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Apostila Panorama NT

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1 
 
 
2 
 
BEM VINDO! 
Olá, seja bem-vindo ao PANORAMA DO NOVO TESTAMENTO da Escola do 
Discípulo. Nós da Primeira Igreja Batista de Campo Grande estamos muito felizes e 
nos sentimos honrados com a sua presença. 
Nas próximas semanas vamos refletir sobre a importância da igreja nas casas, o que 
chamamos de células. Temos aprendido que os grupos pequenos são mais do que 
uma mera estratégia, mas a própria igreja de Jesus, em seu modelo apresentado no 
Novo Testamento. Nossa igreja já tem caminhado nesta direção há algum tempo e 
podemos ver quantos frutos preciosos Deus já tem nos dado. Se você quer ser um 
cristão autêntico, você também vai perceber que não há melhor lugar para se colocar 
em prática os valores do Reino de Deus do que em um grupo pequeno. 
COMO APROVEITAR MELHOR AS AULAS 
• Procure chegar no horário para não perder nada; 
• Tenha um caderno de anotações e caneta para registrar o que achar interessante; 
• Faça perguntas. Este é o lugar mais apropriado para tirar as suas dúvidas; 
• Não falte. Cada aluno tem direito a duas faltas no curso, por isso busque se organizar. 
Se tiver muitas faltas, infelizmente não poderá terminar o curso; 
• Pratique o que aprender. A grande medida do crescimento espiritual vem pela 
prática da verdade e não só pelo seu conhecimento. 
 
COMO APROVEITAR MELHOR ESTE MATERIAL 
Esta apostila em suas mãos foi preparada especialmente para você, então: 
• Tenha o hábito de ler a lição antes das aulas para assimilar melhor o conteúdo; 
• Traga sempre a apostila com você para poder fazer observações e perguntas; 
 
Que Deus lhe abençoe. 
 
3 
 
SUMÁRIO 
AULA 01 – INTRODUÇÃO ................................................................. 4 
AULA 02 – EVAGELHOS SINÓTICOS ............................................... 11 
AULA 03 – EVANGELHO DE JOÃO .................................................. 16 
AULA 04 – VIDA E MINISTÉRIO DE JESUS ....................................... 19 
AULA 05 – ATOS DOS APOSTOLOS ................................................ 24 
AULA 06 – CARTAS PAULINAS ....................................................... 32 
AULA 07 – CARTAS GERAIS ............................................................ 38 
AULA 08 – APOCALIPSE ................................................................. 42 
 
 
 
4 
 
AULA 01 – INTRODUÇÃO 
 
Muitas pessoas não sabem, mas a Bíblia não é um único livro, antes é uma coletânea 
de várias obras escritas em um longo espaço de tempo e por diversas pessoas. No 
entanto, para entender melhor a sua mensagem, uma das divisões que fazemos é 
entre o Antigo Testamento, a primeira parte da Bíblia, e a segunda parte que 
chamamos de Novo Testamento. Ele nos informa sobre a vida de Jesus e sobre as 
primeiras décadas da era cristã. O Novo Testamento possui 27 livros escritos por 9 
autores dentro de um espaço de no máximo 70 anos. 
 
O PRINCIPAL EVENTO DO NOVO TESTAMENTO 
Por que dividimos a Bíblia exatamente entre Malaquias e Mateus? Qual o 
acontecimento definitivo que redefiniu a história? Resposta: O nascimento de Jesus. 
É a encarnação de Jesus Cristo que muda a história, divide as Escrituras e recomeça 
o calendário que usamos até hoje. A vida de Jesus é o evento histórico mais 
significativo e poderoso de toda a história humana. 
Em João 1.1-3 lemos: 
“No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ela 
estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem 
ele, nada do que existe teria sido feito.” 
Isso nos ensina que Jesus sempre existiu. Ele sempre foi Deus desde o início dos 
tempos juntamente com o Deus Pai e o Espírito Santo. Ele não foi criado, mas é Eterno 
e criou todas as coisas. Mas existe um momento em que Jesus entra na história e se 
revela a todos os homens. O apóstolo João afirma: 
“Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória 
como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.” João 1.14 
Então, o Novo Testamento é o lugar da bíblia onde Jesus se encarna e passa a viver 
entre os homens. Ele não foi criado neste momento, apenas se revelou ao mundo 
para que pudéssemos vê-lo. Esta encarnação de Jesus então é o evento principal que 
inaugura a segunda parte da Bíblia e que vamos estudar neste curso. 
5 
 
OS ESCRITORES DO NOVO TESTAMENTO 
Apesar de o Novo Testamento nos trazer informações e ensinos de Jesus, ele mesmo 
não nos deixou nenhum material escrito. Os escritores foram inspirados pelo Espirito 
Santo para registrarem as suas experiências, impressões, os acontecimentos 
históricos e tudo aquilo que Deus desejou que fosse registrado. A maioria deles eram 
judeus, discípulos de Jesus (como por exemplo o apóstolo Pedro), apóstolos 
reconhecidos (como o apóstolo Paulo) ou pessoas muito próximas a eles em 
quem podiam confiar (como por exemplo Lucas, o médico). Veremos as questões 
de autoria com mais detalhes mais à frente. 
 
IDIOMA E COMPOSIÇÃO 
O idioma mais falado em Israel era o aramaico (uma variação do hebraico). Era neste 
idioma que Jesus pregava, ensinava e falava com seus discípulos. Mas ao ser 
registrado, os autores preferiram fazê-lo em grego koiné, já que naquela época o 
idioma grego era muito difundido, o idioma universal. Há uma suspeita que o 
evangelho de Mateus tenha sido escrito em aramaico e depois traduzido para o grego, 
portanto podemos dizer o Novo Testamento foi escrito em: 
• Aramaico (provavelmente o Evangelho de Mateus) 
• Grego (Demais livros) 
 
O material usado era um papel orgânico, 
chamado “papiro” feito a partir de fibras de 
uma planta. Este papel era muito popular 
mas se desintegrava com o tempo por isso 
infelizmente não temos os manuscritos do 
Novo Testamento intactos, apenas cópias 
bastante antigas como um trecho de João 
8.31-33 e 37-38 datado de 110 d.C. 
 
COMO O NOVO TESTAMENTO ESTÁ DIVIDIDO? 
Os 27 livros no Novo Testamento podem ser divididos em 5 grupos: 
6 
 
• EVANGELHOS: Mateus, Marcos Lucas e João; 
• HISTÓRICO: Atos dos Apóstolos; 
• CARTAS PAULINAS: Romanos, Gálatas, 1ª e 2ª Coríntios, Efésios, 
Colossenses, Filipenses, 1ª e 2ª Tessalonicenses; 
• CARTAS PAULINAS PASTORAIS: 1ª E 2ª Timóteo, Tito, Filemom; 
• CARTAS GERAIS: Hebreus, Tiago, 1ª e 2ª Pedro, 1ª, 2ª e 3ª João, Judas 
• PROFÉTICO: Apocalipse de João 
 
O PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO OU INTERBÍBLICO 
Para entender melhor a mensagem do Novo Testamento é importante entender um 
pouco do contexto religioso e social daquela época. Como era o mundo onde Jesus 
nasceu? O que estava acontecendo? 
O tempo entre a última parte do Antigo Testamento e a aparição de Cristo é conhecido 
como o período intertestamentário (ou “entre os testamentos”). Porque não houve 
nenhuma palavra profética inspirada por Deus durante esse período, alguns o 
chamam de “400 anos de silêncio”. Mas muitas coisas aconteceram neste tempo que 
prepararam o mundo para a chegada de Jesus. 
DESENVOLVIMENTOS HISTÓRICOS – Apesar da aparência de ordem, o mundo 
daquela época estava debaixo de um caos político. Em O Imperador Alexandre o 
Grande, havia dominado praticamente todo o mundo conhecido, inclusive a região de 
Israel. Depois da sua morte, os Ptolomeus (Egito) e Selêucidas (Pérsia) disputaram 
aquela região com a vitória dos Selêucidas. Naquela época Antíoco Epifânio profanou 
o templo colocando um ídolo pagão dentro do templo sacrificando um porco no Santo 
Altar (170 a.C.). Com isso, os judeus se revoltaram e causaram uma revolução sob a 
liderança de Judas Macabeu (martelo) lutando e vencendo parcialmente os 
selêucidas. Por volta de 164 a.C, os macabeus já havia reconquistado Jerusalém, 
purificado o templo e reinstituído os sacrifícios diários. Mas após várias disputas 
políticas, Israel caiu sob o domínio do império Romano. Estas constantes disputas por 
poder e decadência política eram o cenário que João Batista denunciava em suas 
pregações,preparando a vinda do Messias. 
 
7 
 
DESENVOLVIMENTOS RELIGIOSOS: Havia entre os judeus do primeiro século 
partidos ou “denominações” religiosas diferentes. O ambiente onde Jesus vive era 
marcado por essas diferenças e animosidades. Alguns destes grupos eram: 
• Saduceus. O partido dos saduceus, provavelmente denominado assim por 
causa de Zadoque, o sumo sacerdote escolhido por Salomão (1Rs 2.35) era 
formado, em sua maioria, por gente de posses e posição, e cooperavam de 
bom grado com os helenistas da época e controlavam o sacerdócio e o ritual 
do templo. Do Antigo Testamento eles aceitavam apenas o Pentateuco (os 
primeiro 5 livros atribuídos a Moisés), negavam a doutrina da ressurreição e 
não acreditavam na existência de anjos ou espíritos (At 23.3). 
• Fariseus: Os fariseus (que significa “separatista”) eram os descendentes 
espirituais dos judeus piedosos que haviam lutado contra os gregos no tempo 
dos Macabeus. Eram o partido da “Lei” e das sinagogas sendo respeitados pelo 
povo pelo seu zelo religioso. Paulo se considerava um membro deste grupo 
ortodoxo do judaísmo de sua época. (Fp 3.5). A lealdade à verdade às vezes 
produz orgulho e até mesmo hipocrisia, e foram essas perversões que Jesus 
denunciou. 
• Essênios: O essenismo foi uma reação radical à hipocrisia dos fariseus e ao 
mudanismo dos saduceus. Os essênios se retiravam da sociedade e viviam em 
ascetismo e celibato, em grupos nos desertos. Davam atenção à leitura e 
estudo das Escrituras, à oração e às lavagens cerimoniais (batismos). Suas 
posses eram comuns e eram conhecidos pelo seu trabalho e piedade. 
Consideravam-se o verdadeiro Israel e acreditavam num messias que viria. 
ESCRITOS 
Durante o período dos 400 anos de silêncio de Deus, muita literatura foi produzida. 
Alguns documentos históricos importantes, traduções das Escrituras e livros 
“apócrifos”. 
• Septuaginta (LXX): É a tradução em escrita grega do Antigo Testamento. Esta 
tradução foi feita por 72 eruditos judeus entre os anos de 300 / 200 a.C, em 
Alexandria no Egito. Foi uma Bíblia muito popular em todo o Império Romano 
porque pode ser lida pelos judeus de fala grega, que não conseguiam mais ler 
em hebraico. 
8 
 
• Livros Apócrifos. Estes livros são chamados de “dêutero-canônicos”, ou 
apócrifos, porque não são considerados como inspirados por Deus, apesar de 
terem um valor histórico interessante. São eles: Judite, Tobias, Baruque, 
Siraque (ou Eclesiástico), Sabedoria de Salomão, 1º e 2º Macabeus, os dois 
livros de Esdras, adições ao livro de Ester, adições ao livro de Daniel e a 
Oração de Manassés. Os livros apócrifos não são reconhecidos pelos 
protestantes ou judeus ortodoxos como livros inspirados por Deus. 
• Rolos do Mar Morto: São antigos manuscritos judaicos encontrados na 
década de 1950 em cavernas no deserto de Qumram próximo ao Mar Morto. 
Muitos destes rolos e fragmentos já têm mais de 2.000 anos, remontando ao 
período antes do nascimento de Jesus. A sua importância é grande pois revela 
muitas praticas e crenças do essênios e também porque comprovam a 
legitimidade de vários textos do AT que alguns acreditavam ter sido alterados, 
como o rolo de Isaías. Com os novos descobrimentos comprovou-se que os 
textos encontrados coincidiam com os originais. 
 
O AMBIENTE DO NOVO TESTAMENTO 
RELIGIOSO: Judaísmo e Paganismo. O ambiente onde Jesus viveu e pregou era 
marcado pelo Judaísmo dos israelitas e também pela presença de religiões pagãs, de 
outros cidadãos do Império Romano, principalmente dos seus oficias, políticos, 
soldados que habitavam aquela região. Mesmo algumas vertentes do judaísmo na 
época de Jesus carregavam influências pagãs da babilônia e de outros povos por 
onde os judeus foram dispersos no exílio. 
POLÍTICO: Depois de sofrerem a dominação de várias nações na história, no 
momento em que Jesus nasce, a nação de Israel estava sob o domínio do Império 
Romano, que dominava todo o mundo conhecido da época. Aos judeus era permitido 
terem o seu culto, língua, cultura, costumes e até seu código de leis, mas deveriam 
pagar impostos ao imperador romano e não causar nenhuma rebelião contra sua 
autoridade. 
CULTURAL: A influência cultural era do “helenismo”, o que significa influência grega. 
Apesar do domínio político ser romano, o idioma e a filosofia grega já haviam 
dominado o mundo ocidental e influenciaram muito o ambiente do Novo Testamento. 
9 
 
TESTAMENTO SIGNIFICA ALIANÇA 
Um “novo” testamento, significa que Deus permanece fiel à sua aliança feita com a 
humanidade, mas sob uma nova forma. O perdão provisório antes simbolizado pelo 
sacrifício de animais, é finalmente completo no sacrifício de Jesus na cruz. Portanto a 
nova aliança que temos com Deus é feita com base no sangue de Jesus 
“Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: "Este cálice é a 
nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês”. Lucas 22:20 
De acordo com o autor de Hebreus, todas as festas religiosas, sistemas de sacrifícios, 
leis cerimoniais, dias sagrados, tudo isso era sombra de algo melhor que haveria de 
vir. Essas coisas tinham uma aparência de justiça mas eram incapazes de justificar o 
homem. Quando Jesus veio, ele definitivamente libertou o homem. Por isso em Cristo 
somos herdeiros da salvação nessa nova aliança, ou novo testamento. 
“Isso é uma ilustração para os nossos dias, indicando que as ofertas e os 
sacrifícios oferecidos não podiam dar ao adorador uma consciência 
perfeitamente limpa. Eram apenas prescrições que tratavam de comida e 
bebida e de várias cerimônias de purificação com água; essas ordenanças 
exteriores foram impostas até o tempo da nova ordem. Quando Cristo veio 
como sumo sacerdote dos benefícios agora presentes, ele adentrou o maior e 
mais perfeito tabernáculo, não feito pelo homem, isto é, não pertencente a esta 
criação. Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio 
sangue, ele entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, e obteve eterna 
redenção. Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha 
espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam de 
forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais, então, o sangue de 
Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, 
purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que 
sirvamos ao Deus vivo! Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova 
aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança 
eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob 
a primeira aliança. Hebreus 9:9-15 
 
 
10 
 
PARALELO ENTRE ANTIGO E NOVO TESTAMENTO 
REVELAÇÃO: 
AT – Deus se revela na Lei santa 
NT – Deus se revela no Filho Santo 
 
ALIANÇA: 
AT – A aliança é guardada pela observância da Lei de Moisés 
NT – A aliança é guardada pela obediência a Cristo 
 
PERDÃO DOS PECADOS: 
AT – O perdão é simbolizado no sacrifício de animais 
NT – O perdão é oferecido total e gratuitamente no sacrifício de Jesus 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
AULA 02 – EVANGELHOS SINÓTICOS 
 
Os primeiros quatro livros encontrados no Novo Testamentos pertencem a uma única 
classe de escritos, ou gênero literário, chamado EVANGELHOS. É nos evangelhos 
que podemos aprender sobre a vida, morte, ressureição de Jesus bem como detalhes 
da sua vida e de seus ensinos. Se alguém procura saber mais sobre como Jesus agia 
e falava quando estava no mundo, deve procurar nos evangelhos. 
A palavra Evangelho deriva do grego, é formada pela união de dois termos: “ευ” – eu 
– que quer dizer “boa” e “αγγελια” – anguelia – que significa “mensagem”, “nova”, 
“notícia”. Podemos definir a palavra Evangelho como as Boas Novas, Boas Notícias. 
O evangelho como gênero literário é fruto do cristianismo pois não se parece com 
nenhum escrito antigo. Dentro dele, no entanto, encontramos uma variedade de 
gêneros, comonarrativa, parábola, poesia, etc. 
 
QUATRO CONTADORES DE UMA MESMA HISTÓRIA 
Inicialmente existe um único evangelho, ou seja, o anúncio de Jesus. Tudo o que Ele 
ensinou e viveu foi registrado anos mais tarde pelos seus discípulos e outras pessoas 
que tinham interesse em preservar aqueles acontecimentos. Mais tarde então surgem 
quatro versões deste único evangelho: Marcos, Mateus, Lucas e João. A redação dos 
evangelhos não deve ser vista com uma precisão cronológica, nem sequer deve ser 
vista como exatidão histórica, mas como uma história sendo contada com um objetivo 
em mente: mostrar a boa notícia que Jesus habitou entre nós. 
 
TRADIÇÃO ORAL 
Esta fase da pregação dos primeiros 30 ou 40 anos é chamada de Tradição Oral. Os 
Apóstolos pregavam sem livro, pois não havia livros do Novo Testamento. Pregavam 
apenas com base no testemunho (pois eram testemunhas oculares) e com a luz do 
Espírito Santo que Jesus havia prometido (Jo 16.12). Havia uma expectativa de que 
Jesus voltaria dentro de pouquíssimo tempo e por isso, as testemunhas oculares não 
achavam necessário registrar nada. Foi apenas como passar dos anos e a morte e 
12 
 
prisão dos primeiros discípulos/apóstolos que surgiu a necessidade de registrar tudo 
para as demais pessoas. As informações sobre Jesus começaram a ser escritas por 
volta do ano 45 d.C, ou seja, Por aproximadamente 15 anos a igreja dependeu 
exclusivamente da tradição oral. 
 
EVANGELHOS SINÓTICOS 
A palavra “sinótico” vem da língua grega e quer dizer “sin” = mesma/parecido, e 
“optico” = olhar. Ou seja, os três primeiros evangelhos são chamados de sinóticos 
porque têm muitos elementos em comum. Cada um dos evangelhos sinóticos 
apresenta a história de Jesus de maneira parecida. Os três têm mais ou menos a 
mesma estrutura e têm várias histórias repetidas. Eles contam todos a mesma história, 
mas de perspectivas um pouco diferentes, acrescentando ou deixando de fora 
algumas partes de acordo com o objetivo do texto. Muitas vezes, a informação de um 
evangelho sinótico ajuda a entender a história contada no outro evangelho. Os três 
evangelhos sinóticos confirmam e completam a história de Jesus. 
 
 
 
Apesar de usarem relatos parecidos, cada evangelista apresenta para o seu público 
específico uma “face” de Jesus, segundo os seus propósitos evangelísticos. 
13 
 
 
 
 
 
 
 
EVANGELHO DE MATEUS 
AUTOR: Mateus, o publicano, filho de Alfeu, também chamado Levi (Marcos 2.14) 
estava assentado coletando impostos quando o Senhor o chamou (Mateus 9.9). A 
tradição afirma que Mateus partiu em seguida para pregar o Evangelho na 
Mesopotâmia e África Segundo John Fox ele fora assassinado com uma alabarda, na 
cidade de Nadaba, na Etiópia, em 60 d.C. 
Ao contrário de outros textos do Novo Testamento, todos escritos em grego, é possível 
que este Evangelho tenha sido redigido primitivamente em aramaico e depois 
traduzido para o grego afim de alcançar os judeus de fala grega. 
DATA: Provavelmente entre os anos 50 e 60 A.D. 
LOCAL: Antioquia da Síria 
PROPÓSITO: Entende-se que seu objetivo era mostrar Jesus aos judeus como sendo 
o Messias prometido no Antigo Testamento, o Rei de Israel. Alguns elementos deixam 
isso evidente: 
• Por 18 vezes lê-se a expressão: "Para que se cumprisse o que fora dito”. Assim 
Mateus busca colocar Jesus como o cumprimento das profecias judaicas sobre 
o Messias. 
• Mateus inicia com a genealogia de Jesus, provando o direito legal de Jesus 
qual herdeiro de Abraão e de Davi. A atenção do leitor judeu é assim atraída. 
• Dá ênfase na superioridade do ensino de Jesus sobre a antiga Lei, o mostrando 
como um grande Mestre aprovado por Deus. 
MATEUS: 
JESUS É O REI DOS 
JUDEUS 
MARCOS: 
JESUS É O SERVO 
SOFREDOR 
LUCAS: 
JESUS É O FILHO 
DO HOMEM 
14 
 
• Grande uso dos símbolos, números e termos judaicos (como “corbã” em 
Mateus 15.5) ou um costume como de comer sem antes lavar as mãos sem 
qualquer nota explicativa. 
• Traz a expressão Reino de Deus (basielia) por 55 vezes. 
 
APLICAÇÃO: Jesus é o Messias prometido, pois o que Deus promete Ele cumpre. 
Deus não deixa seu povo sozinho, mas em Jesus faz-se Emanuel – Deus Conosco, 
em todas as situações. Além disso somos chamados para uma MISSÃO, a 
proclamação das boas novas a todos os povos. Jesus declara que a “IGREJA” é um 
instrumento selecionado para cumprir os objetivos de Deus na Terra (Mt 16.18; 18.15-
20). 
VERSÍCULOS-CHAVE: Mateus 5.17; Mateus 28.18-20 
 
EVANGELHO DE MARCOS 
AUTOR: João era o seu nome hebreu; Marcos, o nome latino. Viajou para Antioquia, 
na companhia de seu tio Barnabé (Cl 4.10) e do apóstolo Paulo, na primeira viagem 
missionária (At 12.25; 13.5). Não foi um dos doze discípulos de Jesus mas acredita-
se que fazia parte do grupo maior dos discípulos. Se tornou um discípulo do apóstolo 
Pedro (1ª Pe 5.13), de quem ouviu as narrativas mais próximas sobre Jesus e as 
registrou no seu evangelho. 
DATA: 50 – 60 d.C. 
LOCAL: Roma 
PROPÓSITO: O Evangelho de Marcos parece ser direcionado aos crentes romanos, 
particularmente os gentios. Marcos escreveu como um pastor para os cristãos que já 
tinham ouvido e acreditado no Evangelho. Ele desejava que eles tivessem uma 
narrativa biográfica de Jesus Cristo mostrando que mesmo o Salvador do mundo 
buscou ser servo e sofrer por amor. Assim buscou fortalecer a sua fé dos crentes 
diante da perseguição severa e ensinar-lhes o que significava ser Seus discípulos. 
APLICAÇÃO: Assim como Jesus foi um servo humilde, nós também devemos ser, 
não buscando ser servido, mas servir e dar a nossa vida em resgate de muitos. Não 
15 
 
importa quais sejam as provações, Jesus nos chama a fidelidade e uma vida de 
humildade, serviço e discipulado. 
VERSÍCULOS-CHAVE: Marcos 10.45 
 
EVANGELHO DE LUCAS 
AUTOR: O mesmo autor produziu Lucas e Atos (Lc 1.1-4; At 1.1), sendo que a tradição 
unânime atribui tais obras à Lucas. Ele é o médico amado (Cl 4.14), o companheiro 
fiel de Paulo (2ª Tm 4.11). Lucas era gentio (Cl 4.10-11), companheiro de Paulo e 
médico. Escreveu dois volumes (Lucas/Atos) como dois volumes sobre a história do 
cristianismo (início e desenvolvimento). Um se refere à vida e ministério de Jesus (o 
evangelho) e outro, à expansão da igreja (Atos); Lucas é, de certa forma, considerado 
o primeiro historiador da igreja; 
DATA: Provavelmente no final da década de 50 e início de 60 d.C 
LOCAL: Incerto, mas Antioquia é possível 
PROPÓSITO: Buscou apresentar Jesus como “o perfeito homem divino”. Escreveu 
para o povo grego, cujo ideal era o homem perfeito. Como historiador buscou 
apresentar um relato certo e convincente sobre os eventos da vida de Jesus e é o 
único evangelista que declaradamente empreendeu algo como uma pesquisa 
biográfica. Ele é o evangelista do Espírito Santo. 
APLICAÇÃO: Lucas tem muitas aplicações. Como médico ele dá grande ênfase no 
ministério de Jesus entre os pobres e oprimidos que eram literalmente impotentes 
para melhorar sua sorte na vida e estavam especialmente abertos à mensagem de 
que "a vós outros está próximo o reino de Deus" (Lc 10.9). Esta é uma mensagem que 
devemos levar para aqueles ao nosso redor que desesperadamente precisam ouvi-la. 
Os cristãos devem seguir o exemplo de Jesus e levar as boas novas da salvação para 
os espiritualmente pobres e necessitados. 
VERSÍCULOS-CHAVE: Lucas 19.10 
 
 
16 
 
 
 
 
 
AULA 03 – EVANGELHO DE JOÃO 
 
O evangelho de João é consideravelmente diferente dos sinóticos em sua composição 
e estilo. Tem um conteúdo rico e é teologicamente profundo, o que o tornou o 
evangelho mais comentado de todos os tempos, considerado de muita profundeza 
devocional, espiritual e teológica. Era o evangelho preferido de Lutero. É inegável, de 
qualquer modo, que o estilo literário, bem como a teologia deste evangelho é bem 
diversa dos demais, principalmente no que diz respeito à sua assim chamada alta 
cristologia.“O teste do tempo deu ao Quarto Evangelho a supremacia entre todos os livros 
do mundo. Se o Evangelho de Lucas é o mais bonito, o Evangelho de João é 
supremo em sua altura e profundidade e alcance do pensamento. A imagem de 
Cristo apresentada aqui é única e conquistou a mente e o coração da 
humanidade (…) Aqui encontramos o Coração de Cristo” A.T. Robertson 
AUTOR: O evangelho não declara o nome do autor, mas dá o seu pseudônimo: o 
“discípulo a quem Jesus amava” (13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20) foi quem escreveu o 
evangelho (Jo 21.24-25). 
• Foi uma testemunha ocular (Jo 1.14). 
• Era pescador judeu (Jo 21.2); 
• Fazia parte do grupo dos doze discípulos, tomou parte na última ceia e reclinou-
se ao peito de Jesus (Jo 13.23; 25) 
• Foi o único presente na crucificação, e a ele Jesus confiou o cuidado de sua 
mãe (19.26), 
• Correu até o túmulo vazio juntamente com Pedro (20.2-8); 
As informações acima nos apontam que o apóstolo João foi o seu autor. Os pais 
da igreja confirmavam esta informação (Irineu – Policarpo – João). João era irmão 
17 
 
de Tiago, ambos filhos de Zebedeu (Mc 1.19-20), também conhecido como “Filho 
do trovão” (Mc 3.17). 
DATA: Provavelmente entre 80 e 100 dc. 
LOCAL: Provavelmente Éfeso 
PROPÓSITO: O autor deixa muito claro o seu propósito ao escrever: “Jesus realizou 
na presença dos seus discípulos muitos outros sinais miraculosos, que não estão 
registrados neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é 
o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome.” João 20.30-31 
Como este foi o último evangelho a ser escrito, seu autor não se preocupou em repetir 
historias e fatos que os outros já haviam narrado, mas completar a obra dando outra 
visão. Seu objetivo era mostrar Jesus como o Filho de Deus, o Criador encarnado e a 
sua essência divina. 
Existem três objetivos principais para João escrever o seu evangelho: 
• Mostrar Jesus como o Cristo e levar à fé; 
• Fortalecer a fé dos cristãos perseguidos; 
• Combater heresias (gnosticismo/docetismo) 
 
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS 
• Simplicidade de linguagem 
• Ênfase na natureza divina de Jesus, ao invés da ética 
• A paternidade espiritual de Deus 
• Os últimos dias da vida de Jesus 
• Ênfase no Espírito Santo (14;16) 
 
O livro dos diálogos. Mais do qualquer outro evangelho, João dá atenção aos diálogos 
íntimos e transformadores que Jesus teve com pessoas comuns e diferentes. 
1. Nicodemos (3.1-21) 
2. A mulher de Samaria (4.1-26) 
3. Judeus na Festa dos Tabernáculos (7.14-39; 8.3-58) 
18 
 
4. A mulher adúltera (8) 
5. A parábola do bom pastor, (10) 
6. Instruções privadas aos discípulos, palavras de consolo e a oração 
intercessória (14-17) 
7. O encontro com os discípulos no mar da Galiléia, (21) 
O livro dos sinais. Este evangelho descreve apenas 7 milagres de Jesus, que ele 
chama de “sinais”. Os sinais apontam então para quem Jesus é 
1. As bodas de Caná (2,1-12) 
2. Cura do filho de um funcionário (4,43-54) 
3. Cura do paralítico (5,1-47) 
4. Multiplicação dos pães (6,1-15) 
5. Caminhar sobre as águas (6,16-70) 
6. Cura do cego de nascença (9,1-41) 
7. Ressurreição de Lázaro (11,1-54) 
O livro do testemunho: João relata 7 declarações poderosas sobre a identidade de 
Jesus feitas por pessoas que o perceberam como divino. 
1. João Batista: “Este é o Filho de Deus” (1.34) 
2. André: “Achamos o Messias” (1.41) 
3. Natanael: “Tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel (1.49) 
4. Pedro: “Tu és o Santo de Deus” (6.69) 
5. Marta: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus” (11.27) 
6. Tomé: “Senhor meu e Deus meu” (20.28) 
7. João: “Jesus é o Cristo, o Filho de Deus” (20.30-31) 
APLICAÇÃO: Aprendemos que João foi transformado por Jesus, de Filho de trovão 
para “apóstolo do amor”, e assim ele faz conosco ainda hoje. Jesus não deve ser 
recebido apenas como um homem iluminado, um sábio, ou um mestre da bondade. Ele 
é o Verbo de Deus, companheiro de Deus, Deus, Criador e doador da vida (1.1-3). Ele 
é a luz que ilumina todo o homem (1.9). Ele torna aqueles que o recebem filhos de Deus 
(1.12). Ele é o Verbo encarnado (1.14). Ele é quem “mata a sede eternamente” e faz 
de nós também fontes de água (4.14). 
VERSÍCULOS-CHAVE: João 20.30-31 
19 
 
AULA 04 – VIDA E MINISTÉRIO DE JESUS 
 
O ponto central e o assunto mais importante de todos os fundamentos é a vida e a 
obra de Jesus. Tudo na vida de um discípulo deriva do relacionamento e do 
conhecimento que tem da pessoa de Jesus. O objetivo de Deus para nós, como Igreja, 
é que cheguemos ao "pleno conhecimento do Filho de Deus" (Ef 4.13); Jesus não 
disse que veio trazer uma verdade. Ele disse "Eu sou a verdade". Jesus não veio 
trazer simplesmente uma religião, nem uma filosofia, nem um conjunto de regras como 
código de conduta. Jesus veio trazer Ele mesmo. Ele é a ressurreição e a vida. 
 
AS FONTES SOBRE A VIDA DE JESUS 
TESTEMUNHAS HOSTIS: As testemunhas hostis são aquelas que registraram algo 
sobre a vida de Jesus mas não eram discípulos. São várias as fontes antigas que 
fizeram referência aos cristãos e “um tal de Cristo”. Apesar de alguns documentos 
serem críticos até ofensivos, eles mostram a historicidade da fé Cristã, escritos por 
Fávio Josefo, Tácito, Plínio Jovem, Suetônio entre outros. 
 
“Neste momento, havia um homem sábio chamado Jesus, e sua conduta 
era boa, e ele era conhecido por ser virtuoso. Muitas 
pessoas entre os judeus e as outras nações se 
tornaram seus discípulos.” “Pilatos condenou-o para ser 
crucificado e morrer. Mas aqueles que se tornaram seus 
discípulos não abandonaram seu discipulado. Eles relataram 
que ele lhes havia aparecido três dias após sua crucificação 
e que ele estava vivo. Assim, ele talvez fosse o Messias, 
sobre quem os profetas relataram maravilhas. E a tribo dos 
cristãos, assim nomeada após ele, não desapareceu até hoje” (Flávio Josefo, 
Antiguidades 18.63) 
 
DOCUMENTOS APÓCRIFOS 
Alguns documentos posteriores foram escritos contando uma versão diferente dos 
evangelhos. Eles são conhecidos como “apócrifos” (escondidos) e foram rejeitados 
pelas igrejas desde muito cedo. Entre a razão de sua rejeição estavam os seus 
20 
 
ensinos heréticos (a maioria advinda do gnosticismo), a sua datação tardia (3º século 
em diante), falta de autoria/validação apostólica e erros crassos em seu conteúdo. 
 
EVANGELHOS CANÔNICOS 
São os quatro evangelhos bíblicos, registrados pelos apóstolos e seus companheiros, 
verdadeiras testemunhas oculares e considerados inspirados pela igreja. Apesar de 
termos algumas informações em outras fontes, somente podemos considerar a bíblia 
como fonte autoritativa da vida e ministério de Jesus. 
 
O NASCIMENTO DE JESUS 
A Bíblia diz que o nascimento de Jesus não foi percebido pelos religiosos da época e 
só depois de sua morte sua história foi recontada e escrita nos evangelhos. A data de 
seu nascimento dividiu a história em antes e depois de Cristo. Os dois evangelhos que 
narram o nascimento de Jesus são Mateus (capítulos 1 e 2) e Lucas (2). Enquanto 
Lucas narra de um ponto vista mais histórico (com a visita dos pastores logo após ao 
nascimento de Jesus), Mateus usa vários recursos simbólicos e proféticos muito 
significativos para os judeus daquela época (a fuga para o Egito, a visita dos magos 
do Oriente). 
 
A INFÂNCIA DE JESUS 
Não se sabe muito sobre a infância de Jesus, mas a Bíblia nos deixa algumas pistas 
interessantes sobre sua vida como os lugares onde morou. A Bíblia não informa o 
tempo preciso que Jesus ficou no Egito, porém sabemos que Ele e os seus pais 
permaneceram ali por pouco tempo (até a morte de Herodes), tendo retornado para a 
Israel para viver normalmente na cidade de Nazaré, na Galileia, onde Maria e José já 
habitavam antes (Lucas 1.2; Mateus 2.23). 
Um dos únicos eventos sobre a infância de Jesus sé relatado por Lucas quando estava 
com 12 anos e foi “perdido” pelos seus pais no templo emJerusalém. Maria e José o 
encontram no Templo, sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os 
e todos os que o ouviam ficavam extasiados com sua inteligência e com suas 
respostas (Lucas 2.46-47). Depois voltaram a Nazaré onde o menino crescia, tornava-
se robusto, enchia-se de sabedoria, e a graça de Deus estava com ele” (Lucas.39-
21 
 
40). Ele era um adolescente comum, de sua época, crescendo fisicamente e 
intelectualmente e ajudava seu pai José na carpintaria (Marcos 6.2-3). 
Sem dúvida, Jesus, durante a sua infância, frequentou a sinagoga de Nazaré, como 
todos os meninos da sua época, os dois ciclos básicos escolares, onde aprendeu a 
ler e a escrever. mas não parece ter recebido o ensino superior próprio dos centros 
urbanos como Jerusalém. Por isso vemos os judeus dizendo em João 7.15: “Como é 
que este é letrado, se não estudou?”. Jesus ali permaneceu até o início do Seu 
ministério público, quando contava com cerca de 30 anos de idade (Lucas 3.23). 
 
O MINISTÉRIO DE JESUS 
As datas de início e fim do ministério de Jesus são um pouco incertas, no entanto 
podemos entender que Jesus exerceu seu ministério público por um período de três 
anos, de 27 a 30 d.C (aproximadamente). Tradicionalmente, esse espaço de tempo 
tem sido dividido em um ano de obscuridade, um ano de popularidade e um ano de 
rejeição. 
 
1. OBSCURIDADE 
O ano de obscuridade começou com o ministério anunciador de João Batista, com o 
batismo de Jesus por João, e com a tentação de Jesus por Satanás. Prosseguiu 
quando Ele chamou Seus primeiros discípulos, quando realizou o primeiro milagre, 
transformando a água em vinho, em Caná da Galiléia, quando conversou à noite com 
Nicodemus, quando retornou à Galiléia, passando por Samaria, e quando deu início à 
pregação intensiva e à operação de milagres, por toda a Galiléia. 
2. POPULARIDADE 
A pregação e realização de atos miraculosos teve prosseguimento durante o ano de 
popularidade, ante a presença de numerosas multidões e dos doze discipulos. Sua 
popularidade atingiu o ponto culminante quando Jesus multiplicou os pães para os 
cinco mil homens; 
3. REJEIÇÃO 
Quando Jesus recusou‑ se a tornar-se um rei‑do‑pão e um líder político/militar o 
apoio das massas começou a diminuir e a perseguição religiosa aumentar. Evitando 
22 
 
as multidões, Jesus concentrou Seus esforços a instruir em particular os Seus doze 
discípulos em uma área mais povoada por gentios (Decápolis). Foi durante esse 
período que Pedro confessou o caráter messiânico de Jesus. Os discípulos 
continuavam leais a Jesus, ao mesmo tempo que as massas se afastavam Dele. 
Jesus começou a predizer Sua morte e ressurreição e teve início a última jornada a 
Jerusalém. Foi durante esse tempo que Jesus proferiu diversas de Suas mais famosas 
parábolas. A ressurreição de Lázaro convenceu aos membros do Sinédrio de que 
deveriam eliminar a Jesus, abafando, juntamente com Ele, a ameaça de uma revolta 
messiânica. 
 
A ÚLTIMA SEMANA 
A semana da paixão teve início com a entrada triunfal em Jerusalém, no domingo de 
Ramos. Na segunda‑ feira Jesus amaldiçoou a figueira estéril e purificou novamente 
o templo. A purificação do templo endureceu aos membros do Sinédrio em sua 
determinação de se libertarem Dele. Na terça‑ feira, Jesus pôs‑ se a debater com os 
fariseus e os saduceus nos átrios do tempo, e proferiu o Seu discurso profético para 
os discípulos, no monte das Oliveiras. Quanto à quarta‑ feira há silêncio nos registros 
dos evangelhos, a menos que Jesus e Seus discípulos tenham participado da refeição 
da páscoa na noite de quarta‑ feira (a terça‑ feira à noite também é possível), mais 
cedo que a maioria dos judeus. Na noite de quinta-feira, começam os julgamentos de 
Jesus que vão até sexta feira pela manhã e a crucificação e o sepultamento teriam 
tido lugar durante o dia de sexta‑ feira. 
 
A RESSURREIÇÃO 
A ressurreição ocorreu bem cedo na manhã de domingo, e Jesus apareceu aos Seus 
discípulos por determinado número de vezes, durante quarenta dias, durante os quais 
realizou o Seu ministério pós‑ ressurreição. Finalmente, Ele ascendeu aos céus. 
 
O ENSINO DE JESUS 
O ESTILO: O estilo das lições dadas por Jesus era colorido e vivo, com muitas figuras 
de linguagem. Frequentemente usava epigramas, que não são esquecidas com 
facilidade, com muitos trocadilhos, (que muitas vezes não são compreendidos pelas 
23 
 
traduções). Muitas declarações eram feitas usando contação de histórias, paralelismo, 
parábolas e recursos de debate. Sem dúvida Jesus era um mestre e tanto. 
 
O CONTEÚDO: O amor a Deus e ao próximo compreendem os dois principais 
mandamentos éticos, de conformidade com Jesus. Seu conceito da vida santa 
exaltava mais o interior do que o exibicionismo hipócrita. Além de pregar o amor, Jesus 
claramente afirmava constantemente a sua natureza divina e a sua filiação especial 
para com Deus. Ele representava pessoalmente o Reino de Deus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
AULA 05 – ATOS DOS APÓSTOLOS 
 
Atos relata a história de uma parte do trabalho de alguns dos apóstolos durante mais 
de 30 anos depois da ressurreição de Jesus. Neste livro, aprendemos como o 
evangelho foi espalhado no mundo através de homens e mulheres que foram 
convencidos do fato que Jesus morreu e ressuscitou e foram para toda parte do 
mundo anunciando o evangelho. É um livro diferente de todos os outros do Novo 
testamento por se tratar de um documento histórico e narrativo, não doutrinário. 
AUTOR: O livro de Atos (assim como os evangelhos) não possui uma autoria 
declarada, mas alguns detalhes apontam para a autoria de Lucas. 
• Dedicatória a Teófilo (Atos 1.1; Lucas 1.3) 
• Referência a uma obra anterior (Atos 1.1) 
• Acompanhou Paulo em viagens e foi seu amigo (Atos 27.1; Colossenses 4.14; 
2ª Timóteo 4.11; Filemom 1.24) 
• Estilo de escrita muito parecido com o terceiro evangelho. 
DATA: 64 d.C. Apesar de ser difícil fixar uma data específica para a sua redação, 
Lucas deixou de fora o relato de quatro eventos importantes para a história do primeiro 
século: 
• Morte de Tiago, irmão do Senhor (62 d.C) 
• Perseguição sob Nero (64 d.C) 
• Morte de Paulo (64-65 d.C) 
• Destruição de Jerusalém (70 d.C). 
LOCAL: Incerto 
PROPÓSITO: O livro de Atos foi escrito para fornecer uma história da igreja primitiva 
tanto a judeus quanto gentios. A ênfase do livro é a importância do dia de Pentecostes 
e o ser capacitado pelo Espírito para sermos testemunhas eficazes de Jesus Cristo. 
Atos registra os apóstolos sendo testemunhas de Cristo em Jerusalém, Judeia, 
Samaria e o mundo ao redor. Grande parte dos leitores de Lucas não eram 
testemunhas oculares e sua obra também cumpre o papel de motivar os novos 
cristãos a permanecerem firmes no poder do Espírito Santo, o grande capacitador da 
igreja. Resumindo: 
25 
 
• Relatar a história dos primeiros cristãos, fornecendo uma continuação do seu 
evangelho; 
• Motivar a segunda geração de cristãos a permanecerem na missão 
dependendo do Espírito Santo; 
• Mostrar o caráter impetuoso, porém pacífico da igreja; 
CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS 
O desenrolar da história em Atos é uma constante expansão. Primeiro a igreja se 
estabelece em Jerusalém, depois alcança os Samaritanos e demais habitantes da 
Judéia e por fim alcança os gentios, seguindo a ordem de Jesus em Atos 1.8. Então 
podemos dividir este livro em três períodos distintos: 
ESTABELECIMENTO DA IGREJA (JERUSALÉM) – ATOS 1.1 a 8.4 
• Duração: 7 anos 
• Líder: Pedro 
• Cidade: Jerusalém 
PERÍODO DE TRANSIÇÃO (JUDÉIA/SAMARIA) – ATOS 8.5 a 12.25 
• Duração 10 anos 
• Líder: Pedro 
• Cidades: Samaria, Jope, Cesaréia, Antioquia. 
EXPANSÃO GENTÍLICA (CONFINS DA TERRA) – ATOS 13.1 a 28.31 
• Duração: 16 anos 
• Líder: Paulo 
• Cidades: Antioquia, Filipos, Coríntios, Atenas, Éfeso, Roma, etc. 
 
O APÓSTOLO PAULO 
Saulo de Tarso,o apóstolo Paulo, sem dúvida é um dos personagens bíblicos mais 
conhecidos por todos os cristãos. Ele considerado como sendo o maior líder do 
cristianismo, depois de Jesus. 
26 
 
NOME: Paulo, nome romano de Saulo. Os judeus da diáspora costumavam ter dois 
nomes, SAULO (hebraico) que significa “implorado”, “desejado”; e PAULO (grego) que 
significa “Pequeno” 
LOCAL DE NASCIMENTO: Tarso na Cilícia (Atos 16:37; 21:39; 22:25). Tarso não era 
um lugar insignificante (Atos 21:39), ao contrário, era um centro de cultura grega, uma 
cidade universitária que ficava próxima da costa nordeste do Mar Mediterrâneo. 
RELIGIÃO: Embora tenha nascido um cidadão romano (cidadania provavelmente 
herdada de seu avô - Atos 22:28) Paulo era um judeu da Dispersão, um israelita 
circuncidado da tribo de Benjamin, e membro zeloso do partido dos Fariseus 
(Romanos 11:1; Filipenses 3:5; Atos 23:6). 
ESTUDOS: Embora não se saiba ao certo com quantos anos Paulo saiu de Tarso, 
sabe-se com certeza que ele foi educado em Jerusalém, sob o ensino do renomado 
doutor da lei, Gamaliel, neto de Hillel. Paulo conhecia profundamente a cultura grega. 
Ele também falava o aramaico, era herdeiro da tradição do farisaísmo, estrito 
observador da Lei e mais avançado no judaísmo do que seus contemporâneos 
(Gálatas 1:14; Filipenses 3:5,6). 
SAULO, O PERSEGUIDOR: Quando Estêvão foi apedrejado, suas vestes foram 
depositadas aos pés de Paulo de Tarso (Atos 7.58). Após esse episódio, ele recebeu 
autoridade oficial para liderar as perseguições. Além disso, na qualidade de membro 
do concílio do Sinédrio, ele dava o seu voto a favor da morte dos cristãos (Atos 26:10). 
O próprio Paulo afirma que “respirava ameaça e morte contra os discípulos do Senhor” 
(Atos 9:1). Além de deflagrar a perseguição em Jerusalém, ele ainda solicitou cartas 
ao sumo sacerdote para as sinagogas em Damasco. Seu objetivo era levar preso para 
Jerusalém qualquer um que fosse seguidor de Cristo, tanto homem como mulher (Atos 
9:2). Ele fazia isso acreditando que estava servindo a Deus. 
CONVERSÃO: Lucas interpreta a conversão de Paulo de Tarso como um ato 
miraculoso, um momento em que um inimigo declarado de Cristo transformou-se em 
apóstolo seu. Os homens que estavam com Paulo ouviram a voz, mas não 
compreenderam as palavras. Eles ficaram espantados, mas não puderam ver a 
Pessoa de Cristo. Por outro lado, Paulo viu o Cristo ressurreto e ouviu suas palavras. 
Esse encontro foi tão importante para Paulo que a base de sua afirmação sobre a 
legalidade de seu apostolado está fundamentada nessa experiência (1 Coríntios 9:1; 
27 
 
15:8-15; Gálatas 1:15-17). Considerando que Paulo de Tarso não havia sido um DOS 
doze discípulos de Jesus, além de ter perseguido seus seguidores, a necessidade e 
importância da revelação pessoal de Cristo para Paulo fica evidente. 
PAULO, O MISSIONÁRIO: Após sua conversão, Paulo pregou rapidamente em 
Damasco e depois passou um tempo na Arábia (At 9.20-22; Gl 1.17). Após alguns 
contratempos, o apóstolo Paulo foi enviado à sua cidade natal, Tarso. Ali ele passou 
um período de cerca de dez anos e talvez tenha plantado algumas igrejas (Atos 
15:41). Barnabé, ao ouvir falar da obra que Paulo estava desempenhando, solicitou a 
presença do apóstolo em Antioquia na posição de um obreiro auxiliar. Foi nesta cidade 
que o Espírito Santo orientou a Igreja a separar Barnabé e Paulo para a obra à qual 
Deus os chamara. Só então tiveram início as viagens missionárias do apóstolo Paulo. 
1ª VIAGEM MISSIONÁRIA – Atos 13.1-14.28 
O ponto de partida foi Antioquia e a viagem foi concentrada na Ilha de Chipre e na 
parte sudeste da província romana da Galácia. Barnabé foi o líder até um determinado 
momento da viagem, e Paulo era o pregador principal. João Marcos servia como 
auxiliador dos missionários principais. Entretanto, João Marcos os deixou (literalmente 
os abandonou) e retornou para Jerusalém. Pontos importantes: 
• Um feiticeiro fica cego (13.8)João Marcos abandona a equipe (13.13) 
• Barnabé e Paulo são idolatrados (14.11) 
28 
 
• Paulo é apedrejado (14.19) 
• As igrejas da Galácia são plantadas (14.21-25) 
 
2ª VIAGEM MISSIONÁRIA – Atos 15.36-18.22 
O propósito dessa viagem, conforme o próprio Paulo diz, era visitar os irmãos por 
todas as cidades em que a palavra do Senhor já havia sido anunciada (Atos 15:36). 
No entanto, ao discordarem sobre a ida de João Marcos na viagem missionária, Paulo 
e Barnabé decidiram se separar. Então Paulo levou consigo Silas, também chamado 
de Silvano. A data provável dessa viagem fica entre os anos de 50 e 54 d.C. Essa 
segunda viagem cobriu um território bem maior do que a primeira, estendendo-se até 
a Europa 
• Paulo e Barnabé se separam (15.36-41) 
• Paulo conhece Timóteo (16.1) 
• Paulo e Silas cantam na prisão (16.25) 
• Paulo discursa em Atenas (17.22) 
• As igrejas da Macedônia, Acaia e Frígia são plantadas. 
29 
 
3ª VIAGEM MISSIONÁRIA – Atos 18:23-21:16. 
O apóstolo Paulo atravessou a região da Galácia e Frígia e depois prosseguiu em 
direção a Ásia e à sua principal cidade, Éfeso. Ali o apóstolo ficou por um longo 
período, cumprindo a promessa anteriormente feita (Atos 19:8-10; 20:3). É provável 
que todas, se não pelo menos a maioria das sete igrejas da Ásia, tenha sido fundada 
durante esse período. Foi uma viagem intensa onde Paulo escreveu várias epístolas: 
 
• Paulo passa mais uma vez pela Galácia (18.23) 
• Paulo fica quase 3 anos em Éfeso (19.1- 20.1) 
• Paulo muda sua rota de volta (20.3) 
• Paulo se despede dos efésios em Mileto (20.17) 
• Paulo é advertido pelos crentes em Cesaréia (21.12) 
O resultado das viagens missionárias do apóstolo Paulo foi extraordinário. O 
Evangelho se espalhou consideravelmente. Estima-se que perto do final do período 
apostólico, o número total de cristãos no mundo era em torno de quinhentos mil. 
Apesar de esse resultado ter sido fruto de um árduo trabalho que envolveu um enorme 
30 
 
número de pessoas, conhecidas e anônimas, o obreiro que mais se destacou nessa 
missão certamente foi o apóstolo Paulo. 
VIAGEM DE PAULO A ROMA 
Paulo preso em Jerusalém (Atos 21), e para impedir que fosse linchado, ele foi 
transferido para Cesareia. Nessa cidade Felix, o governador romano, deixou o 
apóstolo Paulo na prisão por dois anos (Atos 23-26). Na qualidade de cidadão romano, 
ele apelou para César e foi enviado sob escolta para Roma. Após uma terrível 
tempestade, o navio a qual ele estava naufragou, e Paulo passou o inverno em Malta. 
Pontos importantes: 
• Vem uma tempestade (27.20) 
• Paulo prega no navio (27.21) 
• Paulo é picado por uma cobra (28.3) 
• Paulo fica dois anos em Roma em prisão domiciliar (28.30) 
 
MARTÍRIO 
As epístolas parecem sugerir que o apóstolo Paulo foi solto depois dessa primeira 
prisão em Roma relatada em Atos por volta de 63 d.C. (2 Timóteo 4.16,17). Em sua 
segunda prisão em Roma, ele acabou executado pelas mãos de Nero entre de 65 e 
67 d.C. (2 Timóteo 4:6-18). 
31 
 
APLICAÇÃO PRÁTICA: Deus pode fazer coisas incríveis através de pessoas comuns 
quando Ele os capacita através de seu Espírito. Deus essencialmente pegou um grupo 
de pescadores e os usou para transformar o mundo de cabeça para baixo (Atos 17.6). 
Deus tomou um assassino de cristãos e o transformou no maior evangelista cristão, o 
autor de quase metade dos livros do Novo Testamento. Deus usou perseguição para 
causar a rápida expansão de uma "nova fé" na história do mundo. Deus pode e faz o 
mesmo através de nós -- mudando nossos corações, fortalecendo-nos pelo Espírito 
Santo e dando-nos uma paixão de espalhar as boas novas de salvação através de 
Cristo. 
VERSÍCULOS-CHAVE: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir 
sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e 
Samaria, e até aos confins da terra.” (atos 1:8) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
AULA 06 –CARTAS PAULINAS 
 
As epístolas, ou cartas, representam o gênero predominante no Novo Testamento. É 
uma combinação de correspondência privada e um discurso público, e geralmente 
tratavam de um só tema. Algumas epístolas são uma exposição relativamente 
sistemática da doutrina, mas a maior parte são estruturadas bastante como as cartas 
que nós escrevemos e recebemos. 
As cartas antigas, assim como hoje em dia tinham um modelo padrão: 
• Cabeçalho: nome do remetente e do destinatário, saudação inicial; 
• Mensagem: agradecimento, preces, orientações, explanações; 
• Saudação final: do próprio autor e, às vezes, também de amigos e conhecidos 
mútuos. 
As epístolas bíblicas carregam algumas particularidades, especialmente as paulinas. 
Enquanto a média de média do número de palavras de uma carta antiga girava em 
torno de 1.300 palavras, a carta aos Romanos, por exemplo, tem 7.114. Por isso, 
várias vezes Paulo e outros como Pedro usavam a ajuda de amanuenses, que eram 
escribas ou secretários formados, os quais eram contratados para escrever o que lhes 
era ditado pelo verdadeiro autor da carta ou documento. Uma evidência do trabalho 
de um amanuense se pode notar pelas saudações e/ou conclusões finais de próprio 
punho escritas por Paulo no final de algumas de suas Epístolas (Rm 16.22; 2ªTs 3.17; 
1ª Co 16.21; Cl 4.18; Fm 1.19). 
Paulo foi o responsável por 13 livros do Novo Testamento, e são divididos em dois 
grupos: as doutrinárias (ou eclesiásticas) e as pastorais. 
EPÍSTOLAS DOUTRINÁRIAS 
 
ROMANOS 
• DATA: Provavelmente em 56-57 d.C 
• LOCAL DE ESCRITA: Corinto 
• COMUNIDADE: formada de cristãos judeus vindos da Palestina e da Síria, 
provavelmente expulsos pelo imperador Cláudio, no ano 49 e também por 
gentios. 
33 
 
• PROPÓSITO: O apóstolo expõe de maneira serena e organizada o que já havia 
exposto em Gálatas – A gratuidade da salvação vem pela fé. Paulo opõe o 
“Cristo Justiça de Deus” ao “Cristo da justiça humana” que os homens 
pretendiam merecer por seus próprios esforços. Paulo diz que a morte e 
ressurreição de Jesus operaram a destruição da humanidade antiga, viciada 
pelo pecado de Adão e a recriação de uma humanidade nova. Paulo também 
fala da adoção dos gentios à família de Deus e faz um apelo para que os 
romanos apoiassem a sua viagem missionária a Espanha. 
 
1ª CORÍNTIOS 
• DATA: Provavelmente em 55-56 d.C 
• LOCAL DE ESCRITA: Éfeso 
• COMUNIDADE: Fundada na casa de Priscila e Áquila, artesãos com quem 
Paulo trabalhou. Havia várias classes sociais, a maioria era gente pobre, 
sobretudo escravos. A cidade era famosa por seus cultos pagãos, sua 
promiscuidade, seus eventos culturais e um importante centro de comércio. 
PROPÓSITO: Trata de problemas vividos pela comunidade, informações e 
decisões cruciais para o cristianismo primitivo. Paulo busca resolver uma 
questão de disputa dentro da igreja e falta de unidade. Lembra em que consiste 
a verdadeira liberdade da vida cristã, a santificação do corpo, a diversidade dos 
dons, a centralidade do amor, que é o fundamento da igreja. 
 
2ª CORÍNTIOS 
• DATA: Provavelmente em 57 d.C 
• LOCAL DE ESCRITA: Éfeso 
• PROPÓSITO: Paulo defende o seu apostolado, diante daqueles que queriam 
afastar a comunidade de Paulo, alegando que ele não era apóstolo e portanto, 
que sua mensagem não merecia a consideração dos coríntios. 
 
GÁLATAS 
• DATA: Entre 48-52 d.C. 
• LOCAL DE ESCRITA: Provavelmente Antioquia (caso seja a primeira) 
• COMUNIDADE: Formada por quatro cidades (Antioquia da Psídia, Derbe, 
Listra e Icônio) igrejas fundadas na primeira viagem missionária de Paulo, que 
34 
 
em suas três viagens passou por lá. Paulo tinha pelos Gálatas um grande afeto, 
se sentido pai e mãe daquela comunidade. 
• PROPÓSITO: Trata da controvérsia com judaizantes e fala da liberdade que o 
cristão tem em Cristo Jesus, não obedecendo a carne, mas mostrando o fruto 
do Espírito. Paulo demonstra indignação e defende seu apostolado. É uma 
argumentação vibrante em prol da liberdade cristã e universalidade da Igreja. 
 
EFÉSIOS 
• DATA: Entre 61 e 63 d.C 
• LOCAL DE ESCRITA: Roma 
• COMUNIDADE: A comunidade situava-se numa cidade portuária, com muitos 
edifícios, entre os quais se destacava o templo dedicado à deusa Artemis. A 
comunidade de Éfeso já existia antes da chegada de Paulo, fundada 
provavelmente por Áquila e Priscila na segunda viagem. Uma florescente 
comunidade cristã de convertidos do misticismo. 
• PROPÓSITO: É uma carta de encorajamento, Deus revela seu plano por Jesus 
Cristo, desenvolvido na Igreja, que é povo de Deus e algumas orientações 
práticas à firmeza na fé (armadura espiritual), à oração incessante e ao 
testemunho cristão. 
 
FILIPENSES 
• DATA: Entre 61 e 63 d.C 
• LOCAL DE ESCRITA: Roma 
COMUNIDADE: Filipos era uma cidade onde viviam muitos oficiais romanos, 
de religiões derivadas dos cultos gregos romanos. A igreja é fundada na casa 
de Lídia, e contava com algumas poucas pessoas apenas. Lucas pode ter sido 
pastor em Filipos. 
PROPÓSITO: Acalmar os Filipenses sobre a situação de sua prisão e 
agradecer a ajuda enviada pela comunidade enquanto ele estava preso. 
Aproveita para advertir contra algumas situações de competição existentes na 
comunidade e previne contra os pregadores judaizantes ao relembrar que a 
autenticidade do Evangelho anunciado pelos cristãos está na cruz de Cristo. 
 
 
35 
 
COLOSSENSES 
• DATA: Entre 61 A 63 d.C 
• LOCAL DE ESCRITA: ROMA 
• COMUNIDADE: Fundada por volta do ano 53 por Epafras (1.4-8). Composta 
da miscigenação de cultos mistérios com ritos e veneração a divindades 
gregas. A comunidade durou apenas 7 anos, pois no ano 60, antes da morte 
de Paulo, foi atingida por um terremoto e desapareceu. 
• PROPÓSITO: É uma carta Cristológica O principal problema da comunidade 
foi um erro de interpretação causado pelo sincretismo religioso. Procuravam 
experiências exóticas e fortes e a presença de vários mestres. O autor 
desenvolve a centralidade de Jesus Cristo, cabeça da Igreja. Ele incorpora 
pessoas à sua morte e ressurreição. 
 
1ª TESSALONICENSES 
• DATA: Entre 48 e 51 d.C 
• LOCAL DE ESCRITA: Corinto 
• COMUNIDADE: Fundada por Paulo na segunda viagem missionária. Supõe-
-se que os membros da comunidade fossem todos provenientes de escravos e 
da classe de pequenos comerciantes. 
• PROPÓSITO: É considerada uma carta escatológica, onde Paulo adverte à 
comunidade a ter calma em ralação à volta de Cristo e ao mesmo tempo ser 
vigilante. A primeira carta mostra que era uma igreja jovem e fervorosa, firme 
no meio dos sofrimentos. 
 
2ª TESSALONICENSES 
• DATA: 6 meses depois da 1ª carta, entre 48 a 51 d.C 
• LOCAL DE ESCRITA: Corinto 
• PROPÓSITO: A segunda epístola parece ter sido uma resposta à apreensão 
dos tessalonicenses, que sofriam grandes perseguições e tinham sido 
informados erroneamente por um falsa carta de que o Dia do Senhor tinha 
chegado. Os membros da igreja estavam inseguros quanto a que posição 
tomar, por causa da sua inexperiência. Tinham necessidade de disciplina para 
impedir que os preguiçosos criassem confusão na vida da comunidade. O 
36 
 
princípio ensinado por Paulo é que, embora creiamos na volta de Cristo a 
qualquer momento, devemos viver nossa vida normal. 
 
EPÍSTOLAS PASTORAIS 
As Cartas Pastorais foram escritas por Paulo com destino a dois dos seus 
companheiros mais próximos, Timóteo e Tito, os quais eram líderes das igrejas em 
Éfeso e Creta respectivamente. 
 
1ª TIMÓTEO 
• DATA: Provavelmente 64 d.C, após ser libertado da primeira prisão em Roma. 
• LOCAL DE ESCRITA: Incerto 
• PROPÓSITO: O trabalho para o qual Paulo nomeou Timóteo envolveu sérias 
dificuldades, e ele achou necessário escrever uma carta de instrução a seu 
jovem colaborador que enfrentava problemas. Na carta, ele ensinou Timóteo 
como combater os falsos mestres, como ordenar o culto da igreja, como 
escolher os líderesda igreja e como lidar prudentemente com as diferentes 
classes na igreja. Timóteo deveria ensinar a fé apostólica e levar uma vida 
exemplar o tempo todo. 
 
2ª TIMÓTEO 
• DATA: Provavelmente em 66 d.C 
• LOCAL DE ESCRITA: Roma 
• PROPÓSITO:. Paulo era prisioneiro em Roma e estava próximo de sua morte 
(1.8,16; 4.6-8), seus colaboradores haviam partido, apenas Lucas estava com, 
mas a maior preocupação de Paulo era com Timóteo. Ele então escreve suas 
últimas instruções sobre o ministério, sobre fugir dos falsos ensinos e sobre as 
características de um verdadeiro ministro de Deus. 
 
TITO 
• DATA: Provavelmente em 65 d.C. 
• LOCAL DE ESCRITA: Incerto 
• PROPÓSITO: Muito semelhante a 1ª Timóteo. Ambas as epístolas ocupam-se 
com as qualificações daqueles que devem liderar a ensinar as igrejas. Paulo 
37 
 
dá instruções sobre a organização da igreja, a doutrina correta e a vida santa, 
pois Tito deveria ordenar os presbíteros das igrejas cretenses. 
 
FILEMOM 
• DATA: Entre 61 e 63 d.C 
• LOCAL DE ESCRITA: Roma 
• PROPÓSITO: É uma carta à um amigo de Paulo que era um cristão de boa 
posição e tinha um escravo fugido chamado Onésimo. Paulo acredita que o 
Evangelho pode mudar as relações entre as pessoas, por isso, escreve a 
Filemom (provavelmente convertido pelo apóstolo) para aceitar novamente 
Onésimo, que provavelmente havia pedido a intervenção de Paulo e fosse 
perdoado pelo patrão. Paulo então, pede a Filemom que aceite Onésimo não 
mais como escravo, mas como irmão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
AULA 07 – CARTAS GERAIS 
 
As “epístolas gerais” são os escritos dos demais autores, que além do apóstolo Paulo 
foram usados por Deus para produzirem o Novo Testamento. Esses autores 
registraram suas orientações, recomendações e ordens para o benefício dos 
destinatários da igreja em geral (universal) e não para localidades específicas. 
De modo geral, todos os escritores apresentaram o quadro de um Salvador cuja força 
podia sustentá-los. Como os cristãos que hoje também se defrontam com problemas 
relacionados à perseverança, compaixão mútua e comportamento prático de 
honestidade e integridade, as palavras das epístolas gerais por serem genuína 
Palavra de Deus nos dão força e ajuda em nossas lutas espirituais. 
 
HEBREUS 
• AUTOR: Incerto. Para alguns pais da igreja, Paulo é autor, mas atualmente 
ninguém defende esta tese. Para alguns ela pode ser atribuída a algum dos 
que andavam com Paulo sugerindo Lucas, Barnabé, Apolo, Silas, Áquila, 
Priscila, etc. Vários já apontaram suas opiniões, mas o mais correto é afirmar 
como Orígenes: “só Deus sabe quem escreveu [esta carta]”. 
DATA: Provavelmente entre 64 e 68 d.C. (não cita a destruição do templo) 
• LOCAL DE ESCRITA: Incerto. Assim como a autoria, a localidade também é 
desconhecida, sendo que a única indicação encontra-se em Hb 13.24, “os da 
Itália vos saúdam”. 
• PROPÓSITO: Hebreus é uma carta de exortação, de exame e de expectativa. 
A palavra exortação no grego significa “encorajamento”, ou “consolação”, 
possibilitando o entendimento que esta carta foi escrita para encorajar e 
consolar àqueles que estavam passando por dificuldades. Ela é uma carta de 
exame, pois nos ajuda a descobrir qual o verdadeiro objeto da fé. Hebreus é 
um livro de expectativa, pois trata-se de uma Palavra voltada para o futuro (2.5) 
“um mundo que há de vir”, um tempo em que os cristãos reinarão com Jesus 
Cristo. E em especial é um livro de “exaltação”, Cristo é superior a tudo e a 
todos, a carta exalta a Pessoa e a obra do nosso Senhor Jesus Cristo. 
 
39 
 
 
TIAGO 
• AUTOR: Tiago, irmão de Jesus (Tg1.1; Mt 13.55,56; Mc 6.3) 
• DATA: Entre 45 e 50 d.C. 
• LOCAL DE ESCRITA: Jerusalém 
• PROPÓSITO: O livro de Tiago se dirige aos cristãos judeus dispersos entre 
todas as nações com ensinos práticos e éticos, sobre as boas obras e a 
conduta dos crente. As mensagens da carta são: a necessidade de se controlar 
a língua; o perigo de bajular os ricos; e necessidade de demonstrar a fé através 
das obras e pelo modo de vida. Existe muita proximidade entre o ensino de 
Tiago e os ensinos de Jesus, especialmente o Sermão da Montanha. Há mais 
“vestígios” verbais da doutrina do Senhor nesta carta do que em todo o resto 
das epístolas combinadas no NT. Essas alusões indicam uma associação 
próxima entre Tiago e Jesus. 
 
1ª PEDRO 
• AUTOR: Pedro (1.1) 
• DATA: Provavelmente em 63 d.C. 
• LOCAL DE ESCRITA: Incerto. A única referência é 1ª Pd 5.13 - “A eleita que 
se encontra em Babilônia”. Existem duas hipóteses mais defendidas: Roma 
(Babilônia simbólica), Mesopotâmia (Babilônia literal). 
• PROPÓSITO: Pedro escreve para exortar o povo de Deus que vive fora da sua 
pátria, os “forasteiros da dispersão”, a viverem uma vida santa e obediente 
(1.13-16), a lembrarem da obra redentora de Cristo (1.17-21), e viverem em 
santidade e amor (1.22-25). Mostra a fecundidade do sofrimento, e a grandeza 
da imitação da Paixão do Senhor, do qual somos sacerdotes e ensina a 
responder aos com paciência e boa conduta. 
 
2ª PEDRO 
• AUTOR: Pedro (1.1) 
• DATA: Entre 66 e 67 d.C. 
• LOCAL DE ESCRITA: Roma 
40 
 
• PROPÓSITO: Ensinar a lidar com falsos mestres e pessoas de caráter mau 
que entram na igreja, estimula às práticas cristãs para o crescimento espiritual 
e ao encorajamento a uma vida sóbria até a vinda de Jesus. 
1ª JOÃO 
AUTOR: Apóstolo João, irmão de Tiago, filho de Zebedeu 
• DATA: Provavelmente entre 85 e 95 d.C 
• LOCAL DE ESCRITA: Incerto, mas pode-se sugerir Éfeso 
• PROPÓSITO: Combater a heresia do gnosticismo que estava começando a se 
instalar no final do primeiro século. Além disso João escreve para desmascarar 
falsos mestres, dar ao crente a certeza da salvação através da semelhança 
com Deus quando nos tornamos filhos Dele e não vivemos no pecado, mas em 
amor uns com os outros. É conhecida como a “carta do amor”. 
 
2ª JOÃO 
• AUTOR: Apóstolo João, irmão de Tiago, filho de Zebedeu 
• DATA: Provavelmente entre 85-95 DC 
• LOCAL DE ESCRITA: Incerto, mas pode-se sugerir Éfeso 
• PROPÓSITO: João escreve para que os cristãos demonstrassem o seu amor 
por Deus e seu Filho Jesus ao obedecer ao mandamento de amar uns aos 
outros e viver suas vidas em obediência às Escrituras. Também é um forte 
alerta para terem cuidado com os enganadores e não receberem em suas 
casas os pregadores itinerantes que andavam dizendo que Cristo não tinha 
realmente ressuscitado na carne. 
 
3ª JOÃO 
• AUTOR: Apóstolo João 
• DATA: Entre 85-95 d.C. 
• LOCAL DE ESCRITA: Incerto, mas pode-se sugerir Éfeso 
• PROPÓSITO: O objetivo de João ao escrever esta terceira epístola é triplo. 
Primeiro, ele escreve para elogiar e incentivar seu amado colega de trabalho, 
Gaio, em seu ministério de hospitalidade aos mensageiros itinerantes que iam 
de um lugar a outro para pregar o Evangelho de Cristo. Depois ele 
indiretamente adverte e condena o comportamento de Diótrefes, líder ditatorial 
41 
 
que tinha assumido uma das igrejas na província da Ásia e por último ele louva 
o exemplo de Demétrio, discípulo sobre o qual relatava-se um bom testemunho. 
 
 
JUDAS 
• AUTOR: Judas, irmão de Tiago, irmão de Jesus (Mc 6.3) 
• DATA: Há duas hipóteses, uma anterior a 2ª Pedro e um posterior. Se antes, a 
data seria 65 d.C., se depois, pode ter sido em 80 dC. 
• LOCAL DE ESCRITA: 
• PROPÓSITO: Visava falar sobre o fim dos tempos, para o fim da era da igreja, 
exortando a batalhar pela fé. Falsos profetas estão na igreja e os santos estão 
em perigo. O uso de Judas das bem conhecidas ilustrações históricas de 
Sodoma e Gomorra, Caim, Balaão e Coré lembrou aos cristãos judeus da 
necessidade da verdadeira fé e obediência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
AULA 08 – APOCALIPSE 
 
O nome do livro bíblico de Apocalipse vem da palavra grega αποκάλυψις, apokálypsis, 
significa "revelação", formada por "apo“(tirado de), e "kalumna", (véu). Portanto 
Apocalipse significa tirar o véu, Revelação. O próprio nome já indica qual é o conteúdo: 
ele expõe assuntos que estavam ocultos e revela eventos que aconteceriam muito 
tempo depois de terem sido escritos. 
O Apocalipse não foi dado somente para transmitir informações sobre o futuro, mas 
para ajudar o povo de Deus no presente, que, por essa razão, deve guardar as coisas 
escritas nas palavras da profecia. 
 
INFORMAÇÕES BÁSICAS 
AUTOR: Apóstolo João, o mesmo autor humano do Evangelho e das três epístolas, 
(Ap 1.1,4,9; 22.8). 
DATA: Provavelmente entre 95 e 96 d.C. durante o reinado de Domiciano. 
LOCAL DE ESCRITA: Ilha de Patmos 
DESTINATÁRIO: Sete Igrejas da Ásia 
TEMA: O tema predominante do livro é a volta de Jesus Cristo e a sua vitória final. 
Neste livro, Cristo é exaltado de maneira especial em Sua grandeza de glória e a igreja 
que permanece firme na provação será vitoriosa. Seu objetivo proporcionar conforto 
aos cristãos que estavam sendo perseguidos naquele tempo. 
 
AS INTERPRETAÇÕES DE APOCALIPSE 
1. Preterista: vê todos ou quase todos os eventos no livro de Apocalipse como já 
tendo ocorrido antes do fim do primeiro século. 
2. Historicista: vê o livro de Apocalipse como uma análise da história da Igreja dos 
tempos apóstolicos até o presente; 
3. Idealista: vê o livro de Apocalipse como uma representação da luta entre o bem e 
o mal; 
4. Futurista: vê o livro de Apocalipse como profético dos eventos que hão de vir. 
 
ESBOÇO BÁSICO 
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CAPÍTULO 1: Apresenta o prólogo, seguido de um retrato de Jesus em todo o seu 
poder e glória. 
CAPÍTULOS 2 A 3: Contém cartas a sete igrejas na Ásia. Estas cartas seguem um 
padrão regular: Saudação; apresentação de Jesus, que está enviando as cartas; 
avaliação da condição da igreja; apelo ao arrependimento ou à firmeza na fé; 
lembrança da recompensa divina ao que vencer. 
 
1. ÉFESO (2.1-7) 
• Elogio: Rejeita o mal, persevera, tem paciência 
• Crítica: Abandonou o seu primeiro amor 
• Orientação: Pratique as obras que praticava no princípio 
• Promessa: O direito de comer da árvore da vida 
 
2. ESMIRNA (2.8-11) 
• Elogio: Suporta o sofrimento com graça 
• Crítica: Nenhuma 
• Orientação: Seja fiel até a morte 
• Promessa: A coroa da vida 
• 22. AS SETE IGREJAS DE APOCALIPSE Tiatira (2.18-29) Elogio Crítica 
Orientação Promessa 
 
3. PÉRGAMO (2.12-17) 
• Elogio: Mantém a fé em Cristo, 
• Crítica: Tolera a imoralidade, a idolatria e heresias 
• Orientação: Arrependa-se! 
• Promessa: O maná Escondido e uma pedra branca com um novo nome 
nela inscrito 
 
4. TIATIRA (2.18-29) 
• Elogio: Amor, fé, serviço e perseverança 
• Crítica: Tolera o culto à idolatria e imoralidade 
• Orientação: Juízo iminente; mantenha a fé 
• Promessa: Autoridade sobre as nações e a estrela da manhã 
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5. SARDES (3.1-6) 
• Elogio: Alguns guardaram a fé; 
• Crítica: Uma igreja morta 
• Orientação: Arrependa-se, fortaleça o que resta 
• Promessa: Os fiéis serão honrados e vestidos de branco 
 
6. FILADÉLFIA (3.7-13) 
• Elogio: Persevera na fé 
• Crítica: Nenhuma 
• Orientação: Retenha o que você tem (a fé) 
• Promessa: Um lugar na presença de Deus, um novo nome e a nova 
Jerusalém 
 
7. LAODICÉIA (3.14-22) 
• Elogio: Nenhum 
• Crítica: Indiferente 
• Orientação: Seja diligente e arrependa-se 
• Promessa: O direito de sentar-se com Cristo em seu trono 
 
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CAPÍTULOS 4 E 5: Numa visão maravilhosa, João tem vê o trono celestial (4.1-5,14) 
de Deus, cercado por seus servos em adoração (cap 4). O próximo capítulo foca em 
Jesus que, por sua vitória sobre a morte, pode abrir os selos do livro de Deus Ele 
também é louvado e adorado por todos. 
CAPÍTULOS 6 A 20: Várias cenas de batalhas, vingança e punição. A maior parte da 
mensagem destes capítulos está organizada na ordem do número 7 (sete): sete selos, 
sete trombetas, sete taça da ira de Deus. 
CAPÍTULOS 20 A 22: Destacam a condição abençoada dos santos vitoriosos na 
presença de Deus. A comunhão é finalmente renovada entre Deus e o homem. 
Encontramos aqui uma conclusão bela e esperançosa para a mensagem da Bíblia. 
 
A IMPORTÂNCIA DO LIVRO 
As sete igrejas descritas são sete igrejas literais no momento em que João, o apóstolo, 
estava escrevendo Apocalipse. Embora fossem igrejas literais naquele tempo, há 
também um significado espiritual para as igrejas e os crentes de hoje. O primeiro 
objetivo das cartas era de se comunicar com as igrejas literais e satisfazer as suas 
necessidades naquele momento. O segundo propósito era de revelar sete tipos 
46 
 
diferentes de indivíduos/igrejas ao longo da história e instruí-los na verdade. Alguns 
pontos a destacar: 
• O poder de Jesus. Desde o tremendo retrato de Jesus no capítulo 1 até a 
gloriosa majestade do Cordeiro no seu trono no capítulo 22, este livro ressalta 
o poder de Jesus. 
• A fraqueza de Satanás. Não importa quão feroz ele possa parecer, o resultado 
de cada confronto confirma que Satanás é um derrotado. Não temos que 
encará-lo com medo e desespero. Jesus venceu. Podemos vencer com ele. 
• Jesus julga com justiça. Ele vinga os justos e destrói os ímpios. As igrejas 
hipócritas serão rejeitadas e os perseguidores, punidos. 
• Deus (o Pai) merece adoração. O Capítulo 4 mostra que Deus, como nosso 
criador, merece nossa adoração. 
• Jesus merece adoração. O capítulo 5 apresenta Jesus, nosso Redentor, 
como também merecedor de adoração. 
• Deus domina a terra. O poder de Satanás e de seus servos é limitado pelo 
domínio de Deus, pois Ele está no comando. 
• O alvo principal da humanidade é a comunhão com Deus. A Bíblia se 
encerra (Apocalipse 21-22) como inicia (Gênesis 2), com a descrição da beleza 
e a bênção de estar na presença de Deus. 
 
APOCALIPSE NA PRÁTICA 
Você já depositou a sua fé em Cristo como seu Salvador? Se sim, então você não tem 
nada a temer do julgamento de Deus sobre o mundo tal como descrito no livro do 
Apocalipse. O Juiz está do nosso lado. Antes do julgamento final começar, temos de 
testemunhar aos amigos e vizinhos sobre a oferta de Deus de vida eterna em Cristo. 
Os acontecimentos deste livro são reais. Temos de viver vidas que comprovem o que 
realmente acreditamos para que os outros notem nossa alegria sobre o futuro e 
desejem juntar- se a nós nessa nova e gloriosa cidade. 
CONCLUSÃO 
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Apocalipse revela a vitória final de Cristo contra toda forma de mal. A tarefa do crente 
é simplesmente crer na promessa bíblica de vitória e confiar integralmente sua vida a 
Cristo. 
 
48

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