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A ERA DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS NO SEMIÁRIDO: UM ESTUDO SOBRE A VIABILIDADE ECONOMICO - AMBIENTAL DO PROGRAMA MUNICIPAL “ECOMONEY” QUE OFERECE INCENTIVOS FISCAIS A USUÁRIOS DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA EM PETROLINA - PE
Diego José Queiroz de Carvalho
1. INTRODUÇÃO
O acelerado crescimento populacional observado a partir das últimas décadas do século XX, principalmente nos países subdesenvolvidos geograficamente localizados ao centro da linha do equador, bem como o cenário de desenvolvimento tecnológico a serviço do meio ambiente, impulsionam o aumento da demanda por variadas fontes de energia elétrica, não somente em termos de quantidade, mas também em qualidade. Esses fatores, aliados às mudanças climáticas que superaquecem a temperatura global e prejudicam principalmente os países tropicais, podem gerar múltiplas oportunidades ao Brasil.
Dentre tais oportunidades, pode-se destacar a adoção da energia solar fotovoltaica como alternativa a outras fontes que geram maiores impactos socioambientais, afinal, o país tem a vantagem de estar localizado na zona intertropical, marcando elevados índices de irradiação solar durante todo o ano. Em contrapartida, apesar dessas características, o Brasil está aquém no aproveitamento desse potencial quando comparado a outros países que já utilizam desta tecnologia – alguns destes, inclusive, com características climáticas mais voláteis, como é o caso da Alemanha, Japão e Inglaterra, que chegam até a registrar períodos de neve ao longo do ano (BeGreen, 2020) 
Em especial no Semiárido Brasileiro, a precipitação de chuvas ocorre de maneira escassa e irregular, fazendo com que os sertanejos sofram com altas temperaturas e falta d’água para diversas finalidades que vão desde o consumo humano e animal até a irrigação agrícola. A matriz energética predominante na região em foco – o semiárido, que abrange grande parte da Região Nordeste e o norte do Estado de Minas Gerais, é aquela gerada pelas usinas hidroelétricas, e em momentos de longa estiagem, a termoelétrica, que é amplamente conhecida por ser muito cara e prejudicial ao meio ambiente. A energia solar, entretanto, vem caminhando a passos largos.
Segundo a Associação Brasileira Solar – ABSOLAR (2018), a energia solar fotovoltaica deve crescer 325% nos próximos anos – reflexo não somente do crescente pensamento sustentável, mas também da atratividade desta modalidade de geração elétrica que tende a ser eficiente, econômica e limpa. A participação da energia solar na matriz energética nacional, no entanto, ainda é muito baixa: somente em 2016 o Brasil ultrapassou a quantidade de 1 gigawatt em capacidade instalada, números anteriormente alcançados por outros 30 países no mundo (ABSOLAR, 2018). 
Cabe ressaltar que, devido aos avanços tecnológicos e ganhos de larga escala, o preço de aparelhos fotovoltaicos – os painéis que captam energia do sol e transformam em energia elétrica – está em queda. Esses produtos, que já foram muito mais caros, estão, aos poucos, tornando-se mais acessíveis ao público (TORRES, 2019). 
Assim, o sucesso na implantação em larga escala da energia solar nas residências poderia ocasionar uma série de benefícios, como por exemplo a diminuição do desperdício de água potável – recurso escasso e de grande importância, principalmente em regiões como o semiárido – e o redirecionamento da renda das famílias, a curto e longo prazo, proveniente da diminuição do valor cobrado pelo uso da energia elétrica tradicional (o que poderia ser útil, inclusive, no período de isolamento social atualmente vivenciado pelo mundo). Além disso, a energia solar fotovoltaica pode ser interessante não apenas para residências, mas também às empresas de pequeno, médio e grande porte, cujo consumo costuma ser maior que o consumo doméstico.
Nesse sentido, a Prefeitura de Petrolina – PE, sancionou, no ano de 2014, a Lei Municipal 2655/2014, que concede incentivos fiscais sobre o Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana – IPTU, para contribuintes que instalarem equipamentos, painéis solares, aerogeradores ou similares que produzam essa energia alternativa limpa. Denominada de “Ecomoney”, a lei é um desdobramento das discussões de diversos atores locais, políticos, empresários e ambientalistas e tem como objetivo incentivar o início da produção de energia limpa no sertão nordestino a partir da instalação de painéis fotovoltaicos em residências no âmbito do município de Petrolina. 
Diante do exposto, pode-se questionar qual é, de fato, a viabilidade econômica e ambiental de incentivos fiscais a usuários de energia solar fotovoltaica no município de Petrolina – PE, considerando dispositivos jurídicos como a própria Lei Municipal 2655/2014.
A importância do estudo proposto pode ser justificada pelas relevantes contribuições esperadas tanto para a comunidade acadêmica quanto para a sociedade civil local e o poder público. No aspecto científico, o estudo, além de ser inovador por abordar uma temática pouco explorada no contexto do Sertão do São Francisco, ainda poderá servir de subsídio para possíveis novas pesquisas referentes às fontes de energia sustentáveis. Espera-se ainda que os resultados do estudo proposto possam não apenas subvencionar novas políticas públicas voltadas para energias renováveis, como também melhorar as já existentes – desta forma, beneficiando tanto a sociedade civil local quanto o poder público.
2. OBJETIVOS
2.1 OBETIVO GERAL 
Analisar a viabilidade econômico-ambiental de incentivos fiscais a usuários de energia solar fotovoltaica no município de Petrolina/PE.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
2.2.1 Avaliar o trâmite burocrático para a adequação e aquisição dos painéis fotovoltaicos em residências de Petrolina – PE;
2.2.2 Identificar e analisar os possíveis obstáculos financeiros enfrentados pelas famílias usuárias da energia solar fotovoltaica em Petrolina – PE;
2.2.3 Identificar os possíveis impactos ambientais em torno da região atendida pelo programa municipal Ecomoney;
2.2.4 Identificar o potencial máximo de público atrativo à energia solar fotovoltaica em Petrolina-PE;	Comment by Mauricio Vitor Oliveira: Me explica melhor o que significa esse objetivo...	Comment by Atendimento: Pelo que pesquisei, a energia solar não é vantajosa à população de baixa renda, ou que, consequentemente, consome pouca energia elétrica. As vantagens se dão em residências com muitos aparelhos elétricos, mais cômodos e pessoas....ex: a energia solar é vantajosa para quem tem uma conta elétrica residencial de R$ 300 ou mais, mas não a quem tem de R$ 100, por aí... isso ocorre pq o investimento inicial com a compra dos aparelhos é alto, porém diluído ao longo do tempo, e isso é mais rápido a quem tem uma conta de energia maior...(te explico melhor por áudio)	Comment by Atendimento: 
2.2.5 Analisar a possibilidade de expansão de políticas públicas de incentivo ao uso de energias renováveis para órgãos e repartições públicas.	Comment by Mauricio Vitor Oliveira: Adicionei esse novo objetivo específico como sugestão para enriquecer sua proposta. 
3 REFÊNCIAL TEÓRICO
3.1 ENERGIAS RENOVÁVEIS: FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA E SEUS PRINCÍPIOS	Comment by Mauricio Vitor Oliveira: Acho que no final podemos repensar os títulos das subseções do referencial teórico. Me lembre rsrs
Esse título tem que abranger não só o direito ambiental, como também a lei do Ecomoney (já que você fala dele também).
As políticas públicas ambientais, que promovem o uso de energias renováveis, como é o caso da energia solar fotovoltaica, apreciada nesse trabalho, pautam-se de acordo com os princípios do direito ambiental, e tem como fundamento legal mais importante o Artigo 225 (Capítulo VI: do Meio Ambiente) da Constituição Federal de 1988: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.	Comment by Mauricio Vitor Oliveira: Tive que diminuir essa seção, Diego. Por issotirei aquela última parte que falava sobre educação ambiental. Lendo a seção toda, não percebi diminuição da qualidade. Caso discorde, podemos ver uma forma de reinserir o trecho removido e enxugar outra parte pra não passar das duas laudas.
É importante ressaltar também que a Constituição Federal de 1988 foi a primeira a dedicar todo um capítulo à proteção ambiental.
Na perspectiva das preocupações com as violações ao meio ambiente, passou-se a principiá-lo como um direito fundamental ao homem. De acordo com Talden (2006), no âmbito do Direito Ambiental os princípios também desempenham essas mesmas funções de interpretação das normas legais, de integração e harmonização do sistema jurídico e de aplicação ao caso concreto. Assim, vários juristas definiram princípios norteadores do direito ambiental e, mesmo não havendo um consenso entre eles, todos concordam que é dever do Estado fiscalizar e proteger o meio ambiente, direta ou indiretamente, explicita ou implicitamente.
Como exemplos de tais princípios, pode-se mencionar a obrigatoriedade da intervenção estatal, prevenção, precaução, usuário e poluidor pagador, ampla responsabilidade da pessoa física e jurídica e desenvolvimento sustentável (DESTEFENINNI, 2004), meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa humana, natureza pública da proteção ambiental, controle de poluidor pelo Poder Público, consideração variável ambiental no processo decisório de políticas de desenvolvimento, participação comunitária, poluidor-pagador, prevenção, função social da propriedade, desenvolvimento sustentável e cooperação entre os povos (MILARE, 2004). 	Comment by Mauricio Vitor Oliveira: Por conta do espaço, alterei esse texto. São suas palavras, apenas alterei a disposição.
Estando, portanto, dentro do conjunto das energias limpas e renováveis, a geração solar fotovoltaica foi regulamentada no Município de Petrolina – PE em 2014, pela Lei nº 2.655, e pode ser o início de um processo de reversão na dependência das matrizes energéticas de maior impacto socioambiental, como por exemplo, a hidroelétrica e termoelétrica, o que seria bastante positivo à região. O texto dessa lei depreende-se da seguinte forma:
Art. 1º. Fica o Poder Executivo autorizado a conceder desconto na alíquota do imposto sobre a Propriedade e Territorial Urbana aos contribuintes que instalarem equipamentos que produzam energia ecologicamente correta, através da energia solar e eólica, em imóveis localizados na zona urbana do município de Petrolina. 
[...]
Art. 5º. Os benefícios serão concedidos apenas se os equipamentos e serviços forem adquiridos de empresas estabelecidas no Município de Petrolina. (Grifo pessoal)
Nesse sentido, o programa municipal “Ecomoney” é uma política social importante, respaldada pela Constituição e pelos diversos princípios do Direito Ambiental e abrangendo, inclusive, os objetivos das Agendas Ambientais praticados por grandes nações desenvolvidas. 
3.2 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA: CONTEXTUALIZAÇÃO
De acordo com Dassi (2019), os primeiros painéis solares foram concebidos por Charles Fritts nos anos 1880 e instalados em um telhado de uma residência de Nova Iorque. Mas foi a partir dos anos 1940, com o projeto patenteado e com o empenho do americano Russel Ohl, que esses painéis foram aprimorados, tornando-os viáveis e práticos. 
Na prática, a energia solar fotovoltaica funciona da seguinte forma: a radiação solar é captada por meio de placas – módulos fotovoltaicos, geralmente instaladas nos tetos das residências e transformada em energia elétrica contínua que é convertida em energia alternada por um inversor para poder ser utilizada nos equipamentos elétricos de residências, comercio e indústria. Esse entendimento técnico pode ser filiado ao pensamento de Casaro (2010), que explica que o sistema fotovoltaico não produz lixo tóxico como as usinas nucleares, não polui o meio ambiente como as termoelétricas a gás ou a carvão e não envolve nenhum forte impacto ambiental ou social como as hidrelétricas, necessitando apenas da luz natural do sol.
O Semiárido brasileiro, conforme aponta Scalambrini (2001), recebe grande incidência de raios solares por cerca de 255 dias do ano, formando o “céu limpo”, nome popular dado aos dias em que não há formação de nuvens em grande quantidade. Por essa característica, essa região pode apresentar um grande potencial para a implantação em larga escala. Esse, no entanto, não é o único pré-requisito para uma instalação ampla de qualidade: fatores financeiros, sociais e ambientais, por exemplo, precisam ser estudados com cautela antes da implementação de qualquer política pública voltada para este segmento.
3.3 ECONOMIA DOMÉSTICA NO USO DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA 
Um dos grandes atrativos da energia solar é o fator econômico, afinal, o usuário poderá perceber o retorno financeiro dentro de um certo período após a aquisição. Conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel (2019), entre os anos de 2014 e 2019, houve uma redução de 43% no preço médio dos painéis solares, o que provocou um recuo no tempo de retorno do capital aplicado, de 7 anos, em 2015, para 4,5 anos, agora. Para muitos economistas, a implantação da energia solar fotovoltaica é considerada um investimento de médio a longo prazo, pois é necessário comprar uma série de equipamentos relativamente caros que terão seus custos mitigados ao longo do tempo na economia na conta de energia. Atualmente, para instalar um sistema solar numa residência média com quatro pessoas, conforme explica Duarte (2019), o consumidor vai gastar cerca de R$ 20 mil.
Já em relação aos seus aspectos ambientais, a energia solar fotovoltaica possui características que a tornam únicas. As consequências ambientais para a energia gerada por módulos fotovoltaicos são mínimas, conforme explicam Viana, Urbanetz e Rüther (2008): os sistemas solares fotovoltaicos têm a capacidade de transformar a energia solar diretamente em energia elétrica, sem emissão de gases, sem necessidade de partes móveis e silenciosamente, utilizando o sol que é uma fonte de energia limpa, renovável e virtualmente inesgotável. Além disso, no geral, a emissão de poluentes no processo de fabricação de células fotovoltaicas também é reduzida e bastante controlada. Cabe ressaltar, no entanto, que quando as placas de captação são instaladas em campos abertos ou sobre a água, pode haver impacto sobre o meio ambiente, o que demonstra que as consequências ambientais dependem não apenas do processo em si, mas também da sua execução.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.4 NATUREZA DO ESTUDO
O estudo proposto apresenta uma abordagem teórico-empírica, considerando que, para a sua elaboração, não será necessária apenas o levantamento de discussões a partir de estudos já publicados ou a comprovação prática – em campo – por meio de coleta de dados, mas uma mesclagem das duas técnicas (GIL, 2002). 
Com o intuito de proporcionar um resultado mais rico e aprofundado, optou-se por utilizar o método qualitativo-quantitativo, ou quali-quanti, como é popularmente conhecida a modalidade de pesquisa que usa tanto métodos qualitativos quanto métodos quantitativos na sua execução (DEMO, 2002). Cabe destacar que, conforme aponta Oliveira (2011), alguns estudiosos argumentam sobre a inconveniência de definir limites entre os estudos ditos qualitativos e quantitativos nas pesquisas, sugerindo o afastamento da ideia de que somente o que é mensurável teria validade científica. Nessa visão, enquanto o uso de métodos quantitativos tem o objetivo de trazer luz a dados, indicadores e tendências observáveis, a parte qualitativa busca explicar em profundidade os resultados do conhecimento e informações obtidas pelas técnicas de coleta de dados – temática a ser abordada nos subtópicos seguintes.
Quanto à natureza do estudo, por se tratar de um problema regionalizado, pouco tratado cientificamente seguindo as especificações e dinâmicas do local de estudo, sua característica pode ser descrita como exploratória-descritiva. Segundo Polite Hungler (1995), estudos assim permitem a observação, descrição e análise de determinada situação ou fenômeno, assim como a exploração de diversas das suas dimensões.
A pesquisa proposta possui, ainda, características documentais primárias, uma vez que fará uso de materiais que ainda não receberam tratamentos analíticos, tendo como fonte, arquivos públicos coletados em alguns setores da Prefeitura Petrolina, especialmente a respeito de protocolos de solicitação de descontos tributários. Segundo Lakatos (2003), esses arquivos “constituem geralmente a fonte mais fidedigna de dados” e “podem dizer respeito a atos individuais, ou, ao contrário, atos da vida política, de alcance municipal, estadual ou nacional”, abrangendo, em sua maioria, documentos oficiais, tais como leis, ofícios, relatórios, correspondências, anuários, alvarás e outros.	Comment by Mauricio Vitor Oliveira: Não precisa mexer nesse. Fiz algumas poucas alterações, mas, no geral, está muito bom e coeso
4.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Optou-se por realizar o estudo proposto no município pernambucano de Petrolina em razão das suas características climáticas sociais e econômicas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2019, o município já era o 4º maior do interior do Nordeste, com uma população total de 349.145 habitantes. Nesse sentido, apesar de ser uma cidade interiorana, Petrolina se destaca no Semiárido e no Sertão do São Francisco.
Também instiga a pesquisa o fato do município possuir, desde o ano de 2014, uma lei regulamentadora sobre o funcionamento da energia solar fotovoltaica em residências urbanas, que oferece descontos consideráveis no IPTU – o que, no entanto, carece de investigação para averiguar suas vantagens e desdobramentos nos diversos estratos sociais. 
Diante do exposto, entende-se que a população-alvo do estudo é composta por usuários de energia solar residentes no município de Petrolina/PE. Já em relação à amostra, esta poderá ser definida com base nos usuários beneficiados pela Lei Municipal 2.655/2014, uma vez que, conforme Prodanoy (2013, p. 97), entende-se por amostra “um subconjunto de indivíduos da população-alvo sobre o qual o estudo deve ser efetuado”.
Cabe ressaltar que, dados os objetivos e a natureza da pesquisa proposta, pretende-se realizar a coleta de dados não apenas com os usuários de energia solar beneficiados pela lei supracitada, mas também com servidores públicos municipais envolvidos na execução dessa política e gestores de empresas que dominam essa tecnologia – fabricando os equipamentos e dando suporte técnico aos usuários.
4.6 COLETA DE DADOS
Um problema de pesquisa complexo exige uma abordagem metodológica flexível às diversas circunstâncias tratadas, sob esta perspectiva percorrerá o presente estudo.	Comment by Atendimento: Mudei esse início. Anteriormente estava um pouco sem sentido e você notou kkkk
Veja se assim está ok.
Na etapa documental, serão apreciados, com prévia autorização, documentos memorizados no Setor de Protocolo e na Secretaria Executiva de Tributação, ambos localizados na Prefeitura Municipal de Petrolina. O acesso a esses arquivos se dará através de requerimento feito pelo site “1 doc.”, que é o sistema eletrônico do órgão municipal. Os documentos disponibilizados servirão de base para compreender o funcionamento burocrático do programa analisado, as exigências que os solicitantes devem atender, seu perfil socioeconômico e o período médio na tramitação desses pedidos. Posteriormente, e dentro dessa mesma base documental, serão avaliados os orçamentos médios estipulados por empresas privadas especializadas na instalação e manutenção de placas fotovoltaicas.
As aquisições dessas informações iniciais servirão como base para a elaboração de questionários e protocolos de entrevista que serão aplicados tanto com servidores públicos da Prefeitura de Petrolina quanto com o público usuário da energia solar e empresários do ramo.
Em relação ao primeiro grupo serão desenvolvidas entrevistas semiestruturadas, efetuadas presencialmente na Prefeitura de Petrolina, com data e horário previamente marcados, assim o pesquisador terá um contato mais direto com o funcionário-operador do Programa em foco, no sentido de se inteirar de suas opiniões acerca do assunto. Na visão de DENKER (2000), a entrevista semiestruturada permite uma maior liberdade ao pesquisador. 
Ao segundo grupo deste trabalho, formado por clientes e empresários, a estratégia utilizada será o questionário, segundo GIL (1999, p.128), pode ser definida “como uma técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vividas etc.” Objetivando mensurar e compreender atitudes e comportamentos dos consumidores da energia solar fotovoltaica, optou-se pela escala de avaliação Likert, “esta que é muito popular em pesquisas sociais por ser uma excelente e confiável forma de medir opiniões, percepções e comportamentos de um determinado grupo”, como assevera FRANKENTHAL (2017). 
Com o intuito de eliminar possíveis problemas estruturais, pretende-se realizar pré-testes tanto dos questionários quanto dos possíveis protocolos de entrevista com sujeitos cujo perfil seja compatível com o perfil da população-alvo do estudo.
4.7 ANÁLISE DE DADOS 
Para os questionários: cruzamento de informações via software próprio (SPSS por exemplo); quantificação por gráficos e tabelas.
“Conceitualmente, e para os especialistas da área, a escala Likert combina a matemática aplicada (estatística) à psicologia para promover uma profunda e lógica imersão na mente de quem consome. Uma abordagem capaz de extrair insights qualitativos de uma pergunta estruturada de forma quantitativa.”
https://mindminers.com/blog/entenda-o-que-e-escala-likert/
Para as possíveis entrevistas: análise de conteúdo de Bardin (pesquisar e escrever algo)
Por fim, a análise documental será utilizada para complementar informações obtidas a partir de outras técnicas, bem como para atender alguns dos objetivos específicos (http://www.sabercom.furg.br/bitstream/123456789/1739/1/Análise_documental.pdf) 
LIMITAÇÕES DA PESQUISA
[deixa essa parte por último]
ASPECTOS ÉTICOS DO ESTUDO
A ética na pesquisa científica indica que o estudo em questão deve ser feito de modo a procurar sistematicamente o conhecimento, por observação, identificação, descrição, investigação experimental, produzindo resultados reprodutíveis, realizado de forma moralmente correta (PRODANOV, 2013). Nesse sentido, no decorrer da pesquisa proposta, em todas suas fases, haverá um cuidado minucioso com os aspectos éticos, especialmente no que se refere ao tratamento documental realizado nos setores da Prefeitura Municipal que lidam com o recebimento de material público, intervindo sempre com prévia autorização e preservando nomes e demais informações privadas.
No caso de possíveis entrevistas e questionários, buscar-se-á respeitar a privacidade de cada sujeito, resguardando-se o direito de autorização e desistência de participação no estudo. Sendo assim, objetiva-se explorar o tema com máximo de transparência e correição moral. 
Por fim, é importante frisar que haverá um grande empenho em alinhar-se aos métodos exigidos pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Vale do São Francisco (CEP – UNIVASF).
REFERÊNCIAS
POLIT E HUNGLER (https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-166543)

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