Buscar

Aula dia 03-05 Educação Física P1

Prévia do material em texto

CONVERSANDO SOBRE DANÇAS
Dançar é uma forma de expressão corporal na qual ma-
nifestamos sentidos e significados culturais por meio dos 
gestos combinados com o ritmo e o espaço.
 A ocupação dos espaços e os deslocamentos são mo-
vimentos que podem ser tanto os coreografados quanto 
aqueles utilizados em nossa vida cotidiana. Quando reali-
zados nas danças, os movimentos são livres do ato utilitá-
rio, fato que liberta a criatividade e a possibilidade de se 
movimentar, ocupar os espaços e se deslocar de maneira 
quase infinita. 
Essa liberdade proporciona ao indivíduo a descoberta 
de potencialidades que estavam subjacentes, porque as 
demandas de movimento da vida cotidiana nem sempre 
permitem o acesso a elas, e, portanto, ficam latentes na 
pessoa. O que significa dizer que as aprendizagens da dança 
ocorrem na própria ação, nos deslocamentos e nos planos 
que envolvem descobertas de como se movimentar no 
espaço em determinado ritmo. Essas descobertas possibili-
tam a aprendizagem de múltiplas dimensões relacionadas à 
movimentação corporal. 
Quando atravessamos uma rua, e precisamos calcular o 
tempo necessário para efetuar deslocamentos no ambiente, 
estamos constantemente integrando e avaliando, de forma 
intuitiva, as informações sobre tempo, distância e velocidade. 
Trabalhar o desenvolvimento espaço-temporal de maneira 
prática é fundamental durante as aulas de dança para a 
aquisição dessas habilidades.
Toda criança precisa conhecer as potencialidades referen-
tes à compreensão da relação existente entre o deslocamento 
do corpo ou parte dele no espaço, e de quanto tempo essa 
ação necessita para se concretizar. Na conexão entre ambos 
está inserido o conceito de ritmo.
Para dançar é necessário um controle cognitivo para or-
ganizar a sequência de movimentos no tempo e no espaço, 
pois, sem essa capacidade, o resultado da dança fica com-
pletamente comprometido, tanto na sua proposição quanto 
esteticamente. Na verdade, esse controle está presente na 
vida cotidiana por meio de outras práticas corporais, mas é 
o dançar que potencializa o desenvolvimento da estrutura 
espaço-temporal, pois nele há uma correlação direta e mo-
mentânea de interdependência das ações, em que qualquer 
equívoco em relação ao movimento no tempo ou no espaço, 
por menor que seja, compromete a ação como um todo.
Dessa forma, é fundamental que as crianças, ao dançarem, 
possam compreender a importância do desenvolvimento da 
relação espaço-temporal e do controle corporal para garantir 
o desenvolvimento e a estética do fazer coletivo, ressaltando 
ainda essas habilidades como fundamentais não somente para 
o dançar, mas também para a vida cotidiana. 
No aspecto social, é importante ressaltar que os movi-
mentos realizados ao dançar criam uma condição de inter-
dependência entre o movimento individual e a ação coletiva. 
Nesse sentido, é imprescindível mostrar aos estudantes que 
essa interdependência está relacionada ao fazer individual 
e à capacidade de organização rítmica de cada participante, 
criando, assim, o senso de responsabilidade, fundamental 
para o desempenho coletivo ao dançar. 
No âmbito cultural, viver essa experiência por meio da 
compreensão dos gestos que representam as diferentes 
culturas visitadas nesta unidade possibilita, além de expe-
rimentar diferentes gestos realizados no ritmo e no espaço, 
a conexão com diferentes culturas e a (res)significação da 
expressão corporal manifestada por meio dos movimentos 
que caracterizam as propostas das danças e os traços cul-
turais dos povos que as praticam, possibilitando, inclusive, 
reconhecer elementos comuns entre elas.
PRATICANDO DANÇAS
Prática 1: DANÇAS DO BRASIL
 Conhecendo a prática corporal
Mantendo a proposta dos 3o e 4o anos, esta unidade traz 
ainda outras danças praticadas no Brasil, o que reforça a 
diversidade brasileira evidenciada pela prática de diferentes 
manifestações em uma mesma região.
Mostre aos estudantes algumas outras danças brasileiras 
praticadas em cada região, conforme as sugestões a seguir:
Balaio: dança típica do Sul, na qual os participantes 
formam duas rodas concêntricas, uma de homens e outra 
de mulheres, em que executam movimentos circulares e 
sapateado. Mostre aos estudantes o vídeo disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=3jOEy2ZN8hg> (acesso 
em: 24 abr. 2021) para que conheçam o balaio.
Mineiro-pau: dança típica do Sudeste, com formação 
em roda e em fileira, com execução de batida de bastões 
no chão e entre os participantes. Mostre aos estudan-
tes o vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=ySUjWa0KJ74> (acesso em: 24 abr. 2021) para que 
conheçam a dança.
Camaleão: dança típica do Norte, praticada aos pares, 
com formação em roda e execução de passos laterais, troca 
de lugares, requebrados e palmeados. Mostre aos estudan-
tes o vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=Qrg3QOLBwuM> (acesso em: 24 abr. 2021) para 
que conheçam essa dança do Norte.
Vilão: dança típica do Centro-Oeste, praticada em 
grupo, com execução de passos e batidas de bastões 
MP137
Em posse das respostas, é possível construir um quadro 
sociocultural da relação entre a dança e a comunidade, 
evidenciando-a como uma manifestação da expressão cul-
tural coletiva e incentivando a valorização da diversidade e 
das vivências culturais. 
Durante a reflexão, esteja atento a qualquer demonstra-
ção de preconceito tanto em relação à prática das danças 
quanto em relação às culturas que elas representam e a seus 
praticantes.
 Vivenciando a prática corporal
Dança do coco
Material: equipamento audiovisual.
Aprofunde as aprendizagens sobre a dança do coco, 
reservada para experimentação nesta unidade.
Coco é uma dança originária da região Nordeste, mais es-
pecificamente dos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba. 
Seu surgimento tem como referência os engenhos de açúcar 
operados por homens e mulheres escravizados, que trabalha-
vam como coqueiros e coqueiras, ou quebradores de coco. 
A dança é marcada pelos tambores, cantos que retratavam 
a realidade dos trabalhadores e manifestações do coletivo de 
participantes que dançavam em roda, em fileiras, aos pares 
e com passos solos.
A origem e o senso comunitário da dança precisam ser 
contextualizados, pois são molas que impulsionarão os 
estudantes a conversar e a refletir sobre possíveis posturas 
Diferentemente de outras danças, o coco não demanda 
um grande local para a prática, e permite aos dançarinos li-
berdade de criação de seus passos, possibilitando uma ampla 
gama de exploração de movimentos no espaço, conforme 
a marcação rítmica.
Nesse sentido, começando pelo passo base é possível criar 
uma infinidade de outros passos usando habilidades motoras 
combinadas com movimentos de braços, pernas e tronco.
Coloque, então, uma música para que os estudantes ex-
perimentem livremente o ritmo do coco e, posteriormente, 
oriente-os a executar uma pequena apresentação. Por meio 
da mediação, auxilie-os a organizar a formação no espaço 
para os passos de início da apresentação; os momentos para 
as dinâmicas coletivas, em pares e solos; e a formação e os 
movimentos de encerramento.
Você encontra uma música de coco disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=_u6nufWq1oM>. 
(acesso em: 24 abr. 2021).
 Dialogando sobre a prática
Ao final da experiência converse com os estudantes so-
bre as sensações deles ao dançar; como foi a experiência de 
expressão corporal do coco, levando em consideração seu 
significado cultural; se havia algum preconceito ou resistência 
em relação à prática; se houve alguma dificuldade em relação 
ao ritmo, aos movimentos e aos deslocamentos.
Faça com que eles reflitam e conversem sobre a preserva-
ção cultural e a narrativa de recortes históricos ou cotidianos 
mantidos vivos pelas danças ao longo do tempo.
marcados pelo apito do regente. Mostre aos estudan-
tes o vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=LLkLBfvi0S8> (acesso em: 24 abr. 2021) para que 
conheçam a dançado vilão.
Coco: dança típica do Nordeste, marcada por melodia 
com refrão responsivo e movimentos em roda, em fileiras, 
em pares e solo. Mostre aos estudantes o vídeo disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=xdz9ZCnVOz0>. 
(acesso em: 24 abr. 2021) para que conheçam a dança.
Para ampliar o engajamento dos estudantes em relação 
ao tema e integrá-los à percepção de ritmos, movimentos e 
espaço, pergunte a eles:
QUESTÕES GERADORAS
Alguém conhece alguma dessas danças? 
Quais semelhanças e diferenças podemos perceber 
entre elas em relação ao ritmo, aos movimentos e ao 
espaço?
Quais danças temos em nossa região?
Vocês conhecem alguém que pratica algum tipo de 
dança? Quem? É homem? É mulher? É criança?
Dança do coco.
Apresentação de coco pela Trupé Cia. de Artes durante o evento 
Arraial Arte, Pirapora do Bom Jesus, SP, 2019.
C
E
S
A
R
 D
IN
IZ
/P
U
LS
A
R
 IM
A
G
E
N
S
preconceituosas e injustiças em relação a temas como o ra-
cismo e o sexismo, vislumbrando nas discussões a construção 
de ideias alinhadas à consciência crítica, à democracia, ao 
respeito às diferenças e ao exercício da cidadania. 
MP138

Continue navegando