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Módulo 3 Gestão de Armazém ESTÁGIO SETORIAL DE GESTÃO DE ESTOQUES SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Introdução 1. Layout de armazém Etapas para o projeto do arranjo físico de um depósito Minimização do custo operacional por meio do arranjo físico de um depósito Bom fluxo de material Baixos custos de operação para estocagem e coleta Eficiente utilização do espaço de estocagem e do equipamento 2. Unitização da carga Paletização Contenedorização Conteneirização 3. Inventário Físico e Avaliação dos estoques Inventário físico Acurácia dos Controles Avaliação dos estoques (Inventário Permanente) PEPS – Primeiro a Entrar é o Primeiro a Sair UEPS – Último a Entrar é o Primeiro a Sair (LIFO - Last In- First Out) Preço Médio ou média ponderada móvel FEFO – Primeiro que Vence é o Primeiro que Sai ( First Exhaust-First Out) 4. Equipamentos de Armazenagem Equipamentos de estocagem Equipamentos de movimentação de material Empilhadeiras e pequenos veículos Transportadores e esteiras Guinchos, pontes rolantes e pórticos Transelevadores 5. Classificação e codificação de materiais Referências SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO MÓDULO 3: Gestão de Armazém Fonte: https://www.alcis.com.br/wp-content/uploads/2015/03/alcis-wms-imagem-1- v1-1024x628.jpg Introdução Você já parou para pensar, o que significa, exatamente, armazenar? Vamos conversar a respeito? Para muitos, a palavra armazenar está associada à guarda de materiais ou de dados eletrônicos. Para os profissionais que convivem e atuam no segmento das operações logísticas, a palavra armazenar representa um verdadeiro complexo de atividades inerentes ao conjunto de operações logísticas. A armazenagem de materiais pode ser entendida como o planejamento e organização das atividades a serem desenvolvidas visando a manter e a abrigar, de SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO forma adequada, os itens de material, mantendo-os em condições de uso até o momento de sua demanda efetiva pela organização. Os armazéns, depósitos ou almoxarifados são os elementos que unem a produção e o fornecedor ao consumidor. O uso adequado destes elementos possibilita a redução de custos com transporte, por meio da consolidação de cargas, agiliza a entrega dos produtos e compensa as defasagens ocorridas na produção. Assim podemos afirmar que a armazenagem é uma atividade interna da empresa que gerencia todas as etapas da operação de recebimento e expedição de qualquer tipo de carga, englobando o planejamento, a coordenação, o controle de todas as operações, possibilitando que uma carga seja guardada com segurança até a sua utilização. Vamos discutir de forma detalhada? Desejamos a você ótimas construções. 1. Layout de armazém Sabemos que o desenvolvimento geral do sistema produtivo, observado na última década, motivou maior atenção no que se refere à disposição física das áreas de armazenagem, não é mesmo? Nesse sentido, a definição do layout ou arranjo físico deixou de ser meramente intuitiva, e passou a ser estabelecida a partir de técnicas de visualização da dinâmica de movimentação dos materiais no armazém. Passou-se a considerar, na atualidade, como layout de um armazém o arranjo entre homens, máquinas e materiais, dispostos de modo que sua dinâmica possa ocorrer em um padrão máximo de economia ( Viana, 2000). Moura (1997) sinaliza que uma operação de armazenagem a ser realizada de forma eficiente e efetiva dependerá muito da existência de um bom arranjo físico, que permitirá e definirá o grau de acessibilidade ao material, os modelos de fluxo de material, os locais de áreas obstruídas, a eficiência da mão de obra, a segurança do pessoal e do armazém. Os objetivos do arranjo físico de um depósito devem ser : maximizar a utilização do espaço; facilitar, de maneira eficiente, a movimentação demateriais; SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO tornar a estocagem mais econômica em relação às despesas de armazenagem, incluindo os custos com equipamentos, espaço, danos de material e mão de obra do depósito; flexibilizar ao máximo para satisfazer as necessidades de mudança de estocagem e movimentação; fazer do depósito um modelo de boa organização. Etapas para o projeto do arranjo físico de umdepósito Considera-se, normalmente, cinco etapas para o projeto do arranjo físico de um depósito: definir a localização de todos os obstáculos; localizar as áreas de reconhecimento e expedição; localizar as áreas primárias, secundárias, de separação de pedidos e deestocagem; definir o sistema de localização de estoque; avaliar alternativas de arranjo físico do depósito. Quadro 1- Etapas do projeto de arranjo físico de um depósito ETAPA DESCRIÇÃO Definir a localização de todos os obstáculos Identificar e localizar colunas de apoio, saídas de emergência, poços de escada, poços de elevador e equipamentos contra incêndio – características físicas fora do controle do projetista Localizar as áreas de recebimento e expedição Caso não estejam determinadas no plano diretor do local do armazém, localizar as áreas de recebimento e expedição de maneira a maximizar a eficiência dessas operações. Localizar as áreas primárias, secundárias, de separação de pedidos e de estocagem Os tipos de áreas e de equipamentos de estocagem a serem utilizados podem determinar a configuração do arranjo físico da estocagem e da necessidade de corredores. Definir o sistema de localização de estoque Sistema de localização fixa: existe uma localização designada permanentemente dentro do depósito,e cada produto pode ser sempre encontrado por meio de um código de localização. Sistema de localização aleatório: trabalha com o estoque numa base de espaço SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Fonte: Adaptado de Moura (1997, p. 245-246). Você sabia? O projeto de arranjo físico de um depósito, além da configuração do prédio e das ponderações sobre a armazenagem e movimentação dos diversos tipos de materiais, deve considerar também a localização do estoque e o método que deverá ser utilizado para encontrar os itens estocados no armazém. Moura (1997) afirma que os problemas de localização do estoque são abordados por métodos intuitivos, algorítmicos e heurísticos. Ballou (2006) enfatiza que os modelos computacionais que ocuparam o mercado tendem a obter soluções cada vez melhores em relação as encontradas pelos métodos intuitivos, à medida que cresce a complexidade do problema. A Tecnologia da Informação passou a fazer parte do dia-a-dia do gestor, disponibilizando soluções ágeis para atender a esta necessidade. Minimização do custo operacional por meio do arranjo físico de um depósito O arranjo físico do armazém é um grande colaborador na busca da redução de custo de operação do depósito. Segundo Moura (1997), é necessário haver equilíbrio entre três objetivos: bom fluxo de material; baixos custos de operação para estocagem e coleta; disponível (mapas de localização ou listas de código localizador estão constantemente em transição). Avaliar alternativas de arranjo físico do depósito Determinar se o arranjo físico do armazém atinge os objetivos necessários em relação à intensidade de uso, à semelhança , ao tamanho, às características dos materiais e a utilização do espaço. SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO eficiente utilização do espaço de estocagem e do equipamento. Bom fluxo de material O fluxo de material é o percurso percorrido pelos itens desde o momento em que entram na empresa até o instante em que a deixam. Em um depósito, o percurso é determinado pela disposição das seguintes áreas: recebimento; estocagem; embalagem; estruturas de estocagem. É evidente que, quanto menor o percurso, maiseficiente é o fluxo de materiais e mais econômica se torna a operação. Segundo Moura (1997), dois princípios devem ser seguidos para assegurar um bom fluxo de material: minimizar o retrocesso; localizar as atividades relacionadas próximas. Quadro 2 - Princípios para a obtenção de um bom fluxo de material PRINCÍPIO DESCRIÇÃO Minimizar o retrocesso Todo movimento de um item deve ser em direção à área de expedição. Localizar as atividades relacionadas próximas Deve-se reduzir a distância de movimentação entre duas operações. Fonte: Adaptado de Moura (1997, p. 252). Vamos verificar, a seguir, na Figura 1 o retrocesso causado pela disposição da área de estocagem de recebimento, que se encontra em oposição ao recebimento, no fim do armazém. O desenho de linhas com setas, mostra que a direção do fluxo de material no arranjo físico, torna qualquer retrocesso aparente. SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Figura 1- Exemplo de arranjo físico de um depósito Fonte: Moura (1997, p. 253). Duas mudanças no arranjo físico original são necessárias para localizar as atividades relacionadas próximas. A área de estocagem de recebimento deve ser localizada próxima à área de recebimento. A área de embalagem, por sua vez, pode ser transferida para um espaço entre as áreas de estocagem de itens e estocagem de expedição, visto que estas três atividades estão relacionadas em sequência. As duas alterações no arranjo físico ilustradas na Figura 2 produzem resultados visíveis, minimizando tremendamente o retrocesso. Figura 2 – Exemplo de arranjo físico melhorado de um depósito Baixos custos de operação para estocagem e coleta SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Deve ser planejado o processo de estocagem a ser implementado para que a operação não prejudique as atividades de coleta e transporte de materiais. A eficiência da movimentação de materiais, segundo Moura (1997), depende do formato, do tamanho e de como as mercadorias são estocadas. Um arranjo físico otimizado pode permitir a utilização eficiente de equipamentos mais simples e menos onerosos. A operação mais eficiente é aquela que possui o menor custo total para o operador do depósito e cujo custo tem dois componentes principais: custo do volume ou área ocupada; custo de movimentação. Como os arranjos físicos que minimizam o volume de estocagem são inteiramente diferentes daqueles que minimizam a distância entre operações, deve-se procurar a proporção ideal entre esses dois objetivos para que os custos globais operacionais sejam minimizados. O grande desafio de quem está projetando o arranjo físico do depósito refere-se a implementar uma solução equilibrada com o objetivo de otimizar o custo total de operação. Quadro 3 - Minimização de custos de operação de estocagem Fonte : Adaptado de Moura (1997, p. 254). Eficiente utilização do espaço de estocagem e do equipamento SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO 0 arranjo físico procura uma combinação ótima das instalações industriais e de tudo que concorre para a produção, dentro de um espaço disponível. Objetiva harmonizar e integrar equipamento, material, áreas de movimentação, estocagem, administração, mão-de-obra direta e indireta, enfim, todos os itens que possibilitem uma atividade industrial. Deve-se conjugar, da melhor maneira, os equipamentos com os homens e com as fases do processo ou serviços, para que seja atingido o máximo de rendimento, minimizando percursos e tempo. O espaço de um armazém é designado para a estocagem de mercadorias e para corredores. De acordo com Moura (1997), se o número de corredores for menor do que o ideal, o seu comprimento é maior, pois o custo do depósito é mais elevado que o de movimentação de mercadorias dentro do mesmo. Se houver um número de corredores considerado mais que o ideal, a proporção do custo do prédio aumenta: portanto, o comprimento do corredor é menor. Se for necessário fazer previsão para uma futura expansão de um depósito, é necessário saber não somente se o volume estocado aumentará, mas também se o índice referente à quantidade de material e o número de itens em estoque mudarão. Em caso de utilização de blocos retangulares, o arranjo físico ideal é ajustado no projeto somente quando é usado o nível considerado ideal para o número de corredores. Quanto mais o número de corredores diferir da condição ideal, mais o arranjo físico se afastará da condição ideal para um ajuste. É provável que um arranjo físico assimétrico produza custos totais mais baixos se as localizações da pilha forem distribuídas para itens específicos de estoque. Na prática 2. Unitização da carga O manusear materiais vem a ser uma atividade complexa e que absorve custos. Por esse motivo, Ballou (2006) define que os principais objetivos do manuseio de materiais se referem a reduzir custos na movimentação e em proporcionar aumento no espaço utilizável. SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO A unitização de carga constitui uma base para um sistema integrado de acondicionamento, movimentação, armazenagem e transporte de materiais, sendo costumeiramente realizada por meio da paletização, da contenedorização e da conteinerização. A unitização da carga vem a ser uma das modalidades de manuseio mais utilizada, contribuindo para a melhoria da eficiência dos vários equipamentos de transporte e armazenagem de cargas. O conceito tamanho da carga define que a economia em movimentação de materiais é diretamente proporcional ao tamanho da carga movimentada, ou seja, à medida que aumenta o tamanho da carga, o número de viagens necessárias para estocar uma determinada quantidade de materiais diminui e a economia de custos aumenta. Ballou (2006) entende que a eficiência pode ser melhorada com a consolidação de um número de volumes menores numa única carga, facilitando o manuseio (movimentação) da carga consolidada. A carga consolidada, conhecida como carga unitária ou unitizada, é um conjunto ou grupo de volumes de mercadorias mantidas como uma unidade de carga durante o transporte de um ponto a outro. Fique atento! Paletização Paletes são plataformas nas quais mercadorias são empilhadas, transformando a carga numa única unidade de movimentação. A parte inferior do palete é projetada para aceitar as lâminas do garfo da empilhadeira, de forma que o estrado e a carga possam ser movimentados conjuntamente. Ballou (2006) afirma que, embora os paletes possam ser feitos em qualquer tamanho, os paletes de 1.200 por 1.000 milímetros são os preferidos no Brasil. De qualquer maneira, o tamanho do palete deve ser compatível com os sistemas de manuseio de materiais de cada empresa, bem como com o sistema de manuseio de materiais de terceiros que também precisam SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO lidar com essas mercadorias. Quanto maior o tamanho do palete, menor é a sua quantidade necessária, bem como o seu manuseio. A unitização por meio do palete é a principal forma de movimentação de carga consolidada, provando ser um meio de manuseio flexível e eficiente. No entanto, o palete é um item de custo agregado ao sistema de manuseio de materiais e sua utilização deve ser justificada a partir das economias decorrente de seu uso. A Figura 3 ilustra vários exemplos de paletes, vamos analisar? Figura 3 - Exemplos de paletes SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Fonte: Ballou (1993, p. 174) Contenedorização Segundo Moura (1998), a contenedorização é um sistema de acondicionamento em que os volumes individuais e soltos são agrupados dentro de contenedores, formando uma unidade de carga do sistema. Os contenedores são recipientes existentes em diversos tamanhos e formatos nos quais mercadorias são depositadas, transformando a carga numa única unidade demovimentação. Como são de uso repetitivo, precisam ser suficientemente resistentes e de caráter durável. Os contenedores são adequados à movimentação mecânica e ao transporte por diferentes equipamentos. Alguns possuem rodas para garantir a mobilidade. No entanto, não constituem embalagem de carga transportada. Moura (1998) classifica os contenedores em: contenedores rígidos: caçambas, berços, racks, entre outros; contenedores colapsíveis: cestos aramados, cestos de plástico, entre outros; e contenedores flexíveis: utilizados para graneis e líquidos. A figura 4 mostra diversos tipos de contenedores usados na movimentação. Figura 4 – Contenedores SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Fonte: Moura, (1998, p. 241) Conteinerização Para Moura (1998), os contêineres são contenedores de dimensões padronizadas utilizados para a consolidação ou reunião de peças isoladas de um embarque. Suas formas e dimensões são padronizadas pela ISO (International Organization for Standardization ou Organização Internacional para Padronização), o que permite a intercambiabilidade entre os diversos modais de transporte. Existem diversos tipos de contêineres cuja descrição e aplicação, estão no quadro a seguir. Quadro 4 - Aplicação dos tipos de contêineres SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Fonte: Moura (1998, p.245) Muitos tipos de contêineres são fabricados à prova de água e arrombamentos, o que torna desnecessária a armazenagem comum e permite com que sejam estocados em espaço aberto. Possuem dispositivos de canto e encaixes para garfos de empilhadeiras para que possam ser prontamente movimentados, particularmente de uma modalidade de transporte para outra. A Figura 5 mostra um contêiner de carga seca. SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Figura 5 – Contêiner Fonte: Moura ( 1998, p. 244) 3. Inventário Físico e Avaliação dos estoques Inventário Físico No processo de gerenciamento da armazenagem, os eventuais erros cometidos nos recebimentos, entregas, lançamentos e prorrogações são acumulados ao longo do tempo. Castiglioni (2011) afirma que o inventário físico refere-se à contagem de itens em estoque para confronto com a contabilidade. Conforme o tamanho ou natureza do item, a contagem poderá ser feita manualmente ou conferida por intermédio de pesagem. Ajustes devem ser feitos conforme recomendações tributárias e contábeis quando existem diferenças entre o inventário físico e os registros de controle. Portanto, o inventário físico tem como objetivos: SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Dependendo das condições específicas de cada caso, a contagem do estoque físico pode ser realizada através de dois modos: • inventário periódico; • inventário rotativo. verificar se as quantidades correspondem aos controles do estoque; reduzir as perdas pelo maior controle dos produtos; atualizar os bancos de dados para possibilitar comprar e vender corretamente; descobrir possíveis erros no processo para garantir a integridade da informação; otimizar os níveis de estoque; e acelerar o processo de tomada de decisão. Você sabia? O Quadro 5 detalha as características de cada um destes modos. Vamos conhecer? Quadro 5 - Modos de contagem do estoque físico SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Fonte: Adaptado de Martins e Alt (2006, p. 199-200) 3.1.1 Acurácia dos Controles Uma vez encerrado o inventário, pode ser calculada a acurácia dos controles. De acordo com Martins e Alt (2006), a acurácia mede a porcentagem de itens corretos, tanto em quantidade quanto em valor, ou seja: Atenção! SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO A divergência de informações entre a quantidade de produtos estocados e os registros do controle de estoques pode prejudicar o nível de serviço no atendimento aos pedidos dos clientes. Em contrapartida caso existam registros de controle não corretos, pode ser liberado o atendimento a pedidos que efetivamente não serão realizados. Os custos da não acuracidade do inventário, segundo Moura (1998), podem incluir: vendas perdidas; pedidos devolvidos; excesso de inventário; excesso de estoque de segurança; programas não cumpridos; baixa produtividade da mão de obra; excesso de urgências; excesso de custo de fretes; alta obsolescência. Avaliação dos estoques (Inventário Permanente) PEPS – Primeiro a Entrar é o Primeiro a Sair (FIFO - First In-First Out) Significa que o primeiro valor a entrar é o primeiro a sair. O primeiro material que der entrada fisicamente no Almoxarifado deve ser utilizado nas primeiras saídas até que a quantidade adquirida referente àquele valor unitário se esgote, passando em seguida para o valor unitário da segunda entrada, e assim sucessivamente. É o método de movimentação de estoques mais comum, sendo apropriado à grande maioria dos produtos existentes nos almoxarifados. Quando aplicado, impede que o recebimento mais recente de um item seja embarcado enquanto uma entrada mais antiga do item permanecer no estoque. UEPS – Último a Entrar é o Primeiro a Sair (LIFO - Last In-First Out) SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO É a nomenclatura para o método de armazenagem, em que o último produto a entrar no estoque é o primeiro a sair. Normalmente, é aplicado na hora do embarque dos materiais em veículos para transporte e não a apenas um item, mas sim a todos os materiais que devem ser embarcados. Os últimos a serem carregados devem ser os primeiros a serem entregues. Preço Médio ou média ponderada móvel Como o próprio nome indica, significa um valor médio do saldo existente no Almoxarifado e que é determinado pela divisão do valor do saldo pela sua quantidade, após cada entrada do material, já que as saídas não alteram o valor médio dos estoques. É o critério mais utilizado na área de finanças. FEFO – Primeiro que Vence é o Primeiro que Sai ( First Exhaust-FirstOut) Serve para gerenciar a arrumação e a expedição das mercadorias do estoque de acordo com o prazo de validade. É o método aplicado para materiais perecíveis ou com data de vencimento, como alimentos, produtos químicos e farmacêuticos etc. No FEFO devemos embarcar primeiro as quantidades de um item com a data de vencimento mais próxima. Esses métodos de movimentação do estoque devem ser aplicados toda vez que um material do almoxarifado é requisitado e/ou embarcado. Exemplo Vamos verificar a movimentação de uma empresa comercial, dentro de um determinado período para facilitar a compreensão da matéria? OPERAÇÕES DATA ATIVIDADE ESPECIFICAÇÕES QUANTIDADE Pç. UNITÁRIO PÇ. TOTAL 01/05 Saldo Inicial 200 Unidades R$10,00 R$2.000,00 02/05 Compra 100 Unidades R$12,00 R$1.200,00 05/05 Venda 150 Unidades R$15,00 R$2.250,00 SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO 10/05 Compra 250 Unidades R$14,00 R$3.500,00 15/05 Venda 200 Unidades R$20,00 R$4.000,00 Método (Inventário) Permanente / Critério Custo Médio Data Operação Entrada Saída Saldo Q $/u Total (R$) Q $/u Total (R$) Q $/u Total (R$) 01/05 200 10,00 2.000,00 02/05 Compra 100 12,00 1.200,00 300 10,66 3.200,00 05/05 Venda 150 10,66 1.599,0 0 150 10,66 1.601,00 10/05 Compra 250 14,00 3.500,00 400 12,75 5.100,00 15/05 Venda 200 12,75 2.550,0 0 200 12,75 2.550,00 COMPRAS 4.700,00 VENDAS 4.149,00 Estoque Final 2.550,00 Método (Inventário) Permanente / Critério PEPS Data Operação Entrada Saída Saldo Q $/u Total (R$) Q $/u Total (R$) Q $/u Total (R$) 1/05 200 10,00 2.000,00 02/05 Compra 100 12,00 1.200,00 200 10,00 3.200,00100 12,00 05/05 Venda 150 10,00 1.500,00 50 10,00 1.700,0010012,00 10/05 Compra 250 14,00 3.500,00 50 10,00 5.200,00 100 12,00 250 14,00 15/05 Venda 50 10,00 2.400,00 200 14,00 2.800,00 100 12,00 50 14,00 50 18,00 COMPRAS 4.700,00 VENDAS 3.900,00 Estoque Final 2.800,00 Exercícios Exercício nº 1 SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Determinada Empresa apresenta um Estoque Inicial, em 01/09/00, de 30 unidades, adquiridos por $ 40 cada unidade, num total de $ 1.200. No decorrer do mês efetuou a seguinte movimentação: 02/Set : Compra de 10 unidades por $ 42,00 cada uma 03/Set : Venda de 3 unidades por $ 50,00 cada uma 04/Set : Venda de 28 unidades por $ 45,00 cada uma 05/Set : Compra de 5 unidades por $ 41,00 cada uma 06/Set : Venda de 10 unidades por $ 48,00 cada uma Apure, por meio da Ficha de Controle de Estoque, o Estoque Final e utilizando os critérios PEPS, UEPS e Custo Médio Ponderável Móvel (Média Ponderada Móvel). P E P S Data Operação E N T R A D A S A Í D A S A L D O Quant. Valor/unit. Total Quant. Valor/unit. Total Quant. Valor/unit. Total 01/set Saldo Inic 30 R$ 40,00 R$ 1.200,00 02/set Compra 10 R$ 42,00 R$ 420,00 30 R$ 40,00 R$ 1.200,00 10 R$ 42,00 R$ 420,00 03/set Venda 3 R$ 40,00 R$ 120,00 27 R$ 40,00 R$ 1.080,00 10 R$ 42,00 R$ 420,00 04/set Venda 27 R$ 40,00 R$ 1.080,00 1 R$ 42,00 R$ 42,00 9 R$ 42,00 R$ 378,00 05/set Compra 5 R$ 41,00 R$ 205,00 9 R$ 42,00 R$ 378,00 5 R$ 41,00 R$ 205,00 06/set Venda 9 R$ 42,00 R$ 378,00 1 R$ 41,00 R$ 41,00 4 R$ 41,00 R$ 164,00 Compras R$ 625,00 VENDAS R$ 1.661,00 EF R$ 164,00 Estoque Final = R$ 164.00 SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Estoque Final = R$ 160,00 U E P S Data Operação E N T R A D A S A Í D A S A L D O Quant. Valor/unit. Total Quant. Valor/unit. Total Quant. Valor/unit. Total 01/set Saldo Inic 30 R$ 40,00 R$ 1.200,00 02/set Compra 10 R$ 42,00 R$ 420,00 30 R$ 40,00 R$ 1.200,00 10 R$ 42,00 R$ 420,00 03/set Venda 3 R$ 42,00 R$ 126,00 30 R$ 40,00 R$ 1.200,00 7 R$ 42,00 R$ 294,00 04/set Venda 7 R$ 42,00 R$ 294,00 21 R$ 40,00 R$ 840,00 9 R$ 40,00 R$ 360,00 05/set Compra 5 R$ 41,00 R$ 205,00 9 R$ 40,00 R$ 360,00 5 R$ 41,00 R$ 205,00 06/set Venda 5 R$ 41,00 R$ 205,00 5 R$ 40,00 R$ 200,00 4 R$ 40,00 R$ 160,00 Compras R$ 625,00 VENDAS. R$ 1.665,00 EF R$ 160,00 SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Estoque Final = R$ 162,71 Comparativo dos métodos Fifo, Lifo e Custo Médio FIFO LIFO Custo Médio Valor do estoque final (R$) 164,00 160,00 162,71 Custo das saídas ( R$) 1661,00 1665,00 1662,29 O melhor resultado apresentado para uma empresa é o método Lifo, já que apresenta um custo operacional de seus produtos maior e um imobilizado em estoque menor, reduzindo a carga tributária do Imposto de renda. Entretanto, o fisco não aceita esse método, pois prejudica a arrecadação fiscal. No Brasil, são aceitos , somente, os sistemas de Custo médio e Fifo e, entre esses dois, o Custo médio apresenta ligeira vantagem. Custo Médio Data Operação E N T R A D A S A Í D A S A L D O Quant. Valor/unit. Total Quant. Valor/unit. Total Quant. Valor/unit. Total #### Saldo Inic 30 R$ 40,00 R$ 1.200,00 #### Compra 10 R$ 42,00 R$ 420,00 40 R$ 40,50 R$ 1.620,00 #### Venda 3 R$ 40,50 R$ 121,50 37 R$ 40,50 R$ 1.498,50 #### Venda 28 R$ 40,50 R$ 1.134,00 9 R$ 40,50 R$ 364,50 #### Compra 5 R$ 41,00 R$ 205,00 14 R$ 40,68 R$ 569,50 #### Venda 10 R$ 40,68 R$ 406,79 4 R$ 40,68 R$ 162,71 Compras R$ 625,00 VENDAS. R$ 1.662,29 EF R$ 162,71 SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO 4. Equipamentos de Armazenagem Equipamentos de estocagem Os equipamentos de estocagem são constituídos basicamente por estantes, armários e prateleiras, além de acessórios como caixas de repartições, contenedores verticais e horizontais, escaninhos e gavetas. Existem três razões para o uso desses equipamentos: melhorar o aproveitamento volumétrico do depósito; diminuir danos no manuseio; propiciar boa organização dos itens e fácil reconhecimento dos produtos. A Figura 6 ilustra um armário modular para estocagem, equipamento eficiente para estocar pequenos volumes, como peças, ferramentas e itens de manutenção. As estantes permitem o armazenamento vertical de mais de um produto e facilitam o acesso a qualquer item da pilha. Além de melhorar a utilização do espaço físico do depósito, como efeito secundário do uso de estantes e caixas, Ballou (2006) afirma que se pode aumentar a eficiência no manuseio de materiais, principalmente quando esses equipamentos auxiliares são selecionados como parte do sistema global de movimentação interna. Figura 6 – Armário modular SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Fonte: Moura ( 1997, p. 176) Jenkins (1968) identificou nove classes de estantes: porta-paletes; sem prateleiras; para caixas (contenedores); em fileiras; de fluxo contínuo (flow-through); de corredores móveis (drive-through); de estrutura em A; removível; de piso duplo. A Figura 8 ilustra uma estante para caixas e minicontenedores, equipamento altamente versátil para estocagem e movimentação de peças soltas, de parafusos e de pequenos componentes. Moura (1997) afirma que esse sistema permite excelente acesso ao estoque e à rápida seleção, especialmente quando são empregadas caixas de plástico que, com a variação de cores, simplificam a identificação. SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Figura 8 - Estante para caixas e minicontenedores Fonte: Moura (1997, p. 163). A Figura 9 ilustra uma estante de piso estocagem, proporciona 100% de acesso. Figura 9 - Estante de piso duplo duplo que, além da alta densidade de SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Fonte: Moura (1997, p. 176). Equipamentos de movimentação de materiais A movimentação interna de produtos e materiais envolve o transporte de pequenas quantidades de bens por distâncias relativamente curtas, quando comparadas com os percursos longos feitos pelas empresas de transporte. De acordo com Ballou (2006), existem quatro tipos principais de equipamentos mecânicos utilizados no manuseio de um amplo leque de tamanhos, formas, volumes e pesos de materiais: empilhadeiras e pequenos veículos; transportadores e esteiras; guinchos, pontes rolantes e pórticos; transelevadores. Empilhadeiras e pequenos veículos De acordo com Ballou (2006), as empilhadeiras e os pequenos veículos são meios mecânicos para mover materiais cuja operação manual seria lenta ou cansativa devido ao peso, variando desde pequenas plataformas manuais até pequenos tratores. SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Um dos equipamentos de movimentação mais usados é a empilhadeira. Trata- se de um carro de elevação por garfos, motorizado e em condições de operar a média distância. A convencional possui um par de garfos na parte dianteira. Os garfos recolhem os paletes por meio dos dispositivos de base próprios para manuseio e por elevação executam a operação de empilhamento. Essas qualidades fazem da empilhadeira um dos mais versáteis sistemas de manuseio. Existem diversos modelos de empilhadeira, classificados de acordo com a sua: capacidade de carga; altura máxima de elevação; largura de operação; velocidade; forma de acionamento (elétrica, gás ou diesel). A Figura 10 ilustra umaempilhadeira convencional. Figura 10 – Empilhadeira convencional SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Fonte: Moura (1998, p.233). A empilhadeira lateral é uma variante da convencional. O carregador lateral possui garfos laterais e transporta sua carga alinhada com a direção do movimento. É particularmente útil no transporte de cargas longas sem embalagens, como vigas, tubos, chapas de aço ou madeira, entre outros. As paleteiras ou carro-palete são equipamentos destinados especialmente ao manuseio de cargas paletizadas. Seus braços metálicos em forma de garfo recolhem diretamente a carga e um pistão hidráulico produz uma leve elevação da carga, suficiente para tirá-la do chão e permitir seu transporte. Existem basicamente dois tipos de paleteiras: elétricas e manuais. A Figura 11 ilustra uma paleteira manual. Figura 11 - Paleteira manual Fonte: Moura (1998, p. 220). Uma forma comum de movimentação de materiais é por meio de comboios de pequenas carretas. Esses arranjos são econômicos para a movimentação em distâncias SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Embora uma empilhadeira possa ser empregada para rebocar as carretas, o uso de um trator industrial ou carrinho rebocador normalmente é mais econômico. mais longas de cargas maiores, como o transporte de produtos acabados da linha de montagem para o depósito, por exemplo. Existem carrinhos rebocadores com e sem operador. Os carrinhos programados sem operador levam os itens até as áreas de embalagem, áreas de consolidação ou de separação de pedidos, guiados através de trilhos, estruturas, roletes, corrente, fio elétrico ou linha ótica. A Figura 12 ilustra um carrinho rebocador com operador. Figura 12 - Carrinho rebocador com operador Fonte: Moura (1997, p. 242). Transportadores e esteiras De acordo com Ballou (2006), transportadores são particularmente interessantes quando se deve movimentar grande quantidade de itens ao longo da mesma rota. Depois da empilhadeira, são os equipamentos mais comuns para a movimentação de itens pequenos e pesados. SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Os transportadores podem combinar a movimentação de materiais com as atividades de seleção ou separação de itens. Em alguns depósitos de grande fluxo, exemplifica Ballou (1993), existem redes elaboradas de transportadores e correias ajustadas como linhas num pátio ferroviário de manobras. À medida que frações dos pedidos são coletadas nas diversas áreas de armazenagem do depósito, os pedidos montados são dirigidos a pontos específicos por controle remoto. O Quadro 6 classifica os diversos tipos de transportadores. Quadro 6 – Tipos detransportadores Fonte: Ballou (1993, p. 176 -177). A Figura 13 ilustra um transportador de roletes. Figura 13 - Transportador de roletes SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Fonte: Moura (2004, p. 111). Guinchos, pontes rolantes e pórticos Segundo Graziani (2013), esses equipamentos geralmente operam sobre a área de armazenagem, ou seja, áreas restritas, portanto não necessitam de corredores e nem ficam limitados à superfície. Podem movimentar, conforme o modelo, cargas extremamente pesadas de maneira ágil e segura. São especialmente empregados na carga e descarga de navios, trens e caminhões. As pontes rolantes possuem três movimentos de translação: vertical, longitudinal e transversal. O movimento vertical é realizado pelo guincho da ponte. O deslocamento transversal é realizado pelo conjunto carro-guincho ao longo da estrutura da ponte propriamente dita. Por outro lado, o deslocamento longitudinal é feito em trilhos apoiados em uma estrutura metálica especialmente projetada. A forma construtiva mais interessante, porém, é utilizar a própria estrutura do prédio como suporte do caminho de rolamento. Evidentemente, esta circunstância precisa ser prevista em projeto para se tornar viável. De acordo com Moura (2004), existem diversos modelos de pontes rolantes, classificadas de acordo com a: capacidade de carga; altura máxima de elevação; largura de operação; velocidade; acionamento (manual ou motorizado); forma de comando (cabinada, por cabo ou controle remoto). SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO As pontes rolantes com cabine para operador são utilizadas principalmente em usinas siderúrgicas para a movimentação das caçambas de matéria-prima durante o carregamento dos fornos, em linhas de montagem, em pátios de carga, depósitos etc . Na maior parte das aplicações, no entanto, as pontes rolantes são comandadas do solo via cabo ou por meio de controle remoto. O pórtico rolante é similar à ponte rolante, possui uma viga elevada, autossustentável, sobre truques de rodas, porém o deslocamento longitudinal é feito em trilhos apoiados diretamente no piso do prédio. Empregados em áreas externas, sua utilização é indicada nos casos em que a instalação da estrutura para uma ponte rolante tenha um alto custo. São adequados para armazenamento em locais descobertos, para carga e descarga de mercadorias em áreas livres de plataformas de embarque. A Figura 14 mostra um pórtico rolante. Fonte: Moura (2004, p. 72). Segundo Dias (2017), uma variação do pórtico é o semipórtico, usado dentro de armazém ou de outra área coberta. Tem apenas uma perna, e a outra cabeceira da viga corre sobre uma parede ou estrutura de sustentação. Esse equipamento pode SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO trabalhar em combinação com uma ponte rolante, de maneira que esta cubra toda a área de carga, enquanto o pórtico, funcionando embaixo dela, cobre apenas um setor restrito. Transelevadores O transelevador automático é uma plataforma eletronicamente controlada utilizada nas operações de depósitos automatizados. A Figura 15 ilustra esse tipo de equipamento. Vamos conhecer? Figura 15 – Transelevador Fonte: Moura (1997, p. 265). Para Graziani (2013), esse equipamento está no centro das operações, em depósitos controlados por computador, armazenando e apanhando produtos e materiais (geralmente paletizados), a partir de endereços alocados nas estantes. Quanto maior o grau de automação dos armazéns, menor é a necessidade de mão de SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO obra. Nos casos extremos, pode-se operar o depósito completamente no escuro, isto é, sem necessidade de iluminação. A Figura 16 ilustra esse tipo de instalação. Figura 16 - Depósito automatizado com transelevadores Fonte: Ballou (1993, p. 176) 5. Classificação e codificação de materiais Em função da grande diversidade entre os materiais existentes em uma organização, surgiu a necessidade de classificá-los, com o objetivo de facilitar o planejamento e controle, além de agilizar o processo de compra. Um bom sistema de Codificação e Classificação de Materiais é de fundamental importância para o atingimento da eficiência e eficácia operacional e contábil. SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Segundo Dias (2017), o objetivo da classificação de materiais é catalogar, simplificar, especificar, normalizar, padronizar e codificar todos os materiais componentes do estoque da organização. A necessidade de um sistema de classificação é primordial para qualquer departamento de logística, pois sua ausência impede o controle eficiente dos estoques, a criação de procedimentos de armazenagem adequados e a correta operacionalização do armazém. Dias (2017) afirma que simplificar material vem a ser reduzir a grande diversidade de itens empregados para as mesmas finalidades. Ao simplificarmos um material, favorecemos sua normalização, reduzimos as despesas e suas flutuações. Exemplificando, cadernos com capa, número de folhas e formato semelhantes contribuem paraque haja normalização.Ao solicitar uma quantidade desse material, o solicitante irá fornecer todos os dados (tipo de capa, número de folhas e formato), o que facilitará não somente sua aquisição, como também o desempenho do usuário. Em solidariedade com a simplificação, destacamos a necessidade em identificar ou especificar o material, descrição pormenorizada do item que possibilita torná-lo inconfundível tanto para o consumidor principalmente ao processo de aquisição. quanto para o fornecedor, facilitando A normalização vem a ser o processo de criar normas, prescrições de uso, ou seja, a definição da forma como o material deverá ser utilizado em suas diversas finalidades, bem como da padronização e identificação do material, o que contribuiu para que tanto o usuário, como o almoxarifado, possam, solicitar e atender os itens utilizando a mesma terminologia. A classificação deve ser feita de maneira que cada gênero de material ocupe seu respectivo local, de forma ordenada segundo critérios adotados, agrupando-os de acordo com as semelhanças, sem causar transtornos ou dispersão no espaço e alteração na qualidade. Realizada a classificação do material, pode-se iniciar o processo de codificação, ou seja, representa-se todas as informações pertinentes, suficientes e desejadas por meio de um código numérico ou alfanumérico que representa os dados descritivos do material ou bem. Os sistemas de codificação usados com mais frequência são: o alfabético, o alfanumérico ou misto e o numérico ou decimal. SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO O sistema numérico ou decimal é o mais utilizado, pela sua simplicidade e possibilidade de itens em estoque e informações incomensuráveis. Apoia-se no método do Sistema Decimal de Classificação, proposto por Melville Louis Kossuth Dewey, bibliotecário e educador, cujo método serviu de base para a classificação de obras em todas as bibliotecas. No sistema alfabético, o material é codificado por letras em vez de números, utilizando-se um conjunto de letras suficientes para preencher toda a identificação do material. Esse sistema está caindo em desuso devido ao limite em termos de quantidade de itens e a difícil memorização. O sistema alfanumérico ou misto é caracterizado pela combinação de letras e números que permite um número de itens em estoque superior ao sistema alfabético. As quantidades de letras e números são definidos pelo órgão ou empresa a qual adotou o sistema, não havendo uma regra específica. É o sistema utilizado na codificação de placas de automóveis. Normalmente, é dividido em grupos e classes, a saber: AC - 3721 3721- Código indicador C - Classe A – Grupo Atenção! Uma empresa decide utilizar a seguinte classificação para especificar os diversos tipos de materiais em estoque: 01- Matéria-prima 02- Óleos, combustíveis e lubrificantes 03- Produtos em processo SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO 04- Produtos acabados 05- Material de escritório 06- Material de limpeza Verifica-se que de acordo com suas características todos os materiais deverão estar classificados sob títulos gerais. É uma classificação genérica, cujos títulos são submetidos a uma nova divisão, que os especifica. Como exemplo, tomemos o título 05 – material de escritório e imaginemos a seguinte divisão: 05 - material de escritório 01 - lápis 02 - canetas esferográficas 03 - blocos pautados 04 - papel-carta Em função de um escritório possuir uma variedade de materiais, essa classificação se faz necessária e é chamada de classificação individualizadora. Esse nível de codificação ainda não é suficiente por faltar uma definição dos diversos tipos de materiais. Os títulos que integram a classificação individualizadora recebem uma nova codificação. Continuemos com o exemplo, título 02 – canetas esferográficas, da classificação individualizadora, e suponhamos que seja classificada como se segue: 02 - canetas esferográficas 01 - marca alfa, escrita fina, cor azul 02 - marca gama, escrita fina, cor preta 03 - marca alfa, escrita fina, cor vermelha Essa nova classificação é denominada de codificação definidora , e se for necessário referenciarmos qualquer material bastará informar os três números das classificações que obedecem à seguinte ordem: - Nº da classificação geral; - Nº da classificação individualizada; e SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO - Nº da classificação definidora. Exemplificando, quando nos referimos a “caneta esferográfica, marca alfa, cor vermelha, escrita fina”, teremos como código os seguintes números: 05 da classificação geral, 02 da classificação individualizadora, e 03 da classificação definidora, e escreveremos: 05-02-03 Segundo Dewey, podemos classificar itens de estoque de uma empresa simples usando seu sistema decimal: Figura 17 – Sistema Decimal Simplificado SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Fonte: Fogaça (2008). A catalogação vem a ser a última fase do processo de classificação dos materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjunto de dados relativos aos itens identificados, codificados e cadastrados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas da empresa/organização. Uma vez catalogado, o item passa a distinguir-se de qualquer outro, facilitando o seu gerenciamento. Segundo Barbierri e Machline (2009) esta fase é voltada para um momento do processo em que cada material deverá ser identificada e ordenado logicamente a fim de atender as necessidades operacionais e facilitar a sua leitura, seja para processo de distribuição ou de requisição, ao setor de compras ou fornecedores, e também atingir a clareza necessária ao solicitante para o atendimento do cliente final. SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO Atenção! Referências ARNOLD, J. R. Tony. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999. BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2007. . Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. . Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. . Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BRASIL. Ministério da Defesa. Centro de Catalogação das Forças Armadas.Manual do curso de catalogação, 2007. . Ministério da Defesa.Manual do Sistema Militar de Catalogação (SISMICAT) – MD42M01, vol. I, 2ª ed., Brasília, 2003. CALIXTO, F. Logística: um enfoque prático. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2014. DIAS, M.A. Introdução à Logística: fundamentos, práticas, e integração. São Paulo: Atlas,2017. Catalogação significa a inclusão de dados em um catálogo. Um catálogo se caracteriza por conter uma lista de nomes e códigos aos quais estão relacionadas informações como: referências fabris, preços, descrições etc, tendo como conteúdo diversas finalidades, tais como, possibilitar pedidos de peças de reposição, minimizar a manutenção de equipamentos, facilitar as atividades de distribuir peças em uma linha de produção etc. Assim, todo catálogo está relacionado a um sistema de catalogação constituído por normas, procedimentos e instituições responsáveis. Exemplificando, o sistema EAN (European Article Numbering) possibilita a construção de catálogos comerciais por fornecedores e varejistas, com regras próprias para a atribuição de códigos aos produtos, tendo como instituições responsáveis a EAN e a ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) no Brasil. SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DO EXÉRCITO FOGAÇA, M.; SAMPAIO, J.,R. Logística. Palhoça: UnisulVirual, 2013. GIANESI, I. G. N. Just In Time, MRP II e OPT: um enfoque estratégico.São Paulo: Atlas, 1993. GIANESI, I. G. N.; CAON, M. Planejamento, programação e controle da produção. São Paulo: Atlas, 2001. GRAZIANI, A., P. Gestão de estoques e movimentação de materiais. Palhoça: UnisulVirtual, 2015. MADEIRA, P.C.S. Fundamentos da Logística Empresarial e Cadeia de Abastecimento. 1ª ed, rev, Palhoça: UnisulVirtual, 2011. MARTINS, P.,G.; Alt, P., R., C. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 3 ed . São Paulo: Saraiva, 2009. MOURA, R. A. Armazenagem: do recebimento à expedição em Almoxarifados ou Centros de Distribuição. São Paulo: IMAM, 1997. MOURA, R. A. Embalagem, unitização e conteinerização. 2ª Ed, rev., ampl. – São Paulo: IMAM, 1997. MOURA, R. A. Equipamentos de movimentação e armazenagem.6 ed. São Paulo: IMAM, 2004. MOURA, R. A. Sistemas e Técnicas de Movimentação e Armazenagem de Materiais. 5ª Ed, rev., - São Paulo: IMAM, 2005 NOGUEIRA, A., S. Logística empresarial: uma visão local com pensamento globalizado. São Paulo: Atlas, 2012. PAOLESCHI, B. Estoques e Armazenagem. 1ª Ed, São Paulo: Érica, 2014. SANCHES, K. R. Gestão de Suprimentos, 2ª Ed, Palhoça: UnisulVirtual, 2012. VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2000.
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