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FGVIDT FGVIDT FGVIDT Sumário UNIDADE 01 – IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE ................ 9 1.1 – CONTABILIDADE PESSOAL .................................................................................... 9 1.2 – BENS E DIREITOS .................................................................................................... 9 1.3 – OBRIGAÇÕES ......................................................................................................... 10 1.4 – ORÇAMENTO MENSAL .......................................................................................... 10 1.5 – CONTABILIDADE PESSOAL VERSUS CONTABILIDADE EMPRESARIAL ........... 11 1.6 – CONTABILIDADE NAS EMPRESAS ....................................................................... 12 1.7 – ENTIDADES ............................................................................................................ 12 1.8 – COMPLEXIDADE DA LINGUAGEM ........................................................................ 13 1.9 – LINGUAGEM DA CONTABILIDADE ........................................................................ 16 1.10 – EXEMPLO ............................................................................................................. 17 UNIDADE 02 – DEFINIÇÃO DE CONTABILIDADE .................... 20 2.1 – FUNÇÃO DA CONTABILIDADE .............................................................................. 20 2.2 – PROCESSO CONTÁBIL .......................................................................................... 20 2.3 – VISUALIZAÇÃO DO PROCESSO CONTÁBIL ......................................................... 21 2.4 – VALOR UTILITÁRIO DA CONTABILIDADE ............................................................. 21 2.5 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL ............................................................. 22 2.6 – ACIONISTA CONTROLADOR ................................................................................. 22 2.7 – ADMINISTRADORES .............................................................................................. 23 2.8 – FINANCIADORES ................................................................................................... 23 2.9 – GOVERNO .............................................................................................................. 23 2.10 – ACIONISTA MINORITÁRIO ................................................................................... 24 2.11 – EMPREGADOS ..................................................................................................... 24 UNIDADE 03 – CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE . 25 3.1 – ATUAÇÃO SEGMENTADA ...................................................................................... 25 3.2 – CONTABILIDADE GERENCIAL .............................................................................. 25 3.3 – CONTABILIDADE FINANCEIRA OU SOCIETÁRIA ................................................. 26 3.4 – CONTABILIDADE FISCAL ....................................................................................... 26 3.5 – CONTABILIDADE DE CUSTOS .............................................................................. 27 3.6 – CAMPOS DE ATUAÇÃO ......................................................................................... 27 FGVIDT 3.7 – AVALIAÇÃO MONETÁRIA ...................................................................................... 27 3.8 – AVALIAÇÃO E INFLAÇÃO ....................................................................................... 28 3.9 – LUCRO VERSUS CAIXA ......................................................................................... 28 UNIDADE 04 – CICLO CONTÁBIL .............................................. 29 4.1 – GERAÇÃO DE INFORMAÇÕES .............................................................................. 29 4.2 – DEFINIÇÃO DE CICLO CONTÁBIL ......................................................................... 29 4.3 – FASES DO CICLO CONTÁBIL ................................................................................ 29 4.4 – CAPTAÇÃO ............................................................................................................. 30 4.5 – RECONHECIMENTO .............................................................................................. 30 4.6 – PROCESSO DE ACUMULAÇÃO ............................................................................. 31 4.7 – SUMARIZAÇÃO ...................................................................................................... 31 4.8 – EVIDENCIAÇÃO ...................................................................................................... 31 4.9 – EXERCÍCIO SOCIAL ............................................................................................... 31 4.10 – VISUALIZAÇÃO DO CICLO CONTÁBIL ................................................................ 32 UNIDADE 05 – ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA ......... 33 5.1 – GERAÇÃO DE INFORMAÇÕES .............................................................................. 33 5.2 – MOTIVO PARA A REGULAÇÃO .............................................................................. 33 5.3 – MOTIVO ADICIONAL PARA A REGULAÇÃO .......................................................... 34 5.4 – ORIGENS ................................................................................................................ 34 5.5 – PRESSUPOSTOS BÁSICOS ..................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 5.6 – REGIME DE COMPETÊNCIA ..................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 5.7 – EXEMPLOS ................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 5.8 – CONTINUIDADE ........................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 5.9 – EXEMPLO .................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 5.10 – CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ... 35 5.11 – COMPREENSIBILIDADE ...................................................................................... 35 5.12 – RELEVÂNCIA ........................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 5.13 – NATUREZA DA INFORMAÇÃO ............................................................................. 36 5.14 – MATERIALIDADE .................................................................................................. 36 5.15 – RELEVÂNCIA VERSUS MATERIALIDADE ........................................................... 36 5.16 – CONFIABILIDADE ................................................................................................. 37 5.17 – REPRESENTAÇÃO COM PROPRIEDADE ........................................................... 38 5.18 – PRIMAZIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA ....................................................... 38 5.19 – NEUTRALIDADE ................................................................................................... 39 5.20 – PRUDÊNCIA .......................................................................................................... 39 5.21 – INTEGRIDADE ...................................................................................................... 39 5.22 – COMPARABILIDADE ............................................................................................ 40 5.23 – COMPARAÇÃO COM DEMONSTRAÇÕES ANTERIORES .................................. 40 5.24 – EXEMPLO ............................................................................................................. 41 5.25 – LIMITAÇÕES ÀS CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS ...................................... 41 5.26 – TEMPESTIVIDADE .................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 5.27 – EQUILÍBRIOENTRE CUSTO E BENEFÍCIO ......................................................... 42 5.28 – EQUILÍBRIO ENTRE CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS ................................. 42 5.29 – VISÃO VERDADEIRA E ADEQUADA VERSUS APRESENTAÇÃO ADEQUADA ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. FGVIDT UNIDADE 06 – BALANÇO PATRIMONIAL ............................ 44 6.1 – ................................................................................................................................. 44 6.2 – ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL .......................................................... 44 6.3 – ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO .......................................................... 45 6.4 – EXEMPLO ............................................................................................................... 45 6.5 – PREPARAÇÃO DE BALANÇO PATRIMONIAL ....................................................... 46 6.6 – ETAPA 1 .................................................................................................................. 46 6.7 – ETAPA 2 .................................................................................................................. 47 6.8 – ATIVO ...................................................................................................................... 47 6.9 – ATIVO CIRCULANTE .............................................................................................. 48 6.10 – ATIVO NÃO CIRCULANTE .................................................................................... 48 6.11 – PASSIVO ............................................................................................................... 49 6.12 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO ......................................................................................... 49 6.13 – AGRUPAMENTO DE PEQUENOS VALORES ...................................................... 50 6.14 – CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS SECUNDÁRIAS ........................................ 50 6.15 – USO DAS CLASSIFICAÇÕES ............................................................................... 51 6.16 – EXEMPLO 1 ........................................................................................................... 52 6.17 – EXEMPLO 2 ........................................................................................................... 53 6.18 – MECÂNICA CONTÁBIL E ELABORAÇÃO DE BP ................................................. 54 6.19 – EXEMPLO ............................................................................................................. 54 UNIDADE 07 – APURAÇÃO DO RESULTADO .......................... 58 7.1 – RECEITA ................................................................................................................. 58 7.2 – DESPESA ................................................................................................................ 58 7.3 – EXEMPLO ............................................................................................................... 59 7.4 – DRE OU DEREX ...................................................................................................... 60 7.5 – ESTRUTURA DA DRE ............................................................................................. 60 7.6 – CONTAS DA DRE – 1ª PARTE ................................................................................ 61 7.7 – CONTAS DA DRE – 2ª PARTE ................................................................................ 63 7.8 - CONTAS DA DRE – 3ª PARTE ................................................................................. 64 UNIDADE 08 – REGIME DE COMPETÊNCIA VERSUS REGIME DE CAIXA ........................................................................................ 66 8.1 – REGIME DE COMPETÊNCIA .................................................................................. 66 8.2 – EXEMPLO 1 ............................................................................................................. 66 8.3 – EXEMPLO 2 ............................................................................................................. 67 8.4 - REGIME DE CAIXA .................................................................................................. 67 UNIDADE 09 – DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO .................................................................. 68 9.1 – DEFINIÇÃO DE DMPL ............................................................................................. 68 9.2 – VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ............................................................... 68 FGVIDT 9.3 – AUMENTO DO CAPITAL SOCIAL ........................................................................... 69 9.4 – LUCRO OU PREJUÍZO APURADO NO PERÍODO .................................................. 69 9.5 – 3 DESTINAÇÃO DE LUCROS ................................................................................. 69 UNIDADE 10 – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA ... 70 10.1 – DEFINIÇÃO DE DFC ............................................................................................. 70 10.2 – VARIAÇÃO DO CAIXA ........................................................................................... 70 10.3 – CAIXA E EQUIVALENTE À CAIXA ........................................................................ 71 10.4 – CÁLCULO DE SALDO DE CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA ............................ 71 10.5 – VARIAÇÃO DE SALDO DE CAIXA ........................................................................ 72 10.6 – ATIVIDADES OPERACIONAIS ............................................................................. 72 10.7 – ATIVIDADES DE INVESTIMENTO ........................................................................ 72 10.8 – ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO ..................................................................... 73 10.9 – MÉTODO DIRETO ................................................................................................. 74 10.10 – EVIDENCIAÇÃO PELO MÉTODO DIRETO ......................................................... 74 10.11 – EXEMPLO 1 ......................................................................................................... 75 10.12 - EXEMPLO 2 ......................................................................................................... 76 UNIDADE 11 – ATIVO IMOBILIZADO ......................................... 77 11.1 – DEFINIÇÃO DE ATIVO IMOBILIZADO .................................................................. 78 11.2 – EXEMPLO ............................................................................................................. 78 11.3 – TIPOS DE ATIVOS IMOBILIZADOS ...................................................................... 78 11.4 – CUSTO DE AQUISIÇÃO ........................................................................................ 79 11.5 – DEPRECIAÇÃO ..................................................................................................... 80 11.6 – FATORES DETERMINANTES DA DEPRECIAÇÃO .............................................. 80 11.7 – CRITÉRIOS DE MENSURAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO........................................... 81 11.8 – MÉTODO LINEAR ................................................................................................. 81 11.9 – TAXA DE DEPRECIAÇÃO VERSUS TEMPO DE VIDA ÚTIL ................................ 81 11.10 – VALOR RESIDUAL .............................................................................................. 82 11.11 – EXEMPLO ........................................................................................................... 82 11.12 – MECÂNICA CONTÁBIL E ELABORAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 83 11.13 – EXEMPLO ........................................................................................................... 83 11.14 – CONTABILIZAÇÃODO EXEMPLO ..................................................................... 84 11.15 – EXEMPLO 3 – CIA. XYZ ...................................................................................... 84 11.16 – EXEMPLO 3 – ELABORAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................ 85 11.17 – EXEMPLO 3 – ELABORAÇÃO DA DRE .............................................................. 89 11.18 – EXEMPLO 3 – DMPL ........................................................................................... 90 11.19 – EXEMPLO 3 – ELABORAÇÃO DE BP ................................................................. 91 11.20 – EXEMPLO 3 – ELABORAÇÃO DA DFC ............................................................... 92 UNIDADE 12 – ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - PROPÓSITO DA ANÁLISE .......................................................... 94 12.1 – JUSTIFICATIVAS PARA A ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........ 94 FGVIDT 12.2 – SITUAÇÃO DE EMPRESAS-ALVO DE INVESTIMENTO ...................................... 94 12.3 – DESEMPENHO DAS SUBUNIDADES................................................................... 95 12.4 – SITUAÇÃO DE CRÉDITO ...................................................................................... 95 12.5 – SITUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA DE EMPRESAS REGULADAS ............. 96 12.6 – OBTENÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........................................... 96 12.7 – INTERESSE DE INVESTIDORES ......................................................................... 97 12.8 – INTERESSE DE UM DIRETOR FINANCEIRO ....................................................... 97 12.9 – INTERESSE DE POTENCIAIS CLIENTES, PARCEIROS E CONCORRENTES ... 97 12.10 – INTERESSE DE ÓRGÃOS REGULADORES ...................................................... 98 12.11 – INVESTIGAÇÃO DA CONFIABILIDADE DAS INFORMAÇÕES .......................... 98 12.12 – CONHECIMENTO DO HISTÓRICO DA EMPRESA............................................. 99 UNIDADE 13 – ANÁLISE VERTICAL ........................................ 101 13.1 – TIPOS DE ANÁLISE ............................................................................................ 101 13.2 – OBJETIVO DA ANÁLISE VERTICA ..................................................................... 101 13.3 – VANTAGENS DA ANÁLISE VERTICAL ............................................................... 101 13.4 – ANÁLISE VERTICAL NA DRE ............................................................................. 102 13.5 – ANÁLISES ........................................................................................................... 102 13.6 – CÁLCULOS ......................................................................................................... 102 13.7 – ANÁLISE VERTICAL NO BALANÇO ................................................................... 103 13.8 – ANÁLISES ........................................................................................................... 104 13.9 - CÁLCULOS .......................................................................................................... 105 UNIDADE 14 – ANÁLISE HORIZONTA ..................................... 107 14.1 – OBJETIVOS DA ANÁLISE HORIZONTAL ........................................................... 107 14.2 – ANÁLISE HORIZONTAL NA DRE ........................................................................ 107 14.3 – ANÁLISES ........................................................................................................... 108 14.4 – CÁLCULOS ......................................................................................................... 108 14.5 – ANÁLISE HORIZONTAL NO BALANÇO .............................................................. 109 14.6 – ANÁLISES ........................................................................................................... 110 14.7 – CÁLCULOS ......................................................................................................... 111 14.8 - ANÁLISE VERTICAL VERSUSANÁLISE HORIZONTAL ...................................... 111 UNIDADE 15 – ANÁLISE POR INDICADORES ........................ 113 15.1 – OBJETIVOS DA ANÁLISE POR INDICADORES ................................................. 113 15.2 – ÍNDICE ................................................................................................................. 113 15.3 – CONTEXTO DE UTILIZAÇÃO DO ÍNDICE .......................................................... 114 15.4 – TIPOS DE INDICADORES ................................................................................... 114 15.5 – INDICADORES DE LIQUIDEZ ............................................................................. 114 15.6 – LIQUIDEZ E SITUAÇÃO FINANCEIRA ................................................................ 115 15.7 – LIQUIDEZ CORRENTE ....................................................................................... 115 15.8 – EXEMPLO ........................................................................................................... 116 15.9 – SOLUÇÃO ........................................................................................................... 116 15.10 – LIQUIDEZ GERAL ............................................................................................. 117 15.11 – FATOR LIMITADOR DO ÍNDICE ....................................................................... 118 FGVIDT 15.12 – EXEMPLO ......................................................................................................... 118 15.13 – SOLUÇÃO 1 ...................................................................................................... 119 15.14 – SOLUÇÃO 2 ...................................................................................................... 119 15.15 – INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO .............................................................. 120 15.16 – ENDIVIDAMENTO GERAL ................................................................................ 120 15.17 – ADEQUAÇÃO E LIMITAÇÃO DO ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL ........ 121 15.18 – EXEMPLO ......................................................................................................... 121 15.19 – SOLUÇÃO ......................................................................................................... 122 15.20 – COMPOSIÇÃO DE EXIGIBILIDADES ............................................................... 122 15.21 – EXEMPLO ......................................................................................................... 123 15.22 – PASSIVO ONEROSO SOBRE ATIVO ............................................................... 123 15.23 – EXEMPLO ......................................................................................................... 124 15.24 – SOLUÇÃO ......................................................................................................... 124 15.25 – COMPOSIÇÃO DO PASSIVO ONEROSO ........................................................ 125 15.26 – EXEMPLO ......................................................................................................... 126 15.27 – SOLUÇÃO ......................................................................................................... 126 15.28 – INDICADORES DE LUCRATIVIDADE ............................................................... 127 15.29 – MARGEM BRUTA .............................................................................................. 127 15.30 – EXEMPLO ......................................................................................................... 128 15.31 – SOLUÇÃO ......................................................................................................... 128 15.32 – MARGEM LÍQUIDA DE LUCRO ........................................................................129 15.33 – EXEMPLO ......................................................................................................... 129 15.34 – SOLUÇÃO ......................................................................................................... 130 15.35 – INDICADORES DE RENTABILIDADE ............................................................... 130 15.36 – RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................. 131 15.37 – EXEMPLO ......................................................................................................... 131 15.38 – SOLUÇÃO ......................................................................................................... 132 15.39 – RETORNO SOBRE O ATIVO ............................................................................ 132 15.40 – EXEMPLO ......................................................................................................... 133 15.41 – SOLUÇÃO ......................................................................................................... 133 15.42 - ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO DE ANÁLISE .................................................. 134 BIBLIOGRAFIA BÁSICA .......................................................... 135 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ............................................. 135 FGVIDT Apresentação A contabilidade é a linguagem dos negócios. Ela tem como objetivo apurar e evidenciar a situação patrimonial e o desempenho econômico-financeiro de diferentes entidades. Através das demonstrações contábeis, nós podemos inferir sobre o que está acontecendo em uma entidade. Na disciplina Contabilidade Geral, começaremos estudando os conceitos fundamentais, a estrutura conceitual e os usuários típicos da informação contábil, bem como suas necessidades informacionais. Estudaremos, também, sobre a elaboração de demonstrações contábeis típicas, isto é, o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e a Demonstração dos Fluxos de Caixa. Finalmente, estudaremos sobre a análise das demonstrações contábeis, com base em técnicas e em indicadores, dos relatórios elaborados pela contabilidade financeira. Portanto, o objetivo da disciplina é capacitar o aluno a elaborar e interpretar as principais demonstrações contábeis exigidas em lei, de modo que ele possa auxiliar os diversos usuários das informações contábeis na redução da assimetria informacional existente entre eles e as entidades analisadas. Ainda, o aluno estará apto a elaborar um parecer sobre a saúde financeira das entidades, através da análise das demonstrações contábeis e de seus quocientes. FGVIDT Unidade 01 – IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE Nessa unidade, começaremos estudando os conceitos básicos da contabilidade, que pode ser pessoal ou de empresas. A contabilidade é a linguagem dos negócios e precisamos aprender o seu vocabulário. Ainda, teremos o primeiro contato com duas demonstrações contábeis do Grupo Pão de Açúcar – Companhia Brasileira de Distribuição S.A. 1.1 – CONTABILIDADE PESSOAL O que seria do mundo sem a existência da Contabilidade? Para que possamos refletir sobre essa questão, devemos pensar em nosso dia-a- dia... O que fazemos com nosso salário? Pagamos nossas contas, compramos um carro ou uma roupa, ou investimos nosso dinheiro na poupança? Até para assumir uma dívida ou pegar um empréstimo, precisamos saber se podemos fazê-lo, isto é, se teremos condições de honrar o compromisso assumido. Para tudo isso, precisamos efetuar um orçamento, registrar e controlar gastos pessoais, além de, ao final do ano, fazer a declaração de Imposto de Renda. Todos esses eventos, que, diretamente, afetam nossas vidas, têm relação com a Contabilidade. Cada vez mais, as pessoas aprendem a lidar com suas finanças pessoais, o que tem sido tratado, inclusive, em algumas escolas de ensino fundamental. 1.2 – BENS E DIREITOS Vamos agora fazer uma lista com nossos bens e nossos direitos para com outras pessoas, como o dinheiro que tenhamos emprestado a alguém, por exemplo. FGVIDT Para isso, registremos essas informações em uma tabela como esta... 1.3 – OBRIGAÇÕES Se o ativo representa todo o patrimônio da entidade – bens e direitos, ou aplicações de recursos dos quais se espera a geração de benefícios futuros –, o passivo representa todas as obrigações da entidade... ...e o patrimônio líquido é, portanto, a parcela do ativo que sobra depois de se descontar todo o passivo, ou seja, PL = ativo – passivo. PL = ativo – passivo O PL representa, ainda, os recursos financiados pelos sócios da entidade. Vamos agora fazer uma lista com nossas obrigações financeiras ou nossas dívidas. Para isso, registremos essas informações em uma tabela como esta... 1.4 – ORÇAMENTO MENSAL FGVIDT O resultado da diferença entre o total de receitas e de despesas pode ser positivo – superávit ou lucro –, ou negativo – déficit ou prejuízo. Vamos agora ordenar nossas receitas mensais, como salário, e nossas despesas mensais, como aluguel, condomínio e gasolina, em uma tabela como esta... Essa é a nossa contabilidade. Agora podemos comprovar se nosso gasto mensal é realmente menor do que ganhamos. Poderemos também analisar que gastos podemos cortar ou diminuir para economizar dinheiro para as férias, por exemplo. 1.5 – CONTABILIDADE PESSOAL VERSUS CONTABILIDADE EMPRESARIAL FGVIDT Agora que já aprendemos a refletir sobre nossas finanças pessoais, podemos ir mais além... Um dos problemas mais comuns nessa área é a mistura das finanças pessoais com as corporativas, ou seja, do negócio, o que não deve ser feito. Mesmo que uma empresa tenha apenas um sócio, as finanças de ambos, empresa e sócio, devem ser separadas. 1.6 – CONTABILIDADE NAS EMPRESAS Vamos refletir agora sobre a situação das empresas... Poderiam as empresas sobreviver sem qualquer controle? Como seriam feitos empréstimos, financiamentos, investimentos, aquisições e venda de produtos, por exemplo, se não houvesse quaisquer informações sobre as empresas envolvidas? Emprestaríamos um milhão de reais se não soubéssemos a probabilidade de retorno desse investimento? Compraríamos outra empresa sem nenhum conhecimento de sua saúde financeira? Poderia haver compra e venda de ações sem qualquer conhecimento da situação econômico-financeira das empresas envolvidas nessas negociações? A quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, a crise Asiática em 1997 e o estouro da bolha da Bolsa Nasdaq, em 2001, são provas concretas de que a Contabilidade deve estar sempre presente para fundamentar qualquer decisão. A crise das bolsas de valores ocorrida em setembro de 2008, mais uma vez, ressalta a importância da informação contábil. Afinal, algumas empresas – principalmente instituições financeiras e seguradoras – praticaram abusos na mensuração de ativos, o que não foi observado pelos auditores e induziu parcela significativa dos investidores a erro. 1.7 – ENTIDADES O foco de atuação da Contabilidade são as entidades. As entidades se subdividem em... FGVIDT ...do setor privado – que objetiva o lucro. ...não lucrativas, como as do Governo e as denominadas ONGs. 1.8 – COMPLEXIDADE DA LINGUAGEM Da mesma forma que a música é considerada a linguagem das emoções, a Contabilidade pode ser considerada a linguagem dos negócios. Como toda e qualquer linguagem, a música e a Contabilidade utilizam partituras, cifras, sinais e símbolos cognitivos próprios. Cada uma delas possui vocabulário específico e gramática própria. Certamente, não conseguiríamos interpretar um texto escrito em um idioma que ainda não aprendemos. Vamos fazer um teste? Procuremos interpretar o seguinte texto... Decifra 01.00 1 2 11 34 30 20 30 25 0 1160 0 0 0 12 0 1 0 8 0 0 0 11 0 0 0 9 32768 0 0 15 0 0 0 8 0 1 0 0 1 2 3 33333333333333333333333334 6 7 5 4 6 7 5 8 2 3 3333333333333333333333333 7 5 4 7 5 4 9 7 2 FGVIDT 3 33333333333333333333333335 4 9 7: 8 2 3 3333333333333333333333333 7; 4 7 5 2 2 3 3333333333333333333333333 3 9 2 3 3333333333333333333333333 3 9 2 3 3333333333333333333333333 3; = 2 2 2 2 2 3 3333333333333333333333333 3 9 2 3 3333333333333333333333333 3 9 2 3 3333333333333333333333333 3; = 2 Difícil? Então vamos tentar outro texto, em outra linguagem, mais fácil... Introdução: Bm7 Bb7/13 Am7 Ab7/13 G7+ A7/13 A7/b13 Am7 D7/9- Bm7 Bb7/13 Am7 Ab7/13 FGVIDT G7+ A7/13 A7/b13 Am7 D7/9- G7+ G#7+ C#7/9 C#7 B7+ E7/9 E7 C7+ F7/9 F7 Bm7 E7/9- Am7 D7/9- G7+ A7/13 A7/b13 Am7 D7/9- Bm7 Bb7/13 Am7 Ab7/13 G7+ Continua complicado, não? Isso ocorre porque não é fácil interpretar um texto que utiliza uma linguagem com a qual não temos familiaridade. Vamos tentar então traduzir para o português o primeiro dos textos apresentados... Moro num país tropical, abençoado por Deus E bonito por natureza, mas que beleza, em fevereiro, em fevereiro, Tem carnaval, tem carnaval, tenho um fusca e um violão. Sou Flamengo e tenho uma nega chamada Tereza... Sambaby Sambaby sou um menino de mentalidade mediana Mas assim mesmo feliz da vida pois eu não devo nada a ninguém Pois sou feliz, muito feliz, comigo mesmo (Repetir primeira estrofe) Sambaby Sambaby eu posso não ser um band leader, pois é Mas lá em casa todos meus camaradas me respeitam, pois é E essa é a razão da simpatia do poder do algo mais e da alegria Vamos agora ao segundo texto... Olha que coisa mais linda Mais cheia de graça É ela menina que vem e que passa FGVIDT Num doce balanço a caminho do mar Moça do corpo dourado do sol de Ipanema O seu balançado é mais que um poema É a coisa mais linda que já vi passar Ah! Por que estou tão sozinho Ah! Por que tudo é tão triste Ah! A beleza que existe A beleza que não é só minha Que também passa sozinha Ah! Se ela soubesse que quando ela passa O mundo inteirinho se enche de graça E fica mais lindo por causa do amor Ah! Agora, sim! Trata-se de País Tropical, de Jorge Ben Jor, e Garota de Ipanema, de Tom Jobin e Vinicius de Moraes! Conhecendo a estrutura da linguagem, fica muito mais fácil interpretar um texto. O mesmo ocorre com a Contabilidade. ............... 1.9 – LINGUAGEM DA CONTABILIDADE Já dissemos que a Contabilidade é a linguagem dos negócios. Por meio dela é que traçamos objetivos, mensuramos resultados e avaliamos desempenhos. É por meio dos relatórios elaborados com base no sistema de informações contábeis que os administradores decidem... ...o preço a ser praticado. ...o mix de produtos a ser vendido. ...a tecnologia a ser utilizada. Como toda e qualquer linguagem, a Contabilidade utiliza sinais e símbolos cognitivos próprios, possui um vocabulário específico e uma gramática própria. FGVIDT Não falar sua linguagem bem como não compreender seus conceitos fundamentais dificulta a interpretação de relatórios e a participação no mundo dos negócios. Sem um conhecimento de Contabilidade, como seria a análise de uma empresa? Como calcularíamos sua capacidade de pagar as dívidas, sua lucratividade ou mesmo o retorno do capital? 1.10 – EXEMPLO Vejamos um exemplo... É provável que conheçamos a atividade de um supermercado. Já devemos ter efetuado compras em vários deles. Entretanto, considerando que este seja nosso primeiro contato com a Contabilidade, será que conseguiríamos interpretar as demonstrações contábeis do Grupo Pão de Açúcar – Companhia Brasileira de Distribuição S.A.? As demonstrações contábeis estão disponíveis no site da empresa e são apresentadas em milhões de Reais. Companhia Brasileira de Distribuição 31/12/2019 31/12/2018 Ativo circulante Caixa e equivalentes de caixa 7.954 4.369 Contas a receber 1.108 686 Estoques 8.631 5.909 Tributos a recuperar 1.692 679 Outros 360 188 Ativos mantidos para venda 223 29.018 Total do ativo circulante 19.968 40.849 Ativo não circulante Ativo Realizável a Longo Prazo 4.321 4.046 Investimentos em controladas e associadas 609 203 Propriedades para investimento 3.051 20 Imobilizado 24.290 14.052 Intangíveis 6.236 2.818 Total do ativo não circulante 38.507 21.139 Total do ativo 58.475 61.988 FGVIDT Companhia Brasileira de Distribuição 31/12/2019 31/12/2018 Passivo circulante Fornecedores 14.887 9.246 Empréstimos e financiamentos 3.488 1.981 Dividendos propostos 168 57 Receitas a apropriar 365 250 Outros 4227 26053 Total do passivo circulante 23.135 37.587 Passivo não circulante Empréstimos e financiamentos 10.706 3.392 Outros 11.086 7.850 Total do passivo não circulante 21.792 11.242 Patrimônio Líquido Capital Social 6.857 6.825 Reservas de capital 447 413 Reservas de lucros 3.529 3.062 Outros resultados abrangentes 107 -66 Participação de acionistas não controladores 2.608 2.925 Total do patrimônio líquido 13.548 13.159 Total do passivo e patrimônio líquido 58.475 61.988 Companhia Brasileira de Distribuição 31/12/2019 31/12/2018 Receita de venda de bens e serviços 26.197 56.635 Custo das mercadorias vendidas e/ou serviços -18.795 -44.445 Lucro bruto 7.402 12.190 (Despesas) receitas operacionais Despesas com vendas -4.618 -7.431 Gerais e administrativas -760 -923 Depreciação e amortização -888 -1.413 Resultado de equivalência patrimonial 1.149 2 Outras despesas operacionais, líquidas -176 -459 Lucro operacional 2.109 1.966 Resultado financeiro líquido -921 -1.206 Lucro antes do imposto de renda e da contribuição social 1.188 760 Imposto de renda e contribuição social 49 -272 Resultado líquido das operações continuadas 1.237 488 Resultado líquido de operações descontinuadas -88 348 Lucro líquido do exercício 1.149 836 FGVIDT Com base nessas informações, como está a situação econômico-financeira do Grupo Pão de Açúcar? Responder a essa questão pode parecer fácil, mas para entender o que realmente acontece nas finanças do Grupo Pão de Açúcar é preciso estudar Contabilidade. FGVIDT Unidade 02 – DEFINIÇÃO DE CONTABILIDADE Nessa unidade estudaremos sobre a função da contabilidade como ciência social e sobre o processo contábil. Além disso, estudaremos sobre os usários da informação contábil, seus objetivos e suas necessidades específicas. 2.1 – FUNÇÃO DA CONTABILIDADE A Contabilidade é uma ciência social. Desse modo, ela influencia a sociedade, e a sociedade é influenciada por ela. Além disso, ela depende do julgamento de valor do ser humano e, portanto, envolve também um conceito subjetivo. A Contabilidade é, a rigor, uma ciência social aplicada, pois constitui o canal de comunicação da informação econômico-financeira entre a empresa e todos os integrantes da sociedade. Por exemplo... Quando uma empresa publica suas demonstrações contábeis em um jornal ou em seu site na internet, as pessoas tomam conhecimento da atuação da empresa e de alguns aspectos relacionados a suas estratégias. Portanto... ...a Contabilidade é o sistema que sintetiza todas as operações realizadas por uma empresa, gerando informações fundamentais para a tomada de decisão e para a avaliação do desempenho dessa mesma empresa. Por intermédio da Contabilidade, a sociedade é informada sobre o resultado da aplicação dos recursos conferidos às entidades.2.2 – PROCESSO CONTÁBIL FGVIDT O processo contábil tem como objetivos registrar, resumir, classificar e comunicar as informações financeiras. A entrada do processo são as transações que a empresa efetua e os eventos que afetam seu patrimônio. Na saída, estão as demonstrações contábeis. Poderíamos dizer que a Contabilidade é uma indústria, tendo como matéria prima os dados econômico-financeiros. Esses dados são captados pelos registros contábeis e processados de forma ordenada. A partir deles, temos como produto final as demonstrações contábeis ou demonstrações financeiras. Denominadas dessa forma pela legislação brasileira, essas demonstrações correspondem às informações geradas pela Contabilidade que se diz Societária. 2.3 – VISUALIZAÇÃO DO PROCESSO CONTÁBIL Podemos visualizar o processo contábil por meio da seguinte ilustração... 2.4 – VALOR UTILITÁRIO DA CONTABILIDADE A Contabilidade é uma ciência fundamentalmente utilitária, ou seja, ela existe porque representa uma utilidade para a sociedade em geral. Seu grande produto é o fornecimento de informações para planejamento e controle, evidenciando informações referentes à situação patrimonial, econômica e financeira de FGVIDT uma empresa. Seu propósito básico é prover a diretores, gerentes, administradores da empresa e a todos os demais interessados informações úteis para a tomada de decisões. Portanto, a Contabilidade Financeira ou Societária tem como objetivo mostrar a saúde financeira da empresa. 2.5 – USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL A coleta, o registro e a sumarização da informação econômica objetivam fundamentar o processo decisório de todas as pessoas relacionadas às entidades, como os administradores, os investidores, o Governo, os empregados, os financiadores e toda a sociedade. Cada usuário, no entanto, possui uma necessidade específica de informações contábeis, de acordo com seus objetivos. Por esse motivo, podemos dividir os usuários da informação do seguinte modo... • acionista controlador; • administradores; • financiadores; • Governo; • acionista minoritário; • empregados. 2.6 – ACIONISTA CONTROLADOR O acionista controlador representa os proprietários da empresa. O acionista controlador tem interesse na continuidade da empresa, em sua valorização e no retorno de seu investimento comparado ao risco. Ou seja, o investimento deve dar mais retorno do que se comparado com uma aplicação com risco similar. O acionista controlador tem preocupação com o lucro por dois motivos... ...por causa da distribuição de dividendos e da manutenção e expansão da empresa. FGVIDT 2.7 – ADMINISTRADORES Administradores são os gestores que trabalham na empresa. Os administradores utilizam a informação contábil como base para exercer sua função como gestores no processo de tomada de decisão. Os administradores visam otimizar o resultado por meio da otimização dos gastos realizados e da administração do mix de produtos, ou seja, definindo quais produtos geram maior lucro para a empresa. Além disso, têm interesse na remuneração por meio de participação nos lucros e na manutenção de seus empregos. 2.8 – FINANCIADORES Financiadores são aqueles que emprestam dinheiro à empresa. O maior interesse dos financiadores diz respeito à capacidade de pagamento do principal e dos juros. Os financiadores devem acompanhar o grau de endividamento da empresa de modo a analisar a composição da estrutura de capital da empresa. 2.9 – GOVERNO O Governo preocupa-se com a tributação e a arrecadação de impostos, taxas e contribuições. A maioria dos tributos são pagos a partir da receita e do lucro evidenciados pela Contabilidade. Além disso, o Governo utiliza os dados contábeis como referência para formulação de diretrizes da política econômica, das atividades do Judiciário e de agências reguladoras. Por exemplo, se as empresas localizadas em um determinado local apresentam resultado negativo, o Governo pode-lhes conceder um incentivo fiscal. O Governo também pode utilizar a Contabilidade para exercer controle e detectar possíveis fraudes. FGVIDT 2.10 – ACIONISTA MINORITÁRIO Acionista minoritário é aquele que compra ações no mercado, mas não possui influência na administraçãoda empresa. Os principais interesses do acionista minoritário dizem respeito ao fluxo regular de dividendos e à valorização da empresa para uma possível venda de suas ações. 2.11 – EMPREGADOS Os empregados representam as pessoas que trabalham na empresa e que, por meio da informação contábil, podem verificar a capacidade de pagamento de salários e de possível participação nos lucros. Dessa forma, podem analisar as perspectivas de crescimento da empresa, consequente manutenção de seus empregos e suas possibilidades de crescimento profissional. FGVIDT Unidade 03 – CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE Nessa unidade estudaremos sobre os diferentes campos de atuação da Contabilidade Societária, Gerencial e Fiscal, ou Tributária, e sobre a avaliação monetária feita pela Contabilidade. 3.1 – ATUAÇÃO SEGMENTADA O campo de atuação da Contabilidade é muito amplo, podendo abranger as pessoas físicas e as entidades de finalidades não lucrativas, bem como as entidades de Direito Público, como estados e municípios. Apesar da abrangência do tema, vamos basear nossos exemplos e aplicações em entidades que objetivam o lucro. Assim como existem diferentes tipos de decisões econômicas, a Contabilidade também se estrutura para fornecer diferentes tipos de informações. A atuação segmentada da Contabilidade Gerencial, da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Fiscal retrata esse processo que fornece, no conjunto, as informações mais utilizadas no mundo dos negócios. É o que veremos a seguir 3.2 – CONTABILIDADE GERENCIAL A Contabilidade Gerencial abrange as informações a serem fornecidas aos tomadores de decisão, isto é, às pessoas internas à organização, responsáveis por dirigir e controlar suas operações. Essas informações são utilizadas para... ...traçar metas. ...avaliar o desempenho dos setores da empresa bem como de seus funcionários. FGVIDT ...decidir sobre a produção de novos produtos ou não, além de todos os tipos de decisões gerenciais. Apesar de a base de suas informações ser financeira, nela devem ser incluídas avaliações de fatores não financeiros, como... • considerações políticas e ambientais; • qualidade do produto; • satisfação do cliente; • produtividade. 3.3 – CONTABILIDADE FINANCEIRA OU SOCIETÁRIA A Contabilidade Financeira ou Societária diz respeito a recursos financeiros, brigações e atividades da entidade legal. Sua informação é destinada, em princípio, a orientar investidores e credores na decisão de onde alocar seus recursos. Tais decisões são importantes para a sociedade uma vez que, por meio delas, serão determinadas quais empresas irão ou não receber recursos para seu crescimento. Muitas outras pessoas utilizam essas informações, tais como... ...os executivos e empregados da empresa. ...os acionistas e fornecedores. ...além de pessoas externas à empresa. 3.4 – CONTABILIDADE FISCAL A Contabilidade Fiscal objetiva fornecer informação ao Governo, principalmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB. O planejamento tributário significa a antecipação dos efeitos dos impostos nas transações e na estruturação das operações de modo a minimizar a carga tributária licitamente. Vale ressaltar que a declaração do Imposto de Renda é baseada na informação proveniente da Contabilidade Financeira. FGVIDT 3.5 – CONTABILIDADE DE CUSTOS A Contabilidade de Custos está localizada em uma área intermediária entre a Contabilidade Financeira e a ContabilidadeGerencial, pois serve às duas... A Contabilidade Financeira utiliza as informações geradas pela Contabilidade de Custos para... • avaliar os estoques, o que é necessário para apurar o balanço patrimonial; • mensurar o custo dos produtos vendidos, o que é necessário para apurar o resultado do período. A Contabilidade Gerencial utiliza as informações geradas pela Contabilidade de Custos para... • identificar o preço que deve ser cobrado para cobrir o custo do produto, as despesas operacionais e ainda remunerar o capital investido. 3.6 – CAMPOS DE ATUAÇÃO Podemos afirmar que a Contabilidade está inserida em três campos de atuação, e cada um deles é orientado pelas necessidades de seus usuários. São eles, conforme vimos... • Gerencial; • Financeiro; • Fiscal. Não podemos, contudo, dizer qual é o melhor, visto que cada um deles visa atender às necessidades de um público específico. 3.7 – AVALIAÇÃO MONETÁRIA A Contabilidade se concentra na avaliação monetária dos elementos patrimoniais. Isso representa um aspecto positivo porque ela se torna a linguagem dos negócios, traduzindo os elementos em termos de dinheiro. FGVIDT No entanto, esse fato também tem limitações visto que é impossível quantificar todos os eventos econômicos, monetariamente. Por exemplo... Uma empresa que tem muitos gastos com o treinamento de seus funcionários terá, teoricamente, funcionários mais capazes e motivados. No entanto, funcionários capazes e motivados não podem ser apresentados no balanço patrimonial da empresa. Dessa forma, as informações contábeis produzem informações que representam, de forma aproximada, a real situação patrimonial e financeira das entidades 3.8 – AVALIAÇÃO E INFLAÇÃO O processo de avaliação monetária é agravado pelo problema da inflação, que impacta o patrimônio e o resultado da entidade. Esse fato não é evidenciado pela Contabilidade, que utiliza os valores históricos, ou seja, o valor por que um ativo foi adquirido. Por exemplo... Um terreno que foi comprado, em 1998, por R$ 100.000,00, em 2008, continuará sendo registrado por R$ 100.000,00 na Contabilidade da empresa, mesmo que seu valor tenha sofrido uma valorização significativa. Contudo, mesmo assim, o controle por meio das informações contábeis é imprescindível para todas as empresas. 3.9 – LUCRO VERSUS CAIXA Na avaliação da gestão da empresa, a longo prazo, também devemos considerar que o conceito de lucro é superior ao de caixa, apesar de este ser uma informação contábil de grande utilidade. O conceito de lucro é obtido por meio do Princípio da Competência dos Exercícios, que representa a alocação lógica e racional do fluxo de caixa ao longo da vida da empresa. É o que veremos, detalhadamente, na Unidade 8. FGVIDT Unidade 04 – CICLO CONTÁBIL Nessa unidade estudaremos sobre o ciclo contábil e as suas fases, que são captação, reconhecimento, processo de acumulação, sumarização e evidenciação. No ciclo contábil, esses procedimentos são repetidos continuamente, de modo a produzir as demonstrações contábeis. 4.1 – GERAÇÃO DE INFORMAÇÕES Vimos, anteriormente, que o processo contábil consiste em trabalhar os eventos econômico-financeiros, transformando-os em informações contidas nas demonstrações contábeis, como mostra a figura a seguir... 4.2 – DEFINIÇÃO DE CICLO CONTÁBIL O ciclo contábil consiste na sequência dos procedimentos contábeis utilizados para identificar, classificar, mensurar, registrar, acumular, sumarizar e evidenciar a informação contábil. O ciclo contábil representa o processo executado nas empresas para elaborar as demonstrações contábeis, a partir das transações econômicas realizadas. O termo ciclo indica que tais procedimentos devem ser repetidos continuamente para possibilitar que se preparem demonstrações contábeis atualizadas em intervalos razoáveis. 4.3 – FASES DO CICLO CONTÁBIL FGVIDT O ciclo contábil pode ser explicado em cinco fases, que serão estudadas a seguir... • captação; • reconhecimento; • processo de acumulação; • sumarização; • evidenciação. 4.4 – CAPTAÇÃO A fase de captação corresponde ao levantamento das transações realizadas pela empresa e dos demais eventos que afetam seu patrimônio, independentemente da ação da entidade, como a inadimplência de seus devedores. A captação envolve a análise de documentos, como contratos, notas fiscais, recibos e laudos. Além disso, a captação pressupõe a avaliação de eventos externos que afetam a entidade e sobre os quais ela não tem controle, como a taxa de inflação e a variação cambial. 4.5 – RECONHECIMENTO O reconhecimento das transações implica diversas decisões. A primeira delas diz respeito ao reconhecimento, ou não, dessas decisões. Decidindo-se por reconhecer as decisões, surgem as outras questões... Quando? Qual o momento adequado para se reconhecer a transação e o evento? Como? Em que conta? Qual a classificação adequada? Ativo? Despesa? Passivo? Patrimônio Líquido? Receita? Por quanto? Qual o critério adequado de mensuração? Qual o valor? Em que montante o evento e FGVIDT a transação afetaram o patrimônio da entidade? 4.6 – PROCESSO DE ACUMULAÇÃO A acumulação consiste na estruturação de banco de dados organizado com todos os registros efetuados. Atualmente, as empresas utilizam sistemas informatizados, entretanto, nada impede que o façam mecanicamente... A necessidade de disponibilizar informações cada vez mais rápido ao tomador de decisões motiva as empresas a adotarem sistemas contábeis informatizados. 4.7 – SUMARIZAÇÃO A sumarização dos dados organizados pelos sistemas contábeis consiste no resumo dos mesmos, transformando-os em informação útil a seus usuários. Portanto, o primeiro passo da sumarização é a identificação das necessidades informacionais do usuário. Em seguida, são elaboradas as demonstrações contábeis e os demais relatórios contábeis. 4.8 – EVIDENCIAÇÃO Evidenciação – ou divulgação – é o ato de tornar a informação pública, isto é, levá-la ao conhecimento dos usuários. Essa evidenciação pode ocorrer por meio de publicação em jornais e no site da entidade, envio por correio, e-mail ou FAX. Também é comum que órgãos reguladores, como o Banco Central do Brasil – BACEN – e a Comissão de Valores Mobiliários – CVM – , exijam que as entidades por ele reguladas lhes enviem suas demonstrações contábeis. 4.9 – EXERCÍCIO SOCIAL A Contabilidade deve fazer seu balanço geral de tudo o que realizou, avaliando a FGVIDT situação do patrimônio e o resultado operacional – lucro ou prejuízo – no final de cada exercício social. Um exercício social possui, geralmente, a duração de 12 meses. Ele coincide com nosso ano civil, que começa em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro. Ao terminar o exercício social, a Contabilidade apura o balanço da situação da empresa, ou seja, verifica o que ela tem e o que ela deve, o que ganhou e o que gastou. Desse modo, ela obtém o resultado já deduzido dos respectivos impostos, que é, então, integrado ao patrimônio. As empresas registradas na CVM também apresentam demonstrações trimestrais – ITR –, ao final de cada trimestre. 4.10 – VISUALIZAÇÃO DO CICLO CONTÁBIL Podemos visualizar da seguinte maneira o ciclo contábil... FGVIDT Unidade 05 – ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA Nessa unidade, estudaremos sobre a Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade, emitida pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, homologada pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM – e pelo CFC. Esta, relaciona-se com o Conceptual Framework emitido pelo IASB – International Accounting Standards Board, entidade internacional. Nesse pronunciamento estão estabelecidas as características qualitativas fundamentais e de melhoria dainformação contábil- financeira útil. 5.1 – GERAÇÃO DE INFORMAÇÕES Assim como precisamos saber as regras de um novo esporte que desejamos praticar, para que possamos utilizar a Contabilidade de forma correta, é indispensável que saibamos as regras do jogo... Em Contabilidade, saber as regras do jogo significa termos pleno conhecimento de sua estrutura conceitual básica. 5.2 – MOTIVO PARA A REGULAÇÃO Existem diversas teorias acerca da necessidade de regulação de uma estrutura conceituação básica para a Contabilidade. Por questão de praticidade, admitiremos que a Contabilidade é uma instituição social. Como uma instituição social, a Contabilidade é, portanto, constituída por valores, desejos e utilidades que lhe são atribuídos conforme a percepção compartilhada entre seus diversos usuários... ...usuários que imaginam a Contabilidade, idealizam-na, atribuem-lhe funções e a imbuem de valores. Nesse sentido, uma das funções da informação contábil é a redução da assimetria informacional entre agente e principal, ou seja, um dos valores imbuídos na informação contábil é a confiabilidade. Essa seria uma possível justificativa para a regulação. FGVIDT 5.3 – MOTIVO ADICIONAL PARA A REGULAÇÃO Um motivo adicional para a regulação de uma estrutura conceitual básica para a Contabilidade seria o seguinte... Nas companhias abertas, o principal motivo pode ser entendido como a situação dos diversos acionistas minoritários, que se encontram dispersos e com baixa probabilidade de associação. Em vista disso, o Estado – na figura do CPC, da CVM e do CFC – define regras que reduzem a liberdade dos gestores das empresas – os agentes –, no que tange à escolha de práticas contábeis, com o propósito de zelar pelos interesses dos acionistas minoritários – os principais. Desse modo, com a regulação, zela-se pelo interesse público, seja lá o que se entenda por interesse público. Certamente, essas não são as únicas formas de analisarmos a razão da regulação contábil, mas, por praticidade, admitamos esse framework. Afinal, nosso foco, nesta unidade, são as regras contábeis mais elementares, na estrutura conceitual básica da Contabilidade. 5.4 – PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 00 (R2)- ESTRUTURA CONCEITUAL PARA RELATÓRIO FINANCEIRO O Pronunciamento Técncio CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro inclui as características qualitativas de informaões financeiras úteis. A Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade, emitida pelo CPC é baseada no Conceptual Framework emitido pelo IASB – International Accounting Standards Board. A Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade foi aprovada pela CVM e pelo CFC. Nesse pronunciamento do CPC, são estabelecidas as características qualitativas de informações financeiras úteis, que são divididas em fundamentais e de melhoria., como veremos aqui. FGVIDT 5.5 – CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações contábeis úteis a seus leitores. As características qualitativas foram definidas de modo a ter mais utilidade para o usuário, fornecendo informações, ajudando no processo decisório e no entendimento da empresa analisada. Se informações financeiras devem ser úteis, elas devem ser relevantes e representar fidedignamente aquilo que pretendem representar. A utilidade das informações financeiras é aumentada se forem comparáveis, verificáveis, tempestivas e compreensíveis. As características qualitativas fundamentais são: relevância e representação fidedigna. Já as características qualitativas de melhoria são comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade e compreensibilidade. 5.6 – RELEVÂNCIA Para serem úteis, as informações devem ser relevantes às necessidades dos usuários na tomada de decisões. As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros ou confirmando ou corrigindo suas avaliações anteriores. Essas informações devem ser relevantes para a tomada de decisão, ajudando o usuário amelhor conhecer a situação patrimonial e o desempenho da entidade. A relevância se justifica por dois aspectos... • natureza da informação; • materialidade. Por exemplo, a troca de presidente em uma empresa constitui uma informação relevante, uma vez que essa informação pode influenciar na decisão de um usuário externo de comprar ou não ações da empresa. No entanto, a mudança de um estagiário não deve influenciar nessa decisão, portanto, não constitui informação relevante. FGVIDT 5.7 – NATUREZA DA INFORMAÇÃO A ideia de relevância pode ser associada à de utilidade. Quanto maior a utilidade da informação para o usuário, maior sua importância e, portanto, sua relevância. A relevância da informação contábil se verifica quando altera a compreensão do usuário, ajuda a avaliar as operações efetuadas e traz mudança no processo decisório ou quando confirma o entendimento anterior. Portanto, a natureza da informação diz respeito ao conteúdo informacional, enquanto a materialidade, ao valor envolvido. 5.8 – MATERIALIDADE Uma informação é material se sua não apresentação ou distorção nas demosntrações contábeis puder influenciar as decisões econômicas dos usuários. A materialidade depende do tamanho do item ou do erro, julgado nas circuntâncias específicas de sua não apresentação ou distorção. Por exemplo, uma papelaria que tem faturamento mensal de R$ 100.000 nota que todo dia está sumindo R$ 1,00 do caixa. Essa informação é imaterial, visto o valor comparado ao faturamento. No entanto, a natureza da informação é importante, já que pode haver algum funcionário desonesto na papelaria. 5.9 – RELEVÂNCIA VERSUS MATERIALIDADE Devemos observar que os conceitos de relevância e materialidade não são sinônimos. Uma informação pode ser extremamente relevante, embora envolva valores pequenos. Portanto, a relevância se justifica não só pelo valor envolvido, como pela natureza da informação. Por outro lado, é de se esperar que valores maiores – materiais – sejam relevantes independentemente da natureza da informação. FGVIDT De forma geral, esses dois conceitos podem ser relativos. Por exemplo... Uma perda de R$ 100.000,00 para uma empresa pequena constitui um fato importante, enquanto que, para uma grande empresa, esse valor pode ser não significativo. 5.10 –REPRESENTAÇAÕ FIDEDIGNA Para serem úteis, informações financeiras não devem apenas representar fenômenos relevantes, mas também representar de forma fidedigna a essência dos fenômenos que pretendem representar. Para ser representação perfeitamente fidedigna, a representação tem três características. Ela é completa, neutra e isenta de erros. Em primeiro lugar, a representação completa inclui todas as informações necessárias para que o usuário compreenda os fenômenos que estão sendo representados, inclusive todas as descrições e explicações necessárias. Já a representação neutra não é tendenciosa na seleção ou na apresentação de informações financeiras. A representação neutra não possui inclinações, não é parcial, não é enfatizada ou deixa de ser enfatizada, nem é, de outro modo, manipulada para aumentar a probabilidade de que as informações financeiras serão recebidas de forma favorável ou desfavorável pelos usuários. Informações neutras não significam informações sem nenhum propósito ou sem nenhuma influência sobre o comportamento. Ao contrário, informações financeiras relevantes são, por definição, capazes de fazer diferença nas decisões dos usuários. A neutralidade é apoiada pelo exercício da prudência, que representa o uso de cautela ao fazer julgamentos sob condições de incerteza. Deste modo, ativos e receitas não estãosuperavaliados e passivos e despesas não estão subavaliados. Por fim, a representação livre de erros significa que não há erros ou omissões na descrição do fenômeno e que o processo utilizado para produzir as informações apresentadas foi selecionado e aplicado sem erros no processo. Nesse contexto, livre de erros não significa perfeitamente precisa em todos os aspectos. Por exemplo, a estimativa de preço ou valor não observável não pode ser determinada como precisa ou imprecisa. Contudo, a representação dessa estimativa pode ser fidedigna se o valor for descrito de forma clara e precisa como sendo a estimativa, se a natureza e as limitações do processo de estimativa forem explicadas e se nenhum erro tiver sido cometido na escolha e na aplicação do processo apropriado para o desenvolvimento da estimativa. FGVIDT 5.11 – CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA Para ser confiável, a informação deve representar, com propriedade, as transações e Comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade e compreensibilidade são características qualitativas que melhoram a utilidade de informações que sejam tanto relevantes como forneçam representação fidedigna do que pretendem representar. As características qualitativas de melhoria podem também ajudar a determinar qual de duas formas deve ser utilizada para representar o fenômeno caso se considere que ambas fornecem informações igualmente relevantes e representação igualmente fidedigna desse fenômeno. 5.12 – COMPARABILIDADE Comparabilidade é a característica qualitativa que permite aos usuários identificar e compreender similaridades e diferenças entre itens. Diferentemente das outras características qualitativas, a comparabilidade não se refere a um único item. A comparação exige, no mínimo, dois itens. As decisões dos usuários envolvem escolher entre alternativas, como, por exemplo, vender ou manter o investimento, ou investir em uma ou outra entidade que reporta. Consequentemente, informações sobre a entidade que reporta são mais úteis se puderem ser comparadas a informações similares sobre outras entidades e a informações similares sobre a mesma entidade referentes a outro período ou a outra data. Para fazer a comparação, podemos utilizar dados de anos anteriores da mesma empresa, desde que as práticas contábeis adotadas sejam consistentes ao longo dos períodos. Da mesma forma, podemos usar como referencial outras empresas do mesmo setor econômico. Nesse caso, as práticas contábeis adotadas por empresas semelhantes devem ser uniformes entre si. Para executar a comparabilidade, os usuários devem ser informados das práticas contábeis seguidas na elaboração das demonstrações contábeis de quaisquer mudanças nessas práticas e do efeito de tais mudanças. Os usuários precisam ter informações suficientes que lhes permitam identificar diferenças entre as práticas contábeis aplicadas a transações e eventos semelhantes, usadas pela mesma entidade de um período a outro e por diferentes entidades. FGVIDT 5.13 – CAPACIDADE DE VERIFICAÇÃO A capacidade de verificação ajuda a garantir aos usuários que as informações representem de forma fidedigna os fenômenos econômicos que pretendem representar. A verificação pode ser direta ou indireta. Verificação direta significa verificar o valor ou outra representação por meio de observação direta, por exemplo, contando-se dinheiro. Verificação indireta significa verificar os dados de entrada de modelo, fórmula ou outra técnica e recalcular os dados de saída utilizando a mesma metodologia. Um exemplo é verificar o valor contábil do estoque, checando as informações (quantidades e custos) e recalculando o estoque final, utilizando a mesma premissa de fluxo de custo (por exemplo, utilizando o método primeiro a entrar, primeiro a sair). 5.14 – TEMPESTIVIDADE Tempestividade significa disponibilizar informações aos tomadores de decisões a tempo para que sejam capazes de influenciar suas decisões. De modo geral, quanto mais antiga a informação, menos útil ela é. Contudo, algumas informações podem continuar a ser tempestivas por muito tempo após o final do período de relatório porque, por exemplo, alguns usuários podem precisar identificar e avaliar tendências. Qualquer instrumento – uma ferramenta, um medicamento e até uma informação – precisa ser disponibilizado a tempo para que seja útil e para que o usuário possa utilizá-lo para seus propósitos. Por exemplo, realizar um conserto, curar-se de uma enfermidade ou tomar uma decisão. Caso contrário, o instrumento perderá sua importância. Por outro lado, a pressa na geração da informação não deve ter como consequência o fornecimento de informações precárias ou duvidosas, pois, nesse caso, a informação perderia confiabilidade. Portanto, cabe à Administração da entidade ponderar os méritos relativoss entre a tempestividade da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida. 5.15 – COMPREENSIBILIDADE FGVIDT Classificar, caracterizar e apresentar informações de modo claro e conciso as torna compreensíveis. Alguns fenômenos são inerentemente complexos e pode não ser possível tornar a sua compreensão fácil. Excluir informações sobre esses fenômenos dos relatórios financeiros pode tornar mais fácil a compreensão das informações contidas nesses relatórios financeiros. Contudo, esses relatórios seriam incompletos e, portanto, possivelmente distorcidos. 5.16 – COMPARABILIDADE 5.17 – APLICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA As características qualitativas de melhoria devem ser maximizadas tanto quanto possível. Contudo, as características qualitativas de melhoria, seja individualmente ou como grupo, não podem tornar informações úteis se essas informações forem irrelevantes ou não fornecerem representação fidedigna do que pretendem representar. A aplicação das características qualitativas de melhoria é um processo iterativo que não segue uma ordem prescrita. Algumas vezes, a característica qualitativa de melhoria pode ter de ser diminuída para maximizar outra característica qualitativa de melhoria. Por exemplo, a redução temporária na comparabilidade como resultado da aplicação prospectiva de novo pronunciamento pode ser vantajosa para aumentar a relevância ou a representação fidedigna em longo prazo. Divulgações apropriadas podem compensar parcialmente a não comparabilidade. 5.18 COMPARAÇÃO COM DEMONSTRAÇÕES ANTERIORES Idealmente, uma empresa deve evidenciar suas demonstrações contábeis atuais e a comparação destas com as demonstrações dos três anos anteriores. No entanto, devemos tomar cuidado para fazermos as comparações corretamente. Dessa forma, na análise de uma demonstração trimestral, é importante que os dados FGVIDT sejam comparados com o mesmo trimestre dos anos anteriores, e não com os trimestres anteriores, em função da sazonalidade. É importante que as demonstrações contábeis apresentem as informações de períodos anteriores. 5.19 – EXEMPLO Vejamos um exemplo de comparabilidade em relação a períodos anteriores... Esperamos que uma empresa que fabrique brinquedos tenha melhores resultados no último trimestre do ano, de outubro a dezembro. Por outro lado, é provável que uma empresa que venda material escolar em geral, tenha melhores resultados no primeiro trimestre do ano. A intenção de comparabilidade é uma das causas da normatização contínua das práticas contábeis. Se não houvesse normatização, cada empresa poderia usar um tratamento diferenciado, e não haveria comparação. 5.20 – RESTRIÇÕES DO CUSTO SOBRE RELATÓRIOS FINANCEIROS ÚTEIS O custo é uma restrição generalizada sobre as informações que podem ser fornecidas pelo relatório financeiro. O relatório de informações financeiras impõe custos, e é importante que esses custos sejam justificadospelos benefícios de apresentar essas informações. Há vários tipos de custos e benefícios a serem considerados. Em nosso dia a dia, encontramos necessidade de avaliar os pontos positivos e os pontos negativos de inúmeros acontecimentos. Quando fazemos isso, estamos avaliando se os benefícios esperados superam os custos de nossas ações. A avaliação dos custos e dos benefícios é, em essência, um exercício de julgamento. A necessidade de se equalizar custos e benefícios também ocorre com decisões relacionadas a escolhas contábeis. Portanto, esperamos que os benefícios decorrentes da informação sejam maiores que o custo de produzi-la. FGVIDT Além disso, os custos não recaem, necessariamente, sobre aqueles usuários que usufruem dos benefícios. Um analista, por exemplo, beneficia-se por ter acesso a uma grande quantidade de informações contábeis. No entanto, toda informação divulgada tem um custo, que deve ser pago pela empresa que evidencia as informações contábeis. Os benefícios podem também ser aproveitados por outros usuários, além daqueles para os quais as informações foram preparadas. – 5.22 PREMISSA DE CONTINUIDADE OPERACIONALA Contabilidade da empresa deve elaborar as demonstrações contábeis partindo da ideia de que a entidade deverá continuar em operação no futuro, ou seja, não será encerrada em um futuro previsível. Desse modo, presume-se que a empresa não tem a intenção nem a necessidade de colocar todas as suas propriedades à venda. Se a intenção ou a necessidade existir, as demonstrações contábeis terão de ser preparadas em uma base diferente, que deve ser divulgada. A premissa da continuidade operacional implica a adoção de determinadas práticas contábeis, por exemplo, na avaliação da maioria dos ativos e passivos pelo custo histórico. Quando esta premissa não for válida, isto é, quando a empresa estiver em processo de encerramento de suas atividades e liquidação de seus bens para pagamento de suas dívidas, todos esses bens deverão ser avaliados pelo valor de venda. 5.23– EXEMPLO Vamos a um exemplo da premisa da continuidade operacional... Se uma companhia aérea compra uma nova frota de aviões, o valor registrado em sua Contabilidade deve ser o valor pago – ou devido – pelos aviões, mesmo conforme o passar dos anos. Isso acontece porque se espera que a empresa continue em operações, ou seja, oferecendo voos. Apenas se a empresa estivesse encerrando suas atividades, os aviões seriam FGVIDT reconhecidos pelo valor de venda, ou seja, por quanto o mercado pagaria por esses aviões. Essa informação só é útil caso a empresa esteja realmente interessada em vender os aviões. As informações apresentadas nas demonstrações contábeis devem ser diretas e claras. Portanto, devem ser prontamente entendidas pelos usuários que possuem um conhecimento razoável dos negócios, das atividades econômicas e de Contabilidade. As demonstrações contábeis devem ser elaboradas de modo que possam ser entendidas por não contadores, desde que estes estejam interessados e dispostos a compreender a situação patrimonial e o desempenho da entidade analisada... ...mesmo que, para isso, seja necessário estudar os conceitos básicos da Contabilidade e das demonstrações contábeis, assim como os dados sobre a empresa analisada e sobre o mercado onde ela atua. Em virtude de o mundo dos negócios ser competitivo e envolver operações estruturadas e sofisticadas, como acontece no mercado financeiro, a demonstração contábil deve também conter as informações sobre operações complexas. Essas informações devem ser relevantes para a tomada de decisão, ajudando o usuário amelhor conhecer a situação patrimonial e o desempenho da entidade. FGVIDT Unidade 06 – BALANÇO PATRIMONIAL Nessa unidade, estudaremos sobre o balanço patrimonial. Começaremos estudando sobre a equação fundamental da contabilidade e sobre a estrutura do balanço patrimonial, que é dividido em ativo, passivo e patrimônio líquido. Veremos também, a elaboração do balanço patrimonial, através da mecânica contábil e a classificação das contas. 6.1 – EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CONTABILIDE O balanço patrimonial tem como objetivo mostrar a situação patrimonial de uma entidade em um momento específico. O balanço patrimonial consiste na relação, de forma ordenada, dos ativos – bens e direitos –, passivos – obrigações – e do patrimônio líquido – diferença entre os ativos e os passivos – de uma empresa. O balanço patrimonial demonstra, portanto, como o patrimônio da entidade está aplicado – ativo – e como esse mesmo patrimônio está sendo financiado, ou seja, quais as origens dos recursos da entidade – passivo + patrimônio líquido. Daí surge a equação fundamental da Contabilidade... ativo = passivo + patrimônio líquido. 6.2 – ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL A estrutura do balanço patrimonial é a seguinte... FGVIDT 6.3 – ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Ao lado esquerdo do balanço patrimonial, estão os ativos – ou as aplicações de recursos. O ativo mostra onde está o dinheiro aplicado na empresa. Ao lado direito, estão o passivo e o patrimônio líquido – ou as origens de recursos. O passivo e o patrimônio líquido mostram qual a fonte do dinheiro aplicado na entidade. Vejamos uma figura que ilustra essas informações... 6.4 – EXEMPLO O balanço patrimonial apresentado a seguir mostra um exemplo simplificado da situação financeira da empresa X em 31 mar. X0... O valor total do ativo é igual a soma do passivo com o patrimônio líquido. Os recursos da empresa estão aplicados em caixa, estoque e edifícios e são provenientes da dívida com fornecedor, do capital integralizado pelos sócios e de lucros acumulados até o período. As contas do ativo são apresentadas de acordo com sua ordem decrescente de liquidez, ou seja, conforme a capacidade e a velocidade com que os bens e os direitos podem ser transformados em dinheiro. As contas do passivo devem ser ordenadas de forma decrescente de exigibilidade – portanto, considerando a data de vencimento. FGVIDT As contas do patrimônio líquido indicam o capital integralizado pelos sócios e os lucros ou prejuízos acumulados. 6.5 – PREPARAÇÃO DE BALANÇO PATRIMONIAL Vamos agora preparar um balanço patrimonial com as seguintes informações... 6.6 – ETAPA 1 Antes de prepararmos um balanço patrimonial, devemos analisar cada conta e separá-lo em ativo, passivo e patrimônio líquido... Títulos a pagar... Representam uma dívida da empresa, um valor que ela deverá pagar. Portanto, constituem um passivo, uma obrigação. Caixa... Indica quanto a empresa possui de dinheiro na data. Portanto, é um ativo. Devemos notar que o caixa é o ativo mais líquido da empresa, por isso deverá ser a primeira conta do balanço patrimonial. Capital social... Montante que os sócios colocaram na empresa. Faz parte do patrimônio líquido. Imóveis... Edifícios, lojas, depósitos ou salas de propriedade da empresa e, portanto, um ativo. Móveis e utensílios... Bens da empresa e, portanto, um ativo. Fornecedores... FGVIDT Uma dívida da empresa. Quando a empresa comprou mercadorias para revenda, ela não pagou diretamente em dinheiro. Ao invés disso, assumiu a obrigação de pagar o valor no futuro. Portanto, é um passivo. Empréstimos obtidos... Representam um valor em dinheiro que a empresa pegou emprestado com terceiros, assumindo a obrigação de devolver o montante na data de vencimento. Constituem, portanto, um passivo. Equipamentos... Máquinas utilizadas na produção. Como são bens da empresa, fazem parte do ativo. Clientes... Representam um direito da entidade de receber um montante de seus clientes no futuro. Quando a empresa prestou um serviço ou vendeu um produto, os clientes não pagaram
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