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http://raf.emnuvens.com.br/
PSICOLOGIA ESCOLAR E POSSIBILIDADES NA ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA COMUIDADE DE PEIXINHOS, OLINDA - PE
Autor Adriana da Silva Nunes; Geovana Dias da Silva; Marina de Carvalho Gonçalves; Marília Gabriela Honorato de Araujo1; 
Orientador Prof. MSc. José Carlos Nóbrega Junior2*
1 Discente do curso de Bacharelado em Psicologia no Centro Universitário UNINOVO
2 Docente do curso de Bacharelado em Psicologia no Centro Universitário UNINOVO
*Autor para correspondência – e-mail: marilia.gabrielah026@gmail.com
RESUMO
A Psicologia surgiu como associada à Filosofia e assim permaneceu até a década de 1870. No Brasil o processo de capacitação da psicologia apresenta uma proposta de periodização para história dessa profissão. A psicologia começa a organiza-se em institutos de pesquisa, faculdades e associações e a regulamentar suas leis. A Psicologia Escolar é uma área específica de atuação do psicólogo que se dedica ao estudo e intervenção nos processos psicológicos relacionados à educação e ao ambiente escolar. Ela possui uma história que está em constante construção e evolução, buscando compreender e intervir nas questões emocionais, cognitivas e sociais dos estudantes, professores e demais membros da comunidade escolar. A atuação do psicólogo nesse contexto envolve avaliação psicológica, orientação educacional, apoio emocional, intervenções em casos de dificuldades de aprendizagem e comportamentais, entre outras atividades que visam promover o bem-estar e o desenvolvimento integral dos indivíduos na escola. A Psicologia Escolar, área tradicional da profissão de psicólogo no Brasil, sofre diversas críticas referentes ao modo como são conduzidas determinadas práticas em seu contexto, por isso necessita ser constantemente repensada e discutida. O presente artigo propõe uma reflexão sobre a Psicologia Escolar e suas possibilidades de atuação. Inicialmente realiza-se uma contextualização histórica sobre a Psicologia Escolar, com a observação de que esse é um campo ainda em construção no Brasil. Em um segundo momento, busca-se elucidar alguns aspectos que hoje tornam a Psicologia Escolar uma área específica e de grande importância na atuação do psicólogo. Por fim, discute-se a necessidade tanto de o psicólogo atuar com os diferentes atores presentes no contexto educacional quanto de trabalhar de forma interdisciplinar na escola e em qualquer outro ambiente no qual sejam desenvolvidos processos de ensino-aprendizagem.
Palavras chaves: Psicologia Escolar, história da psicologia, atuação do psicólogo
ABSTRACT
Psychology emerged as associated with Philosophy and remained so until the 1870s. In Brazil, the process of training in psychology presents a proposal for the periodization of the history of this profession. School Psychology is a specific area of psychologist practice that focuses on the study and intervention of psychological processes related to education and the school environment. It has a history that is constantly being built and evolved, aiming to understand and intervene in the emotional, cognitive, and social issues of students, teachers, and other members of the school community. The psychologist's role in this context involves psychological assessment, educational guidance, emotional support, interventions in cases of learning difficulties and behavioral issues, among other activities aimed at promoting well-being and holistic development of individuals in school. School Psychology, a traditional area of the psychology profession in Brazil, faces various criticisms regarding certain practices conducted within its context, which is why it needs to be constantly rethought and discussed. This article proposes a reflection on School Psychology and its possibilities for action. Initially, a historical contextualization is provided about School Psychology, acknowledging that this is still a field under construction in Brazil. In a second moment, some aspects that currently make School Psychology a specific and highly important area in psychologist practice are elucidated. Finally, the need for psychologists to work with different actors present in the educational context and to work interdisciplinary in schools and any other environment where teaching-learning processes are developed is discussed.
Keywords: School Psychology, history of psychology, psychologist's practice
INTRODUÇÃO
Celebrada na literatura como marco inicial da psicologia científica a fundação do Laboratório de Psicologia Experimental da Universidade de Leipzig, em 1879, ocasionalmente vem acompanhada de uma maior comprovação acerca do significado daquela realização institucional para o desenvolvimento histórico da psicologia. Referindo-se a fundação do Laboratório o objetivo do trabalho é indicar alguns fatores histórico-culturais, destaca a influência de Wilhelm Wundt na formação e no treinamento de toda uma nova geração internacional de psicólogos. A importância do Laboratório não reside exatamente no fato de ter sido o primeiro em seu gênero, mais sim no fato de ele ter se tornado o primeiro centro internacional de formação de psicólogos. Sendo Wilhelm Wundt (1832-1920) celebrado nos manuais de história da psicologia como o fundador da psicologia científica. Sendo citado o ano de 1879, quando ele inaugurou o Laboratório de Psicologia Experimental na Universidade de Leipzig, supostamente o primeiro em seu gênero. É necessário ressalta que a importância desse laboratório não reside exatamente no fato de ele ter sido o primeiro em seu gênero. Wundt como diretor do laboratório orientou e treinou toda uma geração de psicólogos experimentais das mais diversas nacionalidades (Araújo, 2009)
Segundo Penna (1992) os principais trabalhos da psicologia no Brasil apresentam análises informativas e descritivas. O trabalho teórico que se segue tem como base alguns livros e artigos publicados sobre a história da psicologia no Brasil. Apresenta uma proposta de periodização para a história da prática da psicologia brasileira, de fundamental importância para a compreensão do processo de organização desta profissão.
A psicologia escolar é um dos campos de reflexão e intervenção. Constituir um processo educativo é um dos principais trabalhos. Considerando o desenvolvimento atual da área de psicologia escolar no Brasil, é importante a pesquisa e reflexão sobre esse campo de atuação, necessariamente pela contribuição ao debate estabelecido entre a psicologia e a educação, e por permitir revelar contribuições para consolidar a atuação profissional nesse contexto da instituição escolar. A atuação do psicólogo escolar tem sido pauta em muitos debates no meio universitário. Segundo Guzzo (1996, p. 75), a legislação que respalda a psicologia como prática profissional e formação tem “características bem generalistas e responde pouco às demandas mais modernas da sociedade brasileira”. Dessa forma, a psicologia escolar no Brasil tem percorrido uma história cheia de contradições e dificuldades, e ainda não há no país uma especificidade no título profissional, ou seja, não existe um modelo de atuação difundido e estudado, e isso dificulta uma prática competente no contexto educacional (Medeiros; Aquino, 2011). 
A análise dessas questões discutidas anteriormente, como a atuação focada no modelo clínico terapêutico e a fragilidade do perfil profissional, produz discussões diversas no que diz respeito à elaboração de práticas críticas em psicologia escolar. Para Guzzo (1996, p. 87), as perspectivas em psicologia escolar no Brasil passam pela revisão da formação do psicólogo, “além de uma definição ampla e socializada sobre os padrões éticos e de qualidade no exercício profissional, defendidos por associações de classes científicas da área”. Sendo assim, considera-se fundamental criar condições para avançar num processo de construção de conhecimentos teórico-crítico em psicologia escolar que faça viabilizar uma mediação entre as finalidades transformadoras da prática nessa área.
De acordo com a Lei nº 13.935, de 11 de dezembrode 2019, que dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica houve o ressurgimento das expectativas em relação à atuação do profissional da psicologia na escola. Sendo comparando com as demais a psicologia escolar tem uma atuação de principal importância. Além disso, retomando, um pouco, a trajetória histórica da parceria do psicólogo com as escolas.
Segundo Tada a psicologia tem sido ainda mais presente nas escolas, e na educação de modo geral, por meio de uma postura clínica, autoritária, que estabelece normas, adaptacionista e classificatória (Tada et al, 2010). Sua prática se voltava ao atendimento de situações e problemas na escola, principalmente alunos com queixas escolares. Gradativamente, ao longo dos anos, observamos profissionais que buscam por novos referenciais e princípios para a prática, visando uma psicologia escolar crítica, reflexiva e comprometida politicamente com uma educação democrática e de qualidade, a partir de uma nova perspectiva (Guzzo et al, 2011; Mezzalira et al, 2019; Cavalcante; Aquino, 2019).
Para (Guzzo et al, 2010), validar a história de uma determinada área do conhecimento não é tarefa fácil, pois, envolve posicionamentos teórico-metodológicos, bem como considerar o contexto histórico, político, sociológico, econômico e cultural da época em questão. No que se refere à história da psicologia escolar, Guzzo et al (2010); Barbosa e Marinho-Araújo (2010) apresentam três momentos desse percurso, a saber: entre 1906 a 1930, no contexto da primeira república, baseada no modelo europeu através das técnicas de laboratório, sem a preocupação de intervir na realidade. No referido período histórico, houve aumento no número de laboratórios de psicologia, os quais receberam pesquisas junto aos alunos com dificuldades de aprendizagem; nesse sentido, os instrumentos psicológicos utilizados pelos pesquisadores rotulavam e individualizavam os alunos com algum tipo de dificuldade; de 1930 a 1960, esse momento histórico foi marcado pelo tecnicismo norte-americano, aplicação de testes psicológicos objetivando diagnosticar, predizer e controlar os ‘desajustados’ do contexto escolar, o período a partir de 1960 a psicologia é reconhecida no Brasil enquanto ciência e profissão e neste mesmo período foi marcada pela movimentação da sociedade civil em oposição ao regime ditatorial. Também na área da psicologia atribuiu-se a responsabilidade de dar um novo sentido em seu papel em relação à sociedade.
Na prática a psicopatologia clinica era priorizada e o foco de muitos profissionais que acabavam atuando de maneira incorreta, com alunos e seus familiares. Desmerecendo a atuação do psicólogo na área da educação. Neste mesmo artigo Dias fala que a atuação do psicólogo na escola é um assunto bastante discutido, pelo fato de que seja uma área pouco conhecida comparada a psicologia clínica e organizacional. A problemática ainda maior sobre a psicologia é a forma a qual o indivíduo enxerga a profissão, visando que o psicólogo está ali para solucionar problemas. Historicamente, a Psicologia Escolar foi em buscar de aplicar os conhecimentos de psicologia aos problemas de aprendizagem e de comportamento dos alunos, sendo feito um acompanhamento psicológico e vocacional, além do treinamento de professores. Certamente, por muito tempo o psicólogo posto no contexto educacional utilizou como principal ferramenta no contexto escolar os testes psicológicos, com o propósito de medir as capacidades e habilidades dos alunos e neles identificar possíveis problemas e psicopatologias. Dias nos afirma também em seu artigo que a forma de atuação do psicólogo que prioriza as medidas e diagnósticos foi motivo de controvérsias dentro e fora da psicologia. Na década de 1980 aconteceram críticas a essas práticas no contexto escolar. No entanto era necessário conhecer o aluno para poder auxiliá-lo no melhor desempenho e aprendizagem. Complementando, era necessário saber que problemas enfrentados pelo aluno na escola não decorria apenas do ambiente escolar e sim de fatores individuais e ou de ambiente mais próximo (Dias et al, 2014) 
O presente trabalho de pesquisa tem por objetivo geral: Promover o bem-estar e o desenvolvimento dos estudantes, por meio de ações de prevenção, intervenção e acompanhamento psicológico no contexto educacional. E por objetivos específicos: Apoiar o processo de aprendizagem, lidar com dificuldades emocionais, sociais e comportamentais, e promover a inclusão e a igualdade dentro da escola. Promover a reflexão sobre os papéis representados por familiares e professores na educação.
Portanto, a psicologia educacional no Brasil é uma área que busca compreender e intervir no desenvolvimento e aprendizagem dos indivíduos dentro do contexto escolar. Além, de ser uma importante ferramenta auxilia no entendimento e na promoção do desenvolvimento psicossocial dos alunos, contribuindo para o seu bem-estar emocional, social e acadêmico.
MATERIAIS E MÉTODOS
A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho monográfico baseou-se na revisão de literatura tendo como base livros, revistas, artigos científicos, trabalhos monográficos (TCC, Dissertações e Teses), sites da internet (Google acadêmico e Scielo). A metodologia baseada na pesquisa bibliográfica consiste em utilizar fontes bibliográficas como base para a construção do conhecimento, embasando teoricamente as práticas e os estudos realizados.
A pesquisa foi realizada entre os meses de setembro e dezembro de 2023, onde foram coletados trabalhos acadêmicos que falassem sobre o referido tema. O trabalho é de cunho qualitativo e descritivo. De acordo com Creswell (2007) a pesquisa qualitativa é um método de investigação que busca compreender e interpretar fenômenos sociais, explorando significados, percepções e experiências dos participantes (Denzin; Lincoln, 2006; Minayo, 2003).
Já a pesquisa descritiva tem como objetivo descrever características e fenômenos de forma precisa, sem necessariamente buscar explicações causais. O presente trabalho foi realizado com base no que a literatura descreve sobre a comunidade de Peixinhos. A pesquisa descritiva busca responder questionamentos e geralmente utiliza técnicas como observação, seu foco está na obtenção de uma representação exata da realidade estudada (Alves, 2018).
A pesquisa foi realizada no Bairro de Peixinhos na cidade de Olinda – PE, o bairro de Peixinhos é considerado demograficamente como o segundo maior bairro da cidade de Olinda e faz limite com os bairros de Jardim Brasil, Aguazinha e Sítio Novo, integrando a RPA 3 (Região Político-Administrativa). A formação e desenvolvimento do bairro tiveram início com a construção do Matadouro de Olinda inaugurado em 1919 e que funcionou até os anos de 1970. O bairro foi crescendo no entorno do Rio de mesmo nome, hoje conhecido como Rio Beberibe, um dos principais afluentes da Região Metropolitana, cortando Recife e Olinda, atualmente é um bairro de grandes desafios sociais, pois foi crescendo de forma desordenada e sem nenhum planejamento (Machado, 2003). 
A primeira escola do bairro de Peixinhos foi inaugurada no ano de 1934 pela fundação Dom Bosco, comandadas pelas irmãs Salesianas, a escola recebeu o nome de Escola Dom Bosco. Atualmente a Escola Dom Bosco ainda está em funcionamento, sendo uma entidade filantrópica atende desde a sua fundação, jovens carentes da comunidade e de seu entorno, atuando na área da sócio-educação, promovendo a inclusão social destes jovens. O bairro também conta hoje com outras instituições de ensino tanto públicas quanto privadas. O bairro ainda conta uma belíssima representação cultural com grupos de maracatu como o Maracatu Nação Maracambuco, o Movimento Cultural Boca do Lixo, o Balé Afro Majê Molê.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Psicologia no Brasil tem uma história rica e diversificada. A profissão foi oficialmente reconhecida em 1962, com a criação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs). A atuação do psicólogono Brasil abrange diversas áreas, como clínica, escolar, organizacional, esportiva e social. Além disso, a psicologia no Brasil evoluiu para incluir preocupações sociais e comunitárias, abordando questões como violência, desigualdade social, e saúde mental. A formação em psicologia no país inclui estágios supervisionados e a realização de um trabalho de conclusão de curso. O campo tem se expandido ao longo dos anos, refletindo uma compreensão mais ampla do papel do psicólogo na sociedade brasileira (Soares, 2010).
A Psicologia Escolar é uma área que se desenvolveu ao longo do tempo, e não pode ser atribuída a uma única pessoa. A psicologia educacional, que inclui a abordagem psicológica no contexto escolar, foi influenciada por diversos teóricos e profissionais ao longo do século XX. Psicólogos como Lev Vygotsky, Jean Piaget e outros contribuíram significativamente para a compreensão do desenvolvimento cognitivo e da aprendizagem, influenciando indiretamente a Psicologia Escolar. A aplicação prática da psicologia na educação envolveu diversos profissionais ao redor do mundo, cada um contribuindo para o desenvolvimento dessa área (Dias et al, 2014).
A psicologia escolar foi reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) através da Resolução nº 013/07. No Brasil a Psicologia Escolar tem enfrentado uma série de dificuldades e contradições, é uma área quase tão antiga no Brasil quanto a profissão de psicólogo (Guzzo, 2001). 
No Brasil, na tentativa de garantir atendimento de psicólogos nas escolas da rede pública, foram propostos o Projeto de Lei 3.688, apresentado na Câmara dos Deputados no ano de 2000. Desde então o referido projeto sofreu diversas alterações e emendas e tramitou no Senado Federal como o Projeto de Lei Complementar PLC 60/2007, que foi aprovado nessa instância em 2010. Apenas no ano de 2019 a Lei nº 13.935, de 11 de dezembro, prevê que as redes públicas de Educação Básica contarão com serviços da Psicologia para atender às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação. 
A presença do psicólogo dentro das instituições escolares vem sendo constantemente objeto de críticas, muitos consideram inadequadas e insatisfatórias suas respostas às questões educacionais e escolares desenvolvidas no Brasil (Guzzo et al, 2010).
Na prática, além de muitos profissionais atuarem de maneira equivocada, priorizando o foco na Psicopatologia Clínica, no aluno ou em sua família, percebe-se que os profissionais da Educação (professores, supervisores escolares, orientadores pedagógicos) e familiares não compreendem ou ainda desconhecem o que faz o psicólogo escolar (Cassins et al, 2007 citado por Dias et al, 2014, p. 02). 
Questões históricas relacionadas ao desenvolvimento da Psicologia Escolar no país podem ser responsáveis por tais aspectos, pois é sabido historicamente que esta buscou aplicar os conhecimentos de psicologia aos problemas de aprendizagem e de comportamento dos alunos, a psicologia clínica, quando na verdade tal situação trás inúmeros problemas dentro dos contextos sociais e não se resolve apenas com acompanhamento psicológico e treinamento de professores. Para se entender de fato questões relacionadas ao aluno o psicólogo escolar deve levar em consideração os processos, práticas, ideologias e questões políticas presentes no contexto educacional e social que referendavam e contribuíam para o desenvolvimento do fracasso escolar em certos grupos socioeconômicos e culturais (Patto, 2004).
Apesar de toda crítica é importante salientar que o objetivo de garantir um psicólogo dentro da escola é agregar qualidade ao processo de aprendizado e formação social de estudantes, bem como à convivência escolar e à relação família-escola, integrando as equipes multidisciplinares na condição de profissionais da Educação.
Portanto, o papel do psicólogo na escola é o de buscar o aperfeiçoamento de suas práticas mediante intervenções que considerem fatores históricos, sociais, políticos e econômicos. Ele deverá fazer uma intervenção onde todos que fazem parte da escola dentro da gestão e corpo docente possam apontar alternativas para chegar a atingir os objetivos, neste processo os pais também devem ser envolvidos, portanto o trabalho do psicólogo escolar deve ser interdisciplinar (Gaspar; Costa, 2011)
A Psicologia Escolar concentra-se no suporte psicológico a estudantes, lidando com questões individuais e de grupo dentro do ambiente escolar. Já a Psicologia Educacional tem uma abordagem mais ampla, incluindo o estudo de processos educacionais em contextos diversos, não se limitando apenas ao ambiente escolar. Ambas buscam entender e aprimorar o processo de aprendizagem, mas a Psicologia Educacional abrange uma gama mais ampla de contextos educacionais (Dias et al, 2014).
O Psicólogo Escolar atua no suporte psicológico aos alunos, professores e pais dentro do ambiente escolar. Suas responsabilidades incluem avaliação e intervenção em questões emocionais, comportamentais e de aprendizado dos estudantes. Eles também podem oferecer orientação profissional, promover a inclusão e prevenir problemas como bullying. Além disso, colaboram com a equipe pedagógica para desenvolver estratégias que favoreçam o bem-estar emocional e o sucesso acadêmico.
Assim, é possível compreender que a atuação da Psicologia Escolar não pode se ocupar apenas com teorias e práticas repetitivas, é necessário considerar o papel social da escola na formação de cada indivíduo, de cada pessoa. Mas, estte ainda é um longo caminho a percorrer, pois ainda encontram-se contradições no papel e na atuação do psicólogo escolar, hora pelo deficitário sistema educacional do país, hora pelos problemas sociais que se apresentam na sociedade brasileira e que ainda é muito latente e também pela própria formação oferecida aos futuros profissionais da Psicologia que geralmente é deficiente e não contempla a gama de situações que estes enfrentaram no dia a dia dentro de uma instituição de ensino na educação básica. 
Os Psicólogos Escolares desempenham um papel crucial no ambiente educacional por diversas razões. Eles contribuem para o bem-estar emocional auxiliando na identificação e tratamento de questões emocionais e sociais dos alunos, promovendo um ambiente escolar mais saudável; no desenvolvimento acadêmico, trabalhando para entender e superar dificuldades de aprendizado, contribuindo para o progresso acadêmico dos estudantes; na prevenção, atuando na prevenção de problemas comportamentais; na orientação profissional, ajudando os alunos na escolha de carreiras e no desenvolvimento de habilidades necessárias para o futuro; na intervenção em crises, prestando apoio em situações de crise, como traumas ou eventos perturbadores; na parceria com pais e professores, colaborando com educadores e pais para criar estratégias eficazes de apoio ao desenvolvimento integral dos alunos, além de trabalharem efetivamente no processo de inclusão escolar, contribuindo para a promoção da inclusão, trabalhando para atender às necessidades individuais de alunos com diferentes habilidades e características (Guzzo et al, 2010).
De acordo com a Resolução 013/07 do CFP, cabe ao psicólogo escolar ocupar-se de um amplo leque de possibilidades que se referem diretamente ao âmbito do ensino-aprendizagem, tanto em seu contexto formal (escola, instituições de ensino) quanto no informal (organizações não governamentais, empresas, etc.) (Guzzo et al, 2010).
A psicologia dentro do ambiente escolar tem sido debate em diversas áreas e situações, pois as políticas públicas existentes no país ainda não garantem amplamente a presença destes profissionais nas redes públicas de ensino. Para que isso aconteça de fato é necessário que o sistema educacional do Brasil passe por transformações que mudem a atual cultura educacional, que precisa sem lugar a dúvidas ultrapassar barreiras e atingir representações em torno de cada estudante, perpassando pela função social da escola, que traz consigo a preocupação na melhoria do processo de ensino-aprendizagem, na organizaçãodo trabalho pedagógico e nos modelos de gestão participativa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente trabalho de pesquisa bibliográfica mostrou-se a importância da psicologia escolar dentro das instituições de ensino e como é a atuação do psicólogo com relação às demandas encontradas dentro das escolas. É correto destacar que o psicólogo escolar no Brasil deve conhecer as necessidades existentes dentro da escola, sejam elas institucionais e ou dos alunos. 
O psicólogo escolar irá trabalhar no sentido de defender os direitos dos alunos no atendimento de suas demandas educacionais, mas para que isso possa acontecer este profissional precisa estar inserido no contexto no qual esses processos acontecem, fazendo um leque da educação com os aspectos históricos, econômicos, políticos e culturais da comunidade a qual a escola está inserida. 
As demandas para o psicólogo escolar são imensas, sobretudo quando a escola está inserida dentro de contextos socioeconômicos que não garantam todos os direitos que são referendados a cada brasileiro dentro da Constituição Federal de 1988. O psicólogo escolar precisa estar atento tanto às necessidades da população que atende. Ele não irá apenas demandar sobre problemas de aprendizagem e comportamental, devendo se ocupar tanto com a prevenção quanto com a promoção do desenvolvimento dos agentes envolvidos no processo educativo. Outro aspecto que não se deve deixar de citar é que o trabalho do psicólogo escolar não se resume apenas ao educando, ele precisa conhecer todos os indivíduos que fazem parte da comunidade escolar, e também seus contextos, suas histórias, culturas e especificidades. 
REFERÊNCIAS
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