelho. Tal insuficiência ocorre com qual músculo? A Vasto medial B Gastrocnêmio C Reto femoral D Bíceps femoral Parabéns! A alternativaC está correta. O reto femoral é um músculo biarticular que, além de ser extensor de joelho, realiza o movimento de flexão de quadril e, portanto, encontra-se ativado devido à flexão de quadril característica da cadeira extensora. Questão 2 O não alinhamento do joelho com o eixo de rotação do aparelho é um erro característico de qual exercício? Parabéns! A alternativa D está correta. Tanto a cadeira flexora quanto a cadeira extensora exigem que os joelhos estejam alinhados com o eixo de rotação do aparelho. E Vasto intermédio A Flexão plantar no leg press B Nórdico invertido C Leg press D Cadeira extensora E Flexão plantar em pé Considerações �nais Estudamos alguns movimentos que são muito comuns no ambiente do treinamento neuromuscular. Buscou-se associar, principalmente, os movimentos realizados nas articulações dos membros inferiores com os principais músculos que viabilizam ativamente que os movimentos ocorram. Como a ação dos músculos está diretamente ligada aos movimentos das articulações, vimos que cada exercício possui uma gama de variações que podem ser aplicadas a partir da análise crítica do professor e da necessidade e individualidade de cada aluno. Vimos também que, no mundo do treinamento neuromuscular, há diversidade de equipamentos utilizados para se impor a sobrecarga nos exercícios, como aparelhos de musculação, kettlebells, faixas elásticas, caneleiras, entre outros. As indicações de alguns erros em cada exercício tiveram como objetivo despertar o olhar para uma análise crítica do movimento visando à prescrição e orientação dos futuros alunos em academias ou qualquer outro ambiente de treinamento neuromuscular. No entanto, a experiência prática é a maior aliada do professor para poder identificar os erros de execução e adaptar os exercícios, de forma a garantir a segurança dos alunos e a eficácia dos exercícios. Podcast Ouça agora um resumo dos principais exercícios de membros inferiores. Referências ALONSO-FERNANDEZ, D.; FERNANDEZ-RODRIGUEZ, R.; ABALO-NÚÑEZ, R. Changes in rectus femoris architecture induced by the reverse nordic hamstring exercises. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v. 59, n. 4, p. 640-647, abr. 2019. BRUGHELLI, M. et al. Effects of eccentric exercise on optimum length of the knee flexors and extensors during the preseason in professional soccer players. Physical Therapy in Sport: Official Journal of the Association of Chartered Physiotherapists in Sports Medicine, v. 11, n. 2, p. 50-55, maio 2010. CAMPOS, M. DE A. Biomecânica da Musculação. 3. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. DELAVIER, F. Guia dos movimentos de musculação: abordagem anatômica. 5. ed. São Paulo: Manole, 2012. FLECK, S.; JÚNIOR, R. F. S. Força. Princípios Metodológicos para o Treinamento. 1. ed. [s.l.]: Phorte, 2000. GOMES, T. M. Metodologia da Musculação. 1. ed. 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Faça uma busca no Scielo por artigo sobre a comparação da ativação do glúteo máximo e bíceps femoral em duas variações de agachamento: com pés paralelos e com o passo à frente.
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