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Uso Adequado da Vírgula

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Pontuação
 
Os elementos SVC (Sujeito – Verbo – Complementos) não devem ser 
separados por vírgula. Somente quando um elemento complementar, 
termo acessório (TA) – é colocado entre os elementos dessa estrutura 
considerada padrão ou antes deles, essa colocação é marcada 
melodicamente por meio de vírgula(s).
| E, além disso, | as circunstâncias atuais | são | outras. | 
| TA | S | V | C |
| Meu filho, | quase sempre à tarde, | estuda | piano.|
| S | TA | V | C |
| Dado o sinal, | todos | saíram, | apressados, | da sala de aula.|
| TA | S | V | TA | C |
 
Exercício
Identifique, na seguinte frase, o sujeito, verbo, 
complementos e termos complementares, 
separados por vírgulas.
É possível que nossos amigos, diante de tanta 
confusão, desistam da viagem.
 
Possível solução (uma das orações)
|É possível que | nossos amigos, | diante de tanta
| | S | TA
confusão, | desistam | da viagem. |
 | V | C |
 
Sugestão:
Jogo da vírgula! (vendido pela Grow)
 
Casos de vírgula
● Vocativo: “Paulo, cuidado para não enviar o memorando errado!”
● Aposto: “Amanhã vou ver “O artista”, ganhador do Oscar de 2012”.
● Adjunto adverbial e oração adverbial: “Na capital do Brasil, Paul 
McCartney fez vários shows”.
● Elipse: “Os filhos de Clara estudam idiomas: Carlos, espanhol; 
Carla, italiano e alemão; Carol, chinês”.
● Enumeração: “Pontes, edifícios, caminhões, árvores, ruas... tudo 
foi arrasado pelo tsunami”.
● Conjunções adversativas, conclusivas, explicativas e algumas 
orações alternativas.: “Ele treinou o mês todo, mas não foi 
classificado para o campeonato.”; “Vá devagar, que o caminho é 
perigoso.”; “Estuda muito, pois será recompensado.”; “As pessoas 
ora dançavam, ora ouviam música.”.
 
Casos de vírgula
● Orações subordinadas adjetivas explicativas: “Michele, que 
sempre foi boa aluna, ficou de recuperação em Português”. X 
Gisele gosta de meninos que praticam esportes (Orações 
subordinadas adjetivas restritiva).
● Repetições: “Minha mãe é linda, linda!”
● Orações coordenadas assindéticas: “Eu caçava, velejava, 
nadava, corria”.
● Expressões explicativas: “Estuda na Europa, isto é, estudava, 
porque o curso já terminou”.
● Orações intercaladas: “O deputado, revela a reportagem, tem 
estreita ligação com os suspeitos.
 
Analise este trecho quanto ao uso de 
pontuação:
“Justificamos a utilização do termo etapas, por consideramos 
que ao elaborar um texto o autor objetivando sua progressão 
insere informações novas com base nas anteriores”. (retirado 
de um artigo em avaliação).
Sugira uma reescrita para que esse trecho se torne mais 
claro.
 
 
Vírgula
Há três casos em que se usa a vírgula antes de “e”:
● Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos 
diferentes: “O homem vendeu o carro, e a mulher protestou”.
● Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de 
dar ênfase (polissíndeto): “E chora, e ri, e grita, e pula de 
alegria.”
● Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que 
não seja da adição (adversidade, consequência, por 
exemplo): “Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi 
aprovada”.
 
Observe a diferença:
Os licenciandos e supervisores demonstram envolvimento 
gradativo com a proposta e o acolhimento dos sujeitos das 
escolas surge como fator determinante para isso:
Os licenciandos e supervisores demonstram envolvimento 
gradativo com a proposta, e o acolhimento dos sujeitos das 
escolas surge como fator determinante para isso: 
 
Ponto e vírgula (;)
O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor 
que o ponto.
● Para separar orações coordenadas não unidas por 
conjunção, que guardem relação entre si: “O rio está 
poluído; os peixes estão mortos.”
● Para separar orações coordenadas, quando pelo menos 
uma delas já possui elementos separados por vírgula: “O 
resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor 
do acordo; nove, contra.”
● Para separar itens de uma enumeração: “No parque de 
diversões, as crianças encontram: brinquedos; balões...”
 
Ponto e vírgula (;)
● Para alongar a pausa de conjunções adversativas 
(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.), 
substituindo, assim, a vírgula: “Gostaria de vê-lo hoje; 
todavia, só o verei amanhã”.
● Para separar orações coordenadas adversativas 
quando a conjunção aparecer no meio da oração: 
“Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; 
obtive, porém, apenas alguns”.
 
Dois-pontos ( : )
O uso de dois-pontos marca uma sensível suspensão da voz 
numa frase não concluída.
● Para anunciar a fala de personagens nas histórias de 
ficção: 
"Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz :
– Podemos avisar sua tia, não?" (Graciliano Ramos)
● Para anunciar uma citação: “Bem diz o ditado: Água mole em 
pedra dura, tanto bate até que fura.”
● Para anunciar uma enumeração: “Os convidados da festa 
que já chegaram são: Júlia, Renata, Paulo e Marcos”.
 
Dois-pontos ( : )
● Antes de orações apositivas: “Só aceito com uma 
condição: irás ao cinema comigo”.
● Para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo 
do que se disse: “Marcelo era assim mesmo: não 
tolerava ofensas.”; “Resultado: corri muito, mas não 
alcancei o ladrão.”; “Em resumo: montei um negócio e 
hoje estou rico”.
 
Ponto Final ( . )
O ponto final representa a pausa máxima da voz.
● Para fechar o período de frases declarativas e 
imperativas: “Contei ao meu namorado o que eu estava 
sentindo”. 
● Nas abreviaturas: “Sr. (Senhor)”
 
Ponto de Interrogação ( ? )
É usado ao final de qualquer interrogação direta, ainda que a 
pergunta não exija resposta. 
● “Onde você comprou este computador?”
Obs.: não se usa ponto interrogativo nas perguntas indiretas.
Exemplo:
Perguntei quem era aquela criança.
 
Ponto de Exclamação ( ! )
É utilizado após as interjeições, frases exclamativas e 
imperativas. Pode exprimir surpresa, espanto, susto, 
indignação, piedade, ordem, súplica, etc.
Exemplos:
Como as mulheres são lindas!
Pare, por favor!
Ah! Que pena que ele não veio...
 
Reticências ( ... )
Marcam uma suspensão da frase, devido, muitas vezes a 
elementos de natureza emocional. 
● Para indicar continuidade de uma ação ou fato: “O 
tempo passa...”.
● Para indicar suspensão ou interrupção do 
pensamento: “Vim até aqui achando que...”
● Para representar, na escrita, hesitações comuns na 
língua falada: 
"Vamos jantar amanhã?
– Vamos...Não...Pois vamos."
 
Reticências ( ... )
● Para realçar uma palavra ou expressão: “Não há motivo para 
tanto...mistério”.
● Para realizar citações incompletas: 
“O professor pediu que considerássemos esta passagem do hino 
brasileiro:
"Deitado eternamente em berço esplêndido […]".
● Para deixar o sentido da frase em aberto, permitindo uma 
interpretação pessoal do leitor: 
"Estou certo, disse ele, piscando o olho, que dentro de um ano a 
vocação eclesiástica do nosso Bentinho se manifesta clara e 
decisiva. Há de dar um padre de mão-cheia. Também, se não vier 
em um ano..." (Machado de Assis)”
 
Travessão ( – )
O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser 
empregado:
● No discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a 
mudança de interlocutor nos diálogos: “– O que é isso, mãe?”
● Para separar expressões ou frases explicativas, 
intercaladas: "E logo me apresentou à mulher – uma estimável 
senhora – e à filha." (Machado de Assis)
● Para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois-pontos, 
em alguns casos: “... e eu falava-lhe de mil cousas diferentes – 
do último baile, da discussão das câmaras, berlindas e cavalos, 
de tudo, menos dos seus versos ou prosas” (MA.1, 138-9).
 
Parênteses( ( ) )
Têm a função de intercalar no texto qualquer indicação que, 
embora não pertença propriamente ao discurso, possa 
esclarecer o assunto.
● Para separar qualquer indicação de ordem explicativa, 
comentário ou reflexão: “Zeugma é uma figura de 
linguagem que consiste na omissão de um termo (geralmente 
um verbo) que já apareceu anteriormente na frase”.
● Para incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, 
ano de publicação, página etc.): “'O homem nasceu livre, e 
em toda parte se encontra sob ferros' (Jean- Jacques 
Rousseau, Do Contrato Social e outros escritos. São Paulo, 
Cultrix, 1968.)”
 
Aspas ( " " )
Têm como função destacar uma parte do texto.
● Antes e depois de citações ou transcrições textuais: 
Como disse Machado de Assis: “A melhor definição do amor não 
vale um beijo de moça namorada”.
● Para representar nomes de livros ou legendas: 
Camões escreveu “Os Lusíadas” no século XVI.
● Para realçar uma palavra ou expressão: 
Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um “não”.
Obs.: em trechos que já estiverem entre aspas, se necessário usá-
las novamente, empregam-se aspas simples:
"Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles, 'olhos 
de cigana oblíqua e dissimulada'”.
 
Pontue a seguinte piada:
Fonte: COSCARELLI, C. V. Oficina de leitura e produção de textos. Belo Horizonte: UFMG, 2012, p. 85-95.
 
Solução:
Fonte: COSCARELLI, C. V. Oficina de leitura e produção de textos. Belo Horizonte: UFMG, 2012, p. 85-95.
 
Referências
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 
Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
COSCARELLI, C. V. Oficina de leitura e produção de 
textos. Belo Horizonte: UFMG, 2012, p. 85-95.
<http://www.soportugues.com.br/> 
http://www.soportugues.com.br/
 
Slides "Pontuação", de Daniervelin Pereira, membro do 
projeto de pesquisa REALPTL, estão licenciado com uma 
Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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