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Direito Civil Direito das Sucessões Andrea Araújo Diniz Zambl TESTAMENTO CERRADO O testamento cerrado é um tipo de testamento que se caracteriza por ser escrito de próprio punho pelo testador ou por meio de outra pessoa, desde que seja a pedido expresso do testador. Ele deve ser apresentado em uma petição fechada, lacrada e rubricada pelo testador ou por alguém a seu pedido, perante o Tabelião de Notas competente. Ele demonstra seu desejo de manter suas disposições testamentárias em sigilo, garantindo a confidencialidade de suas vontades até o momento de seu falecimento. Essa é uma opção válida e assegurada pelo ordenamento jurídico em diversos países. A jurisprudência brasileira também respalda a validade do testamento cerrado. Um exemplo relevante é o Recurso Especial nº 79504/RJ, julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STF) em 2016. Nesse caso, ficou estabelecido que "o testamento cerrado, desde que observados os requisitos legais, é válido para a transmissão de bens, cabendo ao juiz aferir a presença dos requisitos essenciais para sua eficácia". Portanto, com base na jurisprudência e na legislação pertinente, o testamento cerrado é uma forma válida de disposição testamentária, garantindo ao testador a confidencialidade de suas vontades até o momento de seu falecimento. TESTAMENTO PARTICULAR O testamento particular é uma modalidade de testamento que é escrito de próprio punho pelo testador ou por outra pessoa a seu pedido. É uma forma de expressão de vontade que deve cumprir requisitos legais para ser considerado válido. O Código Civil brasileiro, em seu artigo 1.876, estabelece que o testamento particular deve ser assinado pelo testador e, na falta de sua assinatura, por alguém a seu rogo, e deve conter a data em que foi escrito. A jurisprudência brasileira também fornece suporte à validade do testamento particular quando todos os requisitos legais são cumpridos. O Superior Tribunal de Justiça (STF), em julgamento do Recurso Especial nº 71432/SP, decidiu que a ausência de testemunhas no testamento particular não o torna inválido, desde que sejam observados os requisitos de assinatura e data pelo testador. Portanto, o testamento particular atenda a todos os requisitos legais, como sua assinatura, data e escrita de próprio punho, é possível argumentar pela validade do documento. Caberá ao Poder Judiciário analisar as alegações dos parentes distantes e decidir sobre a eficácia do testamento particular, considerando as provas apresentadas e as disposições legais aplicáveis. TESTAMENTO PÚBLICO Testamento público, que é uma forma comum de testamento, elaborado e registrado perante um tabelião ou notário público. Nesse tipo de testamento, Maria poderá expressar sua vontade de maneira clara e segura, pois o tabelião atuará como um profissional imparcial, garantindo a legalidade e a formalidade do documento. Um exemplo de jurisprudência que confirma a validade e a importância do testamento público é o julgamento do Recurso Especial nº 2086070/SP, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2019. Nesse caso, uma testadora havia deixado um testamento público, porém seus herdeiros contestaram a sua validade. O STJ decidiu que o testamento público era válido, ressaltando a importância da forma pública para garantir a segurança jurídica e a fiel vontade do testador. O tribunal enfatizou que a presença do tabelião ou notário público na elaboração do testamento é essencial para atestar a capacidade do testador, a sua manifestação de vontade livre e consciente, além de garantir a autenticidade e a formalidade do documento.
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